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DISSERTAÇÃO
O que é dissertar?
Dissertar é expor, explicar nossas idéias a respeito de um assunto; é expor pontos de vista e argumentos; é expor idéias sobre
um tema, argumentando, comparando, defendendo, enfim, um ponto de vista, o nosso ponto de vista....O que se espera é que
o autor do texto analise e discuta o tema proposto, defenda seu ponto de vista podendo, até, propor soluções.
Dissertação argumentativa é a dissertação cujo objetivo é expor, explicar, discutir um assunto com a intenção de convencer o
leitor de que seu ponto de vista é verdadeiro.
• Trata-se de um texto temático que revela uma reflexão. Para tanto, utilize verbos de reflexão:
pensar, afirmar, crer, imaginar;
• um texto que analisa e interpreta;
• um texto que faz comparações, que mostra correspondências e analisa conseqüências;
• um texto cujos verbos apresentam-se, principalmente, no presente.
Mas, como organizar um texto dissertativo? Como se dá a seqüência de idéias? Como se inicia o texto? Como se desenvolve o
assunto? E a conclusão?
Existem muitos modos de organizar a seqüência de um texto dissertativo em muitas maneiras diferentes de fazer a introdução,
o desenvolvimento e a conclusão.
Antes, porém, do trabalho efetivo de produção, leia o texto seguinte para identificar a introdução, o desenvolvimento e a
conclusão.
Leia-o atentamente. Trata-se de um texto escrito por um candidato no exame vestibular da UNICAMP. Importante salientar
que existem problemas de repetição e de imprecisão vocabular.
1 Algumas correntes da filosofia grega pregavam que a realidade podia ser encarada como um rio em movimento – o
constante fluxo da água o tornava sempre um lugar em incessante mudança, jamais havendo dois rios iguais em diferentes
intervalos de tempo. Tal idéia ainda é adequada para explicar nosso mundo atual, em que os crescentes avanços do
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conhecimento científico contribuem para acentuar exponencialmente o fluxo das mudanças, ampliando o rio da realidade para
uma enorme cachoeira em plena queda. Dentro desse contexto, cabe discutirmos, ante a velocidade e inevitabilidade das
mudanças, se elas são positivas para a sociedade em sua atual forma e de que modo se desenvolverá o contínuo progresso
científico.
2 Primeiramente, associando os dois objetivos citados, vale compararmos as idéias de progresso científico com a de
evolução social. A teoria da evolução, como se sabe, foi desenvolvida por Charles Darwin e sua aplicação na compreensão da
sociedade humana encontra duas interpretações distintas. A primeira é oriunda da corrente racionalista, do século XIX, e
encara toda a evolução como um processo linear que resultaria, ao seu término, em uma sociedade plena por meio de “fases
evolutivas”. As mudanças efetuadas pelo homem, nesse caso, seriam necessariamente positivas, pois, por serem frutos da
acumulação de conhecimentos técnicos e científicos, levariam à plenitude social. Mas é baseada justamente na ineficiência de
tais avanços técnicos em solucionar as tensões sociais que surge uma segunda interpretação evolucionista: a de que o sucesso
das mudanças não se relaciona com sua capacidade em trazer progresso social, mas depende de fatores como as relações de
poder e de exploração, verdadeiros mecanismos de seleção natural das mudanças.
3 O segundo ponto de vista leva ampla vantagem em relação ao primeiro quando comparamos os aspectos teóricos
diante da dura realidade prática. Para isso, basta tomarmos como exemplo a Revolução Industrial. De acordo com os seguidores
da evolução linear, tal revolução seria extremamente benéfica, pois permitia, afinal, que o conhecimento obtido pelo homem
o levasse a melhor controlar seu futuro. No entanto, ela produziu um enorme abismo social na Inglaterra, onde fora concebida,
e ainda gravíssimos danos ao meio ambiente e à saúde humana. De forma semelhante podemos observar que enquanto o
crescimento da tecnologia no último século trouxe invenções como os computadores, ela também acarretou desemprego em
massa e aumento agravante das diferenças sociais entre países pobres e ricos.
4 O que ocorre, na verdade, é que a tecnologia se desenvolveu, ou evoluiu, em direção à obtenção de lucro, e não na
melhoria da qualidade de vida de grande parcela do globo. Ao contrário da obtenção da utópica sociedade plena, a evolução
do conhecimento prejudicou a espécie como um todo. Assim, fica clara a diferença entre os progressos técnicos e sociais.
Infelizmente, enquanto o primeiro é uma constante no nosso mundo em mudança, o segundo continua como um mero sonho.
5 Com base nos argumentos levantados, podemos concluir que o atual fluxo de mudanças não é positivo para a nossa
sociedade. Devemos selecionar o progresso que nos leve ao surgimento de uma melhor espécie, da mesma forma que a
natureza seleciona seus habitantes mais adaptados. O desenvolvimento do conhecimento torna as mudanças inevitáveis, mas
ainda cabe a nós usá-las como forma de melhorar nossa sociedade.
Comentários
a) O parágrafo 1 (introdução) apresenta a tese defendida pelo candidato: propõe-se a discutir até que ponto as mudanças, no
mundo atual, decorrentes dos avanços científicos, são positivas para a sociedade atual e de que modo o contínuo progresso
científico se desenvolverá.
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c) O parágrafo 5 apresenta a conclusão-sugestão. Já que as mudanças atuais não são positivas para a sociedade, é preciso
selecionar o progresso que leve ao surgimento de uma melhor espécie e usar as mudanças como forma de melhorar a
sociedade.
d) quanto à linguagem:
A primeira condição fundamental para a atividade dissertativa consiste em identificar o tema a respeito do qual se vai escrever.
Não se pode começar a escrever sem saber exatamente sobre o que se vai escrever. É preciso, portanto, compreender,
contextualizar e definir o tema, isto é, o assunto a ser abordado. Este é o primeiro critério de avaliação de um texto dissertativo:
adequação ao tema.
Para se conseguir delimitar um tema, precisamos estar atentos para não cometer dois erros básicos: redução e extrapolação.
• Reduzir é abordar apenas uma parte, um elemento do tema em detrimento de outros também presentes.
• Extrapolar ocorre quando a argumentação ultrapassa os limites do tema proposto.
Exemplo: se o tema fosse “Como conciliar educação e cidadania em nosso país, neste início de século?”, comete-se redução se
se discutir apenas um dos termos, esquecendo-se de que o que importa é a relação entre ambos; o erro de extrapolação ocorre
se se divagar sobre os dois termos de forma descontextualizada, ou seja, sem se considerar a delimitação do tempo e do lugar.
• Tema 1: Em que sentido os homens de hoje são próximos? Em que sentido são distantes?
• Tema 2: Em que sentido a tecnologia pode libertar os homens? Em que sentido pode escravizá-los?
• Tema 1: Os homens de hoje são próximos pelos avanços tecnológicos, que propiciam comunicação rápida e eficiente
entre pessoas de quase todas as partes do mundo. Entretanto, ao mesmo tempo, são distantes, por sua incapacidade
de conviver, de respeitar e compreender o semelhante
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• Tema 2: A tecnologia sem dúvida pode libertar os homens, pois facilita a vida humana em todas as suas dimensões;
entretanto, ao mesmo tempo, pode escravizá-los, se for utilizada não como meio de melhoria da existência, mas como
a sua própria finalidade.
Feito esse trabalho, basta prosseguir expondo, argumentativamente, o seu ponto de vista sobre o tema (Os homens estão mais
próximos do que distantes ou o contrário? A tecnologia é mais libertadora do que escravizadora da humanidade ou o contrário?
Ou em ambos os temas podem-se defender as duas coisas ao mesmo tempo? Por quais razões?).
Pratique, faça um rascunho, crie um título para seu texto. Cuide para que seja bem representativo do seu tema, bem como do
ponto de vista que você defendeu.
Depois de delimitar o tema, o segundo passo é assumir uma opinião, um ponto de vista sobre esse tema. Não importa qual
seja: o importante é definir um posicionamento sobre o assunto. Todos os pontos de vista têm o mesmo valor. Ninguém será
avaliado pela posição que tomar, mas pela consistência de sua argumentação. O importante é assumir claramente um
posicionamento.
Lembre-se de que um método muito funcional para delimitar o tema quanto para verificar a posição que
se vai assumir diante dele é transformar a proposta em pergunta e, em seguida, procurar a resposta que
revele com precisão o ponto de vista adotado.
Observe:
Desse modo, conseguimos começar a delimitar o tema e a desenvolver nossas idéias mais clara e coerentemente, porque
firmamos nossa posição a respeito do assunto.
A ARGUMENTAÇÃO
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Depois de delimitar o tema e de assumir um ponto de vista, é hora de desenvolver argumentos para defender a posição
assumida. Fundamentar, provar, justificar, explicar, demonstrar, convencer, persuadir, em uma palavra: argumentar.
Como sabemos, dissertar significa debater um tema – apresentar uma tese e encontrar argumentos para defendê-la.
Já que existe liberdade em relação ao ponto de vista assumido, a avaliação será focada a partir da capacidade de argumentação,
de fundamentação do ponto de vista assumido, verificando a coerência, a clareza e a organização de idéias.
A principal técnica de argumentação é aquela que investiga as causas e conseqüências daquilo que se afirma. São os porquês,
as razões, os motivos que fundamentam os nossos posicionamentos.
Então, depois das perguntas qual o tema? E qual nossa opinião?, o passo seguinte seria perguntar por quê?. A resposta será
o eixo principal de nossa argumentação.
Exemplo:
• Porque
• Pois
• Uma vez que
• Já que
• À medida que nexos lógico-causais
• Tendo em vista que
• Por causa de (que)
• Visto que
são as fontes de nossa existência.
A IMPORTÂNCIA DO EXEMPLO
Como já vimos, os porquês são importantes para fundamentar nossos argumentos. Mas, além deles, interessa, também, citar
exemplos que apóiem nossos fundamentos. Os exemplos dão vida ao texto. Esclarecem o raciocínio. Iluminam a compreensão.
Intensificam o processo de persuasão, expondo as idéias de modo concreto.
Nenhuma época acumulou conhecimentos tão numerosos e tão diversos sobre o homem como a nossa.
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Como a maioria dos temas oferece uma variedade de abordagens, sugerimos planejamento. Planejar é delimitar o tema e
concentrar-se no aspecto escolhido buscando dados pertinentes ao assunto. Observe:
EXEMPLIFICANDO
Tema: poluição
• Causas da poluição do ar: (gases), carros, ônibus, inseticidas fábricas, refinarias de petróleo, falta de fiscalização etc
• Conseqüências: excesso de poluentes causa problemas respiratórios, alergias, aquecimento global, qualidade de vida
ruim etc
• Possíveis propostas: as indústrias devem investir e desenvolver mecanismos antipoluentes; aumentar fiscalização para
veículos e indústrias; rodízio permanente de carro etc
Após delimitar o tema, levantar e organizar idéias, é importante pensar na construção dos parágrafos.
Cada parágrafo deve ter seqüência lógica e produzir a estrutura geral de um texto: começo, meio e fim. A primeira frase do
parágrafo, normalmente, constitui o tópico frasal ou idéia núcleo – apresenta e sintetiza o conteúdo do parágrafo.
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
1.INTRODUÇÃO
Momento em que se anuncia o assunto, ou seja, a tese, tópico frasal, idéia núcleo ou idéia principal a ser discutida. Muito
parecida com sinopses – todas as idéias apresentadas de forma sintética –, que serão detalhadas no desenvolvimento.
Geralmente aparece logo no primeiro parágrafo e ocupa 1/5 da redação. De acordo com a finalidade do texto, a introdução
tem como objetivo apresentar o assunto e a posição assumida diante dele, isto é, a tese a ser defendida. Essa apresentação
pode ser feitas de muitas maneiras. Vejamos alguns exemplos:
a) por uma declaração inicial / definição / constatação do problema: introdução de tom neutro. Exemplos:
Violência é....
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b) A comparação/divisão: supõe a presença de dois ou mais termos. O desenvolvimento se realiza pela análise dos
elementos em comum ou pela análise dos elementos em separado ou pela análise progressiva e comparativa dos
elementos. Começa-se o texto buscando uma definição do tema por comparação. Veja:
A violência é como...
Depois de estabelecida a comparação, faz-se um breve comentário interpretativo sobre ela, explicitando, assim, a própria visão
do assunto.
c) A citação: tipo de introdução que se apresenta por uma opinião de alguém, uma frase interessante, um verso, um
fragmento etc. A citação deve ser feita entre aspas, reproduzindo exatamente as palavras do autor e com indicação
da fonte de onde foi retirada. Em seguida, faz-se uma pequena análise, um breve comentário a respeito da opinião
citada, expondo, ao mesmo tempo, o próprio ponto de vista sobre o assunto.
d) A alusão histórica (paralelo entre passado e futuro): um fato passado se relaciona a um fato presente, servindo de
ponto de reflexão ou pelas semelhanças ou pelas diferenças. Normalmente, o desenvolvimento se dá em ordem
cronológica dos fatos.
Antes, a violência era “x”; agora é...
Prepara-se uma espécie de rápido retrospecto da evolução que se quer demonstrar ou uma breve retrospectiva acompanhada
de uma prospectiva. Depois do histórico, apresenta-se a tese e inicia-se a argumentação.
e) A introdução por definição: precede geralmente textos científicos. Desenvolve-se pela explicitação dos termos que a
compõem ou pelas conseqüências advindas do conhecimento científico.
f) A proposição: lembra a introdução das grandes epopéias clássicas, em que normalmente o poeta declarava o seu
objetivo maior ao fazer determinada obra. Nesse caso, o autor explicita inicialmente seus objetivos; o
desenvolvimento segue normalmente.
g) Introdução por interrogação. A grande vantagem em começar um texto por uma pergunta é que, assim, já se organiza
o desenvolvimento do raciocínio: ao responder a pergunta, apresenta-se, ao mesmo tempo, a visão que se tem do
assunto.
h) Introdução por exemplo. Escolha um fato-exemplo expressivo para iniciar o texto. Em seguida, faça uma análise
interpretativa desse exemplo – que poderá ou não ser retomado mais adiante –, revelando a visão que se tem sobre
o tema.
i) Introdução por estatística. Apresente um dado estatístico esclarecedor sobre o tema. O procedimento é praticamente
idêntico àquele em que se inicia o texto pela exemplificação.
j) Introdução por resumo. Um resumo daquilo que se pensa sobre o assunto é outra possibilidade de se iniciar o texto.
O começo do texto funcionaria como um sumário, em que se apresentariam de modo sintético o tema, o ponto de
vista e a argumentação.
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k) Introdução por convite: propõe que o leitor participe de alguma coisa apresentada pelo texto, procurando seduzi-lo
de algum modo. Bastante comum em textos publicitários.
l) Introdução por suspense: aumenta a curiosidade do leitor diante do que vai ser exposto.
OBSERVAÇÃO: Esses modelos de exposição de idéias podem estar presentes também no desenvolvimento ou na conclusão.
DICAS DE INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento é a análise da introdução. Também chamado de argumentação. É formado pelos parágrafos, geralmente
2 ou 3, em que são apresentados os argumentos. Esses parágrafos devem explicar e fundamentar a tese, apontar semelhanças
ou divergências de idéias, devem ser feitas comparações, ligações, enfim, comprovações da idéia inicial.
Aqui serão desenvolvidas as idéias propostas na introdução. É o momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema
proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução.
Sendo a análise crítica da idéia central, o desenvolvimento deve basear-se em fatos comprovados, retirados da História ou do
cotidiano, mas que sejam do conhecimento de todos. Os fatos devem ser argumentados com clareza.
DICAS DE DESENVOLVIMENTO
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3. CONCLUSÃO
Geralmente retoma a tese sintetizando as idéias gerais do texto (conclusão-resumo) ou propondo soluções (conclusão-
sugestão) para o problema discutido. Deve ser breve e marcante. A brevidade no concluir pode ocorrer por algumas expressões
(citadas abaixo), contudo, há de se dizer que não há receita, cada indivíduo tem o seu estilo. Agora, não use, em hipótese
alguma, conclui-se que, concluindo, para finalizar, enfim.
DICAS DE CONCLUSÃO
• É assim que...
• Vê-se por isso que...
• Pode-se dizer que...
• Ninguém negará que...
• Em conseqüência...
PRODUÇÃO DISSERTATIVA
Monteiro Lobato deve estar chateado. O grande escritor, com certeza, não imaginou que seu personagem mais
famoso, o Jeca-Tatu, pudesse servir ao preconceito contra o campo. Pior: provocar a mistificação rural.
[...]
O personagem de livros infantis transmitia bondade; pouco letrado, porém astuto; sem riquezas, mas cheio de
felicidade. Sua ingenuidade peculiar sensibilizou crianças e adultos, permitindo iluminar o ser humano na atividade rural. Nobre
caráter.
Mais tarde, chegou o cinema. E o cândido Jeca-Tatu acabou caricaturado na interpretação do famoso Mazzaropi. Foi
quando inventaram o chapéu de palha desfiado, a calça de pernas curtas mostrando a botina desbocada. A imagem
cinematográfica desvirtuou o sentido simbólico construído por Monteiro Lobato. O caipira virou gozação.
Nessa época, anos 1960, iniciou-se o fortíssimo ciclo da urbanização brasileira, em simbiose com a industrialização,
ambas alimentadas pelo tremendo êxodo rural. Em pouco tempo, como nunca se imaginara, o País passou de rural a urbano,
arrebentando o mundo caboclo.
[...]
Quando as festas juninas começaram a ser dominadas pelos representantes da cidade, aconteceu a deformação
maior: juntaram a caricatura do caipira com o folclore nacional. Os festejos, nascidos no Nordeste com o Bumba-meu-boi do
século 18, aqui, no Sudeste, incorporaram elementos depreciativos, carregados de preconceito.
Afinal, o que podem significar a roupa cheia de remendos fingidos, aquelas sardas esquisitas nas faces das meninas e
– Deus do céu! – o dentinho pintado de preto nas crianças, justo na frente, para parecer banguela?
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Essa imagem deformada da gente da roça induz crianças e jovens, especialmente, a acreditar que os homens do campo
são malvestidos, sujos, desdentados, atrasados. [...]
[...]
Ocorre um enorme equívoco quando se supõe que as festas caipiras do tipo Jeca-Tatu façam parte do folclore popular.
Nada a ver. Folclore significa conhecimento popular, tradição, patrimônio cultural. Só pode ser folclore aquilo que brota da
criatividade, da manifestação espontânea de um povo.
[...]
Após décadas de esquecimento, a agropecuária do País passa por um processo de revalorização, quase um
redescobrimento. [...]
[...] há anos do campo brotam boas notícias: recordes de safras, exportações aquecidas, supremacia no crescimento
econômico, empregos, divisas fartas. Felizmente, a modernização superou, a duras penas, o sistema latifundiário do Brasil,
gerando um modelo tropical de agricultura capaz de obter elevadas produtividades, garantir sustentabilidade e competir no
mercado internacional.
Falta muito, é verdade, para se afirmar que a agricultura rompeu com o atraso. Injustiças ainda permeiam os campos,
exigindo políticas de inclusão produtiva e social. Há que reduzir as desigualdades.
O futuro, porém, supera o passado. Empresários rurais substituem a velha oligarquia. Agricultores familiares se
organizam, investem em tecnologia e começam a sair, eles também, da pobreza secular. [...]
Não vê quem não quer. No interior do Brasil surge um novo caipira. Pode falar puxado no erre, mas não se inferioriza
diante de quem sibila o esse. Caipira, sim, mas estudado, bonito, vivendo com qualidade de vida.
Lembre-se disso, principalmente se estiver pensando, na próxima festa junina, em vestir um chapéu desfiado [...].
Esqueça o adereço. Tome seu quentão, dance quadrilha, curta o foguetório, mas reverencie o campo, valorizando-o, em vez
de estimular as diferenças.
E se encontrar alguma criança com dentinho pintado de preto, denuncie: preconceito é crime constitucional.
O preconceito lingüístico se baseia na crença de que só existe [...] uma única língua portuguesa digna deste nome e
que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários. Qualquer manifestação
lingüística que escape desse triângulo escola-gramática-dicionário é considerada, sob a ótica do preconceito lingüístico,
“errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente”, e não é raro a gente ouvir que “isso não é português”.
[...] Se fôssemos pensar que as pessoas que dizem Cráudia, chicrete e pranta têm algum “defeito” ou “atraso mental”,
seríamos forçados a admitir que toda população da província romana da Lusitânia também tinha esse mesmo problema na
época em que a língua portuguesa estava se formando. E que o grande Luís de Camões também sofria desse mesmo mal, já
que ele escreveu ingrês, pubricar, pranta, frauta, frecha na obra que é considerada até hoje o maior monumento literário do
português clássico, o poema Os Lusíadas.
[...]
Se dizer Cráudia, praca, pranta é considerado “errado” [...] isso se deve simplesmente a uma questão que não é
lingüística, mas social e política – as pessoas que dizem Cráudia, praca, pranta pertencem a uma classe social desprestigiada,
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marginalizada, que não tem acesso à educação formal e aos bens culturais da elite, e por isso a língua que elas falam sofre o
mesmo preconceito que pesa sobre elas mesmas, ou seja, sua língua é considerada “feia”, “pobre”, “carente”, quando na
verdade é apenas diferente da língua ensinada na escola.
[...]
[...] do mesmo modo como existe o preconceito contra a fala de determinadas classes sociais, também existe o
preconceito contra a fala característica de certas regiões. É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo
como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão [...] No plano lingüístico, atores não-nordestinos expressam-se
num arremedo de língua que não é falada em lugar nenhum do Brasil, muito menos no Nordeste. [...] nós sabemos muito bem
que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão.
(Marcos Bagno. Preconceito lingüístico: - O que é, como se faz. São Paulo:Loyola, 1999. p.40.)
• Por que ainda existem Festas Juninas? É uma forma de valorizar ou desprestigiar o homem do campo?
• O que é falar certo? E falar “errado”? Falamos certo?
• Falar “errado” gera preconceito? Que tipo de preconceito? Social? Regional?
• As variedades lingüísticas diferentes da variedade padrão constituem riqueza ou pobreza para a língua?
Tendo anotado os pontos de reflexão, pense: para quem você está escrevendo? Quem será seu leitor? Empregue a variedade
padrão e use uma linguagem impessoal. Certifique-se de que a idéia principal esteja clara na introdução, certifique-se de que
os argumentos fundamentam seu ponto de vista e que a conclusão retoma a idéia central resumindo-a ou apresentando
solução.
Mas, não basta ter boas idéias ou bom vocabulário. É preciso muito mais.
A linguagem dissertativa deve obedecer à norma culta escrita, deve ser clara, concisa, coesa, elegante.
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PRATICANDO
Em páginas anteriores conhecemos a estrutura do texto dissertativo e algumas dicas para a produção.
EXEMPLOS DE INTRODUÇÃO
a) constatação do problema:
O aumento progressivo dos índices de violência nos grandes centros urbanos está promovendo uma
mobilização político-social
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b) delimitação do assunto:
A cidade do Rio de Janeiro, um dos núcleos urbanos mais atrativos turisticamente no Brasil, aparece nos
meios de comunicação também como foco de violência urbana.
c) definição do tema:
Como um dos mais problemáticos fenômenos sociais, a violência não está mobilizando não só o governo
brasileiro, mas também toda a população num esforço para sua erradicação.
ATENÇÃO: na construção da introdução, a utilização de um dos métodos apresentados não é suficiente. Lance, como segundo
período, idéias a serem explicitadas no desenvolvimento. Para tanto, podem ser levantados três argumentos, causas e
conseqüências, prós e contras. Mas, lembre-se: as explicações e respectivas fundamentações de cada uma dessas idéias cabem
somente no desenvolvimento.
Alguns exemplos:
•
A televisão – Se por um lado esse popular
veículo de comunicação pode influenciar o
espectador, também se constitui um excelente
divulgador de informações com potencial até
mesmo pedagógico.
(as três idéias: manipulador de opiniões, divulgador de informações e instrumento educacional
(as três idéias: crescimento da população e da demanda de energia gerada no Brasil e a conseqüência do racionamento do
uso de energia)
Dissertar a partir de um mote: “O que é mais bonito no mundo é que ‘as pessoas nunca estão terminadas, elas estão sempre
mudando’.”
• Transforme o mote em uma frase interrogativa. Responda à pergunta para conhecer seu ponto de vista a respeito do
assunto. Delimite o tema.
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• Após delimitar o tema e ter opinião clara a respeito do assunto, pergunte por que. A resposta será o eixo principal
de sua argumentação.
Lembre-se de exercitar a argumentação. Um bom treino é convencer alguém, por exemplo, a comprar um terreno na Lua.
• Além dos porquês – fundamentação dos argumentos – cite exemplos que apóiem seu posicionamento. Os exemplos
intensificam o processo de persuasão, pois expõem as idéias de modo concreto.
Lembre-se de que os exemplos devem ser adequados ao tema, ao ponto de vista defendido bem como servem de ilustração
expressiva das idéias do autor.
Lembre-se de que a distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da técnica adotada. Observe:
• Conclusão comprovação: trazer fatos históricos que comprovem a realidade atual apresentada na dissertação.
• Conclusão conclusão: inicia-se com uma conjunção coordenativa conclusiva: logo, portanto etc)
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Um texto possui coesão quando seus vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação
entre eles. As relações de sentido são manifestadas sobretudo pelos conectivos ou elementos de coesão que, usados
adequadamente, conferem unidade ao texto e contribuem consideravelmente para a expressão clara das idéias, Para tanto,
basta usar a intuição lingüística que todos os falantes possuem e reler o que se escreveu, preocupado em verificar se tem
sentido aquilo que acabou de ser redigido.
A escolha do conectivo adequado é importante, já que é ele que determina a direção que se pretende dar ao texto, é ele que
manifesta as diferentes relações entre os enunciados. São várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo:
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Israel possui um solo árido e pouco apropriado à agricultura, porém chega a exportar certos produtos
agrícolas.
• No exemplo, faz sentido o uso do porém, já que entre os dois segmentos ligados existe uma contradição. Seria
descabido tocar o porém por porque, que serve para indicar causa.
O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar ainda que
os serviços públicos são extremamente deficientes.
• ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão, ou para
incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer.
Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente seu
poder de compra. Além de tudo são considerados como renda e taxados como impostos
• aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo,
como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento contrário.
Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não
comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade.
• isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento do
que foi dito anteriormente.
Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis, pés velozes
como o raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o problema das injustiças.
• embora, ainda que, mesmo que:estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de concessão. Servem
para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento: sem negar as possíveis objeções, afirma-
se um ponto de vista contrário.
• Como se nota, mesmo admitindo as grandes vantagens da técnica e da ciência, afirma-se uma desvantagem maior.
O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até mesmo
do futuro e da morte.
Ou
É preciso garantir ao homem seu bem estar: o lazer, a cultura, a liberdade, ou, no
mínimo, a moradia, o alimento, a saúde.
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• Certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os componentes de uma certa escala. Alguns,
como mesmo, até, até mesmo, situam alguma coisa no topo da escala; outros, como ao menos, pelo menos, no
mínimo, situam-se no plano mais baixo.
Leia o texto Richard Gere em história real e observe coesão textual dada pelo uso dos pronomes:
Ele seduziu platéias do mundo todo com seu sorriso de canto de boca e seus olhos pequenos. Aos 53 anos, Richard Gere
continua entre os atores mais requisitados de Hollywood. Só neste ano protagonizou dois filmes: Infidelidade e A última
Profecia, suspense baseado em história real, que estréia nesta sexta-feira no Brasil. Dessa vez, Gere interpreta um jornalista
envolto em mistérios que não consegue decifrar. Desenhos feitos por sua mulher antes de morrer estão relacionados a
fenômenos naturais que atormentam uma cidadezinha americana. Na estação Veja você poderá acessar fotos e o trailer da
produção, além de ler sobre a carreira do ator e conferir imagens de seus filmes mais famosos. (Revista Veja, abril 2002)
• Ele, seu, seus: remetem a Richard Gere (título do texto)
• Neste ano: o demonstrativo remete ao ano 2002
• Nesta sexta-feira: demonstrativo indica futuro.
• Dessa vez: demonstrativo faz referência ao novo filme do ator.
• Sua: o possessivo retoma o substantivo jornalista.
• Você: refere-se ao leitor
• Seus: o possessivo retoma o substantivo ator.
Vamos exercitar?
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Pulo do gato
O grande perigo do jornalista que começa é o de na presunção sociológica. É claro que, tratando da sociedade, o jornalismo é
também um pouco de sociologia – mas a sociologia deve ir para o lugar próprio, os artigos elaborados com mais tempo, os
editoriais e tópicos e, bem digerida em um texto fluido, a reportagem.
Jornalismo é razão e emoção. O texto apenas racional é frio, e só comunica aos que se encontrem diretamente interessados
no assunto. O texto deve saber dosar emoção e razão, e é nesse equilíbrio que está o chamado “pulo do gato”. Muitos
jornalistas acreditam que o adjetivo emociona. Enganam-se. Quanto mais despida uma frase, mais cortante o seu efeito.
“E amolou o machado, preparou um toco para servir de cepo, chamou o menino, amarrou-lhe as mãos, fez-lhe um sinal para
que ficasse calado, e rachou o seu corpo em sete pedaços. O menino P., de cinco anos, não era seu filho e F. descobrira isso
poucos minutos antes, quando discutia com a mulher” Leads como esse são sempre possíveis na reportagem de polícia: não
necessitam de adjetivos. As tragédias, como os cantores famosos, dispensam apresentações.
SANTAYANA, Mauro – Imprensa: Jornalismos e Comunicação, ano l. ll : 34, São Paulo. Feeling
Editorial, l988.
Nota: Lead é palavra inglesa, usada no jornalismo para indicar um pequeno texto de apresentação de um texto maior.
Questão l
a) Qual é o antecedente a que se refere o pronome relativo que na linha l ?
b) Na frase “O grande perigo de jornalista que começa é o de cair na presunção
sociológica”, o o em destaque é um pronome demonstrativo. A que elemento do texto ele se refere ?
Questão 2- Na linha 2, o autor afirma que “ o jornalismo é também um pouco de sociologia”. O uso da palavra também
faz pressupor algum outro significado além do que está explícito no texto?
Questão 3- Na linha 2 ocorre o conectivo mas, que manifesta uma relação de contradição entre dois enunciados. Como se
explica essa contradição?
Questão 4- Na linha 5, ao dizer que o texto apenas racional é frio, o que pretende dizer o autor com uso de apenas?
Questão 5- Na linha 8, a expressão quanto mais manifesta uma relação proporcional entre dois termos. Quais são os dois
termos dessa relação proporcional?
Questão 6- Na linha 11, a quem se refere o lhe que ocorre em “amarrou-lhe as mãos” e “fez-lhe um sinal”?
Questão 7- Na linha 11, está dito: “e rachou o seu corpo”; na linha 12 afirma-se “não era seu filho”. A que termos se
refere o pronome possessivo seu em cada caso?
Questão 8- Nas linhas 12 e 13, afirma-se: “F. descobriu isso poucos minutos antes...”
a) O pronome isso faz referência a que elemento do texto?
b) O advérbio antes reporta a que tempo?
Questão 9- Em “ Leads como esse”, linha l3, o pronome esse a que se refere?
Questão 10- Na linha 14, o conectivo, como, ao estabelecer uma relação de comparação entre tragédias e cantores famosos,
indica uma semelhança entre ambos. Em que consiste essa semelhança?
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Segundo o texto, a frase mais despida é mais cortante; menos despida é menos cortante.
Questão 6: refere-se a menino. “Amarrou-lhe as mãos” equivale a amarou as mãos do menino; “fez-lhe um sinal”
equivale a fez um sinal para o menino.
Questão 7: Em “seu corpo”, o pronome refere-se a menino: rachou o corpo do menino; em “seu filho”, o pronome
refere-se a F.,o que o matou com o machado.
Questão 8:a) Isso recupera toda a oração anterior, isto é, “o menino P., de 5 anos,”. não era seu filho.
b) Resposta a um tempo anterior ao momento em que se deu o assassinato do menino, ao momento em que F.
discutia com sua mulher.
Questão 9: Esse, no caso, recupera o texto jornalístico que acabou de ser citado pelo autor do texto.
Questão 10: A semelhança consiste no fato de que ambos – tragédias e cantores famosos – não necessitam de
apresentação.
LINGUAGEM DISSERTATIVA
a) Vocabulário: o vocabulário deve ser preciso; evite repetições inexpressivas, gírias, nem use “palavras difíceis” que
você tenha dúvidas quanto ao significado só para causar uma “boa” impressão. “O feitiço se volta contra o
feiticeiro!”, lembre-se sempre disso.
b) Ortografia: escrever a grafia das palavras corretamente sempre causa uma boa imagem. Evite o uso de
estrangeirismos. Então, no lugar de “hobby”, prefira “passatempo”.
c) Clareza e simplicidade: o texto deve ser inteligível, claro, mas não superficial. Para ser claro, basta coordenar o
pensamento. O complemento da clareza é a concisão.
Para obter clareza:
d) Concisão: ser conciso significa fazer uso de palavras indispensáveis e significativas. Seja breve. Não seja prolixo nem
confuso, por isso use uma linguagem simples, diga o que você sabe.
Para obter concisão, devemos:
e) Coesão: o texto deve ser organizado por nexos lógicos adequados, com a seqüência de idéias encadeadas
logicamente, evitando frases e períodos desconexos. Portanto, não escreva palavras ou frases “soltas”. Use
corretamente os conectivos.
f) Coerência: fale sempre a verdade. Essa é uma maneira de você não ser incoerente. As idéias têm de seguir uma
ordem lógica, de modo que não haja nada contraditório.
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g) Expressividade: produza um texto com uma linguagem própria e expressiva. Evite os clichês, as frases feitas e os
lugares-comuns. Observe:
• O homem de hoje não vive, ele vegeta na selva de pedra da cidade grande.
• A criança é o futuro do Brasil.
• O Brasil é feito por nós.
• Só o amor constrói.
• Desde os tempos antigos o homem tem necessidade de comunicar-se.
• Somos um país em via de desenvolvimento.
Explicando ambigüidade: Dizemos que uma frase é ambígua quando apresenta mais de um sentido. A ambigüidade é
considerada um defeito quando ocorre em conseqüência de uma imprecisão, ou melhor, quando não há intenção por parte
do autor do texto.
Por outro lado, em textos literários ou de propaganda, é muito comum a exploração intencional de frases ambíguas. Nesses
casos, trata-se de um recurso expressivo e não um defeito.
A ambigüidade pode ser polissêmica ou estrutural. É polissêmica quando apresenta mais de um sentido; é estrutural com
problemas de construção.
O primeiro caso pode ser evitado pelo esclarecimento maior do contexto ou pela substituição do vocábulo polissêmico por
outro de valor equivalente.
Uma série de causas estruturais pode causar ambigüidade. As mais comuns são:
Atenção: uma leitura atenta normalmente elimina a maioria dos problemas de ambigüidade do texto, solucionados pelo
deslocamento ou substituição de segmentos.
Observe:
Explicando Obscuridade: Obscuridade significa falta de clareza. Vários motivos podem determinar a obscuridade de um texto:
períodos excessivamente longos, linguagem rebuscada, ambigüidade e má pontuação.
Explicando pleonasmo. O pleonasmo, também conhecido como redundância, consiste na repetição desnecessária de um
conceito. Observe:
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O pleonasmo, porém, pode ser usado como recurso estilístico, o que torna a mensagem mais expressiva; nesse caso, não é
considerado defeito. Bons autores recorrem a esse recurso da linguagem. Veja os exemplos:
Explicando cacofonia. A cacofonia consiste num som desagradável (às vezes, obsceno), resultantes da união das sílabas finais
de uma palavra com as iniciais de uma outra. Veja:
• Mande-me já os documentos.
• Uma flor no cume nasce.
Explicando eco. Consiste na repetição de palavras terminadas pelo mesmo som. Observe:
Explicando prolixidade. A prolixidade consiste no uso de mais palavras que o necessário para exprimir uma idéia, tornando
o texto “cansativo”, enfadonho. O produtor do texto “enrola”, pois as expressões utilizadas nada acrescentam, mas servem
tão-somente para prolongar o discurso. São os denominados “cacoetes lingüísticos”. É o oposto da concisão. Dessa feita,
para não “encher lingüiça”, evite o uso das expressões: antes de mais nada, pelo contrário, por outro lado, por sua vez etc.
Explicando gerundismo. É o uso de expressões formadas por três verbos, estando o último na forma nominal “gerúndio”.
Veja:
Um dos princípios fundamentais da coerência e coesão do texto é a necessidade de se repetir, em seu desenvolvimento linear,
elementos anteriores. Porém, é preciso cuidado para que o texto não se torne deselegante.
• Quando há proximidade entre os vocábulos repetidos: João tinha um sítio. Um dia João resolveu viajar…
• Quando os vocábulos são rigorosamente os mesmos: Ao divulgar sua tabela de preços, a Sunab poderá anunciar a
tabela de preços do frango vendido em corte,..
• Quando ocorre em número excessivo: quem bebe cerveja alemã, não bebe outra cerveja; quem bebe cerveja
dinamarquesa, bebe qualquer cerveja; quem bebe cerveja inglesa, não gosta é de cerveja.
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• Pronominalização: use pronomes (pessoais, demonstrativos, relativos, indefinidos, numerais) no lugar de nomes já
expressos;
• Use sinônimos ou quase-sinônimos em substituição a nomes já expressos. Muitas vezes, usamos hiperônimos (termos
de conteúdo semântico geral) ou hipônimos. Observe: ferramenta é hiperônimo de martelo, serrote, alicate etc e
estes, por sua vez, são hipônimos de ferramenta.
2)pelo processo da omissão: trata-se de omitir um termo já expresso. Ex.: João pretendia casar-se no próximo final de semana.
(?) Decidiu, então, procurar a noiva.
3)pelo processo da redução: ex.: O aluno regente Carlos Antônio; o aluno; o regente; Carlos Antônio.
• Emprego de sigla ou abreviação no lugar do antecedente: Ex.: A Companhia do Metropolitano de São Paulo (….). O
Metrô (…)
• Comprei esta casa no ano passado. Agora, esta bela casa já custa dez vezes mais.
Exercícios
Sobre repetição
1. O texto a seguir é de Millor Fernandes. O humorista usou intencionalmente a repetição. Reescreva o texto de modo a reduzir
o número de ocorrências do vocábulo em destaque.
A senhora, uma dona de casa, estava na feira, num caminhão que vende galinhas. Vendedor ofereceu a ela uma galinha. Ela
olhou para a galinha, passou a mão embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da galinha, alisou as coxas da galinha, depois
tornou a colocar a galinha na banca e disse para o vendedor “Não presta!” Aí o vendedor olhou para ela e disse: “Também,
madame, num exame assim nem a senhora passava.”
2. Em cada um dos textos a seguir, destacamos um termo. Sublinhe todos os vocábulos que o repetem na continuação de cada
trecho.
a. Diz-se que o macarrão era apenas um canudinho de massa que os chineses usavam para tomar bebidas. Marco Polo não
entendeu o seu uso, ensinou seus compatriotas a cozinhar e ao comer o macarrão e tranformou-o num sucesso culinário
definitivo.
b. A Academia Brasileira de Letras, com aqueles velhinhos viciados em mil gramatiquices, é um lugar em que se acredita que
as pessoas têm gênero, mas não têm sexo.
3. Complete as lacunas das frases a seguir com palavras de conteúdo geral, de modo a evitar a repetição idêntica dos termos
anteriores em destaque.
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a. Os apartamentos funcionais dos militares não serão vendidos. A justificativa para a manutenção das _______________ é
a grande movimentação da vida militar.
b. O novo prazo de financiamento de automóveis procura reanimar a indústria de _________________, paralisada desde o
anúncio do plano.
c. Dizem que a maconha diminui a fertilidade masculina. Um cientista declarou que o consumo da ____________, erva produz
a redução do número de espermatozóides.
4. Um outro processo de substituição lança mão dos demonstrativos. Preencha as lacunas a seguir com o demonstrativo
adequado.
a. Os romanos e os gregos criaram as bases da cultura ocidental, _______________no terreno teórico, _______________ no
prático.
c. Teu jornal fala muito sobre o tema, mas ___________ o trata com mais inteligência.
d. Vasco e Flamengo jogarão no Maracanã ___________ de preto e vermelho, ____________ de branco e preto.
e. Depois dos animais, Deus resolveu fazer o primeiro homem. Fez. Mas, como não registrou a invenção, hoje qualquer idiota
se acha no direito de fazer ________________.
“ A chuva salvou o GP Brasil. Vinte minutos de toró, mais uma brilhante corrida de Ayrton Senna, transformaram um passeio
de Alain Prost num pesadelo molhado. O francês da Williams foi derrotado pela água. (...) Para ganhar a corrida de Interlagos,
Senna contou com sorte, perícia, uma tática bem traçada e, sobretudo, uma burrada sem tamanho de Alain Prost. O nanico,
que largou na pole, fazia uma prova sem sustos, liderava com tranqüilidade e só perderia se um raio caísse em sua cabeça.
Aconteceu quase isso. Na 30ª passagem, debaixo de um belo aguaceiro, não parou para colocar pneus ‘ biscoito’ e no fim da
Reta dos Boxes perdeu o controle do carro batendo na Minard de Christian Fittipaldi.”
(Folha de SPaulo, 29 de março, 1993)
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1.Há no texto várias palavras e expressões ligadas a chuva, como toró, água, molhado, aguaceiro etc.Ao empregá-las o autor
procurou:
a) relatar um acontecimento previsível, verificado durante o GP Brasil.
b) Apresentar a chuva inesperada como único fator de derrota de Prost.
c) Apresentar dois pontos de vista com relação ao fenômeno da chuva: um, ligado ao vencido, outro, ao vencedor.
d) Conseguir efeitos estilísticos que tornassem o texto mais preciso e elegante.
e) Demonstrar que, às vezes, a providência divina faz sua própria justiça.
2.Em todo o texto, os nomes de Alain Prost e Ayrton Senna nunca são retomados expressamente pelo pronome ele. O autor,
a) Não repetindo pronomes, caracteriza, com precisão, a personalidade de cada um dos pilotos.
b) Preferindo os recursos utilizados, deprecia Prost e evita possíveis ambigüidades.
c) Empregando a expressão “o francês da Williams” , subestima um possível motivo da superioridade de Prost.
d) Utilizando esse expediente, dá o máximo de informações sobre os dois pilotos rivais.
e) Optando por outras expressões, torna o texto propositadamente prolixo e confuso.
Sobre ambigüidade
1.Indique as ambigüidades a seguir:
a) Eu e ela viemos de carro.
b) Comprou o carro rápido.
c) Deixou a sala vazia.
d) Vi o livro e a aurora de que gosto.
e) Comi o churrasco num restaurante que era gostoso.
f) Foi observado o acidente da ponte.
1) sugestão: manter a primeira “galinha”; substituir as demais por pronomes, adjetivos (penosa), outros substantivos (ave,
galinácea etc)
Exercício 2:
a) ...lavou no tanque...
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Apresentamos, a seguir, algumas dificuldades comuns quanto ao uso da língua portuguesa e, também, alguns deslizes.
Onde/aonde
a) onde – Usado para indicar o lugar "em que se está" ou em que se permanece. Usa-se a forma onde com os verbos estáticos
que pedem preposição em. Significa o lugar em que (= no qual).
b) Aonde- usado para indicar o lugar ao qual se vai. Usa-se aonde com verbos que indicam movimento, deslocamento.
Há/a
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Obs: Deve-se evitar empregar estar a fim de no sentido de estar com vontade de em textos mais elaborados, pois trata-se de
modismo, de gíria. Seu emprego só se justifica em textos coloquiais: “Eu não estou a fim de sair hoje”.
• Emprega-se eu quando for sujeito de um verbo no infinitivo, e mim quando complemento, ou adjunto adverbial.
Exemplos:
Não é difícil, para mim, ir lá. (Para mim não é difícil ir lá).
O mesmo - Quem utiliza essa expressão, crê estar falando eruditamente – mal sabe que está cometendo um erro grosseiro.
Lamentavelmente é muito disseminada. Observe:
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Ao invés de. Ao invés de = expressa idéia de oposição, situação antônima, avesso, contrário. Então, use: “O valor do imposto
sobe, ao invés de baixar”, mas não use:
Em vez de. Em vez de = substituição, simples troca; Em vez de quer dizer “em lugar de”
Ao contrário / diferentemente-
“Ao contrário do que foi publicado no jornal, tivemos 28 produtos expostos durante a feira e não 20.”
• "Vinte e oito" e "vinte" não são coisas contrárias. Portanto, o correto é usar "diferentemente do que foi
publicado...".
Ao meu ver / a meu ver. Não existe em nosso idioma a expressão ao meu ver.
• A meu ver, esse procedimento não está correto, pois um bom cliente não pode ser tratado dessa maneira.
Uso de tratar-se de, com referência a uma afirmação anterior, sempre no singular.
• O clube dispensou Jari e Adão. Trata-se de dois jogadores sem função na equipe.
• Lá vêm as duas moças. Não se esqueça: trata-se das duas filhas do prefeito.
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Uso de através da. Essa locução prepositiva equivale a de lado a lado, por entre, ao longo de, por dentro de. Dessa maneira,
é correta a frase:
• Através da presente, solicitamos as devidas providências de V.Sa para tornar sem efeito as últimas medidas que
impedem o estacionamento de veículos de professores no pátio interno da Faculdade de Filosofia.
Troque por “Pela presente...”
Uso do verbo haver. Este verbo, quando usado nos sentidos de existir é impessoal; deve ficar, portanto, na 3 ª pessoa do
singular.
Uso dos verbos fazer e haver indicando tempo decorrido. Também ficam no singular.
Crase é um fenômeno fonético que corresponde à fusão da preposição “a” com o artigo “a” ou da preposição “a” com os
demonstrativos “aquele”, “aquela”, “aquilo”. Essa união é marcada pelo acento grave.
Casos obrigatórios
1) ocorre crase quando o termo antecedente pedir preposição e o termo posterior exigir artigo.
Ex.: Fui a a cidade
preposição artigo
Para que a escrita não se apresente dessa forma, marcamos a fusão dos aa com o acento grave. Ficando, pois, assim:
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Fui à cidade.
Para ter certeza diante dessa regra, substitua o nome feminino por masculino. O artigo que o antecede é masculino e o verbo
“fui” continuou pedindo a preposição. Veja: vou a + o cinema, então, vou à cidade.
2) ocorre crase nos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo desde que o termo anterior exija a preposição a .
Fui a aquele restaurante. Fui àquele restaurante.
Dica: substitua o pronome por seu equivalente a este, a esta, a isto. Se for possível, ocorre crase.
3) ocorre crase nas locuções adverbiais femininas, nas locuções prepositivas e nas locuções conjuntivas.
ex. de locuções adverbiais: à noite, à direita, à esquerda, às avessas, às pressas.
ex. de locuções prepositivas: à beira de, à custa de, à força de, à moda de.
4) ocorre crase na indicação de horas: Sairei às três horas. Sairei à uma hora
5) Ocorre crase com os pronomes a, as, quando demonstrativos representando aquela, aquelas, desde que o termo seguinte
exija preposição.
Estas fotos são iguais às que vi ontem.
6) ocorre crase antes dos pronomes relativos a qual, as quais, desde que o termo regente exija preposição.
Esta é menina à qual me referi.
• A expressão a distância não terá acento grave no a se a distância não estiver determinada. Observe:
Fiquem a distância; se determinada, ocorrerá crase.
• casa, terra. Mesmo sendo substantivos femininos, se estes não estiverem caracterizados, determinados, não serão
antecedidos pelo acento grave. Veja:
Ex.: Voltei a casa depois daquele dia.
Depois de tantos dias no mar, voltei à terra natal. (significa região, pátria)
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1) diante de verbos.
Começou a chover. Já comecei a dançar
Falei a V. S ª.
Exceção: ocorre crase diante dos pronomes de tratamento senhora e senhorita, desde que a palavra antecedente exija a
preposição “a”.
Exercício: crase
i)Solicitei ___ secretária que nos informasse ___ respeito da promoção ___ ser enviada ___ TV.
l)O orador não se referiu ___ obras realizadas, nem ___ planos especiais.
o)Parece ___ mim que esta mudança será prejudicial ___ ela.
variáveis : o qual(s), a qual (s); cujo (s), cuja (s); quanto (s), quanta (s)
invariáveis: que ,quem, onde
Os pronomes relativos servem para substituir termos já expressos e, ao mesmo tempo, introduzir uma oração dependente
Oração dependente
Atenção:
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b) quem é utilizado para pessoa ou coisa personificada; vem sempre precedido de preposição.
c) cujo equivale a do qual, de quem, de que. Portanto tem valor possessivo: é empregado apenas como pronome adjetivo.
obs.: cujo concorda em gênero e número com a coisa possuída. Jamais se usa artigo depois do pronome relativo cujo.
d) quanto sempre tem por antecedentes os pronomes indefinidos tudo, todos, todas
• quando ( = em que )
Maldita a hora quando te conheci.
“Encontrei o irmão dele que me deu notícias de sua tia que passa por dificuldades desde o momento em que perdeu o emprego
que tinha naquela empresa que faliu.”
• Substituindo as frases relativas por um adjetivo sem complemento: Um movimento que não pára. Um movimento
contínuo.
• Substituindo as frases relativas por uma preposição acompanhada de substantivo: Um doente que não corre perigo.
Um doente fora de perigo.
f) Um homem que não tem medo.
g) O carinho que uma mãe tem pelos filhos.
h) Os alunos que têm a mesma idade.
i) Um político que pertence a nosso partido.
b) Estou lhe mandando um porco pelo meu irmão, que está bem gordo.
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5) Construa um período composto, iniciando obrigatoriamente pelo elemento comum às duas orações:
a) Estou entusiasmado pelo livro. O livro é um romance policial.
b) Encarreguei o diretor da nomeação. A nomeação não será difícil.
c) Mandaram a máquina para o gabinete. O gabinete fica no primeiro andar.
d) O ministro falou dos funcionários públicos. Os funcionários públicos receberão aumento.
e) Vi o aluno na rua. Revoltei-me com a atitude do aluno.
*Os conectivos são vocábulos gramaticais que estabelecem relações entre as palavras de uma frase. Em português há três
espécies de conectivos:
• as preposições;
• os pronomes relativos;
• as conjunções.
Os pronomes relativos, enquanto conectivos, devem vir precedidos das preposições exigidas pelos verbos presentes nas frases
em que estão inseridos:
*As conjunções, coordenativas ou subordinativas, estabelecem relações claras entre frases ou palavras de mesma função e
devem ter significado cuidadosamente preservado. Já que são fundamentais na progressão e na coerência/ coesão do texto.
Exercícios: conectivos
1) Quais são as relações estabelecidas pela palavra como nas frases a seguir?
2)Quais os sentidos da palavra ou nas seguintes frases (exclusão, retificação, alternância, adição.)
4) Quais os sentidos, expressos pela preposição de:(qualidade, causa, matéria, origem, parte)
a) Pulseira de plástico. ______________________________________________
5) Indique se as preposições são nocionais (apresentam conteúdo semântico) ou relacionais (seu uso se deve a exigências
gramaticais)
a) Saiu de carro. _______________________________________
b) Viajou com ela. ______________________________________
c) Precisava de mais tempo._________________________________
d) Gostava de feijoada. ________________________________________
e) Necessitava de companhia.. __________________________________
f) Comprou passagem de avião. _________________________________
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6) Aponte as circunstâncias expressas pelos termos em destaque: (condição, afirmação, causa, finalidade, concessão,
exclusão, origem.)
a) Para isso estou aqui. ________________________________________
b) Rosa é bonita, efetivamente! ________________________________________
c) Estudamos para a vida e não para o vestibular. ___________________________
d) Não vou sair sem a resposta prometida. ________________________________
e) Se, de fato, o destino das pessoas. ______________________________________
f) O menino nasceu de pais pobres. ______________________________________
g) Todos partiram, menos Pedro. ________________________________________
h) Não consigo fazer isso, apesar de meu esforço. ___________________________
i) Da muita água que caiu, não podemos passar. ___________________________
7) Sem alterar a idéia contida no período dado, construa um novo, a partir do início proposto. Use o elemento em destaque
que melhor se ajuste ao novo período e faça as modificações necessárias.
a) Bateu-me com tanta força, que não pude deixar de cair.
Não pude deixar de cair ________________________________________
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à medida que - depois que - uma vez que - se bem que - contanto que
t) É possível que os hotéis estejam cheios, visto ter aumentado o número de turistas na cidade.
O número de turistas aumentou ________________________________________
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a)à; b) à; c) à; d) a; e)à; f) a; g) a, a; h) a; i) à, a, a, à; j) a; l) a, a; m) a, a; n) à, à; o) a, a
1)Encontrei o irmão dele que me deu notícias de sua tia. Ela passa por dificuldades desde o momento da perda do emprego
naquela empresa que faliu.
2)
3)
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4)
i) com cujas
5)
Gabarito (1)
Gabarito(2)
Gabarito (3)
Gabarito (4)
j)qualidade
Gabarito (5)
Gabarito (6)
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Gabarito (7)
Regência Nominal estuda a relação que se estabelece entre os substantivos, adjetivos e advérbios e os termos que os
completam. Alguns desses termos podem apresentar alguma dificuldade de regência, principalmente aqueles que admitem
mais de uma preposição.
A seguir, a regência de alguns nomes acompanhados de suas preposições mais frequentes. Essa lista deve ser usada para
esclarecer suas possíveis dúvidas.
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Regência Verbal é a maneira por meio da qual o verbo se relaciona com seus complementos (objeto direto e objeto indireto).
Dependendo da regência, um mesmo verbo pode assumir diferentes significados, como mostra o exemplo seguinte.
No primeiro exemplo, o verbo assistir é transitivo indireto e significa “ver”. Compreende-se que o professor viu o aluno que
apresentava alguma dificuldade.
Na segunda frase, o verbo assistir é transitivo direto e significa “dar assistência”. Compreende-se que o professor “ajudou”,
socorreu, “prestou assistência” ao aluno que apresentava dificuldade.
Veja, a seguir, uma lista de verbos cuja regência obedece a regras especiais.
1. Aspirar
a) É verbo transitivo direto no sentido de sorver, inspirar, respirar.
Ex.: Aspiro o ar poluído da cidade de São Paulo.
“ A melhor forma de evitar pulgas e baratas é aspirar todas as áreas onde ficam animais domésticos, além de
tapetes, carpetes e móveis revestidos com tecidos.” (Folha de São Paulo)
2. Assistir
a) É verbo transitivo indireto no sentido de presenciar, ver:
Ex.: Você assistiu ao novo programa da televisão?
Obs.: Na língua do dia a dia é comum ouvir “Você assistiu o novo programa da televisão?” A língua culta, no entanto, exige
que se diga “assistiu ao novo programa.”
3. Chamar
a) É verbo transitivo direto ou verbo transitivo indireto quando apresentar sentido de “atribuir um nome ou
qualidade”.
Ex.: Chamava-o irresponsável.
Chamava-o de irresponsável.
Chamava-lhe irresponsável.
Chamava-lhe de irresponsável.
b) É verbo transitivo direto no sentido de convocar:
Ex.: Está na hora de chamar seu irmão para o lanche da tarde.
4. Esquecer, lembrar, recordar. Estes verbos não mudam de significado, mas admitem duas construções.
a) Serão verbos transitivos diretos quando não forem pronominais:
Ex.: Esqueci o lanche em casa.
Lembro o seu nome com carinho.
Diariamente, recordo suas histórias.
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7. Obedecer, desobedecer
São verbos transitivos indiretos e seus complementos são introduzidos pela preposição a:
Ex.: Obedecemos rigidamente às ordens.
Eles desobedecem aos professores.
8. Pagar, perdoar
Pagar e perdoar são verbos transitivos direto e indireto, porém,
a) quando o complemento for coisa, serão verbos transitivo direto:
Ex.: Paguei as dívidas.
Perdoei as ofensas.
c) quando o complemento for coisa e uma pessoa, serão verbos transitivos direto e indireto.
Ex.: Paguei as dívidas ao vendedor.
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. (Pai-Nosso).
9. Preferir
É verbo transitivo direto e indireto e exige a preposição a:
10. Querer
a) É verbo transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de:
Ex.: “Eu quero a rosa mais linda que houver” (Dolores Duran)
12. Visar
a) É verbo transitivo direto no sentido de mirar e no sentido de dar visto:
Ex.: Atenção! Vise bem o alvo e atire.
A professora já visou os cadernos.
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13. Ir/chegar
Os verbos ir e chegar indicam o lugar a que se pretende ir ou chegar. Com esses verbos, utilize a preposição a ou para.
Vou a (para) Curitiba no próximo final de semana.
Finalmente, cheguei ao fim do caminho.
Atenção! Para indicar tempo ou meio de transporte, utilize, com esses verbos, a preposição em:
Chegarei em poucos minutos.
14. Responder
O verbo responder é transitivo indireto. Seu complemento pode ser pessoa ou coisa:
Responda às questões.
Respondi imediatamente à sua carta.
Exercícios –
1. (Vunesp 2007) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das frases.
(A) que ... em que ... de cujos ... o qual ... que
(B) da qual ... a que ... cujo ... que ... por que
(C) de que ... a que ... cujo ... de que ... que
(D) de que ... a que ... de cujo ... em que ... que
(E) da qual ... em que ... cujo ... onde ... a que
2. (Cetroconcursos) Indique a alternativa em que a regência verbal esteja de acordo com a norma culta.
(A) Somos em vinte nesta sala.
(B) Ele passou mal, porque aspirou profundamente ao perfume das flores.
(C) Ele não obedece os mais velhos.
(D) Todos assistiram ao treino.
(E) Prefiro filmes do que novelas.
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6. (Puccamp-SP) Os depoimentos .................. teve acesso comprovaram que a República não cumpriu, nesses cem anos, as
promessas ............... foi portadora.
a) a que – de que
b) aos quais – de cujas
c) pelos quais – às quais
d) os quais – das quais
e) que – que
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a) os – os – recorra a eles
b) lhes – os – recorra a eles
c) lhes – lhes – recorra-lhes
d) os – lhes – recorra-lhes
e) os – lhes – recorra a eles
10) (F. C. Chagas-BA) Como não .......... vi, chamei o contínuo e mandei ........, então, ........................... .
11) (FUVEST-SP) Posso informar............. senhores ............. ninguém, na reunião, ousou aludir ............... tão delicado assunto.
a) aos – de que – o
b) aos – de que – ao
c) aos – que – à
d) os – que – à
e) os – de que – a
12. Alguns demonstram verdadeira aversão...........exames, porque nunca se empenharam o suficiente ......... utilização do
tempo ......... dispunham para o estudo.
a) Aquele rapaz com quem eu me simpatizo prefere mais aventuras desastrosas do que empreendimentos sérios.
b) Nunca perdoarei ao homem a quem eu paguei a dívida.
c) Eu sempre obedeço a mulheres.
d) O homem visou o alvo depois de ter visado o cheque, porque visava a uma posição destacada.
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Gabarito - Regência
1.d; 2.d; 3.c; 4.c; 5.c; 6.a; 7.a; 8.d; 9.b; 10.b; 11.e; 12. e; 13. a; 14.d; 15. c
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Os pronomes pessoais oblíquos átonos podem aparecer em três posições diferentes em relação ao verbo, sendo definidos os
casos de próclise, mesóclise e ênclise:
1. Próclise: quando o pronome se posiciona antes do verbo. Ocorre próclise sempre que há palavras que atraiam o pronome
para antes do verbo, como:
a) palavras de valor negativo:
Ex.: Nunca te vi mais gordo.
b) advérbios:
Ex.: Ele sempre nos repete os mesmos conselhos.
Aqui se fala muito.
c) pronomes indefinidos:
Ex.: Tudo me parecia triste.
d) pronomes relativos:
Ex.: Este é o lugar onde me sinto bem.
e) pronomes interrogativos:
Ex.: Quem me viu chegar?
f) pronomes demonstrativos:
Ex.: Isto me faz bem!
g) conjunções subordinativas:
Ex.: Espero que nos vejamos breve.
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g) sem atrativo:
Ex.: Devo dizer-lhe toda a verdade ou
Devo-lhe dizer toda a verdade
h) com atrativo:
Ex.: Nada lhe devo contar
Nada devo contar-lhe
Exercícios
1) Assinale a alternativa correta:
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2) Assinale a correta:
3) Assinale a incorreta:
e) Me emprestaram o dinheiro.
4) Assinale a incorreta:
a) Macacos me mordam.
b) Os céus te protejam.
c) Protejam-te os céus.
5) (F.C. Chagas-PR) Se ninguém .......................... a verdade, e se precisei lutar para ...................... nada ........................ a
respeito.
7) (Unirio-RJ) Assinale o item em que está mal empregado o verbo acompanhado de pronome oblíquo:
a) retém-no
b) mandamo-lhe
c) fi-lo
d) disseram-no
e) desejamo-lo
8) (Mack-SP) Assinale a alternativa que apresente a incorreta substituição dos termos destacados pelo pronome átono
associado à forma verbal:
9) (Univ. Fed. Juiz de Fora – MG) Assinale a opção em que a colocação do pronome pessoal átono está incorreta:
A colocação do pronome átono empregada com a forma verbal destacada acima tornou-se incorreta em:
11) (Univ. Fed. Pará) Assinale a alternativa correta quanto à colocação do pronome átono:
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12. (EFO – Alfenas-MG) “Não me deixo tapear.” Empregou-se a colocação proclítica do pronome átono, pelo mesmo motivo
por que ela foi empregada na citação acima, em:
13. (Univ Moji das Cruzes – SP) Justifique a colocação do pronome átono destacado no trecho:
“O coronel Boaventura sentiu o coração pulsar mais forte: por acaso teria Natário o dom de ler os pensamentos? Em se
tratando de gente de sangue índio nunca se pode saber.” (Jorge Amado)
1. e
2. b
3. e
4. d
5. e
6. d
7. b
8. b
9. b
10. d
11. a
12. b
13. Usa-se próclise quando o gerúndio (tratando) vem precedido da preposição em.
Casos Especiais
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