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EEB 453: Princípios de Aplicação Bíblica

Prof. Heber Carlos de Campos Júnior


Email: heber.campos@mackenzie.br

Aula 10: Lei e Evangelho

Na aula 9, nós falamos sobre redescobrir o evangelho, a notícia que o cristão também
deveria ouvir regularmente, pois essa boa nova de salvação é imprescindível para nos mover à
santificação. Temos a tendência de falar muito sobre o impacto que devemos causar, da igreja
ser relevante na sociedade, mas deixamos de lado a notícia que nos impulsiona a uma vida
impactante ou relevante. Pregamos lei sem evangelho. Atentamos para os imperativos da
Escritura, mas desconsideramos a importância dos indicativos como força propulsora dos
imperativos.
Se na aula anterior nós levantamos a questão dos modos verbais (indicativo e imperativo)
para ilustrar como a gramática nos ensina o que Deus fez (o que devemos crer) e o que requer de
nós (como devemos obedecer), nesta aula iremos continuar essa ênfase (crer/obedecer)
resgatando uma distinção histórica que remonta à Reforma Protestante – lei e evangelho – a qual
deveria servir de princípio interpretativo de toda a Escritura. Em segundo lugar, trabalharemos
como esse binômio lei/evangelho tem como objetivo atingir o coração para expor suas feiuras e
transformá-lo pelo poder do Espírito. Por último, faremos um alerta quanto ao uso desse
paradigma hermenêutico.

1. As Dinâmicas entre Lei e Evangelho


Desde a Reforma Protestante, teólogos como Martinho Lutero e João Calvino
expressaram a importância de entender as Escrituras à luz da seguinte chave hermenêutica: lei e
evangelho. Isto é, de que toda a Escritura seja vista à luz desse princípio interpretativo. Não é
exagero dizer que praticamente tudo na Bíblia – o que Deus faz ou o que Ele espera de nós – é
lei ou evangelho. Ernest C. Reisinger escreveu assim:
“A lei e o evangelho são as partes principais da revelação divina; melhor, eles são o
centro, o resumo, e a substância do todo. Toda passagem das Sagradas Escrituras são ou
lei ou evangelho. Até as histórias do Antigo e Novo Testamentos, no que diz respeito à

1
agência do homem, são simplesmente narrativas de atos feitos em conformidade ou em
oposição à lei moral, e feitos em crença ou descrença no evangelho.”1
Desde Filipe Melanchthon e João Calvino, a lei moral de Deus (ex: os dez mandamentos)
sempre foi compreendida como tendo três usos: o uso pedagógico, o uso civil e o uso normativo.
O uso pedagógico, ou teológico, ensina que a lei vem a ser o instrumento para a convicção de
pecado e consciência de incapacidade de satisfazer a lei (Rm 3.20; 7.7). Calvino disse que a lei
funciona como espelho, revelando a nossa iniquidade. A lei vem a ser o preceptor para conduzir
a Cristo (Gl 3.24). O segundo uso da lei moral é o civil, ou político, propõe que a lei sirva para
restringir o pecado e promover a justiça (1 Tm 1.9-10; Rm 13.3-4). Isto é, ao impor medo pela
punição, a lei acaba cerceando a prática da injustiça. O terceiro uso da lei moral é o normativo
pois significa que a lei funciona como norma de vida para os crentes. Ela mostra o caminho de
obediência a Deus para a santificação.
Para Lutero, a lei tinha principalmente o primeiro uso mencionado acima. Ela deveria
demonstrar o pecado a fim de que o pecador corresse para Cristo para obter perdão. Lutero
entendeu que a lei fere, ele evidencia o nosso pecado, mostra nossas impurezas, a fim de que
busquemos a notícia (evangelho) que sara. Essa eficácia da lei promove conversão no ímpio e
constante arrependimento no cristão. Isto significa que esse primeiro uso da lei é aplicável a nós
em todos as fases de nossa vida. Jesus usou a lei para ferir o coração de ímpios como o jovem
rico (Mc 10.17-22) e a mulher samaritana (Jo 4.15-18), afastando o primeiro e transformando a
segunda. Semelhantemente, quando aplicamos a lei de Deus para a vida de nossos ouvintes
feriremos a tal ponto que alguns rejeitarão nossa mensagem enquanto outros serão conduzidos
ao arrependimento para a vida.
Vemos o mesmo uso da lei sendo aplicado à vida de cristãos também. Na história do rei
Josias (2 Rs 22), um rei piedoso, ele encontra o Livro da Lei na casa do Senhor e quando o livro
é lido ele e toda a nação são conduzidos a um grande arrependimento. Josias já sabia que o povo
estava em pecado ao corromper o templo e, por isso, ele resolve repará-lo. Porém, quando o
Livro da Lei é encontrado e lido, Josias e seus súditos percebem a profundidade de suas
iniquidades. Os profetas também constantemente aplicavam a lei de Moisés ao povo de Deus no
Antigo Testamento a fim de fazê-los enxergar o seu pecado. Mas este ferir da lei não ficava sem
o bálsamo do evangelho. Sendo assim, praticamente todos os profetas, após longos capítulos ou
trechos condenando o pecado do seu povo, gastam a parte final de seus livros confortando suas
almas com a boa nova de perdão e renovação (Is 40-66; Ez 40-48; Os 14; Amós 9.11-15; Mq
7.8-20; Sf 3.8-20). Semelhantemente, precisamos aplicar a lei de Deus sem deixar de trazer a

1
REISINGER, The Law and the Gospel , p. xix.

2
promessa de que Deus é “fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a
injustiça” (1 Jo 1.9). Nossa mensagem precisa ter essa dinâmica de lei que conduz ao evangelho.
As formas nas quais os oráculos proféticos foram proferidos nos ensinam muito acerca de
lei e evangelho. Em primeiro lugar, o aspecto condicional da profecia funcionava como um
alerta estimulador tanto na lei que anuncia o juízo (Jr 18.7-10; 26.17-19; Ez 33.13-15; Jn 3-4)
quanto nas promessas de restauração (2 Cr 7.14; Jr 29.10-14). A força do condicional está em
exigir resposta do ser humano, seja para se arrepender de seus pecados (lei) ou para suplicar a
libertação do Senhor (evangelho). Em segundo lugar, o aspecto vivaz da profecia deve ser
obedecido para expressar a força do texto. Seja no anúncio de juízo ou de restauração, o profeta
lançava mão de imagens muito vívidas aos primeiros ouvintes que deviam causar uma
impressão de terror ou de esperança.2 A força da aplicação está não só em explicar o que o texto
sagrado quer dizer, mas em "traduzir" para alguma realidade presente que possibilite reações
semelhantes. Em terceiro lugar, o aspecto escatológico da profecia deve ser trabalhado para
despertar reações no presente. Trazer uma visão da realidade futura aos ouvintes visava
promover arrependimento aos rebeldes e consequente encorajamento aos contritos. Em especial
nas promessas gloriosas do porvir, o profeta nos ensina que o gracioso evangelho restaurador é
que nos anima ao cumprimento da lei. Essa é uma segunda dinâmica de lei e evangelho que
ainda não foi devidamente explorada.
Se Lutero enfatizou a lei conduzindo ao evangelho, Calvino mostrou que existe ainda
outra dinâmica.3 Como ele enfatizava o terceiro uso da lei (o normativo) como o mais
importante, embora apenas aplicável ao crente, temos que entender que a lei nos mostra o
caminho de santidade. Ela tem que se tornar o nosso deleite, não um fardo (Sl 119.97; Rm 7.22;
1 Jo 5.3). Isto significa que depois da primeira dinâmica em que a lei conduz ao evangelho para
o perdão, precisamos ter a segunda dinâmica em que o evangelho traz o crente renovado pelo
Espírito de volta à lei para cumpri-la na força do nosso Deus. Após Jesus ter liberto a mulher
adúltera da condenação por apedrejamento, trazendo-lhe perdão, ele termina dizendo “vai e não
peques mais” (veja Jo 8.1-11). O propósito final do evangelho é fazer-nos novas criaturas a fim
de que sejamos imitadores de Cristo por intermédio de sua lei.
Por isso, precisamos aplicar as Escrituras de tal forma a ter as duas dinâmicas
funcionando. Em uma mensagem, podemos enfatizar mais a primeira dinâmica, em outra
mensagem mais a segunda. Porém, nunca podemos pregar só lei sem evangelho (legalismo

2
A descrição do dia do Senhor em Sofonias, por exemplo, provê imagens antes do que informação precisa. Tais imagens
visam fornecer uma impressão antes do que um registro antecipado de cada detalhe futuro. Por isso, podemos dizer que
tais oráculos devem funcionar como a pintura impressionista de Monet ou Renoir, isto é, para ser apreciada na sua
totalidade antes do que em seus detalhes aparentemente “borrados”. STEIN, A Basic Guide to Interpreting the Bible, p. 98.
3
Para o tratamento de Calvino sobre os usos da lei, leia as Institutas da Religião Cristã, livro 2, capítulos 6 a 13.

3
devastador), ou só evangelho sem lei (graça barata). Precisamos aprender com os reformadores
como aplicar as Escrituras a fim de ter ambos.
Isto não significa que você terá uma boa recepção da mensagem entre os membros de sua
igreja. Certa vez, quando resolvi pregar na genealogia de Mateus 1, destaquei os pecados e
fraquezas de vários personagens famosos daquela genealogia para concluir que se tratava de
uma genealogia de graça: Cristo veio de uma descendência de pecadores para conduzi-los ao
arrependimento e renovação. Em outras palavras, trabalhei a dinâmica de lei conduzindo ao
evangelho. Um dos líderes da igreja não gostou da forma como eu expus o pecado de
personagens respeitosos (Abraão, Davi, Salomão, etc.) de forma a mostrar a sua feiura, pois
estava acostumado a olhar para eles como exemplos morais.
Porém, reconheci quão importante é pregar a lei acompanhada do evangelho. Certa vez
preguei a um grupo de adolescentes sobre sexualidade. Minha mensagem enfatizou bastante a
necessidade de pureza durante o período anterior ao casamento. Falei de como engajar em
relacionamentos íntimos antes do matrimônio poderia causar males e cicatrizes duradouras.
Minha intenção era livrá-los desse mal. Ao final da mensagem, muitos agradeceram a boa
exortação bíblica, mas duas jovens que me informaram que muitas moças que me ouviam já não
eram mais puras e tinham saído da palestra em prantos. Por isso, eles me disseram que embora a
palestra tivesse sido bíblica, haviam lamentado o fato de eu não ter falado nada de perdão. Eu
não gostei da sugestão delas e tentei mostrar a importância de alertar os adolescentes para livrá-
los do mal. Todavia, muito tempo depois eu percebi que elas estavam certas. Eu havia pregado
lei sem evangelho. Não havia conforto, não havia esperança para quem não passasse no crivo da
lei. Minha pregação havia sido angustiante porque eu me esquecera da notícia, da promessa de
perdão e renovação. Eu me detive no que os adolescentes deviam fazer. Minha aplicação não foi
evangélica, mas legalista.
Minha oração é que você sempre use a lei para conduzir ao evangelho, mas complemente
essa dinâmica conduzindo o cristão perdoado de volta para a lei a fim de cumpri-la com deleite.

2. O Alvo é o Coração
Lei e evangelho devem ser pregados com o intuito de atingir o coração. Por coração, não
nos referimos ao conceito cardíaco nem ao conceito romântico de coração (referente a emoções).
A cultura hodierna tende a dicotomizar mente e coração, como faziam os gregos antigos, mas ao
invés de valorizar a razão triunfando sobre as paixões do corpo como fazia a cultura helênica, a
cultura ocidental contemporânea inverte a ordem antiga e diz que o verdadeiro “eu” tem sede

4
nas emoções.4 Evangélicos acabam perpetuando essa dicotomia quando falam que precisamos
conhecer a Deus não só com a mente, mas com o coração.
O conceito bíblico de coração é muito mais abrangente e profundo do que um depositório
de emoções. Na antropologia bíblica, o coração é a sede da personalidade humana (Pv 4.23;
27.19), a fonte de todo pensamento, emoção e desejo. Em outras palavras, o homem é a projeção
do que é o seu coração (Mt 12.34). O que o seu coração ama o define (Mt 6.21). O coração é
tanto o local onde o pecado lança as suas raízes mais profundas (Jr 17.9) quanto o alvo de
transformação operada pelo Espírito (Ez 36.26-27; At 16.14). Essa centralidade do coração na
antropologia bíblica requer que entendamos a necessidade da pregação apelar ao coração.
Quando a lei é exposta, seja para despertar nossa percepção do pecado que habita em nós
(uso pedagógico), cercear a prática pecaminosa com os alertas do Senhor (uso civil), ou
demonstrar o caminho de santidade (uso normativo), não podemos mirar o comportamento.
Afinal, comportamento correspondente à lei destituído de impulsos do coração é legalismo. Por
isso, a pregação da lei deve ferir o coração mostrando suas idolatrias, revelando sua hipocrisia,
discernindo suas reais motivações. A pregação da lei também deve alertar seu coração para os
perigos de um caminho distante do Senhor e aterrorizá-lo com o temor do Senhor. Por último, a
pregação da lei deve atingir o coração santificado com o padrão divino de santidade para que o
cristão anele ser puro para o Senhor.
Toda essa eficácia da lei é dependente do evangelho transformar o coração humano e isso
é obra do Espírito. No entanto, nossas aplicações precisam ter a antropologia bíblica em mente
para que não abordemos nossos ouvintes de forma superficial, sem considerar a profundidade do
problema humana e a necessidade de mudança radical. Exortar pessoas materialistas a contribuir
mais com a obra do reino atinge apenas a vontade, possivelmente criando uma culpa temporária
mas sem alcançar o coração. Semelhantemente, contar histórias de pessoas que foram
transformadas por atos de generosidade apela às emoções inspirando alguns a doarem dinheiro,
mas sem mudança duradoura.5 Nesses exemplos de materialismo, "a segurança do dinheiro é
mais real espiritualmente para as pessoas do que a segurança da providência amorosa e sábia de
Deus."6 Isto é, não deixamos de doar desprendidamente por ignorância quanto ao que é
moralmente correto, mas porque nosso coração acredita e se deleita mais na segurança
materialista do que na providência divina.
Mudança de vida decorrente da pregação, portanto, só acontece quando a mensagem
atinge o coração. Ainda que creiamos que isso seja obra do Espírito, enfatizamos que não se

4
KELLER, Pregação, p. 196.
5
KELLER, Pregação, p. 199.
6
KELLER, Pregação, p. 202.

5
deve negligenciar a importância de direcionar nossas aplicações ao coração humano. Tim Keller
sugere que isso seja feito de seis maneiras: afetuosa (expressar amor pelo Senhor e suas
verdades na hora de pregar atinge as pessoas), imaginativa (com histórias e analogias que
capturem o imaginário do ouvinte), maravilhosa (demonstrando como o evangelho desperta o
nosso encanto), memorável (através de insights inovadores, linguagem simples e retórica
adequada à cultura), cristocêntrica (apresentando nossa inabilidade de fazer o que devemos e
apontando para Cristo que nos resgata) e prática (com abordagens e situações variadas
permeando todo o sermão).7
Essa é apenas uma sugestão de quem deseja que o sermão seja mais do que apenas
informação, mas opere transformação. Antes, porém, de qualquer proposta de método, a
preocupação de que o sermão deva impactar tem precedência. Tal preocupação deve levar-nos a
buscar as diferentes maneiras de pregar tanto lei quanto evangelho.

3. Um alerta final
Nem todo gênero literário permite que o molde de 'lei e evangelho' se aplique. Embora
toda a Escritura esteja inserida numa realidade de queda e redenção, onde nossos pecados são
revelados e carecemos da redenção de Cristo, nem todo texto revela ambos os aspectos. O
Salmo 100 nos convoca a uma adoração sem, contudo, destacar os pecados dos quais fomos
libertos (como o Salmo 107 o faz); o Salmo apela para a relação pactual que temos com Deus
desde a Criação ("foi ele quem nos fez, e dele somos"). Portanto, o Salmo 100 não fala de lei
expondo o nosso pecado e nem explicita a nossa redenção, embora talvez ela seja o contexto do
louvor do rebanho no salmo. A proposta do sermão de quatro páginas8 não funcionaria no Salmo
100.
Em contrapartida, os oráculos proféticos de Isaías 13 a 23 não apresentam o Evangelho.
Elas são palavras de juízo do Deus que governa não só Judá, mas todas as nações vizinhas. A
glória do Senhor enquanto juiz é grandemente destacada nesses textos, mas não sua misericórdia
salvadora. Portanto, se esses textos forem expostos por eles mesmos, o anúncio do pregador será
acerca da soberania de Deus sobre ímpios e do seu juízo para com impenitentes, mesmo que eles

7
KELLER, Pregação, p. 203-223.
8
WILSON, Paul Scott. As Quatro Páginas do Sermão: Um Guia para a Pregação Bíblica (São Paulo: Vida Nova, 2020). A
proposta do livro é que o serão deva ter quatro movimentos, o que o autor chama de “páginas”. Página 1: Apresenta o
problema ou conflito enfrentado pelo autor bíblico e seu público original. Página 2: Analisa conflitos semelhantes em nosso
próprio tempo. Página 3: Redireciona nossa atenção à Bíblia, para assim identificar como Deus estava em ação no contexto
original do livro canônico. Página 4: Aponta para a ação de Deus em nosso mundo hoje. Embora a proposta do livro seja
bem interessante e útil na maioria das vezes, nem todo texto apresenta essa dinâmica de problema ou conflito (Queda) e
ação divina (Redenção).

6
não reconheçam a Deus. Para que haja anúncio do evangelho, o pregador precisaria amarrar
esses oráculos com outros nos quais Deus demonstra misericórdia para com nações gentílicas (Is
60; Am 9.11-12) revelando que Deus não faz acepção de pessoas (ex: Jesus remindo os
samaritanos em Jo 4). Não há qualquer empecilho em pregar em mais de uma passagem, se
quisermos fazer uma espécie de teologia bíblica da relação de Deus com as nações pagãs. O que
não podemos fazer é aplicar uma moldura única forçando-a ao texto.
O que essas exceções revelam é que precisa haver um cuidado do pregador/mestre de
atentar paras as especificidades de cada gênero literário e de cada perícope. Se um texto nos
convoca ao louvor, falemos de louvor, não de serviço. Um exemplo ruim seria ‘dar um sabão’
nas pessoas que não tem se voluntariado para o trabalho da igreja enquanto se prega o Salmo
100, só porque o texto diz "Servi ao Senhor com alegria", mas tem irmão que não serve. Isso é
aplicar de forma equivocada, pois o texto nos convoca ao louvor, não nos exorta ao trabalho. Se
um texto nos conforta, então aprendemos a confortar. Se um texto nos alerta ao perigo da
negligência espiritual (ex: Sf 2.3; Hb 3.12-19), então ouse alertar com a mesma força que o texto
o faz. Não dê explicações teológicas sobre a perseverança dos santos para acalmar a consciência
de alguns enfraquecendo, assim, a tônica do texto.
Esse alerta final tem como propósito dizer que você deve obedecer a tônica do texto. É
assim que Deus fala com o seu povo. Não devemos supor que há um jeito único de pregar ou
mesmo de aplicar. Por isso, esse curso não trabalha com fórmulas ou com estruturas fixas, mas
com 'pilares', com orientações, entendendo que não existe molde único que se encaixe em toda
passagem bíblica.

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