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Reapers 04 –Dark Alpha`s Love –Donna Grant

Argumento
Não há forma de escapar de um Reaper. Sou um assassino de elite,
parte de uma irmandade que só responde ante a Morte. E quando a
Morte diz que te acabou o tempo, irei a por você...
Não respondo ante ninguém mais que ante a Morte. Sou
inexpugnável, imune, imortal. Existo para cumprir as ordens da
Morte, e ninguém -nem os Reaper nem os humanos nem os Fae-
pode interpor-se em minha caminho. Exceto a feiticeira meio Fae,
Catriona. Jura que a magia de sua família a passou por cima, mas
eu sei que não é assim. Esta mulher é forte. Esta mulher é poderosa.
E quando suas habilidades surjam, ninguém poderá impedir que os
Dark Fae vão por ela. Salvo eu. Quero mantê-la perto. Quero mantê-
la a salvo. Quero me perder nela, uma e outra vez...
*******
Capítulo 1
Galway, Irlanda Janeiro

Nada era nunca o que parecia. Havia algo mais que humanos
passeando pela Terra. As coisas que se vêem pela extremidade do
olho eram reais, inclusive embora sua mente se negasse às
reconhecer –ou às aceitar.
Mas Catriona Hayes sabia de sua existência, inclusive embora
tivesse desejado não sabê-lo. Eram os Fae. Criaturas mágicas que
eram tão belas que pareciam de outro mundo –porque o eram.
Os Fae tinham chegado a este mundo, sem problemas para integrar-
se na vida dos mortais. Mas por outro lado, tratando-se de seres com
magia, podiam fazer tal coisa. Cat respirou fundo e colocou as lucros
do dia na bolsa antes de colocá-la dentro da caixa forte e fechar a
porta. endireitou-se e olhou através das janelas do café e ao outro
lado da rua até o pub iluminado alegremente.
Houve um pouco de melancolia dentro dela quando viu três mulheres
que entravam no bar com brilhantes sorrisos. Ela nunca tinha sido
tão despreocupada.
Desde que tinha memória, sua família a tinha mantido separada de
outros. Não foi até que cresceu que se deu conta do que a fazia
diferente: ela era uma Halfling. Parte humana, parte Fae.
Alguns poderiam regozijar-se com as notícias, mas ela não era a
maioria das pessoas. A primeira vez que seu avô lhe tinha falado de
sua herança, ela se tinha posto a rir, pensando que era uma
brincadeira. Mas enquanto caminhavam pelas ruas do Galway, ele
começou a assinalar aos Fae.
Esse foi o dia em que sua vida trocou. Aos oito anos, havia sentido
o peso do mundo cair sobre seus ombros. A carga quase a põe de
joelhos. E tinha permanecido, fazendo-se mais pesada com cada
ano que passava.
Entretanto, ela permanecia oculta de tudo. Só por seu avô. O homem
que sorria em meio das muitas tormentas que a vida lhe tinha
arrojado em seu caminho. Ele era o que a mantinha serena e
consciente dos perigos de viver perto dos Fae. Embora ela tinha
temido à revelação de seu avô, seus irmãos maiores a tinham
abraçado como um presente.
Cat baixou o olhar ao mostrador e a encimera que o cobria. Sob o
grosso cristal, perto da caixa registradora, havia uma foto dela com
seu irmão e irmã de fazia vinte anos.
Qualquer que fosse o dom que o sangue Fae tinha dado a seus
irmãos, lhes tinha tirado em um cruel giro do Destino fazia vários
meses quando foram grosseiramente assassinados. Seu irmão tinha
sido assassinado em um pub cheio de gente, enquanto que a sua
irmã lhe tinham apagado a vida em um trem a Londres. Ninguém
tinha visto nenhum dos ataques. Em um momento, seus irmãos
estavam vivos. E ao seguinte, estavam mortos. Era a forma em que
Cat sabia que os Fae tinham sido os responsáveis. Só os seres com
magia e com a habilidade de velar-se podiam ter cometido tais
crimes sem que nenhuma só pessoa captasse algo com seus
móveis.
Da morte de sua família, tinha estado esperando que os Fae viessem
por ela. O que lhes estava levando tanto tempo? Ela e seu avô –que
se mantinha encerrado a salvo longe na cabana onde os Fae não
podiam entrar- eram os únicos que ficavam
O relâmpago de um raio a tirou de seus pensamentos e lhe recordou
que tinha que chegar em casa. Começou a andar até a parte
principal, apagando as luzes enquanto saía. Deu a volta ao letreiro
na janela do café de FECHADO, saiu pela porta e a fechou.
Quando se viu na rua uma vez mais, agarrou a asa da bolsa e olhou
ao redor às pessoas. Sabia que os Fae podiam utilizar glamour para
disfarçar-se, embora a maioria preferiam seguir sendo atrativos. Isso
fazia que fosse mais fácil lhes detectar, mas não fazia nada para
diminuir o temor de Cat.
Permaneceu na entrada enquanto um casal passava junto a ela. O
homem disse algo que fez rir à mulher. O coração de Cat se contraiu
porque não podia recordar a última vez que riu dessa maneira, nunca
lhe tinha passado pela cabeça ter um encontro. Cat quadrou os
ombros e girou à esquerda. Sua cabana estava nos subúrbios do
Galway. Não podia esperar a chegar a casa onde poderia relaxar.
“Relax” bufou ela.
Não existia tal coisa. Enquanto outros se distraíam de suas
preocupações com uma pinta de cerveja e ruidosa música, ela tinha
que comer em sua casa só e dormir com um olho aberto.
Ser metade Fae não servia para nada salvo para fazer sua vida
miserável. Não tinha conseguido nada mais disso. sua irmã, Nora,
tinha sido capaz de mover objetos com a mente. Seu irmão,
Domhnall, podia fazer crescer as plantas.
Por alguma estranha razão, a magia a tinha passado por alto. Não
importou o muito que se esforçasse, não parecia haver nem um
pouquinho de magia nela. Incontáveis vezes, tinha perguntado a seu
avô que tinha feito ela para não ter magia. Ele nunca a tinha
respondido de tudo. Como era normal nele, contava-lhe uma história
sobre todos os metade Fae que viviam sem magia. Mas sempre
tinha suspeitado que lhe ocultava algo.
Entretanto, nenhuma forma de conspiração ou de expor a pergunta
de outra maneira lhe conseguiu outra resposta. Com cada ano que
passava, ela estava cada vez mais segura de que seu avô estava
ocultando algo.
Cat se esticou quando passou junto a um Fae que falava com uma
mulher mortal. Seus olhos chapeados, negro cabelo e sex-appeal
eram provas suficientes do que era –um Light Fae. Ao menos, não
era um Dark. Os Dark a aterrorizavam com seus olhos vermelhos.
estremecia-se só de pensar neles. Girou a esquina e aliviou o passo.
Os trovões retumbavam ao mesmo tempo que os relâmpagos
ziguezagueavam no céu. Chovia mais, mas se tinha sorte,
conseguiria retornar a sua cabana antes que aumentasse.
De repente parou. Não sabia o que tinha captado sua atenção, mas
algo lhe dizia que não fosse mais longe. Seu olhar vagava pela rua
enquanto a gente se formava redemoinhos sobre ela. Havia algo no
ar que cobria tudo como um jarro de água fria. Demorou um
momento em dar-se conta do que era: medo. Olhou aos humanos e
viu que nenhum deles parecia ver-se afetado.
Logo escutou passos que vinham, rapidamente. Viu o homem
correndo até ela e olhando para trás sobre seu ombro. Passou sob
a luz, e viu seus olhos vermelhos.
Mas foi o terror em seu rosto o que a surpreendeu. Não tinha
pensado que existisse algo como Dark aterrorizado, mas o que fosse
que estava atrás deste Fae em particular devia ser aterrador.
A cabeça lhe dizia que corresse, mas seu corpo se negava a mover-
se. Permaneceu onde estava, inclusive quando um homem surgiu
de um nada ante o Dark. O Fae se escorregou até deter-se com seus
olhos totalmente abertos. O homem que estava frente a ele tinha o
cabelo comprido e branco que o tinha retirado do rosto por três
pequenas tranças a cada lado de sua cabeça.
Teve pouco tempo para processar isso antes de ver a luz que
brilhava em uma espada. A espada cortou o ar e cortou ao Dark,
convertendo-o em pó em um instante.
O assombro reverberou através dela enquanto involuntariamente
dava um passo atrás. Que classe de arma tinha esse homem que
podia matar a um Fae?
Porque queria uma igual.
Ele deu dois passos para afastar-se antes de deter-se de repente,
com o corpo rígido. Logo, gradualmente, voltou a cabeça para olhá-
la diretamente. Ela não pôde lhe ver o rosto por causa das sombras,
mas sabia que ele a tinha visto. E, logo, desapareceu.
Deu outro passo atrás e, apressadamente, olhou ao redor, mas não
havia nenhuma outro sinal do homem do cabelo branco. Embora
sabia que não estava só. Ele estava ali. Estava segura. Ao igual a
estava segura de que os Fae chegariam por ela logo.
De alguma forma, conseguiu manter sua posição. Se fosse morrer,
faria-o com coragem. Inclusive embora estivesse tremendo. Não ia
fugir, sem importar quanto queria fazê-lo. Sentiu algo detrás dela um
momento antes do som de uns passos que a alcançava. Cat girou
ao redor, pronta para encarar ao desconhecido. Mas foi um Dark Fae
que se dirigia até ela.
“Merda” murmurou e deu a volta.
“Olá, carinho!” chamou-a o Dark. “Do que foge?”
Ela caminhou mais rápido e lhe disse por cima do ombro “foi um
comprido dia”
“me Deixe te convidar a uma taça”
“Não, obrigado”
Esperou a que ele dissesse mais, e quando não o fez, soltou um
suspiro de alívio. Não foi até que esteve em sua cabana que se
desabou contra a porta. Outro dia tinha passado.

Capítulo 2

Fintan permanecia frente ao Dark, bloqueando seu avanço sobre a


Halfling (mestiça). “Deixa-a”
Os olhos vermelhos do Dark cintilaram com fúria. “Eu a vi primeiro”
“Te estou dizendo que a deixe ir. É sua última advertência”
O Dark lhe olhou com desdém “Ou o que?”
“Morrerá”
“Cava a asa!” disse e tentou passar junto ao Fintan. Fintan invocou
a sua espada. Os olhos do Dark se abriram de par em par quando a
viu. “Adverti-lhe” disse Fintan junto antes de cravar a espada no
estômago do Fae. Ao menos esta vez se assegurou de que ninguém
o visse. Com só um pensamento, sua espada desapareceu uma vez
mais.
Como não se deu conta da ruiva? Nunca antes tinha cometido um
engano semelhante. A noite tinha começado bem. Havia algo na
perseguição que relaxava sua alma. Quando sua presa estava tão
assustada e inquieta como o Dark Fae que lhe tinham enviado a
matar, era inclusive melhor. depois que a Morte tinha famoso aos
Darks para sua eliminação, Fintan tinha deixado com entusiasmo a
Escócia para percorrer as ruas da Irlanda uma vez mais. Embora
nunca tinha sido seu lar.
Os Fae -tanto Light como Dark- reclamavam a ilha esmeralda como
de sua propriedade. Mas para ele, a única verdadeira casa que tinha
conhecido alguma vez era com outros Reapers. Fintan se velou uma
vez mais e se voltou para observar à ruiva Halfling correr fugindo. A
Morte tinha ditado explícitas regras para os Reapers, e uma era que
nenhum Fae podia saber quem eram eles.
E se alguém lhes via, tinham que morrer. Tinha a intenção de matar
a meio Fae, mas quando parou detrás dela, não era alarme ou
pânico o que sentiu. Tinha sido aceitação.
Essa singela e simples emoção lhe deixou gelado. Estava intrigado,
e isso lhe surpreendia. Possivelmente tudo voltou para o que tinha
acontecido com o Eoghan. Por só um segundo, Fintan permitiu que
sua irritação se revolvesse em suas vísceras.
Havia sete Reapers, mas um deles tinha desaparecido. Não sabiam
onde estava Eoghan ou como lhe encontrar. Não importava o muito
que se esforçavam em procurar, não havia sinal algum de seu irmão.
Tudo por causa do Bran. Como um dos Reapers originais, Bran tinha
quebrado uma das regras gerais da Morte e permitiu a uma Light
Fae saber deles, tudo porque se apaixonou por ela.
Esse amor havia flanco a vida a Light, que a sua vez tinha causado
que Bran traísse aos outros Reapers. Quão únicos sobreviveram
foram Cael e o Eoghan. Cael agora liderava aos atuais Reapers.
Foi durante sua última batalha com o Bran aonde tudo saiu mau.
Sem importar como Fintan o olhasse, não podia decifrar como
podiam ter detido o que aconteceu.
Não sabiam como a magia do Bran continuava crescendo,
rivalizando com a da Morte. Apesar disso, entretanto, estiveram
perto de ganhar a última batalha, terminando de uma vez por todas
com a vingança do Bran. A ajuda tinha chegado de uma das mais
legendárias Light Fae de todos os tempos: Rhi.
Enquanto todos eles estavam lutando, entretanto, a mescla da magia
de Rhi e do Bran criou um torvelinho, que começou a destroçar a
casa. Bran tinha utilizado o redemoinho, dirigindo a energia até o
Cael, mas Eoghan tirou Cael do caminho e foi tragado
imediatamente pela magia.
Todos os Reapers estavam devastados pela perda. Ainda mais
porque, depois daquilo, Bran tinha conseguido escapar. Fintan
odiava que a Morte tivesse apagado as lembranças sobre eles a Rhi.
Em realidade, eles poderiam utilizá-la como ajuda. Mas era apagar
toda menção dos Reapers ou matar Rhi.
Seus pensamentos cessaram quando sentiu as primeiras gotas de
chuva cair em sua bochecha. Ignorando a tormenta entrante, Fintan
se encontrou seguindo a Halfling. De alguma forma, ela tinha
escapado da ira do Bran quando ele e seus homens
sistematicamente caçavam e matavam a todos os humanos com
sangue Fae.
Curioso por como ela seguia viva, Fintan queria saber mais sobre
ela. Muitos meio Fae tinham sido eliminados, e não lhe agradava
eliminar a outro mais. Fez um pausa, curioso por seus pensamentos
-e sentimentos. Do desaparecimento do Eoghan, tinha tido idéias
estranhas. Tinha enterrado todos seus sentimentos fazia muito
tempo, por isso as tendo dando-se a conhecer agora era
desconcertante.
Extremamente desconcertante.
Fintan seguiu. Não lhe custou muito encontrar a Halfling. Sua cabana
de pedra era pitoresca. Quando percorreu o perímetro, surpreendeu-
se de encontrar que não havia os sinais utilizados contra os Fae.
Não tinha havido surpresa em seu olhar quando o viu. Isso indicava
que ela sabia quem era ele. O qual significava que ela sabia que
tinha sangue Fae em seu interior.
por que então não se assegurou de que sua casa não pudesse ser
invadida?
Estava na parte frontal, olhando através de uma enorme janela. As
cortinas estavam corridas, mas havia uma fresta o suficientemente
larga para poder ver a de pé na cozinha, esperando a que a bule
fervesse. logo que o fez, ela verteu a água em sua taça para fazer
um chá.
Ele observou a forma em que seu cabelo vermelho caía como uma
grossa cortina até a metade de suas costas. movia-se com graça
enquanto caminhava até o sofá e se acocorava nele. Esperava que
acendesse a televisão como a maioria dos humanos faziam.
Em lugar disso, agarrou um livro e começou a ler. Examinou seu
ovalado rosto, advertindo a delicada forma de sua mandíbula antes
de mover o olhar a sua boca. Tentadora. Isso foi o primeiro que
pensou enquanto olhava seus lábios cheios. Foi levantando o olhar
até seus maçãs do rosto e seus enormes olhos que eram de um
vívido verde esmeralda.
O desejo que formigou em seu interior era como campainhas de
advertência em sua cabeça, lhe exigindo que fosse. Tentou esmagar
a sensação, mas foi um intento pouco entusiasta. O desejo, o
desejo… se sentia malditamente bem.
Não podia recordar a última vez que tinha experiente essa classe de
desejo. Mantinha-lhe como se tivesse jogado raízes no lugar,
olhando a uma mulher da que não podia ser parte.
Um Reaper se comprometia com a Morte. Não podia haver conexões
com familiares ou amigos, nem amantes nem nenhum tipo de
relação fora dos Reapers. Tinha sido uma ordem da Morte desde o
começo. Era algo com o que Fintan estava completamente de
acordo. Um Reaper não podia fazer seu trabalho se sua mente
estava em outra coisa.
Entretanto, a Morte tinha trocado a regra até pouco tempo. Baylon
tinha levado Jordyn a seu grupo. Não muito depois, Kyran trouxe
River, que agora estava grávida de seu filho. A mais recente era
Neve. Era o Reaper mais novato e amante do Talin.
Ao Fintan não incomodava que Jordyn e River estivessem com eles.
Cada uma delas contribuía algo para lhes ajudar a caçar ao Bran, e
o ser meio-fae era uma vantagem. Mas nada disso alterava sua
visão de que um Reaper amasse a alguém. O amor podia ser uma
emoção perigosa. Ele deveria sabê-lo. Tinha-lhe explorado durante
seu reinado de terror com uma precisão brutal e desumana.
voltou-se quando escutou algo detrás dele e encontrou a dois Light
Fae observando a cabana. Enquanto os minutos passavam, mais
Fae apareciam. Dark e Light permaneciam juntos, observando à
ruiva.
Agora, mais que nunca, queria saber o que era o que atraía o
interesse dos outros até a Halfling. E se esses Fae sabiam dela
como é que Bran não? Ou pior, sabia Bran dela e tinha permitido que
vivesse?
Se esse era o caso, Fintan precisava saber tudo o que teria que
saber sobre a mulher. Com sua decisão tomada, passou junto aos
Fae e utilizou glamour para trocar seu cabelo a negro e seus olhos
a chapeados. Logo deixou cair o véu e olhou até a cabana.
Não passou muito antes que uma fêmea Light Fae se detivesse a
seu lado “Não te vi por aqui antes”
Ele encolheu os ombros. “Normalmente passo minha tempo em
Dublín. O que está acontecendo aqui?”
“Essa é Catriona Hayes”
Ele arqueou uma sobrancelha. Evidentemente, supunha-se que
devia saber quem era esta garota. “Quem?”
“Wow” disse a Light com umas risadas. “Deve ter estado vivendo sob
uma rocha. Pensava que todo mundo sabia quem são os Hayes”
“me conte” a urgiu ele.
Ela se remeteu o cabelo detrás da orelha e olhou até a cabana
quando começou a falar. “Não só um, mas também três Fae lhes
deram filhos nos últimos oitocentos anos. De todos os Halflings, são
os mais poderosos”
Se isso era certo, como alguma vez tinha ouvido falar deles? A partir
deste momento, isso trocaria.
“Estão-a observando. por que?” perguntou Fintan.
Os olhos chapeados se voltaram até ele. “Estamos esperando sua
morte. O resto de sua família foi assassinada. Acreditam que se trata
dos Reapers posto que se correu a voz de que retornaram”
Não é que Fintan pudesse lhe explicar que os Reapers não tinha
nada que ver com a morte dos Halflings. “Pensam jogar uma olhada
aos Reapers?”
“Não. Bom, talvez” disse ela encolhendo-se de ombros. “Sabemos
que seus dias estão contados, assim observamos e esperamos”
“Que…morbido”
Ela encolheu os ombros com indiferença. “É o caminho dos mortais.
Inclusive embora tenham magia”
“por que não a ajudam?”
A Light pôs-se a rir, sacudindo sua cabeça de curto cabelo negro.
“por que quereríamos fazer tal coisa?”
depois que a Fae se afastou, Fintan voltou para as sombras e velou
a si mesmo, deixando cair o glamour ao mesmo tempo. Outros
Reapers estariam esperando saber dele. Deveria retornar a seu
complexo no Inchmickery na costa do Edimburgo, mas vacilou. De
fato, cada vez que tentava ir-se, encontrava-se com que não
desejava fazê-lo.
As horas passavam enquanto os Light e os Dark chegavam para
jogar uma olhada a Catriona. Inclusive depois que todas as luzes se
apagaram e a mortal se deitou, os Fae ainda passeavam com
curiosidade.
Foi uma hora antes do amanhecer quando o último Fae se foi. Fintan
esteve observando todo o tempo. Inclusive quando o céu começou
a iluminar-se, ficou. Não foi uma surpresa quando sentiu uma
presença perto dele. Olhou e se encontrou com o escuro olhar
chapeado do líder dos Reapers. “Cael” disse.
Um dos dons que lhes concedeu quando se converteram no Reapers
era a habilidade de permanecer velados durante todo o tempo que
quisessem. Também esse dom lhes permitia ver outros Reapers
quando estavam velados, algo que os outros Reapers não podiam
fazer.
Cael chegou a seu lado, olhando a cabana da Catriona. “Seu objetivo
faz um bom momento que se cumpriu”
“Encontrei algo que me pareceu curioso”
“Do que se trata?”
Fintan tomou a decisão de não contar ao Cael que Catriona lhe tinha
visto matar a sua presa. Não estava seguro de por que, mas queria
guardar-lhe para si mesmo. “Uma Halfling que está atraindo o
interesse de todos os Fae da cidade. Vigiam sua casa toda a noite”
Cael franziu o cenho enquanto voltava a cabeça até o Fintan “por
que?”
“Bran matou a sua família. Estão esperando a que também ela
morra. E acreditam que somos os responsáveis pelas mortes dos
Halflings”
“Isso não é uma surpresa” disse Cael, estreitando os lábios durante
um breve momento “Quem é esta mulher?”
“Catriona Hayes. Aparentemente, os Fae visitaram a família três
vezes ao longo dos anos”
“Três vezes?” perguntou Cael com surpresa. Isso é inaudito”
Fintan apoiou um ombro contra o edifício que tinha perto e cruzou os
braços. “Não tem marcas nas portas que lhes afastem”
“Ao melhor não sabe o que é”
“Sabe”
Felizmente, Cael não lhe perguntou como ele sabia tal coisa.
“Averigua o que possa. Precisamos protegê-la”
Fintan vacilou.
“O que acontece?” perguntou Cael.
Fintan respirou fundo. “Todos os Fae dos arredores sabem da
Catriona e sua família. Não tem sentido que Bran descobrisse isso
também?”
“Deveria ter sido seu primeiro objetivo” disse Cael com desgosto.
“Crê que sabe dela e escolheu não matá-la?”
“É uma teoria”
“É uma malditamente boa” Cael respirou fundo. “Poderia ser uma
isca para ser utilizada por ou contra Bran”
Ao Fintan não surpreendeu escutar que Cael queria utilizá-la como
uma isca para o Bran. Esse pensamento tinha cruzado sua mente
também. Pode que tivesse sofrido o puxão do desejo, mas se
desvaneceria logo.
Bran era mais importante.
Assim como o era encontrar ao Eoghan.
*******
Capítulo 3

Uma inquietante e agitada sensação de que algo estava por


acontecer tirou Cat de seu sonho. Essa sensação a estava
incomodando desde que viu o Fae de cabelo branco. E seguia
intensificando-se.
Saindo do calor das mantas, levantou-se e se preparou para o dia.
Todo o momento, sua mente seguiu retornando ao Fae e a seu
comprido e branco cabelo. Seus sonhos lhe tinham tido como
protagonista toda a noite, mas nunca lhe via o rosto.
Estava continuamente envolto nas sombras. Mas sempre estava
observando-a. Vivendo entre o Fae, tinha aprendido a fazer caso de
sua intuição desde muito temprana idade e a dar uma ampla margem
a aqueles que faziam que sua pele se estremecesse de medo. O
rubor a surpreendeu ao dar-se conta de que não tinha sentido terror
ou angústia ao encontrá-lo.
Seu alarme ao vê-lo tinha eclipsado esse fato até agora. Foi
suficiente para pô-la nervosa, o que agudizou a sensação de que
algo ia acontecer. terminou seu chá e limpou o tigela, colocando-o
no mostrador antes de agarrar seu casaco. Sua mão estava no
trinco, mas vacilou. Havia uma parte de seu cérebro que a urgia a
permanecer dentro.
Olhou ao redor de seu lar. Ela não tinha posto a propósito qualquer
proteção, por isso ficar dentro não serviria de nada. Se algo vinha
por ela, e sabia, estava decidida a aceitar o de frente, não a encolher-
se de medo em uma esquina.
Não importavam os argumentos que seu avô utilizasse, negava-se a
defender-se em casa.
O que importava isso se não podia usar os símbolos no trabalho
posto que servia tanto aos Fae como aos humanos? Os Fae podiam
chegar até ali facilmente ou enquanto caminhava até ou desde sua
casa.
Cat atirou da porta e saiu. Um forte vento a golpeou, lhe roubando o
fôlego. Fechou a porta detrás dela e começou a caminhar até o café.
Sem querer, seu olhar se cravou no lugar no que tinha visto o Fae
de cabelo branco. Seguiu caminhando, embora em sua mente lhe
dava voltas às possibilidades de quem pudesse ser ele.
A resposta mais plausível era que tinha utilizado glamour para trocar
sua cor de cabelo. A cor natural do cabelo dos Fae era ou o negro
ou o negro e prateado. Todo o resto era magia.
Isso significava que gostava de destacar-se. E não teve nenhum
problema por matar a um Dark. O que lhe punha sob uma luz
positiva.
Pelo momento.
Era sua espada o que maior interesse suscitava nela. Nunca tinha
visto um Fae morrer. De fato, não sabia que fosse possível matar a
um. Uma espada que podia convertê-los em cinzas lhes viria de
pérolas para proteger tanto a seu avô como a si mesma.
A primeira hora da manhã, havia poucas pessoas nas ruas. Gostava
da solidão. Uma vez dentro do café, começou a preparar-se para o
dia. antes do que pensava, seu primeiro cliente entrou.
As horas passaram voando, lhe permitindo um ratito para pensar no
Fae de cabelo branco ou na sensação de ansiedade de seu interior.
Quando finalmente chegou a hora de fechar, deixou sair um suspiro
de cansaço. Doíam-lhe os pés, e tinha o princípio de uma dor de
cabeça.
apressou-se a ir casa e entrar em seu carro, logo conduziu uma curta
distância ao longo da costa até a cabana de seu avô. A casa caiada
com sua porta vermelho brilhante que dava à praia sempre trazia
lembranças maravilhosas.
De um tempo no que havia risadas e amor. Um tempo em que o
futuro era brilhante e atraente como o sol. Um tempo em que
ignorava a existência dos Fae e o papel que eles jogavam em sua
família.
À medida que conduzia pelo estreita ponte de pedra e baixava pela
lhe serpenteiem estrada, alguns dos temores foram desaparecendo.
Logo que tinha deixado o carro estacionado, seu avô saiu da casa
com os braços abertos, luzindo um sorriso de bem-vinda.
Cat saiu do carro e se apressou até ele. A sensação de seus braços
ao redor dela era reconfortante. Ajudava-lhe a relaxar a solidão e a
escuridão de sua vida. Durante uns quantos minutos, os dois
permaneceram abraçados.
Logo ele a beijou na frente “Te senti falta, a stóirín, minha queridinha”
“Eu também” lhe disse e lhe olhou. Seus olhos verdes estavam
imprecisos com a idade, mas o amor que brilhava ali reluzia. Seu
cabelo vermelho estava agora completamente branco, e tinha umas
enormes e povoadas sobrancelhas para completar o conjunto, rugas
em seu rosto. Com um largo sorriso disse a ela “Passa e me conte
como vão as coisas”
Foi conduzida ao interior da pequena casa. Quando ela tratou de
preparar o café, ele estalou a língua e a levou a uma cadeira. Ela
sorriu e se sentou, desfrutando a batente de seu carinhoso avô. Era
uma pequena petição que lhe dava consolo, e uma que lhe
recordava sua infância.
“O que sabe de um Fae com o cabelo branco?” perguntou ela.
Seu olhar saltou até ela enquanto colocava os tigelas sobre a mesa.
Franziu um pouco o cenho. Sentou-se na cadeira –lentamente a
cauda de sua idade e de sua artrite- e negou com a cabeça. “Você
nunca queria falar dos Fae”
Isso era certo. Durante anos, era tudo o que seus irmãos tinham
querido discutir. Saber que tinham magia e ela não, fazia difícil
querer saber sobre sua história com essas mágicas criaturas.
Entretanto, inteirou-se do que tinha que inteirar-se. Permitiu que
seus irmãos fizessem as perguntas e ela assimilava as respostas.
“Domhnall e Nora o fizeram por mim”
Ele bebeu um pouco de seu muito açucarado café. “passou algo?”
Ela sabia o que estava perguntando. Tinha ido alguém atrás dela?
Até o momento, tinham-na deixado em paz, mas isso era porque não
tivesse magia. Ser o único Hayes, do primeiro Halfling, em não ter
nenhuma magia era uma maldição, e entretanto era esse pesadelo
que a tinha mantido viva.
“Vi algo ontem à noite” explicou ela. “Um Dark estava fugindo deste
Fae de cabelo branco”
“Tudo o que sei sobre os Fae diz que seu cabelo é negro ou negro e
prateado. Nunca ouvi nada a respeito de cabelo branco. Seria
provavelmente glamour”
“Ele matou ao Dark”
Seu avô levantou ambas as sobrancelhas “Há dito matado?”
“Com uma espada que converteu o Dark em pó”
Seu avô se reclinou na cadeira e deixou sair um grande suspiro.
“Podemos ter sangue Fae correndo por nossas veias, mas o que
sabemos sobre eles é apenas nada. Embora saibamos o básico, isso
é muito mais do que outros podem afirmar”
“Essa arma poderia te salvar”
“nos salvar” a corrigiu seu avô.
Ela fez um gesto com a mão para afastar suas palavras. Sem magia,
não importava a ninguém. Bom, isso não era exatamente certo. Se
ela tinha algum filho, ele teria a possibilidade de ter magia. O
pensamento fez que seu estômago se contraísse de medo. depois
de sua infância, não queria pôr essa carga sobre seus filhos.
Mas isso era algo que seu avô não precisava escutar. Bebeu de seu
café, logo disse: “Preciso saber que classe de espada era essa.
Pode que não seja mais que aço. Ou uma metal específico do que
não temos idéia”
“Há toneladas de lendas que dizem que os Fae têm uma aversão ao
aço. Posso te dizer que vi a um Fae sujeitar um pedaço de aço, e
não passou nada”
Maldição. Se pelo menos fosse assim fácil. Poderia conseguir um
espada em qualquer lugar e utilizá-la.
“Falou-te este Fae de cabelo branco?” perguntou-lhe seu avô. “Não.
Olhou em minhaa direção, mas não se aproximou”
A mão nodosa de seu avô, que tremia ligeiramente, posou-se sobre
uma das suas. "Tome cuidado. É tudo o que fica, a stóirín”
Viu a tristeza em seus olhos e decidiu trocar o tema de conversa
para aliviar seu humor. Ela começou a contar histórias dos turistas
que chegavam a seu café, lhe relaxando com seus piadas até que
ele pôs-se a rir.
A hora se alargou e ela cozinhou, com sua conversa incessante.
Quando terminaram de jantar, seu avô foi procurar sua pipa
enquanto ela limpava a mesa e lavava os pratos. Cat secou as mãos
com o pano quando terminou e se voltou para encontrar a seu avô
na entrada de seu estudio, olhando-a.
“Fique ”a urgiu ele.
Era a mesma discussão cada vez que lhe visitava. Não podia
sustentar seu inquieto olhar durante muito tempo. “Sabe que é
melhor se não o fizer”
“Se querem vir por mim, o teriam feito já” “Você está a salvo aqui”
“Sentiria-me melhor se estivesse comigo e não você só”
Ela deixou colocado o pano e caminhou até ele, agarrando suas
mãos nas dela. “É só questão de tempo antes que venham por mim.
Se não estivermos juntos, pode que lhe deixem em paz”
“Preferiria morrer contigo que perder ao último membro de minhaa
família”
A tristeza em seus olhos lhe contraiu o coração. “vou encontrar uma
arma para usar contra os Fae, e vou salvar a ambos”
“Se alguém puder, essa é você”, disse-lhe ele lhe fazendo uma
piscada e lhe oferecendo um sorriso forçado.
Ela não tinha podido impedir que seus pais morressem em um
acidente de carro. Não tinha podido ajudar a nenhum de seus
irmãos, mas mesmo que fora quão último fazia, Cat protegeria a seu
avô.
“Is grá liom thú”
“Eu também te amo” lhe disse ela e lhe beijou na bochecha. A palma
da mão dele tremia quando a posou a um lado de seu rosto. “Ao
melhor eles nunca vêm a por você. Possivelmente isso é porque não
tem magia, a stóirín. Sem isso, eles não podem te encontrar”
“Possivelmente”
Quando olhou aos olhos que apressadamente ele retirou, soube que
ele estava mentindo. Mas sobre o que? Sobre que os Fae vinham
por ela? Ou sobre sua magia? Tinha na ponta da língua lhe
perguntar, mas sabia que não responderia, assim não perguntou.
Tinham passado uma bonita noite, e não queria arruiná-la ao forçar
uma possível discussão. Porque uma vez que ela pressionasse para
saber a verdade, não ia ceder até saber tudo.
Caminhou com ela até a porta onde lhe deu um abraço, lhe
apertando antes de sair da casa. Odiava ir-se mas sabia que ele
estava mais a salvo com ela longe.
“Espero-te depois de amanhã” disse a ela.
Ela abriu a porta do carro e lhe lançou um beijo. “Aqui estarei”
Ao conduzir até sua casa, toda a tensão que tinha desaparecido
enquanto esteve com seu avô, retornou como uma vingança, lhe
esticando os músculos do pescoço e os ombros. deteve-se em sua
casa, a luz dos faróis captando uma figura nas sombras ao outro
lado da rua.
Com o coração lhe pulsando grosseiramente, estacionou o carro e
saiu, de cara à estrada. Seu olhar foi até onde tinha visto o indivíduo.
Durante um comprido momento, nada se moveu. Logo, fora da
escuridão, uma forma emergiu. Caminhava lentamente até ela
levando um comprido abrigo negro que lhe chegava na metade da
coxa. Não foi até que ficou sob a luz da luz perto de onde ela se
dirigiu que viu seu cabelo branco.
O estômago caiu aos pés de medo. Estava olhando aos olhos a seu
assassino? Foi ele que matou a seus irmãos?
Apesar de que tremia interiormente, sua intuição não a estava
advertindo de que devia manter-se à margem dele. Mais estranho
ainda, não sentia medo, -só ao que representava. E isso lhe permitiu
procurar sua espada em seu corpo. Permaneceu cravada no lugar e
levantou o queixo, desafiante para dar-se valor. “Não fugirei”
Arqueou uma sobrancelha branca enquanto apoiava o quadril contra
o muro de pedra frente à calçada. “Bravo, apesar do medo que
percebo a seu redor”
“Mãos à obra!”
“Exatamente O que crê que vim fazer?”
Ela começou a perguntar-se se ele tentava jogar com ela antes de
dar o golpe mortal. “veio me matar”
“Não”
Se pelo menos pudesse lhe ver o rosto em lugar do ter em seu maior
parte oculto pelas sombras. Não estava segura de se ele se estava
mofando dela ou não. “Então o que quer?”
Passou um comprido minuto no que ele permaneceu em silêncio.
Logo se impulsionou da parede e deu um passo até ela. “Falar”
“E se me nego?” Era melhor, desde o começo, saber quão longe
podia chegar a lhe provocar. Ele encolheu seus largos ombros, com
o couro flexível de seu casaco movendo-se com ele. “Então irei”
“Assim nada mais?”
“Assim nada mais”
Sentia curiosidade pelo que ele queria mas não estava segura se
falar com ele era boa idéia. Embora era consciente de que poderia
matá-la no momento que quisesse. Cat umedeceu os lábios, com a
incerteza lhe dando tempo para uma pausa. Não havia nada que
impedisse o Fae de entrar em sua casa. Nada lhe deteria se queria
machucá-la. Assim por que estava pedindo?
Ele esperou pacientemente enquanto ela se decidia. Inclusive
quando começou a garoar, nem sequer se moveu. Estava intrigada
por ele, tão assim que isso pesava mais que tudo o resto. Com um
assentimento, girou-se e caminhou até a porta principal.
Quando a abriu, ela entrou e acendeu as luzes, perguntando-se se
tinha feito o correto. sobressaltou-se quando a porta fez click
brandamente ao fechar-se atrás dela. Quando se girou, ele estava
contra a porta.
Jogou uma olhada pela primeira vez ao Fae. Sua visão a deixou sem
respiração. Não só seu cabelo era branco, mas também seus olhos
também. Um anel de vermelho escuro rodeava sua íris, fazendo que
parecessem sem piedade. Seu olhar era intenso e penetrante.
Apesar da raridade de sua cor, era assombrosamente atrativo.
Embora tinha um ar de desespero e tristeza sobre ele que lhe tirava
a respiração. Uma mandíbula quadrada que parecia talhada em
pedra, e umas maçãs do rosto definidas que lhe davam um aspecto
ameaçador. Os lábios largos e magros estavam planos em seu rosto
sem linhas de expressão, e se perguntou se seus lábios alguma vez
tinham sorrido.
Tragou saliva enquanto advertiu as gotas de chuva que corriam por
seu casaco para cair sobre o chão. Mantinha seu olhar nela
enquanto o tirava e pendurava em um cabide. Seus olhos lhe
repassaram, começando pela camiseta negra que lhe ajustava à
parte superior do corpo, lhe mostrando a tensão de seu peito e
mostrando seus musculosos braços. Incapaz de evitá-lo, deixou que
seus olhos fossem mais abaixo até seus estreitos quadris e suas
largas pernas envoltas em um jeans negro.
Era muito consciente do muito masculino, do muito atrativo espécime
que agora estava em sua casa. Quando ela levantou o olhar, o dele
se cravou no dela. Não podia retirar o olhar e se encontrou com que
tampouco queria.
olharam-se um ao outro sem pronunciar palavra. Ela sabia que
deveria lhe ter medo, mas alguma estranha razão, não o tinha. Não
importa quanto procurasse uma explicação, não pôde encontrá-la.
Sua confiança desconjurada poderia ser sua queda ao final.
“Quem é?” perguntou.
Seus ombros se elevaram enquanto ele respirava fundo “Fintan”
“Fintan”, repetiu ela. “Eu sou…”
“Catriona” a interrompeu ele.
Então a conhecia. É obvio que o fazia. Baixou o olhar e viu que ainda
sujeitava fortemente sua bolsa entre seus dedos. Deixou-a e tirou o
casaco, deixando-o sobre uma cadeira. Logo se voltou até ele.
“Nunca conheci a um Fae como você”
“Porque não há outro como eu”
E ela suspeitava que nunca se haviam dito palavras mais
verdadeiras.
*******
Capítulo 4

Estar perto da Catriona pôs ao Fintan em uma difícil situação porque


queria estar mais perto.
Ansiava-o, desejava-o, morria por isso.
A mesma luxúria que havia sentido a noite anterior lhe esquentava o
sangue e fazia que o desejo agora lhe atravessasse com dureza.
Cegava-lhe, lhe consumindo até que no único que podia pensar era
em arrastá-la contra ele e lhe saborear os lábios.
O que era o que andava fodidamente mal nele?
Não tinha desejado outra coisa que não fosse a justiça que repartia
em nome da Morte. E, entretanto, aí estava.
Dolorido.
Com cada pulsado de seu coração que lhe exigia que fosse até ela,
sua vontade de aço lhe mantinha preso no sítio. Era racional,
tranqüilo e frio em todas as coisas. Os pensamentos precipitados e
imprudentes que agora corriam por sua mente estavam longe de ser
normais. De fato, assustavam-no um pouco por quão ferozmente
queria render-se.
Tinha passado milhares de anos sem sentir sequer uma pequena
pérola de algo que se assemelhasse à luxúria, e com um olhar a
Catriona, ficou boquiaberto. Fazia-lhe sentir como um adolescente
libidinoso, que caminhava com uma constante ereção. Concentrou
sua mente em algo mais que em lhe tirar a roupa. Seus olhos verdes
o observavam como uma raposa poderia olhar a um sabujo. Já não
sentia medo, mas tampouco estava exatamente cômoda com sua
presença.
Não é que pudesse culpá-la. Ninguém se sentia cômodo a seu redor.
Podia tranqüilizar a todo mundo utilizando glamour, mas para ser
honesto, não lhe importava nada. Isto é o que era. Ou se
acostumavam a ele, ou não o faziam. Não lhe importava.
Ou normalmente não lhe importava. “É um Dark”
Não pretendeu que as palavras dela fossem uma pergunta. “Sim”
“Se não está aqui para me matar, então por que quer falar comigo?”
Essa era uma boa pergunta. Tinha-a seguido até a casa de seu avô
e tinha observado sua interação. Não tinha podido entrar por causa
dos símbolos esculpidos ao redor das entradas. Mas tinha visto o
suficiente para saber que Cat e seu avô estavam muito unidos.
Não tinha tido a intenção de mostrar-se a ela essa noite. Podia ter
permanecido velado, mas tinha deixado cair o véu -deixaria-lhe ve-
lo. Havia algo nela que lhe atraía. Era sua valentia ou sua beleza?
Tinha querido formular um plano e utilizar o glamour para disfarçar-
se e aproximar-se dela para poder estar preparado quando Bran
aparecesse. Esse plano se esqueceu quando a viu sair do carro e
olhar em sua direção.
“Fintan?”
O que lhe tinha perguntado? OH, está bem. “Quero saber sobre ti”
“Para que?” perguntou ela com expressão de perplexidade.
“Não é tão comum como pode pensar que um Fae deixe a uma
humana com um filho. É inclusive mais estranho que três de minhaa
espécie visitassem a mesma família”
Ela respirou fundo e lhe deu as costas, com a cabeça inclinada
enquanto punha as mãos sobre o respaldo de uma cadeira da
cozinha. “Assim sou uma curiosidade que veio examinar?”
“Quero saber o que há em sua família que continua atraindo aos
Fae”
Ela levantou a cabeça. “Não tenho magia. Não parece importar
quantos Fae decidam deitar-se com alguém de minhaa família, não
todo mundo consegue algo”
Ele podia discutir com ela, mas Fintan decidiu que era melhor deixá-
la pensar o que quisesse. suas palavras foram cortantes, molestas.
Essa classe de ressentimento só podia ser o resultado de um pouco
tão horrível como uma morte. Logo recordou que a Light Fae, a noite
anterior, tinha-lhe contado que a família da Catriona tinha sido
assassinada. Embora não todo mundo em sua família estava morto.
“A quem perdeu?”
“A minha irmão e a minha irmã” Ela se voltou para ficar de cara a ele
então. Fintan apertou os punhos para não chegar a ela quando viu a
dor visceral e em carne viva em seus olhos. Era um Reaper, e isso
significava viver só. Não podiam existir os sentimentos de desejo ou
luxuria.
Com um selvagem empurrão, esmagou tais emoções.
“por que eles não vieram por mim?” exigiu ela com seus olhos
incandescentes de raiva e fúria.
“Não sei” Era uma das razões pelas que estava interessado nela.
Ela soprou e entrou na cozinha. Ali, agarrou uma garrafa de vinho
vermelho e tirou uma taça. A ofereceu, lhe perguntando em silêncio
se queria. Fintan negou com a cabeça e observou como ela servia o
líquido.
Tomou um sorvo e olhou fixamente a taça. “minha avô acredita que
é porque não tenho nenhuma magia, mas sei que está equivocado.
Os Reapers estão jogando comigo”
Ele se sobressaltou ante a menção dos Reapers. Assim que ela,
como outros Fae, assumia que seu grupo era o responsável pelas
mortes. “O que sabe dos Reapers?”
“ouvi coisas. Alguns Fae podem tentar ocultar o que são, mas
nenhum deles tenta manter em segredo suas conversas. Suspeito
que é porque acreditam que os mortais estão por debaixo deles. O
que sabe você sobre os Reapers?”
“por que está tão segura de que eles vão detrás de você?”
Levantou a cabeça de uma vez que seu olhar se cravava no dele.
“Possivelmente porque minhaa família viveu nesta cidade entre os
Fae durante oitocentos anos sem que nenhum Hayes tenha sido
assassinado”
“houve um assassinato maciço do Halflings em todo mundo” disse
Fintan depois de um minuto. “ouvi o rumor de que foram os Reapers
os que detiveram as mortes”
Os olhos verdes se entrecerraram uma fração “Então quem os
começou?”
“Um grupo que queriam fazer que parecesse que os Reapers eram
os responsáveis”
Ela bebeu, considerando suas palavras. “Não acredito que importe
que grupo matou a minhas irmãos. Ao final, foi um Fae”
“Sentiria o mesmo se tivesse sido um humano?”
“Isso é diferente”
Ele arqueou uma sobrancelha. “Não é. É parte de ambos os mundos”
Ela tragou saliva e baixou o olhar. “Admitirei com inapetência que
não tinha pensado dessa forma”
Ele se viu tentando sorrir -algo que deteve imediatamente. “Sei o que
vem até ti”
“Como?”
“Realmente importa?” perguntou ele.
“Não, suponho que não. por que me diria isso?”
“Quer lhe matar”
Ela se dirigiu ao sofá e se sentou. Logo fez um gesto até o sofá, lhe
indicando que deveria sentar-se. “Ele. Então se trata de um
homem?”
“Quero matar ao líder de um particular grupo do Faes”
“por que?”
Ele caminhou até o sofá de dois lugares mas permaneceu de pé.
“Vingança”
“Então o que quer é me utilizar como isca para lhe capturar”
“Sim” Fintan se sentou ao bordo do sofá. “me ajude a conseguir
vingança por sua família e outros humanos que morreram por ter
sangue Fae”
“Sua oferta é… atrativa”
“Mas…”
“Não tenho nada com o que me proteger”
Viu que cada vez gostava dela mais e mais. Não lhe pediu que a
protegesse, mas sim lhe pedia uma forma de defender-se. Sua
valentia só conseguiu que sua luxúria aumentasse. “Estarei contigo”
“Não”
“Os Fae permanecem no exterior de sua casa durante a noite,
esperando o dia em que Bran chegue até ti”
Essas notícias não pareceram incomodá-la. Bebeu mais de seu
vinho e cruzou as pernas. “Quero uma arma como a tua. Uma que
possa converter um Fae em pó”
“lhe posso conseguir isso mas mesmo assim estarei contigo”
“Não posso ter um Fae comigo todo o tempo. Atrairá a atenção”
Não lhe recordou que era ela que chamava a atenção. Tanto se
sabia como se não, ele estaria com ela. Não havia forma de que a
deixasse só nem sequer um momento. Porque capturar ao Bran
significava que poderiam encontrar ao Eoghan. depois disso, Fintan
teria o enorme prazer de matar ao Bran lentamente por tudo o que
tinha feito.
Uma mecha vermelha de cabelo caiu sobre os olhos da Catriona.
Moveu-o a um lado, com o olhar nele. “E quando capturar a esse
Fae? Deixará-me só?”
“Se esse for seu desejo”
“Me prometeria isso?” Ele assentiu com a cabeça.
“Quem é você para poder fazer tal coisa?” “Importa?”
Ela abriu os olhos de par em par como se a alarmassem suas
palavras. “Sim”
“Te dou minhaa palavra”
Ela colocou a taça de vinho sobre a mesa perto dela. “Não te
conheço. Parece ser muito honorável. Conto com isso enquanto
trabalhamos juntos porque temos um inimigo comum. Mas, sejamos
honestos. Uma vez que tenhamos encurralado a sua presa, irá. Não
terá idéia do que me aconteça. Tampouco espero que o faça. O que
quero é sua promessa de que você e os que estão conectados a ti
não matarão nem a mim nem a minhaa família”
“Eles não o farão. Juro-lhe isso”
Ambos sabiam que ela não tinha eleição salvo aceitar sua promessa.
Foi a primeira vez que sua palavra tinha sido questionada, e não
gostou. Não importava que ele soubesse que ela tinha argumentos
válidos.
Tudo isto se apoiava na idéia de que Bran a mataria, mas Fintan
estava mantendo abertas todas suas opções em caso de que as
coisas fossem de outra maneira. O fato de que os Hayes fossem a
família de Halflings mais poderosa não era algo que Bran, um
faminto de poder, permitisse que lhe escapasse entre os dedos. O
que significava que Bran não sabia nada de Cat.
Ainda.
“Então temos um trato” disse ela e lhe ofereceu a mão. Ele a olhou,
ansioso por tocá-la e consciente de que não seria uma boa idéia.
Mesmo assim, ele estendeu a mão e a estreitou. Com um firme
apertão, lhe soltou. Todo o tempo, a pele dele formigava quando sua
Palmas se encontraram. O desejo de que pensou que se livrou
retornou como uma vingança, e um desejo que ameaçava rompendo
sua gelada contenção.
Baixou o olhar até seus lábios. Viu-os mover-se enquanto ela falava,
mas em tudo o que podia pensar era em beijá-la. Custou-lhe todo
um minuto antes de poder conseguir ficar sob controle.
“Podemos trabalhar sobre os detalhes depois” disse ela.
Fintan mentalmente sacudiu a cabeça para esclarecer-lhe Serão uns
quantos detalhes. Assegurará-me de que nosso inimigo saiba que
está aqui. Logo esperaremos a que apareça”
“O nome desse Fae é Bran?” Ele voltou a olhar sua boca
“Sim”
“O que te faz pensar que virá?”
“Quer apagar deste Reino a todos os Halflings”
“E os Reapers?”
Ele ficou quieto. “O que acontece eles?”
“O que acontece eles aparecem?”
“Não o farão”
Ela pôs os olhos em branco. “Como pode estar seguro?”
“Estou seguro de que eles têm outras coisas que fazer?”
“Vale” Catriona ficou em pé. “Quero que isto acabe. Quero que
minha avô possa sair de casa de novo. Quero deixar de olhar por
cima de minha ombro”
Isso fez que ele levantasse uma sobrancelha “O faria?”
“O que?”
“Deixar de olhar por cima de seu ombro uma vez que Bran seja
capturado”
Ela encolheu os ombros, fazendo um gesto com os lábios. “Eu
gostaria de pensar que o farei. Por certo, como sabe que o Fae
responsável se chamam Bran?”
“É uma larga história”
“Eu gosto das histórias largas”
Uma vez mais, encontrou-se querendo sorrir. “É um velho inimigo ao
que gosta de causar problemas. Eu sou essa classe do Fae a quem
gosta de fazer que tais homens desapareçam”
“Essa não é uma larga Essa história é a versão condensada”
Para sua surpresa, ela sorriu brandamente. “Quando começamos?”
“Já o temos feito. Dorme tranqüila esta noite, Catriona. Estarei te
cuidando” Fintan agarrou seu casaco e se dirigiu até a porta.
“Cat”
Ele fez um alto e a olhou por cima do ombro. “O que?”
“me chame Cat. Todo mundo o faz”
Ele assentiu com a cabeça e saiu da casa. logo que esteve fora e
outros Fae lhe viram, dispersaram-se. O seguinte foi velar-se.
Ninguém, especialmente outros Fae, precisavam ver no que estava
metido.
Cat lhe surpreendia. Tinha esperado alguma classe de resistência a
ser uma isca, mas então não tinha contado com sua coragem ou
valentia para ficar e lutar.
Havia fogo dentro dela, uma necessidade de viver fazendo caso
omisso de seu medo. Isso podia ser um fator decisivo se Bran vinha
a por ela -mas não para matá-la. Se Cat tivesse inclusive um pouco
de magia, ela poderia proteger-se. O fato de que não tivesse
nenhuma a tinha deixado exposta. E isso lhe fez perguntar-se como,
em uma família tão poderoso como a sua, ela não tinha magia.
Pensou na arma que lhe tinha pedido. Os Fae não tinham o costume
de dar aos Halflings coisas que pudessem matar a um Fae, mas
neste caso, ela estava justificada em sua petição. E ele ia assegurar-
se de que conseguisse sua arma.
Uma vez nas sombras ao longo da rua, voltou-se até a cabana. Seu
olhar sobre a janela frontal onde Cat permanecia, olhando até fora.
Seus olhos perambulando pelo exterior. Estava-lhe procurando?
Isso esperava. Logo imediatamente se arrependeu de seus
pensamentos. Foi o sacrifício e desaparecimento do Eoghan o que
lhe tinha desequilibrado. Tinha que ser isso, o que lhe estava
fazendo… sentir.
Ou não?
Fintan absorveu a visão do rosto de Cat antes que corresse as
cortinas para as fechar.
***
Capítulo 5
Reino da Morte

Durante milhares de anos, o rumo do Cael tinha estado fixado ante


ele. Cumpria as ordens da Morte, sabendo que estava ajudando a
manter o equilíbrio. Do primeiro momento, ele tinha aceito a posição,
havia-se sentido como se tivesse uma missão. Com se finalmente,
pertencesse.
Essa sensação não tinha trocado, só se tinha solidificado. Tinha
nascido para ser um Reaper, ser o executor da Morte. Era um papel
que tinha algumas vantagens, mas muitos prejuízos também.
Embora poucas dessas desvantagens lhe incomodavam. Tinha tudo
o que alguma vez tinha necessitado em seus homens. Rapidamente,
deteve o pensamento seguinte que começou quando pensou na
Morte quando atravessou o portal Fae que só eles dois podiam ver.
Respirou fundo. Quanto tinha trocado para os Reapers em muito
curto espaço de tempo, e não estava seguro do que o futuro trazia.
Independentemente disso, conhecia seu papel. Estaria com a Morte
até o final dos tempos.
Deixando a um lado estes pensamentos, olhou ao redor ao espessa
folhagem do reino da Morte. As árvores que se alargavam até o céu
se balançavam ao som de um suave vento. Seguiu um caminho que
serpenteava entre as diversas planta e flores que cresciam
agrupados densamente.
As abelhas zumbiam enquanto as canções de dúzias de pássaros
ressonavam no ar. Uma libélula se lançou diante dele antes de
deslizar-se e voar mais alto.
O olhar do Cael se posou na torre branca que se levantava frente a
ele, brilhante sob a luz do sol. Cada vez que vinha a este Reino,
lembrava-se de tudo pelo que trabalhava.
Ainda lhe assombrava o fato de que tinha passado de ser o último
dos primeiros sete Reapers à líder de um novo grupo. Ele e o Eoghan
tinham sobrevivido à traição do Bran só para descobrir que Bran
tinha escapado do Submundo e tinha aberto uma rota de vingança.
Tinha começado com a matança de milhões do Halflings. Agora,
Eoghan se tinha ido. Cael se negou a acreditar que seu amigo estava
morto. Era por isso que tinha começado a procurar em diferentes
Reino, com a esperança de encontrar alguma pista.
até agora, não tinha encontrado nada.
“Suas preocupações pesam duramente sobre seus ombros” disse
uma suave voz feminina detrás dele. Ele fechou os olhos por um
instante, saboreando o som de suas palavras antes de voltar-se para
enfrentar-se à Morte. Contemplou seus insondáveis olhos cor
lavanda e se perdeu neles.
Ante seu precioso olhar, sentia-se tão insignificante como uma
bolinha de pó no Cosmos. Porque ela só tinha vivido desde o
começo dos tempos, julgando aos que perturbavam o equilíbrio.
A palavra deliciosa nem sequer começava a descrevê-la. Era
atemporal e etérea. Tinha um rosto tão perfeito que deixava atrás a
qualquer Fae. As maçãs do rosto impossivelmente altas e uma boca
que ele desejava provar só se acrescentavam a seu atrativo.
“Sim” replicou ele enquanto olhava seu abundante cabelo negro
recolhido sobre sua cabeça de uma vez que umas frisados mechas
de cor do ébano caíam sobre seu rosto e pescoço artisticamente.
Isso atraiu seu olhar até sua pele cremosa e imaculada. Levava seu
traje favorito: um vestido negro com uma saia larga e solta.
A seda se amoldava a seu corpo, acentuando sua pequena cintura
e a curva de seus seios. O decote se curvava ligeiramente até
chegar a sua clavícula. As mangas eram do mesmo cetim e lhe
chegavam até as pulsos. A saia de cetim não tinha nem rugas nem
dobras. Cada fio verde ia gravado com um desenho celta.
“As minhas também” disse ela e se voltou para afastar-se. Seus
olhos se cravaram na profunda V do decote das costas de seu
vestido que lhe chegava à cintura. Desejou ferventemente percorrer
com os dedos toda sua coluna vertebral, mas se controlou. Ninguém
tocava à Morte. “por que veio?” perguntou-lhe Erith.
Ele a seguia, observando como as mariposas foram atrás de seu
rastro. Inclusive as flores pareciam voltar-se até ela quando se
aproximava delas. Sempre ficava maravilhado ao vê-la.
“trata-se do Fintan” disse ele.
Ela olhou por cima de seu ombro. “Ele levou a cabo minha
julgamento sobre o Dark tão eficazmente como sempre. Houve um
problema?”
“Com ele nunca há nenhum como sempre”
“minha frio Reaper. se preocupa porque oculta suas emoções”
“Não as oculta. Fintan tem motivos para as enterrar. É o melhor para
ele”
Cada um dos Reapers tinha experiente uma traição que conduziu a
suas mortes. Foi como Erith lhes tinha eleito. Uma vez no grupo,
dependia de cada Reaper se queriam compartilhar sua história.
Fintan nunca tinha falado de seu passado. A Morte, em troca, tinha
contado ao Cael a história de cada um dos Reapers para que lhes
pudesse dirigir melhor. Ele nunca tinha deixado que nenhum deles
soubesse porque algumas vezes o passado estava melhor quando
se deixava no esquecimento.
“Quando Fintan perseguia o Dark, cruzou com uma Halfling” disse
Cael a ela.
Erith continuava caminhando até a torre. “Presumo que ele acredita
que Bran irá por essa Halfling”
“É uma possibilidade”
“Ou?” perguntou-lhe ela, lhe olhando por cima do ombro.
Cael observou um cacho ricochetear junto a seu pescoço. “Existe a
possibilidade de que Bran possa querê-la”
“O qual explicaria o por que não a matou ainda” disse Erith
assentindo com a cabeça. “De qualquer forma, Fintan quer pôr uma
armadilha utilizando a Halfling”
A Morte ficou calada até que alcançaram a torre. ouviu-se uma
maldição que desceu de uma das janelas. Ela sorriu tristemente.
“Seamus ainda está procurando como Bran está dando tanto poder
a seu exército”
Cael não se incomodou em mencionar que sabia que Seamus
também procurava como sua magia parecia estar diminuindo. Havia
uma conexão entre ela e o Bran que permitia ao Ex-Reaper
aumentar sua força enquanto a Morte se debilitava.
Era uma das muitas razões pelas que Cael queria matar ao Bran.
“me conte dessa Halfling” lhe urgiu Erith enquanto se movia até
mesa e as cadeiras e tomou assento. Cael a seguiu, sentando-se
frente a ela.
“Esperava que você pudesse conhecê-la”
“O nome?”
“Catriona Hayes”
A Morte se reclinou em seu assento. “Não tinha pensado na família
Hayes durante décadas. Três Fae visitaram a família, deixando um
filho cada vez”
“Isso contou ao Fintan uma Light no Galway. por que os Fae
continuaram visitando essa família?”
“Houve um tempo em que os Hayes eram poderosos, governando
Galway. Acredito que isso, combinado com uma formosa mulher,
chamou a atenção do primeiro Light. Provavelmente foi essa a causa
de que os três Fae passassem tempo com eles”
“É muito estranho que ocorra isso”
“Também significa que a família tem mais magia que quaisquer
outros metade-Fae. Poderiam ser rivais dos Druidas” acrescentou
ela.
Ele se esfregou a mandíbula “por que Bran não iria em primeiro lugar
depois da família?”
“Quem diz que não o tem feito? Talvez alguém da família se mantém
sob o radar. Ela seria um chamariz perfeito para atrai-lo se estiver
disposta a aceitar o plano”
“Não se está ocultando”
A morte tamborilou lentamente os dedos sobre a mesa. “Agora sei
por que pensa que Bran poderia querê-la”
Cael se inclinou até diante, apoiando os antebraços sobre seus
joelhos. “Não estou seguro de que Fintan seja o indicado para falar
com ela”
“Por ocultar suas emoções ou por sua aparência?”
“Ambas as coisas. Já sabe como perturba inclusive aos Darks”
Erith lhe observou um momento. “Fintan é muito inteligente para
deixar que esta oportunidade nos escorregue. A ele –como a todos
nós- conduz-lhe a necessidade de encontrar ao Eoghan”
Ante a menção de seu velho amigo, Cael ficou em pé e ficou de cara
ao espesso bosque. “Eoghan me salvou a vida. Não quero deixar de
lhe buscar”
“Nem eu”
Baixou o olhar para encontrar-se com a Morte a seu lado. Fogo ardia
em seus olhos cor lavanda, um que prometia vingança contra Bran.
Teve a urgência de tocar seu rosto, ter alguma aula de conexão com
ela.
“Encontraremos ao Eoghan” prometeu ela. “Bran não nos dirá isso
nunca”
Ela levantou o queixo de forma desafiante. “Sou a Morte. Encontrarei
a minha Reaper”
Se havia algo que sabia sobre Erith era que sempre era fiel a sua
palavra. Embora parecia a mesma, podia sentir que não estava bem.
Cada dia que passava e mais de sua magia se desviava, mais fraca
parecia. O mundo se inundaria no caos com o desaparecimento –se
isso acontecia.
E ele… ele não estava seguro de poder sobreviver se não a tinha
perto. “E se Bran te encontra?”
Seus olhos flamejaram perigosamente, “Esqueceu quem sou?”
“Nunca”
“Mas?” perguntou ela entrecerrando os olhos.
Com apenas um pensamento, ela podia deter sua vida. O poder nela
não inspirava medo. Respeitava-a e a admirava. Mas não lhe
atemorizava.
Alguns poderiam lhe chamar louco posto que ela era a Morte, mas
poucos a conheciam. Não é que o reclamasse conhecê-la. Mas
estava mais unido a ela que a maioria.
Era por essa causa que sabia quão profundamente cuidava dos
Reapers. Só tinha que ver os extremos aos que tinha chegado por
eles. Só ele sabia quanto desejava que eles fossem felizes e
encontrassem a paz que lhes tinha escapado na vida.
“Confiou em mim o suficiente para que liderasse a seus homens”
“Seus Reapers” corrigiu ela.
Ele negou com a cabeça. “Você nos selecionou. Somos teus”
Houve uma inominável emoção que flasheó em seus olhos, mas
desapareceu em um abrir e fechar de olhos. “Se não confiasse em
você, não lhes estaria liderando”
“Mas não confia em mim o suficiente para me contar que sua magia
está desaparecendo”
Ela retirou o olhar. Uma parede se interpôs entre eles em um
instante. voltou-se tão distante como o tinha sido uma vez. Isso lhe
feriu mais profundamente do que o faria qualquer espada.
Sabia que não estava bem desejá-la. Sabia que não era o correto
querer mais do que podia ter com ela, mas não podia parar o que se
pôs em movimento.
Tudo o que a via, desejava ao Erith. acreditou-se superior a outros
porque era o líder eleito, ao que ela tinha dado passo a seu Reino.
Mas estava equivocado. Nunca esteve mais claro que nesse
momento.
Respirou fundo e deixou sair lentamente o ar. “Manterei-te informada
sobre os progressos do Fintan. Se esta mulher Hayes for tão
especial como diz, isso deveria tirar o Bran do lugar no que se
esconda”
Os minutos passaram enquanto esperava a que a Morte
respondesse. Finalmente, deu-se conta que ela não ia faze-lo.
Inclinou a cabeça e deu meia volta abrindo caminho até o portal Fae.
Com cada passo que se afastava dela, as vísceras lhe contraíam.
Ela era o objetivo último do Bran. Seu Reino sempre se manteve a
salvo de qualquer que não lhe permitisse entrar, mas por quanto
tempo?
Se sua magia tinha desaparecido o suficiente para permitir que a
única entrada à a prisão do Submundo onde se retinha o Bran se
fizesse visível, permitindo ao Seamus encontrá-la e ajudar ao Bran
a escapar, então era simplesmente uma questão de tempo antes que
Bran encontrasse seu caminho até seu Reino.
Posto que só havia uma entrada até ele, Cael tentava protegê-la até
que Bran fosse capturado. A única forma de que Bran conseguisse
chegar a Erith era se matava primeiro ao Cael.
Não importava se ela não sentia nada por ele. Não importava sequer
que ela fosse mais que capaz de cuidar-se por si mesmo. Se Cael
podia fazer isso por ela, então o faria.
Por causa de quem era ela. Porque seus sentimentos estavam
proibidos. Porque nunca poderia haver nada mais que o que via em
seus sonhos.
Atravessou o portal, detendo-se de olhar para trás no último minuto.
Ali, em uma pequena ilha em meio de um lago em Escócia, montou
sentinela.
*******
Capítulo 6

O silêncio da noite podia ser desconcertante para alguns, mas Cat


sempre o encontrava como um tempo de reflexão, quando nenhum
ruído exterior podia interferir. E tinha muito no que pensar.
Estava tombada sobre sua cama acordada, olhando ao teto
enquanto considerava a proposta do Fintan desde cada ângulo.
Estava arriscando-se ao confiar nele, mas o que tinha a perder
realmente? Já, ela se sentia como se cada dia fosse tempo
emprestado. por que não aproveitá-lo enquanto pudesse?
Tomar uma decisão -de qualquer maneira possível.
Seus pensamentos foram à deriva até o Fintan. Sua voz era
profunda e tão cativante que se perguntava se a utilizava a propósito.
Quase como uma arma, mas uma de seda e sedução em lugar de
aço e sangue.
Punha-a nervosa, mas também ela queria saber mais sobre ele. Em
particular como tinha chegado a ter o cabelo branco. Mas também
sentia curiosidade sobre tudo o que lhe mantinha fortemente
enjaulado. Reconheceu-o nele porque ela havia o mesmo. Embora
ele era um professor e ela só uma novata.
Fintan tinha sido direto com ela em tudo, o que apreciava. Não tinha
recebido nenhum golpe quando lhe contou sobre o Bran e que viria
procurá-la. Era tudo o que já sabia, mas ele não tinha tentado
suavizar as coisas.
Sua situação girou seus pensamentos até seu avô. Ele era o único
que ficava da família, e estava disposta a fazer o que fosse
necessário para lhe manter são e salvo. Ela era jovem e podia
continuar a linhagem dos Hayes. Sem ela, existia a possibilidade de
que Bran e os Fae deixassem em paz a seu avô. Era uma aposta
com a que estava contando.
Pensar em sua família logo lhe trouxe a memória lembranças de
seus irmãos e parentes, fazendo-a sorrir, rir e inclusive chorar.
Não podia afastar esses pensamentos. Eram a única forma de que
sua família vivesse, e daria a bem-vinda à felicidade –e à dor- que
as lembranças lhe contribuíam.
antes de dar-se conta, a luz se filtrou através das cortinas,
assinalando o início de um novo dia. Era seu dia livre, mas o hábito
a levantava a hora normal. tomou banho e se vestiu, perguntando-
se como se desenvolveria o dia.
Quando abriu as cortinas da janela principal esperava ver o Fintan.
Quando não lhe viu, encolheu os ombros. Era o que merecia por
acreditar que a tinha estado vigiando toda a noite.
voltou-se e se sobressaltou ante a visão do Fintan sentando-se à
mesa da cozinha. “Minhas desculpas” disse ele. “Não queria que
ninguém me visse entrar”
Sua voz fez que o calor se estendesse sobre ela como um sussurro
sedutor. Ou talvez fosse a forma em que esses olhos brancos
bordeados de vermelho a olhavam como fosse sua próxima comida
-na cama.
De qualquer maneira, como seu corpo se esquentou em resposta a
isso, fez que desse um passo até ele como se uma corda invisível a
arrastasse até diante. “Quanto tempo leva aí?” perguntou ela.
“Justo acabo de aparecer”
Ela tragou saliva e se dirigiu à cozinha com suas pernas tremendo
para pôr o pão na torradeira. “Suponho que está aqui pelos detalhes”
Quando ele não replicou, olhou-lhe por cima de seu ombro.
Lentamente, assentiu com a cabeça uma só vez.
“De acordo. Por onde começamos?” perguntou enquanto estendia
manteiga sobre sua torrada.
“Alguns de minhas amigos estão difundindo rumores sobre ti”
Ela entrecerrou o olhar nele. “Suspeito que há um mas em alguma
parte”
“Com o montão de Fae que sabem de você, encontro… estranho
que Bran não o faça”
Um calafrio lhe percorreu a coluna vertebral, detendo seu
movimento. “Em outras palavras, ele poderia ter estado me
observando todo o tempo?”
“Sim”
Ela deixou a torrada, tinha perdido o apetite. Voltando-se até ele,
disse: “Espero estar fazendo o correto”
“É muito tarde para trocar de opinião”
“Não o estou fazendo. Estou confiando em você, e…”
“Não confia nos Fae” terminou ele.
Ela negou com a cabeça. “Não tive razões para isso”
“Até recentemente, não tinha uma razão para desconfiar de nós
tampouco”
“Tem uma idéia do difícil que é ser parte de dois mundos mas não
pertencer a nenhum dos dois?”
“Sim” declarou ele brandamente.
Enquanto olhava seu cabelo branco e seus olhos, deu-se conta de
que ele sim sabia como se sentia. dirigiu-se à mesa e se sentou.
“Então, o que vai passar agora?”
“Esperaremos” Logo pôs algo sobre a mesa.
Cat ofegou com assombro quando viu a adaga. Não era mais larga
que uma faca normal com uma manga de madeira branca gentil até
brilhar. Magras linhas douradas faziam um desenho de redemoinhos
ao redor da manga que era tudo menos feminino.
apressou-se a agarrar a arma e a deslizou na capa. O peso era
surpreendentemente ligeiro, movendo-se bem em sua mão. A hora
estava ligeiramente curvada com ambos os bordos muito afiados.
“foi forjada nos Fogos do Erwar” disse. “Matará a qualquer Fae”
“Os Fogos do Erwar?”
“Uma montanha no Reino Fae onde os fogos se mesclam com
magia. Qualquer faca forjada ali atemorizará ou matará a um Fae”
Olhou aos olhos e sorriu. Pode que ele não tivesse idéia do que a
arma significava para ela. Mas era suficiente com que lhe tivesse
conseguido o que lhe tinha pedido. “Obrigado”
“É hábil com tal arma?”
Cat encolheu os ombros “Não”
“O suspeitava”
“Então por que me deu isso?” perguntou ela confundida.
Ele inclinou a cabeça ligeiramente. “Porque Bran chegará com vários
homens e não esperarão que a tenha. Isso te dará um pouco de
tempo”
“Para?” perguntou ela.
“Para que eu te alcance”
Pôs a adaga na funda e a colocou de novo sobre a mesa, seu
entusiasmo se apagou um pouco. “Sei que há uma possibilidade de
que Bran me mate”
“Não pretendo permitir que isso aconteça”
“Seja como for, não pode estar me vigiando as vinte e quatro horas
do dia. Quero que saiba que não vou entrar nisto às cegas. Conheço
minhas possibilidades”
Ele piscou. “Suas probabilidades melhoraram com minhaa chegada”
Não pôde evitar rir ante seu comentário. “Acredito que tem razão,
inclusive se não te conheço”
“Eu tampouco te conheço”
“Você sabe mais sobre mim, que eu de ti”
“O que quer saber?” perguntou ele.
Ela abriu a boca para fazer seu primeira pergunta quando seu móvel
soou. Respondeu enquanto franzia o cenho enquanto tentava
encontrar sentido da enorme confusão de palavras que o que
chamava seguia repetindo. Logo o entendeu.
“O café está ardendo!”
Cat deixou cair o móvel e saiu correndo da casa, seus braços
balançando-se enquanto corria até o café. Algo a deteve de entrar
no edifício que agora estava engolido pelas chamas. Sob o olhar até
os grossos braços que lhe rodeavam a cintura e reconheceu ao
Fintan. “É muito tarde” lhe sussurrou ele ao ouvido.
Não tinha outra opção que olhar como uma equipe de homens lutava
contra o fogo em vão. A seu redor, a gente se formava redemoinhos,
chocando-se com ela, mas não fez conta. O café que tinha
pertencido a sua família por mais de cem anos já não o faria mais.
Algo mais que lhe tinha sido roubado. sentia-se como se alguém a
estivesse atacando intencionadamente, lhe tirando as coisas que
significavam muito para ela.
“Cat” disse Fintan. Ela deixou que ele a afastasse. Enquanto
retornavam a sua casa, ela olhou em sua direção para ver que
estava utilizando glamour para ocultar sua aparência. Mas foi a
forma em que seu olhar olhava tudo o que a pôs nervosa.
“O que acontece?” perguntou ela.
“A magia foi o que começou o fogo”
Ela negou com a cabeça com desconcerto. “por que? Sirvo tanto aos
Fae como aos humanos. Todos são bem-vindos”
“Então, provavelmente se trate do Bran”
Disse-o com tal certeza que ela franziu o cenho. “O que consegue
queimando minhaa fonte de ganhos?”
Os olhos do Fintan se encontraram com os dela. “Não sei. Poderia
ser uma prova para me atrair”
“Viu-lhe?”
“Não mas isso não significa nada. Pode estar velado durante tanto
tempo como queira”
Ela parou em seco, assustada fazendo que lhe gelasse o sangue.
“O que? Essa é a classe de informação que eu poderia utilizar”
“Agora já sabe”
Cat pôs os olhos em branco. “Homens!”
Ela começou a andar. O café tinha um seguro. Isso a ajudaria a
recuperar-se. Entretanto, levaria meses. “vou ter que falar com
minha avô” Não seria fácil.
Fintan olhou sobre seu ombro. “Ao menos ele está bem
resguardado. me diga por que você não tem os mesmos símbolos
em sua casa”
“Seguiu a casa de minha avô?”
“Sim”
Sem desculpas, só uma singela resposta. E lhe estava chegando a
gostar da forma em que declarava tais coisas. “Quero que os Fae
lhe deixem em paz. É um homem velho que perdeu tudo. Não
deveria ter que sofrer mais”
“Sofrerá se morrer”
Lançou um olhar ao Fintan. “Sei”
“Ele pensa que tem as mesmas salvaguardas postas?” deduziu ele.
Sem vontades, ela assentiu.
“Menti-lhe porque eu sabia que ele seria um objetivo fácil. Quero que
eles vão por mim primeiro”
“vai conseguir seu desejo”
Nessas estava. “Não é como se queria morrer”
“Poderia me haver enganado”
Ela tomou suas palavras como uma ofensa. “É inevitável”
“A morte para os mortais é segura, mas convidar abertamente à
morte a seu lar é equivalente à loucura” Ela ficou boquiaberta mas
ele seguiu antes que tivesse a oportunidade de falar. “Diz que seu
avô perdeu tudo. Ainda tem você. Quanto tempo mais crê que terá a
vontade de viver uma vez que lhe matem?”
“Posso ter filhos. Posso continuar minhaa linhagem. Se alguém quer
eliminar a nossa família, virão por mim primeiro”
Fintan se deteve e a enfrentou quando alcançaram sua cabana.
“Assim que expõe a você mesma ao sacrifício?”
“Para dar a minha avô uma oportunidade. Sim”
Fintan ficou calado durante um momento enquanto a olhava
fixamente. “Eu tenho feito o mesmo pelos homens que chamo
minhas irmãos”
suas palavras a afetaram, e pôs a mão sobre seu braço sem pensar.
Seus olhos baixaram aonde lhe tocava sua jaqueta. Apartando a
mão, ela se girou e caminhou pela calçada até a porta principal.
Quando entrou, Fintan já estava dentro com o glamour tirado. Sua
revelação sobre seus irmãos lhe fazia parecer mais humano. Sabia
que os Fae tinham emoções, mas havia algo nele que a fazia pensar
nele como um robô a maioria das vezes.
Tinha-lhe visto matar, assim sabia que era habilidoso com sua
espada. Tinha estado na forma em que se movia e na forma em que
agarrava a arma.
Mas não sorria. O único que se aproximava de uma emoção eram
as poucas vezes que lhe tinha visto franzir o cenho. Isso foi até que
lhe escutou falar sobre seus irmãos. debaixo de tudo, ela tinha
percebido em sua voz uma feroz proteção e uma lealdade
inquebrável. Esses homens lhe importavam. Profundamente.
“Eu amava a minhas irmãos” disse enquanto fazia café. “E eles me
amavam. Não era culpa de ninguém se eu tinha nascido sem magia.
Enquanto eles aprofundavam em suas habilidades e aprendiam a
controlar seus dons, eu estava relegada a lhes observar. Era uma
intrusa, incapaz de formar parte do que eles desfrutavam”
“Isso devia ser difícil”
“minhas pais constantemente me diziam que uma dia me chegariam
minhas dons. Acreditei-lhes até que fiz vinte anos. Quando esse dia
chegou e se foi, soube que, por alguma razão, a magia me tinha
passado por cima ”
Fintan chegou a aproximar-se. “Aconteceu isso a alguém mais na
linhagem dos Hayes? “Nunca”
Ele pôs o dedo sob o queixo dela e voltou a cabeça até ele. “Está
muito longe de ser a única Halfling sem magia. Muitos metade-Fae
não a têm. Assim não deixe que isso menospreze o que é”
O calor começou do ponto de contato de seu dedo e se estendeu
por seu corpo. Ele falava com convicção, com essa voz tão sexy,
acrescentando uma faceta que fez que seu coração desse um
tombo.
A boca lhe fez água quando ele baixou o olhar até seus lábios. Não
estava segura se queria que a beijasse ou não. quanto mais tempo
permaneciam ambos bloqueados no sítio, mais desejava ela que ele
fizesse algo.
encontrou-se inclinando-se até ele pouco a pouco. Algo formigava
em seu interior, e lhe levou um momento dar-se conta do que era -
desejo.
De repente, ele deixou cair sua mão e deu um passo atrás. “O café
terminou que fazer-se” “Sim”. Ela se voltou até a cafeteira.
Enquanto ela se havia visto envolta em desejo, ele tinha estado
escutando a cafeteira. Era assim de idiota. Estava tão só que estava
pronta para cair com o primeiro homem que lhe jogava um segundo
olhar?
Pois aparentemente, sim.
Serviu duas tigelas e levou o seu ao sofá. O dia logo que tinha
começado, e já, ela tinha perdido sua fonte de ganhos, deixou-se
vencer pelo desejo, e tinha enfrentado a mais verdades das que
podia processar.
Ao menos, não tinha tentado beijar ao Fintan. Faria o parvo.
*******
Capítulo 7

O desejo, tão quente como a lava, ardia através do Fintan. Era tudo
o que podia fazer para não deixar em liberdade o furioso desejo que
exigia saborear Cat. Tocá-la tinha sido o engano maior do último
milênio. Seu corpo rugia com uma fome tão grande que os joelhos
lhe ameaçavam cedendo.
Logo a tinha olhado a esses olhos esmeralda. A paixão destacava
tão brilhante como o sol. O tempo se deteve, como se a conexão de
seus corpos tivesse sido o detonante.
Tinha sido incapaz de retirar o olhar, havia-se sentido impotente para
pensar em outra coisa não fosse nela. Quando ela se inclinou até
ele, ele tinha sorrido interiormente. Apesar de sua cor, lhe desejava,
queria-lhe. suas emoções se inflamaram e explodiram através do
muro que tão cuidadosamente tinha construído. Estava afogando-se
nelas, mas ela foi sua âncora.
Ela se manteve firme como um carvalho enquanto emitia sinais para
que se aproximasse com esse olhar seu tão inocente. Em todos sua
eras de tempo, não podia recordar desejar tanto como o fez nesse
momento. esqueceu-se do Bran. esqueceu-se de que era um
Reaper. O mundo e toda a gente nele simplesmente se desvaneceu
como se nunca tivessem existido.
Logo uma mecha de seu cabelo caiu contra o dorso de sua mão.
Olhou as mechas de cor vermelha intensa, com um gemido
elevando-se dentro dele quando rompeu o vínculo entre eles. Seu
juramento à Morte e aos Reapers apareceram de novo em sua
mente, lhe recordando suas responsabilidades. E entre elas não
estava fazer o amor a uma Halfling.
Fintan deixou cair o braço e se afastou dela. Apertou o punho no que
os dedos lhe pulsavam por seu contato com o Cat. Outro gemido lhe
invadiu, este pelo que não podia ser.
Tragou para passar o nó de arrependimento. Um movimento pelo
extremidade do olho fez que voltasse a cabeça até a janela.
sobressaltou-se quando reconheceu ao Searlas, o tenente do Bran.
Com Cat gritando seu nome, Fintan saiu correndo da casa detrás o
Searlas. logo que Fintan saiu, o Dark sorriu e desapareceu.
“Quem era esse?” perguntou Cat quando chegou por trás do Fintan,
ofegando duramente. “Searlas. É um dos homens do Bran”
“Então funcionou”
“Sim”. Se voltou em um círculo para assegurar-se de que Searlas
tinha saído da área. Logo se encontrou capturado pela olhar de Cat.
Um pequeno cenho franzia suas sobrancelhas. Logo olhou por cima
de seu ombro enquanto seus olhos se abriam de par em par. Ele se
voltou e viu a fumaça negra aumentando na distância.
“Não” sussurrou ela e correu até o carro. Procurou provas a porta, e
logo golpeou com suas mãos o veículo quando não se abriu. “Não”,
disse outra vez, e correu ao redor do automóvel até a casa. Fintan
se teletransportou diante dela. Agarrou-a do braço e fez que lhe
olhasse. “Esquece as chaves”
“É minha avô” disse ela, e tentou lhe empurrar para lhe afastar. Ele
sabia exatamente de onde procedia o fogo. Sem outra palavra, os
teletransportou por volta da cabana junto ao mar. A casa permanecia
intacta e ilesa.
Era o pequeno abrigo detrás dela o que ardia, fazendo que a fumaça
se elevasse espessa e negra até o céu. Em um abrir e fechar de
olhos, Cat estava fora de seus braços, correndo até a casa enquanto
chamava a seu avô. Fintan não a seguiu. As salvaguardas na casa
impediriam aos Fae o entrar, mas com o poder do Bran, ele teria
podido incendiar a cabana. por que não o tinha feito?
O olhar do Fintan se dirigiu ao abrigo enquanto um mau
pressentimento se apoderava dele. De uma vez que Cat continuava
gritando chamando a seu avô enquanto procurava na cabana, Fintan
se dirigiu ao abrigo. Localizou o corpo carbonizado e fumegante, e
fechou brevemente os olhos. O fogo rugiu fora de controle,
consumindo o abrigo e tudo o que o rodeava.
Era fácil apagar o fogo com magia. Estava debatendo o que fazer
com o corpo e como dizer a Cat quando se girou. Seu olhar
imediatamente aterrissou sobre ela. Estava a uns metros dele,
olhando fixamente o corpo de seu avô. Seu rosto estava cinzento,
seus olhos frágeis.
Não havia dúvidas para ele que Searlas começou o fogo no café.
Mas por que? E por que matar ao velho? Para machucar Cat? Ou
para demonstrar que eles eram quem tinham o controle?
Fintan pensava que possivelmente fosse o último. Isso significava
que Bran sabia que era uma armadilha. E confirmou que Bran tinha
sabido de Cat todo o tempo.
Enquanto Fintan olhava a Cat, observou como o shock da cena caía
sobre ela. depois de um momento, ela deu a volta e se afastou. Ele
olhou ao homem morto antes de estabelecer salvaguardas ao redor
da área que lhe alertariam se alguém -humano ou Fae- rompia a
barreira.
Quando finalmente acabou, foi procurar Cat. Encontrou-a sentada
na praia, olhando as ondas mover-se. Inseguro de se Bran ou seus
homens estavam perto e velados, Fintan invocou sua magia mas não
sentiu nada.
“por agora” sussurrou.
dirigiu-se até Cat e se sentou na areia a seu lado. Ela parecia
perdida, triste. E isso lhe afetou. Uma emoção sem nome faiscou
dentro dele. Logo a reconheceu pelo que era: cólera. Por tudo o que
Cat tinha perdido, por tudo o que tinha sofrido simplesmente por ser
uma Halfling.
“Ele era tudo o que tinha” disse ela. “E morreu só”
Sua cabeça se voltou até o Fintan. Quando a olhou, seus olhos
estavam cheios de lágrimas, e a umidade molhava suas bochechas
um montão. “Deveria ter estado aqui” gritava antes de afundar a
cabeça entre suas mãos. Fintan não era bom com as lágrimas. De
fato, não sabia o que fazer. Levantou a mão para colocá-la sobre
suas costas mas se deteve justo antes de tocá-la. Fechou o punho,
baixando-o à areia.
Os ombros dela tremiam pela pena e, pela primeira vez em sua vida,
sentiu-se impotente. Algo no fundo de sua mente o insistiu a lhe dar
algum tipo de consolo. Apertando os dentes, ele se aproximou mais.
Custou-lhe dois intentos antes de poder levantar o braço. Manteve-
o sobre seus ombros, inseguro de se era o correto.
Mas sua dor lhe atravessou tão facilmente como uma faca quente
através da manteiga. Ele baixou o braço, colocando-o sobre suas
costas. Quando ela não o afastou, ele apertou sua forma de agarrá-
la. Suas dilaceradoras lágrimas continuaram. Logo, para sua
surpresa, ela apoiou a cabeça em seu ombro.
Era a primeira vez em sua muito larga vida que alguém se tornou até
ele em busca de consolo. Sabia que o estava fazendo todo mal, mas
não podia imaginar-se em outro lugar mais. quanto mais persistia
ela, mais fácil lhe resultava este novo papel. Não havia necessidade
de palavras. Não havia nada que pudesse dizer que diminuíra sua
angústia.
Finalmente, suas lágrimas começaram a remeter. Para sua surpresa
-e desfrute- ela seguiu em sua posição. Baixou o olhar para ver as
pontas de suas pestanas úmidas, e o rastro das lágrimas em seu
rosto.
Mas também via coragem. Embora suspeitava que era justo agora
quando estava vendo a verdadeira Cat. O mundo a havia abatico,
lhe tirando tudo pouco a pouco.
Entretanto, ela o tinha suportado. Ela podia tropeçar, mas não se
detinha. Punha a todo o resto do mundo por diante dela. Não lutava
contra o que pensava que era seu destino. Em lugar disso, ela
trabalhava para tirar vantagem.
necessitava-se um tipo especial de mulher para fazer isso.
“me fale sobre o Bran” lhe urgiu ela. “minha avô sempre me dizia que
para derrotá-lo, tenho que conhecer minha inimigo por completo”
Fintan respirou fundo. Se alguém merecia a história do Bran, essa
era Cat. Infelizmente, isso significava ter que lhe contar quem era
ele. As regras da Morte ecoavam em sua mente. Estaria traindo um
de seus juramentos ao lhe contar a Cat. Isso não ia bem com ele,
mas a conduta violenta do Bran não se deteria logo.
Assim, respirou fundo e tomou a decisão. “O que sabe sobre os
Reapers?” perguntou Fintan.
Ela aspirou ar profundamente. “São uma lenda. As histórias que, em
realidade, são para assustar aos meninos Fae. am menos isso é o
que sempre pensei até que comecei a escutar aos Fae pela cidade
falar deles como se fossem reais”
“Os Reapers são reais. Bran era um”
“Era?”, perguntou ela e se colocou para lhe olhar. “O que
aconteceu?”
Fintan estava atento à água. “Possivelmente deveria saber que se
responder ao que me pede, a Morte poderia te matar”
“A Morte? Como se fosse uma pessoa?”
“Sim. Está proibido para os Fae saber nada acerca dos Reapers”
Houve uma ligeira pausa antes que ela dissesse “Você é um Fae”
Ele a olhou sem responder.
“Sou uma Halfling” disse ela “Isso importaria?”
“Não” replicou ele. “Não importa”
Ela umedeceu os lábios. “pus ao Bran detrás de mim. Preciso saber”
“A Morte é juiz e jurado para os Fae. Os Reapers são quem levam a
cabo os castigos. A Morte escolhe Fae apoiando-se em suas
habilidades como guerreiros e em como morreram. Todos os
Reapers foram traídos de algum jeito”
Ela tragou saliva e dobrou as pernas levando-lhe ao peito. “OK”
“Quando um Fae se converte no Reaper, a Morte aumenta sua
magia, fazendo-os extremamente poderosos. Bran foi um dos
primeiros sete Reapers. Mas a Morte estabeleceu uma série de
regras muito estritas. Uma vez que um Reaper se compromete a
formar parte, não pode ter nenhum contato com sua família ou
amigos de maneira nenhuma. Têm proibido dizer a alguém os quais
são. E está proibido para um Reaper o apaixonar-se”
“Porque eles são assassinos e precisam trabalhar nas sombras”
disse Cat assentindo com a cabeça. “As regras têm sentido”
Fintan se encontrou olhando-a. Olhou-a a seus olhos verdes, o sol
brilhando sobre as mechas vermelhas de seus cabelos. “Bran se
apaixonou. Não só isso, contou a sua amada Light Fae quem era
ele. Como resposta a que as regras tinham sido quebradas, a Morte
não teve outra eleição que repartir o castigo. Matou a Light Fae.
“Bran não tomou muito bem. Trabalhou para voltar Reaper contra
Reaper. Logo, dividiram-se. Bran e outros três atacaram aos outros
três. Matou o primeiro líder, e os três que se posicionaram com o
Bran foram assassinados rapidamente”.
Cat franziu o cenho. “por que a Morte não se meteu?”
“A Morte o fez e enviou Bran ao Submundo. É um Reino utilizado
como uma prisão Fae”
“Mas ele não está ali”
Fintan negou com a cabeça lentamente. “Durante milhares de anos,
fez-o. Mas recentemente escapou com alguma ajuda. Sua missão é
matar aos Reapers -também à Morte”
“Então, por que vai depois dos meio Fae?”
“Tentou enganar aos Reapers ao dizer que a Morte o tinha ordenado,
mas os Reapers não caíram na armadilha. Bran e seu exército foram
atrás deles imediatamente”
Cat umedeceu os lábios. “E o que aconteceu logo?”
“Os Reapers tentaram salvar tantos Halflings como puderam. De
algum modo, Bran conseguiu passar seu poder a seu exército Dark.
São sete Reapers contra centenas que têm força e magia
acrescentadas”
“Quantas vezes lutou contra Bran?”
“Três” replicou antes de dar-se conta de que inadvertidamente lhe
havia dito que ele era um Reaper.
Ela encolheu os ombros e lhe ofereceu um suave sorriso. “Soube tão
logo começou a falar dos Reapers, que você foi um deles. por que,
simplesmente, não me disse isso?”
“Teme-nos”
“Possivelmente, mas isso era antes de me ajudar”
Ele respirou fundo enquanto se voltava por volta do mar. “Pensava
que te estava ajudando. Agora estou começando a me perguntar se
tiver feito que as coisas estejam pior”
“É fácil viver em um mundo falso” disse ela. “Fiz-o durante anos.
Fingi que tinha magia tal como a tinham minha irmão e minha irmã.
A fantasia esconde a verdade, e é a realidade ao que prefiro me
aferrar agora”
Ele a olhou aos olhos. “A realidade empresta”
“Algumas vezes. Mas se for estar nisto, necessito a verdade por cima
de tudo. Não importa quão dura seja. Independentemente de se crê
que posso dirigi-lo. Devo conhecê-la”
Ele lentamente deixou sair o fôlego. “Bran não parará até que te
tenha”
“O que acontecerá se vencer aos Reapers e à Morte?”
“O caos. Mantemos o equilíbrio entre os Light e os Dark”
A brisa lhe enredou uma mecha de seu cabelo e o levou a sua cara.
Ela ficou a mecha detrás da orelha e se voltou até as ondas que
rompiam na borda. “Chegou a mim porque sabia que podia te ajudar
a acabar com o Bran. Ele acredita que é mais inteligente que nós.
vamos demonstrar que está equivocado”
***
Capítulo 8
Cat se envolveu na dor de perder ao último membro de sua família.
Seria sua armadura quando fora depois dos responsáveis. Quando
Fintan lhe contou sobre os Reapers e o Bran, todas as peças
começaram a encaixar. Não lhe levou muito dar-se conta que ele era
um Reaper. Tinha havido um momento de pânico. Logo analisou os
fatos.
Ele estava ali para ajudá-la.
Tinha-lhe dado uma arma para matar Fae.
Bran tinha assassinado a seu avô e a seus irmãos. Se ia confiar em
alguém, esse seria Fintan. Havia umas quantas opções para ela,
mas estava apostando tudo no Reaper de cabelo branco.
“Deveria ficar aqui” disse Fintan.
Ela pensou na cabana que estava protegida contra os Fae enquanto
voltava a cabeça até ele. “Não ajudou a minha avô. E não poderia
entrar”
“Posso vigiar daqui”
“Disse que Bran podia permanecer velado um comprido tempo. Pode
estar nos vigiando agora mesmo”
Fintan piscou antes de assentir com a cabeça lentamente. “Poderia.
Pode que tenha tido a seus homens te vigiando durante semanas.
Mas não tem nenhuma só oportunidade contra ele você só”
“Esse é minha ponto. Poderia me matar em qualquer momento. por
que não o tem feito?”. Fintan franziu as sobrancelhas “Não sei”
“antes que chegasse. Se ele estava aqui, por que não me matou?
Eu não me estive ocultando”
“Não. Não o tem feito”
Não foi o que disse o que a incomodou, a não ser o que não disse.
Se Bran teve a oportunidade de matá-la e se absteve, isso
significava que tinha algo mais planejado para ela. E francamente,
ela não queria que isso pudesse ser. Observou ao Fintan quando se
levantou e ficou a passear de um lado a outro diante dela dando
largas pernadas. Seu olhar se cravou em suas coxas e na forma em
que os músculos se moviam sob suas calças.
O que fazia a um homem como ele? Era calado, mas era produto de
ser um assassino, ou era sua própria natureza? Era distante, mas
era porque seu aspecto chamava muito a atenção?
adoraria conhecer sua história. Ele havia dito que todos os Reapers
tinham sido traídos e que isso tinha levado a suas próprias mortes.
Alguém lhe tinha enganado. Isso deixava uma profunda cicatriz
sobre uma pessoa.
Seus pensamentos então se voltaram até sua morte. Teria sido
dolorosa? Tinha sofrido? Não deveria importar. Ele era um Reaper
agora. Ao final, o tinha ganho.
Ou não?
De repente, sua própria história não parecia tão triste absolutamente.
A quem lhe importava se ela não tinha magia? Estava viva. Não tinha
sido traída. Era uma maravilha que Fintan não se riu em sua cara
enquanto lhe falava de seus problemas. Estes não eram nada
comparado com o que ele tinha sofrido.
Seu comprido e branco cabelo estava revolto pela brisa, mas parecia
imperturbável enquanto continuava pensando. O mais provável é
que fosse a respeito do Bran. Ela podia ter escutado agora a história,
mas ainda não entendia ao Bran. Entretanto, era fácil discernir suas
motivações. Vingança.
Embora isso parecia muito simples. Fintan lhe tinha pintado como
um Fae faminto de poder com complexo de deus. Bran podia estar
detrás de algo mais que só a vingança.
Como se seus pensamentos sobre o Bran lhe tivessem conjurado,
Searlas apareceu detrás do Fintan. “detrás de você!” gritou Cat.
Fintan se agachou quando uma esfera de magia foi lançada até ele.
Dois Dark mais apareceram e atacaram. Ela se levantou de um salto,
olhando a seu redor enquanto esperava que alguém fosse por ela.
Era um objetivo fácil agora que Fintan estava comprometido. Mas
não havia nenhum. Ela então pôs sua atenção até o Fintan… e ficou
assombrada.
O mais perto que ela tinha estado de uma luta era a televisão, mas
aqui estava acontecendo, só a uns metros dela. Os grunhidos e os
sons da magia encontrando-se com a pele enchiam o ar.
Seus olhos se abriram de par em par quando Fintan deu uma
cotovelada a um dos Dark no pescoço antes se inclinou para trás
para esquivar um círculo arrojado pelo Searlas. Tão ágil como era
Fintan, e assim como sua defesa, ainda eram três contra um.
Ofegou quando uma bola de magia se estrelou contra seu quadril.
Desintegrou suas calças e penetrou em sua pele, deixando um anel
negro que parecia extremamente doloroso. Entretanto, Fintan nem
sequer o apreciou. Utilizava todo seu corpo como uma arma desde
seus pés até sua cabeça. A velocidade com a que se movia era
impossível de rastrear.
perguntou-se por que não teria sua espada. Poderia acabar com eles
rapidamente com sua espada. Logo o pescoço lhe começou a
formigar. Era a sensação de que alguém a estava observando.
Cat lentamente se voltou para olhar por cima de seu ombro e
encontrar um Fae com o cabelo negro e comprido, que estava perto
da cabana. Sorria e lhe oferecia sua mão.
Não tinha necessidade de perguntar quem era. Era Bran. Embora
quando não a tinha matado justo agora, confirmou-lhe seu temor de
que queria algo dela. Se pelo menos tivesse a adaga que Fintan lhe
tinha dado. Poderia afundá-la no negro coração do Bran e sorrir
enquanto o fazia. Mas a tinha deixado em sua mesa da cozinha.
Ela apertou o punho, quando baixou o olhar surpreendido enquanto
sentia algo na palma de sua mão. Ali, tão claro como o dia, estava a
arma. voltou-se e correu a ajudar ao Fintan. Saltando sobre um Dark
que sujeitava uma bola de magia à costas do Fintan, afundou a folha
no pescoço do Dark.
Ao momento seguinte, não ficava mais que pó. antes que pudesse
mover-se ao seguinte, Searlas lhe agarrou o pulso da mão que
sujeitava a adaga. Seus olhos vermelhos brilharam quando se
inclinou para olhá-la.
“Aceita a oferta do Bran”
“me beije o traseiro” disse ela e se retorceu para soltar-se dele.
Quando deu a volta, Searlas sujeitava ao Fintan com uma enorme
esfera apontando a seu rosto. Uns braços de aço a rodearam por
trás, impedindo de ajudar ao Fintan. Seu olhar se encontrou com a
do Reaper. Lhe deu uma pequena inclinação de cabeça para animá-
la. Estava-lhe dizendo que poderia fazê-lo, que ela poderia lutar
contra seu atacante e vencer. Foi todo o reforço que necessitou.
Inclinou a cabeça até diante antes de balançá-la para trás e golpeou
o rosto de seu atacante. O Dark a soltou com uma réstia de
obscenidades. Ela rapidamente se girou e cravou a adaga no
estômago do Fae. Os olhos vermelhos se abriram com incredulidade
antes de converter-se em pó.
Ofegando duramente, Cat se girou ao redor, pronta para lançar a
adaga a Fintan. Salvo que Fintan utilizou sua força e lentamente
girou a esfera até o Searlas. Estava cada vez mais e mais perto do
rosto do Searlas. Justo antes que lhe tocasse, Searlas deu um grito
e desapareceu.
Olhou até a cabana, mas não havia sinal do Bran. Fintan e ela eram
as duas únicas pessoas na praia. A batalha tinha terminado, e
embora seu coração não parava de pulsar e sua forma de agarrar a
adaga não se relaxava.
Fintan ficou em pé e caminhou até ela. Sua camisa parecia farrapos,
logo que pendurando de seu corpo. Suas calças estavam rasgadas
e queimados pela magia. deu-se um festim com o espiono de pele e
músculo ondulante que lhe permitiu ver. Ela havia sentido que havia
poder sob a roupa, poder que não tinha nada que ver com a magia.
Seu olhar voltou a subir por seu corpo até sua cara.
Havia algo em seus olhos, algo que fazia que a sede de sangue se
convertesse em fome. Deu um passo até ele e logo outro até que
estiveram a centímetros de distância um do outro.
Ela levantou o rosto, esperando seu beijo. Desejando-o. Algo nela
trocou. Ela não sabia quando ou como mas o tinha feito. E lhe deu a
bem-vinda.
Seu grande mão se aproximou da parte baixa de suas costas,
abraçando-a enquanto ele tomava sua boca em um beijo que lhe
tirou a respiração e a fazia arder. Lhe rodeou o pescoço com os
braços e abriu seus lábios. Ele inundou sua língua nela. O sabor dele
a fez tremer. Seu sexo se contraiu enquanto o desejo pulsava.
Tão rapidamente como o beijou começou, acabou-se. Soltou-a e deu
um passo atrás. Ela se esforçou por permanecer erguida depois de
tão incrível e assombroso beijo que tinha sido absolutamente muito
curto.
Seus olhos brancos ardiam com evidente desejo. Ele também a
desejava. Assim por que estava levantando um muro entre eles?
“Vi o Bran” disse ele. Ela assentiu com a cabeça, com as palavras
trancadas na garganta. “Ele não te raptou”
Cat piscou e se olhou os braços. Estavam talheres de sangue. Foi
quando se deu conta que tinha sangue salpicado por cima dela.
“Estranho” continuou Fintan. “Searlas falou contigo. O que te disse?”
Levantou seus olhos ao Fintan. Seu olhar era claro, tranqüila.
imaginou-se o desejo que tinha visto neles? O beijo? A
necessidade?
“Queria que aceitasse a oferta do Bran” disse ela finalmente. Fintan
franziu o cenho profundamente. “Que oferta?”
“Não sei”
“Viu ao Bran antes?”
Ela negou com a cabeça e passou junto a ele para dirigir-se à
cabana.
“Pensa cuidadosamente”, disse enquanto ficava detrás dela.
“Poderia haver-se disfarçado.
recebeu algum tipo de ofertas ultimamente?” “Não. Ofereceu-me sua
mão e fui ajudar te”
Fintan fez um som do fundo da garganta. “Bran podia te haver
matado justo então. Não acredito que cometa enganos. Quer-te por
algo”
girou-se e levantou a adaga para que a ponta tocasse seu peito.
“minha único pensamento foi te ajudar”
“Posso cuidar de mim mesmo”
“Sim” disse ela e olhou com toda a intenção as queimaduras em seu
corpo que inclusive agora se estavam curando. “Recordarei-o a
próxima vez. Confia em mim, não o pensarei duas vezes antes de
querer te ajudar novamente”
Quando foi dá-la volta, ele a agarrou do braço, fazendo que a ponta
da adaga lhe cravou a pele. Apareceu uma gota de sangue e rodou
por seu peito. Ela seguiu a brilhante gota vermelha enquanto se abria
caminho sobre seus marcados abdominais. Seus lábios formigavam
por seu beijo enquanto seu corpo sofria por lhe sentir contra ela uma
vez mais.
“Quando agarrou a adaga?” exigiu ele.
Ela levantou o queixo enquanto olhava a seus olhos brancos. “Não
sei. Viu o Bran e desejei tê-la para assim poder utilizá-la contra ele.
Quão seguinte soube é que a tinha na mão. Possivelmente deveria
ter ido atrás dele e deixar que lhe dessem com a esfera na cara”
Seus olhares permaneceram entrelaçadas durante uns quantos
tensos minutos antes que ele afrouxasse seu agarre. “Tem-no feito
bem hoje”
Com sua ira esfriando-se, ela olhou a arma. A confusão empanou
seu rosto enquanto tentava averiguar como tinha terminado em sua
mão. “Então, por que não me sinto melhor com tudo isto?”
“Porque reconhece o que está em jogo”
Ela soltou o braço de sua sujeição e baixou a adaga. “Faço-o?” Não
estava segura de tal coisa. Sem outra palavra, ela deu meia volta e
se dirigiu à cabana. Tinha sido um santuário para ela uma vez. Um
lugar onde podia rodear-se de amor e felicidade -e estar a salvo.
Agora, seria um monumento ao último membro de sua família.
Chegou à entrada da casa, mas não entrou. Como poderia fazê-lo
sem seu avô? Sempre sábio, sempre cheio de amabilidade. Nunca
haveria outro como ele. Na distância, ela pôde escutar as sereias
das autoridades aproximando-se. Alguém mais teve ao final que ver
a fumaça. Seu mundo tal e como o tinha conhecido, tinha acabado.
Agora, estava-se movendo em um de luta e sangue. Uma de magia
e traição. Estava mal preparada para esse papel. Não tinha
treinamento de batalha, nem magia. Ela poderia terminar sendo uma
carga, mas ia dar tudo o que tinha. Por sua família. Por ela mesma.
Não precisava dá-la volta para saber que Fintan estava detrás dela.
Podia sentir sua presença. “Se lhe virem, farão-lhe perguntas”
“Não vou deixar te”
Girando, lhe estendeu a adaga. “Sujeita a por mim”
“Cat…”
“Agora, isto se trata de assuntos humanos” lhe interrompeu ela.
“Tenho que me encarregar disto”
Com uma inclinação de cabeça, desapareceu. Estava segura de que
simplesmente se velou porque ainda podia lhe sentir perto. Coisa
estranha, isso lhe dava o coragem para enfrentar o seguinte por vir.
Logo recordou o sangue que tinha sobre ela. Ninguém podia vê-la
assim. Enquanto levantava suas mãos, sua mente dando voltas em
como arrumar sua roupa, houve um chiado ao longo de sua pele. Foi
suave, calmante, inclusive. Enquanto olhava, o sangue desapareceu
de sua pele e de sua roupa.
“Obrigado” sussurrou ao Fintan quando o primeiro dos carros
chegou.
*******
Capítulo 9
A dor intumescia Cat enquanto tratava com as autoridades por mais
de duas horas, respondendo perguntas intermináveis. Fintan estava
velado e nunca a mais de cinco metros dela durante todo aquilo.
Apesar de tudo, Cat permaneceu forte. Seu olhar freqüentemente se
voltava até a cabana, e ele supunha que as lembranças do passado
a perseguiam. Fintan não se surpreendeu porque Bran se moveu
sobre o velho. O que lhe preocupava era essa sobre chamada oferta
do Bran a Cat. Não importava quanto se espremesse o cérebro
Fintan, que não podia descobrir o que Bran podia querer de Cat.
E isso só incrementava sua inquietação.
Não queria colocar a outros Reapers nisto, mas não ficava outra
opção. Uma vez mais, Bran tinha trocado a estratégia. Em lugar de
tentar matar a Halfling, ele tinha uma proposição que lhe fazer.
Se pelo menos Fintan pudesse averiguar do que se tratava, então
poderia ajudar a Cat. Até que descobrisse os motivos do Bran, uma
vez mais estavam lutando às cegas.
Durante eras, ninguém se tinha aproximado em poder e força aos
Reapers. Agora, alguém tinha aparecido no caminho alterando-o
tudo. Fintan não temia por si mesmo. Tinha vivido e morto uma vez
antes, e estava disposto a fazê-lo outra vez. Não, seus pensamentos
estavam em seus irmãos.
E em Cat.
Já, um de seus irmãos estava perdido. Eoghan podia estar morto,
ou podia estar sofrendo horrivelmente enquanto eles lutavam para
terminar com o Bran. Todo o tempo, Bran continuamente trocava
seus ataques e suas intenções, deixando aos Reapers tratando de
adivinhar.
O plano do Fintan de atrair Bran e lhe capturar tinha sido impecável.
Deveria ter funcionado. Em lugar disso, tinha fracassado. Cat tinha
perdido seu negócio e a seu avô no período de uma hora. Mas Bran
não tinha tentado matá-la.
Fintan passou uma mão pela cara. E sua outra mão estava a adaga
que lhe tinha dado. Ainda não sabia como ela tinha conseguido fazê-
la vir até ela. Para alguém que se supunha que não tinha magia,
tinha utilizado uma habilidade mágica.
Havia algo que estava funcionando aqui que não podia decifrar, algo
que lhe impedia de ver uma clara imagem das coisas. Se soubesse
que Cat iria à cabana e ficaria ali, Fintan viajaria ao Inchmickery. Mas
sabia que deixá-la seria uma loucura.
“Cael” sussurrou.
Por regra geral, os Reapers sempre se velavam quando se
teletransportavam. Assim foi fácil para ele detectar ao Cael tão logo
chegou. O líder dos Reapers se abriu passo, sorteando aos
humanos.
Cael parou a seu lado, cruzando os braços enquanto ambos
observavam a cena. “O que passou?”
“Bran atacou ao avô de Cat depois que prendessem fogo a seu café
esta manhã”
Cael arqueou uma sobrancelha. “Então seu plano funcionou. Como
de perto esteve que lhe matar?”
“Não tão perto como eu gostaria”
“Do que quer dizer?”
Fintan respirou fundo enquanto retrocediam vários passos para que
os humanos não pudessem lhes ouvir. “Bran trocou sua estratégia.
Lutei contra Searlas e dois mais. Enquanto o fazia, Bran apareceu”
“aproximou-se de Cat?”
“Não”
Cael franziu profundamente o cenho enquanto esperava a que
Fintan continuasse com o relato. “Searlas disse a Cat que aceitasse
a oferta do Bran” disse Fintan.
Cael voltou a cabeça até ele “Oferta?” perguntou, lhe picando a
curiosidade. “Que oferta?”
“Não sei. Tampouco Cat. Ela diz que não teve a ninguém
aproximando-se dela com nenhuma classe de proposição”
Com o olhar cravado na areia, Cael perguntou “O que está tratando
de fazer agora esse bastardo?”
“Bran teve a oportunidade de matar Cat hoje, mas não o fez. Quê-la
por algo”
Cael levantou o olhar para coincidir com a do Fintan. Logo assentiu
lentamente enquanto deixava cair os braços aos lados. “De acordo.
O que necessita de mim?”
“Ver se houver algum outro Halfling que Bran não tenha matado.
Pode que exista um patrão”
“Ou pode tratar do caso particular de Cat”
Fintan a olhou, negando com a cabeça. “Não tem magia”
“Ontem o dizia com mais convicção. O que passou?”
Olhou a folha da adaga agora poda de sangue. “Dei este arma a Cat
esta manhã. Ontem, pediu-me algo para proteger-se posto que não
tinha magia”
“E qual é o problema?”
“Ela disse que era a única em sua família que tinha nascido sem
magia. Está convencida disso. Tampouco percebo nenhuma magia
dentro dela”
Cael entrecerrou o olhar “Mas?”
“Justo acabava de lhe dar a adaga quando a chamada chegou
avisando do fogo no café. Uma vez que retornamos à cabana, ela
viu a fumaça aqui. Nos teletransportei para não perder tempo”
“Assim que a arma a deixaram atrás”
“Precisamente” disse Fintan com uma inclinação de cabeça.
Cael elevou uma sobrancelha. “Por seu olhar, presumo que não
retornou por ela”
“Cat a utilizou para matar a um dos Dark contra o que eu estava
lutando”
Cruzando-se de braços, Cael olhou até Cat antes de voltar a cabeça
para olhar Fintan. “Se ela a deixou, como é que conseguiu tê-la
aqui?”
Fintan baixou a arma contra sua perna. “Ela me disse que quando
viu o Bran, desejou tê-la, e que logo a tinha na mão”
“De qualquer forma em que o olhe, isso é magia”
“Sei” Fintan suspirou.
Cael deixou cair os braços. “Entendo seu dilema. Preocupa-me por
que não sentimos magia em seu interior tampouco. Se esse fosse o
caso, o que poderia ela oferecer ao Bran?”
“estive tentando averiguá-lo”
“Porei outros a trabalhar para ver o que conseguem” disse Cael.
“O que tem do Eoghan? Nada?” perguntou antes que o Cael
pudesse teletransportar-se.
Cael suspirou, com o memorou caindo sobre seu peito. “Ainda nada.
É como se não estivesse”
“Só a Morte pode fazer algo como isso. Sei que Bran é poderoso,
mas não acredito que sua magia alcance essa magnitude”
“Tampouco eu” Cael se passou uma mão por seu comprido cabelo
negro e levantou a cabeça. “Não podemos deixar de lhe buscar. Se
Eoghan estiver por aí fora, encontraremo-lhe”
“Será o mesmo?”
“Trataremos com isso quando chegar o momento. por agora,
seguiremos com nossos habituais deveres de deter o Bran,
encontrar ao Eoghan e agora, procurar mais Halflings”
Fintan sabia quão ocupados todos eles estavam. “Que tal as
garotas?”
As garotas eram Jordyn, River e Neve, que se tinham unido aos
Reapers -embora Neve era a única verdadeira Reaper das três. uniu-
se a seu companheiro, Talin, como uma equipe. No curto tempo que
tinha estado com eles, converteu-se em um grande ativo. Na
verdade, Fintan tinha duvidado de que nenhuma das garotas
pudesse ajudar. Estava feliz de que se demonstrou que estava
equivocado.
“Todas estão atacando sua parte” disse Cael. “Kyran se está
adaptando às mudanças de humor do River à medida que o bebê
cresce”
Fintan grunhiu ante as notícias. Um dos mais temidos Dark, Kyran
agora mimava a meio Fae que era seu casal e mãe de seu filho.
“Nunca nos vi por esse caminho” disse Fintan.
Cael negou com a cabeça. “Eu tampouco. Embora não terá que
preocupar-se de que me apaixone”
“minhaa posição é evidente. O que tem do Daire?”
“Acredito que está apaixonado por Rhi”
A legendária Light Fae que uma vez teve uma tórrida aventura com
um Rei Dragão era agora o centro de atenção da Morte. Erith tinha
enviado Daire a seguir Rhi a todos sítios.
“Isso não acabará bem” disse Fintan. “Todo mundo sabe que Rhi
está ainda apaixonada por seu Rei Dragão”
“Felizmente, Daire é mais inteligente que isso -sabe que o melhor é
não dar seu coração a ela”
“E se não sabe?”
Cael encolheu os ombros. “Já não vejo o caminho frente a nós. Está
desmoronado e transbordado”
“vamos prevalecer. Temos à Morte de nosso lado”
Quando Cael não respondeu, Fintan lhe olhou atentamente. Havia
algo que sua líder não lhes estava contando. De momento o deixaria
assim -por agora.
Logo chegaria o momento em que tudo saísse à luz. E, embora Cael
sempre ficava calado quando se tratava de discutir sobre a Morte,
agora havia uma capa acrescentada. Fintan podia senti-lo. Era como
se Cael estivesse calando-a boca intencionadamente e esperando
que ninguém o notasse. Teria algo que ver com que Bran escapasse
do Submundo? depois de tudo, a Morte tinha criado o portal até a
prisão.
Esse portal só deveria ter sido visível para ela. Mas Seamus o tinha
encontrado. O Dark Fae logo o tinha aberto e permitido ao Bran
escapar. Ou Seamus tinha tanta magia como a Morte -o qual era
altamente improvável- ou havia algo mal com Erith. Fintan se
inclinava mais até isto último.
O que seja que fosse, Cael estava tratando com isso. Quando -e se-
sua líder lhes necessitasse, Cael o faria saber a eles. Até então,
Fintan sabia que ele poderia agüentar o que fosse. Do contrário,
Cael não lhes lideraria.
“Que mais averiguou sobre Cat?” perguntou Cael. O olhar do Fintan
estava sobre ela que permanecia perto do corpo de seu avô que
estava agora em uma bolsa negra que estava sendo rebocada até
uma caminhonete. “Tem uma vontade muito forte. É muito valente
apesar da o que se está enfrentando e de tudo que perdeu”
“Confia nela?”
“Está-me perguntando se acredito que está jogando comigo? Não,
não acredito. Acredito teme por sua vida, mas está preparada para
fazer o que for por conseguir vingança contra Bran pelo que lhe tem
feito”
“Bem”
“Contei-lhe sobre nós”. A Morte já saberia posto que se mantinha a
par de seus Reapers, por isso não sentiu a necessidade de ocultar-
lhe ao Cael. Cael suspirou. "As regras trocaram para nós. Não estou
seguro do que fará a Morte. Justo agora, Cat segue viva”
“Nem que dizer tem”
Cael inclinou a um lado a cabeça enquanto olhava ao Fintan
fixamente. “Há algo distinto em ti”
“Não”
“Sim” discutiu ele. “Está em seus olhos. É como se estivesse
preocupado”
Fintan retirou o olhar da intrometido olhar do Cael. “Sabe que não
tenho emoções”
“É obvio”
Não respirou até que Cael se foi. Sacudiu-lhe que Cael pudesse ver
a preocupação que tinha estado aumentando em seu interior desde
que Eoghan tinha desaparecido no torvelinho de magia.
Permitir que esse pouco de emoção entrasse lhe tinha aberto a muito
mais. Cat era um bom exemplo. Não se podia negar o desejo que
sentia por ela. Algo em seu interior lhe fez perguntar-se sobre a
luxúria que lhe governava dessa maneira. Ou poderia ser algo...
mais?
Isso lhe consumia, lhe carcomendo o controle dia e noite. O beijo
tinha sido um engano terrível e impressionante. Agora sabia o
maravilhosamente que ela sabia, e quão ardente era sua paixão.
Ceder a essa luxúria tinha sido quão pior podia ter feito porque agora
a essência dela estava nele. Isso aumentava seu desejo, por isso
era impossível para ele manter suas emoções firmemente
bloqueadas.
Sofria por abraçá-la de novo, sentir seu suave corpo em seus braços.
Inclusive agora, podia escutar a forma em que ela geminha dentro
de sua boca ao primeiro roce de sua língua sobre a dela.
Era uma tentação que não se atrevia a permitir-lhe outra vez.
Entretanto, desejava tudo o que ela tinha para oferecer. Com uma
vontade de ferro forjado durante seu tempo como a mão direita do
Rei Dark, Fintan lentamente silenciou todas as emoções. Era a única
forma em que poderia superar o que vinha com Cat.
Já, tinha começado a sentir algo por ela, e nesta guerra, isso era
algo muito perigoso. Pelo bem dela -e o seu próprio- faria o que fosse
necessário. Nunca poderia haver nada entre eles. Era um Reaper,
que sempre respeitava as regras originais que a Morte tinha
estabelecido. Um Reaper não poderia fazer seu trabalho se seu
coração pertencesse a alguém.
E Fintan era um Reaper -nada mais, e nada menos. Seu papel
significava tudo para ele. Não permitiria que nada destruísse o que
tinha agora. Nem sequer uma Halfling tão preciosa como Catriona
Hayes.
*******
Capítulo 10
Cat não estava segura de por que seguia na praia. Possivelmente
fosse para ver se Bran viria por ela. Ou ao melhor, era porque não
podia suportar o ir-se ainda. Sua família pode que não tivesse sido
muito grande, mas nunca tinha pensado que ela pudesse ser o único
membro sobrevivente. sentia-se como uma pequena bolinha de pó,
e a Terra lhe parecia tão grande como o universo.
Embora Fintan estava perto, não se tinha mostrado ou falado desde
que as autoridades tinham chegado. Estava contente posto que não
estava de humor para manter uma conversa. Sua dor era muito
grande. Pesava-lhe, esmagando-a.
Durante horas, esteve na borda. A maré baixou e voltou a subir. O
sol se aberto caminho através do céu e agora ficava no horizonte. A
vida bulia ao redor dela como se uma pessoa não tivesse sido
assassinada violentamente. Mas por outro lado, essa era a vida. A
gente se centrava em si mesmo em lugar de advertir a dor de outros.
Ela poderia querer que o mundo se detivesse, mas de fato ele não o
faria -nem poderia. Inclusive depois da repentina morte de seus pais,
seu avô tinha feito que ela e seus irmãos continuassem, lhes
obrigando a olhar até diante.
Fazia o mesmo quando seus irmãos foram assassinados. E ela sabia
que se seu avô pudesse falar com ela agora, diria-lhe que seguisse
adiante.
Porque tinha que fazê-lo.
O ar era cada vez mais frio. Fazia que lhe ardessem as bochechas,
e embora o sentia, não lhe importava. Em seu interior, não podia
decidir se queria fazer uma bola e chorar, voltar-se insensível até
tudo, ou deixar que a vingança a dominasse.
Na semana anterior, seu avô e ela tinham falado sobre quão
estranhas seriam as férias com só eles dois agora. Se conseguia
sobreviver a esta luta, estaria-o celebrando só.
“Suficiente”
Fechou os olhos quando escutou a voz do Fintan. Uma enorme
jaqueta a rodeou. Imediatamente seguinte, era levantada em seus
braços. Não lutou contra ele. Em lugar disso, descansou a cabeça
sobre seu ombro. Um segundo mais tarde se encontrou a si mesmo
em seu lar. Ele caminhou a pernadas até o banho onde a ducha já
estava pronta, com o vapor de água enchendo o lugar.
Deixou-a no prato de ducha e fechou a cortina do banho. antes que
sua roupa se empapasse, desapareceu. Só pôde negar com a
cabeça ante a magia de um Fae. logo que a água quente tocou sua
pele, deu-se conta do gelada que estava. moveu-se sob a ducha,
rodeando-se com os braços e deixando cair a água sobre sua
cabeça.
Uma vez que deixou de tremer em seu maior parte, tomou banho.
Nenhuma só vez se atreveu a olhar ao redor da cortina. Esperava -
e temia- que ele estivesse ali. depois de apagar a ducha, alcançou a
toalha que pendurava do cabide. Um rápido olhar lhe confirmou que
estava só. Houve uma quebra de onda de decepção que ela apartou
apressadamente a um lado.
tirou a toalha, ficou uma sudadera e se passou os dedos pelo corto
antes de sair do banho. Fintan estava de pé junto à mesa da cozinha,
com a mão no respaldo de uma cadeira enquanto a esperava.
Cat se dirigiu até ele e se sentou em uma cadeira. Respirou fundo e
cheirou a algo delicioso. O estômago lhe rugiu, lhe recordando que
não tinha comido em todo o dia. Então lhe pôs um bol de sopa diante.
“Come”
Realmente odiava aos homens mandões. Ao menos, normalmente
o fazia. Nesse momento, estava-lhe agradecida. Ele poderia havê-la
deixado para que as arrumasse só, mas não o fez. Tinha-lhe dado
seu tempo, e quando o considerou suficiente, tinha tomado o
assunto em suas próprias mãos.
Não se disse uma só palavra enquanto ela comia, e ele sentado
frente a ela, ao outro lado da mesa. Não foi até que terminou seu
segundo bol que o pôs a um lado e lhe olhou. “Agora o que?”
perguntou ela.
Ele levantou uma branca sobrancelha. “Quando te disse que
tentamos salvar aos Halflings, tivemos êxito. Baylon encontrou
Jordyn no Edimburgo. Estava no processo de procurar tudo o que
pudesse sobre os Fae. Ele esteve ali para salvá-la quando Bran veio
a matá-la. Ao fazê-lo, apaixonaram-se”
Isso não era o que esperava da história. “Isso vai contra as regras
da Morte. Ela morreu?”
“A Morte se deu conta que a história se repetia. Todos nós o
reconhecemos. Foi o pensamento rápido do Jordyn o que nos ajudou
com o Bran. Talvez isso é o que finalmente influiu na Morte porque
as regras trocaram. Baylon e o Jordyn puderam permanecer juntos,
com o resto dos Reapers”
“OH”. Ela não podia imaginar como podia ter acontecido. “O resto de
vocês estiveram de acordo com essa decisão?”
Ele a olhou confuso. “Não tivemos que matar ao Jordyn nem ao
Baylon. Estávamos eufóricos. Embora não te minto se te digo que
era estranho ter a uma mulher entre nós”
“Arrumado a que sim” disse ela com um sorriso.
Seus olhos brancos sustentaram os dela. “Descobrimos que Bran
estava depois de um grupo de livros. Quando Kyran e o Talin
aplainaram a Biblioteca do Edimburgo encontraram que alguém
tinha reunido os livros que necessitávamos para seguir ao Bran.
Essa pessoa era uma meio Fae chamada River.
“Ela lutou contra minhas irmãos para manter os livros protegidos.
Kyran e o Talin de todas formas levaram os livros. Não foi até que
tentamos lê-los que nos demos conta que estavam em diferentes
línguas que tinham sido faladas faz milhares de anos”
Cat se inclinou até diante descansando os braços sobre a mesa.
“Podia Bran lê-los?”
“Não sei. De algum jeito, Kyran deduziu que River podia. Custou-nos
fazê-lo, mas falamos com ela para que nos ajudasse. Embora ela
não tem magia, tem a habilidade de entender qualquer língua Fae.
Entretanto, sua disposição a nos ajudar a pôs no radar do Bran. E
foi atrás dela”
“Por favor, me diga que protegeram River”
Ele respirou fundo e deixou sair o ar. “Fizemo-lo. Em meio de tudo
aquilo, Kyran se apaixonou por ela, e ela agora está grávida de seu
filho”
Os olhos de Cat se abriram de par em par. “Isso é assombroso.
Suponho que a Morte lhe permitiu seguir também”
“Necessitamos a River. E ninguém queria repetir a história”
“Além disso” disse Cat com uma careta de seus lábios. “Baylon tinha
conseguido conservar a sua mulher”
Fintan assentiu. “Exatamente. Dois Halflings que eram objetivo do
Bran para morrer”
“Vejo um patrão”
“Todos o fazíamos. O seguinte movimento da Morte foi enviar ao
Talin a Corte dos Light Fae para espiá-los. Esteve-o fazendo durante
meses. O que não sabíamos era que Bran também tinha espiões
entre eles. logo que Talin mostrou interesse em uma mulher, Bran
foi a Neve. Matou a seus pais frente a ela e converteu a seu irmão
em um Dark”
Cat podia só ser meio Fae, mas sabia o que isso significava para um
Light. Cat não podia imaginar o horror que Neve teve que sentir.
“Neve tentou salvar a seu irmão com a ajuda de uma Light chamada
Rhi. Ambas pensavam que uma vez que se afastasse do Bran, Atris
voltaria a ser o mesmo. Só que ele matou Neve”
Cat cobriu a boca com as mãos quando assimilou as palavras do
Fintan. O olhou a mesa e se sentou nela um momento. “O que todos
nós sabíamos é que Talin se apaixonou por Neve. A Morte faria
concessões às Halflings, mas não a uma Fae. Essa regra não
trocou”
Cat fechou os olhos, insegura de se poderia seguir escutando. Os
Reapers se supunham poderosos. A Morte era… bom, a Morte.
deveria-se fazer algo.
“Neve foi traída e assassinada” disse Fintan. Foi quando a ela lhe
ocorreu. Abriu os olhos e baixou a mão. “Neve se converteu em um
Reaper”
“Sim”
“Três Reapers encontraram o amor e conseguido viver. Isso é bom”
disse ela com um sorriso. Mas Fintan não o devolveu.
Logo ela franziu o cenho quando recordou algo que havia dito antes.
“Sete. Há sete de vocês. Neve faria a oitava”
“Faria-o, mas a noite que foi assassinada, houve uma grande batalha
entre os Reapers e o exército do Bran. Rhi se uniu a nós. Foi sua
magia a que deteve o Bran, mas a conseqüência foi uma violenta
tormenta de magia.
“Bran conseguiu controlá-la, apontando-a até o Cael que estava
ferido. Eoghan, um dos Reapers originais, tirou o Cael do caminho,
e no processo, foi sugado pela tormenta”
Um dos amigos do Fintan estava perdido. Ela chegou ao outro lado
da mesa e pôs sua mão sobre o dorso da dele. “Eoghan está morto?”
“Não acreditamos, mas ainda não o encontramos. Não pararemos
de procurar até que o façamos”
Ela baixou o olhar a sua mão contra a dele e lentamente se sentou
para trás, lhe soltando. “E Rhi? Ela é uma Fae. Sabe quem são?”
“A Morte lhe apagou as lembranças”
“por que não a matou?”
“Pela mesma razão que a Morte tem ao Daire seguindo-a. Não
sabemos” Cat estalou a língua. “E quem questiona à Morte
verdade?” “Exatamente”
“por que me contou tudo isto?”
esfregou-se a mandíbula e retirou o olhar. “Nos três casos, Bran
tentou matar às mulheres. Supus que como ele assassinou a seus
irmãos, ele faria o mesmo contigo”
“Mas?” urgiu-lhe ela quando fez uma pausa.
“teve amplas oportunidades de te matar hoje, e não o tem feito” Ela
suspirou. “
Refere-te à oferta?”
“Há uma por aí. Recebeu-a, embora seja possível que não a recorde”
Cat se levantou e pôs o bol na pia. Quando se voltou, ela apoiou
suas mãos a cada um dos lados dela no mostrador. “Quando vi o
Bran hoje, instintivamente soube que era ele. Foi como se o
conhecesse”
“Era, provavelmente, que se aproximaria de você com a proposição”
“Quando falou dele, pensei que se tornou Dark depois de todas suas
matanças”
Fintan se levantou e empurrou a cadeira. “Quando nos convertemos
em Reapers, deixamos de ser Light ou Dark. Convertemo-nos no
que criou a Morte, embora conservemos a cor que tínhamos em
vida”.
“Já te hei dito que não vi ao Bran antes de hoje”
“Mas lhe reconheceu”
Ela enrugou a cara, incapaz de negar a verdade. “Sim, mas não sei
como”
“Tinha muitos clientes no café cada dia. Não pode recordá-los a
todos” Lhe lançou um olhar.
“Aos Fae os lembro”
“Então utilizou magia”
“Isso não faz que me sinta melhor”
“Não deveria” disse Fintan. voltou-se e olhou as cortinas fechadas
na janela principal. Cat se afastou do mostrador e caminhou para
ficar frente a ele. “Se você não tivesse estado aqui, não teria sabido
do Bran. Não teria sabido que era o responsável pela morte de
minhas irmãos”
“Teria visto o mal nele”
“Soa tão seguro disso, mas eu não o estou. Sua oferta pode ter sido
similar à tua. Possivelmente queria me proteger. A teria aceito”
Os olhos brancos do Fintan brilharam com intensidade. “esteve ao
redor dos Fae toda sua vida. Não sabe quando a gente utiliza
glamour?”
Ela encolheu os ombros, fazendo um gesto com o rosto. “Em alguns
casos, parece que há algo que não está bem com um Fae”
“Teria visto através do Bran”
“antes que fosse muito tarde?”
O lhe manteve o olhar durante um comprido momento. “por que te
pergunta sobre algo que não aconteceu?”
“Não sei”
“teve um dia duro” disse ele e se fez a um lado. Com uma mão na
costas dela, conduziu-a à porta de seu dormitório. “Precisa
descansar. Tudo estará mais claro pela manhã”
“Duvido” murmurou ela mas caminhou até a cama e se amassou sob
as mantas.
*******
Capítulo 11
Subúrbios do Cork, Irlanda.

“Pensava que disse que ela viria contigo” disse Searlas.


Bran olhou a sua tenente desde sua posição encurvado na cadeira
frente ao crepitante fogo. A mansão que tinham requisitado era
espaçosa, embora um pouco ostentosa para seu gosto. Mas era um
lugar para que eles pudessem descansar.
Uma localização que os Reaper nunca pensariam em olhar. Embora
não é que Cael ou outros Reapers pudessem rastreá-lo. Uma
dificuldade da que os Reapers ainda tinham que dar-se conta.
Searlas o olhou com espera. Bran estendeu as pernas frente a ele e
cruzou os tornozelos. “É só questão de tempo antes que Catriona
venha conosco”
“Ainda o crê inclusive embora Fintan esteja com ela?”
“A Halfling é prejudicial para nossos planos. vou assegurar me de
que não tenha outra opção salvo nos escolher”
Searlas se serviu um copo de uísque e se uniu ao Bran frente ao
fogo. “Inclusive depois de ter queimado o café?”
“Quem diz que o fizemos?” perguntou Bran com um sorriso.
“Brilhante”
Bran encolheu os ombros. “Sempre consigo o que quero. E justo
agora, quero a Catriona Hayes”
“Crê que Fintan e outros sabem o que é capaz de fazer?”
“Se o fizerem, levariam-na a um lugar ao que eu nunca pudesse
chegar. Tudo o que preocupava ao Fintan era tratar de me apanhar.
Ele não está olhando a Halfling como deveria”
“Temos essa vantagem” declarou Searlas.
Bran levantou seu copo de uísque para olhar o fogo através dele.
“Não subestime aos Reapers. Fazer isso seria nossa ruína”
“Mas vamos por diante”
Seu olhar girou até o Searlas. “Por diante? Disse-te quando te uniu
a mim que minhas objetivos significavam que seria uma campanha
larga”
“Entendo-o, mas matamos ao Eoghan”
“O que te faz pensar isso?”
“A magia o tragou” afirmou Searlas como se estivessem falando com
um bobo.
Bran algumas vezes se esquecia que sua tenente via só dois lados
e se perdia tudo o que estava no meio. Searlas era um lutador leal
mas às vezes lhe faltava um fervor.
“Essa magia era uma combinação da minha e da magia da Light Fae
-quem demônios ela seja. Não sei o que nosso poder combinado
criou, mas Eoghan não está morto. Tudo o que sei é que queria ao
Cael fora. E o teria estado se Eoghan não lhe tivesse tirado do
caminho”
“Como sabe que Eoghan está ainda vivo?” perguntou Searlas com o
cenho franzido. Bran se arranhou a sobrancelha.
“Só sei”
“Eu estava esperando que tivesse morrido”
“Chegará” disse Bran com um sorriso. “Paciência, Searlas. Isso é o
que me tirou do Submundo. É o que me permitiu extrair a magia de
Erith. E me outorgará minhas objetivos”
Searlas se terminou o uísque e chupou os lábios. “Apesar de que os
Reapers conseguiram os livros que necessitávamos e nos
impediram de matar a todos os Halflings?”
“Admito-o, que os Reapers conseguissem os livros é um obstáculo.
Necessitávamo-los, mas com a Catriona, poderemo-los conseguir.
Quanto aos Halflings? Deixa que os Reapers creiam que lhes
salvaram”
“OH, eu adoro a forma em que funciona seu cérebro” disse Searlas
com uma gargalhada.
Bran sorriu e bebeu de seu uísque irlandês. “Os Reapers, um abaixo
com o Eoghan fora. Estarão-lhe procurando e preocupando-se de
me apanhar. Não terão nem idéia do que vem depois”
“Quase desejaria poder ver seus rostos quando descobrirem o que
tiveram justo diante deles todo o tempo”
“Nunca pensei que qualquer deles se daria conta de que Catriona
existia. Estava a ponto de renunciar a minha plano”. Bran pressionou
um lado do copo contra sua têmpora. “Deveria ter sabido que seria
Fintan”
Searlas bufou ruidosamente. “O safado está muito desprovido de
emoções para ganhar a confiança da Halfling”
“Está seguro disso?”
Searlas assentiu com a cabeça rapidamente. “Definitivamente”
“E ainda assim ela lutou a seu lado hoje. Eu quase diria que o
defendeu”
“Ela matou a um dos nossos” disse Searlas com o cenho franzido.
Bran levantou uma sobrancelha. “Segue mantendo sua idéia original
de que Fintan não ganhará a confiança de Cat?”
“Se crê que ele está ganhando terreno, por que não ir por volta dela
agora?”
“O que teria de divertido nisso?”
Searlas negou com a cabeça enquanto se reclinava na cadeira. “E
se a Halfling se apaixona pelo Fintan?”
“Então sua traição lhe afundará mais profundamente quando ela
venha comigo”
***
“Está seguro?” perguntou Talin.
Cael se deteve em meio das altas árvores do Dragonwood e negou
com a cabeça. “Não, mas desde que um Rei Dragão viu o Fintan no
Edimburgo, e você te meteu em suas terras, não vejo que outra
opção fica”
“Sem mencionar, que nos estão discutindo de todos os modos.”
E estava isso. Daire lhes tinha contado da reunião dos Reis Dragão
e o Rhi, que tinham falado sobre não só os Reapers mas também
sobre a aventura do Constantine com a Rainha Light, Usaeil.
Cael decidiu não pôr Con à defensiva e mostrar-se em seu escritório.
Embora isso não faria as coisas mais fáceis. Olhou ao céu. Houve
um tempo em que os dragões teriam estado voando sobre suas
cabeças no momento em que alguém rompesse a barreira mágica
do Dreagan.
Mas o soltar o vídeo dos Reis transformando-se por parte dos Dark,
tinha posto muito foco sobre os reservados e solitários Dragões.
Cael não se culpava da reação inicial dos Reis de destruir o vídeo,
mas ele poderia ter feito as coisas de maneira diferente.
Por outra parte, era fácil para ele dizer tais coisas, já que o olhava
de um ângulo diferente em lugar de estar justo em meio com tudo o
que lhe importava em perigo.
“Quem são?” exigiu uma profunda voz detrás deles.
Talin se girou. Cael, lentamente se voltou e ficou a cara a cara com
o Constantine, Rei dos Reis Dragão. Ele olhou aos negros olhos de
Con enquanto rajadas de neve sopravam a seu redor.
“Merda” disse um homem que se aproximava detrás de Con e que
viu o Talin. Talin assentiu com a cabeça “Roman”
Con nunca retirou o olhar do Cael. “perguntei quem são”
“Os Reapers”. Cael decidiu ir ao grão. “minha nome é Cael, e lhes
dirijo”
Uma sobrancelha loira se arqueou enquanto Con olhava ao Talin.
“Não é uma coincidência que apareçam reclamando ser Reapers
depois que estivéssemos falando de vocês, verdade?”
“Não estamos reclamando nada” disse Talin.
Cael negou com a cabeça, localizando outro Rei Dragão saindo a
sua direita. “Não, não é assim. vim por várias razões. a primeira era
para te fazer saber que Usaeil tem a fotografia de vocês dois
publicada por todo o Palácio Light”
“Sou consciente”
Roman cruzou os braços. “E a outra razão?”
“Talin cometeu um engano em mostrar-se ante vocês. Tinha a
intenção de que nossa primeira reunião ocorresse de maneira
diferente” disse Cael.
Con olhou ao redor do bosque, tocando as árvores enquanto
passava junto a eles para aproximar-se do Cael. “E o Fae de cabelo
branco que Darius viu no Edimburgo? Tenho que assumir que ele é
um Reaper?”
Cael assentiu com a cabeça. “Fintan é um de nós, sim”
“por que lhes mostram ante nós?” perguntou Con.
“Trabalhamos para a Morte” explicou Cael. “A Morte é juiz e jurado
e mantém o equilíbrio entre os de nossa espécie. Nós somos seus
executores. Nossas identidades estão ocultas a todos os Fae, mas
há um desequilíbrio que não esta sendo corrigido ainda. O qual é
pelo que estou aqui”
Roman bufou ruidosamente e sacudia a cabeça de cabelo loiro areia.
“Onde estavam nas Guerras Fae?”
“Em missão em outra parte” disse Talin.
Cael encolheu os ombros. “Há sete de nós. Ou havia. Estamos
lutando contra um Ex-Reaper chamado Bran, que escapou do reino
prisão Fae e está procurando vingança”
“E por que nos importaria isto?” perguntou Roman.
Cael olhou ao Rei Dragão antes de voltar a olhar a Con. “Porque isso
é unicamente um assunto de tempo antes que o Bran volte sua
atenção até vocês. Estão lutando contra os Dark. Bran está
recrutando Dark”
“por que deveria nos preocupar?” perguntou Con.
“Por múltiplos raciocine. A primeira é que quando aceitamos a oferta
da Morte de nos converter em um Reaper, nossa magia se triplica.
Somos mais rápidos, mais fortes e podemos permanecer velados o
tempo que queiramos. Bran de algum jeito dá as mesmas vantagens
aos Dark que recruta”
“E não morrem” acrescentou Talin.
Roman ficou olhando boquiaberto enquanto deixava cair os braços
aos lados. “Certamente está exagerando um poquitín”
“Matamos aos homens do Bran, mas diretamente ressuscitavam”
explicou Talin.
Con respirou fundo e deixou sair o ar lentamente. “Deduzo que a
Morte não está fazendo nada que esta entidade não possa fazer”
“A Morte está lutando”.
Roman soltou uma gargalhada. “É a Morte. É juiz e jurado conforme
hão dito. por que a Morte não só golpeia ao Bran onde esteja?”
“Porque, de algum modo, parece que a aparição do Bran está
afetando à Morte” disse Con.
Cael ignorou o intenso olhar do Talin e assentiu rapidamente com a
cabeça. “Algo assim. Eu queria que soubessem de nós, e lhes
advertir sobre Usaeil. Tomem cuidado com ela”
Um olhar cansado brilhou brevemente nos olhos negros de Con.
“Estou me ocupando dela. me dê os nomes de todos os Reapers”
“Eu” disse Cael. “Talin, Kyran, Daire, Baylon, Fintan, Eoghan e Neve”
Con inclinou a cabeça até um lado ligeiramente. “Isso fazem oito”
“tivemos uma nova adição recentemente”
Roman perguntou: “Como a Morte escolhe a um Reaper?”
“Somos guerreiros, que fomos traídos e assassinados” disse Talin.
“A Morte logo nos encontrou”
“Então só são oito -bom, sete, porque um está desaparecido-
verdade?” perguntou Con.
Cael forçou a si mesmo a sorrir posto que a lembrança do
desaparecimento do Eoghan sempre lhe golpeava muito duro. “Sim”
“E por que Bran deixou de ser um Reaper?”
“Uma das regras da Morte é que não podemos ter nenhuma aula de
relação com a família, amigos, ou… qualquer pessoa, para o caso.
Outra é que se um Fae descobrir quem sou, temos que matá-lo. Bran
se apaixonou por uma Light Fae e lhe contou quem era ele”
Con tirou a neve do cabelo quando passou uma mão por ele. “Então,
a Morte não teve mais remedio que matar a Light Fae, o que a sua
vez fez que Bran se zangasse”
“Precisamente” disse Talin.
Cael levantou a mão para observar o montão de neve que se
acumulava na palma. “Bran nos dividiu. Havia quatro Reapers a seu
lado que foram contra nós três. Conseguiu executar a nossa líder
que era um dos nossos. Eoghan e eu lutamos por nossas vidas, o
que significava que tivemos que matar a dois de nossos irmãos.
Logo a Morte chegou e mandou Bran ao Submundo”
“Conservando ao Cael e ao Eoghan” disse Talin. “A Morte formou
um novo grupo do Reapers ao redor deles”
Con disse “Quanto sabem de nós?”
“O suficiente para saber que a história do Bran não é muito diferente
da do Ulrik”
Houve um parêntese de silêncio antes que Con se voltasse até o
Roman. “Cain e você retornem à mansão”
Roman assentiu com a cabeça e deu meia volta afastando-se. Cael
viu o outro Rei Dragão desaparecer sobre o alto da colina. Logo se
voltou até o Talin e disse: “Retorna à Ilha. Seguirei-te logo”
Talin inclinou a cabeça até Con antes de teletransportar-se.
Cael olhou ao Rei de Reis. “Não tem razões para confiar em mim,
mas espero que o faça. Ambos poderíamos nos servir como aliados”
“Com inimigos aparentemente nos cercando desde todas partes,
admito que um aliado poderia ser útil”
“Mas?” perguntou Cael quando Con fez uma pausa. “Só tenho sua
palavra sobre os quais são”
Cael se levou as mãos à costas e sorriu. “Então lhe demonstrarei
isso e ganharei sua confiança”
“Como?”
“Terei que averiguá-lo. Até a próxima, Rei de Reis” disse Cael e se
teletransportou.
***
Capítulo 12
A tranqüilidade se filtrou por cada parede e esquina da casa. Era
quase uma entidade vivente, que respirava. Normalmente Fintan
preferia o silêncio, abraçando-o por cima do clamor de outros. Mas
não podia encontrar consolo nisso esta noite.
E sabia a causa.
Cat. ao redor dela, a calma que tanto se esforçou em conseguir,
tinha desaparecido, deixando-o exposto... sem máscara. Ela era
uma tormenta sobre seus sentidos e emoções mortas fazia muito
tempo, o que lhe deixava atirado e dando voltas sem poder fazer
nada. A pura e não adulterada luxúria que zumbia através de suas
veias mantinha seu corpo quente e dolorido. Embora a preocupação
e, se se atrevia a pensá-lo, o medo, tinha-lhe dos nervos.
Sua mente seguia voltando para seu beijo. Ela reagiu de forma
instantânea e cheia de paixão. Quão único queria era tombá-la na
areia e lhe fazer amor durante muito tempo e docemente. Este
singular e surpreendente pensamento foi o que rompeu sua
nebulosa de desejo, e lhe permitiu recuperar o sentido o suficiente
para terminar o beijo.
levantou-se de seu assento na mesa da cozinha e caminhou ao
redor da casa, levantando escudos para manter a qualquer Fae
salvo aos Reapers fora. Também procurava algo com o que distrair
seus pensamentos.
Então o encontrou.
Em um livro, localizou algumas fotos de um álbum. Passaram vários
minutos enquanto lhes jogava uma olhada, debatendo-se em se as
olhar ou não. Finalmente, sua curiosidade se impôs e escolheu um.
Levando-o de volta ao sofá, sentou-se e abriu o álbum.
Foto detrás foto de Cat adornavam as páginas. Desde o dia de seu
nascimento até férias, aniversário, viaje familiares e funções na
escola. Viu momentos dela rindo com seus pais e abrindo seus
presentes de Natal ao lado de seus irmãos. Momentos nos que
parecia sumida em seus pensamentos, e inclusive uma na que
estava a um lado, sentada com uma expressão triste no rosto
enquanto observava a seus irmãos fazendo magia.
Jogar uma olhada a Cat nas fotos era quase como se ele fora parte
de sua vida. Folheou as páginas com entusiasmo, absorvendo tudo
o que pôde sobre ela. Foi a imagem dela uns anos antes na praia
com seu avô o que lhe deixou pasmo. Havia tanta felicidade em seu
olhar que Fintan quase não a reconheceu.
Sentindo-se como se tivesse jogado uma olhada a sua vida como
um ladrão, fechou brandamente o álbum e se levantou para guardá-
lo. Mas deixar de lado as fotos não a afastou dele. De fato, ela era
tudo no que podia pensar.
Aparentemente incapaz de fazer outra coisa, caminhou pelo
corredor até a habitação de Cat. Abriu a porta e olhou até sua cama,
mas ela não estava ali. Encontrou-a sentada no assento da janela
com as pernas dobradas até o peito. Levava uma camisola curta que
deixava nuas suas pernas bem formadas.
Ela girou a cabeça até ele. Viu as lágrimas em suas bochechas, e foi
como se lhe tivessem dado uma patada no estômago. Toda sua vida,
tinha sido um assassino, um Fae enviado para extinguir vida. Era
tudo o que era duro, cruel e desagradável. Ele não sabia nada sobre
a suavidade ou a dor.
Mas quando tentou sair do dormitório, seus pés não lhe obedeceram.
Fintan caminhou até Cat e se sentou a seu lado. Ela apoiava o
queixo em seus joelhos e piscou até ele. A luz da lua brilhou sobre
suas largas pestanas úmidas. Seu desespero lhe rasgou, destroçou-
lhe. Pela segunda vez em sua vida, quis oferecer conforto -se só
soubesse como fazê-lo.
Não sabia as palavras, ou se sequer deveria tocá-la. Não tinha visto
uma mãe abraçar a um menino chorando? Sem dúvida, tocar era o
correto. Mas quanto mais o pensava, mais inseguro se sentia.
Entretanto, não podia sentar-se ali e não fazer nada. Levantou sua
mão, só para fechar em um punho com frustração. Como odiava ser
tão indeciso.
Finalmente, tomou uma decisão e apoiou sua mão sobre seu pé
descalço antes de apoiar-se contra a janela. Enquanto atormentava
sua mente procurando umas palavras tranqüilizadoras, ela aspirou
as lágrimas e se deslizou até ele, movendo-se de modo que apoiou
a cabeça em seu ombro. Foi Cat que moveu seu braço para que lhe
rodeasse os ombros.
Ele ficou congelado, seu coração martilleando. As mãos lhe
formigavam, e seu peito irradiava calor. Levou um momento a seu
cérebro o assimilar que seu corpo estava sentindo -alegria.
Estavam sentados na escuridão com nada mas que suas
respirações enchendo o silêncio. Esta vez, Fintan pôde conseguir
consolo no silêncio. Fechou os olhos e escutou o som da respiração
dela.
quanto mais tempo estava ela contra ele, mais depravado e mais
desfrutava da simplicidade do momento. Tinha vindo a lhe dar a ela
consolo, e entretanto era ele quem o estava recebendo.
Ninguém nunca lhe havia tocado assim. A maioria lhe temia por sua
reputação. Esse status lhe tinha feito que fosse evitado por todos os
Fae. Outros se sentiam apreensivos frente a ele por causa de sua
aparência. Nunca tinha experiente qualquer classe de amabilidade
antes que a Morte lhe encontrasse.
Não estava seguro de como sentir em sua atual situação. Anos de
presenciar humanos e o Fae lhe diziam que alguns davam afeto sem
nenhum significado profundo. Era disso do que se tratava isto? O
conflito nele era tão grande que perto esteve de afastar-se de Cat e
velar-se. O contato de seu corpo era… sufocante.
E maravilhoso.
Seus olhos abriram enquanto o calor dela se filtrava através de sua
roupa e dentro dele. Seu fôlego acariciava brandamente sua outra
mão. O simples ato de abraçá-la-se sentia tão malditamente correto.
Era como se todo o Universo se alinhou perfeitamente, e visse tudo
com novos olhos. O mundo era mais brilhante, mais vívido. O ar se
sentia mais doce ao entrar em seus pulmões, a luz da lua mais
brilhante à medida que girava a seu redor.
Algo caiu contra sua mão. Procurou para ver uma mecha de seu
vibrante cabelo. Levantou a mecha e a envolveu entre os dedos. Sua
textura suave e agradável era fascinante.
“Não posso imaginar o que Bran quer de mim”
Ele se sobressaltou pelo sussurro de suas palavras. pensava que
estava adormecida. “Não importa”
“Para mim, sim”
“Então o descobriremos”
Ela deixou sair um comprido suspiro. “Quero saber como consegui a
adaga quando a deixei aqui”
“Sua mente alguma vez se apaga?”
“Realmente, não”
Olhou até a parede oposta, onde um quadro pendurava de um fundo
branco com uma impressão de lábios dourados. “Como te deu conta
de que não tinha magia?”
“Nunca pude fazer nada”
“Seu invocou sua arma. Eu diria que isso é algo”
Ela se sentou e piscou. “Assim foi magia o que utilizei?”
“Não posso pensar em outra explicação” Sem vontades tirou seu
braço dela, deixando-o a um flanco.
“por que não posso fazê-lo outra vez?”
Ele encolheu os ombros. “Tem que te esforçar mais”
“É lhe frustre”
“Se o fez uma vez, pode voltar a fazê-lo”
Ela jogou o cabelo sobre o ombro e tragou. “Teve esposa antes de
ser um Reaper?”
Pergunta-a lhe agarrou por surpresa. Estava tão assombrado que só
pôde olhá-la fixamente. “Não”
“Dedicado a seu trabalho?”
“Algo assim”
Ela torceu a boca. “Eu tive uma vez a alguém, mas tratar com a morte
de minhas pais foi muito para ele”
“Está melhor sem ele”
“Sim” disse ela, com o cenho franzido. “estive tão preocupada por
minha avô e pelos Fae que não tive tempo de sair” Sua cabeça se
voltou até ele. “É duro para você ser um Reaper e não poder te
relacionar?”
Ele retirou o olhar. Lhe estava fazendo perguntas que nem sequer
as tinha exposto. Embora estava esperando sua resposta, e por
alguma razão, não quis mentir. “Não tive nenhum tipo de relações
antes de me converter no Reaper”
“Não pode dizê-lo a sério”
Agora incômodo, Fintan encolheu os ombros, desejando não ter
aberto a boca. “Não encontrou a ninguém?”
ficou em pé e deu uns passeios afastando-se antes de voltar-se até
ela. “Ninguém me queria”
Durante vários segundos, Cat simplesmente ficou olhando
boquiaberta com os olhos totalmente abertos. “Não entendo como
pôde acontecer isso”
“Era por causa de quem sou”
Ela inclinou a cabeça. “De quem é você?”
Maldição. Realmente precisava deixar de falar. por que havia dito
isso? por que se tinha permitido ver-se atraído a tal tema de
conversa? Não tinha falado disto com ninguém. Nunca.
por que estava inclusive agora contemplando contar a ela? “Vale”
disse ela. “Não tem que dizer nada mais”
Fintan respirou fundo e deixou sair a respiração. “Nasci em uma
família de Darks. A hierarquia dos Dark é muito parecida com a da
nobreza e os camponeses. Venho de uma família muito pobre.
Venderam-me como escravo ao rei dos Dark, Taraeth, quando tinha
uns quatro ou cinco anos”
Escutou a rápida respiração de Cat.
“Não os lembro” disse a ela. “Acredito que tinha vários irmãos e
irmãs, mas não estou seguro”
“Alguma vez foi lhes ver?”
Lhe lançou um sério olhar “por que quereria encontrar à família que
me vendeu?”
“Certo” murmurou ela.
“Provavelmente tive melhor vida que eles. Era um escravo, mas
nunca passei fome. Ia vestido, estava alimentado e tinha um teto
sobre minha cabeça”
Lhe olhou secamente “Mas foi um escravo”
“Um escravo que tinha mão para as armas e as batalhas. Taraeth
descobriu que sendo ainda um menino pequeno era melhor que
muitos de seus guerreiros. Foi então quando começou a me enviar
a missões para assassinar a seus inimigos”
Fintan não a olhou. Não podia. “Abri caminho nos distintos níveis
rapidamente porque nunca falhava. Matava. Freqüentemente. E sem
remorso. Não importava de quem se tratasse. Se minha rei os queria
eliminados, logo eu me assegurava de que se fizesse.
“Levou-me oito séculos, mas logo fui um dos guerreiros de maior
confiança do Taraeth. Ele me deu minhaa liberdade, mas não sabia
o que fazer com isso. Quando tratei de procurar amigos, ninguém se
aproximava de mim. E não só era por minhaa reputação, mas
também por minha aspecto. Passei tantas horas treinando e
matando que não sabia como interagir com outros”
“O qual era pelo que não tinha uma esposa”
Ele encolheu os ombros. Se ia contar o, poderia cuspir toda a
história. “A única forma em que eu podia ter uma mulher era se
pagava por ela, e inclusive então, voltavam-me as costas durante o
ato. Um par de vezes disso, e decidi que não valia a pena.
“Concentrei-me em ser o melhor guerreiro que pude. Depois de três
mil anos, tinha uma rotina. Durante minhaa matança de milhões do
Fae -Light ou Dark- Taraeth estava amassando poder. Foi Taraeth
que começou a guerra civil em nossa Rainha. Não sabia que ele
tinha começado a sentir-se ameaçado por mim.
“Mas enquanto ele tinha estado crescendo em poder, eu também.
minhaa última missão para ele era matar a um de seus caluniadores,
exceto que era uma armadilha para mim. Taraeth ofereceu a Usaeil,
a Rainha Light. Ela me torturou durante anos antes que seu cansaço
aumentasse e me matasse”
O silêncio depois que tivesse terminado era estrondoso. Quando não
pôde agüentá-lo mais, olhou até Cat para encontrá-la lhe olhando
com pena em seu olhar. “Não” lhe advertiu zangado. “Não quero que
sinta pena por mim”
Ela se levantou do assento da janela e chegou até ele. Logo lhe pôs
as mãos a cada lado do rosto. “Sinto pelo que sofreu. Vai além da
crueldade”
Ele tentou afastar suas mãos, mas não cedeu. Incapaz de evitá-lo,
olhou-a a seus olhos cor esmeralda. A surpresa fez que ficasse
quieto quando ela ficou nas pontas dos pés e pôs seus lábios contra
os seus. Logo ela sussurrou “Te desejo”
Deveria afastá-la. Deveria retornar ao Inchmickery. Deveria… os
pensamentos lhe fizeram uma confusão quando lhe rodeou o
pescoço com os braços e pressionou seus seios contra ele.
Fintan estendeu sua mão por suas costas enquanto a colhia com a
outra. Ele fechou os olhos enquanto suas bocas se roçavam
eróticamente. Não sabia nada de sedução ou de cortejar a uma
mulher. Tudo o que sabia era que ansiava a Cat com tudo o que era,
e tudo o que queria ser.
Quando seus lábios se uniram, o beijo foi lento, sensual. elevou-se
rapidamente como quando os fogos do desejo arderam. Ela tinha
sabor de natureza e mar.
E tinha que ter mais.
Aprofundou o beijo, uma gemido saiu dele quando as mãos dela
penetraram em seu cabelo. Em qualquer lugar que ela tocasse
deixava um rastro de calor, com sua pele estremecendo-se como se
lhe estivesse marcando.
Ela moveu as mãos por seu peito e começou a desabotoar a camisa.
O primeiro toque das Palmas de suas mãos sobre sua pele lhe fez
gemer. Ela sorriu contra seus lábios e lhe tirou a camisa pelos
ombros.
Ele deixou cair os braços e deixou cair o objeto ao chão. Quando foi
abraçar a uma vez mais, ela terminou o beijo e se inclinou para trás.
Como suas mãos estavam vagando por seu peito, ele não lutava
contra ela. As sensações eram entristecedoras. Ninguém lhe havia
tocado assim. Consumiu-lhe totalmente, desejando mais,
necessitando mais.
Sua pele não mostrava nenhuma de quão feridas ele tinha recebido
quando esteve ao serviço do Taraeth ou quando foi torturado pelo
Usaeil. Mas, de algum jeito, Cat sabia onde tinha estado cada uma
porque sua mão faziam pausas como se sentisse as cicatrizes
profundas sob sua pele.
Baixou o olhar até ela, completamente paralisado. Esta era a melhor
noite de sua vida, e não queria que nunca terminasse.
***
Capítulo 13
Cat olhou o esculpido peito do Fintan e seus cinzelados abdominais.
Havia sentido sua força, inundando-se nela. Sua suave pele não
tinha nenhuma só marca nela, mas havia sentido a dor que estava
sobrecarregado profundamente. Ou possivelmente tinha sido sua
imaginação depois de lhe haver escutado que tinha sido um escravo,
treinado para ser um assassino e torturado.
Como podia alguém sofrer tanto e ainda ter tão bom coração? Era
quase inconcebível. Ele era um Dark. Tinha sido assassinado. Por
seu cabelo e olhos brancos, tinha estado matando mais que
qualquer outro Dark…nunca.
E apesar disso, sabia que era boa gente. Não só porque tinha
tentado ajudá-la. Mas sim porque o via em seus olhos. inclinou-se
mais perto e pressionou seus lábios contra seu coração. Quando
levantou o olhar até ele, seus olhos brancos rodeados de vermelho
estavam fixos nela.
Cat sorriu e deu um passo atrás de seu abraço. Sem retirar em
nenhum momento seus olhos dele, deslizou os finos suspensórios
de seu vestido sobre seus ombros e o desceu pelos quadris
convertendo-se em um atoleiro no chão ao redor de seus pés. Ela
permaneceu imóvel enquanto ele lentamente a percorria com os
olhos. Um gemido retumbou em seu peito quando seus mamilos se
endureceram sob seu olhar.
Estava além de sua compreensão que alguém escolhesse ignorar
ou afastar-se com desgosto de um homem assim. Lhe agitava o
sangue como nenhum outro. Com ele, o futuro não se via tão
sombrio, nem solitário.
Ele cortou a distância entre eles e brandamente lhe pôs as mãos
sobre os ombros. Sua Palmas desceram por seus braços antes de
descansar sobre seus quadris. Logo ele moveu as mãos a sua
marcada cintura e logo mais acima até seus seios.
Seus dedos acariciaram a parte exterior de seus seios várias vezes
antes descer pelos quadris e ao redor de seu traseiro. Uma de suas
enormes mãos o embalou e a levou contra ele. A sensação de sua
grossa excitação pressionando contra seu estômago fez que lhe
secasse a boca.
Sua outra mão se deslizou brandamente contra seu pescoço antes
de movê-la ao redor das costas. Ela deixou cair a cabeça para trás.
Sentiu seus olhos nela, e seu corpo respondeu
desvergonzadamente.
Seus seios ansiavam seu toque. Aumentaram com a antecipação
quando sentiu a respiração dele roçar sua pele. Mas não a tocou.
Em lugar disso, levou sua boca perto de sua orelha e disse: “Quero
três coisas de você. te tocar. te saborear. Estar dentro de ti”
Calafrios percorreram sua pele ante as sedutoras palavras
mescladas com seu sexy timbre. “Sim” disse ela sem fôlego.
Imediatamente seguinte, estavam tombados sobre sua cama, e o
Fintan já não usava roupa. Ela abriu as pernas para que ele pudesse
acomodar-se entre elas, e seu peso fez que seu sexo se contraíra
ansiosamente. suas mãos subiam e baixavam pela costas dele,
sentindo seus músculos baixos as Palmas das mãos. Não podia
deixar de lhe tocar. Era a perfeição em todos os sentidos. Do modo
como a olhava como fosse uma deusa, até fazê-la sentir como uma
deusa.
Nunca se havia sentido tão preciosa e desejada. A fome, o desejo
que estava em seu olhar e na forma de tocá-la. Não podia recuperar
o fôlego. O desejo os rodeava, enlaçava-os. Estava ao vermelho
vivo, fazendo que se sentisse febril e necessitada.
Incapaz de suportá-lo um momento mais, Cat lhe girou sobre suas
costas e ficou de joelhos sentando-se escarranchado sobre seus
quadris. Seus olhos brancos a olharam com curiosidade, com
esperança. Doía-lhe o coração por esse pequena desejo que via, e
isso a fez querer procurar a todos os que se atreveram a lhe fazer
dano para poder lhe devolver o favor.
Ela tomou seu membro na mão, acariciando-o em toda sua
longitude. Ele geminha ruidosamente. Querendo que ele
experimentasse tanto prazer como fora possível, ela retrocedeu e se
inclinou até que sua boca esteve ao mesmo tempo da dele.
Então levou a grossa cabeça de sua excitação até a boca. Observou
seu rosto, e advertiu que ele deixava de respirar. Pressionou sua
língua contra ele e separou os lábios, lhe acolhendo na boca.
Ele murmurou algo baixos sua respiração enquanto sua cabeça caía
para trás e agarrava com as mãos o edredom. Cat sorriu
interiormente. Tomou mais profundo em sua boca enquanto
continuava lhe acariciando.
sua respiração se fez mais áspera e ruidosa. Ela continuou
lambendo e lhe sugando antes de embalar o saco de suas bolas. Um
grunhido baixo passou por seus lábios antes que sussurrasse seu
nome com uma voz invadida de desejo e necessidade.
E isso fez que o estômago se contraíra de desejo. “Preciso sentir
seu corpo a minha redor” grunhiu ele.
Ela levantou a vista até ele, e viu que apenas se mantinha sob
controle. Deu a seu glorioso pênis uma última sucção antes que
levar-lhe a sua entrada.
Seus olhos ardiam de desejo, abrasaram-na com uma fome tão
grande que ela podia senti-la. Lentamente, baixou sobre sua vara,
tomando-o centímetro a centímetro enquanto seu corpo se estirava
para adaptar-se a ele.
No momento em que ela esteve totalmente acoplada, ofegava
rudamente. Ele posou suas mãos nos quadris dela e ela lentamente
as rodou. Cravou-lhe os dedos. Lhe apoiou as mãos sobre o peito e
se balançou para frente e para trás.
Enquanto ela o montava, ele moveu suas mãos para cima até que
finalmente cavou seus peitos por completo. Massageou-os,
memorizando a sensação antes de passar o polegar sobre um
mamilo. O prazer que a percorreu foi tão grande que deixou de
mover-se, deixando-a sem respiração. Havia um sorriso nos lábios
dele enquanto dava voltas aos mamilos entre seus dedos.
Não passou muito tempo antes que seus dedos estivessem
provocando seu apertado broto. Logo ele se sentou e rodeou com
os lábios um turgente pico. Sua língua dançou ao redor de seu
mamilo antes de sugá-lo.
Lhe rodeou o pescoço com os braços, seus dedos em seu cabelo
enquanto ela se aferrava a ele ao experimentar essas delícias
embriagadoras. Enquanto ele se movia de um peito ao outro, ela
uma vez mais começou a balançar seus quadris de um lado a outro.
E logo, de repente, ela estava sobre suas costas, e ele se elevava
sobre ela. Geminha quando saiu dela permanecendo nela só a
cabeça, e logo, investiu profundamente.
***
O desejo se atou e se esticou dentro dela, impulsionando-a até o
prazer que lhe esperava. Com cada movimento de seus quadris,
estava-a levando cada vez mais perto do topo. Lhe rodeou com as
pernas e levantou os quadris para sair ao encontro de seus quadris.
Seu ritmo se acelerou. Seus corpos agora escorregadios com uma
fina capa de suor se deslizavam sensualmente um contra o outro.
Ele investiu mais duro e profundamente. Ela se aferrava a ele
enquanto seu ardente e selvagem cavalgada unia seus corpos, suas
almas e seus corações. Inclusive enquanto acontecia, ela não podia
detê-lo. Nem queria fazê-lo tampouco. Do momento em que viu o
Fintan, tinha sabido que algo diferente havia nele.
E lhe tinha desejado.
Olhou aos olhos enquanto sentia como o orgasmo se aproximava.
sustentaram-se o olhar enquanto ele a impulsionava para cima e a
levava ao topo. Ela gritou enquanto seu corpo se convulsionava pela
força do clímax. Levou-a voando, flutuando em êxtase.
Um batimento do coração mais tarde, ele gritou alto seu nome antes
que o orgasmo lhe reclamasse. Abraçou-lhe quando ele a investiu
uma última vez para enterrar-se nela.
Envoltos nos braços um do outro, estavam inundados na sorte de
sua união. Assim permaneceram por um tempo. Ela seguiu tocando-
o, acariciando-o. Não estava segura de se era muito, mas como ele
não se apartou, ela esperava que isso significasse que o desfrutava.
“Deveria te levar longe daqui”, disse Fintan enquanto lhes rodava
para colocar os de flanco. Em realidade, ela o tinha considerado, e
o alívio de estar finalmente fora de perigo era atrativo. Logo recordou
o que estava em jogo por todos. “Deveríamos terminar o que
começamos”
“Não sabemos o que Bran quer de ti”
“E não saberemos a menos que sigamos”
Ele suspirou ruidosamente. “Eu não gosto disto. Nada disto”
“Sabemos que me quer por algo. Isso joga em nosso benefício”
“Faz-o?” perguntou ele enquanto a olhava. “Justo agora, todas as
possibilidades estão a seu favor”
Lhe sorriu. “Então teremos que fazer que algumas se tornem em
nosso favor”
“Como propõe que façamos tal coisa?”
“Esperava que você pudesse sabê-lo” brincou ela. Houve o princípio
de um sorriso em seus lábios. “minha plano era fazê-lo sair à luz e
lhe matar”
“Isso ainda poderia funcionar”
“Como?”
Ela se levantou sobre os cotovelos e se retirou o cabelo da cara. “Ele
não quer me matar. Isso significa que se aproximará de mim outra
vez e tentará me influenciar para que me ponha de seu lado. Estará
me utilizando como isca, só que de forma diferente”
“Bran esperará que façamos precisamente isso”
“Então utilizaremos uma forma diferente de lhe matar. Em lugar de
você, farei-o eu” Fintan se sentou, negando com a cabeça.
“Absolutamente não”
“Não o esperará”
“Não sabe o que é tirar a vida a alguém. Não sabe o custo de tal
coisa”
Ela arqueou uma sobrancelha e lhe olhou. “De verdade? Não matei
a um Dark hoje? Não é isso, essencialmente, o que Bran é, um Fae?”
“Não é o mesmo” disse Fintan e passou uma mão pelo rosto.
“Certamente o é”
Ele estirou os lábios. “Esta tarde, estava em metade de uma batalha
e lutando por sua vida. trata-se de autodefesa. Se mata ao Bran,
será um assassinato”
“Não o tinha considerado assim. Vejo-o como eliminar um grande
mal que tem que se detido”
“Não”
“Então inventa uma forma diferente que Bran não intua” declarou ela.
Fintan se reclinou para trás e a arrastou com ele. “Farei-o”
“Posso fazê-lo” disse ela depois de um momento de silêncio.
“Sei, mas matar te trocará. Confia em mim nisto”
“Não trocou a você por dentro, só sua aparência”
“Não é certo. A escuridão me apanhou rápido e facilmente. Rendi a
ela, eu gostei. Logo, um dia, não reconheci o rosto que me devolvia
o olhar do espelho”
Lhe tocou com seu comprido e branco cabelo. “devido a isto?”
“Porque eu era tudo o que desprezava. Matei a tantos que já não
ficava nenhum pingo de negro em minha cabelo. Sem mencionar
que o vermelho se desvaneceu de minhas olhos também. A única
forma em que sobrevivi foi apagando todas as emoções que tinha.
Enterrei-as tão profundamente, que não voltaram a subir à superfície
de novo”
Esse era o Fae ao que tinha jogado essa olhada primeira noite, o
assassino. Mas o Dark ante ela agora era alguém completamente
diferente. Havia emoções dentro dele. Ela podia as ver, as sentir.
“Então te encontrei” disse ele.
Lhe tocou o rosto sorrindo. Ele cobriu a mão dela e a baixou entre
eles. “Estes... sentimentos... poderiam terminar te custando a vida”
“vivi com esse medo cada dia desde que minhas irmãos foram
assassinados”
“Mas eu estou aqui para te proteger”
Lhe pôs um dedo nos lábios. “Deixa de pensar mais nisso. Desfruta
deste interlúdio que recebemos, porque poderia não voltar”
A tensão de sua mandíbula lhe dizia que estava fazendo algo menos
desfrutar de seu tempo juntos. Sua mente estava sobrecarregada, e
não podia imaginar o que estava pensando ou sentindo.
Quanto tempo tinha passado desde que enterrou suas emoções?
Não as tinha apagado todas. Sua moralidade seguia em pé, e
também sua necessidade de proteção. E não se podia negar que
desfrutava matando Darks.
Eram todas as demais emoções -desejo, desejo, luxúria e prazer-
não que não sabia como dirigir. E ela podia as sentir encerradas nele
inclusive enquanto jaziam abraçados o um ao outro.
***
Capítulo 14
Fintan se incorporou bruscamente quando algo passou perto da
janela de Cat. Olhou fora mas não pôde ver nada. “O que ocorre?”
perguntou ela de maneira sonolenta. Ele tirou as pernas pelo lado
da cama e se levantou. Com só pensá-lo, sua roupa voltou para seu
lugar. “Não sei”.
“Espera” lhe disse ela e se apressou atrás dele, agarrando uma bata
enquanto o fazia. Fintan não diminuiu a velocidade até que chegou
à sala de estar principal. Estava a ponto de olhar através das cortinas
fechadas quando alguém golpeou a porta.
voltou-se até Cat, que olhou à porta com uma mescla de alarme e
preocupação. Ela olhou em sua direção antes de dirigir-se à entrada
e olhar pela mira. “É o Gardaí”
Um Garda Síochána era a força de polícia dirigida pelo Garda
Delegado. Fintan deveria haver-se dado conta de que eles teriam
que falar com o Cat sobre o fogo do café, assim como da morte de
seu avô.
“Responde” lhe disse Fintan. “Estarei justo aqui, embora velado”
Quando assentiu com a cabeça, ocultou-se e se moveu a um rincão
afastado para que não houvesse possibilidade de que alguém
tropeçasse com ele. Cat logo respirou fundo e desbloqueou a porta
antes de abri-la.
“bom dia, senhorita Hayes” disse uma voz de homem. “Sou o
detetive sargento Carmody. Eu gostaria de falar com você sobre os
acontecimentos de ontem”
Cat deu um passo atrás e lhe permitiu entrar. “É obvio”
Fintan observou como um homem de uns quarenta e muitos entrava
na casa. O olhar do Carmody se moveu ao redor, assimilando tudo.
Fintan olhava ao sargento com seu cabelo loiro e seus olhos escuros
tentando determinar se se tratava do Bran utilizando glamour, mas
Fintan não pôde encontrar nada. Isso não significava que Bran não
fosse responsável por enviar ao homem. Ou Fintan estava
procurando coisas que não estavam ali?
antes de encontrar-se com Cat, ele não tinha tido problema para
determinar se Carmody estava conectado com o Bran. Agora, não
podia ver através da neblina de emoções que ocupava seu cérebro.
E o odiava.
“Posso lhe oferecer uma taça de café?” perguntou Cat. O sargento
negou com a cabeça “Não, obrigado”
“Por favor, sente-se” disse ela enquanto dobrava uma perna e se
sentava em uma esquina do sofá. Carmody escolheu uma cadeira e
lhe ofereceu uma educada -e forçada- sorriso. “Sinto a perda de seu
avô. Sei que está muito causar pena, mas tenho que fazer umas
quantas perguntas”
Seus ombros estavam tensos, e o Fintan tinha a louca urgência de
tocá-la para lhe fazer saber que ele estava aí. Mas se controlou.
Que demônios está acontecendo comigo?
“Senhorita Hayes, Onde estava você quando começou o fogo do
café?” perguntou Carmody enquanto tirava um pequeno block de
notas e uma caneta. Ela tragou saliva e disse com voz clara “Justo
aqui em minha casa. Estou segura de que se perguntar à proprietária
da loja próxima a minha café, Norene, ela confirmará que foi ela que
me avisou. Também estou segura de que pode consultar os registros
do telefone móvel, que mostrarão minhaa localização”
“Você atua como se tivesse algo que ocultar”
“Simplesmente estou apontando os fatos para acelerar o processo.
O café era minha meio de vida. Sem isso, não posso pagar minhas
faturas. Assim até que a investigação termine, minha seguro não me
pagará para que possa arrumar o que aconteceu”
“Sabe como começou o fogo?” perguntou ele.
Fintan se aproximou e observou à a Garda cuidadosamente
enquanto apontava notas, algumas relevantes por seu interrogatório,
e alguns comentários de si mesmo sobre as respostas. Carmody não
estava acusando Cat, mas havia algo nos olhos escuros do homem
enquanto a olhava que pôs no gatilho ao Fintan.
“Um fogo queimou minha café” afirmou Cat. “Não sei como
começou”
“Estamos investigando isso agora. Saberemos algo em umas
semanas”
Ela negou com a cabeça, com a ira enfurecendo sua voz. “Umas
poucas semanas? Não pode estar falando a sério”
“Estas coisas levam tempo, senhorita Hayes”
“O escritório da Garda demorou três dias em opinar sobre um
incêndio empresarial o ano passado. Carmody torceu a boca
enquanto se encolhia de ombros.
“Não sou eu quem dita as regras, senhorita. Sabe de alguém que
queria machucá-la?”
“Não”, disse Cat e respirou fundo. Apoiou o cotovelo no braço do
sofá e se esfregou a têmpora. Fintan franziu o cenho quando viu que
a palavra frustrada estava rodeada por um círculo várias vezes.
Havia um sinal de interrogação ao lado da palavra inocente. Mas foi
o conhecedora do rastreamento de telefones com um asterisco a seu
lado o que provocou que uma rajada de fúria se estendesse através
do Fintan. Como se atrevia Carmody a pensar que Cat manipulou os
acontecimentos para adaptá-los a seus propósitos?
Carmody tossiu brandamente. “Prendeu-lhe o fogo para reclamar o
dinheiro do seguro?”
Durante segundos compridos, Cat simplesmente ficou olhando.
“Não. Quer ver minhas livros para assegurar-se de que não oculto
nada? Estarei encantada de entregá-los para provar minhaa
inocência se isso me tirar de sua lista de suspeitos”
“Srta. Hayes, precisa entender que não é só o fogo no café. O corpo
de seu avô se queimou também. Há uma conexão aqui, e estou
ansioso por encontrá-la”
Fintan sabia a correlação: Bran. Mas não era como se Cat pudesse
dizer à a Garda. O qual a deixava parecer como o primeiro suspeito.
“Sei muito bem o que ocorreu com minha avô. Fui eu quem viu a
fumaça e corri até ele”
“Com o que?” perguntou Carmody. “Seu veículo estava estacionado
no acesso para carros.
Fintan apertou os punhos. Isso era culpa dela. Foi quem havia
teletransportado a Cat até a praia. Se só tivesse pensado um pouco
as coisas, teria sabido que ela necessitava seu carro. Mas só queria
ajudá-la. Assim atuou precipitadamente.
Isso nunca tinha acontecido.
Agora, sua desconsideração poderia muito bem arruinar as coisas
para ela.
“Precisava passear para me esclarecer a cabeça depois do fogo do
café” disse Cat. “Dirigi a sua cabana. A metade de caminho dali, viu
a fumaça e corri o resto do caminho. É obvio, não tinha minha carro”
Carmody assentiu. “O que encontrou quando chegou aonde seu
avô?”
“Já falei de tudo isto ontem” declarou ela com irritação. “Necessito
que o faça outra vez”
Enquanto Fintan escutava Cat explicando como se queimava o
abrigo e logo descobria a seu avô dentro, observou ao Carmody.
Estava claro que o Garda não acreditava exatamente que Cat fosse
uma vítima, mas Carmody tampouco tinha nenhuma prova para
provar o contrário.
“Isso concorda com sua declaração de ontem” disse Carmody
enquanto ficava de pé. “Isto é tudo o que necessito”
Enquanto Cat caminhava com ele até a porta, Fintan olhou através
de uma fresta nas cortinas e localizou um Fae olhando a casa. O
Dark tinha utilizado glamour para alterar seu cabelo e seus olhos.
Quando Carmody saiu da casa, o Dark se desvaneceu.
“Pensa que o fiz eu” disse Cat enquanto fechava e jogava a chave à
porta.
Fintan deixou cair o véu. “Com ambos os acontecimentos
acontecendo a poucas horas um do outro e ambos conectados
contigo, parece natural. Entretanto, não há evidencia contra você”
“Isso que saibamos” disse ela airadamente. Por isso sabemos, Bran
está plantando provas agora”
Ele a seguiu ao dormitório. “Se Bran te quiser de seu lado, duvido
que tome tempo de te pôr no ponto de mira do Garda”
“por que não? Logo ele pode me tirar. Isso é o que eu faria” disse
ela e tirou a bata. A visão de seu corpo nu fez que suas bolas se
esticassem. Sua pele pálida e seus rosados mamilos faziam que
sofresse por estar dentro dela uma vez mais, para sentir o profundo
e delicioso prazer que lhe tinha mostrado.
Em uma noite, tinha experiente mais felicidade que em toda sua vida.
Lhe havia tocado voluntária e livremente, tinha-lhe acariciado. Tinha-
lhe memorizado. deu-se por completo a ele. E ao fazê-lo, lhe tinha
mostrado uma decadência sensual que agora estava marcada em
sua alma.
Ela passou junto a ele, aparentemente indiferente a seu olhar que se
deleitava em sua formosa pele, e se dirigiu ao banho. Ele sob o olhar
a seu traseiro, observando seus quadris balançando-se com cada
passo. Recordava sentir esses quadris movendo-se quando se
sentou sobre ele e lhe levou a interior de seu corpo.
“Por seu silêncio, está de acordo”
Ele piscou, sua mente retornando à presente. “Estou de acordo em
que poderia ser um ardil, mas não acredito que Bran iria por esse
caminho quando há outras formas”
Ela abriu a ducha. “Qual poderia ser?”
“Vir a por você ele mesmo” Caminhou até a entrada do quarto de
banho e apoiou um ombro contra a ombreira enquanto a observava
comprovar a temperatura da água. “Realmente pensa que só vai se
aproximar de mim?” perguntou com uma gargalhada.
cruzou-se de braços. “Eu o faria”
Lhe olhou por cima do ombro antes de enrugar o nariz. “Suponho.
Mas não será consciente de que está comigo?”
“Estou seguro de que conta com isso”
Cat se recolheu o cabelo em um coque sobre a cabeça e entrou na
ducha antes de fechar o biombo da ducha. “Bran está louco se
acreditar que irei a algum lado com ele se tenta te matar”
“Estou contente de ouvi-lo” Ele estava tentando -e fracassando
miseravelmente- não olhá-la nem pensar na água brilhando sobre a
pele que havia tocado e beijado umas horas antes. Tratou de não
pensar em seus ofegos desiguais, seus gemidos de prazer e seus
gritos de êxtase. quanto mais tentava afastar sua mente dela, mais
lhe voltava a noite a sua cabeça.
Seu olhar seguia seus movimentos enquanto ensaboava seu corpo
e logo se enxaguava. Nunca tinha visto nada tão sexy. O fato de que
nenhuma mulher Fae lhe tivesse deixado estar tão perto era, em
parte, o culpado de sua fascinação.
“Por favor, me diga que não quer que me sente a esperar a que Bran
apareça em minha cozinha” disse ela enquanto fechava a água.
Abriu a porta do biombo da ducha e tirou uma mão.
Fintan lhe deu uma toalha. “Bran não poderá entrar em sua casa
nunca mais. pus salvaguardas”
Uma fina sobrancelha vermelha se arqueou. “E isso?”
“Precisa estar a salvo em algum sítio”
“E como é que você está dentro então?” Ele sorriu.
“Sou assim de bom”
“Sim. Sei que o é”
Seu sedutor olhar lhe pôs duro imediatamente. Ela sorriu como se
soubesse o que lhe estava fazendo. Logo saiu da ducha e se
envolveu na toalha. Quando saiu do banho, ele suspirou. Como se
supunha que podia pensar com claridade quando lhe olhava dessa
maneira depois de fazer semelhante comentário com matizes
eróticos?
Ele entrou na sala de estar e pensou no Bran. Qual seria o seguinte
movimento do bastardo? Bran queria a Cat, mas por que tinha
matado a seu avô? Algo não tinha sentido. Faltava uma peça, um
pouco de conhecimento que faltava ao Fintan e que lhe ajudaria a
ver o panorama completo.
“Olhar à parede não vai nos dar respostas” disse Cat enquanto se
aproximava de seu lado. “Necessitamos mais informação”
Odiava que a roupa agora cobrisse seu impressionante corpo. “E
com isso, refere-te a encontrar Bran”
“Onde mais a não ser com ele encontraremos o que precisamos
saber?”
Fintan negou com a cabeça. “Cat, está jogando um jogo muito
perigoso. Não viu o que Bran pode fazer. Ele manipula pessoas e
coisas em seu benefício. Não pode acreditar o que te diga”
“Não o farei. Mas sabe que tenho razão. Necessitamos informação”
Não importava como o olhasse, não poderia fazer um movimento
sem saber mais sobre o interesse do Bran em Cat. E em como ela
tinha invocado a arma.
***
Capítulo 15
Cat caminhou desde Galway através dos caminhos até a cabana de
seu avô com uma neblina de chuva que os fortes ventos arrastaram.
Mas não era o clima o que lhe preocupava. Embora tinha sido sua
idéia estar em algum lugar no que Bran pudesse chegar a ela, tinha
tido mais confiança nela em casa. Não importava se Fintan estava
velado detrás dela. A todos os efeitos, estava só.
E aterrorizada.
Colocou as mãos nos bolsos do casaco e se amassou no lenço no
que se envolveu o pescoço. O ter as veias congeladas pelo medo só
a fazia se sentir mais fria.
Com cada passo que se afastava de Galway, sabia que algo grande
ia acontecer. Não sabia o que nem como, mas era uma sensação
que não podia sacudir. Piscou a causa do vento que lhe entrava nos
olhos, que já lhe ardiam pela falta de sono.
Tinha sido o sonho de seu avô morrendo o que a tinha despertado.
Entretanto, cada uma das vezes, Fintan estava ali com seus braços
ao redor dela. Foi sua presença que lhe permitiu voltar a dormir.
Entre as poucas horas de descanso que tinha tido, tinha estado
pensando na adaga que agora levava oculta em sua jaqueta. Não
havia explicação sobre como a folha tinha chegado a sua mão da
mesa da cozinha. Fintan não podia lhe dar uma resposta, mas
possivelmente Bran pudesse. Isso se queria que ele soubesse sobre
que ela tinha essa habilidade.
Ja. Habilidade. Pôs os olhos em branco. Ela, mais que ninguém,
sabia que não tinha magia. Nada do que ela tinha feito ao crescer
tinha dado algum fruto. Então, por que agora?
Seria a arma?
Não, isso não podia ser. Se fosse, Fintan o haveria dito.
Seria Fintan?
Ele era um Reaper, mas não tinha mencionado nada de outros
Halflings repentinamente encontrando magia com os Reapers ao
redor. Assim que isso estava fora.
Seria Bran?
Esta a deixou perplexa porque honestamente não sabia. Não podia
encontrar uma razão para exclui-lo como o fazia com o resto de
coisas. Mas ao mesmo tempo, tampouco podia dizer que fosse ele.
Era um enigma.
Seus passos se ralentizaram quando a cabana entrou em seu campo
de visão. Não tinha podido olhá-la ontem. A dor tinha estado a flor
de pele. E hoje não estava muito melhor.
Estava só. Agora, completamente só.
Não passaria as férias rodeada da família com risadas e histórias de
anos anteriores. Agora as passaria na tranqüilidade de sua casa,
fingindo que as férias de que se tratassem não existiam.
Deus, como odiava aos Fae. por que não poderiam ter deixado a sua
família em paz? por que tinha nascido sendo uma Halfling? por que
não podia ter tido uma família normal na que brigassem todo o
tempo? Ao menos, estariam vivos.
Uma família que a perseguisse por suas más decisões ou por seu
cabelo ou por um homem. Uma família que chamasse, exigindo que
viesse jantar no domingo todas as semanas, ou que passasse sem
chamar. Uma família que a fizesse beber excessivamente no Natal
porque o estar rodeada de todos lhe produzia urticária.
Qualquer família seria bem-vinda. Não importariam os problemas,
nem se a voltavam louca, só queria voltar a ter uma. A solidão nunca
a tinha golpeado tão duro como o fazia neste momento.
Atravessava-a e a fazia ofegar de pura dor.
abriu passo até o queimado abrigo onde tinha visto o Bran lhe
fazendo gestos. Fintan estava seguro que a estava vigiando. Ela
esperava que Bran estivesse porque estava pronta para falar.
Embora não estava segura se estava todo o pronta que se
necessitava para escutar o que pudesse dizer.
Isso é o que fazia que o estômago lhe encolhesse de medo. Uma
sensação de agitação em suas vísceras que tinha começado no
momento em que tinha saído da cama essa manhã. Era uma
sensação de que algo ia acontecer, e suspeitava que não ia ser
muito bom.
A coisa era, que se Fintan sabia que Bran estava vigiando, então
Bran tinha que saber que Fintan estaria velado e esperando perto
dela. Fintan era um Reaper somente, e Bran teria outros homens
com ele.
O que significava que havia uma muito boa possibilidade de que
Bran matasse ao Fintan. Isso não podia acontecer. negava-se a que
tal coisa ocorresse.
Pode que não fosse capaz de salvar a ninguém de sua família, mas
havia uma pequena, infinitesimal possibilidade de que pudesse
manter Fintan a salvo. depois de tudo o que tinha feito por ela, e
ainda estava fazendo, tinha que tentá-lo.
Não se tratava só de manter ao Fintan vivo. Também havia uma
ardente necessidade de saber o que queria Bran dela. Fechou
apertadamente seus cansados olhos. Se só pudesse estar em
qualquer lugar onde Bran não pudesse machucá-la e que Fintan não
pudesse lhes ver. Deste modo lhe permitiria obter toda a informação
que necessitava.
Quando abriu os olhos, Bran estava frente a ela. ficou tão
surpreendida que deu um passo atrás. Por sua parte, Bran,
simplesmente parecia agradado.
“Olá Cat” disse. “Sabia que só era questão de tempo que você e eu
pudéssemos falar”. Seus olhos chapeados não tinham malícia, mas
por outro lado, os loucos freqüentemente ocultavam seus
verdadeiros sentimentos.
“Aqui estou. Fala”. Soava mais valente do que se sentia. Estaria
Fintan o suficientemente perto para escutar a conversa?
“Não desejaria saber sobre mim?”
“Já o tenho feito” lhe replicou. Custou-lhe cada grama de força de
vontade que tinha não olhar ao redor procurando o Fintan.
Bran a esquadrinhou com curiosidade e sorriu. “Bem, isso não é
justo não te parece? Sobre tudo considerando que você escutou
minhaa história de terceiras pessoas que nem sequer estão aqui”
“Havia umas regras, você as rompeu, a Morte matou a sua mulher,
você te zangou e dividiu aos Reapers, e logo matou alguns. Tudo
antes que a Morte te deixasse no Submundo. Deixei algo?”
Em lugar de zangar-se, Bran jogou a cabeça para trás e riu. “OH, é
um tesouro, Catriona Hayes. Agora desejaria ter falado muito antes”
“Porque digo o que quero?” perguntou ela com sarcasmo.
“Sim”
Não se deixou enganar por seu encanto ou pelo feito de que seus
olhos eram chapeados em lugar de vermelhos como deveriam ser.
“Há algo que queira adicionar à história sobre você?”
O sorriso desapareceu de seu rosto enquanto se olhar se afligia. Isso
ocorreu só um instante antes que o olhar se fechasse e fosse
substituído por uma máscara de indiferença. “esteve apaixonada
alguma vez?”
“Não posso dizer que alguma vez o tenha estado”
“Então não sabe o que significa encontrar a alguém que é sua outra
metade, que enche um vazio que não sabia que tinha até que lhe
conheceu”
Seus pensamentos se dirigiram imediatamente ao Fintan. Foi o
Destino o que pôs um Fae em seu caminho, alguém que lhe dava
todas essas coisas? “Não, não sei”
“Que pena. Ao melhor então deveria entender o profundo de minhaa
angústia quando a Morte a matou”
“Rompeu as regras. O que esperava?”
“Esperava que minha tempo e lealdade por volta dos Reapers me
tivessem ganho alguma misericórdia” Bran bufou e olhou por cima
do ombro dela por volta do mar. “Em lugar disso, o amor de minha
vida foi assassinada antes que pudesse adverti-la ou lhe dizer
adeus”
Houve uma parte de Cat que começou a sentir pena por ele até que
recordou o que tinha sido quão seguinte tinha feito nessa história.
“Isso ainda não te dá o direito de romper as regras e esperar um
tratamento especial. Nem tampouco te dá permissão para matar a
seus irmãos”
“O tempo da Morte está acabando-se. O minha está crescendo. É
por isso que ela não queria amor para nenhum de nós”
Cat arqueou uma sobrancelha quando falou da Morte referindo-se a
ela com a palavra ela. Assim que a Morte era uma mulher. Não o
tinha visto vir. Mas gostou bastante da idéia. “Crê que a Morte pôs a
regra a funcionar de que não poderiam ter uma relação porque lhes
daria mais poder se tivessem a alguém a quem amar?”
“Sim”
“Então por que há três Reapers que se apaixonaram e levaram a
suas mulheres ao grupo?”
O rosto do Bran não trocou, mas a força de sua ira quase a derruba.
“O que está dizendo?”
Merda. supunha-se que não tinha que lhe dizer isso? Era um
segredo que estavam guardando os Reapers? Se pelo menos
tivesse pensado em perguntar ao Fintan.
“me diga” exigiu Bran.
Imediatamente se ofendeu e levantou uma mão para lhe manter
afastado. “Não tenho que te dizer uma só maldita coisa”
Começou a dar um passo até ela, logo o pensou melhor. “Tem razão.
Não tem por que. É sua eleição”
“O que quer de mim?” Era o momento de trocar o tema de conversa
-e conseguir algumas respostas.
Bran a olhou com curiosidade. “Isto realmente não é teatro
verdade?”
“O que? Que não tenho magia? É obvio, não se trata de uma
atuação” Seus lábios se levantaram em um sorriso.
“Quem te mentiu, Cat?”
“Ninguém me mentiu. Soube-o toda minha vida”
“Isso não é certo”
Lhe franziu o cenho, odiando a ponta de esperança que surgiu em
seu interior. “O que quer dizer?”
“Como invocou a arma ontem tarde?”
“Não sei”
Ele assentiu lentamente, seus lábios torcidos enquanto a olhava. “E
como me convocou?”
“Não tenho nem idéia do que está falando”
Cat de repente teminha fazê-lo. Esse nó em seu estômago se
retorceu dolorosamente. Ela respirou fundo e logo se voltou. Sua
boca se abriu quando viu que havia uma cúpula clara a seu redor.
“O que há dito ou pensou sobre mim?” urgiu-a Bran.
“Que queria falar contigo em algum sítio onde não pudesse me
machucar” Ela deixou de pensar no Fintan. Não há necessidade de
alertar ao Bran de que estava perto.
Bran se pôs a rir. “Brilhante. Absolutamente brilhante”
Ela se voltou para encarar-se com ele. “Está dizendo que eu tenho
feito isto?”
“É obvio”
“Como? Como é isso possível quando não pude fazer nada mágico
antes?” perguntou.
Seu sorriso era ardiloso e maliciosa, e isso instantaneamente a pôs
nervosa e teve soando sinos de alarmes em sua cabeça.
Bran levantou as mãos. “Vem comigo e te contarei tudo”
“Não”
Ele levantou as sobrancelhas. “Pode que queira repensar”
“A resposta é um firme e terminante não” declarou ela.
Ele deixou cair seu braço a um lado enquanto estalava a língua.
“Que pena. Pensava que poderia querer ver seu avô”
De tudo o que tinha pensado que pudesse lhe dizer, essa nunca lhe
teria ocorrido. Com a dor ainda tão fresca e a flor de pele, sua fúria
transpassou o teto.
“Como se atreve?” disse ela com cada grama de sua fúria
entrelaçando as palavras. “Como fodidamente se atreve? Quem
demônios crê que é para jogar com as emoções de alguém assim?
vou assegurar me de que volte para o Submundo porque vou
eliminar seu fodido traseiro aqui por mim mesma”
Tirou a adaga de sua jaqueta e se lançou sobre o Bran. Ele se deixou
cair de costas sobre a areia, sem incomodar-se em defender-se. Não
lhe importou. Tudo o que sabia era que o responsável pela morte de
seu avô estava justo diante dela.
E este era o momento de pagar.
Lhe fatiou o peito uma, duas vezes. Logo levantou a arma sobre sua
cabeça para afundá-la em seu coração. Foi então quando viu seus
braços aos lados, seus olhos olhando-a sem um grama de medo.
“por que não está se defendendo?” exigiu ela.
Ele encolheu os ombros impotente. “Não posso. É sua magia”
“Então poderia te matar agora”
“Sim”
“Bem” disse ela e levantou a arma mais alta.
Seus olhos se abriram de par em par, um pingo de medo se mostrou.
“Espera! Não quer saber sobre seu avô?”
“Está mentindo sobre ele”
“Estou?”
A brincadeira estava aí, pendurando entre eles. Fintan lhe disse que
não acreditasse nada do que Bran lhe dissesse. Logo estava a parte
em que ela podia terminar a guerra do Fintan e outros Reapers na
que estavam envoltos.
Mas O que se Bran estava dizendo a verdade? O que se ele tinha a
seu avô? “De Quem era o corpo queimado?” perguntou ela.
Bran levantou os ombros. “Disse ao Searlas que encontrasse um
mortal”
Cat baixou a arma. Não podia acreditar que não fosse a lhe matar
mas o pensamento de ter possivelmente de volta a seu avô era muito
bom para deixá-lo passar. desceu do Bran e se levantou. “Se tiver
razão e posso usar a magia para coisas como esta”, disse, agitando
suas mãos até a cúpula, “então posso fazê-lo de novo e te matar”
“Se isso for o que cre”
Houve algo em suas palavras que lhe incomodou. “Quero a prova de
que minha avô está ainda vivo. Uma vez que a tenha, então
falaremos”
“Esse é um trato o suficiente razoável. Entretanto, vai ter que te
desfazer de um Reaper”
“Comprido”, disse-lhe, desejando-o com todas suas forças.
E ele o fez.
A cúpula se desvaneceu, também, e imediatamente seguinte, Fintan
estava frente a ela com a ira brilhando em seus olhos brancos de
anel vermelho.
***
Capítulo 16
A cautela nos olhos do Fintan fez que Cat reconsiderasse sua
decisão. Pode que não tivesse podido vê-la com o Bran, mas sabia.
Estava aí em seu olhar, na forma condenatória em que a olhava.
Ela não deu um passo atrás embora tivesse querido. manteve-se
firme, levantando o queixo. “O que tem feito?” exigiu-lhe ele.
Uma avalanche de palavras giraram em sua cabeça, mas não havia
uma só que encontrasse que pudesse utilizar para lhe fazer entender
por que tinha feito o que tinha feito.
“Cat” disse ele. “me diga o que te há dito”
Não importava se ela queria dizer-lhe ou não porque sabia que não
podia. O que tinha acontecido com o Bran precisava ser oculto ao
Fintan. por agora. Ao menos, até que soubesse se Bran dizia a
verdade sobre seu avô ou não.
Mas havia algo que podia lhe contar. “Utilizei magia”
Não houve surpresa em seu rosto, nenhuma forma de deleite ante
as notícias. Em lugar disso, permaneceu estóico e apático. “Magia”
“Sim”
“Para alguém que declarou em múltiplos ocasione que não pode
utilizar magia, agora de repente a tem. Sinto saudades não te
parece?”
Tragou saliva, odiando o abismo que lhes separava. Estendeu sua
mão, lhe agarrando do braço. Ontem à noite, nunca se havia sentido
mais perto de outra pessoa. E agora ... nunca se havia sentido mais
longe.
“Menti-te antes. Sinceramente acreditava que não tinha nenhuma.
quanto mais pensava no da adaga, mais queria replicar que a tinha.
Assim que o tentei”
“Como?” exigiu ele.
Não podia lhe contar sobre o Bran. Nem sequer quando havia uma
possibilidade de que pudesse entender por causa de seu avô.
Simplesmente porque ela sabia que Fintan chegaria a uma
conclusão: que lhe tinha traído.
Tinha esquecido ao Bran, mas não tinha permitido ao Fintan perto
para matar ao Bran e terminar a guerra. Estaria furioso.
E com todo o direito.
Entretanto, não lhe tinha dado nada mais que sinceridade desde que
entrou em sua vida. Como não poderia lhe dar ao menos o mesmo?
“Quando a adaga chegou para mim, eu tinha estado pensando nisso.
Isso é o que tenho feito esta vez”
Seus olhos brancos se entrecerraram uma fração. “Justo no que
pensou?”
“Em querer me ocultar”. Essa não foi uma mentira completamente.
E tampouco era totalmente certo. O qual, em realidade, era uma
mentira. E se sentia como um pedaço de merda.
Se isso fosse possível, a ira do Fintan se elevaria vários graus. Não
se moveu, não pronunciou nenhuma só palavra. Mas estava ali na
forma em que se comportava, tenso e rígido. Estava ali na forma em
que a olhava como fosse uma estranha, como se não se pudesse
confiar nela.
Lutou contra as lágrimas que ameaçavam, piscando rapidamente.
Não choraria pelo que tinha destruído. Não o faria. Porque era por
seu avô. Fintan era um maravilhoso Fae com um corpo
impressionante, mas estava tão quebrado que não estava segura de
que alguém pudesse emendá-lo, inclusive se ele queria ser
reparado.
Mas a fim de contas, ela tinha que pensar em seu futuro. O fio mais
pequeno de esperança de que seu avô pudesse estar vivo era muito
grande para deixá-lo passar.
Inclusive se seu coração ficava machucado ante a idéia de perder
ao Fintan.
Independentemente, não se tinha comprometido com o Bran. Se ela
averiguava se o corpo na necrotério era certamente o de seu avô.
Ou se Bran não podia lhe dar a prova de vida, então o contaria tudo
ao Fintan.
Embora destruiria a pouca confiança que tinha nela. Sem dúvida, ele
o entenderia.
Não queria pensar no que aconteceria se averiguava que seu avô
estava vivo e bem. Porque o que fosse que Bran quisesse dela não
podia ser bom. Ela, de fato, possivelmente estaria traindo ao Fintan
e os outros Reapers.
Sem uma palavra, Fintan se velou. Ao menos ela tinha assumido que
o tinha feito. Por tudo o que sabia, podia haver-se teletransportado.
E não lhe culpava. Ele sabia que não lhe estava contando tudo. Em
lugar de lhe exigir que compartilhasse o que ocultava, tinha deixado
que a meia verdade pendesse entre eles.
Ela baixou o olhar a suas mãos. Se tinha podido invocar a adaga e
se ela tinha levado ao Bran até ela e criado uma cúpula, por que não
podia sentir a magia?
Domhnall e Nora tinham falado freqüentemente de como sentiam
sua magia. Inclusive recordava a seu pai e a seu avô falando disso.
Cat deixou cair seus braços aos lados e se voltou até cabana.
Caminhou até ela, fazendo uma pausa brevemente ante a porta
antes de entrar. Seu olhar procurou em tudo, procurando qualquer
sinal de luta ou algo que lhe desse uma pista de que estava vivo.
Tudo estava tão ordenado e limpo como sempre. A bule na cozinha
de gás. lavou-se uma taça e se deixou de barriga para baixo sobre
um pano ao lado da pia para que se secasse. Um livro esperava
sobre a mesa com um clipe que marcava mais da metade da história
lida.
Parecia como se seu avô só tivesse ido dar um passeio pela praia e
retornaria logo. Ela se agarrou com força à esperança de que estava
vivo.
“Cat, a stóirín”
Fechou os olhos ante o som da voz de seu avô detrás dela. Podia
ser uma armadilha. Ou podia ser algo real. Lentamente se voltou e
abriu os olhos. Contemplou a cara curtida que conhecia tão bem.
Seu coração estava tão feliz que pensou que poderia sair-se o do
peito.
Correu até ele, lhe lançando os braços ao pescoço, só para
encontrar-se com ar. Ela olhou seus braços vazios e ela se girou
para lhe buscar.
O rosto de seu avô estava cheio de tristeza e remorso. “Isto é tão
perto como ele me permite estar de ti”
“Quem?” perguntou ela, mas já sabia a resposta.
“Bran”
“O que quer de você?”
Seu avô negou com a cabeça. “Ah, menina. É você o que quer”
“por que?”
“Pelo poder em seu interior”
Ela o olhou boquiaberta, aturdida até os ossos. “Diz-o como se
soubesse que tenho magia”
“Sempre o soube. Assim como seus pais. Estávamo-lhe protegendo”
“Do que?” gritou ela.
O engano de sua família era um golpe rápido e cruel. Todos esses
anos em que tinha chorado em solidão até dormir porque não tinha
magia. Todos esses anos ela se havia sentido inferior. Todo o tempo
se havia sentido excluída.
E eles tinham sabido a verdade.
Seu avô levantou suas mãos diante dele. “Escuta. Não temos muito
tempo. Guarde seu aborrecimento”
Guardá-lo? Dizia-o a sério? ia desatar o contra alguém.
Concretamente, contra Bran.
“Sua magia se manifestou quando foi só uma bebê. Cresceu fora de
controle tão rápido que não tive mais remedio que intervir quando
seu pai não pôde controlá-la”, disse.
Ela apertou os punhos em um esforço de não lutar contra seu avô.
“Do que está falando?”
“Tudo o que tem que fazer é pensar em algo, a stóirín, e será teu”
“Não pode dizê-lo a sério”
As espessas sobrancelhas brancas se elevaram em sua frente. “O
que pensou recentemente e de repente teve, sem saber como tinha
podido ocorrer?”
Sua mente, imediatamente, foi à adaga. Logo estava Fintan. A última
noite, tinha desejado que estivesse com ela assim não estaria só, e
ele entrou em sua habitação. Logo estava Bran fazia apenas nada
de tempo, junto com a cúpula.
“Por sua cara, há várias circunstâncias”. Seu avô deixou sair um
comprido suspiro. “Quando Bran me capturou, isso cortou minhaa
conexão contigo, o qual rompeu o feitiço que tinha utilizado para
bloquear sua magia. Tem um pouco de tempo precioso para
aprender a controlar seus pensamentos de forma que sua magia não
se manifeste na realidade”
Ela ficou a mão na frente. “Isto não pode estar acontecendo”
“O sinto, mas é assim”
“por que não me há isso dito até agora?” exigiu ela.
Ele olhou ao chão. “Três Fae, Cat. Três. Nenhuma outra família do
Halfling no mundo tem mais de um Fae engendrando meninos.
tivemos um alvo em nossas costas por causa disso, minhaa menina”
“Isso ainda não explica por que me ocultou a verdade durante todos
estes anos”
“Queria te proteger”
Ela lançou as mãos com agitação. “por que?” exigiu ela outra vez.
“Porque você é… diferente. Soube logo que nasceu”
Ela não queria estar zangada com seu avô, mas não podia controlá-
lo. “Podia haver me contado isso. Podia ter estado trabalhando todos
estes anos para controlá-lo”
“Não funciona dessa maneira. Sua magia é como um ímã para os
Fae” Isso só a confundiu ainda mais.
“por que?”
“Toda a magia de todas as gerações de nossa família culminou em
você, a stóirín. Não sei como nem por que, mas essa é a verdade. É
pelo que bloqueei sua magia. Como vê, tem um grande poder em
seu interior. É tão formidável que pode utilizá-la para o bom e para o
mau. A eleição é tua”.
Deixou cair o braço a um lado enquanto o estômago lhe revolvia ante
suas palavras. caminhou até a mesa e tirou uma das cadeiras antes
que deixar cair nela. “Bran matou ao Domhnall e a Nora”
“Sei. Ele alardeou sobre esse fato”
“Bran quer matar à Morte e aos Reapers” disse ela, olhando até seu
avô, que permanecia ao lado da mesa.
Ele negou com a cabeça. “A Morte? Os Reapers? escutei histórias
quando era um moço, mas nunca esperei que fossem reais”
“São. A Morte pôs ao Bran em um reino prisão chamado o
Submundo porque rompeu suas regras e logo matou a dois de seus
companheiros Reapers”
Os olhos de seu avô se abriram de par em par. “Se isso for certo,
não pode lhe dar nada, não importa o que utilize contra ti”
“Se não ir a ele, não te soltará”
“Não me deixará ir nunca” disse ele com um sorriso triste. “Bran me
utilizará para conseguir de você que faça o que queira. Sou um
homem velho. vivi minha vida. te esqueça de mim e vá viver a tua.
Faz o bem com sua magia. Continua o legado de nossa família”
Ele o fazia soar tão fácil, mas não o era. Não seria capaz de viver
consigo mesma se ele morria por que não lhe ajudasse. Por outro
lado, nunca seria capaz de viver consigo mesmo se Bran ganhava
contra os Reapers e o Fintan era assassinado.
De qualquer forma, ela saía perdendo. “Cat”, chamou-a seu avô.
Lhe viu começar a desvanecer-se. “Não,” gritou ela, ficando de pé,
com o braço estirado, tentando chegar até ele.
Mas seu avô já se foi.
Uma vez mais só na cabana, deixou-se cair de joelhos e afundou o
rastro entre suas mãos. A corrente de lágrimas chegou, afogando-a.
Jogou para trás a cabeça, gritando sua angústia, sua ira e sua
frustração. Gritou até que lhe doeu a garganta, e logo gritou um
pouco mais. Mas isso não fez nada por tranqüilizar sua alma
preocupada.
Sua mente foi ao Fintan. Como desejava que ele estivesse ali, seus
fortes braços ao redor dela. Saberia o que fazer. Sempre sabia. Se
pudesse perdoá-la.
Mais lágrimas lhe acumularam nos olhos, caindo por suas
bochechas. Estava em uma posição complicada, e não havia forma
de que ela pudesse sair ganhadora.
Não parecia justo descobrir finalmente que tinha magia e averiguar
por que lhe tinha sido oculta, só para encontrar que era sua magia a
que gasto a pior classe de maldade a sua porta.
E ao melhor dos homens também.
Se só pudesse contar ao Fintan tudo desde o começo. Mas sabia
que lhe aconselharia fazer quão mesmo seu avô. Dois homens nos
que confiava e pelos que sentia uma alta consideração tinham a
mesma opinião, mas não podia esquecer o fato de que não estaria
só se fazia o que Bran queria. Teria a seu avô.
de repente levantou a cabeça enquanto piscava através das
lágrimas. Seu avô havia dito que ela podia conseguir o que quisesse
só por pensar nisso. Assim pensou nele, em querê-lo ali a seu lado
sem as restrições do Bran.
Entretanto, nada aconteceu.
Tentou-o uma, e outra e outra vez, ficando exausta no processo.
Passou-lhe fatura a seu corpo, minando sua força de forma que seus
braços não podiam sujeitá-la. Tombada sobre seu estômago, meio
de flanco, chorou por tudo o que era, tudo o que pôde ter sido.
E por tudo o que nunca seria.
Foram horas mais tarde que teve que admitir que Bran tinha posto
algo que lhe impedia de utilizar sua magia sobre seu avô. E o dar-se
conta foi muito para que o pudesse assimilar.
A ira lhe deu um dilúvio de energia, o suficiente para poder ficar a
quatro patas. Logo, usando toda a força que tinha, Cat se agarrou
de tudo o que pôde para ajudar-se a ficar de pé. Uma vez aí, ela se
cambaleou, mas estava decidida a não cair. Pôs um pé diante do
outro e se dirigiu à porta. Ao abri-ao, olhou até fora. A chuva caía
mais rápido enquanto o vento a fez cair em ângulo. No caminho a
casa ia se empapar.
Ela olhou atrás sobre seu ombro à cabana, contemplando
brevemente o permanecer ali, mas não podia. Porque Fintan não
poderia chegar a ela. E justo agora lhe necessitava. Havia uma parte
dela que desejava desejá-lo, mas obrigá-lo a ir a ela não parecia o
correto depois de lhe haver mentido. Inclusive se lhe necessitava
tanto que pensou que poderia morrer sem ele.
Como desejava estar em sua própria casa. O pensamento logo que
atravessou sua cabeça quando se encontrou a si mesmo em metade
da salita de estar. voltou-se em um círculo, assombrada do que tinha
acontecido.
“Fintan”, chamou-lhe e correu de habitação em habitação, lhe
buscando. “Fintan!!”
Mas não importava quantas vezes lhe chamasse, ele não apareceu.
Ela sabia que ele podia ouvi-la. Foi sua eleição manter-se afastado.
Embora tinha uma forma de levá-lo com ela, não a utilizou.
Se ele não queria estar com ela, não lhe obrigaria. Tinha-lhe
machucado profundamente, e nunca a perdoaria por isso.
tirou o cachecol e o casaco e os pendurou. Tinha sido um dia de
emoções que a tinham posto em alto, e umas que a tinham miserável
tão baixo que se perguntava se alguma vez poderia voltar a levantar-
se.
O pior de tudo era saber que suas ações tinham afastado ao Fintan.
Possivelmente para sempre.
***
Capítulo 17
Fintan conhecia o sabor da traição muito bem. O fato de que
persistisse em sua língua uma vez mais lhe deixou deprimido e
pesaroso. Era uma coisa horrível, na verdade, dar confiança a
alguém, só para que a arrebatassem tão rápido.
Apesar de seus sentimentos, não tinha abandonado Cat. Continuou
vigiando-a. Inclusive quando ela esteve no interior da cabana da
praia, tinha-a observado através da janela.
Não se necessitava uma grande mente para resolver o que estava
acontecendo. Fintan estava zangado consigo mesmo por não dar-se
conta antes. O estratagema do Bran era tão básico, tão simples que
tinha sido fácil esperar algo maior e dramático.
O simples feito de que Bran tinha ao avô de Cat. Era a mais clara e
única forma em que Bran poderia coagi-la até seu lado. Entretanto,
saber por que tinha mentido não fazia que doesse menos.
Significava que Cat não confiava nele o suficiente para ajudar.
E ela tinha razão. Não o faria. Diria-lhe que não havia nada que fazer
com o Bran. Lhe diria que olhasse o panorama em geral, que
pensasse no destino do mundo frente a um homem que estava nos
anos dourados de sua vida.
Fintan a desgastaria até que ela aceitasse. Os Reapers triunfariam
sobre o Bran, e a guerra que tinha começado terminaria. As coisas
voltariam para a normalidade. Enquanto Cat estaria só para lutar
com o que tinha feito. O ódio entraria em seu coração e o dirigiria até
ele, e nunca lhe perdoaria.
Não haveria final feliz para ele tampouco. Sua noite de paixão, uma
noite que o tinha trocado, desapareceria no nada.
Mas os sentimentos ainda estavam aí. Ele ainda a desejava. Era
esse desejo o que lhe recordava o que tinha feito. O que tinha
perdido. Essa culpa se acumularia ao longo dos séculos até que
começasse a odiar-se. Essa amargura o comeria de dentro até fora
até que seus irmãos não tivessem mais remedio que lhe matar.
Tudo por causa do Bran que tinha escapado do Submundo e se
inundou na vingança.
Não importava como o olhasse, Fintan não podia encontrar a
solução. Por certo, Cat lhe tinha mentido, ela já tinha tomado a
decisão de ir com o Bran. E não podia culpá-la.
Ela recordava a sua família. Sabia o que era ser parte de um grupo
que amava incondicionalmente. Ela tinha visto como lhe tinham
tirado a todos eles, deixando-a completamente só.
Ele não recordava nada de sua família. Nem quantos irmãos tinha
tido, nem sequer uma pista de como se via nenhum dos rostos de
seus pais. Ele tinha sido abandonado. Tudo o que tinha conhecido
era solidão. Cat tinha a oportunidade de trocar isso. Em seus
sapatos, ele faria o mesmo.
Seus pensamentos fizeram uma pausa enquanto refletia sobre o
Eoghan. Como era que alguma vez tinha pensado nos Reapers
como sua família? Não foi até agora, nesse momento, que Fintan se
deu conta de que isso era exatamente o que eram.
Chamava-lhes seus irmãos, mas tinha mantido as distâncias com ela
-se por acaso as moscas. Todo isso tinha trocado com o Bran. Fintan
se tinha unido aos Reapers inconscientemente -ou talvez o tinha
feito conscientemente.
O desaparecimento do Eoghan lhe carcomia. Fintan queria
encontrar Eoghan, precisava lhe encontrar. Era o que lhe dirigia a
dar-se pressa e matar ao Bran para que os Reapers pudessem pôr
seu foco onde precisavam pô-lo: Eoghan.
Todo este tempo, ele só tinha pensado em que formava parte de um
grupo. Sempre estava na periferia, sempre vendo Kyran e Talin
brincar entre eles enquanto Cael tentava ter paciência. Baylon lhe
jogava ovos às coisas, e Eoghan fazia guarda em silêncio.
Fintan olhou ao outro lado da rua a casa de Cat. As cortinas estavam
abertas mas não se aproximou. Sua magia a tinha levado ali. Não
tinha visto nenhum movimento, mas não esperava que Bran ou
qualquer de seus homens estivessem em qualquer lugar perto dela.
De muitas maneiras, Cat estava mais a salvo do que o tinha estado.
O que Fintan queria saber era como Bran a tinha descoberto. Como
tinha sabido que ela tinha magia? Era seu poder o que deixava
boquiaberto ao Fintan. Um Fae podia pensar em algo e fazer que
aparecesse ou desaparecesse. Fazia-o com sua espada todo o
tempo. O mesmo com o teletransportar-se.
O fato de que ela, como uma Halfling, estivesse exibindo o mesmo
tipo de magia como se fosse uma Fae, era interessante. Os Fae
freqüentemente formulavam feitiços sobre seus filhos para mantê-
los bloqueados até que cresciam o suficiente para aprender a
controlá-lo. E Fintan suspeitava que isso foi exatamente o que o avô
de Cat fazia.
Entretanto, nada disso explicava por que Bran a queria. Se sua
magia era tanta como a de um Fae, então ele poderia agarrar a
qualquer deles e conseguir o que queria. Tinha que ser algo singular
em Cat. Algo que só podia fazer ela.
Posto que Fintan nunca tinha posto muita atenção aos Halflings,
estava perdido. Poderia ser algo. O arco íris de possibilidades que
se apresentavam ante ele era interminável.
Havia uma só pessoa que saberia. Entretanto, Fintan não estava
ansioso por ter uma audiência com a Morte. Não importava que a
tivesse visto mais vezes nas últimas semanas que nos últimos
milênios. A morte era... a Morte. Ela tinha mais poder e magia em
seu dedo mindinho que todos os Faes juntos.
A visão de um cabelo comprido negro e prateado pelo extremidade
do olho captou a atenção do Fintan. Voltou a cabeça e olhou com
surpresa ao Balladyn.
Fintan utilizou glamour para ocultar seu cabelo branco e os olhos
antes de deixar cair o véu. A cabeça do Balladyn se voltou até ele
imediatamente. O Dark lhe olhou fixamente durante um momento,
logo se dirigiu até o Fintan.
Balladyn foi uma vez o Capitão do Guarda da Rainha e um afamado
guerreiro no exército Light até que acabou ferido e em mãos dos
Dark depois de uma batalha.
Havia muito que Balladyn desconhecia. Especialmente a parte de
como sua própria Rainha, Usaeil, tinha-lhe traído e entregue aos
Dark.
Fintan não se sentia inclinado a abrir os olhos do Dark. Em sua maior
parte porque Balladyn agora era a mão direita do rei Dark. Enquanto
Taraeth tinha assumido que Fintan queria lhe substituir e lhe tinha
assassinado por isso, o rei parecia alheio ao feito de que Balladyn
muito bem poderia levar a cabo tal façanha.
“Quem é você?” perguntou Balladyn enquanto se aproximava. Fintan
encolheu os ombros. “Ninguém”
“Está utilizando glamour por que?”
“Por razões evidentes”
Os olhos vermelhos do Balladyn lhe olharam de cima abaixo. “Não
quer que te veja como realmente é. É Light?”
“Pensa que te darei uma resposta sincera?” O Dark sorriu, com
aprovação em seus olhos. “Não”
“O que está fazendo o tenente do Taraeth passeando pelas ruas do
Galway?” perguntou Fintan.
“Não há razão”
Assim, nenhum dos dois ia dar de presente nada. Talvez Fintan se
equivocou ao pensar que Balladyn poderia saber algo. Tinha sido
um movimento impulsivo mostrar-se ao Dark, e o Fintan, impulsivo
não era.
Só outra forma em que Cat lhe tinha trocado. “Parece que tem algo
em mente” disse Balladyn. Fintan conteve um bufido. “poderia-se
dizer que sim”
“Tem algo a ver com a Halfling ao outro lado da rua?”
“Você conhece a Catriona Hayes?” perguntou Fintan surpreso.
Balladyn assentiu e se meteu no beco com o Fintan. “Um Fae não
pode estar nesta cidade sem saber dela e da família Hayes”
“Só recentemente que soube dela. O que sabe você?”
O Dark lhe olhou durante um comprido minuto. “Quer ser o quarto
Fae que deixa um menino com a família?”
O impacto das palavras do Balladyn golpeou ao Fintan com toda a
força de um tsunami. Um filho. Um filho? Havia certamente uma
possibilidade posto que não tinha pensado em outra coisa que em
estar dentro do corpo de Cat quando eles estiveram fazendo o amor.
Era a última pessoa -ou Fae- em qualquer reino que seria um bom
pai. Logo que sabia como ser um amigo. Não sabia nada de
amantes, e ainda menos de ser pai.
“Tranqüilo” disse Balladyn com uma risadinha. “Há-te posto pálido”
Fintan em seu interior se dava de cabaçadas.
“Não quero meninos”
“Você e eu, minha amigo. Então por que essa curiosidade até a
Catriona?”
“Quero saber por que todos os Fae dos arredores a vigiam”
Balladyn cruzou os braços e voltou seus olhos vermelhos até a casa
da Catriona. “Acredito que a maioria tentam ver se estarão aqui
quando ela morra. É estranho que com o passar do Reino, os
Halflings tenham sido assassinados a direita e esquerda. Há Fae que
dizem que é coisa dos Reapers”
“Soa como se não acreditasse”
“Não o faço” Balladyn lhe lançou um olhar e encolheu os ombros.
“Ou possivelmente seja assim. Quem sabe?”
Interessante. Primeiro Fintan tinha visto que Balladyn não estava
ajudando ao Taraeth, e agora o Dark tinha uma opinião diferente
sobre os Reapers que outros Fae. Balladyn seguiu falando. “O fato
é que Catriona não encaixa em nosso mundo ou no dela. Viu como
a tratam os mortais? Sabem que é diferente. Mantêm as distâncias.
São educados, mas isso é o mais longe ao que chegam”
Tinha estado muito absorto tentando apanhar ao Bran, encontrar ao
Eoghan e pôr Cat de sua parte para notar essas coisas. Quando
voltou a olhar até a casa, viu Cat de pé na cozinha, cortando alho
enquanto se preparava para cozinhar.
“Sente pena por ela?” perguntou Fintan.
Balladyn levantou os ombros. “Como um Light, deveria dizer que
sim. Como um Dark, realmente me dá igual. Então me diga, Como
sabe quem sou?”
“Todo mundo te conhece” disse Fintan e se encontrou com o olhar
do Balladyn.
“Não sinto nenhum medo em você. A maioria me temem”
“O único ao que temo é à Morte”
Balladyn se pôs a rir. “Todo mundo teme morrer”
Fintan lhe deixou pensar que estavam falando do ato e não da
pessoa. “Sua posição na Corte do Rei deve te dar acesso a um
montão de gente”
“Sim”. Ele se girou para ficar frente a Fintan. “O que está
procurando?”
“Informação”
Balladyn inclinou a cabeça. “Não tenho o costume de dar
diretamente algo grátis”
“O que quer em troca?”
“Quero te ver. Deixa cair o glamour”
Fintan vacilou. Tinha passado muito tempo desde que tinha estado
na Corte do Taraeth. Tanto que, de fato, poucos lhe recordariam.
Mas seus colorido lhe fazia extremamente reconhecível. E não
queria ser recordado.
“Então, teme-me” disse Balladyn com um ligeiro sorriso. “De outra
forma O que tem que ocultar?”
Fintan deixou cair o glamour. Viu como o sorriso do Balladyn caía e
franzia o cenho. Fintan estava acostumado a que a gente lhe
comesse com os olhos, e em sua maior parte, não lhe importava.
Mas foi a maneira em que o Dark lhe estava olhando -como se lhe
reconhecesse.
“Tenho uma afinidade pelos livros” disse Balladyn. “Coleciono todos
e cada um deles. Uma vez, faz muito tempo, li sobre um Dark de
cabelo branco que era o assassino mais mortífero que os Fae tinham
encontrado”
Fintan estava assombrado. Havia alguém escrito realmente sobre
ele? Não estava seguro de como responder a tal declaração. “O que
aconteceu com ele?”
“Ninguém sabe” disse Balladyn. “Alguém acredita que ainda está
vivo. Outros acreditam que se foi. Ainda outros acreditam que
Taraeth lhe traiu em favor de Usaeil que em última instância lhe
assassinou. Qual de todo isso?”
“Todos eles. Nenhum deles. Pediu-me que me revelasse. Fiz-o. Não
disse nada sobre querer saber minhaa história”
“Algo do que me arrependo” Balladyn respirou fundo e deixou cair os
braços aos lados. “Prometi informação. O que quer saber?”
Fintan olhou a Cat uma vez mais. “Tem Darks desaparecendo?”
O olhar do Balladyn se intensificou. “ime. Não podemos averiguar
onde”
“Sabe algo sobre um Fae chamado Bran?”
“Infelizmente, não. É o responsável por que os Dark estejam
desaparecendo?”
Se Fintan lhe dava essa informação, não estaria revelando nada
sobre os Reapers. Não diretamente. De fato, Balladyn poderia muito
bem poder ajudar na captura do Bran. Ao Fintan adoraria retornar à
propriedade dos Reapers no Inchmickery com a notícia de que Bran
estava morto.
“Sim”
Balladyn sorriu. “me conte mais”
***
Capítulo 18
O repico do relógio ao dar as sete da manhã ecoou através do
silêncio da cabana. Cat se sentou na mesa da cozinha, sua mente
percorrendo tudo o que tinha falado com o Bran e seu avô.
feito-se o café da manhã e conseguiu dar uns bocados antes de
limpar todo o pendente. Isso a levou a fazer a penetrada de uma vez
que esfregava o banho e logo limpava toda a casa. Todo o momento,
tratou de encontrar uma maneira de recuperar a seu avô e ajudar ao
Fintan.
Várias vezes, encontrou-se voltando-se até ele, só para dar-se conta
de que não estava ali. Em muito pouco tempo, tinha chegado a
confiar e depender dele. Não tinha desejado que fosse assim, mas
ele o fez muito fácil.
Agora que se foi -e parecia que para sempre- lhe sentia falta. Tinha
aparecido em sua vida inesperadamente, e a tinha influenciado
muito profundamente. Tinha visto sua dor e a indiferença que
mostrava ao mundo.
Mas logo se abriu a ela. Em seu coração, ela havia sentido seu
sofrimento e sentiu seu potencial. Tinha superado tanto, e em lugar
de que esses horríveis eventos lhe convertessem em um alcoólico
ou drogado, ele o tinha enterrado tudo.
Não era exatamente o mais saudável para fazer, mas era a melhor
de suas opções. Fazia o necessário para proteger-se e seguir
movendo-se na vida.
Não é que alguém que tinha sido traído duas vezes -primeiro por sua
família, e logo pelo Taraeth- tivesse-o esquecido. Agora ela se
acrescentava à lista de traidores. E isso a fez sentir como a pior
classe de pessoa.
logo que o relógio terminou de repicar, levanto-se e ficou o casaco
antes de sair de casa. Não pôde evitar o olhar ao redor procurando
o Fintan enquanto caminhava pela calçada, esperando alguma
indicação de que ele ainda andasse por aí.
Pareceu-lhe o ver no beco frente a sua casa e se apressou a chegar
ali. “Fintan” sussurrou.
Esperou vários minutos, mas não apareceu -se é que estava ali. Ela
tinha tomado a decisão correta. Ou não? Tudo o que tinha que fazer
era conseguir a liberdade de seu avô por parte do Bran. Logo mataria
ao bastardo.
Pelo Fintan e por si mesmo.
O arrependimento era uma pílula dolorosa e amarga de tragar. Com
uma última busca do Fintan, voltou-se e se dirigiu até a estação da
Garda. Seu caminho a levou a passar junto a seu agora queimado
café. deteve-se e olhou os restos calcinados do negócio que tinha
pertencido a sua família durante três gerações.
Enquanto estava ali, foi consciente dos olhares de outros sobre ela.
Não era como se ela tivesse feito todo o possível por afastar às
pessoas, mas quando sua família tinha sido assassinada e esperava
ser a próxima, o último no que pensava era em pôr um sorriso
em seu rosto e saudar todos os que aconteciam rua. Estava
acostumada a que a olhassem estranhamente ou sussurrassem.
Havia tantos rumores circulando a respeito de que sua família que já
não lhes prestava atenção.
Mas esta vez era diferente. Havia malícia em seus olhos e em seus
corações. De alguma forma, tinha passado de ser uma vizinha
peculiar com uma família peculiar a ser odiada e desprezada. E não
sabia como. Era impossível para ela não adverti-lo agora. Quando
por acaso olhava a alguém aos olhos, eles retiravam o olhar
apressadamente. Como se lhes tivesse machucado de alguma
forma.
Sua atenção se transladou da gente do povo quando viu o Carmody
caminhando dentro do café. Ela correu até ele, passando sobre
cinzas e pranchas quedas. “Senhorita Hayes” disse ele quanto
levantou o olhar para encontrá-la.
Ela inclinou a cabeça como saudação. “Tinha a intenção de ir ver
lhe”
“OH? E por que?”
“Quero saber se a autópsia de minha avô já está. Tenho que saber
se minha avô estava vivo quando se queimou” Não era uma mentira
de tudo, mas não podia lhe dizer exatamente que precisava
assegurar-se de que o corpo realmente pertencia a seu avô.
Carmody pôs as mãos em seus quadris e lhe deu uma patada a uma
tabua enegrecida. “Está segura que não sabe quem quereria
machucá-la?”
“Ontem, diria-lhe que não. Logo passeou até aqui esta manhã. Pelos
olhares que todo mundo me jogava, alegra-me que a gente já não
seja pendurada por suspeitas de bruxaria”
Houve um fantasma de sorriso em seu rosto. “Nós os irlandeses
somos bastante supersticiosos. Há muitos rumores circulando sobre
sua família”
“Sempre o houve. Tente crescer aqui. Podia chegar ser um ambiente
bastante duro para uma garota que só queria ser tratada como todos
outros”
“Não posso imaginá-lo” disse ele. arranhou-se o queixo. “A coisa é,
que tenho que saber se algum desses rumores são certos”
Era a primeira vez que alguém abertamente lhe perguntava, e de
alguma forma, não lhe surpreendia que fosse Carmody. Olhou a
seus escuros olhos e arqueou uma sobrancelha. “Há tantos. Tem um
em particular que gostaria que verificasse?”
“É você bruxa?”
Ela negou com a cabeça e colocou as mãos nos bolsos do casaco.
“Se o fosse, teria permitido todas as coisas más que me
aconteceram? A morte de minhas pais no acidente, minhas irmãos
assassinados, minha café ardendo, e agora minha avô”
“A teoria soa melhor em minha cabeça” disse Carmody e baixou o
olhar, envergonhado. Respirou fundo. “O que acontece esse rumor
que diz que tem sangue Fae?”
Podia lhe dizer a verdade, mas não o entenderia, e provavelmente o
tiraria de forma equivocada. Assim optou por outro enfoque quando
viu dois Light Fae passeando pela rua. “Acredita nos Fae?”
Carmody levantou o olhar e a olhou por um comprido momento antes
de passar os dedos entre o cabelo loiro. “Possivelmente”
“Pergunta-a é de sim ou não, sargento detetive. Há aqueles que
acreditam que os Fae vivem entre nós, justo aqui no Galway”
“É isso o que pensa?”
Ela assinalou por volta dos dois Fae se que caminhavam afastando-
se. “Eles estão aqui. É simplesmente uma questão de se crê ou não”
“Você sabe quem é Fae e quem não o é?”
“São quase muito belos para acreditá-lo”
Ele aspirou ar e se esfregou a nuca. “Tenho uma pilha de
desaparecimentos e mortes inexplicáveis”
“Os Fae”
“Como?” perguntou ele.
Ela já tinha falado muito, mas ele a olhava genuinamente
interessem. Embora, não estava muito segura. “Não sei”
“Sim sabe” disse ele. “me diga, e me assegurarei de que a resolução
do café está completada ao final do dia”
Cat odiava que não o visse vir. “Dá você sua palavra?”
“Sim” disse ele e lhe ofereceu a mão. As estreitaram. Logo ela disse
“Há duas classes do Fae. Light e o Dark. Têm seu próprio Reino,
mas uma guerra civil lhes trouxe para o nosso. Escolheram a Irlanda
como sua casa”
“Como sabe isso?” perguntou Carmody.
Ela seguiu sem lhe responder. “Os Light são relativamente fáceis de
localizar. adoram as coisas brilhantes e formosas. Em geral,
comprarão, e de vez em quando, renderão-se e se acasalarão com
um humano”
“por que faz que isso soe como algo mau?”
Cat caminhou ao redor um montão de metal retorcido que uma vez
foi uma cadeira. “Porque os Fae são criaturas sexuais. Os humanos
se sentem atraídos até eles, apaixonados por eles. Os Light só se
permitem uma noite com cada humano porque uma vez que temos
o sabor de um Fae, ninguém mais poderá nos dar agradar de novo”
A parte triste era que, como uma Halfling, nada disso lhe atribuía.
Embora, sabia no fundo que nunca encontraria o êxtase que
ninguém salvo com o Fintan.
Carmody piscou vários vezes. “E os Dark”
“Os Dark se deve afastar deles a todo custo. Passeiam entre nós,
também. Muito utilizam glamour para ocultar seus olhos vermelhos
e seu cabelo negro e prateado”
“Diz-o a sério” disse ele com o rosto pálido. “Vi a uns com os olhos
vermelhos antes. Pensei que eram alguma classe de novas lentes
de contato de moda que se converteram em populares”
“Temo que não. A probadita de um Dark é muito mais desagradável
que a dos Light. Aos Dark não importam as trivialidades. Vivem por
uma só coisa. Nós”
“Não o entendo” disse Carmody com uma sacudida de cabeça.
“A atração sexual da que lhe falei? Os Dark a utilizam contra nós.
Atrairão a alguém até eles e lhes darão um prazer inimaginável. Os
humanos desejarão mais e realmente suplicarão aos Fae. Todo o
tempo, cada vez que os Dark tomam, drenam um pouco de sua
alma. Verá, sargento detetive, somos seu alimento”
dobrou-se pela cintura e apoiou as mãos sobre os joelhos. “Acredito
que vou vomitar” “Sim”
“Todo mundo deveria saber isto” disse ele enquanto se endireitava.
“O público tem que ser consciente”
Lhe arqueou uma sobrancelha. “Sinceramente acredita que as
figuras políticas não têm conexões com os Fae? Tente fazer uma
declaração assim, e verá quão rápido lhe dá carpetazo”
“Não o entendo”
“Os Fae vivem entre nós. Isso é um fato. Tomam a quem
voluntariamente vai com eles”
“Mas esses humanos não sabem que vão até sua própria morte”
Ela encolheu os ombros. “Não, não sabem. E se tentasse falar com
eles, não lhe escutariam. Ninguém o faria. A maioria da gente não
quer admitir que eles já sabem dos Fae. Colocam a cabeça sob o
braço e vivem sua vida”
“Como é que sabe tanto sobre os Fae?”
“Por minha família”
Seus olhos se agudizaron quando a olhou. “foi atacada pelo que
sabe sobre os Fae?” “Não”
“Acredita que foi um humano que prendeu fogo ao café e matou a
seu avô?”
Cat vacilou, insegura de quanto mais lhe contar. Por outro lado,
quase lhe tinha contado tudo. “Não”
“Sabe por que um Fae lhe faria estas coisas?”
“Não” E essa era a verdade. Não tinha idéia do que Bran queria.
Carmody suspirou ruidosamente. “Colocarei pressa à autópsia de
seu avô. O relatório deveria chegar esta manhã. Venha comigo, e o
conseguirei”
Lhe seguiu para sair do café. Caminharam juntos até a delegada
Garda, onde a levou a sua escrivaninha. Foi impossível para ela não
advertir como todos a olhavam fixamente.
“Sim, um, converteu-se em uma atração” disse Carmody enquanto
olhava ao redor antes de sentar-se em sua cadeira.
Cat tomou assento diante da escrivaninha. “Estou acostumada”
“Isto não está dirigido a mim, e me incomoda. Não sei como o faz,
senhorita Hayes”
“Todos nós fazemos coisas na vida que nós não gostamos”
Ele assentiu com a cabeça e se esclareceu garganta. Logo ficou de
pé e apartou alguns arquivos. “me deixe ver se o relatório tiver
entrado”
Ela manteve os olhos para frente, lendo os pôsteres de motivação e
os numerosos panfletos de pessoas desaparecidas que se
encontravam na piçarra de cortiça. Ignorou o bate-papo ao redor da
estação e tentou permanecer tão paciente como sua aparência
externa indicava, quando não o estava absolutamente.
O relógio na parede marcou quase vinte minutos antes que o
Carmody retornasse com uma pasta na mão. Tinha uma expressão
aturdida em seu rosto.
Lentamente se sentou em sua cadeira e colocou uma pasta em
metade de sua escrivaninha. Logo levantou o olhar até ela.
“O que ocorre?” perguntou ante seu olhar vidriosa. “O que
encontrou?”
esfregou-se em círculos com o polegar a têmpora enquanto lhe
formavam rugas profundas na frente. “O corpo que encontramos
ontem não é o de seu avô”
Cat fechou os olhos e em silêncio gritou seu júbilo. Bran não tinha
mentido. Havia-lhe dito a verdade. O que significava que tinha uma
decisão por tomar. A alegria que sentiu se converteu em uma fumaça
acre e a asfixiou. Ela não estava menos preparada para isso agora
que ontem. De fato, quanto mais pensava nas coisas, mais
complicadas se voltavam.
“Senhorita Hayes?”
Ela se concentrou no rosto do Carmody. Olhava-a com preocupação.
Tinha estado tão perdida em seus pensamentos que não estava
segura de se se tinha perdido alguma pergunta. “Sim?”
“É uma boa notícia”
“Em parte. Agora preciso encontrar a minha avô”
“desapareceu?” O rosto do Carmody se esticou. “Deveria abrir uma
investigação?” Ela negou com a cabeça e ficou de pé. “Obrigado por
me dar a verdade”
“Você já suspeitava que o corpo não era o de seu avô” declarou ele
enquanto ficava em pé e apoiava as mãos a cada lado do
expediente. “por que diretamente não me diz por que?”
“Não me acreditaria”
Um musculo se contraiu em sua mandíbula. “E não quer minhaa
ajuda porque estão envoltos os F…”
“Obrigado” disse ela por cima da voz dele, silenciando suas palavras.
“foi de uma tremenda ajuda. Estou segura de que tem que comunicá-
lo à família de quem foi encontrado em casa de minha avô”
voltou-se e se afastou antes que pudesse lhe fazer mais pergunta.
***
Capítulo 19
Havia muitos usos para a habilidade dos Fae de velar-se. Fintan
seguindo Cat era uma. Seguiu-a desde sua casa até o café e logo
dentro da estação da Garda. Agora se dirigiam de volta a sua casa.
Houve um par de momentos quando ela tinha deixado sua casa que
quis deixar cair o véu e deixar-se ver. Especialmente quando lhe
tinha estado procurando.
Mas tinha outro plano. Esse plano incluía a ajuda do Balladyn, o qual
sabia que a outros Reapers provavelmente não gostaria. Fintan já
não ia retroceder e esperar a ver o que faria Bran.
Era o momento de atuar. Bran tinha causado suficientes problemas.
Enquanto Cael não havia dito, havia algo que lhe incomodava. Não
é que Cael não estivesse concentrado. A conclusão evidente era que
tinha algo que ver com o Bran e a Morte.
Desde que Cael estava obcecado com isto, e outros estavam
procurando o Eoghan, fintan estava tomando a iniciativa. Tinha
contado ao Balladyn tudo sobre o Bran, e felizmente, Balladyn
retornaria com algumas notícias. Entretanto, Fintan não tinha muitas
esperanças. Bran gostava de estar ao mando. Não iria a Corte Dark
só para inclinar-se ante o Taraeth.
O que fosse que Bran tivesse planejado para Cat, Fintan ia estar aí.
Ele tinha permitido intencionadamente que ela pensasse que partiu,
principalmente porque não podia estar perto dela e não tê-la entre
seus braços. Ela não confiava nele, e ele não podia estar com
alguém que não lhe concedia ao menos isso.
Embora cada vez que pensava em perdê-la tanto pela morte como
pelo Bran, sentia-se como se algo lhe rasgasse o peito. Era
impossível respirar ou inclusive pensar com claridade.
De alguma forma, de algum modo, Cat havia se tornado importante
para ele. E não só para ganhar esta guerra com o Bran. Não, era Cat
em si mesmo. Fintan tinha sabido que render-se ao desejo de seu
corpo e de sua alma seria sua ruína. E isso tinha acontecido nos
braços de Cat.
Não é que se arrependesse. Ela era assombrosa. De todas as
maneiras. Sim, tinha-lhe traído, mas em seus sapatos, faria algo
diferente? A tinha posto em uma difícil posição que envolvia ao
último membro de sua família que ficava.
Fintan respirou fundo. “Foder” murmurou.
Estava furioso por sua traição, mas se queria assegurar-se de que
vivesse, ia ter que deixar isso a um lado. Não estava seguro de se
poderia. depois das anteriores traia, endureceu-se ante qualquer
forma de perdão.
Mas isto se tratava de Cat. Não lhe tinha machucado porque
desfrutasse disso ou porque tivesse ganho. Tinha-o feito em um
intento de liberar a seu avô.
Havia uma boa razão para que Fintan permanecesse afastado de
Cat. Se ela pensava que não voltaria com ela mais, então se veria
quando Bran lhe perguntava. Porque Bran lhe perguntaria.
Era um bom plano, mas Fintan sabia que não poderia cumpri-lo.
Todos esses séculos de fechar seus sentimentos não pareciam
funcionar ao redor de Cat. Ela tinha aberto seu coração e sua alma,
e as conseqüências logo agora saíam à luz.
Seus pensamentos tinham trocado, e também suas ações. Mas o
único que não se alterou era sua capacidade para protegê-la. Que o
faria até seu último fôlego.
A volta à casa de Cat transcorreu sem incidentes. Exceto pelos
mortais que se detinham e a olhavam depois de ter acontecido
caminhando. Cat tentou fingir que não os via, mas Fintan podia dizer
por seus ombros encurvados que era muito consciente do que
estava acontecendo.
Retornou ao beco quando ela entrou na casa. Pouco depois, ela
atirou das cortinas para as fechar. Sabia que tinha que estar
pensando no Bran e em seu avô. Agora que tinha confirmação de
que o corpo era de outra pessoa, significava que estava ponderando
mais a solicitude do Bran.
Fintan não tinha dúvidas de que iria ao Bran simplesmente por causa
de seu avô. Se ele soubesse que Bran tinha ao Eoghan, Fintan faria
o mesmo.
Com um suspiro, velou-se e se teletransportou dentro da casa de
Cat. Um rápido varrido da moradia lhe fez saber que estavam sós.
Só então deixou cair o véu. Cat lhe dava as costas enquanto estava
de pé na cozinha. Ela deixou o copo e lentamente se voltou até ele.
Os olhos lhe iluminaram logo que lhe viu.
Não estava seguro do que dizer. Não foi até que esteve frente a ela
uma vez mais que se deu conta de por que não podia deixá-la fora
de sua vida -lhe importava. Muitíssimo.
Para um Fae como ele, o afeto era uma emoção que nenhum podia
permitir-se. E entretanto, ele tinha desenvolvido justo isso pela
Halfling. Não importaria se Cat fosse humano. Tinha a habilidade de
lhe tocar como nunca ninguém o tinha feito -ou faria.
“Pensei que te tinha ido para sempre” disse ela.
Fintan baixou o olhar ao chão. esfregou-se o peito, onde essa banda
invisível se esticava de novo. Reconhecer seu crescente ardor só
tinha piorado as coisas porque se deu conta de quão fácil podia ser
perdê-la.
Cat caminhou até ele, detendo-se só a uns passos. “Sinto muito.
Deveria haver lhe contado isso tudo”
“Sim. Deveria havê-lo feito”
“me diga que não te perdi. Por favor, Fintan. Necessito-te. Não por
causa do Bran, mas sim porque… me importa”
Imagens de perde-la de várias e horrorosas maneiras seguiam
aparecendo em sua cabeça.
Ela umedeceu os lábios e deu um inseguro passo até diante. “Sabia
que se te dizia que planejava falar a sós com o Bran você me teria
convencido de não fazê-lo. Mas tinha que saber suas razões. Assim
utilizei minhaa magia para criar uma cúpula que me ocultaria e ao
Bran de você. Foi te ver fora da cúpula o que lhe fez pensar que
poderia me convencer de que me fosse a seu lado”
“Sei” murmurou Fintan.
“Acredita que te traí”
Fintan franziu o cenho enquanto a olhava a seus olhos verdes. “Fez-
o”
“Te chamei depois. lhe queria contar isso tudo. Queria me desculpar”
“Porque necessita minhaa ajuda”
Ela negou com a cabeça corto ruivo. “Chamei-te porque contigo a
minha lado, não me sinto tão só. Contigo, sinto como se pudesse
superar algo que ocorra”
Maldita ela por dizer todas as coisas corretas. Lhe ofereceu sua mão.
Ela, imediatamente, agarrou-a, e ele a arrastou contra ele. Fechou
os olhos logo que seus braços lhe rodearam. Durante vários minutos,
ficaram envoltos nos braços do outro.
“Bran tem a minha avô”
Fintan a acariciava acima e abaixo das costas. “imaginei”
“É pelo que não queria te contar sobre minha bate-papo com o Bran
dentro da cúpula. Queria um lugar privado onde Bran não pudesse
me machucar e que não pudesse nos ver”
“A cúpula”
Ela assentiu com a cabeça e se inclinou para trás para olhá-lo.
“Tinha a adaga. Não podia defender-se, e eu tratava de lhe matar”
“Logo ele mencionou a seu avô”
As lágrimas lhe acumulavam nos olhos. “Sim. Tinha que saber se
me estava dizendo a verdade”
“Entendo”. Lhe limpou as lágrimas que tinham começado a descer
por suas bochechas. “Não deveria me haver velado ante ti”
“Então estava aí?”
“Não estive longe de seu lado”
Ela aspirou pela nariz e pressionou a bochecha contra seu peito. “E
agora o que? Bran retornará por mim”
“Não tenho nem ideia” Ele a separou para assim poder olhá-la aos
olhos. “Se o teve indefeso uma vez, pode fazê-lo de novo. Mas isso
significaria que lhe permitiria te levar aonde seja que ele planeje”
“E pode nos seguir?” perguntou ela com o cenho franzido.
“Farei-o. Nada me afastará de seu lado”
Ela se limpou o rosto e endireitou os ombros. “Qual é o plano?”
“É melhor que não conheça os detalhes. Embora estarei contigo.
Sempre”
Ele se inclinou para baixo e pressionou sua boca contra a dela. Seus
lábios se separaram e suas línguas se entrelaçaram. Ele a
pressionou contra ele lhe aproximando, precisando sentir seu calor
e sua suavidade. Era como uma droga e ele era felizmente viciado.
Ela terminou o beijo e lhe sujeitou o rosto entre as mãos enquanto
levantava o olhar até ele. “Nunca te trairei outra vez. Nem te ocultarei
nada como isto. Não posso me desculpar o suficiente por minhas
ações”
“Shh” disse ele pondo um dedo sobre seus lábios. “Superaremos
isto. Preciso partir, mas não estarei longe”
“Isso me dá a coragem para enfrentar ao Bran outra vez”
Fintan queria voltar a beijá-la, mas se controlou. Em lugar disso,
passou-lhe um dedo por seu lábio inferior e se velou antes de
retornar ao beco ao outro lado da rua.
Suas meditações se detiveram o haver movimento junto a ele
quando apareceu Balladyn. O Dark olhou ao redor espectador.
Fintan deixou cair seu véu, fazendo que Balladyn sorrisse. “Sabia
que estaria aqui” disse Balladyn.
Fintan arqueou uma sobrancelha. “por que?”
“Por ela” disse Balladyn, assinalando com seu queixo até a casa.
Não havia necessidade de responder, assim Fintan nem se
incomodou. “O que averiguou?”
“Ninguém sabe nada sobre o Bran, mas se reportou o
desaparecimento de outros dez Dark. Isso sem contar solitários que
Bran pudesse ter recrutado”
Fintan refletiu sobre isso. “Então seu exército segue crescendo”
“A Morte tem exército?”
“Tem aos Reapers”
Um lado da boca do Balladyn se levantou “Já vejo”
“O faz?”
“Muito claramente, de fato”
Fintan jogou uma olhada aos Dark. “O que é o que crê ver?”
“Como planeja matar ao Bran?”
Ele deixou que Balladyn trocasse o tema de conversa. “De qualquer
forma que possa. Não passará muito tempo antes que venha por ela”
“Ah. Mas ainda não acredito que seu interesse na encantada
Catriona seja somente por causa do Bran”. Quando Fintan não
respondeu, Balladyn sorriu. “Justo como pensava. Não é que te
culpe. É uma beleza com fogo em suas veias”
Fintan não queria discutir sobre Cat de maneira nenhuma. Olhou
fixamente aos olhos vermelhos do Dark. “Suficiente”
Balladyn inclinou a cabeça, o sorriso desapareceu de seu rosto. “O
que quer Bran dela?”
“Isso desejaria saber. Tem a ver com sua magia”
O Dark levantou uma deixa enquanto lançava ao Fintan um olhar de
confusão. “por que?
O que tem ela que Bran não tem?”
“Não sei”
“Quer dizer que não teve tempo de indagar?”
Fintan apertou a mandíbula um momento. “Até faz uns dias, ela
pensava que não tinha magia. Isso foi porque seu avô a tinha
bloqueado. Quando Bran o capturou, sua magia se liberou”
“Que fodida merda. Faz-me desejar ter estado aqui faz uns dias”
disse Balladyn com um sorriso. “Então ela não sabe como controlar
sua magia?”
Fintan negou com a cabeça, e olhou até a casa de Cat. Houve uma
perturbação de magia que fez que Fintan voltasse a cabeça e
olhasse por detrás do Balladyn. Foi quando Kyran apareceu embora
velado. O companheiro Reaper do Fintan ficou escutando detrás do
Balladyn.
Balladyn se esfregou a mandíbula. “Bran está criando um exército,
matando Halflings, e procurando vingança contra os Reapers e a
Morte. me diga de novo por que está envolto”
“Nunca lhe hei isso dito”
“Correto” afirmou ironicamente o Dark. “Importaria-te compartilhá-lo
agora?”
“Não particularmente”
Balladyn se apoiou contra a parede de tijolo do edifício. Houve um
comprido momento de silêncio, logo disse: “Consideraria retornar a
Corte?”
Fintan voltou lentamente a cabeça até o Dark “por que?”
“Acredito que é um ativo”
“Para o Taraeth?”
“Para mim”
Justo o que Fintan pensava. Balladyn ia derrocar ao Taraeth. Uma
parte dele queria estar ali para vê-lo, ou inclusive envolver-se depois
do que Taraeth lhe tinha feito. Mas era um Reaper, -e os Reapers
tinham outras responsabilidades.
Fintan respirou fundo. “minha tempo ali terminou”
“Nada te levará de volta?”
“Não”
Balladyn torceu a boca. “Uma pena. Se averiguar algo sobre o Bran,
lhe farei saber isso. Boa sorte”
logo que Balladyn se teletransportou, Kyran deixou cair o véu. Ele
arqueou uma sobrancelha: “De verdade? Balladyn?”
“Necessitamos respostas. Esperava que ele pudesse ajudar. Disse-
me que ao menos dez Dark mais tinham desaparecido”
Kyran apertou os lábios antes as notícias enquanto seus olhos
vermelhos jogavam uma olhada ao Fintan. “Balladyn sabe quem é?”
“É obvio que não”
“Isso suspeitava. Ele voluntariamente se ofereceu a ajudar?”
Fintan encolheu os ombros. “Fez-o embora não tinha muito que
compartilhar”
“Cael me falou de Cat. teve contato com ela?”
“Sim”. Fintan esperava que aquilo fosse tudo o que Kyran tinha que
perguntar. Kyran lhe olhou arqueando as sobrancelhas
“E?”
“minha plano de apanhar ao Bran não funcionou. De fato, não quer
matar Cat. Quer que lhe ajude”
A confusão apareceu no rosto do Kyran. “por que? A magia do Bran
está aumentando. Que uso poderia dar uma Halfling sem magia?”
“Ela teve magia todo o tempo. Seu avô a tinha bloqueado” Kyran
levantou as mãos. “Para. Possivelmente deveria começar pelo
princípio”
Fintan rapidamente captou a atenção do Kyran, mas se assegurou
de deixar de lado a noite de paixão de Cat. Quão último queria era
falar sobre isso, quando logo que podia entender o que tinha
passado.
“Maldição” disse Kyran, prolongando a palavra. “Se não tivesse
encontrado Cat, não saberíamos nada disto. E Talin pensava que
teria dificuldades para que ela se abrisse contigo”
Fintan simplesmente encolheu os ombros. “Ela tinha medo e lhe
prometi protegê-la”
“Foi o correto”
“Sim” Se sentia cada vez mais incômodo pela forma em que lhe
olhava Kyran. “Detenha” “Não posso. Tem algo distinto”
“Está equivocado”
Kyran bufou. “Não, não estou. Isso me irrita”
Fintan olhou ao céu como pedindo paciência. “Não te ocorra adquirir
os hábitos do Talin” “A palavra encaixa neste cenário”
“Deixa-o”, disse Fintan, lhe olhando.
Kyran franziu o cenho profundamente, e logo abriu os olhos de par
em par enquanto ficava boquiaberto.
“Não” advertiu Fintan. “Não diga nenhuma só fodida palavra”
O olhar do Kyran se dirigiu até a casa e assentiu, deixando
desaparecer o que fosse que ia dizer.
“Ela te mentiu”
“Eu estava ali. Sei”
“Eu não gosto disto”, disse Kyran enquanto voltava a olhar ao Fintan.
Ele encolheu os ombros. “Mentiu por seu avô. Eu teria feito o mesmo
se se tivesse tratado do Eoghan ou se isso envolvia a qualquer de
vós”
“A família”, disse Kyran. “Sei tudo sei sobre as coisas que fazemos
pela família. Ela te importa?”
Fintan fechou os olhos apertadamente enquanto se beliscava a
ponte do nariz com o polegar e o índice. “Não quero falar sobre o
que sinto e o que não”. Deixou cair o braço, e olhou ao Kyran aos
olhos. “O que quero fazer é matar ao Bran”
“vai segui-la quando acudir ao Bran”
“Felizmente, impedirei o que seja que tenha planejado e lhe matarei”
Kyran cruzou os braços. “vai necessitar ajuda”
“Não neste momento”
“Especialmente neste momento. Estamos procurando uma forma de
conseguir ao Bran.
Sinceramente pensa que qualquer de nós vai deixar ir atrás dele só
depois do que aconteceu a Eoghan? Estamos todos juntos nisto”
Fintan negou com a cabeça. “Um de nós já se perdeu. Não podemos
nos reunir em um só lugar para que Bran tome como objetivo a todos
nós de novo. Tenho que ir só. Se algo me acontecesse, só se trataria
de mim. A Morte nos necessita, tanto se ela e o Cael o admitem
como se não”
“Olhe, não vou..." começou Kyran antes que suas palavras se
desvanecessem enquanto olhava a casa de Cat.
Fintan voltou o olhar e encontrou o que tinha captado a atenção do
Kyran. Bran. “vou matar lhe” ameaçou Kyran.
Fintan lhe pôs uma mão no peito para lhe deter e velou a ambos.
“Não. Tenho um plano”
“Não é um bom”
“Não o ouviu em sua totalidade” discutiu Fintan, logo esperou a que
Kyran não pedisse ouvi-lo porque não tinha nada que lhe contar. “Vá
com os outros. lhes faça saber o que está passando”
Kyran negou com a cabeça. “Fintan, não o faça”
“Isto já está acontecendo. Não há tempo para discutir, vai seguir me
e deixar a outros na ignorância do que está passando? Ou o vai
contar?”
“vou chutar te o traseiro quando isto acabe” ameaçou Kyran. Fintan
se encontrou querendo sorrir. “Pode tentar”
“Deixa um rastro que possamos seguir”
“Farei-o”. Outra mentira. Fintan assentiu com a cabeça até o Kyran
quando seu amigo se teletransportou.
Logo se girou até a casa para encontrar a Cat na porta falando com
o Bran. Queria aproximar-se, mas não se atreveu. O mais provável
é que Bran tivesse a outros vigiando a área. Quão único impedia que
Kyran ou ele fossem descobertos era que ele tinha formulado um
feitiço que impedia a qualquer ver dentro do beco.
Deveria ter sabido que Bran viria a Cat mais logo que tarde. Fintan
fechou os punhos quando Bran indicou a Cat que lhe seguisse. Ela
saiu da casa sem seu casaco. Esta vez, não lhe buscou. Fintan saiu
do beco e se dirigiu até eles. O sangue lhe começava a ferver, a
necessidade de apagar do mapa a sua inimigo era tão grande que
não podia pensar em nada mais.
Foi a visão do cabelo vermelho de Cat quando o passou por cima do
ombro o que rompeu sua nebulosa assassina. Fintan se deteve e
ficou em cócoras a uns metros deles. Se Bran enviasse um pouco
de magia, perderia ao Fintan.
“Está pronta?” perguntou-lhe Bran. Cat levantou o queixo “Sim”
Fintan sussurrou seu nome, vinculando-o a ela.
Bran ofereceu a ela sua mão. logo que ela a agarrou,
desapareceram. Agora que Fintan podia seguir o rastro de Cat, ele
foi justo detrás deles.
Meio esperava salvaguardas levantadas, lhe impedindo de lhes
seguir, mas não havia nada. Isso não era típico do Bran
absolutamente. Quando Fintan chegou à velada e luxuosa mansão
e olhou a seu redor, imediatamente soube que algo andava mau.
Não foi até que tentou teletransportarse que se deu conta do que
era.
Bran lhe tinha posto uma armadilha.
***
Capítulo 20
A risada demoníaca provocou calafrios de medo percorrendo a pele
de Cat. Girou em círculo, procurando o Bran, mas não estava por
nenhum lado. Então seu olhar se posou sobre barras de metal. Foi
a pessoa que estava detrás delas a que fez que seu estômago
ficasse de pé.
“Fintan” sussurrou ela.
Só podia lhe olhar fixamente com consternação e alarme. Fintan
nem se alterou, nem contorsionó seu rosto com ira. De fato, ficou ali
parado como se não houvesse barras lhe rodeando. Todo o tempo
tinha pensado que Fintan a tinha abandonado, e ele tinha estado
justo aí. Deveria havê-lo sabido. Tinha-lhe dado sua palavra.
Era só que estava tão acostumada a outros que não o pensavam
duas vezes antes de incumplir sua promessa, que tinha assumido o
mesmo sobre ele.
Ele não era como outros. Nem por indício. Ele o tinha demonstrado
tantas vezes de tantas maneiras. Se só tivesse tido fé nele desde o
começo. Se não lhe tivesse mentido.
Se só…
Olhou aos olhos brancos com bordo vermelho e se alegrou de ter
tido tempo para desculpar-se. Embora não fosse suficiente. Nunca
seria suficiente. Assim como ela desejava lhe haver dito como
desejava sua cercania, seu tato. Sua voz.
“Bem, bem, bem” disse Bran enquanto aparecia a seu lado.
Cat se apartou, mais receosa que nunca. Bran disparou seus olhos
chapeados até ela, mas sua atenção estava no Fintan, a quem sem
sabê-lo, ela tinha levado diretamente a uma armadilha.
“De todos os Reapers que pensei que poderia capturar, acreditava
que foi mais inteligente que isto” disse Bran ao Fintan enquanto se
aproximava da jaula. “Uma pena, de verdade. Tinha grandes
esperança contigo”
A expressão do Fintan permaneceu impassível. Permanecia
tranqüilo e sem alterar-se. “me permita facilitar qualquer pergunta
que possa expor com respeito a minha lealdade. Sou um Reaper.
Comprometi-me com a Morte. Sigo ao Cael em tudo. Apóio a minhas
irmãos e irmãs. Não a tí. Nunca a ti”
Ela quis fazer Palmas quando Fintan com eloqüência declarou essas
palavras. Se tivesse estado em seu lugar, teria permitido que sua
irritação a dominasse e tivesse gritado seus pensamentos,
acompanhados de certas vulgaridades. Nada a fazia sentir como que
tinha conseguido dizer o que queria dizer a não ser dizendo algumas
palavrões.
Mas não Fintan. Lhe tinha mostrado outro caminho. Ela só sabia que
estava furioso porque tinha ouvido o ódio em sua voz quando falou
antes com o Bran. Um estranho suporia que era totalmente
indiferente, mas ela sabia a verdade.
A cabeça do Bran se voltou até ela. a Cat gostava mais quando sua
atenção estava em outra parte. Neste momento, não tinha uma, a
não ser duas pessoas pelas que ela faria algo.
E se temia que Bran sabia.
“O que significa para você?” Bran perguntou e voltou a cabeça até o
Fintan. Cat manteve seu olhar no Bran para reforçar suas palavras.
“Como te disse antes, Fintan se ofereceu a me manter viva, assim
como prometeu impedir que você me capturasse”
“Ah” Bran se enfrentou a ela e sorriu. “Prometeu me matar?”
“Ele quer, mas não faz tais promessas”
O sorriso do Bran se ampliou. “O sempre pragmático Fintan”
“Como sabe tanto sobre ele?” exigiu ela.
“Ocupo-me de saber tudo sobre minhas inimigos”
De alguma forma, não acreditava que essa declaração fora
totalmente certa. Bran podia muito bem ter indagado um montão
sobre o Fintan, mas duvidava que soubesse tudo.
“Essa declaração também inclui à Morte?”
Bran sorriu. “Tem curiosidade sobre ela não é certo?”
Cat assentiu com a cabeça. “A Humanidade retrata à Morte como
uma figura esquelética, alta e com uma foice. E se supõe que a Morte
é masculina. A Morte é algo mais totalmente, mas conseguirá vê-la
por você mesma em seguida”
A apreensão lhe esticou o estômago. “O que quer dizer?”
“Não o tem suposto, querida minha? Está aqui para me trazer a
Morte”
Cat deu um passo atrás antes de dar-se conta disso. Ela negou com
a cabeça, o pânico e o tremor arranhando-a. “Não ajudarei a matar
à Morte”
“Seguro que o fará” disse Bran sem perder um segundo. Lhe olhou
boquiaberta. Estava tão seguro de si mesmo que isso a fez tomar
uma pausa. Olhou ao Fintan para ver seu olhar fixo em seu inimigo.
Apesar de saber qual seria a resposta do Bran, ela levantou o queixo
e disse “Não”
“Tantos inocentes morreram” disse Bran. “Fui depois dos Halflings
simplesmente porque sabia que isso enfureceria à Morte”. Se
inclinou até ela e disse em um forte sussurro “A ódeio, como verá”
Cat olhava aos olhos de um lunático. Um louco demente com delírios
de grandeza. “Ela tomou uma vida, e deve pagar por isso” declarou
Bran.
Cat negou com a cabeça. “Ela é a Morte. E ela tinha umas regras,
regra com as que você esteve de acordo”
Em lugar de enfurecer-se, Bran se pôs a rir. “Vejo que Fintan te
obrigou a beber Reaper Kool-Aid1. Uma pena, realmente. Agora, vou
ter que utilizar a força para que veja minha ponto de vista”
“Vejo seu ponto de vista”
“Dificilmente. Quando aceitei a oferta da Morte, tinha sido
brutalmente traído e assassinado. Não estava preparado para
morrer. Queria viver. E ela me deu a oportunidade com magia e
poder acrescentados que pude sentir correr diretamente sob minhaa
pele. Teria estado de acordo com algo”
Cat, em um lado, esfregou o polegar ao longo dos dedos ante a
menção da sensação de magia. Ela desejava senti-la dentro dela
mesma. “Suspeito que alguém estaria encantado com a perspectiva
de voltar para a vida”
“Mas pôs tantas restrições” disse com irritação Bran. “Milhares de
anos de solidão, de necessitar algo que não podia descrever nem
compreender. Até que conheci a Anorrya. Amei-a no momento em
que a vi, e sabia que não poderia viver sem ela”
Cat lutou por não desviar a vista ao Fintan para ver sua reação. Ela
assentiu entendendo. “Conheço a solidão”
“Mantive em segredo minhaa relação com a Anorrya durante perto
de um ano, mas logo cada vez estava mais aborrecido daquilo.
Queria que ela estivesse comigo, ser uma parte de minha vida.
Assim que lhe contei tudo”
“Não sabia que a Morte a mataria?” perguntou Cat.
Os olhos chapeados do Bran se entrecerraram. “Pensava que a
Morte falaria comigo primeiro”
“Não importaria o que fizesse. Teria-a odiado de qualquer maneira”
“Está dizendo que não deveria aborrecê-la?”
Cat encolheu os ombros e assentiu. “A culpa só descansa em seus
ombros”
“O faz?”
Uma vez mais, a calma do Bran voltou a confundi-la. A maioria da
gente estaria zangada e gritando nesse momento. Era quase como
se ele a conduzisse a uma conclusão. E ela estava jogando com
vacilação. “Conhecia as regras”
“As regras. Sim, as regras são importantes” Olhou ao chão e
caminhou lentamente ao redor dela. Ela olhava ao Bran sem apartar
nunca os olhos dele. Ele tramava algo, e ela queria estar preparada
para isso. Para ver quão longe podia chegar sua magia, desejou
silenciosamente que a adaga estivesse em sua mão, mas escondida
da vista do Bran.
Um batimento do coração depois, ela sentiu o peso da manga em
seu punho. Cat apressadamente girou a arma para que a folha
descansasse com o passar do interior do braço.
Bran arqueou uma sobrancelha. “Essas regras das que fala não
estiveram funcionando muito tempo. Não escutou ao Fintan? Disse
que era leal a seus irmãos e irmãs”
“Ouvi-lhe”
“A Morte tem feito concessões para este novo grupo do Reapers. por
que não pôde fazer o mesmo por mim?”
“Não sei”, disse Cat.
Bran se deteve frente a ela, com os pés separados. Inclinou o rosto
perto do dela e disse com cumplicidade. “vamos perguntar lhe”
“Não acredito que isso seja inteligente”
“É-o. E sempre consigo o que quero”
Estava na ponta de sua língua mencionar que já não tinha a Anorrya,
mas Cat sabiamente manteve a boca fechada. Não havia
necessidade de provocar à besta. Ainda não, de todos os modos.
“Invoca à Morte”, ordenou Bran. Cat negou com a cabeça
“Não o farei”
Bran sorriu e estalou os dedos. Quase imediatamente, Searlas e seu
avô apareceram no lado mais longínquo da habitação. Ela sabia com
o coração encolhido o que Bran planejava fazer, e lhe odiava por
isso. Cat levantou o queixo, desafiante com cada fibra de seu ser.
“Nosso trato foi que te ajudaria, e deixaria que minha avô retornasse
-vivo- a sua cabana”
“Possivelmente” disse Bran com um sorriso sinistro, “troquei de
opinião. Acredito que manterei a seu avô justo aqui para assegurar
que faça o que quero”
Seu avô rapidamente disse “Não o faça, a stóirín”
Searlas o golpeou com tanta força que caiu ao chão. Cat tentou
aproximar-se de seu avô, mas Bran a agarrou por braço e a manteve
em seu lugar. Ela sacudiu seus bíceps fora de seu alcance e se
afastou dele.
“Desprezo-te”, declarou zangada.
Bran encolheu os ombros. “Suspeitava-o. Pode tentar enviar a seu
avô para pô-lo a salvo ou inclusive tentar tirar do meio a alguém mais
nesta habitação, mas encontrará que o impedi. Outros podem vir,
mas ninguém pode sair”
Sua mente percorria as possibilidades. Não havia forma de que
trouxesse a Morte ao Bran porque a mataria. Tinha que haver outra
maneira.
“O que vai ser Catriona?” perguntou Bran enquanto dava voltas ao
redor de seu avô e caminhava em círculos ao redor dele e o Searlas.
“Trará-me a Morte, ou me verá matar ao único membro de sua
família lenta e dolorosamente?”
Searlas levantou seu avô para que ficasse em pé. Seu avô secou o
fio de sangue da comissura da boca. Seus olhos verdes se
encontraram com os dela enquanto repetia em silencio suas
palavras de antes.
Estava pedindo um impossível.
“Última oportunidade” disse Bran. “Trará-me a Morte?” Cat tragou
saliva, as lágrimas enchendo seus olhos.
“Não”
O sorriso de seu avô foi largo enquanto o orgulho brilhava em seu
olhar.
“Que assim seja” disse Bran. Os joelhos de Cat cederam quando seu
avô se dobrou pela cintura e gritou de dor. Ela tentou ir até ele, mas,
uma vez mais, Bran o impediu. Quando seu avô caiu ao chão,
quebrado pela agonia, os joelhos de Cat se dobraram.
golpeou-se com o chão duramente, mas não o sentiu. Não sentia
nada. Durante os seguintes dez minutos, escutou os gritos de seu
avô antes que o último pedaço de vida lhe abandonasse.
Permaneceu de joelhos no chão. Não ficavam lágrimas para chorar.
Fazia o impensável e fez que o último membro de sua família que
ficava fosse assassinado.
O ódio ardia dentro dela. detestava-se, mas a maior parte do
aborrecimento estava dirigido ao Bran. “Realmente pensava que
faria o que eu queria” disse Bran com um olhar de desgosto e
aceitação. “Mas vale, já que temos a outra pessoa que te importa”
Enquanto Cat tinha estado observando morrer a seu avô, já tinha
imaginado o seguinte movimento do Bran. Não foi uma surpresa que
agora ameaçasse ao Fintan.
“Estava disposta a fazer algo por minha avô”, Cat disse sem olhar
ao Bran, que caminhava até a jaula do Fintan. “O que te faz pensar
que faria o mesmo por ele?”
Houve uma breve pausa. “Quer me dizer que não te importa Fintan?”
Ela queria chegar ao interior do peito do Bran e lhe arrancar o
coração, para esmagá-lo na nada. Ela queria lhe ver sofrer o mais
horrível e cruel dos castigos durante quinhentos anos antes que lhe
permitisse morrer, e queria que suplicasse e suplicasse por sua vida
em um lugar onde ninguém lhe ouviria jamais.
“crê que me importa porque confio nele?” perguntou ela. Cat então
ficou em pé e se encarou com o Bran. Não olhou ao Fintan, porque
se o fazia, não estava segura de ser capaz de levar a cabo seu plano.
“Está equivocado. Logo que conheço o Fintan”
As sobrancelhas do Bran se elevaram muito alto em sua frente
enquanto a observava. “Acredito que me diz a verdade”
“Não vou fazer que a Morte chegue até ti” Bran sorriu e assentiu.
“Fará-o, Cat”
“A quem vai ameaçar esta vez?” A toda a população do Galway? Ao
mundo?. Faz-o. Já verá se me importa”
Em uma piscada, Bran estava diante dela, sua mão ao redor do
pescoço apertando enquanto seu rosto se abatia sobre o dela. A
fúria que tinha esperado ver antes brilhava em seus olhos
chapeados. “vai fazer o que quero”
Lhe sorriu. Todo o momento, ela deixou que um só desejo flutuasse
em sua mente.
***
Capítulo 21
Fortaleza dos Reapers Inchmickery, Escócia.

Tão logo Kyran apareceu dentro das muralhas de concreto da


fortaleza, começou a chamar gritos a todos. Em uns segundos,
outros estavam ante ele. Procurou entre os rostos até que seu olhar
aterrissou no Cael.
“O que acontece?” exigiu Cael.
“O pior de tudo”. Kyran
passou as mãos por seus cabelos negros e chapeados e caminhou
de um lado a outro na espaçosa habitação. “Sabia que todos
estávamos afetados pelo acontecido com o Eoghan, mas do que não
me preocupei foi do Fintan”
Cael deu um passo para afastar do resto. “O que passou?”
perguntou de novo, esta vez em tom baixo, assinalando que lhe
estava acabando a paciência.
Kyran se deteve “Tentei lhe dizer que saísse disto”
“Estamos seguros de que o fez” disse Talin. “Só nos diga que
aconteceu”
Kyran se encontrou com o olhar chapeado do Cael. “O plano do
Fintan para apanhar ao Bran fracassou. Bran sabia todo o tempo
quem era Cat, e nunca teve a intenção de matá-la”
“por que demônios não?” perguntou Baylon.
Essa era a parte que Kyran temia contar. “Bran quer a Cat por algo”
“E ele a está utilizando para apanhar a um Reaper” concluiu Cael.
Kyran assentiu com a cabeça, a fúria lhe esticando as vísceras. “Cat
tem magia. Teve-a todo o tempo”
“Sei” disse Cael. “Sua magia é tão forte como a de um Fae. Por
causa disso, seu avô a bloqueou só quando ela era uma menina.
Quando Bran depois seqüestrou ao avô, rompeu-se o bloqueio”
“Assim que ela tem magia uma vez mais. O que é o que pode fazer?”
perguntou Neve.
Kyran se apertou a ponte do nariz com o polegar e o índice. “Só tem
que desejar algo e acontece”
“Um Fae pode fazer isso” disse River. “O que tem de especial nesta
meio-fae?”
Kyran desejou ter uma resposta. Só podia olhar a sua mulher e
encolher-se de ombros. “Posto que Bran está retendo o avô de Cat,
ela irá com ele. E Fintan a seguirá”
“por que infernos não o há dito desde o começo?” gritou Talin. Cael
olhou ao chão. “Porque Fintan não nos quer ali”
“Importa-me uma merda o que ele queira” disse Baylon. “Precisamos
estar aí”
Cael se voltou e ficou de cara ao grupo. “depois do que aconteceu
com o Eoghan, Fintan está tentando proteger ao resto de nós. Sabe
que vocês três temos mulheres”
Talin deixou sair um comprido suspiro. “Estou irritado. E isto eu não
gosto. Nada disto”
“vamos deixar ao Fintan só lutar com isto ou não? Perguntou Jordyn
enquanto olhava do Baylon a todos outros.
Kyran franziu o cenho enquanto sentia que algo atirava dele. Era
suave, como um sussurro. Ele sacudiu a cabeça quando
desapareceu e uma vez mais se concentrou na conversa.
“Podemos procurar o Fintan” disse Neve.
Talin olhou a sua mulher. “Você não vai a nenhum sítio perto do
Bran”
“Perdoa?” Neve pôs as mãos em sua cintura onde dúzias de adagas
de mão apareceu desde suas capas em seu espartilho. “Esqueceu
que agora sou um Reaper? Esqueceu o que Bran fez a minhas pais?
A minha irmão?”
“Não” disse Talin e tentou seguir falando mas a voz de Neve lhe
levantou sobre a dele. “Mereço vingança contra esse maníaco justo
como qualquer de vós”
Kyran sentiu o puxão outra vez. Era mais forte, como uma mão no
braço. Olhou para baixo mas não viu nada. estava-se voltando
louco?
“O que acontece?” sussurrou River enquanto ela chegava a seu
lado. Ele a olhou a seus olhos azul celeste. “Não sei”
“Algo não vai bem”
Seu olhar baixou onde sua mão descansava sobre o ligeiro inchaço
de seu ventre onde crescia seu filho. “Está a salvo aqui. Pusemos
suficientes feitiços de proteção para nos assegurar disso”
Ela arqueou uma sobrancelha escura. “Manteria à Morte fora?” Ele
vacilou.
“Isso é o que pensava” disse River. “O poder do Bran está
aumentando. Nada lhe manterá fora se encontrar este lugar”
“Não o fará” disse Cael.
Kyran disparou a cabeça até ele. “Soa seguro disso”
“Estou-o. No lugar do Fintan, tivesse-te exigido que não viesse
comigo tampouco” disse Cael. “Bran quer a todos juntos uma vez
mais. É sua oportunidade de nos eliminar e de eliminar à Morte”
Jordyn foi quem perguntou: “Seu não diria isso se Erith estivesse
bem. Não o está, verdade?”
“Ela está preocupada sobre como Bran está conseguindo seu poder”
Kyran sabia que Cael estava mentindo. Não sabia em que parte, mas
quando se tratava da Morte, Cael estava dos nervos por protegê-la.
Em qualquer outro cenário, Kyran
pensaria que Cael estava interessado no Erith, mas isso não era
possível com o Cael ou com a Morte.
“Não penso deixar só ao Fintan para lutar contra Bran” disse Baylon.
Kyran cobriu a mão do River com a sua própria enquanto a olhava
aos olhos e disse ao grupo. “Vou detrás o Fintan”
“Nenhum de vocês irão” afirmou Cael, “Eu…”
Houve um som apressado que o afogou tudo. Kyran tentou chegar a
River, mas ela se desvaneceu de seu afeto como fumaça. O seguinte
foi piscar, estava de pé em uma habitação, olhando a Cat e o Bran.
Kyran olhou ao redor e viu outros Reapers –incluindo Daire. Logo viu
o Fintan, que estava dentro do espaço fechado de uma jaula de
metal. Searlas permanecia ao outro lado da habitação ao lado de um
mortal morto. O fato de que Bran ou Searlas não lhes tivessem
advertido significava que eles estavam velados. Mas quem lhes tinha
enviado ali? Seu olhar se deslizou até Cat. Possivelmente deveria
perguntar quem lhes tinha levado ali?
Como um só homem, os seis se estenderam ao redor da habitação
enquanto observavam ao Bran apertar os dedos ao redor do
pescoço de Cat enquanto retraía os lábios com um grunhido.
Kyran olhou Fintan, que permanecia imóvel como uma pedra,
fervendo de fúria desencadeada, toda ela dirigida ao Bran.
“por que sorri?” perguntou Bran a Cat enquanto entrecerrava o olhar
sobre ela. Quando ela não respondeu, apertou mais os dedos,
fazendo que seu rosto perdesse cor, mas ela não deixou em nenhum
momento de sorrir. Um minuto inteiro passou antes que Bran
relaxasse os dedos e a empurrasse. “Matarei ao Fintan”
“Pode aniquilar o Reino inteiro, e seguirei sem te trazer a Morte”
disse ela com a ira drenando de cada sílaba. O sorriso de Cat tinha
desvanecido e olhava ao Bran como se só o lhe olhar a pusesse
doente. “É um menino mimado ao que não gosta das regras e trata
de as evadir. Quando lhe apanharam e logo lhe castigaram, culpou
a todos menos ao responsável. Você”
O olhar do Kyran se transladou de Cat ao Bran. Estava-lhe
provocando muito, e se não parava, ia sentir a conseqüências da ira
do Bran muito em breve. Cat inclinou a um lado a cabeça e se
recolheu seu cabelo vermelho detrás da orelha. Já, começavam a
aparecer cardeais em sua pálida pele do estrangulamento do Bran.
A ira do Fintan era evidente, enchendo a habitação. Ainda não tinha
retirado o olhar do Bran, mas Kyran sabia que Fintan era muito
consciente de cada movimentos de Cat, de cada pensamento e de
cada palavra.
“por que não traz você à Morte até aqui?” perguntou Cat ao Bran.
Ela abriu os olhos de par em par e levantou as mãos encolhendo-se
de ombros. “É por que não pode? O genial, poderoso Bran?
Certamente, pode fazer o que for que queira. Não matou ao
Eoghan?”
Os lábios do Bran se torceram em uma desagradável burla. “Se
pelos menos Eoghan estivesse morto”
“Então tampouco pode dirigir isso?” disse Cat negando com a
cabeça com ironia.
“Houve uma interferência por outra Fae. Uma molesta Light da que
logo me ocuparei”
Cat rompeu em gargalhadas. “Espera que creia isso quando não
pode matar a um Reaper ou trazer a Morte? Realmente, o que pode
fazer?”
Um olhar a outros Reaper disse ao Kyran que todos eles estavam
preparados para a explosão que eles sabiam que estava por chegar.
Inclusive Searlas estava dando vários passos para trás. Bran lançou
a cabeça para trás e rugiu enquanto apertava os punhos aos lados.
Logo seu olhar se cravou em Cat. Foi arrojada para trás através de
uma janela. Cristais saltaram em todas direções. Ela jazia imóvel no
chão com seu cabelo vermelho estendido a seu redor.
Houve um momento de silêncio antes que lentamente girasse e se
levantasse sobre suas mãos e joelhos. O som do vidro contra vidro
caindo dela encheu o silêncio. Logo ficou de pé e enfrentou ao Bran.
Não disse uma palavra enquanto caminhava de retorno ao mesmo
lugar para ficar frente a ele uma vez mais.
Ela sacudiu seu cabelo, desalojando dúzias de pequenos
fragmentos. Ignorando os diversos cortes sobre ela, encontrou-se
com o olhar do Bran. “Um menino atua porque não sabe como dirigir
suas emoções. Um homem -mortal ou Fae- saberia como canalizar
tais coisas em palavras”
“tentei ser amável contigo. Não funcionou. Assim que te mostrei
outro minha lado” disse Bran.
Kyran se moveu mais perto quando Cat ofereceu ao Bran um olhar
de desprezo. “Amável?” ela perguntou. “foi tudo menos isso. matou
a minhas irmãos, incendiou minha café, e seqüestrou a minha avô.
Ameaçou-me e subornou para tentar que fizesse o que queria. Só
porque tudo isso tenha sido feito com um sorriso não significa que
fosse amável. Não sabe o significado da palavra”
“E você não sabe quando fechar a boca verdade?” perguntou Bran.
Kyran estava pensando o mesmo. Era como se Cat queria provocar
ao Bran até o ponto da ruptura. Tudo o que estava fazendo a estava
pondo em caminho de ser machucada.
Cat limpou um pequeno reguero de sangue que lhe caía da têmpora.
“por que não me mata? Parece o tipo de homem que corta a
garganta às pessoas porque lhe desagrada. Acredito que ainda
estou viva porque me necessita”
Cael estava negando com a cabeça enquanto se aproximava da
jaula do Fintan com o Daire. Kyran se dava conta que Cat, de fato,
havia lhes trazido até ali, e tentava que Bran lhe revelasse por que
ela era tão importante para seus planos.
Infelizmente, isso podia custar a vida a Cat. “Poderia ter sido um
grande ativo” disse Bran.
Cat olhou para cima enquanto se encolhia de ombros e suspirava.
“fui uma constante decepção para todos. É o único no que destaquei.
Possivelmente se tivesse indagado melhor, teria-o sabido”
“O que sei sobre você, Cat, é que está confinada no mundo dos
mortais” Houve um ardiloso sorriso no rosto do Bran. “Tem
suficientes poderes para ter um lugar entre os Fae”
Passo a passo, os Reapers estavam trocando de posição. Baylon se
moveu detrás do Searlas. Talin e Neve chegaram a cada lado do
Bran. Kyran se moveu perto de Cat para poder alcançá-la, enquanto
Cael e Daire trabalhavam para encontrar a porta para chegar até o
Fintan.
Cat olhou o corpo caído do mortal aos pés do Searlas. “Tinha um
lugar ao que pertencia. Você me tirou isso”
“Estou-te dando outra oportunidade”
Ela arqueou as sobrancelhas e olhou ao Bran com curiosidade.
“Como assim?”
“vou matar à Morte. Isso acontecerá mais cedo com sua ajuda, mas
o farei de todos os modos”
“Alardeia muito para ser um Fae que busca a ajuda de uma Halfling”
O sorriso do Bran se alargou.
“Falo como qualquer conquistador”
“Ainda segue sem me dizer por que me necessita”
Kyran silenciosamente animava Cat. Ela seguiu dirigindo a conversa
até quão único todos queriam saber.
Bran a olhou durante um comprido e silencioso momento em
silêncio. “Surpreende-me que não tenha imaginado isso”
“Se Fintan tinha razão quando me disse que você estava
aumentando seu poder, então não sei” disse Cat. deu-se com o dedo
na queixo enquanto franzia as sobrancelhas. “A menos que esteja
drenando o poder à Morte de algum jeito. É pelo que ela não te
encontrou e não te matou. E pelo que não pode encontrá-la”
Bran levantou as mãos e deu Palmas, uma vez, duas vezes. “Muito
perceptiva”
“Mas por que eu? por que não outro Fae?”
“Porque sua magia excede a da maioria dos Fae. Agora, me diga,
Catriona –e precisa pensar cuidadosamente sobre isto porque
Searlas apagará sua vida se não dizer a verdade- manteve-me
falando com a esperança de que alguém possa te salvar?” “Sim”
respondeu Cat com um sorriso sereno.
“De verdade é tão estúpida?” perguntou Bran com uma gargalhada.
Ela alargou seu sorriso “Sim”
Como um só homem, os Reapers deixaram cair seu véu.
***
Capítulo 22
Fintan não podia esperar mais a que Cael e Daire encontrassem a
porta. Nem sequer estava seguro de houvesse uma em sua cela.
Mas tinha que chegar a Cat. Fechava e abria os punhos. Seus
músculos se sentiam confinados dentro de sua pele. Havia um
batimento do coração em seus ouvidos, e tudo tinha desaparecido
de sua visão salvo uma só coisa –Cat.
Kyran a tirou do caminho antes que Bran pudesse matá-la com uma
borbulha de magia. Então se desatou o inferno.
Com a adrenalina rugindo através de suas veias, Fintan invocou sua
magia. Sentiu que se acumulava dentro dele como um redemoinho,
um que ganhava força e velocidade por segundos. À medida que
sua magia crescia e aumentava, centrou sua atenção nos barrotes
que lhe retinham. O ruído das espadas e os grunhidos enquanto as
armas e a magia entravam em contato fluía a seu redor. Pensou em
Cat e em tudo o que ela tinha sacrificado. Pensou no Eoghan e nos
outros Reapers.
E sua magia se expandiu e agudizó. Atravessou a jaula de aço sem
resistência. A cela se desintegrou na nada. Fintan estendeu sua mão
e invocou a sua espada. logo que sentiu o peso da manga em sua
mão, correu a meter-se na luta. Enquanto esteve absorto em liberar-
se, Bran tinha chamado a alguns de seus homens.
Fintan atravessava Fae detrás o Fae enquanto procurava pela
habitação uma visão de Cat. Esquivava a magia e as armas,
desfrutando de cada vez que sua espada se afundava em um
oponente.
Não se deteve no fato de que os mesmos Dark, ao final, levantariam-
se novamente. Bran tinha retorcido o poder que tinha estado
agarrando da Morte em algo escuro e malvado antes de passar-lhe
a seu exército.
Como de costume, os Reapers eram superados em número, mas
mesmo assim conseguiram derrotar a numerosos Fae. Porque
lutavam pela justiça e o amor e por sua forma de vida ou por sua
vida. Lutavam pela Morte.
A magia se estrelou contra ele desde atrás. A força da mesma
propulsou ao Fintan para frente, deixando-o cair sobre um joelho.
Brincos de fumaça flutuaram ao redor de sua cabeça enquanto se
endireitava. Lentamente se girou, seu olhar se chocando com o do
Bran.
“vou vencer!” gritou Bran.
Todo o tempo, Cael foi aproximando-se por detrás do Bran. Fintan
levantou seus braços e assinalou ao Bran para que chegasse até
ele. Com a atenção do Bran distraída, Cael poderia ter suficiente
vantagem para terminar com o Bran de uma vez por todas.
Bran deu dois passos até ele antes que Cael lhe cravasse sua
espada nas costas do Bran. Fintan sorriu, o júbilo lhe invadindo ante
o pensamento de seu inimigo sendo vencido e a vida retornando à
normalidade.
Mas não foi o grito de dor do Bran o que escutou. Foi seu latido de
risada. E isso deteve a luta imediatamente. Bran olhava para baixo
à espada que me sobressaía de seu peito e riu ruidosamente.
Cael retorceu a espada, mas nada parecia perturbar ao Bran. Era
como se não sentisse dor. Como se não pudesse morrer.
Cael atirou da espada e a cravou outra vez. Mas uma vez mais, nada
aconteceu. “Suficiente” gritou Bran enquanto dava um passo
adiante, extraindo a arma de si mesmo. Reteve a mão em alto e se
voltou em círculo. Fintan observava como o exército do Bran
desaparecia, deixando só a ele e ao Searlas contra sete Reapers.
Houve um movimento detrás do Kyran. Fintan ficou sem respiração
enquanto esperava a ver se se tratava de Cat.
Tão logo localizou seu cabelo vermelho, quis ir até ela. Fintan se
controlou, e devolveu sua atenção ao Bran, que estava negando com
a cabeça até eles. “Nenhum de vocês o entendem?” perguntou Bran.
“Eu estou ao mando”
Cael soprou alto e com mofa. “Não enquanto a Morte esteja viva”
“OH, disso me encarregarei logo” afirmou Bran.
Fintan viu como Kyran e o Talin defendiam Cat da vista do Bran. Se
ele não podia chegar à Morte, e a Morte não podia chegar até ele,
então cada um tinha que fazer que alguém matasse ao outro por
eles.
“Uma vez mais te precipitando não?” perguntou Cael. Bran olhou
para baixo e tocou o quebrado em sua roupa pela espada do Cael.
“Pode tentar me matar tudo o que queira. Isso não vai acontecer.
minhaa força iguala a de Erith agora. Logo, terei mais. Não poderá
ocultar-se durante muito tempo”
“crê que está escondendo-se?” perguntou Neve.
A cabeça do Bran girou até ela. Suas fossas nasais se expandiram
enquanto a ira brilhava em seus olhos. “Parece que tem tudo o que
queria”
Neve pôs os olhos em branco. “É um idiota. Um completo e súper
imbecil”
“por que te dei a possibilidade de ser um Reaper?”
Fintan olhou ao Talin para como fechava os punhos e apertava os
dentes. Foi só a mão do Kyran sobre seu braço o que reteve o Talin.
“É um idiota se de verdade pensar que me fez um favor” afirmou
Neve. “Sacrificou a minhas pais frente a mim. Converteu em Dark a
minha irmão e fez que me matasse”
Bran se pôs a rir enquanto caminhava até ela. “Ah, esse foi um plano
brilhante. Vê-lo funcionar foi a perfeição”
“Neve” disse Cael quando ela fez ameaça de equilibrar-se sobre o
Bran.
Bran moveu o dedo ante ela. “Não posso morrer. Mas você sim.
Pensa-o antes de atacar”
“Mentiroso” declarou Cat.
Fintan fechou brevemente os olhos quando escutou a voz de Cat.
Ela empurrou a um lado ao Talin e ao Kyran e foi até o Bran, sem
deter-se até que esteve a um pé dele. Bran arqueou uma
sobrancelha enquanto a olhava com curiosidade. “Para ser alguém
que acaba de chegar a este jogo, presume de saber um montão,
pequena Halfling”
“Você me meteu nisto. Você é o culpado”
Fintan de verdade desejava que deixasse de provocar ao Bran. Ela
se movia rodeando ao Bran, ao igual a ele tinha feito antes ele com
ela, e seu olhar se encontrou com a do Fintan. Nesse breve segundo
de tempo, Fintan viu muito em seus olhos cor esmeralda. Remorso
por lhe haver mentido, dor pela morte de seu avô, tristeza ante seu
sacrifício e um afã de vingança.
Lhe deu uma leve inclinação de cabeça para lhe deixar saber que
confiava nela. Sempre o tinha feito, e deveria haver dito a ela que
desde o começo. Não era quão única tinha que desculpar-se, mas
isso viria mais tarde.
Cat já tinha deduzido muitas coisas que nenhum deles tinha feito.
Aparentemente, tinha descoberto algo mais. Era mais fácil para ela,
já que viu o panorama geral, enquanto que o resto deles se viam
obstaculizados pelo passado e se centravam no Bran. Isso lhe tinha
dado vantagem ao Bran até agora. E o Fintan em seu interior sorriu
enquanto se dava conta que Bran estava provavelmente lamentando
haver-se aproximado de Cat.
O sorriso do Bran não parecia tão despreocupada como antes. Sua
cabeça girava enquanto observava Cat caminhar ao redor dele. “O
que crê saber?”
“Um montão”
Bran dobrou os braços sobre o peito enquanto olhava com
indiferença a Cat. “Duvido-o. Agora deixa de tolices e vem comigo”
“Ou matará ao Fintan?” perguntou ela com curiosidade.
Houve uma pequena vacilação antes de replicar “Exatamente”
“Se quer eliminar aos Reapers, por que não o tem feito já? Já lhe
tem” disse ela assinalando ao Fintan. E de repente fez a luz ao
Fintan. Bran não podia lhes matar. Isso era pelo que em seus
enfrentamentos, nenhum dos Reapers podia ser assassinado.
“Sim” disse Fintan com um passo até diante. “por que não me
matas?”
Bran olhou de Cat a ele. “Não pode ser assim de estúpido. Estava te
utilizando como alavanca contra ela”
“Também o fez com seu avô. Esse era seu sangue, sua família, e
ela não se uniu a você. Realmente não pensaria que ela cederia por
mim ou sim?” Fintan observou a forma em que Bran começava a
olhar com desconforto.
Bran deixou cair os braços aos lados. “É obvio que sim”
“Embusteiro” disse Cat outra vez.
A espada do Cael desapareceu enquanto caminhava até o Bran,
obrigando-se a encarar-se com o Cael até que estiveram nariz com
nariz. “É uma bolinha de pó debaixo do sapato da Morte. Traiu a
seus irmãos e a nossa causa. Deveria ter morrido esse dia. Deveria
te haver matado”
“Mas Erith te deteve” disse Bran com um pequeno sorriso.
Cael lhe ensinou os dentes. “Tudo o que Cat disse é certo. Nem você
nem a Morte podem encontrar um ao outro. Não podemos matar a
seu exército, e você não pode nos matar porque somos da Morte”
“Deveria te aplaudir por que te tenha imaginado tudo com a ajuda de
uma Halfling?” perguntou Bran. Ele bufou. “Se não tivesse sido por
Cat, nenhum de vocês saberia nada disto”
Os lábios do Fintan se separaram quando viu um brilho de luz sobre
uma folha quando Cat girou o punho para que a adaga apontasse
para baixo. Sem vacilar, ela cravou a folha acima e entre as costelas
do Bran. Fintan correu até ela, atirando-a ao chão e protegendo seu
corpo com o seu, enquanto Searlas e o Bran lhe dirigiam sua magia.
Ao Fintan não importou a insuportável dor das bolas de magia
quando se estrelaram contra ele. Estava-a olhando a seus limpos e
claros olhos cor esmeralda. Houve gritos a seu redor, mas não os
escutava. Estava inundando-se em muito verde.
Não sentia dor. Não quando estava tocando a Cat outra vez. Lhe
tinha visto como um homem e não como um monstro. Lhe havia
tocado não só sua pele, mas também também sua alma. Tinha
aceito tudo o que ele era sem lhe julgar nem lhe questionar.
Se tivesse sabido como reagir, poderia haver dito ou feito o correto
para que ela confiasse nele. Embora desejava que as coisas fossem
diferentes entre eles, sabia que era o melhor.
Não podia conter ou controlar as emoções que ela despertava nele.
Muitos séculos tinham acontecido as enterrando como para que
agora as tirar a luz. Quando estava encerrado na jaula e escutando-
a com o Bran, Fintan se tinha dado conta que Cat estava destinada
a muito mais que ele. Ela era inteligente e poderosa. devido a sua
associação com ele, já não tinha família.
Ele se despediu dela nesse momento. Com sua magia de volta e
ninguém em seu caminho, havia muito que ela podia realizar para si
mesmo e para outros. Não importava o muito que ele queria ficar
com ela, tinha que deixá-la ir.
E isso lhe ia matar.
Foi o silêncio o que finalmente penetrou em seus pensamentos.
Olhou sobre o ombro para encontrar a outros lhe observando. Fintan
rodou para baixar-se de Cat e ficou em pé antes de lhe oferecer a
mão.
“O que aconteceu?” perguntou ela.
Neve pôs os olhos em branco “O traseiro se foi”
“Mas lhe feriu” disse Cael. “Como sabia que funcionaria?”
Cat sorriu timidamente. “Não sou parte do exército da Morte. Como
estava tão firme em que trouxesse a Morte aqui, comecei a pensar
que ele também quereria que a matasse”.
“Assim aproveitou a oportunidade?” perguntou Fintan. Ela assentiu.
“Imaginei que havia uma muito boa possibilidade de estar no correto”
“Tivemos sorte com que pensasse tal coisa” disse Kyran. Daire olhou
ao Cael. “Acredito que Bran vai detrás de Rhi logo”
“Vá com ela” ordenou Cael.
Com isso, Daire se teletransportou. Agora que Bran se foi, seu feitiço
não se mantinha. O qual significava que podiam retornar a casa.
Casa. Essa palavra significava algo diferente agora. Ele a associava
com o Cat. Aí estava essa maldita emoção outra vez. Nem sequer
podia olhá-la sem ser absorvido por ela. “Precisamos retornar” disse
Kyran. “River e o Jordyn vão estar preocupadas”
Fintan viu que Cael estava de acordo, assim que se apressou e disse
“Tenho coisas que atender.
Pode alguém escoltar Cat a casa?”
“Farei-o eu” disse Cael.
Custou-lhe dois intentos antes que Fintan pudesse olhar em direção
a ela. Inclinou a cabeça mas não tentou dizer uma palavra. Soariam
estúpidas inclusive embora pudesse as soltar. Era melhor se as
retinha bloqueadas em seu interior junto com suas emoções.
Quando se voltou, Cael lhe estava observando intensamente. Sem
dúvida que lhe faria perguntas mais tarde. E quando Fintan tivesse
suas emoções enterradas uma vez mais, poderia as responder.
Fintan deu as costas a Cat e a tudo o que tinham compartilhado.
Estar com ela e quase perdê-la pelo Bran lhe tinha demonstrado que
não podia permitir que nenhum sentimento se elevasse, -nem sequer
o amor que sentia por ela.
Era muito doloroso, muito…agonizante. O ter qualquer tipo de
alegria com ela só para perdê-la o partiria em dois. Silenciou seu
coração com um só pensamento, embora não podia fazer nada
sobre a angústia que reverberava dentro dele.
Logo se teletransportou.
***
Capítulo 23
Assim que isto é o que se sente quando tem o coração quebrado.
Cat piscou, com a mente congelada enquanto olhava fixamente até
onde Fintan tinha estado. Salvo que… se tinha ido. Provavelmente
para sempre. Havia tanto que tivesse querido lhe dizer. E ele não a
tinha deixado fazê-lo. Não é que lhe culpasse. O merecia depois de
lhe haver mentido.
Ainda, isso a fazia sentir-se como uma merda. Mas porque pensava
que tinham superado sua traição. Deveria haver-se dado conta que
o que ele tinha sofrido antes lhe deixaria cicatrizes que nunca
sanariam totalmente. E ela tinha acrescentado outra.
O fato de que outros Reapers a estivessem olhando não aliviava sua
angústia nem sua aflição. Tentou não inquietar-se, mas era um
costume quando se sentia incômoda. E tinha subido pelas nuvens e
agora estava em território desconhecido.
“Sou Cael” disse um Fae com o cabelo comprido, e negro e com os
olhos chapeados. “Sei que Fintan te falou que nós”
Ela assentiu e olhou à mulher que permanecia alta e bela com seu
cabelo negro dividido em cinco tranças do rosto até seu pescoço
antes de unir-se em uma só. Vestia de negro apertado de pés a
cabeça e altas botas negras que lhe cobriam os joelhos. Levava
manoplas, assim como um espartilho de couro que tinha várias facas
se sobressaindo.
“Sou Neve” disse a Fae com um sorriso. Logo olhou ao Light a seu
lado “E ele é minha Talin” Talin rodeou a Neve com um braço antes
de dizer a Cat: “Olá”
Cael então assinalou aos restantes Fae, um Dark e outros Light.
“Estes são Kyran e o Baylon. Daire foi o primeiro em ir-se”
“Obrigado por tudo o que tem feito” disse Kyran.
Cat baixou o olhar à adaga em sua mão e viu o sangue que a
manchava. “Acredito que eu gostaria de voltar para casa agora”
Levantou os olhos. “A menos que não possa. Fintan me disse que a
Morte mata a qualquer Fae que saiba de vós”
“Você é uma Halfling” disse Cael.
Ela não estava muito segura do que significava isso, e não
perguntou. Só queria voltar para casa e afundar-se na banheira para
tentar esquentar-se, embora não estava segura sequer se poderia
agora.
Desde que Fintan se foi, ela havia sentido frio. Como se estivesse
congelada de dentro até fora. Se pelo menos tivesse os braços do
Fintan ao redor…
“Pronta?”
Cat piscou para enfocar o olhar. Enquanto seus pensamentos tinham
estado no Fintan, Cael se tinha movido para ficar a seu lado. Por seu
olhar, não era a primeira vez que lhe perguntava se estava pronta.
“Sim”, murmurou.
Ele pôs a mão sobre ela, e no segundo seguinte, estava no exterior
de sua porta. moveu-se para entrar quando sua voz a deteve. “Sei
que podia retornar por você mesma. por que não o tem feito?”
Ela deixou cair os ombros enquanto ficava de cara ao líder dos
Reapers. “Não sei”
“Acredito que é porque não estava o bastante pronta para ver pela
última vez a certo Reaper. Somos seu enlace com o Fintan”
Apartou apressadamente o olhar dos olhos chapeados, muito
conhecedores do Cael. Ele respirou fundo. "Fintan é uma pessoa
única. foi quebrado de muitas formas, mas se nega a seguir nesse
caminho. Voltou a juntar suas peças, embora mais ou menos. A
única maneira em que podia seguir com sua vida era enterrando
seus sentimentos. Apesar disso, é um dos homens mais leais que
conheci”
“Menti-lhe” O desespero e o arrependimento se elevaram tão rápido
que a asfixiaram. “Nenhuma desculpa alguma vez compensará isso”
Cael a alcançou e a rodeou para abrir a porta “Posso?”
Ela assentiu e entrou com ele em seus talões. Cat foi à mesa e
colocou a adaga antes de afundar-se em uma poltrona. Cael tomou
assento frente a ela. “Fintan aceitou suas desculpas”
“Então por que se foi?” perguntou ela, toda confundida.
“Por causa de seus sentimentos por você. suprimiu cada grama de
emoção para superar suas traições. Fez-lhe sentir de novo, e lhe
aterroriza”
Uma lágrima caiu por suas bochechas. Logo uma segunda lhe
seguiu. Alguém tão maravilhoso e formoso tinha entrado em sua
vida, e ela o tinha arruinado tudo com uma mentira.
“Sinto-me como uma estúpida” Aspirou as lágrimas, as contendo.
Cael se reclinou para trás na cadeira com uma braço sobre a mesa.
“Conforme o vejo, tem um par de opções. Uma, pode deixar ir”
“Ele se foi” interrompeu. Cael a olhou durante um comprido
momento, seu olhar procurando, intenso. Teve que encontrar o que
procurava porque disse: “Fintan se foi porque seus sentimentos
correm muito profundamente, e teme te perder”
Ela franziu o cenho completamente confundida. Então caiu na conta.
“Porque sou mortal”
“Sim”
Ela soprou e tirou o cabelo da cara. “feri a um ser que tem tanto
poder como a Morte. Bran virá por mim”
“Sou consciente disso, e farei o que possa por te proteger”
Ela não esperou essa oferta depois do que tinha feito ao Fintan.
“Faria-o?”
“É obvio”
Ela voltou a cabeça e olhou pela janela, esperando ver um brilho do
Fintan. “Acostumei-me tanto a ver o Fintan que se sente mal não o
ter perto”
“Tenho que supor que a proximidade lhes uniu?”
Seu olhar se transladou ao Cael. Sabia o que ele estava
perguntando, e embora inclusive a quem levava ela a sua cama era
assunto só dela, disse: “Sim. Falou-me de seu passado, e eu lhe falei
do minha”
Os olhos do Cael se abriram de surpresa “Ele te falou de seu
passado?”
“Todo ele” disse ela inclinando a cabeça.
“Nunca a contou a ninguém. Nem sequer a mim”
Ela baixou o olhar a suas mãos e sentiu as lágrimas caindo outra
vez. “Alguma vez te contou que nenhuma das fêmeas Fae quis ter
nada a ver com ele? Rechaçavam-lhe” Levantou a vista até o Cael.
“A ele? De todos os Fae? Elas que deveriam ter estado suplicando
seus afetos”
“Demonstrou ao Fintan uma classe de amabilidade e cuidado que
nunca teve”
E a estava matando saber que pode que nunca voltasse a lhe ver.
Ela aspirou pela nariz ruidosamente. “Disse que tinha duas opções”
“Sim, mas dependerá de quanto o queira” disse Cael.
Isso atraiu sua atenção. endireitou-se no assento. “me diga”
“Vá por ele”
Isso lhe daria a oportunidade de lhe dizer tudo o que queria, mas
tinha que haver gato encerrado. “por que me diz isso?”
“Faço-o pelo Fintan” disse Cael. “Ele merece a felicidade, mas só se
for sincera. Fintan é o tipo que uma vez que se distancia de suas
emoções, não poderá muito possivelmente as fazer retornar outra
vez”
Ela jogou a cadeira para trás e ficou de pé. “Então preciso lhe
alcançar rapidamente”
Cael foi mais lento em levantar-se. “Não acredito que tenha que te
dizer o que te faria –o que todos os Reapers fariam- se lhe machucar.
Se não está segura sobre isto, sobre ele, então não o faça”
“Se o que me pergunta é se o amo, já estava apaixonada por ele.
Ódeio que não confie em mim. Sinto saudades tanto que me dói o
peito. É como se tivesse um oco aí. Quero estar perto dele, lhe olhar
aos olhos”
Cael sorriu enquanto se apartava e empurrava sua cadeira. “Boa
sorte então”
“Espera” disse quando ele começou a afastar-se. “Não me vai levar
com ele?” Cael lhe voltou as costas com um sorriso. “Você não me
necessita, Halfling”
“OH” ia custar-lhe tempo acostumar-se a ter magia. Seu sorriso se
alargou enquanto se dava conta que tinha o poder para ir até o
Fintan. Cael só tinha querido assegurar-se de que ela era digna de
seu irmão. E ela esperava sê-lo. Deixou que os pensamentos sobre
o Fintan invadissem sua cabeça antes de sussurrar “Desejo estar
com o Fintan”
Imediatamente, encontrou-se na praia. A uns cinqüenta metros por
diante dela estava Fintan, que estava de pé frente à água e o
magnífico pôr-do-sol. Cat olhou detrás dela para ver que estava em
uma ilha com uma fortaleza de concreto. Tão curiosa como era, e
entretanto seu principal foco era Fintan.
Ela voltou o olhar até ele. O vento soprava sobre seu cabelo
retirando-lhe do rosto enquanto começou a dirigir-se até ele.
Caminhou depressa até que esteve a cinco metros detrás dele. Logo
perdeu os nervos. E se ele não a queria? E se não poderia alguma
vez perdoá-la? E se já tivesse reprimido todos seus sentimentos
outra vez?
Esse pensamento lhe tirou a respiração. ficou uma mão sobre o
coração como se pudesse deter a dor. Agora que ele se aberto com
ela, não ia deixar que se afundasse no intumescimento e não
sentisse nada. ia demonstrar-lhe que era digna dele, e que lhe
necessitava.
“Fintan”
Ele ficou rígido antes de olhá-la lentamente por cima do ombro. “O
que está fazendo aqui?”
“Queria te ver”
“Volta para casa” disse ele e voltou a olhar por volta do mar uma vez
mais.
Seu rechaço doeu, mas ela não merecia menos. “Provavelmente
deveria. Sei que mentir foi quão pior poderia ter feito, especialmente
depois do perto que estávamos”.
“Não te culpo por isso. Tinha razões válidas, como já te mencionei”
Essas palavras deveriam lhe haver dado esperance, mas ainda não
a olhava. “minha avô tentou me dizer que lhe deixasse morrer, mas
queria lhe salvar. Estupidamente pensei que podia me burlar do
Bran. Você me advertiu, e não te escutei. perdi aos dois homens
mais importantes de minha vida hoje –a minha avô, e a ti”
secou-se as lágrimas que tinham começado a fluir. “Você me
mostrou seu coração, e te devolvi o favor com engano. Os humanos
cometem enganos. Cometi um enorme, mas quero fazer as pazes
contigo”
Cat esperou, com a esperança de que lhe mostraria alguma sinal de
que estava escutando. Mas não houve nada. Entretanto, ela não ia
se render. “Farei o que queira porque não posso estar sem você.
Não quero você por proteção, Fintan. Quero-te porque te necessito.
Já vê... Fiz algo que nunca pensei que faria . Me apaixonei por ti”
Ela tinha esperado uma declaração dele também. O que não
esperou era o silêncio. Como se ele não tivesse escutado uma só
palavra do que ela havia dito. Cat limpou as lágrimas. Era muito
tarde. Já se tinha desfeito de suas emoções uma vez mais. Mas ela
não podia obrigar-se a afastar-se. Ir-se significaria que se dava por
vencida e não estava preparada para isso. Embora ela não sabia
que mais dizer que pudesse lhe fazer trocar de opinião. Alguma vez.
A classe de amor que sentia não era da classe que se podia jogar
em um lado em uma semana, um mês, um ano, ou inclusive uma
década. Era da classe que durava por toda a eternidade.
Ela tinha avistado sua alma, e ele a sua. Isso tinha que contar para
algo. A determinação agora conduzindo-a, ela caminhou para deter-
se frente a ele. Quando ela viu que tinha os olhos fechados, duvidou.
Até que viu quão rápido estava respirando e como tinha as mãos
apertadas aos lados.
Ele tinha escutado cada palavra. E seus sentimentos estavam ainda
aí, o que significava que tinha esperanças. E se aferrou a ele com
tudo o que tinha. “Amo-te” disse ela. “Direi-o cada dia durante tanto
tempo como levo que me creia. Amo-te. Amo-te. Amo-te”
“Para” disse através de seus dentes apertados.
Ela sorriu porque tinha chegado a ele. “Nunca. Assim como nunca
deixarei de te amar, te tocar ou te beijar”
Ele levantou as pálpebras e a olhou com seus olhos brancos
bordeados de vermelho. “Por favor, detenha”
“por que?”
“Porque não posso seguir te ignorando”
Ela ficou nas pontas dos pés e lhe tocou o rosto. “Seria tão mau
render-se?”
“Esse é o problema. Já o tenho feito”
Uma risada de alegria borbulhou. Ela não podia deixar de sorrir ou
chorar. “É só que eu… Temo dizer as palavras” disse ele.
Ela ficou nas pontas dos pés. “Elas chegarão em seu momento.
Vejo-as em seus olhos”
“Faz-o?” perguntou enquanto a rodeava com os braços, abraçando-
a apertadamente contra ele.
“OH, sim”
“Não sei o que fazer agora”
O coração lhe doía por tudo o que ele perdeu e toda a miséria a que
tinha sido submetido. ia fazer sua missão lhe mostrar o outro lado
das coisas todos os dias. “Seguir a seu coração. Nada que possa
fazer estará mau”
“Não estou seguro” disse ele inseguro.
Ela colocou os dedos entre as grossas mechas de seu cabelo
branco. “É um Reaper e um guerreiro. Confia em você mesmo.
Agora, o que quer fazer?”
“te beijar”
Seu coração perdeu um batimento do coração quando o desejo se
retorcia em seu ventre. “eu adoraria”
O baixou a cabeça, mas justo antes que seus lábios se
encontrassem, ele retrocedeu. “Ficará comigo, Cat? É por isso que
veio aqui?”
“"Iria a qualquer lugar contigo. Estou aqui por ti”
Em seu peito retumbou um grunhido, logo cobriu os lábios dela com
os seus e reclamou sua boca com um beijo feroz e selvagem que fez
que sua alma gritasse de alegria -e antecipação.
***
Epílogo
Ao dia seguinte…

Amor.
Lhe amava.
A ele!
Fintan não podia deixar de olhar a Cat. Nem podia acreditar que lhe
amava. As palavras soavam estranhas em sua cabeça.
Possivelmente uma vez que se acostumasse a elas, poderia ser
capaz das dizer.
apoiou-se contra a porta e viu como Cat olhava com assombro um
dos livros que River tinha estado custodiando. Ela fez todo tipo de
perguntas. Desde que os Reapers tinham retornado da batalha
recente com o Bran, o estado de ânimo tinha sido ligeiro no
complexo.
Ou possivelmente só se tratasse da adição de Cat. Entretanto, nas
márgens estava o aviso de que Eoghan ainda seguia desaparecido.
Todos se sentavam juntos na biblioteca, rindo e ficando ao dia com
Cat em tudo. Não passou muito tempo antes que a conversa
recorresse à nova informação sobre o Bran.
Cael de repente ficou de pé. Fintan voltou a cabeça na direção do
Cael, encontrando-se com a Morte. Ela estava sob o arco da porta
com as mãos juntas. Seu comprido e negro cabelo estava sobre seu
ombro em uma trança de cauda de peixe que caía junto a um de
seus seios. Ia vestida com seu habitual vestido negro. Este tinha
uma saia larga com tule vermelho escuro em capas. O sutiã sem
mangas era ajustado à forma com um patrão de redemoinhos
vermelhos desde sua cintura até ao redor de seus seios.
Seus olhos cor lavanda estavam concentrados em Cat. Fintan saltou
sobre seus pés e se dirigiu para ficar junto a Cat, mas lhe tocou a
mão e lhe fez uma suave negação com a cabeça. depois de
encontrar-se com o olhar da Morte, Cat caminhou até Erith.
A Morte levantou seu queixo. “Parece que tenho uma dívida contigo
Catriona Hayes” “Cat” a corrigiu ela. “E não, não tem uma dívida
comigo”
“foi só por sua vontade que eu não esteja morta” disse Erith.
Cat encolheu os ombros e disse. “Parecia equivocado fazer o que
Bran pedia. Inclusive se ele não tivesse matado a minhaa família,
não o teria feito”
“Também deduziu muitos detalhes que nenhum de nós tínhamos
deduzido” disse a Morte. “Como?”
Cat olhou em direção ao Fintan e sorriu. A ele lhe inchou o peito.
Nunca tinha estado mais orgulhoso de ninguém que de sua mulher
nesse momento. “Quando Fintan me contou sobre o Bran, eu sabia
que era a classe de homem que pensa que é mais inteligente que
outros. É por isso que o fiz falar. Ele deu muito então. Foi então
quando me dei conta que seu plano era muito simples” disse Cat.
Erith respirou fundo. “Simples ou não, muitos têm caído em suas
armadilhas. Estou feliz de que não tenha sido uma deles”
“O que significa isso para mim?”
Fintan se moveu para estar com Cat enquanto olhava à Morte. “Sei
que não tenho direito a falar, mas pode ser perdoada?”
“Perdoada?” A Morte perguntou com a frente enrugada. “Do que?”
Fintan franziu o cenho. “De seu castigo. Falei-lhe de nós”
“Não tinha eleição. Além disso, Cat fez muitíssimo por você e pelos
Reapers, mas sobretudo por mim. Não o danificarei nem sequer
discutindo o assunto mais a fundo”
Cael caminhou para ficar ao lado da Morte. “Bem-vinda à família,
Cat”
Fintan estava preparado para regozijar-se, mas Cat estava agora
franzindo o cenho “O que ocorre?” perguntou-lhe.
Ela levantou o olhar até ele. “Se estiver de alguma forma de parte
dos Reapers, então estou oficialmente no exército da Morte”
“E?” Fintan não estava seguro de qual era o problema. “Então não
posso matar ao Bran”
A Morte disse “me deixe isso, querida minha”
logo que Erith voltou o olhar até ele e sorriu, Fintan soube que Cat e
ele contavam plenamente com sua bênção. Ele inclinou a cabeça.
Para seu assombro, a Morte lhe rodeou com os braços lhe
abraçando enquanto ela sussurrava, “Estou feliz por você. É hora de
esquecer o passado e permitir que Cat te mostre tudo o que perdeu”
Soltou-lhe e se afastou. logo ela se voltou, com o olhar encontrando-
se com o olhar do Cael enquanto os dois se afastavam. Fintan
esperou até que o casal desapareceu antes de voltar-se até Cat e o
futuro que lhes esperava.
“Eu gosto dela” disse Cat.
Fintan a atraiu contra ele. “E lhe gosta”
“E o que passa contigo?” perguntou ela, com um resplendor em seus
olhos.
Lhe pôs as mãos a cada lado da cabeça, deixando que seus dedos
se afundassem em suas ardentes mechas. “Amo-te”
“E eu amo a você, minha atrativo Reaper” murmurou ela antes
ficando nas pontas dos pés para lhe beijar.
***
Eoghan fechou os olhos contra a força escura. Estava a seu redor,
um ser vivo, que respirava. Tinha caído neste lugar, sem saber o que
lhe esperava.
Não podia distinguir a besta das sombras. Não tinha sabido
esconder-se. E lutar contra ela só tinha piorado as coisas. Nunca
antes lhe tinha doído tanto.
Seu corpo inteiro estava atormentado por uma agonia que nunca
parecia terminar, e temia que nunca o fizesse.
As marcas de garras sobre seu peito pulsavam quase tão forte como
seus membros que estavam estirados e atados. Suspeitava que era
o jantar, mas não se deprimia tão facilmente. Tentou utilizar sua
magia, mas era como se já não tivesse mais. Este reino, ou lugar -
onde quer que estava- parecia lhe haver despojado de sua magia e
poder, lhe deixando tão indefeso como um mortal.
Mas não se renderia. Lutaria contra os laços em seus pulsos,
sentindo que lhe cortavam a pele até sangrar. Foi esse sangue que
finalmente lhe permitiu tirar uma mão. dispôs-se a desatar seu outro
pulso, mas seus dedos não se moveram conforme o solicitado.
Custou-lhe o dobro de tempo liberar sua mão e logo seus pés.
Levantou a cabeça, preparado para fugir, só para deter-se. A força
escura se aproximava rapidamente. Eoghan ficou em pé e ficou,
preparado para enfrentar-se à besta. Abriu os olhos, mas não lhe
serviu de nada. Viu algo a um lado na escuridão. Não estava seguro
do que era, mas sabia que nunca o tinha visto antes.
Com a besta aproximando-se, Eoghan teve que tomar uma decisão.
lançou-se até um lado justo quando a força o alcançava.

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