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Argumento
Não há forma de escapar de um Reaper. Sou um assassino de elite,
parte de uma irmandade que só responde ante a Morte. E quando a
Morte diz que te acabou o tempo, irei a por você...
Não respondo ante ninguém mais que ante a Morte. Sou
inexpugnável, imune, imortal. Existo para cumprir as ordens da
Morte, e ninguém -nem os Reaper nem os humanos nem os Fae-
pode interpor-se em minha caminho. Exceto a feiticeira meio Fae,
Catriona. Jura que a magia de sua família a passou por cima, mas
eu sei que não é assim. Esta mulher é forte. Esta mulher é poderosa.
E quando suas habilidades surjam, ninguém poderá impedir que os
Dark Fae vão por ela. Salvo eu. Quero mantê-la perto. Quero mantê-
la a salvo. Quero me perder nela, uma e outra vez...
*******
Capítulo 1
Galway, Irlanda Janeiro
Nada era nunca o que parecia. Havia algo mais que humanos
passeando pela Terra. As coisas que se vêem pela extremidade do
olho eram reais, inclusive embora sua mente se negasse às
reconhecer –ou às aceitar.
Mas Catriona Hayes sabia de sua existência, inclusive embora
tivesse desejado não sabê-lo. Eram os Fae. Criaturas mágicas que
eram tão belas que pareciam de outro mundo –porque o eram.
Os Fae tinham chegado a este mundo, sem problemas para integrar-
se na vida dos mortais. Mas por outro lado, tratando-se de seres com
magia, podiam fazer tal coisa. Cat respirou fundo e colocou as lucros
do dia na bolsa antes de colocá-la dentro da caixa forte e fechar a
porta. endireitou-se e olhou através das janelas do café e ao outro
lado da rua até o pub iluminado alegremente.
Houve um pouco de melancolia dentro dela quando viu três mulheres
que entravam no bar com brilhantes sorrisos. Ela nunca tinha sido
tão despreocupada.
Desde que tinha memória, sua família a tinha mantido separada de
outros. Não foi até que cresceu que se deu conta do que a fazia
diferente: ela era uma Halfling. Parte humana, parte Fae.
Alguns poderiam regozijar-se com as notícias, mas ela não era a
maioria das pessoas. A primeira vez que seu avô lhe tinha falado de
sua herança, ela se tinha posto a rir, pensando que era uma
brincadeira. Mas enquanto caminhavam pelas ruas do Galway, ele
começou a assinalar aos Fae.
Esse foi o dia em que sua vida trocou. Aos oito anos, havia sentido
o peso do mundo cair sobre seus ombros. A carga quase a põe de
joelhos. E tinha permanecido, fazendo-se mais pesada com cada
ano que passava.
Entretanto, ela permanecia oculta de tudo. Só por seu avô. O homem
que sorria em meio das muitas tormentas que a vida lhe tinha
arrojado em seu caminho. Ele era o que a mantinha serena e
consciente dos perigos de viver perto dos Fae. Embora ela tinha
temido à revelação de seu avô, seus irmãos maiores a tinham
abraçado como um presente.
Cat baixou o olhar ao mostrador e a encimera que o cobria. Sob o
grosso cristal, perto da caixa registradora, havia uma foto dela com
seu irmão e irmã de fazia vinte anos.
Qualquer que fosse o dom que o sangue Fae tinha dado a seus
irmãos, lhes tinha tirado em um cruel giro do Destino fazia vários
meses quando foram grosseiramente assassinados. Seu irmão tinha
sido assassinado em um pub cheio de gente, enquanto que a sua
irmã lhe tinham apagado a vida em um trem a Londres. Ninguém
tinha visto nenhum dos ataques. Em um momento, seus irmãos
estavam vivos. E ao seguinte, estavam mortos. Era a forma em que
Cat sabia que os Fae tinham sido os responsáveis. Só os seres com
magia e com a habilidade de velar-se podiam ter cometido tais
crimes sem que nenhuma só pessoa captasse algo com seus
móveis.
Da morte de sua família, tinha estado esperando que os Fae viessem
por ela. O que lhes estava levando tanto tempo? Ela e seu avô –que
se mantinha encerrado a salvo longe na cabana onde os Fae não
podiam entrar- eram os únicos que ficavam
O relâmpago de um raio a tirou de seus pensamentos e lhe recordou
que tinha que chegar em casa. Começou a andar até a parte
principal, apagando as luzes enquanto saía. Deu a volta ao letreiro
na janela do café de FECHADO, saiu pela porta e a fechou.
Quando se viu na rua uma vez mais, agarrou a asa da bolsa e olhou
ao redor às pessoas. Sabia que os Fae podiam utilizar glamour para
disfarçar-se, embora a maioria preferiam seguir sendo atrativos. Isso
fazia que fosse mais fácil lhes detectar, mas não fazia nada para
diminuir o temor de Cat.
Permaneceu na entrada enquanto um casal passava junto a ela. O
homem disse algo que fez rir à mulher. O coração de Cat se contraiu
porque não podia recordar a última vez que riu dessa maneira, nunca
lhe tinha passado pela cabeça ter um encontro. Cat quadrou os
ombros e girou à esquerda. Sua cabana estava nos subúrbios do
Galway. Não podia esperar a chegar a casa onde poderia relaxar.
“Relax” bufou ela.
Não existia tal coisa. Enquanto outros se distraíam de suas
preocupações com uma pinta de cerveja e ruidosa música, ela tinha
que comer em sua casa só e dormir com um olho aberto.
Ser metade Fae não servia para nada salvo para fazer sua vida
miserável. Não tinha conseguido nada mais disso. sua irmã, Nora,
tinha sido capaz de mover objetos com a mente. Seu irmão,
Domhnall, podia fazer crescer as plantas.
Por alguma estranha razão, a magia a tinha passado por alto. Não
importou o muito que se esforçasse, não parecia haver nem um
pouquinho de magia nela. Incontáveis vezes, tinha perguntado a seu
avô que tinha feito ela para não ter magia. Ele nunca a tinha
respondido de tudo. Como era normal nele, contava-lhe uma história
sobre todos os metade Fae que viviam sem magia. Mas sempre
tinha suspeitado que lhe ocultava algo.
Entretanto, nenhuma forma de conspiração ou de expor a pergunta
de outra maneira lhe conseguiu outra resposta. Com cada ano que
passava, ela estava cada vez mais segura de que seu avô estava
ocultando algo.
Cat se esticou quando passou junto a um Fae que falava com uma
mulher mortal. Seus olhos chapeados, negro cabelo e sex-appeal
eram provas suficientes do que era –um Light Fae. Ao menos, não
era um Dark. Os Dark a aterrorizavam com seus olhos vermelhos.
estremecia-se só de pensar neles. Girou a esquina e aliviou o passo.
Os trovões retumbavam ao mesmo tempo que os relâmpagos
ziguezagueavam no céu. Chovia mais, mas se tinha sorte,
conseguiria retornar a sua cabana antes que aumentasse.
De repente parou. Não sabia o que tinha captado sua atenção, mas
algo lhe dizia que não fosse mais longe. Seu olhar vagava pela rua
enquanto a gente se formava redemoinhos sobre ela. Havia algo no
ar que cobria tudo como um jarro de água fria. Demorou um
momento em dar-se conta do que era: medo. Olhou aos humanos e
viu que nenhum deles parecia ver-se afetado.
Logo escutou passos que vinham, rapidamente. Viu o homem
correndo até ela e olhando para trás sobre seu ombro. Passou sob
a luz, e viu seus olhos vermelhos.
Mas foi o terror em seu rosto o que a surpreendeu. Não tinha
pensado que existisse algo como Dark aterrorizado, mas o que fosse
que estava atrás deste Fae em particular devia ser aterrador.
A cabeça lhe dizia que corresse, mas seu corpo se negava a mover-
se. Permaneceu onde estava, inclusive quando um homem surgiu
de um nada ante o Dark. O Fae se escorregou até deter-se com seus
olhos totalmente abertos. O homem que estava frente a ele tinha o
cabelo comprido e branco que o tinha retirado do rosto por três
pequenas tranças a cada lado de sua cabeça.
Teve pouco tempo para processar isso antes de ver a luz que
brilhava em uma espada. A espada cortou o ar e cortou ao Dark,
convertendo-o em pó em um instante.
O assombro reverberou através dela enquanto involuntariamente
dava um passo atrás. Que classe de arma tinha esse homem que
podia matar a um Fae?
Porque queria uma igual.
Ele deu dois passos para afastar-se antes de deter-se de repente,
com o corpo rígido. Logo, gradualmente, voltou a cabeça para olhá-
la diretamente. Ela não pôde lhe ver o rosto por causa das sombras,
mas sabia que ele a tinha visto. E, logo, desapareceu.
Deu outro passo atrás e, apressadamente, olhou ao redor, mas não
havia nenhuma outro sinal do homem do cabelo branco. Embora
sabia que não estava só. Ele estava ali. Estava segura. Ao igual a
estava segura de que os Fae chegariam por ela logo.
De alguma forma, conseguiu manter sua posição. Se fosse morrer,
faria-o com coragem. Inclusive embora estivesse tremendo. Não ia
fugir, sem importar quanto queria fazê-lo. Sentiu algo detrás dela um
momento antes do som de uns passos que a alcançava. Cat girou
ao redor, pronta para encarar ao desconhecido. Mas foi um Dark Fae
que se dirigia até ela.
“Merda” murmurou e deu a volta.
“Olá, carinho!” chamou-a o Dark. “Do que foge?”
Ela caminhou mais rápido e lhe disse por cima do ombro “foi um
comprido dia”
“me Deixe te convidar a uma taça”
“Não, obrigado”
Esperou a que ele dissesse mais, e quando não o fez, soltou um
suspiro de alívio. Não foi até que esteve em sua cabana que se
desabou contra a porta. Outro dia tinha passado.
Capítulo 2
O desejo, tão quente como a lava, ardia através do Fintan. Era tudo
o que podia fazer para não deixar em liberdade o furioso desejo que
exigia saborear Cat. Tocá-la tinha sido o engano maior do último
milênio. Seu corpo rugia com uma fome tão grande que os joelhos
lhe ameaçavam cedendo.
Logo a tinha olhado a esses olhos esmeralda. A paixão destacava
tão brilhante como o sol. O tempo se deteve, como se a conexão de
seus corpos tivesse sido o detonante.
Tinha sido incapaz de retirar o olhar, havia-se sentido impotente para
pensar em outra coisa não fosse nela. Quando ela se inclinou até
ele, ele tinha sorrido interiormente. Apesar de sua cor, lhe desejava,
queria-lhe. suas emoções se inflamaram e explodiram através do
muro que tão cuidadosamente tinha construído. Estava afogando-se
nelas, mas ela foi sua âncora.
Ela se manteve firme como um carvalho enquanto emitia sinais para
que se aproximasse com esse olhar seu tão inocente. Em todos sua
eras de tempo, não podia recordar desejar tanto como o fez nesse
momento. esqueceu-se do Bran. esqueceu-se de que era um
Reaper. O mundo e toda a gente nele simplesmente se desvaneceu
como se nunca tivessem existido.
Logo uma mecha de seu cabelo caiu contra o dorso de sua mão.
Olhou as mechas de cor vermelha intensa, com um gemido
elevando-se dentro dele quando rompeu o vínculo entre eles. Seu
juramento à Morte e aos Reapers apareceram de novo em sua
mente, lhe recordando suas responsabilidades. E entre elas não
estava fazer o amor a uma Halfling.
Fintan deixou cair o braço e se afastou dela. Apertou o punho no que
os dedos lhe pulsavam por seu contato com o Cat. Outro gemido lhe
invadiu, este pelo que não podia ser.
Tragou para passar o nó de arrependimento. Um movimento pelo
extremidade do olho fez que voltasse a cabeça até a janela.
sobressaltou-se quando reconheceu ao Searlas, o tenente do Bran.
Com Cat gritando seu nome, Fintan saiu correndo da casa detrás o
Searlas. logo que Fintan saiu, o Dark sorriu e desapareceu.
“Quem era esse?” perguntou Cat quando chegou por trás do Fintan,
ofegando duramente. “Searlas. É um dos homens do Bran”
“Então funcionou”
“Sim”. Se voltou em um círculo para assegurar-se de que Searlas
tinha saído da área. Logo se encontrou capturado pela olhar de Cat.
Um pequeno cenho franzia suas sobrancelhas. Logo olhou por cima
de seu ombro enquanto seus olhos se abriam de par em par. Ele se
voltou e viu a fumaça negra aumentando na distância.
“Não” sussurrou ela e correu até o carro. Procurou provas a porta, e
logo golpeou com suas mãos o veículo quando não se abriu. “Não”,
disse outra vez, e correu ao redor do automóvel até a casa. Fintan
se teletransportou diante dela. Agarrou-a do braço e fez que lhe
olhasse. “Esquece as chaves”
“É minha avô” disse ela, e tentou lhe empurrar para lhe afastar. Ele
sabia exatamente de onde procedia o fogo. Sem outra palavra, os
teletransportou por volta da cabana junto ao mar. A casa permanecia
intacta e ilesa.
Era o pequeno abrigo detrás dela o que ardia, fazendo que a fumaça
se elevasse espessa e negra até o céu. Em um abrir e fechar de
olhos, Cat estava fora de seus braços, correndo até a casa enquanto
chamava a seu avô. Fintan não a seguiu. As salvaguardas na casa
impediriam aos Fae o entrar, mas com o poder do Bran, ele teria
podido incendiar a cabana. por que não o tinha feito?
O olhar do Fintan se dirigiu ao abrigo enquanto um mau
pressentimento se apoderava dele. De uma vez que Cat continuava
gritando chamando a seu avô enquanto procurava na cabana, Fintan
se dirigiu ao abrigo. Localizou o corpo carbonizado e fumegante, e
fechou brevemente os olhos. O fogo rugiu fora de controle,
consumindo o abrigo e tudo o que o rodeava.
Era fácil apagar o fogo com magia. Estava debatendo o que fazer
com o corpo e como dizer a Cat quando se girou. Seu olhar
imediatamente aterrissou sobre ela. Estava a uns metros dele,
olhando fixamente o corpo de seu avô. Seu rosto estava cinzento,
seus olhos frágeis.
Não havia dúvidas para ele que Searlas começou o fogo no café.
Mas por que? E por que matar ao velho? Para machucar Cat? Ou
para demonstrar que eles eram quem tinham o controle?
Fintan pensava que possivelmente fosse o último. Isso significava
que Bran sabia que era uma armadilha. E confirmou que Bran tinha
sabido de Cat todo o tempo.
Enquanto Fintan olhava a Cat, observou como o shock da cena caía
sobre ela. depois de um momento, ela deu a volta e se afastou. Ele
olhou ao homem morto antes de estabelecer salvaguardas ao redor
da área que lhe alertariam se alguém -humano ou Fae- rompia a
barreira.
Quando finalmente acabou, foi procurar Cat. Encontrou-a sentada
na praia, olhando as ondas mover-se. Inseguro de se Bran ou seus
homens estavam perto e velados, Fintan invocou sua magia mas não
sentiu nada.
“por agora” sussurrou.
dirigiu-se até Cat e se sentou na areia a seu lado. Ela parecia
perdida, triste. E isso lhe afetou. Uma emoção sem nome faiscou
dentro dele. Logo a reconheceu pelo que era: cólera. Por tudo o que
Cat tinha perdido, por tudo o que tinha sofrido simplesmente por ser
uma Halfling.
“Ele era tudo o que tinha” disse ela. “E morreu só”
Sua cabeça se voltou até o Fintan. Quando a olhou, seus olhos
estavam cheios de lágrimas, e a umidade molhava suas bochechas
um montão. “Deveria ter estado aqui” gritava antes de afundar a
cabeça entre suas mãos. Fintan não era bom com as lágrimas. De
fato, não sabia o que fazer. Levantou a mão para colocá-la sobre
suas costas mas se deteve justo antes de tocá-la. Fechou o punho,
baixando-o à areia.
Os ombros dela tremiam pela pena e, pela primeira vez em sua vida,
sentiu-se impotente. Algo no fundo de sua mente o insistiu a lhe dar
algum tipo de consolo. Apertando os dentes, ele se aproximou mais.
Custou-lhe dois intentos antes de poder levantar o braço. Manteve-
o sobre seus ombros, inseguro de se era o correto.
Mas sua dor lhe atravessou tão facilmente como uma faca quente
através da manteiga. Ele baixou o braço, colocando-o sobre suas
costas. Quando ela não o afastou, ele apertou sua forma de agarrá-
la. Suas dilaceradoras lágrimas continuaram. Logo, para sua
surpresa, ela apoiou a cabeça em seu ombro.
Era a primeira vez em sua muito larga vida que alguém se tornou até
ele em busca de consolo. Sabia que o estava fazendo todo mal, mas
não podia imaginar-se em outro lugar mais. quanto mais persistia
ela, mais fácil lhe resultava este novo papel. Não havia necessidade
de palavras. Não havia nada que pudesse dizer que diminuíra sua
angústia.
Finalmente, suas lágrimas começaram a remeter. Para sua surpresa
-e desfrute- ela seguiu em sua posição. Baixou o olhar para ver as
pontas de suas pestanas úmidas, e o rastro das lágrimas em seu
rosto.
Mas também via coragem. Embora suspeitava que era justo agora
quando estava vendo a verdadeira Cat. O mundo a havia abatico,
lhe tirando tudo pouco a pouco.
Entretanto, ela o tinha suportado. Ela podia tropeçar, mas não se
detinha. Punha a todo o resto do mundo por diante dela. Não lutava
contra o que pensava que era seu destino. Em lugar disso, ela
trabalhava para tirar vantagem.
necessitava-se um tipo especial de mulher para fazer isso.
“me fale sobre o Bran” lhe urgiu ela. “minha avô sempre me dizia que
para derrotá-lo, tenho que conhecer minha inimigo por completo”
Fintan respirou fundo. Se alguém merecia a história do Bran, essa
era Cat. Infelizmente, isso significava ter que lhe contar quem era
ele. As regras da Morte ecoavam em sua mente. Estaria traindo um
de seus juramentos ao lhe contar a Cat. Isso não ia bem com ele,
mas a conduta violenta do Bran não se deteria logo.
Assim, respirou fundo e tomou a decisão. “O que sabe sobre os
Reapers?” perguntou Fintan.
Ela aspirou ar profundamente. “São uma lenda. As histórias que, em
realidade, são para assustar aos meninos Fae. am menos isso é o
que sempre pensei até que comecei a escutar aos Fae pela cidade
falar deles como se fossem reais”
“Os Reapers são reais. Bran era um”
“Era?”, perguntou ela e se colocou para lhe olhar. “O que
aconteceu?”
Fintan estava atento à água. “Possivelmente deveria saber que se
responder ao que me pede, a Morte poderia te matar”
“A Morte? Como se fosse uma pessoa?”
“Sim. Está proibido para os Fae saber nada acerca dos Reapers”
Houve uma ligeira pausa antes que ela dissesse “Você é um Fae”
Ele a olhou sem responder.
“Sou uma Halfling” disse ela “Isso importaria?”
“Não” replicou ele. “Não importa”
Ela umedeceu os lábios. “pus ao Bran detrás de mim. Preciso saber”
“A Morte é juiz e jurado para os Fae. Os Reapers são quem levam a
cabo os castigos. A Morte escolhe Fae apoiando-se em suas
habilidades como guerreiros e em como morreram. Todos os
Reapers foram traídos de algum jeito”
Ela tragou saliva e dobrou as pernas levando-lhe ao peito. “OK”
“Quando um Fae se converte no Reaper, a Morte aumenta sua
magia, fazendo-os extremamente poderosos. Bran foi um dos
primeiros sete Reapers. Mas a Morte estabeleceu uma série de
regras muito estritas. Uma vez que um Reaper se compromete a
formar parte, não pode ter nenhum contato com sua família ou
amigos de maneira nenhuma. Têm proibido dizer a alguém os quais
são. E está proibido para um Reaper o apaixonar-se”
“Porque eles são assassinos e precisam trabalhar nas sombras”
disse Cat assentindo com a cabeça. “As regras têm sentido”
Fintan se encontrou olhando-a. Olhou-a a seus olhos verdes, o sol
brilhando sobre as mechas vermelhas de seus cabelos. “Bran se
apaixonou. Não só isso, contou a sua amada Light Fae quem era
ele. Como resposta a que as regras tinham sido quebradas, a Morte
não teve outra eleição que repartir o castigo. Matou a Light Fae.
“Bran não tomou muito bem. Trabalhou para voltar Reaper contra
Reaper. Logo, dividiram-se. Bran e outros três atacaram aos outros
três. Matou o primeiro líder, e os três que se posicionaram com o
Bran foram assassinados rapidamente”.
Cat franziu o cenho. “por que a Morte não se meteu?”
“A Morte o fez e enviou Bran ao Submundo. É um Reino utilizado
como uma prisão Fae”
“Mas ele não está ali”
Fintan negou com a cabeça lentamente. “Durante milhares de anos,
fez-o. Mas recentemente escapou com alguma ajuda. Sua missão é
matar aos Reapers -também à Morte”
“Então, por que vai depois dos meio Fae?”
“Tentou enganar aos Reapers ao dizer que a Morte o tinha ordenado,
mas os Reapers não caíram na armadilha. Bran e seu exército foram
atrás deles imediatamente”
Cat umedeceu os lábios. “E o que aconteceu logo?”
“Os Reapers tentaram salvar tantos Halflings como puderam. De
algum modo, Bran conseguiu passar seu poder a seu exército Dark.
São sete Reapers contra centenas que têm força e magia
acrescentadas”
“Quantas vezes lutou contra Bran?”
“Três” replicou antes de dar-se conta de que inadvertidamente lhe
havia dito que ele era um Reaper.
Ela encolheu os ombros e lhe ofereceu um suave sorriso. “Soube tão
logo começou a falar dos Reapers, que você foi um deles. por que,
simplesmente, não me disse isso?”
“Teme-nos”
“Possivelmente, mas isso era antes de me ajudar”
Ele respirou fundo enquanto se voltava por volta do mar. “Pensava
que te estava ajudando. Agora estou começando a me perguntar se
tiver feito que as coisas estejam pior”
“É fácil viver em um mundo falso” disse ela. “Fiz-o durante anos.
Fingi que tinha magia tal como a tinham minha irmão e minha irmã.
A fantasia esconde a verdade, e é a realidade ao que prefiro me
aferrar agora”
Ele a olhou aos olhos. “A realidade empresta”
“Algumas vezes. Mas se for estar nisto, necessito a verdade por cima
de tudo. Não importa quão dura seja. Independentemente de se crê
que posso dirigi-lo. Devo conhecê-la”
Ele lentamente deixou sair o fôlego. “Bran não parará até que te
tenha”
“O que acontecerá se vencer aos Reapers e à Morte?”
“O caos. Mantemos o equilíbrio entre os Light e os Dark”
A brisa lhe enredou uma mecha de seu cabelo e o levou a sua cara.
Ela ficou a mecha detrás da orelha e se voltou até as ondas que
rompiam na borda. “Chegou a mim porque sabia que podia te ajudar
a acabar com o Bran. Ele acredita que é mais inteligente que nós.
vamos demonstrar que está equivocado”
***
Capítulo 8
Cat se envolveu na dor de perder ao último membro de sua família.
Seria sua armadura quando fora depois dos responsáveis. Quando
Fintan lhe contou sobre os Reapers e o Bran, todas as peças
começaram a encaixar. Não lhe levou muito dar-se conta que ele era
um Reaper. Tinha havido um momento de pânico. Logo analisou os
fatos.
Ele estava ali para ajudá-la.
Tinha-lhe dado uma arma para matar Fae.
Bran tinha assassinado a seu avô e a seus irmãos. Se ia confiar em
alguém, esse seria Fintan. Havia umas quantas opções para ela,
mas estava apostando tudo no Reaper de cabelo branco.
“Deveria ficar aqui” disse Fintan.
Ela pensou na cabana que estava protegida contra os Fae enquanto
voltava a cabeça até ele. “Não ajudou a minha avô. E não poderia
entrar”
“Posso vigiar daqui”
“Disse que Bran podia permanecer velado um comprido tempo. Pode
estar nos vigiando agora mesmo”
Fintan piscou antes de assentir com a cabeça lentamente. “Poderia.
Pode que tenha tido a seus homens te vigiando durante semanas.
Mas não tem nenhuma só oportunidade contra ele você só”
“Esse é minha ponto. Poderia me matar em qualquer momento. por
que não o tem feito?”. Fintan franziu as sobrancelhas “Não sei”
“antes que chegasse. Se ele estava aqui, por que não me matou?
Eu não me estive ocultando”
“Não. Não o tem feito”
Não foi o que disse o que a incomodou, a não ser o que não disse.
Se Bran teve a oportunidade de matá-la e se absteve, isso
significava que tinha algo mais planejado para ela. E francamente,
ela não queria que isso pudesse ser. Observou ao Fintan quando se
levantou e ficou a passear de um lado a outro diante dela dando
largas pernadas. Seu olhar se cravou em suas coxas e na forma em
que os músculos se moviam sob suas calças.
O que fazia a um homem como ele? Era calado, mas era produto de
ser um assassino, ou era sua própria natureza? Era distante, mas
era porque seu aspecto chamava muito a atenção?
adoraria conhecer sua história. Ele havia dito que todos os Reapers
tinham sido traídos e que isso tinha levado a suas próprias mortes.
Alguém lhe tinha enganado. Isso deixava uma profunda cicatriz
sobre uma pessoa.
Seus pensamentos então se voltaram até sua morte. Teria sido
dolorosa? Tinha sofrido? Não deveria importar. Ele era um Reaper
agora. Ao final, o tinha ganho.
Ou não?
De repente, sua própria história não parecia tão triste absolutamente.
A quem lhe importava se ela não tinha magia? Estava viva. Não tinha
sido traída. Era uma maravilha que Fintan não se riu em sua cara
enquanto lhe falava de seus problemas. Estes não eram nada
comparado com o que ele tinha sofrido.
Seu comprido e branco cabelo estava revolto pela brisa, mas parecia
imperturbável enquanto continuava pensando. O mais provável é
que fosse a respeito do Bran. Ela podia ter escutado agora a história,
mas ainda não entendia ao Bran. Entretanto, era fácil discernir suas
motivações. Vingança.
Embora isso parecia muito simples. Fintan lhe tinha pintado como
um Fae faminto de poder com complexo de deus. Bran podia estar
detrás de algo mais que só a vingança.
Como se seus pensamentos sobre o Bran lhe tivessem conjurado,
Searlas apareceu detrás do Fintan. “detrás de você!” gritou Cat.
Fintan se agachou quando uma esfera de magia foi lançada até ele.
Dois Dark mais apareceram e atacaram. Ela se levantou de um salto,
olhando a seu redor enquanto esperava que alguém fosse por ela.
Era um objetivo fácil agora que Fintan estava comprometido. Mas
não havia nenhum. Ela então pôs sua atenção até o Fintan… e ficou
assombrada.
O mais perto que ela tinha estado de uma luta era a televisão, mas
aqui estava acontecendo, só a uns metros dela. Os grunhidos e os
sons da magia encontrando-se com a pele enchiam o ar.
Seus olhos se abriram de par em par quando Fintan deu uma
cotovelada a um dos Dark no pescoço antes se inclinou para trás
para esquivar um círculo arrojado pelo Searlas. Tão ágil como era
Fintan, e assim como sua defesa, ainda eram três contra um.
Ofegou quando uma bola de magia se estrelou contra seu quadril.
Desintegrou suas calças e penetrou em sua pele, deixando um anel
negro que parecia extremamente doloroso. Entretanto, Fintan nem
sequer o apreciou. Utilizava todo seu corpo como uma arma desde
seus pés até sua cabeça. A velocidade com a que se movia era
impossível de rastrear.
perguntou-se por que não teria sua espada. Poderia acabar com eles
rapidamente com sua espada. Logo o pescoço lhe começou a
formigar. Era a sensação de que alguém a estava observando.
Cat lentamente se voltou para olhar por cima de seu ombro e
encontrar um Fae com o cabelo negro e comprido, que estava perto
da cabana. Sorria e lhe oferecia sua mão.
Não tinha necessidade de perguntar quem era. Era Bran. Embora
quando não a tinha matado justo agora, confirmou-lhe seu temor de
que queria algo dela. Se pelo menos tivesse a adaga que Fintan lhe
tinha dado. Poderia afundá-la no negro coração do Bran e sorrir
enquanto o fazia. Mas a tinha deixado em sua mesa da cozinha.
Ela apertou o punho, quando baixou o olhar surpreendido enquanto
sentia algo na palma de sua mão. Ali, tão claro como o dia, estava a
arma. voltou-se e correu a ajudar ao Fintan. Saltando sobre um Dark
que sujeitava uma bola de magia à costas do Fintan, afundou a folha
no pescoço do Dark.
Ao momento seguinte, não ficava mais que pó. antes que pudesse
mover-se ao seguinte, Searlas lhe agarrou o pulso da mão que
sujeitava a adaga. Seus olhos vermelhos brilharam quando se
inclinou para olhá-la.
“Aceita a oferta do Bran”
“me beije o traseiro” disse ela e se retorceu para soltar-se dele.
Quando deu a volta, Searlas sujeitava ao Fintan com uma enorme
esfera apontando a seu rosto. Uns braços de aço a rodearam por
trás, impedindo de ajudar ao Fintan. Seu olhar se encontrou com a
do Reaper. Lhe deu uma pequena inclinação de cabeça para animá-
la. Estava-lhe dizendo que poderia fazê-lo, que ela poderia lutar
contra seu atacante e vencer. Foi todo o reforço que necessitou.
Inclinou a cabeça até diante antes de balançá-la para trás e golpeou
o rosto de seu atacante. O Dark a soltou com uma réstia de
obscenidades. Ela rapidamente se girou e cravou a adaga no
estômago do Fae. Os olhos vermelhos se abriram com incredulidade
antes de converter-se em pó.
Ofegando duramente, Cat se girou ao redor, pronta para lançar a
adaga a Fintan. Salvo que Fintan utilizou sua força e lentamente
girou a esfera até o Searlas. Estava cada vez mais e mais perto do
rosto do Searlas. Justo antes que lhe tocasse, Searlas deu um grito
e desapareceu.
Olhou até a cabana, mas não havia sinal do Bran. Fintan e ela eram
as duas únicas pessoas na praia. A batalha tinha terminado, e
embora seu coração não parava de pulsar e sua forma de agarrar a
adaga não se relaxava.
Fintan ficou em pé e caminhou até ela. Sua camisa parecia farrapos,
logo que pendurando de seu corpo. Suas calças estavam rasgadas
e queimados pela magia. deu-se um festim com o espiono de pele e
músculo ondulante que lhe permitiu ver. Ela havia sentido que havia
poder sob a roupa, poder que não tinha nada que ver com a magia.
Seu olhar voltou a subir por seu corpo até sua cara.
Havia algo em seus olhos, algo que fazia que a sede de sangue se
convertesse em fome. Deu um passo até ele e logo outro até que
estiveram a centímetros de distância um do outro.
Ela levantou o rosto, esperando seu beijo. Desejando-o. Algo nela
trocou. Ela não sabia quando ou como mas o tinha feito. E lhe deu a
bem-vinda.
Seu grande mão se aproximou da parte baixa de suas costas,
abraçando-a enquanto ele tomava sua boca em um beijo que lhe
tirou a respiração e a fazia arder. Lhe rodeou o pescoço com os
braços e abriu seus lábios. Ele inundou sua língua nela. O sabor dele
a fez tremer. Seu sexo se contraiu enquanto o desejo pulsava.
Tão rapidamente como o beijou começou, acabou-se. Soltou-a e deu
um passo atrás. Ela se esforçou por permanecer erguida depois de
tão incrível e assombroso beijo que tinha sido absolutamente muito
curto.
Seus olhos brancos ardiam com evidente desejo. Ele também a
desejava. Assim por que estava levantando um muro entre eles?
“Vi o Bran” disse ele. Ela assentiu com a cabeça, com as palavras
trancadas na garganta. “Ele não te raptou”
Cat piscou e se olhou os braços. Estavam talheres de sangue. Foi
quando se deu conta que tinha sangue salpicado por cima dela.
“Estranho” continuou Fintan. “Searlas falou contigo. O que te disse?”
Levantou seus olhos ao Fintan. Seu olhar era claro, tranqüila.
imaginou-se o desejo que tinha visto neles? O beijo? A
necessidade?
“Queria que aceitasse a oferta do Bran” disse ela finalmente. Fintan
franziu o cenho profundamente. “Que oferta?”
“Não sei”
“Viu ao Bran antes?”
Ela negou com a cabeça e passou junto a ele para dirigir-se à
cabana.
“Pensa cuidadosamente”, disse enquanto ficava detrás dela.
“Poderia haver-se disfarçado.
recebeu algum tipo de ofertas ultimamente?” “Não. Ofereceu-me sua
mão e fui ajudar te”
Fintan fez um som do fundo da garganta. “Bran podia te haver
matado justo então. Não acredito que cometa enganos. Quer-te por
algo”
girou-se e levantou a adaga para que a ponta tocasse seu peito.
“minha único pensamento foi te ajudar”
“Posso cuidar de mim mesmo”
“Sim” disse ela e olhou com toda a intenção as queimaduras em seu
corpo que inclusive agora se estavam curando. “Recordarei-o a
próxima vez. Confia em mim, não o pensarei duas vezes antes de
querer te ajudar novamente”
Quando foi dá-la volta, ele a agarrou do braço, fazendo que a ponta
da adaga lhe cravou a pele. Apareceu uma gota de sangue e rodou
por seu peito. Ela seguiu a brilhante gota vermelha enquanto se abria
caminho sobre seus marcados abdominais. Seus lábios formigavam
por seu beijo enquanto seu corpo sofria por lhe sentir contra ela uma
vez mais.
“Quando agarrou a adaga?” exigiu ele.
Ela levantou o queixo enquanto olhava a seus olhos brancos. “Não
sei. Viu o Bran e desejei tê-la para assim poder utilizá-la contra ele.
Quão seguinte soube é que a tinha na mão. Possivelmente deveria
ter ido atrás dele e deixar que lhe dessem com a esfera na cara”
Seus olhares permaneceram entrelaçadas durante uns quantos
tensos minutos antes que ele afrouxasse seu agarre. “Tem-no feito
bem hoje”
Com sua ira esfriando-se, ela olhou a arma. A confusão empanou
seu rosto enquanto tentava averiguar como tinha terminado em sua
mão. “Então, por que não me sinto melhor com tudo isto?”
“Porque reconhece o que está em jogo”
Ela soltou o braço de sua sujeição e baixou a adaga. “Faço-o?” Não
estava segura de tal coisa. Sem outra palavra, ela deu meia volta e
se dirigiu à cabana. Tinha sido um santuário para ela uma vez. Um
lugar onde podia rodear-se de amor e felicidade -e estar a salvo.
Agora, seria um monumento ao último membro de sua família.
Chegou à entrada da casa, mas não entrou. Como poderia fazê-lo
sem seu avô? Sempre sábio, sempre cheio de amabilidade. Nunca
haveria outro como ele. Na distância, ela pôde escutar as sereias
das autoridades aproximando-se. Alguém mais teve ao final que ver
a fumaça. Seu mundo tal e como o tinha conhecido, tinha acabado.
Agora, estava-se movendo em um de luta e sangue. Uma de magia
e traição. Estava mal preparada para esse papel. Não tinha
treinamento de batalha, nem magia. Ela poderia terminar sendo uma
carga, mas ia dar tudo o que tinha. Por sua família. Por ela mesma.
Não precisava dá-la volta para saber que Fintan estava detrás dela.
Podia sentir sua presença. “Se lhe virem, farão-lhe perguntas”
“Não vou deixar te”
Girando, lhe estendeu a adaga. “Sujeita a por mim”
“Cat…”
“Agora, isto se trata de assuntos humanos” lhe interrompeu ela.
“Tenho que me encarregar disto”
Com uma inclinação de cabeça, desapareceu. Estava segura de que
simplesmente se velou porque ainda podia lhe sentir perto. Coisa
estranha, isso lhe dava o coragem para enfrentar o seguinte por vir.
Logo recordou o sangue que tinha sobre ela. Ninguém podia vê-la
assim. Enquanto levantava suas mãos, sua mente dando voltas em
como arrumar sua roupa, houve um chiado ao longo de sua pele. Foi
suave, calmante, inclusive. Enquanto olhava, o sangue desapareceu
de sua pele e de sua roupa.
“Obrigado” sussurrou ao Fintan quando o primeiro dos carros
chegou.
*******
Capítulo 9
A dor intumescia Cat enquanto tratava com as autoridades por mais
de duas horas, respondendo perguntas intermináveis. Fintan estava
velado e nunca a mais de cinco metros dela durante todo aquilo.
Apesar de tudo, Cat permaneceu forte. Seu olhar freqüentemente se
voltava até a cabana, e ele supunha que as lembranças do passado
a perseguiam. Fintan não se surpreendeu porque Bran se moveu
sobre o velho. O que lhe preocupava era essa sobre chamada oferta
do Bran a Cat. Não importava quanto se espremesse o cérebro
Fintan, que não podia descobrir o que Bran podia querer de Cat.
E isso só incrementava sua inquietação.
Não queria colocar a outros Reapers nisto, mas não ficava outra
opção. Uma vez mais, Bran tinha trocado a estratégia. Em lugar de
tentar matar a Halfling, ele tinha uma proposição que lhe fazer.
Se pelo menos Fintan pudesse averiguar do que se tratava, então
poderia ajudar a Cat. Até que descobrisse os motivos do Bran, uma
vez mais estavam lutando às cegas.
Durante eras, ninguém se tinha aproximado em poder e força aos
Reapers. Agora, alguém tinha aparecido no caminho alterando-o
tudo. Fintan não temia por si mesmo. Tinha vivido e morto uma vez
antes, e estava disposto a fazê-lo outra vez. Não, seus pensamentos
estavam em seus irmãos.
E em Cat.
Já, um de seus irmãos estava perdido. Eoghan podia estar morto,
ou podia estar sofrendo horrivelmente enquanto eles lutavam para
terminar com o Bran. Todo o tempo, Bran continuamente trocava
seus ataques e suas intenções, deixando aos Reapers tratando de
adivinhar.
O plano do Fintan de atrair Bran e lhe capturar tinha sido impecável.
Deveria ter funcionado. Em lugar disso, tinha fracassado. Cat tinha
perdido seu negócio e a seu avô no período de uma hora. Mas Bran
não tinha tentado matá-la.
Fintan passou uma mão pela cara. E sua outra mão estava a adaga
que lhe tinha dado. Ainda não sabia como ela tinha conseguido fazê-
la vir até ela. Para alguém que se supunha que não tinha magia,
tinha utilizado uma habilidade mágica.
Havia algo que estava funcionando aqui que não podia decifrar, algo
que lhe impedia de ver uma clara imagem das coisas. Se soubesse
que Cat iria à cabana e ficaria ali, Fintan viajaria ao Inchmickery. Mas
sabia que deixá-la seria uma loucura.
“Cael” sussurrou.
Por regra geral, os Reapers sempre se velavam quando se
teletransportavam. Assim foi fácil para ele detectar ao Cael tão logo
chegou. O líder dos Reapers se abriu passo, sorteando aos
humanos.
Cael parou a seu lado, cruzando os braços enquanto ambos
observavam a cena. “O que passou?”
“Bran atacou ao avô de Cat depois que prendessem fogo a seu café
esta manhã”
Cael arqueou uma sobrancelha. “Então seu plano funcionou. Como
de perto esteve que lhe matar?”
“Não tão perto como eu gostaria”
“Do que quer dizer?”
Fintan respirou fundo enquanto retrocediam vários passos para que
os humanos não pudessem lhes ouvir. “Bran trocou sua estratégia.
Lutei contra Searlas e dois mais. Enquanto o fazia, Bran apareceu”
“aproximou-se de Cat?”
“Não”
Cael franziu profundamente o cenho enquanto esperava a que
Fintan continuasse com o relato. “Searlas disse a Cat que aceitasse
a oferta do Bran” disse Fintan.
Cael voltou a cabeça até ele “Oferta?” perguntou, lhe picando a
curiosidade. “Que oferta?”
“Não sei. Tampouco Cat. Ela diz que não teve a ninguém
aproximando-se dela com nenhuma classe de proposição”
Com o olhar cravado na areia, Cael perguntou “O que está tratando
de fazer agora esse bastardo?”
“Bran teve a oportunidade de matar Cat hoje, mas não o fez. Quê-la
por algo”
Cael levantou o olhar para coincidir com a do Fintan. Logo assentiu
lentamente enquanto deixava cair os braços aos lados. “De acordo.
O que necessita de mim?”
“Ver se houver algum outro Halfling que Bran não tenha matado.
Pode que exista um patrão”
“Ou pode tratar do caso particular de Cat”
Fintan a olhou, negando com a cabeça. “Não tem magia”
“Ontem o dizia com mais convicção. O que passou?”
Olhou a folha da adaga agora poda de sangue. “Dei este arma a Cat
esta manhã. Ontem, pediu-me algo para proteger-se posto que não
tinha magia”
“E qual é o problema?”
“Ela disse que era a única em sua família que tinha nascido sem
magia. Está convencida disso. Tampouco percebo nenhuma magia
dentro dela”
Cael entrecerrou o olhar “Mas?”
“Justo acabava de lhe dar a adaga quando a chamada chegou
avisando do fogo no café. Uma vez que retornamos à cabana, ela
viu a fumaça aqui. Nos teletransportei para não perder tempo”
“Assim que a arma a deixaram atrás”
“Precisamente” disse Fintan com uma inclinação de cabeça.
Cael elevou uma sobrancelha. “Por seu olhar, presumo que não
retornou por ela”
“Cat a utilizou para matar a um dos Dark contra o que eu estava
lutando”
Cruzando-se de braços, Cael olhou até Cat antes de voltar a cabeça
para olhar Fintan. “Se ela a deixou, como é que conseguiu tê-la
aqui?”
Fintan baixou a arma contra sua perna. “Ela me disse que quando
viu o Bran, desejou tê-la, e que logo a tinha na mão”
“De qualquer forma em que o olhe, isso é magia”
“Sei” Fintan suspirou.
Cael deixou cair os braços. “Entendo seu dilema. Preocupa-me por
que não sentimos magia em seu interior tampouco. Se esse fosse o
caso, o que poderia ela oferecer ao Bran?”
“estive tentando averiguá-lo”
“Porei outros a trabalhar para ver o que conseguem” disse Cael.
“O que tem do Eoghan? Nada?” perguntou antes que o Cael
pudesse teletransportar-se.
Cael suspirou, com o memorou caindo sobre seu peito. “Ainda nada.
É como se não estivesse”
“Só a Morte pode fazer algo como isso. Sei que Bran é poderoso,
mas não acredito que sua magia alcance essa magnitude”
“Tampouco eu” Cael se passou uma mão por seu comprido cabelo
negro e levantou a cabeça. “Não podemos deixar de lhe buscar. Se
Eoghan estiver por aí fora, encontraremo-lhe”
“Será o mesmo?”
“Trataremos com isso quando chegar o momento. por agora,
seguiremos com nossos habituais deveres de deter o Bran,
encontrar ao Eoghan e agora, procurar mais Halflings”
Fintan sabia quão ocupados todos eles estavam. “Que tal as
garotas?”
As garotas eram Jordyn, River e Neve, que se tinham unido aos
Reapers -embora Neve era a única verdadeira Reaper das três. uniu-
se a seu companheiro, Talin, como uma equipe. No curto tempo que
tinha estado com eles, converteu-se em um grande ativo. Na
verdade, Fintan tinha duvidado de que nenhuma das garotas
pudesse ajudar. Estava feliz de que se demonstrou que estava
equivocado.
“Todas estão atacando sua parte” disse Cael. “Kyran se está
adaptando às mudanças de humor do River à medida que o bebê
cresce”
Fintan grunhiu ante as notícias. Um dos mais temidos Dark, Kyran
agora mimava a meio Fae que era seu casal e mãe de seu filho.
“Nunca nos vi por esse caminho” disse Fintan.
Cael negou com a cabeça. “Eu tampouco. Embora não terá que
preocupar-se de que me apaixone”
“minhaa posição é evidente. O que tem do Daire?”
“Acredito que está apaixonado por Rhi”
A legendária Light Fae que uma vez teve uma tórrida aventura com
um Rei Dragão era agora o centro de atenção da Morte. Erith tinha
enviado Daire a seguir Rhi a todos sítios.
“Isso não acabará bem” disse Fintan. “Todo mundo sabe que Rhi
está ainda apaixonada por seu Rei Dragão”
“Felizmente, Daire é mais inteligente que isso -sabe que o melhor é
não dar seu coração a ela”
“E se não sabe?”
Cael encolheu os ombros. “Já não vejo o caminho frente a nós. Está
desmoronado e transbordado”
“vamos prevalecer. Temos à Morte de nosso lado”
Quando Cael não respondeu, Fintan lhe olhou atentamente. Havia
algo que sua líder não lhes estava contando. De momento o deixaria
assim -por agora.
Logo chegaria o momento em que tudo saísse à luz. E, embora Cael
sempre ficava calado quando se tratava de discutir sobre a Morte,
agora havia uma capa acrescentada. Fintan podia senti-lo. Era como
se Cael estivesse calando-a boca intencionadamente e esperando
que ninguém o notasse. Teria algo que ver com que Bran escapasse
do Submundo? depois de tudo, a Morte tinha criado o portal até a
prisão.
Esse portal só deveria ter sido visível para ela. Mas Seamus o tinha
encontrado. O Dark Fae logo o tinha aberto e permitido ao Bran
escapar. Ou Seamus tinha tanta magia como a Morte -o qual era
altamente improvável- ou havia algo mal com Erith. Fintan se
inclinava mais até isto último.
O que seja que fosse, Cael estava tratando com isso. Quando -e se-
sua líder lhes necessitasse, Cael o faria saber a eles. Até então,
Fintan sabia que ele poderia agüentar o que fosse. Do contrário,
Cael não lhes lideraria.
“Que mais averiguou sobre Cat?” perguntou Cael. O olhar do Fintan
estava sobre ela que permanecia perto do corpo de seu avô que
estava agora em uma bolsa negra que estava sendo rebocada até
uma caminhonete. “Tem uma vontade muito forte. É muito valente
apesar da o que se está enfrentando e de tudo que perdeu”
“Confia nela?”
“Está-me perguntando se acredito que está jogando comigo? Não,
não acredito. Acredito teme por sua vida, mas está preparada para
fazer o que for por conseguir vingança contra Bran pelo que lhe tem
feito”
“Bem”
“Contei-lhe sobre nós”. A Morte já saberia posto que se mantinha a
par de seus Reapers, por isso não sentiu a necessidade de ocultar-
lhe ao Cael. Cael suspirou. "As regras trocaram para nós. Não estou
seguro do que fará a Morte. Justo agora, Cat segue viva”
“Nem que dizer tem”
Cael inclinou a um lado a cabeça enquanto olhava ao Fintan
fixamente. “Há algo distinto em ti”
“Não”
“Sim” discutiu ele. “Está em seus olhos. É como se estivesse
preocupado”
Fintan retirou o olhar da intrometido olhar do Cael. “Sabe que não
tenho emoções”
“É obvio”
Não respirou até que Cael se foi. Sacudiu-lhe que Cael pudesse ver
a preocupação que tinha estado aumentando em seu interior desde
que Eoghan tinha desaparecido no torvelinho de magia.
Permitir que esse pouco de emoção entrasse lhe tinha aberto a muito
mais. Cat era um bom exemplo. Não se podia negar o desejo que
sentia por ela. Algo em seu interior lhe fez perguntar-se sobre a
luxúria que lhe governava dessa maneira. Ou poderia ser algo...
mais?
Isso lhe consumia, lhe carcomendo o controle dia e noite. O beijo
tinha sido um engano terrível e impressionante. Agora sabia o
maravilhosamente que ela sabia, e quão ardente era sua paixão.
Ceder a essa luxúria tinha sido quão pior podia ter feito porque agora
a essência dela estava nele. Isso aumentava seu desejo, por isso
era impossível para ele manter suas emoções firmemente
bloqueadas.
Sofria por abraçá-la de novo, sentir seu suave corpo em seus braços.
Inclusive agora, podia escutar a forma em que ela geminha dentro
de sua boca ao primeiro roce de sua língua sobre a dela.
Era uma tentação que não se atrevia a permitir-lhe outra vez.
Entretanto, desejava tudo o que ela tinha para oferecer. Com uma
vontade de ferro forjado durante seu tempo como a mão direita do
Rei Dark, Fintan lentamente silenciou todas as emoções. Era a única
forma em que poderia superar o que vinha com Cat.
Já, tinha começado a sentir algo por ela, e nesta guerra, isso era
algo muito perigoso. Pelo bem dela -e o seu próprio- faria o que fosse
necessário. Nunca poderia haver nada entre eles. Era um Reaper,
que sempre respeitava as regras originais que a Morte tinha
estabelecido. Um Reaper não poderia fazer seu trabalho se seu
coração pertencesse a alguém.
E Fintan era um Reaper -nada mais, e nada menos. Seu papel
significava tudo para ele. Não permitiria que nada destruísse o que
tinha agora. Nem sequer uma Halfling tão preciosa como Catriona
Hayes.
*******
Capítulo 10
Cat não estava segura de por que seguia na praia. Possivelmente
fosse para ver se Bran viria por ela. Ou ao melhor, era porque não
podia suportar o ir-se ainda. Sua família pode que não tivesse sido
muito grande, mas nunca tinha pensado que ela pudesse ser o único
membro sobrevivente. sentia-se como uma pequena bolinha de pó,
e a Terra lhe parecia tão grande como o universo.
Embora Fintan estava perto, não se tinha mostrado ou falado desde
que as autoridades tinham chegado. Estava contente posto que não
estava de humor para manter uma conversa. Sua dor era muito
grande. Pesava-lhe, esmagando-a.
Durante horas, esteve na borda. A maré baixou e voltou a subir. O
sol se aberto caminho através do céu e agora ficava no horizonte. A
vida bulia ao redor dela como se uma pessoa não tivesse sido
assassinada violentamente. Mas por outro lado, essa era a vida. A
gente se centrava em si mesmo em lugar de advertir a dor de outros.
Ela poderia querer que o mundo se detivesse, mas de fato ele não o
faria -nem poderia. Inclusive depois da repentina morte de seus pais,
seu avô tinha feito que ela e seus irmãos continuassem, lhes
obrigando a olhar até diante.
Fazia o mesmo quando seus irmãos foram assassinados. E ela sabia
que se seu avô pudesse falar com ela agora, diria-lhe que seguisse
adiante.
Porque tinha que fazê-lo.
O ar era cada vez mais frio. Fazia que lhe ardessem as bochechas,
e embora o sentia, não lhe importava. Em seu interior, não podia
decidir se queria fazer uma bola e chorar, voltar-se insensível até
tudo, ou deixar que a vingança a dominasse.
Na semana anterior, seu avô e ela tinham falado sobre quão
estranhas seriam as férias com só eles dois agora. Se conseguia
sobreviver a esta luta, estaria-o celebrando só.
“Suficiente”
Fechou os olhos quando escutou a voz do Fintan. Uma enorme
jaqueta a rodeou. Imediatamente seguinte, era levantada em seus
braços. Não lutou contra ele. Em lugar disso, descansou a cabeça
sobre seu ombro. Um segundo mais tarde se encontrou a si mesmo
em seu lar. Ele caminhou a pernadas até o banho onde a ducha já
estava pronta, com o vapor de água enchendo o lugar.
Deixou-a no prato de ducha e fechou a cortina do banho. antes que
sua roupa se empapasse, desapareceu. Só pôde negar com a
cabeça ante a magia de um Fae. logo que a água quente tocou sua
pele, deu-se conta do gelada que estava. moveu-se sob a ducha,
rodeando-se com os braços e deixando cair a água sobre sua
cabeça.
Uma vez que deixou de tremer em seu maior parte, tomou banho.
Nenhuma só vez se atreveu a olhar ao redor da cortina. Esperava -
e temia- que ele estivesse ali. depois de apagar a ducha, alcançou a
toalha que pendurava do cabide. Um rápido olhar lhe confirmou que
estava só. Houve uma quebra de onda de decepção que ela apartou
apressadamente a um lado.
tirou a toalha, ficou uma sudadera e se passou os dedos pelo corto
antes de sair do banho. Fintan estava de pé junto à mesa da cozinha,
com a mão no respaldo de uma cadeira enquanto a esperava.
Cat se dirigiu até ele e se sentou em uma cadeira. Respirou fundo e
cheirou a algo delicioso. O estômago lhe rugiu, lhe recordando que
não tinha comido em todo o dia. Então lhe pôs um bol de sopa diante.
“Come”
Realmente odiava aos homens mandões. Ao menos, normalmente
o fazia. Nesse momento, estava-lhe agradecida. Ele poderia havê-la
deixado para que as arrumasse só, mas não o fez. Tinha-lhe dado
seu tempo, e quando o considerou suficiente, tinha tomado o
assunto em suas próprias mãos.
Não se disse uma só palavra enquanto ela comia, e ele sentado
frente a ela, ao outro lado da mesa. Não foi até que terminou seu
segundo bol que o pôs a um lado e lhe olhou. “Agora o que?”
perguntou ela.
Ele levantou uma branca sobrancelha. “Quando te disse que
tentamos salvar aos Halflings, tivemos êxito. Baylon encontrou
Jordyn no Edimburgo. Estava no processo de procurar tudo o que
pudesse sobre os Fae. Ele esteve ali para salvá-la quando Bran veio
a matá-la. Ao fazê-lo, apaixonaram-se”
Isso não era o que esperava da história. “Isso vai contra as regras
da Morte. Ela morreu?”
“A Morte se deu conta que a história se repetia. Todos nós o
reconhecemos. Foi o pensamento rápido do Jordyn o que nos ajudou
com o Bran. Talvez isso é o que finalmente influiu na Morte porque
as regras trocaram. Baylon e o Jordyn puderam permanecer juntos,
com o resto dos Reapers”
“OH”. Ela não podia imaginar como podia ter acontecido. “O resto de
vocês estiveram de acordo com essa decisão?”
Ele a olhou confuso. “Não tivemos que matar ao Jordyn nem ao
Baylon. Estávamos eufóricos. Embora não te minto se te digo que
era estranho ter a uma mulher entre nós”
“Arrumado a que sim” disse ela com um sorriso.
Seus olhos brancos sustentaram os dela. “Descobrimos que Bran
estava depois de um grupo de livros. Quando Kyran e o Talin
aplainaram a Biblioteca do Edimburgo encontraram que alguém
tinha reunido os livros que necessitávamos para seguir ao Bran.
Essa pessoa era uma meio Fae chamada River.
“Ela lutou contra minhas irmãos para manter os livros protegidos.
Kyran e o Talin de todas formas levaram os livros. Não foi até que
tentamos lê-los que nos demos conta que estavam em diferentes
línguas que tinham sido faladas faz milhares de anos”
Cat se inclinou até diante descansando os braços sobre a mesa.
“Podia Bran lê-los?”
“Não sei. De algum jeito, Kyran deduziu que River podia. Custou-nos
fazê-lo, mas falamos com ela para que nos ajudasse. Embora ela
não tem magia, tem a habilidade de entender qualquer língua Fae.
Entretanto, sua disposição a nos ajudar a pôs no radar do Bran. E
foi atrás dela”
“Por favor, me diga que protegeram River”
Ele respirou fundo e deixou sair o ar. “Fizemo-lo. Em meio de tudo
aquilo, Kyran se apaixonou por ela, e ela agora está grávida de seu
filho”
Os olhos de Cat se abriram de par em par. “Isso é assombroso.
Suponho que a Morte lhe permitiu seguir também”
“Necessitamos a River. E ninguém queria repetir a história”
“Além disso” disse Cat com uma careta de seus lábios. “Baylon tinha
conseguido conservar a sua mulher”
Fintan assentiu. “Exatamente. Dois Halflings que eram objetivo do
Bran para morrer”
“Vejo um patrão”
“Todos o fazíamos. O seguinte movimento da Morte foi enviar ao
Talin a Corte dos Light Fae para espiá-los. Esteve-o fazendo durante
meses. O que não sabíamos era que Bran também tinha espiões
entre eles. logo que Talin mostrou interesse em uma mulher, Bran
foi a Neve. Matou a seus pais frente a ela e converteu a seu irmão
em um Dark”
Cat podia só ser meio Fae, mas sabia o que isso significava para um
Light. Cat não podia imaginar o horror que Neve teve que sentir.
“Neve tentou salvar a seu irmão com a ajuda de uma Light chamada
Rhi. Ambas pensavam que uma vez que se afastasse do Bran, Atris
voltaria a ser o mesmo. Só que ele matou Neve”
Cat cobriu a boca com as mãos quando assimilou as palavras do
Fintan. O olhou a mesa e se sentou nela um momento. “O que todos
nós sabíamos é que Talin se apaixonou por Neve. A Morte faria
concessões às Halflings, mas não a uma Fae. Essa regra não
trocou”
Cat fechou os olhos, insegura de se poderia seguir escutando. Os
Reapers se supunham poderosos. A Morte era… bom, a Morte.
deveria-se fazer algo.
“Neve foi traída e assassinada” disse Fintan. Foi quando a ela lhe
ocorreu. Abriu os olhos e baixou a mão. “Neve se converteu em um
Reaper”
“Sim”
“Três Reapers encontraram o amor e conseguido viver. Isso é bom”
disse ela com um sorriso. Mas Fintan não o devolveu.
Logo ela franziu o cenho quando recordou algo que havia dito antes.
“Sete. Há sete de vocês. Neve faria a oitava”
“Faria-o, mas a noite que foi assassinada, houve uma grande batalha
entre os Reapers e o exército do Bran. Rhi se uniu a nós. Foi sua
magia a que deteve o Bran, mas a conseqüência foi uma violenta
tormenta de magia.
“Bran conseguiu controlá-la, apontando-a até o Cael que estava
ferido. Eoghan, um dos Reapers originais, tirou o Cael do caminho,
e no processo, foi sugado pela tormenta”
Um dos amigos do Fintan estava perdido. Ela chegou ao outro lado
da mesa e pôs sua mão sobre o dorso da dele. “Eoghan está morto?”
“Não acreditamos, mas ainda não o encontramos. Não pararemos
de procurar até que o façamos”
Ela baixou o olhar a sua mão contra a dele e lentamente se sentou
para trás, lhe soltando. “E Rhi? Ela é uma Fae. Sabe quem são?”
“A Morte lhe apagou as lembranças”
“por que não a matou?”
“Pela mesma razão que a Morte tem ao Daire seguindo-a. Não
sabemos” Cat estalou a língua. “E quem questiona à Morte
verdade?” “Exatamente”
“por que me contou tudo isto?”
esfregou-se a mandíbula e retirou o olhar. “Nos três casos, Bran
tentou matar às mulheres. Supus que como ele assassinou a seus
irmãos, ele faria o mesmo contigo”
“Mas?” urgiu-lhe ela quando fez uma pausa.
“teve amplas oportunidades de te matar hoje, e não o tem feito” Ela
suspirou. “
Refere-te à oferta?”
“Há uma por aí. Recebeu-a, embora seja possível que não a recorde”
Cat se levantou e pôs o bol na pia. Quando se voltou, ela apoiou
suas mãos a cada um dos lados dela no mostrador. “Quando vi o
Bran hoje, instintivamente soube que era ele. Foi como se o
conhecesse”
“Era, provavelmente, que se aproximaria de você com a proposição”
“Quando falou dele, pensei que se tornou Dark depois de todas suas
matanças”
Fintan se levantou e empurrou a cadeira. “Quando nos convertemos
em Reapers, deixamos de ser Light ou Dark. Convertemo-nos no
que criou a Morte, embora conservemos a cor que tínhamos em
vida”.
“Já te hei dito que não vi ao Bran antes de hoje”
“Mas lhe reconheceu”
Ela enrugou a cara, incapaz de negar a verdade. “Sim, mas não sei
como”
“Tinha muitos clientes no café cada dia. Não pode recordá-los a
todos” Lhe lançou um olhar.
“Aos Fae os lembro”
“Então utilizou magia”
“Isso não faz que me sinta melhor”
“Não deveria” disse Fintan. voltou-se e olhou as cortinas fechadas
na janela principal. Cat se afastou do mostrador e caminhou para
ficar frente a ele. “Se você não tivesse estado aqui, não teria sabido
do Bran. Não teria sabido que era o responsável pela morte de
minhas irmãos”
“Teria visto o mal nele”
“Soa tão seguro disso, mas eu não o estou. Sua oferta pode ter sido
similar à tua. Possivelmente queria me proteger. A teria aceito”
Os olhos brancos do Fintan brilharam com intensidade. “esteve ao
redor dos Fae toda sua vida. Não sabe quando a gente utiliza
glamour?”
Ela encolheu os ombros, fazendo um gesto com o rosto. “Em alguns
casos, parece que há algo que não está bem com um Fae”
“Teria visto através do Bran”
“antes que fosse muito tarde?”
O lhe manteve o olhar durante um comprido momento. “por que te
pergunta sobre algo que não aconteceu?”
“Não sei”
“teve um dia duro” disse ele e se fez a um lado. Com uma mão na
costas dela, conduziu-a à porta de seu dormitório. “Precisa
descansar. Tudo estará mais claro pela manhã”
“Duvido” murmurou ela mas caminhou até a cama e se amassou sob
as mantas.
*******
Capítulo 11
Subúrbios do Cork, Irlanda.
Amor.
Lhe amava.
A ele!
Fintan não podia deixar de olhar a Cat. Nem podia acreditar que lhe
amava. As palavras soavam estranhas em sua cabeça.
Possivelmente uma vez que se acostumasse a elas, poderia ser
capaz das dizer.
apoiou-se contra a porta e viu como Cat olhava com assombro um
dos livros que River tinha estado custodiando. Ela fez todo tipo de
perguntas. Desde que os Reapers tinham retornado da batalha
recente com o Bran, o estado de ânimo tinha sido ligeiro no
complexo.
Ou possivelmente só se tratasse da adição de Cat. Entretanto, nas
márgens estava o aviso de que Eoghan ainda seguia desaparecido.
Todos se sentavam juntos na biblioteca, rindo e ficando ao dia com
Cat em tudo. Não passou muito tempo antes que a conversa
recorresse à nova informação sobre o Bran.
Cael de repente ficou de pé. Fintan voltou a cabeça na direção do
Cael, encontrando-se com a Morte. Ela estava sob o arco da porta
com as mãos juntas. Seu comprido e negro cabelo estava sobre seu
ombro em uma trança de cauda de peixe que caía junto a um de
seus seios. Ia vestida com seu habitual vestido negro. Este tinha
uma saia larga com tule vermelho escuro em capas. O sutiã sem
mangas era ajustado à forma com um patrão de redemoinhos
vermelhos desde sua cintura até ao redor de seus seios.
Seus olhos cor lavanda estavam concentrados em Cat. Fintan saltou
sobre seus pés e se dirigiu para ficar junto a Cat, mas lhe tocou a
mão e lhe fez uma suave negação com a cabeça. depois de
encontrar-se com o olhar da Morte, Cat caminhou até Erith.
A Morte levantou seu queixo. “Parece que tenho uma dívida contigo
Catriona Hayes” “Cat” a corrigiu ela. “E não, não tem uma dívida
comigo”
“foi só por sua vontade que eu não esteja morta” disse Erith.
Cat encolheu os ombros e disse. “Parecia equivocado fazer o que
Bran pedia. Inclusive se ele não tivesse matado a minhaa família,
não o teria feito”
“Também deduziu muitos detalhes que nenhum de nós tínhamos
deduzido” disse a Morte. “Como?”
Cat olhou em direção ao Fintan e sorriu. A ele lhe inchou o peito.
Nunca tinha estado mais orgulhoso de ninguém que de sua mulher
nesse momento. “Quando Fintan me contou sobre o Bran, eu sabia
que era a classe de homem que pensa que é mais inteligente que
outros. É por isso que o fiz falar. Ele deu muito então. Foi então
quando me dei conta que seu plano era muito simples” disse Cat.
Erith respirou fundo. “Simples ou não, muitos têm caído em suas
armadilhas. Estou feliz de que não tenha sido uma deles”
“O que significa isso para mim?”
Fintan se moveu para estar com Cat enquanto olhava à Morte. “Sei
que não tenho direito a falar, mas pode ser perdoada?”
“Perdoada?” A Morte perguntou com a frente enrugada. “Do que?”
Fintan franziu o cenho. “De seu castigo. Falei-lhe de nós”
“Não tinha eleição. Além disso, Cat fez muitíssimo por você e pelos
Reapers, mas sobretudo por mim. Não o danificarei nem sequer
discutindo o assunto mais a fundo”
Cael caminhou para ficar ao lado da Morte. “Bem-vinda à família,
Cat”
Fintan estava preparado para regozijar-se, mas Cat estava agora
franzindo o cenho “O que ocorre?” perguntou-lhe.
Ela levantou o olhar até ele. “Se estiver de alguma forma de parte
dos Reapers, então estou oficialmente no exército da Morte”
“E?” Fintan não estava seguro de qual era o problema. “Então não
posso matar ao Bran”
A Morte disse “me deixe isso, querida minha”
logo que Erith voltou o olhar até ele e sorriu, Fintan soube que Cat e
ele contavam plenamente com sua bênção. Ele inclinou a cabeça.
Para seu assombro, a Morte lhe rodeou com os braços lhe
abraçando enquanto ela sussurrava, “Estou feliz por você. É hora de
esquecer o passado e permitir que Cat te mostre tudo o que perdeu”
Soltou-lhe e se afastou. logo ela se voltou, com o olhar encontrando-
se com o olhar do Cael enquanto os dois se afastavam. Fintan
esperou até que o casal desapareceu antes de voltar-se até Cat e o
futuro que lhes esperava.
“Eu gosto dela” disse Cat.
Fintan a atraiu contra ele. “E lhe gosta”
“E o que passa contigo?” perguntou ela, com um resplendor em seus
olhos.
Lhe pôs as mãos a cada lado da cabeça, deixando que seus dedos
se afundassem em suas ardentes mechas. “Amo-te”
“E eu amo a você, minha atrativo Reaper” murmurou ela antes
ficando nas pontas dos pés para lhe beijar.
***
Eoghan fechou os olhos contra a força escura. Estava a seu redor,
um ser vivo, que respirava. Tinha caído neste lugar, sem saber o que
lhe esperava.
Não podia distinguir a besta das sombras. Não tinha sabido
esconder-se. E lutar contra ela só tinha piorado as coisas. Nunca
antes lhe tinha doído tanto.
Seu corpo inteiro estava atormentado por uma agonia que nunca
parecia terminar, e temia que nunca o fizesse.
As marcas de garras sobre seu peito pulsavam quase tão forte como
seus membros que estavam estirados e atados. Suspeitava que era
o jantar, mas não se deprimia tão facilmente. Tentou utilizar sua
magia, mas era como se já não tivesse mais. Este reino, ou lugar -
onde quer que estava- parecia lhe haver despojado de sua magia e
poder, lhe deixando tão indefeso como um mortal.
Mas não se renderia. Lutaria contra os laços em seus pulsos,
sentindo que lhe cortavam a pele até sangrar. Foi esse sangue que
finalmente lhe permitiu tirar uma mão. dispôs-se a desatar seu outro
pulso, mas seus dedos não se moveram conforme o solicitado.
Custou-lhe o dobro de tempo liberar sua mão e logo seus pés.
Levantou a cabeça, preparado para fugir, só para deter-se. A força
escura se aproximava rapidamente. Eoghan ficou em pé e ficou,
preparado para enfrentar-se à besta. Abriu os olhos, mas não lhe
serviu de nada. Viu algo a um lado na escuridão. Não estava seguro
do que era, mas sabia que nunca o tinha visto antes.
Com a besta aproximando-se, Eoghan teve que tomar uma decisão.
lançou-se até um lado justo quando a força o alcançava.