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Era uma vez um pobre frade que andava em peregrinação, já vinha a caminhar há

muito tempo, estava cansado e com fome.

A certa altura chegou a uma aldeia

Frade” -Vou fazer um peditório, já não aguento tanta fome, tenho mesmo
de comer alguma coisa! –“
Chegado à aldeia bateu à porta da primeira casa. Esperou, esperou, esperou, mas ninguém
apareceu. Voltou a bater na segunda porta, mas o resultado foi o mesmo. Parecia que não
havia ninguém nas casas, ou então não lhe queriam abrir a porta. Estava cada vez mais
cansado e esfomeado.

Finalmente, chegou a uma casa onde estava uma mulher à porta. Apressou-se logo a pedir
educadamente se lhe podia dar algo para comer, mas a mulher disse logo que não.

O frade ficou triste, pensou, pensou e de repente pegou numa pedra que estava no chão,
examinou-a, limpou-lhe a terra e disse:

Frade- “Então vou ver se faço um caldinho de pedra!”


A mulher ao ouvir isto desatou-se a rir e foi chamar o marido que logo apareceu.

Mulher-“Oh Manel, já viste isto? diz que vai fazer um caldo de pedra! -“
O frade virou-se para eles e disse:

Frade-”. Nunca comeram um caldo de pedra? é uma delicia! Se me


arranjarem uma panelinha com água posso-vos ensinar”
O casal encaminhou o frade para a cozinha, onde logo tratou de pôr um pouco de água numa
panela e acender o lume, logo que a água levantou fervura, o frade pôs lá a sua pedra.

Algum tempo depois, já com a panela a borbulhar o frade disse:- Ai isto agora com
um pouco de toucinho ficava delicioso, dava-lhe um sabor muito bom,
será que me podia arranjar só um pouco de toucinho?
A água, a pedra e o toucinho ferviam lentamente quando o frade se lembrou de que seria
melhor, acrescentar mais um ingrediente.

Frade- “Receio que esteja ainda um pouco insonso, uma pitada de sal
vinha mesmo a calhar.
E lá foi a mulher buscar uma pitada de sal, que o frade logo tratou de acrescentar à água, à
pedra e ao toucinho ferviam lentamente.

Um pouco depois o frade provou o caldo e disse:

Frade- “Está a ficar uma maravilha, mas com umas batatitas ficava ainda
melhor-“.
O Homem olhou para a mulher e disse: -homem “ó mulher vai lá buscar umas
batatas para acrescentar na sopa!”
Depois de descascadas as batatas, tudo se juntou na panela que o frade ia mexendo com a
colher, dai a nada depois de provar uma colherada o frade disse_

Frade” - Está a ficar uma maravilha, mas isto se levasse aqui uma couve é
que ficava mesmo bom!”
E, claro está, a mulher não tardou a aparecer com uma bela couve que foi logo preparada e
acrescentada aos ingredientes que já estavam na panela.

O caldo cheirava cada vez melhor, ninguém duvidaria, entretanto, depois de elogiar a
qualidade dos ingredientes e frade disse: - Frade “Aí aí, isto está quase no ponto, se
calhar não era má ideia acrescentar um chouriço, não acham? -“
O Homem e a mulher olharam um para o outro e acenaram que sim com a cabeça, de seguida
a mulher foi buscar um chouriço, cortou-o as rodelas e juntou-o ao resto do caldo que já fervia
na panela e cujo cheiro cada vez era mais intenso.

O caldo já fazia crescer água na boca e o frade cada vez estava a sentir-se mais esfomeado

Frade- “Já está quase pronto! para finalizar, julgo que o melhor seria
acrescentar o feijão, e vai ficar um manjar de reis. -“
Dai a nada apareceu a mulher com o feijão que prontamente foi acrescentado ao caldo.

O cheiro estava cada vez mais intenso e não tardou muito para que o frade comesse o caldo
todo, deixando apenas a pedra no fundo da panela.

Depois de ter terminado a refeição o frade tirou a pedra da panela, lavou-a e guardou-a

O casal, muito admirado perguntou: -“Então senhor frade para que quer a
pedra?”
Frade- “A pedra levo-a comigo para a próxima vez”
O frade despediu-se do casal e agradeceu muito educadamente. E foi assim que o frade
encheu a sua barriguinha, onde não lhe queriam dar de comer.

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