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PORTUGUÊS PARA CONCURSOS

| Prof. Eli Castro


OS: 0088/11/18-Gil

CONCURSO:

ASSUNTO: QUESTÕES DE CONCURSOS

 ASSUNTO: INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (COMPREENSÃO)

01. (CESPE - Auditor de Contas Públicas (TCE-PB)/Demais Áreas/2018)

Texto

A cada instante, a quantidade de informações disponíveis para processamento pelo cérebro é formidável: todo o campo
visual, todos os estímulos auditivos e olfativos, toda a informação relativa à posição do corpo e ao seu estado de
funcionamento.
Esses estímulos precisam ser processados em conjunto, de modo que o cérebro possa montar uma imagem coerente do
indivíduo e de seu ambiente. Isso sem contar os processos de evocação de memórias, planejamento para o futuro e
imaginação. Você realmente esperava processar todos os estímulos a cada momento e ainda formar registros duradouros de
todos eles?
O que faz com que a memória se torne seletiva não é o mundo atual, informatizado, rápido e denso em informações. Ela o é
por definição, já que sua porta de entrada é um funil poderoso: a atenção, que concentra todo o poder operacional do
cérebro sobre uma coisa só, aquela que for julgada a mais importante no momento.
Suzana Herculano-Houzel. Por que guardar segredo é difícil? E
outras curiosidades da neurociência do cotidiano. São Paulo:
Amazon. Ed. Kindle, loc. 107 (com adaptações).

No texto, ao utilizar a expressão “Isso sem contar”, a autora sugere que “os processos de evocação de memórias,
planejamento para o futuro e imaginação” fazem parte do conjunto de

a) ações cerebrais cujo funcionamento depende do processamento conjunto de estímulos externos.


b) processos necessários à construção de registros duradouros dos estímulos recebidos pelo cérebro a cada momento.
c) dados necessários para que o cérebro construa uma imagem do indivíduo e do ambiente que o cerca.
d) atividades internas desempenhadas pelo cérebro, ao mesmo tempo que este recebe estímulos externos.
e) estímulos advindos do cérebro de um indivíduo, imprescindíveis para a formação de novas memórias.

02. (CESPE - 2016 - PC-GO - Conhecimentos Básicos )

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De acordo com o texto CB1A1AAA,

a) poder de polícia refere-se à faculdade de que dispõe a administração pública para tornar efetiva e fazer obedecida cada
restrição de direitos e liberdades individuais, em consonância com o bem-estar social.
b) a autoridade administrativa, sob a invocação do poder de polícia, poderá anular as liberdades públicas ou aniquilar os
direitos fundamentais do indivíduo previstos na Constituição Federal de 1988.
c) o fato de a Constituição, as leis e outros atos normativos conferirem aos cidadãos os direitos à liberdade e à
propriedade pressupõe a existência de direito público subjetivo absoluto no Estado moderno, desde que seja respeitada
a boa ordem da sociedade civil.
d) o mecanismo denominado como poder de polícia, usado pela administração pública para deter os abusos no exercício
do direito individual, é restrito à atuação da administração no âmbito federal.
e) o denominado jus politiae que o príncipe detinha na Idade Média equivale, nos dias atuais, ao poder de polícia
conferido à administração pública.

03. (CESPE - 2016 - TCE-PR - Conhecimentos Básicos)

Texto CB1A1AAA

O processo de investigação e combate à corrupção que o Brasil experimenta hoje tem sido acompanhado da circulação de
toda sorte de discursos sobre o tema, elaborados por diversos agentes sociais que disputam a atenção e o convencimento
dos participantes da esfera pública. A maior parte desses discursos não está preocupada em refletir sobre as causas e as
consequências da corrupção, mas sim em apresentar uma série de afirmações fortes sobre seu combate.
O nosso debate público parece marcado por um excesso de certezas e muito poucas dúvidas sobre a corrupção, exatamente
o oposto da situação imperante no campo dos estudos acadêmicos sobre esse assunto. Dizem especialistas em corrupção
que a pesquisa sobre o tema é muito recente e ainda não produziu resultados conclusivos. Não há receitas prontas para
combater a corrupção nos diversos países; tampouco há uma definição clara sobre que tipo de ação se deve considerar
corrupção.
Para ficar apenas em um exemplo, o conceito de corrupção como abuso da função pública para obter fins privados tem sido
questionado, com a proposta de que o termo “corrupção” passe a incluir práticas que não se refiram ao Estado e não
envolvam funcionários públicos — por exemplo, práticas consideradas lícitas que buscam influenciar o mercado, como
o lobby, e o financiamento de campanha. Alguns autores questionam se a legalização dessas práticas não produziu uma
situação na qual interesses econômicos terminam simplesmente reconhecidos pelas leis, em uma verdadeira legalização de
práticas antes consideradas corruptas por permitirem a influência privada sobre os agentes públicos.
Além disso, o suposto sucesso de receitas de boa governança contra a corrupção, hoje indicadas por organizações
internacionais como o Banco Mundial, tem sido relativizado por análises qualitativas que apontam para a necessidade de se
conhecer cada contexto social antes de se pensar nas medidas anticorrupção e estratégias destinadas a implementá-las.

José Rodrigo Rodriguez. Contra o fanatismo textualista: corrupção,


jeitinho brasileiro e estado de direito. In: Novos Estudos CEBRAP,
edição 104, mar./2016, p. 61-2 (com adaptações).

No que se refere às ideias expressas no texto CB1A1AAA, assinale a opção correta.

a) O campo dos estudos acadêmicos sobre a corrupção é caracterizado por questionamentos, dado o fato de a
investigação sobre o tema ser muito recente e ainda não ter trazido resultados conclusivos à discussão, contrapondo-se
ao debate público sobre a corrupção.
b) A pesquisa qualitativa sobre o tema da corrupção tem desprezado receitas prontas de combate a esse mal, ressaltando
que o caminho para vencê-lo não se deve basear na simples replicação de uma ideia que logrou resultados positivos,
mas na observação atenta da realidade sociopolítica de cada lugar.
c) A legalização de práticas como o lobby e o financiamento privado de campanhas eleitorais é a causa da corrupção
velada, que se caracteriza por ser uma situação em que interesses econômicos privados exercem influência sobre os
agentes públicos.
d) O questionamento do conceito amplo de corrupção levou à proposta de que existem duas modalidades de corrupção: a
corrupção que é praticada por agentes do Estado e a que não se refere ao Estado, tampouco envolve agentes públicos.
e) Discursos sobre a corrupção surgiram e se disseminaram a partir do atual processo de combate à corrupção, sendo
veiculados por agentes sociais que, por meio de afirmações contundentes sobre como combater esse mal, buscam, na
realidade, a atenção da opinião pública e o seu convencimento.

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04. (CESPE - 2016 - TCE-PR - Analista de Controle - Comunicação Social)

A respeito das ideias do texto precedente, assinale a opção correta.

a) Infere-se do texto que, para sua autora, a formalidade, uma das qualidades do texto jurídico, diz respeito ao emprego
de ordem direta da frase, que conduz o leitor mais facilmente à essência da mensagem.
b) A fala “Nada deve ser mais claro e acessível do que uma decisão judicial bem fundamentada” (l. 13 a 15) indica a
necessidade de se evitarem expressões e clichês do jargão técnico burocrático e as formas arcaizantes de construção
das frases, assim como o coloquialismo e a gíria, de modo que o texto do magistrado seja claro e conciso.
c) Ellen Gracie critica a inclinação dos operadores do direito para o rebuscamento, que se verifica no nível lexical — que é
o plano da escolha das palavras, no nível sintático, o da combinação entre as palavras e os demais constituintes do
período — e no nível semântico, o do significado, já que é a partir dessas escolhas e combinações que se constroem os
sentidos textuais.
d) Com a fala “Que o enfrentamento das questões de mérito não seja obstaculizado por bizantino formalismo” (l. 5 e 6), a
ministra indica que os operadores do direito devem primar pelo uso do padrão culto da língua portuguesa, evitando
linguagem simplificada, que pode ser mal interpretada pelos seus pares.
e) Conclui-se da oração “Que a sentença seja compreensível a quem apresentou a demanda e se enderece às partes em
litígio” (l. 7 a 9) que o operador do direito deve endereçar ao juízo texto jurídico bem escrito, com o emprego de
latinismos, que são conhecidos pelos magistrados e proporcionam mais fluidez e precisão textual.

05. (CESPE - 2016 - PC-PE - Conhecimentos Gerais )

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De acordo com o texto CG1A01AAA,

a) poucas são as modalidades de crime que podem ser tipificadas como crime organizado.
b) nem sempre o que o senso comum supõe ser crime organizado é de fato crime organizado.
c) há registros da associação de pessoas para o cometimento de crimes desde a Antiguidade.
d) as primeiras organizações criminosas estruturavam-se de modo totalmente impreciso e amador, em comparação com
as organizações criminosas da atualidade.
e) o conceito da expressão crime organizado foi distorcido porque a imprensa passou a empregá-la para tratar de
qualquer crime que envolva entorpecentes.

06. (CESPE - 2016 - PC-PE - Conhecimentos Gerais)

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O Pacto pela Vida é caracterizado no texto CG1A01BBB como uma política exitosa porque

a) teve como objetivos a redução da criminalidade e o controle da violência no estado de Pernambuco.


b) tratou a questão da violência como um problema social complexo e inaugurou uma estratégia de contenção desse
problema compatível com sua complexidade.
c) definiu, no estado de Pernambuco, um novo paradigma de segurança pública, embasado em uma rede de ações de
combate e de repressão à violência.
d) foi fruto de um plano acertado que elegeu a área da segurança pública como prioridade
e) resultou em uma redução visível no número de crimes contra a vida no estado de Pernambuco.

07. (CESPE - 2016 - TRE-PI - Analista Judiciário - Taquigrafia)

Texto

Gerenciar a reputação online não é luxo ou moda, mas essencial, sobretudo em um cenário em que pessoas e
eleitores utilizam cada vez mais ferramentas de redes sociais como principal fonte de informação, sendo influenciadas pelo
que percebem, muitas vezes sem critérios para aferirem a veracidade ou a idoneidade da informação recebida, que pode ser
falsa ou maliciosa.
O candidato a um cargo político engana-se ao acreditar que uma equipe de marketing é suficiente para lidar com
essas questões. Gerenciar reputação é, antes de tudo, ciência da informação e atuação de um corpo interdisciplinar. É
escutar, extrair insights e demandas desse grande volume de dados, arquitetar essa informação. É realizar adequadamente a
resposta, buscar a conversão do usuário e ir construindo uma imagem e uma presença confiante, que se dá sem milagres,
mas com relacionamento. É também avaliar implicações jurídicas das manifestações sobre o candidato nas redes sociais.

José Antonio Milagre. Reputação online de candidatos e


as eleições 2016: estratégia eleitoral na Internet. Internet:<http://josemilagre.jusbrasil.com.br> (com adaptações).

Conforme o texto Reputação online de candidatos e as eleições 2016:..., entre outros aspectos, gerenciar reputação
consiste em

a) cooptar o público que atua nas redes sociais nas vésperas das eleições
b) escutar o usuário de informação digital e buscar sua conversão.
c) tornar-se mais atencioso e mais receptivo e aumentar as taxas de respostas às vésperas do pleito.
d) avaliar a relação interpessoal entre o usuário das redes sociais e o candidato.
e) arquitetar um modo de prender a atenção do possível eleitor durante os debates políticos.

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08. (CESPE - 2016 - TRE-PI - Analista Judiciário - Taquigrafia)

Texto

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No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto Das tábuas da lei à tela do computador:..., assinale a
opção correta.

a) Em “e exige formas particulares de manipulação” (l.26), há elipse do termo esse suporte — contido em “desse novo
suporte” (l.24) —, o qual funciona como sujeito da forma verbal “exige”.
b) A caracterização do código produzido pela escrita, no meio digital, como “não transferível automaticamente para outros
contextos” (l. 30 e 31) permite que esse código seja caracterizado também como não transferível para outros contextos.
c) No trecho “os que podem comprar livros são os mesmos que dispõem de recursos econômicos para adquirir e renovar
seus computadores pessoais (PCs)” (l. 2 a 4), a forma verbal “são” estabelece uma relação de comparação entre os
termos por ela ligados.
d) Na linha 4, o termo “O livro” refere-se a uma entidade específica, conhecida do leitor, pois recupera, por meio de
repetição, o significado do termo “O livro” que inicia o texto.
e) Dado o emprego da forma verbal “passaram” (l.11), infere-se que houve um momento em que “telas, teclados
e mouses” não constituíam “o novo”.

09. (CESPE - 2016 - TRE-PI - Analista Judiciário - Taquigrafia)

Texto

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Assinale a opção correta em relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto Escrita e sociedade.

a) No período “Isto é uma verdade (...) da União Europeia” (l. 1 a 4), o autor vale-se de um dado estatístico — um fato,
portanto — para dar sustentação à sua opinião.
b) O período “Neste nosso tempo (...) vida de uma pessoa” (l. 10 a 14) tem uma constituição homogênea e se baseia em
opiniões que são convertidas em fatos pelo autor do texto.
c) A escolha da oração “se é que já foi um paraíso” (l. 9 e 10) e o emprego dos vocábulos “deplorável” e “injustiça”, ambos
na linha 16, sinalizam um propósito comunicativo de manter-se distante do texto, conferindo-lhe objetividade e
impessoalidade.
d) Do emprego da expressão “os linguistas modernos” (l. 30 e 31) pode-se inferir que o autor do texto não se considera um
linguista moderno.
e) A posição dos linguistas modernos frente a língua falada versus língua escrita encontra justificativa no fato de que os
seres humanos nasceram para falar e não para escrever.

10. (CESPE - 2016 - TRE-PI - Analista Judiciário - Taquigrafia)

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O texto O papel da tecnologia da informação na gestão do conhecimento apresenta uma exemplificação no trecho

a) “nas instituições e nos mercados” (l. 6 e 7).


b) “a informação e o conhecimento” (l.9).
c) “para aumentar a produção e melhorar a qualidade dos produtos” (l. 18 e 19).
d) “com os mercados, com clientes e até com competidores” (l.20).
e) “o mundo, as organizações e as pessoas” (l. 1 e 2).

11. (CESPE - 2016 - TRE-PI - Analista Judiciário - Taquigrafia)

De acordo com o texto A crítica da razão indolente:...,

a) a nova racionalidade científica desenvolveu-se ao longo de três séculos.


b) a principal característica da nova racionalidade científica consiste na ruptura com os paradigmas precedentes.
c) o conhecimento científico baseia-se no senso comum e em estudos humanísticos.
d) a nova racionalidade científica é um modelo global, que se aplica às ciências naturais e sociais.
e) todas as formas de conhecimento que não se pautam pela nova racionalidade científica são irracionais

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12. (CESPE - Auditor Estadual (TCM-BA)/Controle Externo/2018) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito,
mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”,
“revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma
linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia, que assumira
o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a uma a garantia da
outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e
decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X,
assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão
moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir uma legalidade cívica, é infringir uma
legalidade “natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.
Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente
aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é
perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao
contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica, infinitamente
suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, sim, racional.
Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por assim dizer, numa correspondência numérica
entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação
de um desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os acontecimentos, que a tradição
materialista sistematizou sob o nome de totalidade.

Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL,
2007, p. 135-6 (com adaptações).

Com relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

a) Infere-se do texto que seu autor considera a greve um crime moral, um delito contra a natureza do mundo e da
sociedade.
b) Argumenta-se, no texto, em favor de uma lógica natural que explique a articulação das tensões sociais que a greve
manifesta.
c) Conclui-se do texto que a intolerância com relação à greve advém da ignorância da complexidade de seus efeitos sobre
os membros de uma sociedade.
d) De acordo com o texto, a percepção do senso comum sobre a burguesia é a de que esta é uma classe social cujos
membros são caracterizados pelo comportamento tirânico e dominador.
e) Infere-se do texto que é inadequada a aplicação do pensamento racional à compreensão das relações sociais.

13. (CESPE - Auditor Estadual (TCM-BA)/Controle Externo/2018 ) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Após meses de sofrimento e solidão chega o correio:

esta corrente veio da Venezuela escrita por Salomão Fuais


para correr mundo
faça vinte e quatro cópias e mande a amigos em lugares
distantes: antes de nove dias terá surpresa, graças a Santo Antônio.
Tem vinte e quatro cópias, mas não tem amigos distantes,
José Edouard, Exército venezuelano, esqueceu de distribuir
cópias, perdeu o emprego.
Lupin Gobery incendiou cópia, casa pegou fogo,
metade da família morreu.

Mandar então a amigos em lugares próximos.


Também não tem amigos em lugares próximos.

Fecha a casa.
Deitado na cama, espera surpresa.

Rubem Fonseca. Corrente. In: Contos reunidos. São Paulo: Cia. das Letras, 1994, p. 324.

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A respeito dos aspectos estruturais e linguísticos do texto, assinale a opção correta.

a) Nos trechos “chega o correio”, “Fecha a casa” e “espera surpresa”, os elementos “correio”, “casa” e “surpresa” exercem
a mesma função sintática.
b) A mensagem da corrente apresenta-se em forma de citação no interior do conto, da linha 2 à linha 11.
c) Nas linhas 12 e 13, é apresentada a conclusão da mensagem da corrente.
d) O texto desenvolve-se, predominantemente, com base em relações de causa e consequência.
e) Na corrente predomina o uso de construções passivas para caracterizar os infortúnios decorrentes do descumprimento
da mensagem.

14. CESPE - Agente (TCE-PB)/Documentação/2018

Texto

O medo do esquecimento obcecou as sociedades europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua inquietação,
elas fixaram, por meio da escrita, os traços do passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos vivos e todos os textos que
não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o tecido, o pergaminho e o papel forneceram os suportes nos quais podia ser
inscrita a memória dos tempos e dos homens.
No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca, na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais simples, a
escrita teve como missão conjurar contra a fatalidade da perda. Em um mundo no qual as escritas podiam ser apagadas, os
manuscritos podiam ser perdidos e os livros estavam sempre ameaçados de destruição, a tarefa não era fácil.
Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro perigo: o de uma incontrolável proliferação textual de um discurso
sem ordem nem limites.
O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi considerado um
perigo tão grande quanto seu contrário. Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim como o esquecimento
também o é para a memória. Nem todos os escritos foram destinados a se tornar arquivos cuja proteção os defenderia da
imprevisibilidade da história. Alguns foram traçados sobre suportes que permitiam escrever, apagar e depois escrever de
novo.
Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura
(séculos XI-XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo:
UNESP, 2007, p. 9-10 (com adaptações).

Infere-se do texto que a escrita é uma

a) tecnologia ambígua, pois é capaz de, ao mesmo tempo, preservar informações úteis e contribuir para a disseminação de
textos inúteis.
b) atividade que transforma escritos em arquivos, garantindo, assim, a integridade das informações frente às inconstâncias
da história.
c) invenção da primeira fase da modernidade, voltada a manter vivas as memórias sociais e culturais.
d) forma de evitar o desaparecimento de informações importantes que não deveriam ser esquecidas ou perdidas.
e) manifestação efêmera, que podia ser registrada, depois apagada e, mais tarde, recuperada pela reescrita.

 ASSUNTO: PONTUAÇÃO (PONTO, VÍRGULA, TRAVESSÃO, ASPAS, PARÊNTESES ETC)

15. (CESPE - Auditor de Contas Públicas (TCE-PB)/Demais Áreas/2018)

Texto
A história é uma disciplina definida por sua capacidade de lembrar. Poucos se lembram, porém, de como ela é capaz de
esquecer. Há também(b) quem caracterize a história como uma ciência da mudança no tempo, e quase ninguém aponta sua
genuína capacidade de reiteração.
A história brasileira não escapa dessas ambiguidades fundamentais: ela é feita do encadeamento de eventos que se
acumulam e evocam alterações substanciais, mas também anda repleta de lacunas, invisibilidades e esquecimentos. Além
disso, se ao longo do tempo(c) se destacam as alterações cumulativas de fatos e ocorrências, não é difícil notar, também, a
presença de problemas estruturais que permanecem como que inalterados e assim se repetem, vergonhosamente, na nossa
história nacional.

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Nessa lista(d) seria possível mencionar os racismos, o feminicídio, a corrupção, a homofobia e o patrimonialismo. Mas
destaco aqui um tema que, de alguma maneira, dá conta de todos os demais: a nossa tremenda e contínua desigualdade
social.
Desigualdade não é uma contingência nem um acidente qualquer, tampouco uma decorrência natural e mutável de
um processo(e) que não nos diz respeito. Ela é consequência de nossas escolhas — sociais, educacionais, políticas, culturais e
institucionais —, que têm resultado em uma clara e crescente concentração dos benefícios públicos nas mãos de poucos. (...)
Quando se trata de enfrentar a desigualdade, não há saída fácil ou receita de bolo. Prefiro apostar nos alertas(a) que nós
mesmos somos capazes de identificar.

Lilia Moritz Schwarcz. Desigualdade é teimosia. Internet:


<www.nexojornal .com.br> (com adaptações).

A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso se inserisse uma vírgula logo após

a) “alertas”.
b) “também”.
c) “tempo”.
d) “lista”.
e) “processo”.

16. (CESPE - Escrivão de Polícia (PC MA)/2018)

Texto 1A1AAA

O ano de 2017 foi o mais seguro da história da aviação comercial, de acordo com a organização holandesa Aviation Safety
Network (ASN). Foram dez acidentes — nenhum deles envolvendo linhas comerciais regulares —, com 79 mortos, 44 entre
passageiros e tripulantes e outras 35 pessoas que estavam em terra.
Em 2016, foram registrados 16 acidentes, com 303 vítimas fatais, e o último episódio, com um avião de passageiros de
maiores proporções: a queda do Avro RJ85, operado pela empresa LaMia, próximo de Medellín, na Colômbia. O desastre,
que completou um ano no último dia 28 de novembro, matou 71 pessoas, em sua maior parte atletas do time brasileiro da
Chapecoense.
“Desde 1997 a média de acidentes tem caído de forma contínua e persistente”, disse o presidente da ASN, destacando os
esforços da Organização Internacional da Aviação Civil e da Fundação de Segurança no Voo para melhorar os padrões de
segurança da indústria de aviação.

BBC. 2017, o ano mais seguro da história da aviação. Internet: <www.bbc.com> (com adaptações).

A pontuação empregada no texto 1A1AAA permaneceria correta se,

I. no primeiro parágrafo, o segundo travessão fosse eliminado.


II. fosse inserida vírgula logo após “2017”.
III. fosse inserida vírgula logo após ‘1997’.
IV. a vírgula logo após ‘persistente’ fosse eliminada.

Assinale a opção correta.

a) Nenhum item está certo.


b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas o item IV está certo.
d) Apenas os itens I e II estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

17. (CESPE - Auditor Estadual (TCM-BA)/Controle Externo/2018) A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito, mas
também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”,
“revoltante”a, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma
linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia, que assumira

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o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a uma a garantia da
outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e
decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos Xb,
assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão
moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir uma legalidade cívica, é infringir uma
legalidade “natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.
Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente aqueles
a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é perturbada;
o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao contrário do que se
poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica, infinitamente suscetível, da
causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, simc, racional. Simplesmente, trata-se
de uma racionalidade linear, estreita, fundadad, por assim dizer, numa correspondência numérica entre as causas e os
efeitos. O que falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de um
desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os acontecimentose, que a tradição materialista
sistematizou sob o nome de totalidade.

Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL,
2007, p. 135-6 (com adaptações).

Sem prejuízo para a correção gramatical e para as informações veiculadas no texto, poderia ser suprimida a vírgula
empregada imediatamente após

a) ‘revoltante’.
b) “Carlos X”.
c) “sim”.
d) “fundada”.
e) “acontecimentos”.

18. (CESPE - Administrador (IFF)/2018)

Texto
Xaveco, mulato, brevilíneo de canelas arqueadas, revela imediatamente a sua classe de grande artilheiro: tem fôlego, tem
velocidade, tem cada tiro direito ou canhoto — tanto faz — que arranca aplausos frenéticos da torcida. Outra grande figura
em campo é o goleiro dos visitantes. E o jogo vai indo muito bem, bola para lá e para cá, passe, cabeçada, chutea gol, gol —
não, gol não, passou por cima da trave. O couro vai para Bira, Bira perde para um galalau amarelo dos “estrangeiros”, o
galalau perde para Zico, Zico passa para Lucas, que perde para o capitão dos visitantes, um louro de gorro de meia. Aí Xaveco
interfere na raça, toma a bola, o louro tranca, Xaveco dá-lhe uma carga, o louro acha ruim, revida, o juiz apita, os dois se
agarram e por trás chega Bira, que é gordo e violento, e larga um pontapé no terço inferior da coluna vertebral do louro.
Fecha-se o tempo, o juiz apita, a assistência pula a cerca e invade o campo, o pau começa a comer, mormente nas costas dos
forasteiros, o juiz retira-se e se encosta à cerca, aguardando aparentemente que os ânimos serenem. O jogo recomeça.
O time local perde terreno, o galalau passa a marcar Xaveco, que não dá mais uma dentro. E o diabo do louro tornou-se
proprietário do balão, marca um gol de saída, depois o seu “secretário”, um crioulinho ligeiro que é uma faísca, marca o
segundo tento; e aí Xaveco, desesperado (talvez dentro da área penal), atira uma canelada terrível no galalau, derruba-o,
avança no crioulo, larga-lhe o salto da chuteira por cima do dedão, o crioulo grita, o louro acode, Xaveco já completamente
louco lhe dá um tapa na cara, o juiz apita, uns gritam foul, outros gritam penalty, e um engraçado diz que foi só hands, já que
Xaveco apenas meteu a mão na lata do loureba.
O juiz continua apitando, parece que vai mesmo marcar o penalty. E um torcedor local puxa o revólver, dizendo que
aquele penalty só se for passando por cima de algum cadáver. O juiz nessa altura se declara cheio com a partida e larga o
apito ali mesmo. Um paredro fala que ele será expulso do quadro de árbitros e o juiz dá troco, quadro de árbitros uma ova!
Mas um dos bandeirinhas voluntários logo se apossa do apito, passa a dirigir o pessoal com surpreendente autoridade e,
quando se vê, o jogo começa outra vez. Vai macio, vai de valsa, é um minueto, até que, consultados os cronômetros, verifica-
se que acabou o primeiro half time.

Rachel de Queiroz O amistoso Internet: <www releituras com> (com adaptações)

Assinale a opção correta acerca do emprego de vírgulas no texto.


a) A vírgula empregada logo após “visitantes” pode ser substituída por travessão, sem prejuízo para a correção gramatical
e para o sentido do texto.

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b) Caso fosse suprimida a vírgula empregada logo após “comer”, seriam preservados a correção gramatical e o sentido do
texto.
c) Caso a vírgula empregada após “hands” fosse omitida, seria preservada a correção gramatical, mas haveria prejuízo ao
sentido do texto.
d) A vírgula empregada logo após “revólver” poderia ser substituída por ponto e vírgula sem prejuízo para a correção
gramatical e para o sentido do texto.
e) As vírgulas que isolam o trecho “consultados os cronômetros” são de uso facultativo.

19. (CESPE - Médico Legista (PCie PE)/2016)

Texto CG1A1AAA

Em julho de 1955, Bertrand Russell e Albert Einstein lançaram um inusitado apelo aos povos do mundo, pedindo-lhes que
“pusessem de lado” seus fortes sentimentos a respeito de uma série de questões e se vissem “exclusivamente como
membros de uma espécie biológica que traz consigo uma história extraordinária e cujo desaparecimento ninguém pode
desejar”. O dilema com que se defronta o mundo é “claro, aterrador e incontornável: poremos fim à espécie humana ou a
humanidade renunciará à guerra?”
O mundo não renunciou à guerra. Muito pelo contrário. Hoje, a potência mundial hegemônica se dá o direito de fazer a
guerra ao seu arbítrio, segundo uma doutrina de “autodefesa antecipada” sem limites conhecidos. Com uma postura
essencialmente farisaica, os Estados Unidos da América (EUA) são implacáveis na imposição do direito internacional e de
tratados e regras da ordem mundial aos outros países, mas rejeitam-nos como irrelevantes quando se trata de si mesmos —
uma prática antiga, levada a limites inauditos pelos governos de Reagan e Bush II.

Noam Chomsky. Estados fracassados: o abuso do poder e o ataque à democracia. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009 (com adaptações).

No texto CG1A1AAA, o sinal de dois-pontos empregado logo após ‘incontornável’ introduz


a) uma expressão que o autor desejou realçar.
b) uma enumeração.
c) uma citação.
d) um esclarecimento acerca do que foi enunciado anteriormente no período.
e) uma exemplificação.

20. (CESPE - Agente (TCE-PB)/Documentação/2018)

Texto
O medo do esquecimento obcecou as sociedades europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua inquietação,
elas fixaram, por meio da escrita, os traços do passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos vivos e todos os textos que
não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o tecido, o pergaminho e o papel forneceram os suportes nos quais podia ser
inscrita a memória dos tempos e dos homens.
No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca, na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais simples, a
escrita teve como missão(d) conjurar contra a fatalidade da perda. Em um mundo no qual as escritas podiam ser apagadas, os
manuscritos podiam ser perdidos e os livros estavam sempre ameaçados de destruição, a tarefa não era fácil.
Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro perigo: o de uma incontrolável proliferação textual de um discurso
sem ordem nem limites.
O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis(e) e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi considerado um
perigo tão grande(a) quanto seu contrário. Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim como(b) o esquecimento
também o é para a memória. Nem todos os escritos foram destinados a se tornar arquivos(c) cuja proteção os defenderia da
imprevisibilidade da história. Alguns foram traçados sobre suportes que permitiam escrever, apagar e depois escrever de
novo.
Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura
(séculos XI-XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo:
UNESP, 2007, p. 9-10 (com adaptações).

Seria mantida a correção gramatical do texto, embora com alteração do sentido original, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra

a) “grande”.
b) “como”.

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c) “arquivos”.
d) “missão”.
e) “inúteis”.

21. (CESPE - Assistente de Aluno (IFF)/2018)

Texto
Exatos 35 anos antes de o presidente Fernando Henrique Cardoso sancionar a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), em 1996, João Goulart, então recém-alçado à presidência do país sob o arranjo do parlamentarismo,
promulgou a primeira LDB brasileira. A assinatura de Goulart saiu estampada no Diário Oficial da União em 21/12/1961, mais
de treze anos após a apresentação do primeiro projeto da lei educacional ao parlamento brasileiro.
Nesse longo intervalo entre a apresentação do anteprojeto enviado à Câmara dos Deputados em outubro de 1948 pelo então
ministro da Educação, Clemente Mariani, e sua aprovação, nove diferentes cidadãos sentaram-se na cadeira de presidente da
República. A história dessa longa tramitação revela facetas e tensões não só da educação nacional, mas do Brasil como um
todo.

Internet: <www revistaeducacao com br> (com adaptações)

No texto, a vírgula poderia ser omitida, sem acarretar incorreção, logo após

a) “(LDB)”.
b) “João Goulart”.
c) “21/12/1961”.
d) “aprovação”.
e) “nacional”.

22. (CESPE - Técnico Judiciário (TRE PE)/Administrativa/2017)

Texto CG3A1AAA

A moralidade, que deve ser uma característica do conjunto de indivíduos da sociedade, deve caracterizar de modo mais
intenso ainda aqueles que exercem funções administrativas e de gestão pública ou privada. Com relação a essa ideia, vale
destacar que o alcance da moralidade vincula-se a princípios ou normas de conduta, aos padrões de comportamento
geralmente reconhecidos, pelos quais são julgados os atos dos membros de determinada coletividade. Disso é possível
deduzir que os membros de uma corporação profissional — no caso, funcionários e servidores da administração pública —
também devem ser submetidos ao julgamento ético-moral. A administração pública deve pautar-se nos princípios
constitucionais que a regem. É necessário, ainda, que tais princípios estejam pública e legalmente disponíveis ao
conhecimento de todos os cidadãos, para que estes possam respeitá-los e vivenciá-los. Nesse contexto, destacam-se os
princípios constitucionais tidos como base da função pública e que, sem dúvida, constituem pilares de sustentabilidade da
função gestora.
O Estado constitui uma esfera ético-política caracterizada pela união de partes que lhe conferem a característica de um
organismo vivo, composto pela participação dos cidadãos e de todos aqueles que se abrigam em sua circunscrição
constitucional e legal, ou seja, se abrigam sob a égide de uma Constituição.
A ética e a cidadania não se desvinculam da questão dos princípios da ação do Estado e da moralidade administrativa, uma
vez que, por mais alargados que pareçam os direitos e as esferas individuais — as quais parecem ser extremamente flexíveis
nos atuais contextos —, urge que sejam regulamentadas as vinculações estreitas que existem entre esferas individuais e
esferas coletivas, pressupondo-se, assim, níveis de avanço no campo do progresso moral da sociedade.

Z. A. L. Rodriguez. Ética na gestão pública. Curitiba: InterSaberes, 2016, p. 130-1 (com adaptações).

A correção gramatical do texto CG3A1AAA seria mantida caso

a) fosse suprimida a vírgula empregada imediatamente após o travessão em vermelho.


b) fosse inserida uma vírgula imediatamente após “gestão”
c) fosse suprimida a vírgula empregada logo após “dúvida”.
d) fossem suprimidas as vírgulas que isolam o conectivo “ou seja”.
e) fosse empregada vírgula imediatamente após o travessão na linha 5.

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23. (CESPE - Técnico Judiciário (TRE TO)/Administrativa/2017)

A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Somente em um sistema de democracia indireta ou representativa existem partidos políticos. A democracia indireta ou
representativa, segundo Kelsen, é aquela em que a função legislativa é exercida por um parlamento eleito pelo povo, e as
funções administrativa e judiciária são exercidas por funcionários igualmente escolhidos por um eleitorado. Dessa forma, um
governo é representativo quando os seus funcionários, durante a ocupação do poder, refletem a vontade do eleitorado e são
responsáveis para com este.
Como o sistema de democracia representativa procurava representar uma unidade, os partidos políticos foram vistos com
maus olhos em um primeiro momento. Em seu início, não tinham sequer o respaldo da Constituição.
Kelsen explica que os partidos políticos surgiram porque, em uma democracia parlamentar, o indivíduo isolado tem pouca
influência sobre a criação dos órgãos legislativos e executivos. Assim, para obter influência, ele tem de se associar a outros
que compartilhem as suas opiniões políticas. Para o autor, o partido político é um veículo essencial para a formação da
vontade pública em uma democracia parlamentar.
Ana Cláudia Santano. Os partidos políticos. Internet: <www.egov.ufsc.br> (com adaptações).

No que diz respeito à pontuação, assinale a opção que apresenta proposta de reescrita que mantém a correção do
segundo parágrafo do texto.

a) Como o sistema de democracia representativa procurava representar uma unidade, os partidos políticos foram vistos
com maus olhos em um primeiro momento, em seu início, os partidos políticos não tinham sequer o respaldo da
Constituição.
b) Como o sistema de democracia representativa procurava representar uma unidade, os partidos políticos foram vistos
com maus olhos em um primeiro momento; em seu início, os partidos políticos não tinham sequer o respaldo da
Constituição.
c) Como o sistema de democracia representativa procurava representar uma unidade, os partidos políticos foram vistos
com maus olhos em um primeiro momento. Em seu início, os partidos políticos não tinham sequer, o respaldo da
Constituição.
d) Como o sistema de democracia representativa, procurava representar uma unidade, os partidos políticos foram vistos
com maus olhos em um primeiro momento. Em seu início, os partidos políticos não tinham sequer o respaldo da
Constituição.
e) Como o sistema de democracia representativa procurava representar uma unidade os partidos políticos foram vistos
com maus olhos em um primeiro momento. Em seu início, os partidos políticos não tinham sequer o respaldo da
Constituição.

24. (CESPE - Técnico Judiciário (TRE PE)/Apoio Especializado/Operação de Computadores/2016)

Texto para a questão

O dever dos partidos políticos de prestar contas à justiça eleitoral está previsto na Constituição Federal de 1988 (CF). A
obrigatoriedade de prestação de contas anualmente é imposta aos partidos políticos e encontra-se disciplinada na Lei n.º
9.096/1995, também(d) conhecida como Lei dos Partidos Políticos, que trata das finanças e da contabilidade dos partidos
políticos.
Até a publicação da Lei n.º 12.034/2009, as prestações de contas partidárias eram consideradas um procedimento
administrativo de controle, que assumia caráter jurisdicional apenas na fase recursal. Após a alteração legislativa de 2009, o
processo de prestação de contas dos órgãos partidários passou a assumir natureza jurisdicional desde a sua fase inicial, nos
termos da Lei n.º 9.096/1995.
Antes da edição da Res.-TSE n.º 23.432/2014, a Res.-TSE n.º 21.841/2004 disciplinava os processos de prestação de contas
dos partidos políticos(e) e a tomada de contas especial, sendo esta última um procedimento administrativo de controle, de
caráter excepcional, instaurado contra os partidos políticos que, tendo recebido(a) recursos oriundos do Fundo Partidário, não
apresentassem suas contas ou não comprovassem a aplicação regular dos recursos após trânsito em julgado da decisão(b) que
julgasse as contas irregulares ou as considerasse não prestadas.
Haja vista as disposições contidas na Res.-TSE n.º 21.841/2004, no processo de prestação de contas partidárias, apreciava-se
a regularidade da captação e dos gastos dos recursos(c) sem a aferição de eventual responsabilidade do ordenador de
despesas incumbido de controlar a gestão das finanças. Esse procedimento era relegado ao processo de tomada de contas
especial, em atenção à previsão contida em artigo da Lei dos Partidos Políticos, o qual, entre outros aspectos, determina a

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caracterização da responsabilidade civil e criminal dos dirigentes do partido e dos comitês, inclusive do tesoureiro, por
quaisquer irregularidades.

Daiane Mello Piccoli. Aspectos polêmicos das novas regras sobre prestação de contas partidárias: aplicabilidade da Resolução n.º 23.432/2014 do
Tribunal Superior Eleitoral. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

A correção gramatical e o sentido original do texto Aspectos polêmicos das novas regras... seriam mantidos caso fosse
inserida vírgula imediatamente após

a) “recebido”.
b) “decisão”.
c) “recursos”.
d) “também”.
e) “políticos”.

25. (CESPE - Assistente de Gestão de Políticas Públicas I (Pref SP)/Gestão Administrativa/2016)

Texto IV

A metrópole de São Paulo vem se tornando mais heterogênea econômica, social e espacialmente e menos desigual quanto
a renda, inserção no mercado de trabalho e condições de vida de seus habitantes, mesmo nas áreas mais precárias. A
imagem emerge dos treze ensaios que compõem o livro A Metrópole de São Paulo no Século XXI – Espaços,
Heterogeneidades e Desigualdades, os quais abordam temas específicos, a partir de um diagnóstico comum, para construir
um panorama atual da região metropolitana. Tal retrato resulta das mudanças de diversas dimensões pelas quais a
metrópole passou na última década, do perfil da pobreza às dinâmicas migratórias e ligadas ao crescimento demográfico, dos
moldes de segregação social à produção habitacional e à mobilidade urbana.
A fisionomia da metrópole, central na economia do país, reflete a conjuntura de modo especial, segundo o organizador.
Assim, tiveram impactos particulares na região metropolitana a redemocratização, na década de 80 do século XX (com a volta
das eleições regulares e com a constituição de sistemas nacionais de políticas públicas), a estabilização econômica, a abertura
do mercado interno da década de 90 e o crescimento econômico vigoroso da primeira década do século XXI.

Internet: <www.fflch.usp.br> (com adaptações).

Seriam mantidos o sentido original e a correção gramatical do texto IV caso fosse suprimida a vírgula empregada logo
após

a) “demográfico”
b) “renda”
c) “comum”.
d) “metrópole”
e) “redemocratização”

26. (CESPE - Técnico Judiciário (TRE RS)/Administrativa/2015)

No Brasil, as discussões sobre reforma política têm sido frequentes nos últimos anos(c). O debate engloba uma ampla gama
de projetos referentes a vários itens, como sistema eleitoral e métodos de votação, sistema de governo, obrigatoriedade do
voto, legislação partidária, disciplina partidária e trocas de legenda, coligações e financiamento político, entre outros. O
problema é que sob o termo “reforma política”(d) se abrigam muitas concepções diferentes a respeito do modelo político
mais adequado ao país — e, consequentemente, a respeito do modelo mais apropriado de financiamento dos partidos e das
campanhas.
O financiamento público é uma das medidas mais mencionadas quando se fala em reforma política no Brasil. A partir da
segunda metade do século XX, um grande número de países passou a adotar esse tipo de financiamento. Segundo o
estudo Political Finance Database(e), divulgado em 2012 pela ONG Idea International, 66% dos 175 países estudados adotam
financiamento público. Mas esse número deve ser lido com cuidado. Em nenhum país democrático, o financiamento político
é exclusivamente público, isto é, realizado apenas com recursos do Estado. O cientista político alemão Karl-Heinz
Nassmacher(a) estima que os percentuais de financiamento público em relação ao financiamento total variem de 2% (no
Reino Unido) e 3% (nos Estados Unidos da América) a 65% (na Suécia) e 68% (na Áustria).

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No Brasil, o financiamento público está previsto na legislação desde 1971, mas só passou a ser significativo a partir de 1995,
com a instituição do Fundo Partidário. Não há estimativas confiáveis do percentual que esse fundo representa na receita
total de cada partido — inclusive porque esse percentual pode variar bastante de partido para partido(b) —, mas os altos
montantes distribuídos por ele (aproximadamente R$ 270 milhões, em 2011) dão indicações de que o percentual de
financiamento público em relação ao financiamento total deve ser alto, pelo menos para os grandes partidos.

A responsabilidade das empresas no processo eleitoral. SP: Instituto Ethos e Transparency International, set./2012, p. 10-1. Internet:
<http://www3.ethos.org.br> (com adaptações).

Seriam preservados o sentido original e a correção gramatical do texto A responsabilidade das empresas no processo
eleitoral caso

a) o nome próprio “Karl-Heinz Nassmacher” fosse isolado por vírgulas.


b) o travessão utilizado logo após o trecho “de partido para partido” fosse suprimido.
c) o ponto empregado logo após “anos” fosse substituído por dois-pontos.
d) o trecho “sob o termo ‘reforma política’” fosse isolado por vírgulas.
e) a vírgula empregada logo após “Political Finance Database” fosse suprimida.

 ASSUNTO: CONJUGAÇÃO. RECONHECIMENTO E EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS

27. (CESPE - Auditor do Estado (CAGE RS)/2018)

Texto 1A9AAA

Estas memórias ficariam injustificavelmente incompletas se nelas eu não narrasse, ainda que de modo breve, as andanças
em que me tenho largado pelo mundo na companhia de minha mulher e de meus fantasmas particulares. Desde criança fui
possuído pelo demônio das viagens. Essa encantada curiosidade de conhecer alheias terras e povos visitou-me
repetidamente a mocidade e a idade madura. Mesmo agora, quando já diviso a brumosa porta da casa dos setenta, um
convite à viagem tem ainda o poder de incendiar-me a fantasia.
Na minha opinião, existem duas categorias principais de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar.
Considero-me membro deste último grupo, embora em 1943, nauseado pelo ranço fascista de nosso Estado Novo, eu haja
fugido com toda a família do Brasil para os Estados Unidos, onde permanecemos dois anos.
O que pretendo fazer agora é apresentar ao leitor, por assim dizer, alguns diapositivos e filmes verbais dos lugares por onde
passamos e das pessoas que encontramos, tudo assim à maneira impressionista, e sem rigorosa ordem cronológica.
Usei como título deste capítulo, dedicado a minhas viagens, uma expressão popular que suponho de origem gauchesca:
mundo velho sem porteira. Tenho-a ouvido desde menino, da boca de velhos parentes e amigos, de tropeiros, peões de
estância, índios vagos, gente da rua... Minha própria mãe empregava-a com frequência e costumava pontuá-la com um
fundo suspiro de queixa. As pessoas em geral pareciam usar essa frase para descrever um mundo que se lhes afigurava não
só incomensurável como também misterioso, absurdo, sem pé nem cabeça...
Parece a mim, entretanto, que na sua origem essa exclamação manifestava apenas a certeza popular de que Deus fizera o
mundo sem nenhuma porteira a fim de que nele não houvesse divisões e diferenças entre países e povos — gente rica e
gente pobre, fartos e famintos, uns com terra demais, outros sem terra nenhuma. Em suma, o que o Velho queria mesmo era
um mundo que fosse de todo mundo. É neste sentido que desejo seja interpretada a frase que encabeça esta divisão do
presente volume.
Quem me lê poderá objetar que basta a gente passar os olhos pelo jornal desta manhã para verificar que o mundo nunca
teve tantas e tão dramáticas porteiras como em nossos dias... Mas que importa? Um dia as porteiras hão de cair, ou alguém
as derrubará. “Para erguer outras ainda mais terríveis” — replicará o leitor cético. Ora, amigo, precisamos ter na vida um
mínimo de otimismo e esperança para poder ir até ao fim da picada. Você não concorda? Ô mundo velho sem porteira!

Erico Veríssimo. Solo de clarineta: memórias. Porto Alegre: Globo, v. 2, 1976, p. 57-58 (com adaptações).

Assinale a opção que apresenta uma forma / locução verbal do texto 1A9AAA que denota uma ação / um fato que
ocorreu repetidamente no passado e que se prolonga até o momento da narração do texto.
a) “tenho largado”
b) “fui possuído”
c) “tem”
d) “haja fugido”
e) “narrasse”

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 ASSUNTO: COERÊNCIA. COESÃO (ANÁFORA, CATÁFORA, USO DOS CONECTORES - PRONOMES RELATIVOS,
CONJUNÇÕES ETC)

28. (CESPE - Auditor de Contas Públicas (TCE-PB)/Demais Áreas/2018)

Texto

A cada instante, a quantidade de informações disponíveis para processamento pelo cérebro é formidável: todo o campo
visual, todos os estímulos auditivos e olfativos, toda a informação relativa à posição do corpo e ao seu estado de
funcionamento.
Esses estímulos precisam ser processados em conjunto, de modo que o cérebro possa montar uma imagem coerente do
indivíduo e de seu ambiente. Isso sem contar os processos de evocação de memórias, planejamento para o futuro e
imaginação. Você realmente esperava processar todos os estímulos a cada momento e ainda formar registros duradouros de
todos eles?
O que faz com que a memória(c) se torne seletiva(a)(d) não é o mundo atual(b), informatizado, rápido e denso em
informações. Ela o é por definição, já que sua porta de entrada é um funil poderoso(e): a atenção, que concentra todo o poder
operacional do cérebro sobre uma coisa só, aquela que for julgada a mais importante no momento.

Suzana Herculano-Houzel. Por que guardar segredo é difícil? E


outras curiosidades da neurociência do cotidiano. São Paulo:
Amazon. Ed. Kindle, loc. 107 (com adaptações).

No texto o termo “o” — em “Ela o é por definição” — remete ao elemento

a) “O que faz com que a memória se torne seletiva”.


b) “o mundo atual”.
c) “a memória”.
d) “seletiva”.
e) “um funil poderoso”.

29. (CESPE - Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (IFF)/Administração/2018)

Por mais limitado que seja o âmbito de vida de qualquer povo, lá iremos encontrar, em gérmen ― por vezes, obscuras e
indiscriminadas ―, quatro grandes instituições fundamentais que constroem e condicionam a vida em comum: a família, o
Estado, a igreja e a escola.

Desde que haja vida em comum, essas instituições, sob alguma forma, hão de aparecer, e aparecem para manter, nutrir,
ordenar e iluminar a vida em comum. Existir em sociedade envolve, com efeito, imensas complexidades. Cada indivíduo nada
mais sendo do que uma urdidura de laços sociais, toda sua vida transcorre em plano superior ao de sua própria vida física, e
seus meios de expressão não podem ser outros que os das instituições de sua sociedade. Dentre essas, avultam as que mais
largamente compõem o quadro da existência coletiva. A família, que vela pelo seu desenvolvimento inicial e o conduz a se
tornar, por sua vez, um perpetuador de sua espécie; o Estado, que o defende e regula a vida em grupo; a igreja, que lhe dá o
sentido profundo do seu devotamento social; e a escola, que o humaniza e o socializa.

Todas essas funções se confundem e se misturam, em cada uma dessas instituições, de tal forma que a história de qualquer
delas é, de algum modo, a história da humanidade.

Anísio Teixeira Notas para a história da educação In: Revista


brasileira de estudos pedagógicos Rio de Janeiro, v 37,
n º 85, jan Smar /1962, p 181 (com adaptações)

Assinale a opção correta quanto aos aspectos coesivos do segundo parágrafo do texto

a) No terceiro período desse parágrafo, o vocábulo “sua” retoma antecedentes distintos em cada uma de suas
ocorrências.
b) Logo após o vocábulo “ao”, subentende-se a expressão “plano superior”.
c) O elemento “os” retoma “outros”.
d) Os vocábulos “essas” e “as” têm o mesmo referente: “instituições”.
e) o antecedente do elemento “o”, em “o conduz”, é “desenvolvimento inicial”.
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30. (CESPE - Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (IFF)/Letras Espanhol/2018)

Por meio de práticas abusivas, a empresa Cambridge Analytica conseguiu coletar dados pessoais de 50 milhões de usuários
do Facebook nos Estados Unidos da América, eventualmente cruzando-os com informações eleitorais, o que possibilitou
identificar e influenciar as suas pretensões de votos. Os dados foram obtidos por meio de um aplicativo que permitia, por
meio do consentimento do usuário, coletar os dados seus e dos seus amigos no Facebook. O aplicativo foi desenvolvido por
um pesquisador da Universidade de Cambridge que informou que os dados pessoais seriam coletados para fins de pesquisa
científica.
É importante ilustrar aqui que princípios gerais que regem o uso adequado de dados pessoais em muitas legislações, inclusive
no Brasil, determinam que dados pessoais devem ser coletados e utilizados para finalidades determinadas e legítimas. O uso
para outras finalidades diferentes daquelas que ensejaram a coleta somente pode se dar por meio de alguma autorização,
um consentimento efetivo do titular dos dados, para o cumprimento de um contrato, uma obrigação imposta por uma lei ou
outros instrumentos jurídicos que variam com arcabouço jurídico vigente. O uso dos dados para outros fins, sem a devida
autorização, pode ser considerado uma violação aos princípios gerais, a regras presentes em muitas leis e a obrigações
acordadas por meio de contratos como políticas de privacidade.
Para proteger-se nas redes sociais, há maneiras simples. Atualize as configurações de privacidade em redes sociais e serviços.
A maioria dos sites compartilha as informações dos usuários em modo público, mas é possível restringir o quanto de dados
pessoais poderá ser acessado por qualquer um. O ideal é compartilhar informações somente com quem você conhece. Outra
boa dica é ativar a autenticação em duas etapas, sempre que possível. Não vincule contas. O recurso, que pode simplificar
o login em diversos serviços, pode trazer problemas: se um invasor descobrir uma senha, terá acesso a diversas contas sem
dificuldades. Senhas diferentes são mais dificilmente descobertas e protegem melhor as informações. Usar conexões seguras
e escolher senhas fortes são também maneiras de se proteger.

Internet: <http://brasil elpais com> e <http://olhardigital com br> (com adaptações)

Na progressão do texto, os termos “os”, “o que” e “seus” funcionam como elementos de construção da
a) coerência do texto.
b) intencionalidade do autor do texto.
c) informatividade do texto.
d) tipologia textual escolhida pelo autor.
e) coesão do texto.

31. (CESPE - Analista Judiciário (TRE PI)/Apoio Especializado/Taquigrafia/2016)


Texto

Internet: <bdtd.biblioteca.ufpb.br> (com adaptações).

Na história em quadrinhos, a coesão e a coerência textuais são estabelecidas por meio

a) da retomada do termo “informação”, no último quadrinho.


b) da explicitação das formas existentes no mundo que, em tese, poderiam equivaler a vida.
c) do questionamento acerca do que vem a ser vida.
d) da resposta ao próprio questionamento do indivíduo do primeiro quadrinho.
e) das formas alfabéticas do segundo quadrinho.
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32. (CESPE - Analista Judiciário (TRE PI)/Apoio Especializado/Taquigrafia/2016)

Texto

Vivemos em um mundo letrado. Isto é uma verdade, muito embora, segundo estatísticas da UNESCO, existissem cerca de
790 milhões de adultos analfabetos no mundo em 4 2010, mais do que a população da União Europeia. Até mesmo nos
países africanos e asiáticos, onde se concentram adultos analfabetos, a cultura oral não é mais considerada como uma
alternativa viável à cultura letrada — um modo de vida diferente, uma questão de preferência que poderia ser defendida. A
vida sem as letras é um paraíso perdido, se é que já foi um paraíso. Neste nosso tempo, ler e escrever são indispensáveis
para a participação na sociedade, e não há como escapar do fato de que as habilidades letradas são um determinante
fundamental das perspectivas de vida de uma pessoa. Isso vale para o mundo em geral e é ainda menos discutível para os
países industrializados. O analfabetismo nesses países é um estado de coisas deplorável, uma injustiça social que exclui uma
pequena minoria da sociedade mais geral. A língua na modalidade escrita é parte do comportamento comunicativo diário de
todas as pessoas, ativa e passivamente e, no caso dos analfabetos, ela os coloca diante de uma barreira intransponível. Por
causa disso, defende-se hoje em dia que o letramento é um direito humano universal.
A escrita existe há pelo menos cinco mil anos. Embora o letramento universal seja uma conquista recente apenas em
algumas partes do mundo, a escrita vem exercendo há muito tempo sua influência sobre a língua. De fato, nunca se fez uma
distinção nítida entre escrita e língua, nem no discurso cotidiano nem no especializado. Por isso, talvez seja compreensível
que, para eliminar a confusão e estabelecer o objeto próprio da investigação linguística, os linguistas modernos tenham
enfatizado a fala, relegando a escrita a uma posição marginal. Conforme se tem declarado repetidamente, a linguística deve
estudar a língua natural — isto é, a capacidade humana inata para a linguagem — já que, embora tenham nascido para falar,
os seres humanos não nasceram para escrever.

Florian Coulmas. Escrita e sociedade.


São Paulo: Parábola Editorial, 2014, p.16 (com adaptações).

No que se refere às relações semântico-discursivas estabelecidas no texto Escrita e sociedade, assinale a opção correta.

a) O conectivo “Conforme" instaura uma relação comparativa entre as duas primeiras orações que a ele se seguem,
podendo ser corretamente substituído por Como.
b) A oração introduzida pela locução “já que” expressa a causa do que se afirma na oração “a linguística deve estudar a
língua natural”.
c) No período “Até mesmo (...) poderia ser defendida”, a expressão sublinhada introduz, de modo implícito, a informação
de que, nos países africanos e nos países asiáticos, há uma forte tradição oral.
d) A oração “que exclui uma pequena minoria da sociedade mais geral” introduz no texto um efeito direto do fato de o
analfabetismo constituir, nos países industrializados, “um estado de coisas deplorável, uma injustiça social” .
e) Quanto ao sentido, o trecho “a escrita vem exercendo há muito tempo sua influência sobre a língua” estabelece uma
relação de oposição com o trecho “A escrita existe há pelo menos cinco mil anos”.

33. (CESPE - Técnico Judiciário (TRE BA)/Administrativa/2017)

Texto

Em sua definição, o voto em branco é aquele que não se dirige a nenhum candidato entre os que disputam as eleições. São
considerados, portanto, votos estéreis, porque não produzem frutos. Os votos nulos, por sua vez, são aqueles que, somados
aos votos em branco, compõem a categoria dos votos estéreis, inválidos ou, como denominou o Tribunal Superior Eleitoral,
votos apolíticos. Logo, os votos em branco e os nulos são votos que, a princípio, não produzem resultado nem influenciam no
resultado do pleito.
Ao comparecer às urnas no dia das eleições(e), o eleitor que apresentar voto em branco ou nulo(c)(d) pode fazê-lo por diversas
razões. Esses motivos podem embasar tanto a postura dos que votam em branco quanto a dos que votam nulo (b), pois o
resultado final(a) é o mesmo: invalidar o voto. Assim sendo, não é razoável diferenciar o voto em branco do voto nulo. Deve-
se considerar a essência do ato, a sua real motivação, que é a invalidação. É evidente que não se sabe, ao certo, a razão que
motiva cada eleitor a votar em branco ou nulo; entretanto, em ambos os casos, não há dúvida quanto à invalidade do voto
por ele dado.

Renata Dias. Os votos brancos e nulos no estado democrático de


direito: a legitimidade das eleições majoritárias no Brasil. In: Estudos
eleitorais, v. 8, n.º 1, jan./abr. 2013, p. 36-8 (com adaptações).

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No segundo parágrafo do texto, a forma verbal “fazê-lo” remete a

a) “o resultado final”
b) “embasar tanto a postura dos que votam em branco quanto a dos que votam nulo”
c) “voto em branco ou nulo”
d) “apresentar voto em branco ou nulo”
e) “comparecer às urnas no dia das eleições”

34. (CESPE - Técnico Judiciário (TRE TO)/Administrativa/2017)

A questão baseia no texto apresentado abaixo.

O Tocantins dá abrigo à mais completa floresta fossilizada do mundo, que viveu no Período Permiano, em uma
época anterior à dos dinossauros. No final desse período, o planeta assistiu à maior extinção em massa da fauna e da flora de
sua existência.
Os fósseis da floresta(d) foram preservados graças à presença de sílica no ambiente, que se infiltrou nas plantas e
conservou seus formatos(e), por meio do processo de permineralização celular. A infiltração e a impregnação de sílica
nas células(a) e nos espaços(a) intercelulares formaram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos(c) das plantas(c)(b),
preservando-os(6). A origem do agente da permineralização silicosa ainda permanece obscura.
O alto índice de samambaias indica que a região central do Tocantins era, então, uma planície costeira com farto
sistema hídrico sob um clima tropical. E o ambiente? Há dúvidas quanto à sua caracterização, isto é, se era amazônico ou
parecido com o do cerrado.

Internet: <www.florestalbrasil.com> (com adaptações)

No texto, o pronome “os” remete a

a) “células” e “espaços”.
b) “os tecidos das plantas”.
c) “tecidos” e “plantas”.
d) “Os fósseis da floresta”.
e) “seus formatos”.

 ASSUNTO: REESCRITA DE FRASES. SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU TRECHOS DE TEXTO.

35. (CESPE - Auditor de Contas Públicas (TCE-PB)/Demais Áreas/2018)

Texto

A história é uma disciplina definida por sua capacidade de lembrar. Poucos se lembram, porém, de como ela é capaz de
esquecer. Há também quem caracterize a história como uma ciência da mudança no tempo, e quase ninguém aponta sua
genuína capacidade de reiteração.

A história brasileira não escapa dessas ambiguidades fundamentais: ela é feita do encadeamento de eventos que se
acumulam e evocam alterações substanciais, mas também anda repleta de lacunas, invisibilidades e esquecimentos. Além
disso, se ao longo do tempo se destacam as alterações cumulativas de fatos e ocorrências, não é difícil notar, também, a
presença de problemas estruturais que permanecem como que inalterados e assim se repetem, vergonhosamente, na nossa
história nacional.

Nessa lista seria possível mencionar os racismos, o feminicídio, a corrupção, a homofobia e o patrimonialismo. Mas destaco
aqui um tema que, de alguma maneira, dá conta de todos os demais: a nossa tremenda e contínua desigualdade social.

Desigualdade não é uma contingência nem um acidente qualquer, tampouco uma decorrência natural e mutável de
um processo que não nos diz respeito. Ela é consequência de nossas escolhas — sociais, educacionais, políticas, culturais e
institucionais —, que têm resultado em uma clara e crescente concentração dos benefícios públicos nas mãos de poucos.

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(...) Quando se trata de enfrentar a desigualdade, não há saída fácil ou receita de bolo. Prefiro apostar nos alertas que nós
mesmos somos capazes de identificar.

Lilia Moritz Schwarcz. Desigualdade é teimosia. Internet:


<www.nexojornal .com.br> (com adaptações).

Cada uma das opções seguintes apresenta uma proposta de reescrita do seguinte trecho do texto: “Quando se trata de
enfrentar a desigualdade, não há saída fácil ou receita de bolo”.

Assinale a opção em que a reescrita, além de manter o sentido da informação originalmente apresentada, preserva a
correção gramatical.

a) Não existe solução simples nem prescrição adequada para eliminar a desigualdade.
b) Se tratarmos de afrontar à desigualdade, não existirá instruções precisas nem solução fácil.
c) Naquilo que tange ao combate à desigualdade, não há solução fácil, tampouco fórmula simples.
d) No que se refere à enfrentar a desigualdade, não existe remédio simples, nem dosagem certa.
e) O enfrentamento da desigualdade se trata de algo sem saída fácil e sem receita secreta.

36. (CESPE - Professor de Nível Superior (Pref SL)/1º ao 5º ano/2017)

Texto CB1A1AAA

Vez por outra, Damião deixava-se ficar, madrugada adentro, na Casa-Grande das Minas, vendo as danças, ouvindo as
cantigas, atraído pelo bater dos tambores. A sensação íntima de derrota pessoal, que sentia aprofundar-se na sua
consciência, levava-o a isolar-se num canto do terreiro, metido consigo. Com a morte recente do Dr. Sotero dos Reis, tinha
tido a esperança de que viriam chamá-lo para ocupar-lhe o lugar no Liceu. Esperara em vão: já outro professor fora
nomeado. Agora, nem sequer com o apoio do velho mestre, que ainda lhe tinha um pouco de amizade, podia mais contar.
Por outro lado, continuava a ver os negros maltratados, sem que nada pudesse fazer em seu favor. Não fazia duas semanas
tinha ouvido na rua um tilintar de correntes, à altura do Largo do Quartel, e vira uma fila de pretos, uns amarrados aos
outros, submissos, descendo a Rua do Sol. Nas conversas do Largo do Carmo, perto da coluna do Pelourinho, contavam-se
novos casos de mortes violentas de escravos, ali mesmo em São Luís. A Lei do Ventre Livre, que a imprensa da Corte havia
recebido com muita festa, não merecera o mais breve registro da imprensa de São Luís. No fundo, pensando bem, que era
essa lei senão uma burla? Os negros nasceriam e cresceriam nas senzalas, debaixo do chicote dos senhores, e só aos vinte e
um anos seriam livres. Ao fim de tanto tempo de sujeição, que iriam fazer cá fora, sem saber em que se ocupar? E Damião
sentia renascer no seu espírito o impulso da revolta, querendo denunciar a burla e protestar contra o novo engodo à
liberdade dos negros. Mas vinha-lhe o desânimo. De que adiantava o seu protesto, se não dispunha de um jornal, se não
tinha uma tribuna? Ao mesmo tempo arriava os ombros, curvando a espinha, esmagado pela convicção de sua inutilidade e
de sua derrota. Se protestasse, como ia fazer depois para educar os filhos e sustentar a família? Além do mais, embora
desempregado havia muito tempo, não perdera a esperança de colocar-se a qualquer momento, quer de novo no Liceu, quer
no Seminário de Santo Antônio.

Josué Montello. Os tambores de São Luís. 5.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 374-5 (com adaptações).

Em cada uma das próximas opções, é apresentada uma proposta de reescrita para o seguinte período do texto
CB1A1AAA: “A Lei do Ventre Livre, que a imprensa da Corte havia recebido com muita festa, não merecera o mais breve
registro da imprensa de São Luís.” Assinale a opção em que a reescrita proposta preserva o sentido original e a correção
gramatical do texto.

a) Não havia mérito no registro da Lei do Ventre Livre pela imprensa de São Luís, ainda que essa lei tenha sido recebida
com festa pela imprensa da Corte.
b) A imprensa da Corte, ao contrário da de São Luís, não dispensou qualquer registro da Lei do Ventre Livre, tendo-lhe
recebido com muita festa.
c) Embora a Corte, por meio de sua imprensa, tenha comemorado a Lei do Ventre Livre, a imprensa de São Luís não
registrou a comemoração.
d) A imprensa de São Luís ignorou a aprovação da Lei do Ventre Livre, enquanto a imprensa da Corte comemorou-a.
e) Houve festa na Corte para receber a notícia da aprovação da Lei do Ventre Livre, mas a imprensa de São Luís não a
registrou.

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01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D A A C B E E E E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
D C D D D B B A D C
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
A B B C E D A D D E
31 32 33 34 35 36
A B D B C D

____________________________________________________________________________________________________
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