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FACULDADE MESSIÂNICA

CURSO DE TEOLOGIA

HISTÓRIA DAS RELIGIÕES NO ORIENTE

PROFESSOR: ALESSANDRO MALTA

ALUNO: Enoch Nogueira da Costa

O SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS NOVAS RELIIÕES


JAPONESAS

SÃO PAULO

2021
O SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS NOVAS RELIGIÕES
JAPONESAS - NRJ

Resenha Crítica apresentada como requisito para a


obtenção de nota parcial da disciplina História das
Religiões no Oriente, pelo Curso de Teologia da
Faculdade Messiânica.
Professor: Alessandro Malta.

SÃO PAULO
2021
O SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS NOVAS RELIGIÕES
JAPONESAS

A história política do Japão, desde as eras mais primórdias é


marcada por lutas entre as classes dominantes pelo poder, sendo os
mais fracos oprimidos pelos mais fortes, dentro deste contesto, surgem
os daimios, senhores possuidores de terras, que formam os grandes
clãs (famílias) que disputam o poder entre si, fazendo com que história
seja marcada por constantes guerras entre esses clãs pelo poder.
Após um longo período de guerras e alternância do poder
constituído, no século XVI (1603), chega ao poder o clã Takugawa, cujo
líder foi o xogum Ieyasu Tokuguawa, cuja dinastia durou 265 anos
(1603-1867). O governo Tokugawa teve como características,
autocracia, a centralização do poder, e a sociedade dividida em classes,
os samurais, os camponeses, os artesões e os mercadores.
A era Tokuguawa, foi marcada pela opressão do poder central,
pelo xogum, representado pelo daimio, sobre os camponeses, através
da cobrança de elevados impostos, e interferência na vida social dessa
classe, gerando sucessivas revoltas.
Nesse período, temendo uma colonização estrangeira, o governo
Tokuguawa promove o isolamento do país do resto do mundo,
mantendo relações com apenas três países Holanda, China e Coréia.
Através dominação autoritária e isolando o país do mundo
exterior o xogunato Tokuguawa, consegue manter a paz social e uma
relativa estabilidade interna.
Para consolidar a unidade nacional, o xogunato Tokugawa havia
mantido o povo sob rígido controle, e via na manipulação religiosa um
importante aliado de apoio ao seu sistema de governo. Assim, a
afiliação individual a templos – praticada anteriormente – fora modificada
para o tera-uke seido em que cada família era obrigada a afiliar-se a um
templo budista e dele receber um certificado. O nascimento e a morte
dos seus parentes também deviam ser registrados nos templos. O
Budismo se tornara, portanto, a religião oficial do governo.

O início da modernização do Japão tem início com o final da era


Tokugawa (1603-1867). Com a restauração Meiji, iniciada em 1868, e
todo o período do mesmo nome, há profundas transformações em todas
as áreas da sociedade Japonesa, neste contesto surgem as Novas
religiões japonesas, numa importante época da história do Japão
marcada por importantes transformações econômicas, sociais e
políticas.
No contesto político-religioso, baseado na renovação xintoísta a
figura do imperador, torna-se fonte hereditária de autoridade, fazendo
dele objeto direto de veneração religiosa.

A renovação xintoísta tornou absoluta a pessoa do Imperador


como a fonte hereditária de autoridade e fez dele objeto direto de
veneração religiosa.

A união do Estado com a religião xintoísta, política chamada de


saisei-itti (unidade político-religiosa) torna-se oficial em março de 1868,
com a promulgação da Lei de Separação entre Budismo e Xintoísmo
(Shin Butsu Bunrirei), iniciou-se um movimento de separação entre as
duas religiões. Na ocasião, a perseguição ao Budismo caracterizou-se
por tentativas de destruição de templos, esculturas búdicas, sutras, etc.
(Haibutsu Kishaku) (Nagahara,1990:99), está política durou até o final
da segunda guerra mundial.
As novas religiões japonesas surgiram a partir de uma antiga
tendência japonesa da necessidade de novos grupos de peregrinação
fora da organização formal da religião estabelecida. A razão mais
relevante do seu desenvolvimento se prende-se ao fato das NRJ terem
correspondido às necessidades sociais dos japoneses que, a partir da
Restauração Meiji – início do processo de industrialização e
modernização do país – rompem os laços com as estruturas religiosas
locais e ficam sem um grupo social adequado para se integrarem.

As Novas Religiões (shin-shukyo) é um termo normalmente


empregado de modo amplo para designar todos os movimentos
religiosos surgidos no Japão, desde o início do século XIX até os dias
atuais.

As novas religiões japonesas – NJR, sugiram no Japão no século


XIX, na passagem da nação período feudal para moderna, essas novas
religiões se caracterizam pelo aspecto inovador, doutrinários e
organizacionais e a difusão fora do Japão.

Essas novas religiões que já fazem parte da vida de uma parcela


significativa da população japonesa, exercendo influências na política,
na economia e na sociedade em geral. As atividades desenvolvidas por
essas novas religiões têm aspectos comuns, como cura de doenças,
sufrágio aos antepassados, abrangendo as áreas de educação,
medicina, assistência social, voluntariado etc.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Dissertação de Mestrado em Letras Orientais – Japonês apresentada à
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