Você está na página 1de 5

Contação de historia

Pedro Malasartes- a sopa de malandro


Personagens:
Narrador 1
Narrador 2
Dona Véia
Pedro MAlasartes

Vai entrando em cena dois narradores, dois narradores que


procuram historias novas para contar. ( entram ao som de uma
musica)
Narrador 1- Oia só! Que lugar bonito! Será que a gente consegue
encontra uma historia nova por aqui ?
Narrador 2- Vish meu amigo, não sei não viu!Olha quanta gente
por aqui! Vamos perguntar a eles! Voce ta vendo alguma historia
por aqui? (aponta pra criança)

Narrador 1- E você ? ta vendo alguma historia por aqui ?


( aponta pra criança)
Narrador 2 – xiiii, será que a gente fez essa trilha toda a
toa?
Narrador 2 – ai espero que não, viemos de tao longe, tão longe,
estamos tao cansados que esquecemos de nos apresentar- Oi eu sou
............... O caçador de historias!
Narrador1- e eu sou ............ a caçadora de historias!
Narrador 2- ai ai ai, andamos tanto que ta me batendo uma
fominha!
Narrador 1- ai ai ai eu também viu! Nós andamos tanto que nossa
agua e nossa comida acabou.
Narrador 2- e ainda por cima sem nenhuma historia por aqui.
Narrador 1- queria encontra uma arvore cheia de frutas, pra
gente se esbaldar de comer!
Narrador 2- eu queria achar um rio de chocolate pra mergulhar e
ser feliz!
Narrador 1- é mas não vamos perder o foco, viemos atrás de
alguma historia! Vamos dar uma vasculhada por aqui, quem sabe a
gente encontra alguma coisa, algum mistério...
Narrador 2- algum enigma!
Os dois – Alguma Historia nova pra contar!
Começa uma musica e eles começam a procurar, pelas arvores,
debaixo das crianças e vai brincando ate encontar uma “Casinha”.
Nela eles encontram um bau, dentro desse bau tem um livro de
receitas escrito a mao, por uma escritora chamada Dona véia.

Narrador 1- OLHA SÓ O QUE EU ACHEI AQUI!!!


Narrador 2- Eba! Um livro! Escrito a Mao ainda!
Narrador 1- Sim, deve ser muito antigo!
Narrador 2- sera que esse livro é de alguma...
Os dois- BRUXA!!! ( Soltam o livro e se agarram de medo)
Narrador 1- vai la ver! As vezes não é nada!
Narrador 2- vai ver você!
Narrador 1 – eu não!
Narrador 2 – eu também não!
Narrador 1- Xi será que tem alguém muito corajoso aqui que
saiba ler? E nos ajudar ?
Narrador 2- Quem sabe? Voce ? Voce ?
Aponta pra alguma criança ate alguma delas se prontificar pra
ler. NA CAPA livro ta escrito assim “LIVro DE RECEITAS DA DONA
VÉIA”
Narrador 2- Muito Obrigado coleguinha! Você é muito corajoso!
Narrador 1- E nois somos dois bundoes, nunca vi caçadores de
aventura tao medrosos assim.
Narrador 2- ta bom , a gente vai melhora isso dai mais pra
frente, mas agora eu to querendo saber o que tem de receita no
livro dessa dona veia.
Narrador 1- bem que podia ter alguma receita pra gente poder
fazer agora, usar essas folhas ou essas pedras.
Narrador 2- Vamos ver!
Começam a folear o livro, ate que chegam a uma pagina escrita-
SOPA DE PEDRA.
Narrador 1-OLHA SÓ O QUE ESTA ESCRITO AQUI! Sopa de pedra!
Narrador 2- Sopa de malandro! Vamos ler!
Fingem que estão lendo.
Narrador 2- Vishi, parece que esse livro não tem so receitas
não, tem também historias!
Narrador 1 – Entao quer dizer que a gente encontro duas coisas
que a gente precisava em um livro só! Que maravilha!
Narrador 2 – então vamos ler a historia e depois ver a receita!?
To com mais fome de historia do que de comida agra hehehe
Narrador 1- Vamos
Abre o Livro e começa a ler

-Narrador 1-Pedro Malasartes, o maior malandro que existe,


avisou que ia correr mundo. Pegou sua mala e foi que foi! Subiu
e desceu tudo quanto é serra, atravessou rios, cruzou florestas,
cruzou cidades e por onde passava, dava um jeito de conseguir um
tostão para se alimentar.
Narrador 2-Quando andava pelo Vale do Paraíba, aconteceu que ele
andou por paisagens muito bonitas, porém, praticamente desertas
e, por isso, ele não arranjou nenhum lugar para descansar e nem
para comer.
Narrador 1-Meio dia, macaco assobia, panela no fogo e barriga
vazia! Pedro começou a sentir muita fome, estava desesperado com
aquela situação, porém, de repente, ele avistou lá longe uma
casinha bem pequena. Valei-me minha Nossa Senhora! Ele saiu
desesperado, com medo de nem ter forças para chegar.
Mas, antes mesmo de se aproximar, começou a sentir um cheiro
muito gostoso de comida, que praticamente chama a gente pra se
aproximar e comer logo!
Chegando na frente da casa, ele deu uma espiadinha pela janela e
viu uma mulher preparando o jantar numa panela imensa! Ele teve
certeza de que naquela hora ele dormiria com a barriga cheia.
Bateu na porta, e quando a nova da casa veio atender, ele
perguntou se ela não tinha um pouquinho de comida para oferecer,
pois ele estava andando a muitos dias, com muita fome e já
estava ficando sem forças. A mulher, muito avarenta, olhou para
ele, deu um sorrisinho sem graça, disfarçou, e disse que não
tinha comida para ele não. Disse que a situação estava tão feia
que nem ela iria comer naquele dia e que ele deveria passar por
lá em outro dia.
Um cheirinho de comida passou novamente perto de Pedro, dizendo
exatamente o contrario do que a mulher dizia. Foi ai que ele
decidiu aprontar!
Ele olhou para baixo, fez uma carinha de coitado e falou que não
tinha problema. Quem pode, pode, quem não pode se sacode né? E
ai ele disse então que iria fazer uma sopa de pedras.
Sopa de pedras? Na hora, a mulher arregalou os olhos desse
tamanho, curiosa para saber como era aquela sopa. E Pedro, vendo
que ela tinha mordido a isca, puxou mais forte e continou: “a
senhora nunca ouviu falar de sopa de pedras?”
Malasarte desembestou a falar, começou a falar que a sopa de
pedras era isso, era aquilo e que essa sopa era vendida por um
valor muito caro de onde ele vinha! E ao terminar de falar, a
mulher já estava ate babando, de tanto que imaginava como essa
sopa seria. O malandro então aproveitou e disse para ela que
como ela tinha sido tão educada com ele, ele iria ensinar ela a
fazer então essa sopa de pedras. Pediu para que ela arranjasse
uma panela, e assim ela fez.
Pedro então saiu caçando pedrinhas para fazer a sopa. Escolhia
as pedrinhas, cheirava elas e limpava elas. A mulher lá da porta
da casa só observava. Quando a agua começou a ferver, ele
perguntou para ela se havia como ela emprestar um pouquinho de
manteiga e uma colher para ele colocar na sopa. Ela estava tão
interessada que não pensou nem duas vezes, pegou as duas coisas
e deu para ele.
Ele colocou na sopa, continuou mexendo, e ai pediu se ela teria
um pouquinho de sal para ele temperar a sopa. A moça na hora
pegou e deu a ele.
Pedro continuou pedindo cada vez mais coisas. Começou a pedir
então alguns legumes: xuxu, batata, cenoura, batata doce,
abobrinha, beterraba... A mulher foi la na horta dela e pegou
tudinho. Ele colocou na sopa, e ela começou a cheirar cada vez
mais! O cheiro estava melhor que a comida que a mulher estava
fazendo e ela já estava com água na boca!
Quando estava ficando pronto, Pedro perguntou se ela poderia
emprestar um prato bem fundo. A moça pegou, e Pedro começou a
encher aquele prato com a sopa. Comeu, comeu, comeu, e comeu,
repetiu várias vezes. E no fim dessa conversa, só restaram as
pedras no fundo da panela.
“E as pedras?”, perguntou a mulher. Pedro pegou as pedras,
lavou, secou e guardou em sua bolsa e respondeu para a mulher
que iria guardar para fazer a próxima sopa. Depois disso, tirou
o seu chapéu, agracedeu a moça, bateu na sua pança, soltou um
pum, despediu-se e foi embora! A mulher ficou parada na porta,
pensando, tentando entender, e até hoje ela lambe os beiços
querendo saber como é aquela sopa.
Esta sopa do malandro tem sabor de enganação, receita de faz de
conta e aroma de confusão. Termina mais uma história do
Malasarte, que seguiu seu caminho errante, aprontando por toda
parte. Assim me contaram essa história, do jeitinho que eu
conto, só coloco um temperinho e aumento o meu ponto. Agora eu
sigo meu caminho e vou nas asas da imaginação. Assim termina
essa história e acabou-se a contação!

Você também pode gostar