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Vem, Fuvest!

Aula 01
A estrutura da
redação

Prof. Carlos Augusto Minha Redação Corrigida @minha.redacao.corrigida


Estrutura da redação: você deve evitar
▪ Contradições, incoerências, inadequações
quanto ao uso de conectivos;
▪ Pouco uso de conectivos, circularidade na
apresentação das informações;
▪ Erros de pontuação (que também
prejudicam a progressão textual).

E o que é progressão textual?


E o que isso tem a ver com a costura?
Estrutura da redação: seu texto deve ter
▪ Informações escolhidas de modo estratégico;
▪ Relações lógicas entre os períodos e divisão
adequada dos parágrafos;
▪ Uso correto da vírgula;
▪ Linha de raciocínio que conduza a leitura do
avaliador de forma lógica.

Como saber se estou acertando?


Vamos por partes?
▪ Na introdução: contextualização do tema,
encaminhamentos para o desenvolvimento e
apresentação do ponto de vista;
▪ No desenvolvimento: tópico frasal, discussão e
fechamento do parágrafo;
▪ Na conclusão: tópico frasal, retomada da discussão
proposta no desenvolvimento 01 e no
desenvolvimento 02 e fechamento do texto.
Vamos por partes?
▪ Na introdução: contextualização do tema,
encaminhamentos para o desenvolvimento e
apresentação do ponto de vista;
▪ No desenvolvimento: tópico frasal, discussão e
fechamento do parágrafo;
▪ Na conclusão: tópico frasal, retomada da discussão
proposta no desenvolvimento 01 e no
desenvolvimento 02 e fechamento do texto.
Exemplo: introdução
Machado de Assis, em "Quincas Borba", expõe uma paródia satírica das teorias
científicas vigentes no século XIX: o Darwinismo Social e o Positivismo. Tal crítica é
veiculada por meio da teoria do "Humanitismo", a qual defende a ideia de que a guerra e a
competição de todos contra todos na sociedade são necessárias para que o caminho natural
dos acontecimentos se mantenha. Dessa forma, o autor busca ironizar a forma pela qual as
elites dominantes tentam normalizar as injustiças socioeconômicas. Analogamente, como já
percebia o Bruxo do Cosme Velho a sua época, a sociedade contemporânea também possui
traços humanitistas, na medida em que se é vista a normalização desordenada de condutas e
de pensamentos para o favorecimento de uma minoria que explora a maioria. Assim, é claro
que o mundo contemporâneo está fora da ordem na qual deveria estar, pois a estrutura social
atual não é sustentável para os próprios indivíduos por ser desumana e entregue à lógica do
mercado.

Título: Desordem do produtismo neoliberal


Exemplo: desenvolvimento 01
A principio, é preciso pautar sobre o caráter desumano das relações
socioeconômicas atuais. Nesse sentido, a obra "Sociedade do Cansaço", do pensador sul-
coreano Han, caracteriza a contemporaneidade como sendo marcada pela positividade
extrema e pelo exagero da vontade de ser produtivo sob quaisquer circunstâncias. Essa
mentalidade induz os indivíduos trabalhadores a se exaurirem em busca de um ideal de
perfeição produtiva alcançada somente por máquinas, o que, consequentemente, leva à
exaustão mental associada à autodepreciação pelo fracasso. Além disso, tal lógica é
aproveitada pelas elites econômicas para que seus lucros aumentem em detrimento da
desumanização da mão-de-obra (perdendo direitos na Reforma Trabalhista de 2017) cujas
funções são tidas apenas como produtivas. Desse modo, sob altas pressões, a saúde mental
dos empregados é prejudicada, o que acaba, em última análise, por fazer com que a
produtividade caia e que a qualidade de vida se esvaia ainda mais. Logo, percebe-se a
desumanização extrema na contemporaneidade que está fora da ordem.
Exemplo: desenvolvimento 02
Ademais, é necessária a discussão acerca da mercantilização atual. Para isso, o
conceito de "Hipermodernidade", de Gilles Lipovétsky, auxilia na explicação do modelo
econômico de hoje. Esse estudioso define a atualidade como marcada pela perda da força
das instituições estatais no contexto neoliberal de Estado mínimo, o qual, por sua vez, vem
dando lugar ao mundo financeiro como criador de realidades sociais. Em outras palavras, a
decadência da atuação estatal se dá por meio da diminuição de gastos em projetos que, por
exemplo, levariam a educação para a população, política pública que, se não for feita, no
contexto neoliberal, prejudica a formação cidadã crítica. Assim, no lugar do Estado como
criador de demandas engrandescedoras, o mercado entra como ator social capaz de resumir
a população a mero mercado consumidor, preferencialmente, sem senso crítico, o que
mantém a desordem vigente de compradores irracionais. Portanto, fica explícita a faceta
mercadológica da desordem do mundo contemporâneo.
Exemplo: conclusão
Destarte, é crucial a percepção de que a sociedade hodierna está, aos poucos, se
afastando da humanização em direção à mercantilização do trabalho e do pensamento. Tais
características mostram que o mundo, hoje, está fora de ordem, pois a produtividade é
almejada a qualquer custo, e o pensamento racional, pelo contrário, é indesejado pelo
mecanismo explorador. Porém, aspectos racionais têm que ainda existirem na complexa
rede de exploração atual de hoje com vistas à diminuição da aplicação do "Humanitismo"
em um futuro próximo.

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