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PARÓQUIA DE SÃO FRANCISCO XAVIER

SEDE PAROQUIAL
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Ministérios na Liturgia
da Palavra

Purificai Senhor o meu coração e os meus lábios,


para que eu anuncie dignamente a Vossa Palavra.

ABRIL 2021

@Grupo de Leitores Santo Agostinho 2021


ÍNDICE

MINISTÉRIOS NA LITURGIA DA PALAVRA ........................................................................................ 2

FUNÇÕES DO LEITOR ................................................................................................................................ 2

FAZER A LEITURA OU PROCLAMAR A PALAVRA? ......................................................................... 3 1

COMUNICAÇÃO COM A ASSEMBLEIA ............................................................................................... 5

RECOMENDAÇÕES PARA SE TORNAR UM BOM LEITOR ........................................................... 6

CONCLUSÃO ...............................................................................................................................................11

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MINISTÉRIOS NA LITURGIA DA PALAVRA

A liturgia da palavra exige a contribuição de vários ministérios litúrgicos:

Evangelho
É proclamado pelo Diácono. Na sua falta por um presbítero/sacerdote/padre ou
bispo presente. Se não estiver presente o Diácono nem outro Sacerdote, lê o
Evangelho o próprio presidente da celebração. 2

Leituras
A função de proferir as leituras não é presidencial, mas ministerial. Por isso as leituras
são proclamadas por um Leitor Instituído, caso não haja Leitores Instituídos, pode
fazê-lo qualquer leigo idóneo. Em todo o caso, quando não esteja presente mais
ninguém que possa proclamar a leitura, ela deve ser feita por um Sacerdote ou
Diácono, ou pelo próprio Presidente da Celebração.

Salmo responsorial
É cantado pelo Salmista. No caso de ser recitado, será o leitor a fazê-lo.

Oração dos fiéis


Compete ao Diácono enunciar as intenções da oração dos fiéis. Mas, quando não
houver Diácono, essa função deve ser efectuada por um leitor/leigo idóneo.

Homilia
Deve ser proferida apenas pelos Ministros Ordenados.

FUNÇÕES DO LEITOR
Na leitura individual, cada pessoa faz a leitura para si mesma. Mas na celebração, a
leitura é comunitária, portanto, alguém deverá fazê-la para que todos a ouçam: O
leitor.

Existem dois tipos de leitores na liturgia: o leitor instituído, que recebe este ministério
num rito litúrgico próprio e o leitor não instituído, ou o leitor confiado, que recebe o
ministério por meio de uma bênção litúrgica (no nosso caso específico, leitores de SFX,
fazemos o compromisso ou renovação de compromisso).

Por isso, a função do leitor resume-se em:


▪ Proclamar as leituras das Sagradas Escrituras;
▪ Propor as intenções da Oração Universal; e
▪ Faltando o salmista, recitar o salmo entre as leituras.

Portanto, para que este serviço seja bem exercido e com conhecimento, é importante
que sejam oferecidas formações bíblica-litúrgicas, técnicas e espiritual.
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Ser leitor na Igreja é um serviço, serviço à palavra e serviço à comunidade

A Palavra de Deus faz parte essencial da vida da Igreja. Pela sua proclamação Cristo
torna-se presente (cf. SC 7 - Constituição sobre a Sagrada Escritura do Concílio
Vaticano II). A Palavra desperta para a fé e alimenta a fé. Por ela, Deus faz-se ouvir
aos homens. Normalmente, Deus serve-Se da proclamação para a fazer ouvir, e quem
a proclama é o leitor. O leitor serve a Palavra. Para isso, terá de alimentar-se da
3
Palavra.
O leitor empresta a sua voz a Deus para que Ele possa falar. Não fala em
seu nome próprio; Fala a Palavra de Deus. Por isso os leitores precisam
estar bem preparados para exercer este ministério.

O leitor serve também a comunidade, da qual faz parte, na qual se integra e à qual
proclama a Palavra. É pela palavra que a comunidade se reúne em assembleia. O
leitor faz a mediação entre a Palavra e a Assembleia, é um servidor. Ao proclamar a
Palavra, o leitor torna-a viva, comunicativa e interpelante. “O leitor é a voz pela qual
a Palavra se comunica” (Santo Agostinho). Não trabalha por conta própria, mas
como representante de Cristo, animado pelo Seu Espírito. É Cristo que fala, quando
se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja (SC, nº.7). Por isso, o leitor não está ali para
aparecer, mas para prestar um serviço (ministério) aos irmãos e irmãs reunidos em
assembleia.

FAZER A LEITURA OU PROCLAMAR A PALAVRA?


Na liturgia não se faz simplesmente a leitura. É necessário proclamar. O proclamador
vai além da simples leitura:
▪ Medita a Palavra antes;
▪ Deixa a Palavra penetrar na sua vida;
▪ Estuda o sentido do texto;
▪ Pergunta, guarda no coração a Palavra que leu;
▪ Quando lê na celebração, as palavras não saem de um texto frio, mas do calor de
seu coração.

Fazer a leitura:
Significa ir lá à frente, ler o que está escrito, para a minha informação e da
comunidade, ou, no pior dos casos, é apenas uma formalidade: a celebração supõe
leitura, alguém deve fazê-la, pouco importa se os presentes entenderam o que foi
lido ou se foram atingidos pelo que ouviram.

Proclamar a Palavra:
É um gesto sacramental. É quando me coloco ao serviço de Jesus Cristo que, através
da minha leitura, da minha voz, da minha comunicação, fala pessoalmente com o seu
povo reunido.

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O documento conciliar sobre a Sagrada Liturgia (Sacrosanctum Concilium) exprime-o
da seguinte maneira no artigo 7: “Presente está pela sua Palavra, pois é Ele mesmo
que fala, quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja”, isto é, na comunidade
reunida.

Por isso, leitura não é aula, não é informação, não é noticiário… leitura é Jesus Cristo
presente com o seu Espírito, falando na comunidade, anunciando o reino, 4

denunciando as injustiças, convocando a comunidade, convidando-a para a


renovação da aliança, da conversão, da esperança, da açcão, purificando e
transformando-nos. Não é só pelo conteúdo da leitura, mas por todo o seu modo de
ser, de falar, de olhar e de se movimentar, o leitor ou a leitora deverão ser, no meio
da comunidade, sinais vivos do Cristo-Palavra e do seu Espírito.

A leitura litúrgica é um acontecimento comunitário e sacramental; Jesus Cristo fala à


comunidade reunida pela mediação do leitor ou da leitora, o Espírito está presente
na pessoa que lê e está actuante também nos ouvintes para que acolham a Palavra
em suas vidas. Os ouvintes devem ouvir, escutar e acolher a Palavra. Ouvem as
palavras proclamadas pelos leitores e têm os olhos fixos neles (Leitura bíblica Lc, 4,
14-22), para não perderem nem uma vírgula, nem um sinal daquilo que é anunciado.
Na nossa comunidade de SFX existe o hábito de alguns
paroquianos acompanharem as leituras através do missal ou dos
programas de canto, ao invés de fixarem os olhos no leitor.

Proclamar com os Lábios e com o Coração

O Missal Romano prevê um pequeno gesto feito em silêncio, que pode mostrar-nos
claramente como deve ser a atitude dos leitores:

Antes de o diácono proclamar o evangelho na missa, ele inclina-se diante do


presidente da assembleia e pede a sua bênção. O presidente diz então: “O Senhor
esteja no teu coração e nos teus lábios para que possas anunciar dignamente o
seu Evangelho: em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Quando é o próprio padre que faz a proclamação, ele inclina-se diante do altar e reza
assim: “Deus todo-poderoso, purificai o meu coração e os meus lábios para que
eu anuncie dignamente o vosso Santo Evangelho”.

Todos os leitores poderiam inspirar-se nestes dois


textos para a sua oração e atitude interior antes
da proclamação da leitura. Os dois textos
referem-se ao coração e os lábios:

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Ao coração, porque é nele que acolhemos a Palavra e o Espírito do Senhor que é
Amor. Esta proclamação deverá partir do coração.

Aos lábios, porque são o instrumento de comunicação. “Lábios” significam aqui todo
esforço feito para que a palavra concebida no coração sob a açcão do Espírito possa
atingir o coração dos ouvintes, possa gerar neles a Palavra que quer fazer-se carne
outra vez na nossa vida, ritmo, respiração, ênfase.
5

De facto, devemos deixar que o Senhor esteja presente neste processo de


comunicação, que deverá ser realizado com toda a dedicação e unção possíveis
(lembram-se da intimidade com Deus no texto anterior?).

COMUNICAÇÃO COM A ASSEMBLEIA

Expressão Corporal e Litúrgica


Na liturgia o corpo também deve ser usado para se comunicar: há gestos que falam;
gestos que xingam; gestos que aplaudem e gestos que condenam. A maneira
correcta de usar o corpo é o início da comunicação com a assembleia:

Sentado
Perna esquerda um pouco à frente, cabeça acompanhando o corpo.

Em pé junto ao ambão
A perna esquerda deve estar um pouco afastada da direita.

Cabeça
Acompanhando o corpo, expressão de alegria sem vulgaridade.

Olhos
Manter a empatia – ir e voltar. Pelo olhar gostamos ou não. Vê-se o íntimo da pessoa.
O olhar deve ser firme, mas não arrogante.

Boca
É o alto-falante do corpo. Precisamos exercitar para que as palavras sejam bem
articuladas e para que haja uma boa pronúncia. Evitar vícios como:
▪ o Comer as letras: poblema, tesora, peloro, os seus neto, colete (ao invés de
Coelet);
▪ o Acentuação gráfica: Antióquia, Etiopía;
▪ A respiração correcta pelo nariz facilita a fala.

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RECOMENDAÇÕES PARA SE TORNAR UM BOM LEITOR

A arte de falar em público requer aperfeiçoamento. É possível trabalhar para superar


o medo, os erros de leitura, os vícios de postura, a falta de comunicação. Precisamos
ter “a Palavra” como um tesouro, que necessita de constante polimento/lapidação.

Sempre é bom refletir: não falamos para nós mesmos, temos um público a nos ouvir.
Temos a missão de passar a mensagem: “somos comunicadores do Reino de Deus”. 6

O nosso triunfo principal é quando a palavra que anunciamos atinge o coração do


ouvinte e se torna “semente plantada”. Para isso, é preciso preparação.

Deixamos de seguida 10 recomendações para uma proclamação digna:

1. Preparar a leitura
✓ Conhecer e compreender o texto;
➢ Conhecer o texto e também o contexto da celebração. Compreender o sentido
do texto, captar a sua estrutura, as suas articulações, os seus pontos mais
altos, a sua vivacidade.
➢ Quem fala no texto? A quem fala? Sobre quê? Com que finalidade?
➢ De que género de texto se trata: Um relato? Uma exortação? Um diálogo?
Uma oração? Uma censura?
➢ O que sentem as personagens que aparecem no texto?
➢ Há palavras difíceis de compreender? Que significam?
➢ O texto é divisível em partes? Onde começa e acaba cada parte?
➢ É importante conhecer o texto e também conhecer o contexto da celebração;

✓ Preparar uma leitura expressiva


➢ Ver que entoação se deve dar a cada frase, quais são as frases que se devem
ressaltar, onde estão os pontos e as vírgulas, qual a pontuação do texto;
➢ Quais as palavras mais importantes e as expressões ou frases principais que
importa sublinhar?
➢ Onde fazer pausa, breve ou prolongada? Onde evitar a pausa?
➢ Qual o tom de voz (ou tons de vozes) adequado para o texto?
➢ Qual o ritmo (as acentuações, os encadeamentos) e o movimento (acelerado,
rápido, espaçado, lento) que se deve usar, no texto ou nas partes?

✓ Ler o texto em voz alta


➢ Ler o texto antes, em voz alta e várias vezes, com exercícios parcelares e com o
texto completo.
➢ Identificar as “armadilhas fonéticas” em que poderá tropeçar;
➢ Articular e pronunciar bem cada palavra e cada sílaba, não negligenciando as
consoantes.
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2. Apresentar-se correctamente
✓ Ter critério e apresentar-se como pessoa educada e normal;
✓ Não trajar algo que possa distrair ou ofender os presentes, seja por
ostentação, seja por desleixo (camisolas de anúncios, vestuário desalinhados
ou sujo, penteados estranhos...);
✓ As vestes devem ser decentes e discretas. Cuidado com as roupas curtas,
calças da moda, acessórios, etc... saiba que: a má apresentação do leitor pode 7

ser um obstáculo para que os demais aceitem a mensagem da Palavra de


Deus.

3. Examinar alguns pormenores antes da celebração


✓ O Leccionário está no ambão? Está aberto na página correcta? Se não…algum erro
ou opção?
✓ O microfone está ligado? O volume, o tom e a altura estão correctos? Deve-se
evitar o seu ajuste durante a celebração, mediante o sopro ou os dois toques de
dedos, ou outros ruídos perturbadores,
✓ A que distância deve estar a boca para que a voz seja audível e expressiva?

4. Saber deslocar-se para o ambão


✓ Estar preparado e aproximar-se do ambão no momento oportuno;
✓ Situar-se, desde o começo da celebração, em lugar preparado para os leitores,
não muito afastado do ambão;
✓ Não avançar para o ambão antes de estar concluído o que precede. Se for
necessário, deve aproximar-se discretamente, antes do momento de subir;
✓ O primeiro leitor só deve deslocar-se para fazer a primeira leitura quando tiver
terminado a oração de colecta, da qual faz parte o Amén da assembleia. Não é
agradável, nem ajuda a celebração, vê-lo já a caminhar, para o ambão, quando o
presidente ainda ora ao Pai, em nome e na pessoa de Cristo;
✓ O leitor da Oração dos Fiéis pode deslocar-se discretamente, durante o Credo, de
modo que esteja já no ambão (IGMR 138), quando o Presidente fizer a introdução.
Não deve sair do ambão, enquanto o Presidente não concluir a Oração;
✓ Caminhar a um passo normal, sem ostentação nem precipitação ou rigidez, mas
com uma digna e ritmada naturalidade.

5. Postura diante do ambão


✓ Ter em conta a posição do corpo. Não se trata de adoptar posturas rígidas, nem
demasiado descontraídas;
✓ Em pé com a cabeça erguida; costas rectas para poder respirar melhor;

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✓ Não se manter com os braços cruzados ou as mãos nos bolsos. Os braços
poderão manter-se pendentes ao longo do corpo, ou dobrados para permitir um
leve e discreto apoio das mãos nas laterais ou na orla central do ambão (evitando
tocar o Leccionário a fim de não o danificar com a adiposidade corporal);
✓ Ver se o microfone está ligado (sem os toques perturbadores) e se está na altura
correcta. Colocar-se à distância adequada do microfone para que se oiça bem.
Não começar, portanto, enquanto o microfone não estiver ajustado à sua medida 8

(que deverá ser feito antes): a medida adequada costuma ser a um palmo da boca
e na direcção da mesma.
✓ Pés bem assentes, levemente afastados e firmes. Não balancear-se, nem cruzar os
pés, nem estar apoiado apenas num pé;
✓ Não iniciar a leitura sem que haja silêncio absoluto e as pessoas estejam
realmente sentadas e atentas.

6. Ler sem pressa


✓ Ler calmamente;
A maioria dos leitores corre demasiado. O importante é não se precipitar
nem procurar terminar a leitura o mais rápido possível, mas fazê-lo de
forma que a assembleia possa seguir inteiramente o que se lê;

✓ Pronunciar e articular bem as palavras;


✓ Observar as pausas: ponto final, exclamação, interrogação, entoação, etc; É
necessário prestar atenção aos sinais de trânsito da leitura: as vírgulas e os
pontos. As vírgulas são como o “sinal de aproximação de estrada com
prioridade” (uma pausa leve) enquanto que os pontos são como
um “STOP” (pare por uns segundos);
✓ Ler fazendo pausas nas vírgulas e fazendo uma respiração completa em cada
ponto;
✓ Nas pausas longas, o leitor pode aproveitar e olhar por uns instantes para a
assembleia a fim de criar proximidade. Não se olha com cara feia, mas deixar que
seu rosto exprima o ESCUTAR os sentimentos do Senhor para com o seu
povo.
✓ Considere que o ouvinte não é um gravador, mas uma mente humana que requer
tempo para sentir, reagir, ouvir, entender, coordenar e assimilar.
Geralmente, lê-se depressa e não se fazem as pausas
adequadas, como pede o texto lido. A pontuação oral
nem sempre coincide com a pontuação escrita. A leitura
rápida pode cortar o contacto com a assembleia;
✓ A dicção é fundamental: o leitor deve olhar para a assembleia e dizer solenemente
em tom proclamativo: “Palavra do Senhor”.
✓ Não deve ser o leitor a ler a introdução da leitura ou o comentário que o
antecede;

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✓ Ler só o título bíblico. Nunca se leia Primeira Leitura ou Salmo responsorial;
✓ Após a leitura do título, faça-se uma pausa para destacar o texto que vai ser
proclamado;
✓ Saber fazer pausas. Um silêncio longo para o leitor, é curto para o ouvinte;
✓ Deve-se chegar ao ambão e respirar antes de começar a ler;
✓ Fazer uma pausa no final, antes de dizer "palavra do senhor;
✓ Escutar no ambão a resposta da assembleia e voltar ao lugar; 9

Aprender a ler sem pressa, com aprumo e segurança leva


tempo e carece de prática; por isso, é importante fazer os
ensaios e provas que forem necessários: é a única maneira!
7. Exprimir os sentimentos do autor e das personagens
✓ A voz deverá acompanhar e expressar o momento vivido;
o A voz de pedido de perdão é diferente da voz que anuncia um glória;
o A voz da Páscoa é alegre, a voz do perdão é sóbria;
o A voz do glória é animada, a voz da meditação é carinhosa;
Em que grupo te enquadras?
✓ Por isso, para cada Leitura um tom diferente:
o É muito comum os leitores usarem o mesmo tom para todas as leituras: No
entanto, as leituras tiradas da bíblia pertencem a géneros literários
diferentes, às vezes trata-se da narração de um facto histórico, outras vezes
trata-se de uma poesia ou de uma norma jurídica; às vezes é uma parábola,
um ensinamento ou uma profecia, outras vezes é um hino, uma oração, um
provérbio, uma carta, um diário de viagem etc..
o A cada género literário deve corresponder um tom diferente, uma maneira
diferente de dizer a leitura;
o Não se lê uma poesia como se fosse uma notícia de jornal; o tom do
locutor que relata o jogo de futebol é diferente do tom que se usa para ler
uma poesia. Passando para o exemplo da bíblia: não podemos ler a Paixão
de Jesus Cristo no mesmo tom que uma carta de São Paulo. Não se trata
de dramatizar ou de criar uma ilusão, mas de reproduzir ou tornar vivos um
texto e um acontecimento;
o Podemos classificar o tom de voz em quatro espécies:
a) Voz de ouro = entusiasta, empolga, é alta e clara, leva o ouvinte a sentir
pelo que anuncia (Glória, Páscoa, Aleluia);
b) Voz de prata = é normal, descritiva, calma, carinhosa. Encaminha a
meditação;
c) Voz de bronze = é misteriosa, sólida, sinistra: é a voz do perdão, da
repreensão;
d) Voz de veludo = misto de ouro e prata, voz de amor, do entendimento,
do carinho.
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✓ O leitor tem a responsabilidade de, usando os seus dotes oratórios, a sua técnica
refinada e a sua arte de dizer, promover o encontro vital e a comunhão entre
Deus que fala e os ouvintes.
✓ Mover os lábios e a boca, sem afectação nem teatro, recordando que se está
“actuando” em público, e que o público tem que captar tudo e bem.

8. Evitar apagar-se a cada frase ou no fim do texto


10
✓ A leitura exige uma continuidade, não baixar o tom nos finais da frase;
✓ As últimas sílabas de cada frase têm que se ouvir tão bem como todas as
restantes. Infelizmente, a tendência é para nestas sílabas se baixar o tom;
✓ Por isso, não deixar cair demasiado o tom de voz, mesmo nos pontos finais; o
verdadeiro ponto final está no fim do texto.

9. Procurar ler com a cabeça levantada


✓ A cabeça deve estar direita, no prolongamento do corpo;
o Com a cabeça levantada, a assembleia contacta um rosto e o leitor exprime
um texto dirigido à assembleia e não devolvido ao livro;
o Com a cabeça levantada, a própria voz ganha em clareza e volume. O tom de
voz é mais alto e, portanto, mais fácil de captar;
✓ Olhar com naturalidade, de vez em quanto, para a comunidade.
Estas olhadelas, no meio da leitura, não se têm que impor como
um propósito, o que seria artificial. Mas se sair naturalmente,
poderá ser útil, especialmente nas frases mais relevantes: ajuda a
acentuá-las, a criar um clima comunitário, e a ler mais devagar.

✓ Se o ambão é baixo, o melhor é suster o livro nas mãos, levantando-o, do que


baixar a cabeça.
10. Concluir a leitura
✓ Antes de dizer "Palavra do Senhor", fazer uma pausa após a última frase;
✓ Dizer a aclamação (Palavra do Senhor) olhando para a assembleia;
✓ Dizer só "Palavra do Senhor" e nada mais (ex: Irmãos, esta é a Palavra do
Senhor…). Trata-se de uma aclamação e não de uma explicação. Dizê-lo em tom
de aclamação, e não de explicação ou de informação. Importa que se sinta o
carácter de aclamação pela forma como é dito.
✓ Não abandonar o ambão antes da resposta da assembleia;
✓ Deixar o Leccionário aberto na página do Salmo responsorial ou da 2ª Leitura,
para que fique pronto para o leitor que se segue;
✓ Regressar ao lugar com calma e naturalidade, em passo normal e firme.
Afastar o estilo do leitor que sobe à pressas,
começa a leitura sem olhar as pessoas e, ao
acabar, foge ainda mais depressa.

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CONCLUSÃO
Lembrem-se sempre que o ler bem treina-se, ensaia-se, prepara-se E adquire-se. É
uma verdadeira arte ao serviço da Fé.

E mais… Pratique a Leitura! Quanto mais você ler mais gosto você terá pela leitura, e
mais facilidades você terá para a compreendê-la e transmiti-la.
11
OBS: Sessões práticas na igreja em data e hora a
indicar oportunamente pela coordenação do
grupo. Obrigatória a participação de todos os
leitores activos.

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