Você está na página 1de 15

1.

HISTÓRICO DO SURGIMENTO DAS GEOTECNOLOGIAS

A primeira “geoctecnologia” conhecida foi o mapa, segundo Mattos “O mais


antigo vestígio de um mapa data de 3.800 a.C., uma placa de argila mesopotâmica
representando montanhas, cursos de água e outros objectos possíveis de representação
cartográfica” (2008, p. 05 apud Hodgkiss, 1981). Para Joly (2009), a preocupação em
representar lugares, paisagens, caminhos, conhecer o mundo através de representações
cartográficas vem de muito tempo.

Os homens sempre procuraram conservar a memória dos lugares


e dos caminhos úteis ás suas ocupações. Aprenderam a gravar
seus detalhes em placas de argila, madeira ou metal, ou a
desenhá-las nos tecidos, nos papiros e nos pergaminhos. Assim,
apareceram no Egito, na Assíria, na Fenícia e na China os
primeiros esboços cartográficos. (JOLY, 2009, p. 25)

Outro importante instrumento de auxilio de localização é a bússola, muito usada


principalmente pela navegação. Com a expansão da navegação constrói-se uma rica
gama de novos mapas com a representação das terras “descobertas” e das novas rotas.
Hoje em dia é possível encontrar bússolas com agulhas eletrônicas,
possibilitando a conexão com outros aparelhos de bordo como o piloto automático,
assim como existem mapas digitais, a exemplo do Google Maps. A bússola manual, e os
mapas impressos foram durante séculos os principais instrumentos de localização e
orientação. Entretanto as necessidades humanas vão mudando e com isso vão surgindo
novas tecnologias na tentativa de supri-las.
Uma das dificuldades encontradas com os mapas não digitalizados era a
combinação de dados, eram necessários vários mapas do mesmo local com dados
distintos para se fazer uma análise, a sobreposição de muitos dados em um mesmo mapa
poderia dificultar a interpretação. Com o surgimento do computador e sequencialmente
da internet passou a se desenvolver programas de armazenamento de dados. O Sistema
de Informação Geográfica é um exemplo disso, “permitem realizar análises complexas,
ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados geo-referenciados.
Tornam ainda possível automatizar a produção de documentos cartográficos
(CAMARA e DAVIS, 2001, p. 01)”.
Antes mesmo do desenvolvimento dos computadores o Sistema de Informações
Geográficas já existia. Segundo Miranda (2005) os SIGs evoluíram a partir de
produções de mapas e da compilação de registros geográficos computacionais.
O primeiro exemplo de aplicação do Geoprocessamento surge fora do sistema
computacional, bem antes da criação do primeiro computador e da internet, em Londres
durante uma grave epidemia de cólera.

Famílias inteiras foram mortas e suas residências lacradas.


Desconhecia-se a forma de disseminação e contágio da doença.
No entanto, um médico, de nome Jonh Snow, realizou o
seguinte procedimento: sobre o mapa das ruas e residências da
cidade, marcou com “x” os poços de água e com “ponto” as
residências onde haviam ocorridos mortes como decorrência da
doença. Com estas duas classes de informações espacializadas
no mapa, o doutor John, realizando o que hoje é denominado de
análise espacial, verificou que havia muitos “pontos” (casos de
cólera) próximo a um “x” (poço) da “Broad Street”. Portanto,
decidiu lacrar o referido poço. Como conseqüência, constatou-se
a diminuição dos casos de cólera e evidenciou-se a associação
do cólera com a água. (THOMÉ, 1998, p.35)

A figura 01, representa a ilustração do que é considerado a primeira aplicação de


geoprocessamento fora do sistema computacional.
FIGURA 1

Fonte: THOMÉ (1998, p.36


As primeiras tentativas de armazenar dados de forma digital datam da década de
50, nos Estados Unidos, com o objetivo principal de economizar nos custos de produção
de mapas, para Camara e Davis (2001) essas tentativas ainda não podem ser
consideradas como um Sistema de informação.
Na década de 60, com o objetivo de se ter um banco de dados sobre as terras em
âmbito nacional cria-se no Canadá o CSIG (Canadá Geographic Information Systems),
que segundo Miranda (2005), é o pioneiro dos SIG. Contudo, o sistema informático
existente naquela época tornava o programa de difícil utilização, devido ao elevado
volume de processamento e o alto custo da mão-de-obra e dos equipamentos
excessivamente onerosos.
Deste modo a partir da década de 1970, houve a necessidade da manipulação das
informações geográficas, desta forma há a evolução do SIG com o aperfeiçoamento da
aerofotogrametria, do Sensoriamento Remoto e desenvolvimento da informática é
possível registrar e armazenar as informações geoespaciais.
Em 1982 com a vinda ao Brasil do Dr. Roger Tomilson, criador do primeiro SIG
(Canadion Geographical Information System), vários grupos passaram a desenvolver
SIGs no Brasil. De acordo com Moreira (2005) foi na década de 1980, que o
geoprocessamento teve início com os esforços do professor Jorge Xavier da Silva, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Segundo Moreira (2005) os principais Sistemas de Informação Geográfica do
Brasil foram: Saga (Sistema de Análise Ambiental) desenvolvida por um grupo de
pesquisadores da UFRJ; MaxiCAD desenvolvido por pesquisadores da Empresa de
Aerolevantamento Aero sul, em meados de 1980; Sagre (Sistema Automatizado de
Gerência da Rede Externa) criado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da
Telebrás em 1990; Sitim, SGI e Spring desenvolvidos pela Divisão de Processamento
de Imagem (DPI) criada pelo Inpe.
Os países desenvolvidos como os Estados Unidos e o Reino Unido lideraram as
pesquisas e o desenvolvimento da análise espacial. Os Estados Unidos, em especial,
criou em agosto de 1988 centro de pesquisa o NCGIA – National Center for
Geographical Information and Analysis, marcando o estabelecimento do
Geoprocessamento como disciplina científica independente.
Graças ao surgimento de dados geográficos que temos o desenvolvimento do
GPS que é uma ferramenta extremamente favorável para a localização de pontos
georreferenciados na superfície da Terra. No ano de 2001 surge o SRTM, sistema de
radar para ônibus espacial e o Portal de Sistemas e Observações da Terra, desta forma
de difunde para todos os públicos o Google Earth, criado pela multinacional Google,
que permite ter uma visão bi e tridimensional da paisagem, bem como localizar
fenômenos e objetos geográficos do planeta terra.

1.1 Sensoriamento Remoto


A história do Sensoriamento Remoto (SR) está associada à tentativa de obter
informações de fenômenos e objetos da superfície terrestre sem que haja contato direto
com eles. Estas informações por sua vez são aplicadas a diferentes áreas, inclusive para
a Geografia e no ensino de Geografia.
Mas para que se pudesse chegar a evolução das geotecnologias tal qual as
conhecemos hoje foi necessário percorrer um longo caminho de descobertas, adaptações
e avanços nas ciências e na tecnologia.
Para Divino Figueiredo (2005, p.3) o SR seria

Processo de captação de informações dos fenômenos e feições


terrestres, por meio de sensores, sem contato direto com os
mesmos, associado a metodologias e técnicas de
armazenamento,tratamento e análise destas informações.

A invenção da câmara fotográfica foi à propulsora do surgimento do SR, pois


teria sido o primeiro instrumento a ser utilizado para captar imagens através de
fotografias.
Principais eventos relacionados ao processo evolutivo do SR:

1672 Desenvolvimento da teoria da luz


1822 Utilização de uma câmara primitiva;
Niepa: geração da primeira imagem fotográfica fazendo uso de uma câmara
primitiva e papel quimicamente sensibilizado à luz
1839 Desenvolvimento de equipamentos ópticos; pesquisas de novas substâncias
fotosensíveis
1859 Utilização de câmaras fotográficas a bordo de balões
1903 Utilização de fotografias aéreas para fins cartográficos
1909 Tomadas de fotografias aéreas por aviões
Fonte: Figueiredo (2005 – Org. pelos autores.

Desde o surgimento da primeira câmera até a primeira impressão fotográfica foi


preciso percorrer um longo caminho, sendo que somente em 1822 se obteve as
primeiras imagens fotográficas sobre papel e em 1840, o inglês Willian Henry Talbot
criou o sistema negativo/positivo e que possibilitou obter várias cópias das fotografias.
Foi um enorme passo para a evolução do SR, porém surgia a necessidade de obter
imagens verticais que possibilitariam o estudo da ocupação do solo.
A necessidade é mesmo a mãe das invenções. Para que se pudesse obter as
imagens do alto seria preciso algo que sobrevoasse a superfície e a maneira encontrada
foi acoplar câmeras fotográficas mais leves com disparador automático no peito de
pombos. (FIGUEIREDO, 2005).
Passado algum tempo o homem despertado pelo desejo de criar meios para voar
criou os balões que se tornaram o novo mecanismo para obter as fotografias áreas.
Durante muito tempo esse foi o processo que permitiu a obtenção de imagens
áreas até que em 1905, surgiram os primeiros protótipos dos aviões. Conjuntamente,
evolução dos aviões e das câmeras fotográficas, contribuiu para consolidar o sistema
aerofotográfico. Com o passar dos anos, surgiu à fotografia colorida e o infravermelho.
(FIGUEIREDO, 2005).
É importante ressaltar que o surgimento das novas tecnologias esteve quase
sempre relacionado a questões militares, costuma-se até mesmo dizer que a necessidade
em tempos de guerra faz a tecnologia evoluir, assim como foi com o SR. A partir da
Primeira e Segunda Guerras Mundiais estes recursos passaram a ser utilizados com
maior freqüência e com finalidade militar.
Em 1946 com o início da Guerra Fria e da disputa pela hegemonia do
capitalismo x socialismo, houve uma nova fase de desenvolvimento da ciência e da
tecnologia impulsionada pelo Estados Unidos e União Soviética. Entre os avanços
ocorridos nos quase 50 anos de guerra podemos citar o computador, a internet, os
satélites e a ida do homem para a Lua.
A corrida armamentista e espacial impulsionou de forma bastante expressiva a
ciência e a tecnologia. Em 1957, a União Soviética lançou no espaço o primeiro foguete
levando o Sputnik (primeiro satélite artificial) que entrou em órbita transmitindo sinal
pelo espaço. Em 1958 foi criada a NASA (Agência espacial norte-americana)
responsável por grandes feitos espaciais. Nesse meio tempo a União Soviética mandava
o primeiro ser vivo para o espaço, em 1961 foi a vez de o homem orbitar o espaço,
assim como mandar para o espaço o primeiro satélite de comunicações transmitindo
sinais de rádio e TV e ligações telefônicas (REYNOL, 2002).
Neste mesmo período os americanos lançaram um satélite para fotografar o
território soviético e mais tarde já era possível obter imagens instantâneas na terra
coletadas 24 horas por dia. Juntamente com esses avanços foi surgindo o computador,
internet, GPS, sempre voltados para o conflito militar. Desta forma a Guerra Fria foi a
maior incentivadora das tecnologias de SR (REYNOL, 2002).
O estudo da superfície terrestre passou a contar cada vez mais com os avanços
ocorridos com o lançamento de satélites obtendo-se imagens com muita precisão.
Em 1973, a NASA lançou um importante programa de SR, EREP (Earth
Resources Experiment Package). Deste modo, foi possível coletar dados através de
diferentes sistemas sensores como câmeras fotográficas, um espectrômetro
infravermelho, um imegeador mulatiespectral com 13 canais, um radiômetro-
escaterômetro de microondas e um radiômetro na banda L (200 mm). Os satélites
LANDSAT E ERTS iniciaram a era dos satélites não-tripulados desenvolvidos
exclusivamente para coleta de dados sobre os recursos terrestres. (FIGUEIREDO,
2005).

1.2 Geoprocessamento
De acordo com Moreira (2005, p.256) o conceito de geoprocessamento pode ser
entendido como “a utilização de técnicas matemáticas computacionais para tratar dados
obtidos de objetos ou fenômenos geograficamente identificados ou extrair informações
desses objetos ou fenômenos, quando eles são observados por um sistema sensor”.
Com a evolução dos mapas e o surgimento dos mapas temáticos, o ser humano
se deparou com problemas relativos ao levantamento de dados e a falta de ferramentas
matemáticas para descrever quantitativamente as variações espaciais. As primeiras
formas de desenvolvimento da matemática para a análise espacial surgiram nos anos
1930 e 1940, mas foi somente a partir dos anos 1960 com os computadores que
surgiram as ferramentas necessárias para o mapeamento temático quantitativo e análises
espaciais (LOCH, 2006).
Para Moreira (2005), a criação de procedimentos computacionais para análise de
dados coletados por sistemas sensores surgiu por dois motivos: “agilizar as tarefas
manuais realizadas durante a interpretação visual (delimitação de áreas, confecção de
mapas, cálculo de área, etc.) e possibilitar ao analista introduzir outros tipos de
informações e cruzá-las com padrões espectrais” (p.255).
A ferramenta utilizada para realizar o geoprocessamento compõe um grupo
denominado Sistema de Informação Geográfica (SIG). De acordo com Loch (2006), os
SIGs tiveram seu desenvolvimento ligado aos interesses das companhias privadas nos
EUA e Canadá, que buscavam soluções para manusear e utilizar dados
georreferenciado. Ainda na academia, o desenvolvimento dessas ferramentas deu-se no
Laboratório de Comunicação Gráfica da Universidade de Harward, onde se desenvolveu
mapas de declividade com a ajuda de uma impressora programada para esse fim. Esse
programa se denominou SYMAP. Em 1970, Harward produziu o Odyssey, sistema que
processava polígonos e realizava operações de sobreposição destes. Esses são os
primeiros produtos a serem identificados com funções de um SIG.
Os SIGs desenvolvidos na década de 1970, não possuíam funções avançadas,
eles apenas permitiam a estocagem, algumas manipulações e a visualização de dados
espaciais sem mais informações complementares, ou seja, pouca interação
softaware/usuário (LOCH, 2006).
Segundo esse autor, nos anos 1980 os SIGs tiveram um significativo avanço
tanto pelo aumento de memória e capacidade de processamento dos computadores,
assim como, a popularização e a ênfase nas operações analíticas , pelos modelos
matemáticos com dados numéricos.
Mas foi na década de 1990 que o SIG foi impulsionado pelo crescimento
industrial e comercial, essa ferramenta passou a ser um “sistema de informação formado
por um conjunto de funções para a estocagem, criação manipulação e visualização de
uma variedade de dados espaciais representados por feições pontuais, lineares e zonais”
(LOCH, 2006, p.94), o que permitiu a realização de análises complexas ao integrar
dados de diversas fontes e criar bancos de dados georreferenciados.
Portanto, a evolução do geoprocessamento tanto a nível global e nacional
acompanhou o desenvolvimento das tecnologias de computação, sendo hoje uma
ferramenta fundamental para análise e interpretação de dados e a localização no espaço
geográfico de informações obtidas através de sensores.

2. QUAIS SÃO AS GEOTECNOLOGIAS


2.1 Cartografia
“A cartografia é definida pela associação cartográfica internacional, como um
conjunto de operações científica artística e técnicas, visando à elaboração e preparação
de cartas, projetos e outras formas de expressão”. (OLIVEIRA,1993 apud
ROCHA,2007, p. 21).
“O objeto da cartografia consiste em reunir e analisar dados das diversas regiões da
terra, e representar graficamente em escala reduzida, os elementos da configuração que
possam ser claramente visíveis” (ROSA, p.06, 2004 ).
2.1.1 Datum
Na Cartografia se imaginarmos a superfície física da Terra, em determinado
elipsóide de revolução fica definido “Datum Geodésico”, sendo o Datum com melhor
adaptação na rede geodésica fundamental brasileira SAD-69 (ROCHA, 2007).

2.1.2 Sistema de Coordenadas


Para representar os pontos sobre a superfície terrestre, é necessário um sistema
de coordenadas. A cartografia trabalha com os seguintes sistemas:
- Coordenadas Geodésicas;
- Coordenadas Cartesianas;
- Coordenadas Plano-Retangulares.

2.2 Sistema de Informação Geográfica (SIG)


As definições de Sistema de Informação Geográfica (SIG), segundo Burrough &
McDonnell (1998 apud ROCHA, 2007, p. 47), Geographical Information Systems –
GIS é um conjunto poderoso de ferramentas para coletar, armazenar, recuperar,
transformar e visualizar dados sobre o mundo real para o objeto.
No Brasil temos autores como Câmara & Medeiros (1998 apud ROCHA, 2007,
p. 47) que definem o SIG como capacidade de inserir e integrar em uma única base de
dados, informações espaciais provenientes de dados cartográficos, assim como dados
censitários, cadastros rurais e urbanos, imagens de satélites entre outros. Portanto,
podemos dizer que SIG são sistemas de computador usados para capturar, armazenar,
gerenciar, analisar informações geográficas, possibilitando complexas análises espaciais
com integração de diversas fontes e grande volume de dados.
São encontradas distintas maneiras de se utilizar um SIG: como ferramenta de
produção de mapas, geração e visualização de dados espaciais, suporte para análise
espacial de fenômenos, banco de dados geográficos. Os dados utilizados em um SIG
podem ser divididos em dois grupos: dados gráficos, espaciais ou geográficos, estes que
descrevem as características geográficas da superfície e dados não gráficos
alfanumérico ou descritivos, que descrevem os atributos destas características (ROCHA,
2007, p. 55).
Segundo Rocha (2007), no que se refere aos dados espaciais, podemos
representá-los em duas formas distintas, em forma Vetorial onde os mapas são
compostos por pontos, linhas e polígonos, ou formato Matricial ou Raster, neste formato
se tem uma matriz de células que estão associadas a valores que permitem reconhecer o
objeto em forma de imagem digital (figura 2).
FIGURA 2: Estrutura Matricial e Vetorial

Fonte: ROCHA, 2007.

2.2.1 Componentes de um SIG


O SIG compreende quatro elementos básicos Hardware, Software, Dados e
Profissionais.
a) Hardware: qualquer tipo de plataforma computacional, incluindo
computadores pessoais; b) Software: desenvolvido e constituído para realizar as mais
variadas funções; c) Dados: fundamental para coleta, armazenamento e manipulação.
São necessários grandes volumes para solucionar problemas geográficos; d)
Profissional: elemento principal sem profissional preparado, dificilmente o projeto terá
sucesso.

2.3 Sistemas de Posicionamento Global (GPS)


Este sistema consiste em 29 satélites divididas em 6 órbitas, sendo assim em
qualquer parte do globo terrestre que estiver pelo menos quatro satélites podem ser
observados, muito utilizado pela comunidade civil (ROCHA, p. 149, 2007).
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é dividido em três entidades:
Segmento espacial, Segmento de Controle e Segmento dos Usuários.
Seguimento espacial é constituído pelos satélites, e para Silva (1995) devem
manter escala de tempo precisa, para assim atender aos objetivos, receber e estocar
informações, efetuar alguns cálculos e retransmitir informações.
O Seguimento de Controle é constituído por cinco grupos de estações terrestres
que registram os sinais GPS, efetuam medidas metrológicas e envia os dados. (ROCHA,
p. 151, 2007).
Seguimento dos Usuários compreende o conjunto de usuários civis e militares do
sistema GPS. (ROCHA, p 152,2007)

2.4 Sensoriamentos Remoto


O Sensoriamento Remoto pode ser definido como uma aplicação de dispositivos
que colocados em aeronaves ou até mesmo satélites, permitem a obtenção de
informações de objetos ou fenômenos na superfície da Terra sem que se tenha contato
com ele. (ROCHA, p. 115, 2007).
Para Novo (1999 apud ROCHA, 2007), o SR pode ser definido como aquisição
de informação de um objeto a partir de medidas feitas por um sensor que não está em
contato físico com ele.
Com esta tecnologia, a maior contribuição dada pelo SR, foram as primeiras
imagens orbitais do Planeta Terra. (ROCHA, p. 115, 2007).
Os sensores utilizados funcionam como uma câmera fotográfica, capturando
assim outras bandas como a do infravermelho ao qual é muito importante para os
estudos das vegetações.

FIGURA 3 - Componentes de um Sistema de Sensoriamento Remoto

Fonte: Adaptada de Schmidlin (1998).


FIGURA 4 - Espectro Eletromagnético

Fonte: Adaptada de Schmidlin (1998).

2.5 Geoprocessamento
O Geoprocessamento pode ser definido segundo Rodrigues (1993 apud Rocha,
1990) como um conjunto de técnicas de coleta, tratamento, manipulação e apresentação
de informação voltada para um objetivo.
A principal ferramenta do Geoprocessamento é o Sistema de Informação
Geográfica (SIG), mas para que o SIG cumpra seu objetivo em Geoprocessamento, é
primeiramente necessário, que se faça um levantamento de dados preliminares em
órgãos como IBGE, Prefeitura, entre outros.
O geoprocessamento é utilizado por todas as outras geotecnologias já
mencionadas anteriormente.

3. GEOTECNOLOGIAS NA SALA DE AULA: APRENDENDO


GEOGRAFIA ATRAVÉS DE GEOTECNOLOGIAS
A tecnologia é levada pelos alunos à escola em seus celulares, notebook etc.
Cabe ao professor ter conhecimento suficiente para dinamizar suas aulas, torná-las mais
interessantes.
É preciso então, encarar o trabalho de professor como algo dinâmico, sem
limites para criar e inovar, até mesmo porque é uma profissão privilegiada pela
autonomia do criar, do conhecer e do aprender. Para isso é preciso planejamento, como
LUCKESI (2005, p.164) esclarece “o planejar implica conhecer para ordenar e entregar-
se a um desejo para dar-lhe a vida”.
Por ser o trabalho algo continuado em nossas vidas, o professor precisa estar
munido de ferramentas para que este trabalho seja produzido de forma rentável
educacionalmente.
Segue abaixo os conteúdos a ser utilizados para tais ferramentas e onde eles
podem ser utilizados pelo professor em suas aulas:

CONTEÚDOS
• Cartografia;
• SIG (sistemas de informações geográficas;
• Geoprocessamento ;
• Sim City e Sim Farm;
• Spring;
• Quantum Gis;
• Saga.

OBJETIVO GERAL
Inserir na escola uma Geografia prática.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Despertar no aluno o interesse pelas práticas geográficas;
• Construir um banco de dados geográficos com os alunos para fins de pesquisa na
escola;
• Auxiliar através de geotecnologias a compreensão da disciplina de Geografia
• Trazer melhorias e praticidade nas aulas o professor.

METODOLOGIA
A fundamentação teórica de como o homem começou a interessar-se pela
superfície terrestre e quais foram os primeiros meios de estudo utilizados pelo homem
para a observação e registro de informações, é muito importante para que o aluno
consiga montar uma ordem cronológica dos fatos, compreendendo assim mais
facilmente o conteúdo. Apresentar aos professores cartas topográficas, fotos aéreas ou
de satélites, e então à medida que o geoprocessamento for tornando-se algo mais
familiar, começar a apresentação dos softwares e programas de manuseio dos mapas,
demonstrar as diferentes ferramentas e utilidades das mesmas na formação de um banco
de dados sobre conteúdos da disciplina.

3.1 Aplicabilidades de geotecnologias de acordo com os conteúdos


6º ano:
• A localização na superfície terrestre (fuso horários).
• Elementos de um mapa;
• Fotos aéreas
• Técnicas cartográficas: Representação da Terra.
• Os climas;
• Paisagens urbanas e rurais.

7º ano:
• Fusos horários e escalas;
• Mapas, gráficos e tabelas sobre população;
• Mapas topográficos de ocupação;
• Representação de dados quantitativos
• Imagens de satélite

8º ano:
• Tipos de legenda;
• Perfis hipsométricos;
• Sobreposição de mapas (comparativos de tabelas);

9º ano:
• Sensoriamento remoto;
• GPS
• Análise de fotografias

COMO UTILIZAR A GEOTECNOLOGIA NO CONTEÚDO PROGAMÁTICO

• Trabalhar com o auxilio da monitora da sala de informática;


• Turma dividida em grupos pequenos;
• Mostrar o objetivo a ser alcançado, passo a passo;

SUGESTÕES PARA O ESTUDO


• Montar oficinas de Geografia na escola para a aplicação de geotecnologias;
• Projetos de estudo (feiras, desafios, construção de banco de dados, etc).
• O professor montar seu banco de dados, aprender a lidar com as geotecnologias
através do tutorial e assim facilitar a apresentação de um mapa regional por
exemplo em suas aulas no dia- a-dia.

Referências Bibliográficas

BOLFE, E.L. Educação em geotecnologias: realidade e desafios. In: Anais - II


Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto, 2004, Aracaju/SE,
2004. Disponível em <http://www.cpatc.embrapa.br/labgeo/srgsr2/pdfs/palestra4.pdf>.
Acesso dia 25 de Agosto de 2011.

CÂMARA, G; DAVIS, C. Introdução: Por que Geoprocessamento. In: Introdução à


Ciência da Geoinformação. Edição e Org. Câmara, G; Davis, C; Monteiro, A, M, V.
2001. Disponível em < http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/ > Acessado em
25/08/2011

FERREIRA, N. C. Apostila de Sistema de Informações Geográficas. Goiânia: Centro


Federal de Educação Tecnológica, 2006. Disponível em
<http://www.geolab.faed.udesc.br/sites_disciplinas/geoprocessamento_aplicado_ao_pla
nejamento/docs/apostila_sig%5B1%5D.pdf>. Acesso dia 25 de Agosto de 2011.

FIGUEIREDO, D. Conceitos Básicos de Sensoriamento Remoto. Disponível em


<http://www.conab.gov.br/conabweb/download/SIGABRASIL/manuais/conceitos_sm.p
df> Acesso em 23/08/2011>

JOLY, F. A Cartografia. Tradução Tânia Pellegrini. 12 ed. Campinas: Ed. Papirus,


2009.

LINS, M.P.E; FERREIRA FILHO,V.J.M.. Sistemas de Informações Geográficas e


Modelagem em Pesquisa Operacional. COPE,2002 . Disponível em
<http://producao.tripod.com/edicao1/rprogis.html>. Acesso dia 25 de Agosto de 2011.

LOCH, R..E.N. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados


espaciais. Florianópolis: ed. Da UFSC, 2006.

LUCKESI,Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e


proposições.17 ed.São Paulo:Cortez,2005.

MATOS, J. Fundamentos de Informação geográfica. Lisboa – Porto. Ed.5. 2008.

MIRANDA, J.I. Fundamentos de Sistemas de Informações Geográficas. Brasília, D:


Embrapa Informação Tecnológica, 2005, p.19-27

MOREIRA, M. A. Satélites e história do Sensoriamento Remoto. Disponível em


<http://www.dgi.inpe.br/usr/eusisser-6/Apostilas/capitulo3.pdf> Acesso em 23/08/2011.
MOREIRA, M.A. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e metodologias de
aplicação. 3.ed. Viçosa - MG: ed. UFV, 2005.

PESSOA JR. O. Modelo casual dos primórdios da ciência do Magnetismo. São


Paulo, v.8, n.2, p.195-212, 2010. Disponível em
<http://www.scielo.br/pdf/ss/v8n2/a02v8n2.pdf> Acessado em 25/08/2011

REYNOL, Fábio. Guerra fria promoveu a corrida tecnológica. Disponível em


http://www.comciencia.br/reportagens/guerra/guerra07.htm Acessado em 02/09/2011.

ROCHA, Cézar Henrique Barra. Geoprocessamento: tecnologia transdisciplinar –


Juiz de Fora, MG: 3ª Ed. Do Autor, ver. E atual, 2007.

ROSA, Roberto. Cartografia Básica. Universidade Federal de Uberlândia – Instituto


de Geografia – Laboratório de Geoprocessamento. Fevereiro de 2004.

THOMÉ, R. Interoperabilidade em Geoprocessamento: Conversão Entre Modelos


Conceituais De Sistemas De Informação Geográfica E Comparação Com C Padrão
Open Gis. 1998. Tese de Mestrado – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – São
José dos Campos, 1998. Disponível em <http://www.dpi.inpe.br/teses/thome/>
Acessado em 25/08/2011

Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil,


30 de abril a 05 de maio de 2011, INPE p.3394 Geotecnologias aplicadas ao ensino de
Geografia: Um estudo de caso na cidade de Barreiras-BA. Disponível em
<http://www.dsr.inpe.br/sbsr2011/files/p1221.pdf>. Acessado em 21/08/2011

Você também pode gostar