Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOGRAFIA

DISCIPLINA: MONOGRAFIA I

ACADÊMICO: MURILO FARIAS DE COUTO

MAPEAMENTO DA COBERTURA E USO DA TERRA DO MUNICÍPIO DE


IMBITUBA (SC) ENTRE 1980 E 2010, USANDO IMAGENS LANDSAT.

1
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................3

2. OBJETIVOS..................................................................................................5

3. REVISÃO DA LITERATURA........................................................................6

4. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS …...............................................15

5. BIBLIOGRAFIA...........................................................................................16

2
1. INTRODUÇÃO

Este projeto de pesquisa desenvolvido na disciplina de TCC projeto,


pertencente ao curso de Geografia (Bacharel) da Universidade Federal de Santa
Catarina, tem como objetivo a produção de um projeto de pesquisa científica. Esse
esboço é o primeiro passo para a elaboração da monografia, para aquisição do título
de bacharel e também como um dos primeiros contatos com a produção acadêmica.

A humanidade conheceu avanços impressionantes de ordem técnica,


científica e informacional logo após a Segunda Guerra Mundial, culminando em uma
nova fase da história do homem na Terra. O avanço da informática com o
desenvolvimento de computadores potentes conjugado com o lançamento dos
satélites espaciais durante a Guerra Fria, propiciou ao homem e a geografia uma
nova forma de enxergar o mundo, tanto do ponto de vista espacial como do ponto de
vista político, econômico e social.

Concomitante com os avanços tecnológicos (computadores, satélites, etc) os


espaços sofrem transformações na cobertura e uso da terra, devido aos processos
físicos e humanos que (re) modelam a superfície terrestre ao longo da história. No
caso do município de Imbituba (SC) essa lógica não é diferente, embora os ritmos e
a escala de transformação para cada espaço seja distinto, esse passa por
transformações constantes tomando formas e funções condizentes com a atual
divisão territorial do trabalho.

Na tentativa de entender melhor os fenômenos espaciais, o uso dessas


técnicas faz-se necessário devido as rápidas transformações ocorridas nos espaços,
em períodos de tempo cada vez menores. Vivemos num mundo globalizado onde
as grandes corporações decidem os ritmos dos homens, porém não absolutamente
da natureza. Nessa perspectiva o sensoriamento remoto através da grande
quantidade de dados gerados, fornece imagens de satélites pertinentes para o
planejamento, monitoramento e gestão do território.

3
ÁREA DE ESTUDO

O município de Imbituba localiza-se no litoral Sul do estado de Santa


Catarina, distante aproximadamente 90 km da capital Florianópolis, estando entre as
coordenadas 28º 14' 24'' S e 48º 40' 13'' W. Imbituba (SC) tem como limites os
municípios de Laguna ao Sul, Imaruí ao Oeste, Garopaba e Paulo Lopes ao Norte e
o Oceano Atlântico ao Leste. Possui área de 184,787 km² e uma população de 40.
100 habitantes. (IBGE, 2010)

Figura 1: Localização do município de Imbituba no litoral Sul de Santa Catarina. Fonte: CIASC,2009

4
Figura 2: Municípios limítrofes de Imbituba. Fonte: CIASC,2009.

2. OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:

- Identificar e mapear a cobertura e uso da terra no município de Imbituba


(SC).

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Analisar, quantificar e comparar as principais transformações que


ocorreram na cobertura e uso da terra no município de Imbituba (SC), no período
compreendido entre o ano de 1980 à 2010.

 Identificar os fatores sociais, econômicos e ambientais que incidiram


decisivamente para a transformações espaciais.

 Verificar a eficiência do programa IDRISI na análise espacial em


questão.

5
3. REVISÃO DA LITERATURA

O homem sempre teve vontade de conhecer a superfície da Terra por


“completo”, buscando encontrar objetos e entender como funciona a dinâmica da
Terra, porém isso só foi possível com o avanço científico decorrentes do pós Idade
Média. No caso, das tecnologias espacias ou geotecnologias, seu desenvolvimento
foi concebido de maneira lenta, passo a passo, pois sua história está diretamente
ligada aos conhecimentos da luz (espectro eletromagnético), fotografia, balões e
aviões. Ou seja, o aperfeiçoamento dessa arte ou ciência deu-se paralelamente com
ao desenvolvimento de diferentes campos do conhecimento.
O pós Segunda Guerra Mundial (1938- 1945) conheceu um avanço
significativo no desenvolvimento dos satélites orbitais. A acirrada corrida
armamentista entre Estados Unidos e União Soviética fez com essa tecnologia fosse
aperfeiçoada para fins militares. Estes permitiam a espionagem de espaços
estratégicos, que interessam a tais países que tinham o domínio tecnológico Em
1957, a URSS lançava o seu primeiro satélite artificial o SPUTNIK-1, no ano
seguinte os EUA puseram em orbita o satélite Explorer-1. O Brasil lançou o seu
primeiro satélite em 1993, chamado de Satélite Brasileiro de Coleta de Dados.
(SCD-1), evidenciando o relativo atraso brasileiro com relação a vanguarda
tecnológica.
O sensoriamento remoto é definido como a técnica que consiste na aquisição
de dados por um sensor, de um determinado objeto que está a uma certa distância
desde sensor, ou seja, pode-se obter informação com relação a um determinado
fenômeno sem entrar em contato direto com o mesmo. Essa técnica permite a
análise da superfície terrestre e tem diferentes aplicações entre elas: o estudo do
espaço urbano, mapeamento de águas costeiras, estimativa de safras agrícolas,
identificação de queimadas e desmatamentos.
Aliado ao sensoriamento remoto, o geoprocessamento constitui uma
tecnologia importante para a análise espacial, sendo definido como “ o conjunto de
tecnologias destinadas a coleta e tratamento de informações espaciais, assim como
o desenvolvimento de novos sistemas e aplicações, com diferentes níveis de
sofisticação” ( Brito, 1996, pag. 7). O geoprocessamento engloba áreas como a
cartografia, processamento digital de imagens e sistemas de informação geográfica.

6
Torna-se importante tratarmos aqui dos princípios físicos que governam o
funcionamento do sensoriamento remoto. Em 1672, o então cientista Isaac Newton
descobriu que um raio luminoso (luz branca) atravessando um prisma produzia um
feixe de luz colorido, chamado de espectro de cores. Chegou-se a conclusão que a
luz branca era a síntese das demais luzes que formam o espectro eletromagnético.

O desdobramento dessa descoberta rendeu outra descoberta, onde verificou-


se que cada cor representada no espectro eletromagnético correspondia a uma
temperatura diferente. O vermelho por exemplo quando incidia sobre um objeto
aquecia mais do que a cor violeta. Dando continuidade as pesquisas, descobriu-se
que havia outros tipos de radiações, mas não era perceptível ao olho humano, como
a radiação ultravioleta e a infravermelha. Os cientistas também provaram que a onda
de luz era uma onda eletromagnética.

Quando se referimos as ondas eletromagnéticas estamos falando em


radiações eletromagnéticas, essas tem um papel importantíssimo no sensoriamento
remoto, pois captam as informações inerentes as feições terrestres, como também
levam até os satélites orbitais. Podemos definir a radiação eletromagnética como
sendo a “uma propagação de energia, por meio de variação temporal dos campos
elétrico e magnético, da onda portadora.” (Figueiredo, 2005, pág.5)

A discriminação dos materiais pelo sensoriamento remoto é feita pelo registro


da energia eletromagnética, em forma de imagens. Essa energia emitida ou refletida
pelos alvos é captada através de sensores. Os materiais (alvos) seja eles naturais
ou artificiais, com temperatura superior a zero absoluto emitem, refletem, transmitem
ou absorvem supletivamente radiação eletromagnética. O funcionamento dessa
técnica requer dois elementos mínimos, uma fonte geradora de energia
eletromagnética ( sol, radar, etc) e um sensor capaz de capturar a energia
eletromagnética emitida pelos alvos terrestres.

O espectro eletromagnético é a “ completa faixa de comprimentos de onda e


de frequência da energia eletromagnética, variando desde a radiação gama até as
ondas de rádio.”

7
A luz visível compreende apenas uma pequena faixa do espectro
eletromagnético, variando entre 0,4 mm ao 0,7 mm, correspondendo ao intervalo no
qual o olho humano tem sensibilidade. O sol emite radiação no intervalo de 0,28 mm
a 4 micrômetros, sendo chamado de espectro solar. O mais surpreendente é que o
intervalo de luz captado pelo olho humano, encontra-se dentro do espectro solar,
todavia o ser humano seria incapaz de distinguir qualquer objeto.

O comportamento espectral dos alvos, também chamado de assinatura


espectral está diretamente relacionado ao processo de interação entre a energia
eletromagnética emitida pelo sol com os alvos (feições) terrestres. O processo de
absorção da radiação depende das características estruturais e moleculares de cada
alvo, podendo absorver maior ou menor quantidade de energia eletromagnética.
Quando uma parte da energia é absorvida pelo alvo em uma determinada faixa do
espectro, essas faixas são denominadas de bandas de absorção. A radiação
emitida pelo sol é chamada de irradiância e a radiação emitida pela superfície
terrestre é chamada de radiância.

A radiação incidente sobre a superfície terrestre interage de forma singular


com cada tipo alvo. Essa singularidade está diretamente determinada pela
composição físico-químicas de cada alvo ou feição. (Figueiredo, pág. 7). Esses
fatores fazem com que cada alvo tenha sua própria assinatura espectral, ou seja,
cada alvo reflete ou absorve a energia eletromagnética diferenciada conforme a
banda do espectro eletromagnético. Outros fatores também que influenciam no
8
processo de interação dos alvos, podemos citar a densidade, posição relativa das
feições em relação ao ângulo de incidência solar e a geometria de imageamento.

Os sistemas de sensores instalados nos satélites orbitais captam a diferença


de radiância emitida pelos alvos, registrando essas diferenças em imagens. Tanto a
energia emitida pelo sol (irradiância) como a energia refletida pela superfície
terrestre (radiância), encontram dificuldades ao transpor os elementos da atmosfera.
Ou seja, durante a trajetória de “vinda” ou de “volta”, a radiação eletromagnética
sofre constantes influências das condições atmosféricas. As áreas nubladas, por
exemplo, tornam-se um empecilho, pois não são imageadas pela luz solar.

IMAGEM DIGITAL

“A imagem digital (ou imagem discreta) é constituída por um arranjo de


elementos (dígitos) sob a forma de malha ou grade regular. As unidades ou células
desta grade têm sua localização definida por um sistema de coordenadas “x” e y “,
respectivamente por colunas e linhas, respectivamente.” (IBGE, 2000, PÁG.16)

TIPOS DE SENSORES
Os sensores são equipamentos capazes de captar a energia eletromagnética
proveniente dos alvos da superfície terrestre, transformando-a em sinal digital para
confecção de imagens de satélites. Esses podem ser classificados conforme a fonte
original de energia:
Ativos: são aqueles sensores que emitem radiação própria, não dependendo
de fontes externas de energia. Os radares são exemplos de sensores que emitem
radiação própria, tendo com vantagem o imageamento em qualquer condição
atmosférica, como no caso de enormes massas de ar sobre a superfície terrestre.
Passivos: são aqueles sensores que dependem de fontes externas de energia
para operar, nesse caso o Sol é a principal fonte de energia. Os sensores LADSAT,
SPOT, CBERS, IKONOS são exemplos de sensores passivos, que imageiam o
Planeta Terra.

9
RESOLUÇÕES DE IMAGENS
Os sensores são projetados para fornecer dados da superfície terrestre com
determinado grau de detalhe espacial. Quanto maior a resolução espacial maior
capacidade o sensor têm de identificar menores alvos. Esse tipo de resolução pode
se definida como a habilidade do sensor individualizar objetos próximos.
O parâmetro mais usual para resolução espacial é o tamanho do pixel,
entendendo-se que apenas objetos maiores que a área do pixel podem ser
identificados, embora outros fatores também contribuam para identificação do
objeto como refletância e o contraste. A escolha da imagem adequada é primordial
para obtenção de bons resultados, por isso torna-se importante conhecer a
resolução espacial dos sensores.
Os materiais que compõe a superfície terrestre têm diferentes respostas
espectrais, respondendo de maneira singular em cada faixa do espectro
eletromagnético. Um aspecto importante é que alguns materiais podem ter respostas
espectrais semelhantes em um determinado faixa do espectro, porém em outros
intervalos podem apresentar respostas totalmente diferentes. Quanto maior o
número de faixas eletromagnéticas que o sensor atua, maior será sua capacidade
discriminatória.
Resumindo, a resolução espectral tem haver com o número e a largura dos
canais, sendo definida como a “ habilidade de separar coisas espectralmente
semelhantes.” (IBGE, 2001, PÁG. 19)
Dentro de um determinado intervalo numérico estão representados os níveis
de cinzas do pixel, sendo representados por números inteiros. A resolução
radiométrica está diretamente relacionada com o intervalo dos valores mínimos e
máximos dos níveis de cinza. Quanto maior a capacidade de armazenar níveis de
cinza em uma imagem, maior será a resolução radiométrica. Exemplificando: para
armazenar 64 níveis de cinza são necessários 6 bits, enquanto para armazenar 128
níveis de cinza são necessários 7 bits. Esse tipo de resolução está estritamente
vinculada ao tamanho do arquivo.
A resolução temporal de um sensor também chamada de periodicidade ou
repetitividade, refere-se a frequência com que o sensor imageia uma determinada
área. O satélite americano LANDSAT-TM tem resolução temporal de 16 dias,
enquanto o satélite francês SPOT tem resolução espacial de 26 dias.

10
COMPORTAMENTO ESPECTRAL DOS ALVOS
Considerando a paisagem como o resultado da dinâmica dos grupos sociais e
da natureza sobre a superfície terrestre, torna-se importante conhecer as
características espectrais dos diferentes alvos que recobrem a Terra, para
reconhecer o padrão de comportamento espectral de cada um. Para melhor
organização da discussão dividimos as principais categorias em vegetação, solos,
rochas, águas e áreas urbanas.
Vegetação
A cobertura vegetal engloba as formações antrópicas, correspondendo aos
alvos como: cultura agrícola, pastagem e vegetação em estágio secundário, já as
formações naturais correspondentes as áreas que mantêm as características
originais (solo, vegetação, regime hídrico e relevo). Entre todos os elementos
constituintes da vegetação, a folha destaca-se no processo de interação com a
energia eletromagnética devido as características referentes a composição química,
morfologia e estrutura interna.
Rochas
Apresentam-se em termos amplos dois grupos de rochas distintos em relação
ao comportamento espectral. De um lado estão as rochas félsicas, ricas em sílica
(quartzo –feldspáticas), tendo por característica refletir grande parte da energia
eletromagnética. Do outro lado, apresenta-se as rochas máficas, ricas em magnésio
e ferro, caracterizada por sua tonalidade escura e pela baixa refletância. As rochas
com minerais opacos (magnetita) podem diminuir consideravelmente a refletância
das rochas quarto-fedspáticas. Em relação as rochas sedimentares essas
apresentam alta refletância e apresentam bandas de absorção mais definidas do
que as argilas.
Solos
Venturini (2007), aponta que “ o comportamento espectral do solo é afetado
por diversos fatores dentre os quais se destacam: a cor do solo, o tipo do solo
(latossolo, litossolo, podzólico), o teor de matéria orgânica nele presente, o teor de
ferro, a composição mineralógica do solo (presença ou ausência de minerais
escuros), o teor de umidade, e a sua textura (distribuição de tamanho das partículas
presentes no solo, ou proporção de argila, silte e areia).”

11
Água
O comportamento espectral da água varia conforme seu estado físico: líquido,
sólido e gasoso. No estado líquido a água apresenta baixa refletância, sendo
explicado pela concentração de materiais em suspensão e dissolvidos na água e
pela profundidade do corpo d’água. Em forma de nuvens, a água apresenta
altíssima refletância, já na forma de neve possui alta refletância na faixa do
infravermelho próximo.
Áreas urbanas
Essas áreas apresentam grande heterogeneidade interna, devido aos
diferentes equipamentos e funções urbanas existentes, desempenhando papel
decisivo para o pleno funcionamento da cidade e reprodução da sociedade. Em
relação ao espectro eletromagnético essas áreas apresentam um gradual aumento
da refletância do visível para o infravermelho próximo. Vale destacar nas áreas
urbanas a alta refletância do concreto sobre o asfalto, explicado pela composição
físico-química de cada um.

A figura abaixo ilustra os diferentes comportamentos espectrais dos alvos em


relação as bandas do visível e infravermelho.

http://www.google.com.br/imgres?q=comportamento+espectral&um=1&hl=pt-
BR&sa=N&biw=1366&bih=667&tbm=isch&tbnid=ApzcOIeM2HOAWM:&imgrefurl=http://
blog.educacional.com.br/blog_do_enem/2011/11/16/a-prova-de-fisica-de-2011/
12
&docid=4oTEUP685yM-SM&imgurl=http://blog.educacional.com.br/blog_do_enem/files/
enem20111.jpg&w=407&h=350&ei=EPJsT8L9NYjgtgf38eCBg&zoom=1&iact=hc&vpx=952&vpy=145&
dur=292&hovh=208&hovw=242&tx=122&ty=149&sig=117161544457336120536&page=1&tbnh=126
&tbnw=146&start=0&ndsp=18&ved=1t:429,r:4,s:0

LEVANTAMENTO DA COBERTURA E USO DA TERRA

O mapeamento da cobertura e uso da terra une duas geografias separadas


por marcos teóricos metodológicas distintos, devido a capacidade de mapear e
identificar fenômenos tanto de ordem física quanto de ordem humana, refazendo
pensar a própria história do pensamento geográfico e os métodos que orientaram a
ciência geográfica ao longo da Idade Contemporânea. Se um enorme muro de Ber-
lim separa a Geografia Crítica da Geografia Física, as geotecnologias tratam de que-
brar a dicotomia entre sociedade e natureza.
Entende-se por levantamento o conjunto de operações necessárias à elabora-
ção de uma pesquisa temática que pode ser sintetizada através de mapas. O Levan-
tamento do Uso e da Cobertura da Terra indica a distribuição geográfica da tipologia
de uso, identificada através de padrões homogêneos da cobertura terrestre. (IBGE,
2006, PÁG. 20) O levantamento compreende trabalho de campo e gabinete, dando
ênfase a compreensão e análise das observações da paisagem, inerentes aos pa-
drões da cobertura e uso da terra.
Embora o termo cobertura e uso da terra apresentam-se como uma só
categoria de análise é necessário a definição conceitual de cada termo para melhor
compreensão da categoria no contexto físico, social e econômico. Segundo a FAO
(1976) , a Terra é definida como “ segmento da superfície do globo terrestre definido
no espaço e reconhecido em função de características e propriedades
compreendidas pelos atributos da biosfera, que sejam razoavelmente estáveis ou
ciclicamente previsíveis, incluindo aquelas da atmosfera, solo, substrato, geológico,
hidrologia e resultado da atividade do homem.” ( IBGE, 2006)

O termo uso da terra está geralmente vinculado as “ atividades conduzidas


pelo homem relacionadas a uma extensão de terra ou a um ecossistema”. Pode-se
defini-la também como sendo uma “série de operações desenvolvidas pelos
homens, com a intenção de obter produtos e benefícios, através do uso dos
recursos da terra, ou seja, a atividade do homem que se acha diretamente
relacionada a terra.” ( IBGE, 2006, PÁG 35)
13
A cobertura da terra, conceito esse pertinente a esse trabalho, pode ser defi-
nida como sendo “ os elementos da natureza como a vegetação (natural e plantada),
água, gelo, rocha nua, areia e superfícies similares, além das construções artificiais
criadas pelo homem, que recobrem a superfície da terra” (IBGE, 2006, PÁG. 35)

Podemos enunciar que são quatro os princípios básicos que orientam o levan-
tamento da cobertura e uso da terra, segundo o IBGE (2006):
Escala de mapeamento: Trata-se da escolha da escala cartográfica, que de-
penderá dos objetivos do trabalho, sendo definida como a razão matemática entre
os objetivos reais (realidade) no terreno e os objetos projetados no papel (mapa, car-
ta). Porém quando nos referimos a escala, não devemos nos limitar apenas a escala
cartográfica, expressa em número ou em gráfico, todavia enfatizar a importância da
escala geográfica, sendo entendida como a estratégia de apreensão da realidade,
tanto dimensional como fenomenal, sendo materializada em diferentes níveis: local,
regional, nacional, etc.
Natureza da informação básica: diz respeito a aquisição da informação neces-
sária para elaboração da pesquisa, sendo obtida por diferentes métodos/meios. Tra-
tando-se desse trabalho, os sensores remotos tem um papel ímpar na aquisição de
dados espaciais, sendo uma excelente ferramenta para obtenção de dados da su-
perfície terrestre, visto a quantidade e qualidade dos sensores atuais. As fotografias
aéreas também constituem uma possibilidade ampla de obtenção de informações
atualizadas do espaço, todavia o Brasil não tem tradição em fazer levantamentos aé-
reos contínuos, comparado aos países europeus como: Alemanha e França.
Unidade de mapeamento e a definição da menor área ser mapeada: constitui
uma importante ferramenta conceitual, compreendendo os padrões (classes) da co-
bertura e uso da terra distribuídos no espaço, que mantêm razoável homogeneidade
interna e características espectrais divergentes da vizinhança. Embora as classes
apresentem um padrão espacial específico que as distingue das demais classes, há
sempre heterogeneidade dentro da própria classe. Os padrões espacias podem ser
organizados por apenas um tipo de revestimento e uso da terra, como por exemplo
uma extensão plantação de soja ou cana-de-açúcar, ou por uma combinação de cul-
tivos agrícolas (mandioca, melancia, aipim) formando uma classe específica.
Nomenclatura: A informação referente a nomenclatura precisa ser objetiva e
clara, por isso a necessidade de construir uma nomenclatura que garanta facilidade

14
de compreensão, sem confusões ou dúvidas indesejadas. Para isso a elaboração de
da nomenclatura exige critérios específicos e conhecimento técnico da superfície ter-
restre. Indicamos a nomenclatura do IBGE (2006) onde divide o Planeta Terra em
dois grandes compartimentos terra e água, subdividindo esses em corpos d'água
continentais e costeiros, no caso da água, e em áreas antrópicas e naturais no caso
terrestre. Essa classificação subdividi-se em categorias menores, conforme grau de
complexidade.

PROCESSOS METODOLÓGICOS

Os processos metodológicos em quase sua totalidade baseiam-se no Manual de


Cobertura e Uso da Terra do IBGE (2006).

 Levantamento das bibliografias específica e geralmente.

 Reconhecendo da área de estudo, no caso o município de Imbituba (SC),


através de saídas de campo

 Seleção e consulta de mapas de cobertura e uso da terra, geomorfologia e


geologia.

 Seleção e compatibilização de dados da carta topográfica com a escala de


trabalho.

 Seleção de dados de satélite; e

 Coleção de documentação auxiliar com informações estatísticas de utilização


da terra, inventário de fotos aéreas e imagens de satélites complementares.

BIBLIOGRAFIA

15
FITZ, Paulo Roberto. Geoprocessamento sem compilação. 1 ed., São Paulo: Oficina
de Textos, 2008.

IBGE, Introdução ao Processamento Digital de Imagens. Manual técnico em


geociênciais, Rio de Janeiro, n. 9, 2001.

IBGE. Manual Técnico de Uso da Terra. 2. ed., Rio de Janeiro: IBGE, 2006.

MARTINS, Manoel de Oliveira. Imbituba, história e desenvolvimento. 2. ed.


Criciúma: Ribeiro, 1978

NEU, Márcia Fernandes Rosa. Porto de Imbituba: de armação baleeira à porto


carbonífero. Tubarão: UNISUL, 2003.

16
17
18

Você também pode gostar