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36.9.

3 Agentes químicos(NR 33)

36.9.3.1 A empresa deve adotar medidas de prevenção coletivas e individuais quando da


utilização de produtos químicos.

36.9.3.2 As medidas de prevenção coletivas a serem adotadas quando da utilização de


amônia devem envolver, no mínimo:

a) manutenção das concentrações ambientais aos níveis mais baixos possíveis e sempre
abaixo do nível de ação (NR-09), por meio de ventilação adequada;

b) implantação de mecanismos para a detecção precoce de vazamentos nos pontos


críticos, acoplados a sistema de alarme;

c) instalação de painel de controle do sistema de refrigeração;

d) instalação de chuveiros de segurança e lava-olhos;

e) manutenção de saídas de emergência desobstruídas e adequadamente sinalizadas;

f) manutenção de sistemas apropriados de prevenção e combate a incêndios, em perfeito


estado de funcionamento;

g) instalação de chuveiros ou sprinklers acima dos grandes vasos de amônia, para mantê-
los resfriados em caso de fogo, de acordo com a análise de risco;

h) manutenção das instalações elétricas à prova de explosão, próximas aos tanques;

i) sinalização e identificação dos componentes, inclusive as tubulações;

j) permanência apenas das pessoas autorizadas para realizar atividades de inspeção,


manutenção ou operação de equipamentos na sala de máquinas.

36.9.3.2.1 Em caso de vazamento de amônia, o painel de controle do sistema de


refrigeração deve:

a) acionar automaticamente o sistema de alarme;

b) acionar o sistema de controle e eliminação da amônia.

36.9.3.3 O empregador deve elaborar Plano de Resposta a Emergências que contemple


ações específicas a serem adotadas na ocorrência de vazamentos de amônia. 36.9.3.3.1 O
Plano de Resposta a Emergências deve conter, no mínimo:
a) nome e função do responsável técnico pela elaboração e revisão do plano;

b) nome e função do responsável pelo gerenciamento e execução do plano;

c) designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis pela execução de


cada ação;

d) estabelecimento dos possíveis cenários de emergências, com base na análise de riscos;

e) descrição das medidas necessárias para resposta a cada cenário contemplado;

f) descrição dos procedimentos de resposta à emergência, incluindo medidas de


evacuação das áreas, remoção das fontes de ignição, quando necessário, formas de
redução da concentração de amônia e procedimentos de contenção de vazamento;

g) descrição das medidas de proteção coletiva e individual;

h) indicação dos EPI adequados ao risco;

i) registro dos exercícios simulados realizados com periodicidade mínima anual


envolvendo todos os empregados da área.

36.9.3.4 Sempre que ocorrer acidente que implique vazamento de amônia nos ambientes
de trabalho, deve ser efetuada a medição da concentração do produto no ambiente para
que seja autorizado o retorno dos trabalhadores às suas atividades.

36.9.3.4.1 Deve ser realizada avaliação das causas e consequências do acidente, com
registro das ocorrências, postos e locais afetados, identificação dos trabalhadores
expostos, resultados das avaliações clínicas e medidas de prevenção a serem adotadas.
ARTIGO SOBRE AMÔNIA

A utilização em grande escala da Amônia nos sistemas de refrigeração nas empresas de


alimentação tem gerado grande preocupação para os profissionais de segurança do
trabalho que atuam neste segmento.

As grandes falhas das instalações de refrigeração utilizando amônia, na maioria das


empresas, começam na fase dos projetos engenharia e as principais consequências são
custos de correção e controle elevados. Atualmente a Amônia é muito utilizada por
possuir as principais características desejáveis para um agente refrigerante, como por
exemplo:

• Produzir o máximo possível de refrigeração para um determinado volume de


vapor;

• Ter estabilidade química, sem tendência a se decompor, nas condições normais


de funcionamento para temperatura e pressão atmosféricas;

• Não apresentar efeito prejudicial sobre metais, lubrificantes e outros materiais


utilizados nos demais componentes dos sistemas de refrigeração;

• Não ser combustível ou explosivo nas condições normais de funcionamento;

• Possuir um bom custo x benefício.

Este post vai ajudá-lo a entender um pouco mais sobre esse assunto. Mostraremos as
causas e consequências desses riscos e como é possível melhorar os controles com o uso
de estratégias adequadas bem como EPCs e EPIs corretos. Confira!
Quais os principais riscos à saúde nas instalações de Amônia nas indústrias
alimentícias?

Temos riscos muito altos vinculados às atividades industriais do ramo alimentício que
trabalham com Amônia em seus processos de refrigeração. Precisamos estar muito
atentos, equipados e capacitados para tratar com este agente químico, portanto
embasamos todo o trabalho com amônia (NH3) nas Normas Técnicas nacionais vigentes
bem como nas normas européias.

De acordo com a Nota Técnica n° 03/DSST/SIT (Refrigeração Industrial por Amônia –


Riscos, Segurança e Auditoria), “ os sistemas de refrigeração por amônia consistem de
uma série de vasos e tubulações interconectados, que comprimem e bombeiam o
refrigerante para um ou mais ambientes, com a finalidade de resfriá-los ou congelá-los a
uma temperatura específica.”

A amônia, com símbolo químico NH3, é constituída de um átomo de nitrogênio e três de


hidrogênio, apresentando-se como gás à temperatura e pressão ambientes. Liquefaz-se
sob pressão atmosférica a – 33,35 ºC..

Principais efeitos da inalação ou contato com Amônia.

O gás é um irritante poderoso das vias respiratórias, olhos e pele. Dependendo do tempo
e do nível de exposição podem ocorrer efeitos que vão de irritações leves a severas lesões
corporais A inalação pode causar dificuldades respiratórias, broncoespasmo, queimadura
da mucosa nasal, faringe e laringe, dor no peito e edema pulmonar. A ingestão causa
náusea, vômitos e inchação nos lábios, boca e laringe. A amônia produz, em contato com
a pele, dor, eritema e vesiculação.

Em altas concentrações, pode haver necrose dos tecidos e queimaduras profundas. O


contato com os olhos em baixas concentrações (10 ppm) resulta em irritação ocular e
lacrimejamento. No caso de concentrações ainda mais altas, pode haver conjuntivite,
erosão na córnea e cegueira temporária ou permanente. Reações tardias podem acontecer,
como fibrose pulmonar, catarata e atrofia da retina.
A amônia é um produto químico perigoso, corrosivo para a pele, olhos, vias aéreas
superiores e pulmões. Caso seja inalada, pode causar tosse, chiado no peito, falta de ar,
asfixiar e queimar as vias aéreas superiores. A amônia tem fórmula NH3 e é um gás
muito tóxico.

Como estes riscos podem ser evitados?

1. Cumprindo as normas de Segurança e Saúde no trabalho vigentes;

2. Execução de projeto apropriado dos sistemas de refrigeração, orientado por


normas e códigos de engenharia;

3. Esquemas de manutenção preventiva com uma inspeção visual em todos os


pontos críticos – soldas, curvas, junções, selos mecânicos – ao menos a cada 3
meses;

4. Monitoramento e operação eficazes dos sistemas de refrigeração sendo que


tanques e reservatórios devem passar por inspeção de SSMA completa, nos
prazos máximos previstos na legislação nacional (NR 13), recomendando-se
radiografia de soldas e testes de pressão.

5. Informações de segurança do processo;

6. Análise preliminar dos riscos existentes;

7. Procedimentos operacionais e de emergência devidamente descritos e


divulgados aos trabalhadores envolvidos nas operações;

8. Capacitação técnica dos trabalhadores;

9. Mecanismos de gestão de mudanças;

10. Auditorias periódicas;

11. Investigação de incidentes.

No caso de emergência com vazamentos quais são as boas práticas para o


tratamento?
O uso de sistema de detecção de amônia fixo com instalação de detectores dentro da sala
de máquinas e ambientes indústrias é recomendado para proteção do sistema de
refrigeração industrial como um todo (operadores, colaboradores e maquinários). O IIAR
(Instituto Internacional de Refrigeração por Amônia) recomenda ainda a instalação de
caixa de controle do sistema de refrigeração de emergência, que desligue todos os
equipamentos elétricos e acione a ventilação mecânica exaustora fixa ou portátil sempre
que necessário. Através do monitoramento contínuo da concentração de amônia na sala
de máquinas, quando atingidos determinados níveis, serão acionados alarmes para
tomadas de ações do controle de proteção.

As principais causas de vazamentos nestes sistemas de refrigeração são:

• Falhas nas válvulas de alívio, tanto mecânicas quanto por ajuste inadequado
da pressão;

• Abastecimento inadequado dos vasos comunicantes;

• Danos provocados por impacto externo por equipamentos móveis, como


empilhadeiras;

• Corrosão externa, mais rápida em condições de grande calor e umidade,


especialmente nas porções de baixa pressão do sistema;

• Rachaduras internas de vasos que tendem a ocorrer próximas aos pontos de


solda;

• Aprisionamento de líquido nas tubulações, entre válvulas de fechamento;

• Excesso de líquido no compressor;

• Excesso de vibração no sistema, que pode levar a sua falência prematura.

O que fazer diante de uma emergência com vazamento de amônia?


A partir da detecção do vazamento, através do sistema de detecção de Amônia instalado
na indústria, as principais providências são as seguintes:

1. Acionar os membros da CIPA, Brigadistas e Operadores da sala de máquinas


que devem ser treinados para possível evacuação do local e a utilização da
vestimenta Nível A.

2. Comunicar o Corpo de Bombeiros e a Companhia Ambiental Estadual, do


vazamento e as medidas de emergência tomadas para solução ou
contingenciamento do mesmo.

Em grandes vazamentos de amônia, deve-se aspergir água sobre o vazamento para forçar
a reação de hidratação e formação do hidróxido a amônia, que em estado aerossolizado,
comporta-se como um gás denso.

Na forma de gás denso pode ser diluído através de ventilação mecânica para controlar a
concentração do gás tóxico, mesmo nos ambientes abertos, dentro dos níveis
determinados pelos padrões de segurança definidos pela empresa.

Estes padrões devem estar contidos no Plano de Atendimento Emergencial e Programa


de Gerenciamento de Risco.

Quais são os principais equipamentos de proteção individual e coletiva necessários?

Para proteção Individual é recomendado o uso de capacete, óculos de segurança, roupa


de PVC, bota confeccionada com liga especial de PVC e Poliuretano, macacão Nível ”A”,
luvas de PVC e conjunto autônomo com máscara e cilindro de oxigênio.

Muito importante disponibilizar individualmente aos trabalhadores envolvidos na


operacionalização dos sistemas de refrigeração, a FISPQ (Ficha de Informações de
Segurança de Produtos) do produto (Amônia NH3) ou Amônia Anidra, pois trata-se de
documentação obrigatória de acordo com a NBR 14.725/2009, parte 2 (critérios para
classificação de produtos perigosos) e parte 4 (elaboração da FISPQ).
Para Proteção Coletiva a principais recomendações são:

1. Sistema de Combate à incêndio,

2. Sistema de detecção fixo de Amônia,

3. Sistema de detecção portátil de Amônia.

4. Manutenção das concentrações ambientais nos níveis mais baixos possíveis e


sempre menor que o limite do nível de ação (de acordo com a NR 9), por meio
de ventilação mecânica fixa ou portátil adequada;

Implantação de mecanismos para a detecção precoce de vazamentos, com por exemplo a


instalação de monitores ambientais acoplados a sistemas de alarme, especialmente nos
locais críticos dos sistemas de refrigeração.

Sinalização adequada dos equipamentos e tubulações, a existência de saídas de


emergência mantidas permanentemente desobstruídas e adequadamente sinalizadas, e a
instalação de chuveiros de segurança e lava-olhos.

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