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FILOSOFIA DA RELIGIÃO
Definição
Disciplina que analisa os conceitos fundamentais e as crenças religiosas
básicas, interrogando-se sobre a sua verdade e justificação
Problemas
Deus existe?
Se Deus existe, por que é que há mal no mundo?
Até que ponto a fé religiosa deve estar ao abrigo de discussão?
Os milagres são provas credíveis da existência de Deus?
Diferença em relação às ciências
Sociologia da religião: estuda as crenças religiosas das diversas
populações do mundo
Filosofia da religião: pergunta se as crenças têm justificação
FILOSOFIA DO CONHECIMENTO
Definição
Disciplina que se interroga sobre a natureza, origem, limites e
justificação das nossas crenças
Problemas
O que é o conhecimento?
Será apenas uma crença verdadeira devidamente justificada?
Como sabemos o que é a verdade?
Será que o conhecimento depende fundamentalmente da
experiência ou da razão?
Diferença em relação às ciências
Cientista: procura aumentar o nosso conhecimento dos factos
históricos e naturais
Filósofo: interroga-se sobre o que é o conhecimento, como o
adquirimos, qual a sua extensão, se há verdades objetivas ou se
tudo é relativo, o que distingue o conhecimento científico de outros
tipos de conhecimento, etc
FILOSOFIA POLÍTICA
Definição
Disciplina filosófica que, em estreita ligação coma ética, reflete sobre a
natureza, funções e legitimidade da autoridade do Estado na sua relação
com os cidadãos
Problemas
O Estado é um bem? É um mal menor? É necessário ou é
dispensável?
Até que ponto é legítima a intervenção do Estado e da sociedade na
vida dos cidadãos?
Qual é o valor político fundamental? A liberdade, a igualdade, a
justiça ou a segurança e a coesão sociais? Se é a liberdade, até que
ponto devemos obedecer às leis do Estado? Se é a igualdade, como
deve o Estado promovê-la?
O que é uma sociedade justa?
Diferença em relação às ciências
Cientista político: analisa as diversas formas de governo
Filósofo: pergunta o que torna o governo legítimo e justo, quais são
os limites da sua autoridade se temos o dever de lhe obedecer
sempre
LÓGICA
Definição
Disciplina que estuda em que condições os nossos argumentos são
válidos
Problemas
O que é um argumento?
Que tipos de argumentos existem?
Em que consiste a validade de um argumento? Será que um
argumento válido nada tem a haver com a verdade?
O que distingue a validade dedutiva da indutiva? A verdade das
premissas garante a verdade da conclusão?
Para que um argumento seja bom, persuasivo e convincente, é
suficiente que seja válido?
Diferença em relação às ciências
Psicologia: estuda o pensamento como processo mental,
procurando determinar que regiões cerebrais estão mais envolvidas
nessas atividades
Filosofia: dedica-se à forma de como os argumentos são utilizados e
se estes são válidos ou inválidos
METAFÍSICA
Definição
Disciplina que estuda os aspetos mais gerais da realidade
Problemas
Será que a vida faz sentido?
Temos livre-arbítrio?
O que é a realidade? Há critérios seguros para distinguirmos as
aparências da realidade?
O que é a liberdade? Somo realmente livres?
Diferenças em relação às ciências
Físico: estudar os constituintes últimos da realidade física (átomos)
Filósofo: interroga-se sobre a relação entre o físico e o mental,
perguntando se os estados mentais nada mais são do que
fenómenos do cérebro (“É a realidade física tudo o que existe?)
Os problemas filosóficos e a sua natureza
Os problemas filosóficos são:
Não empíricos: problemas cuja resposta não pode ser obtida através
da experiência e da experimentação
Sem solução científica disponível ou que nunca terão resposta
científica
Muito gerais
Abertos: as respostas não satisfazem todos os entendidos; a resposta
não obtém acordo e consenso racional da maioria das pessoas
São problemas que resultam da reflexão sobre os conceitos fundamentais
em que se baseiam várias atividades humanas:
Atividades Conceitos Questões filosóficas
básicos e
muito - O que faz com que os quadros de Picasso sejam
gerais que obras de arte? Uma obra de arte tem de ser bela
estão para ser artística? O que é a beleza? A arte deve
ligados a cumprir uma função educativa no plano moral e
essas social para ter valor?
atividades - De que depende a correção moral de uma
ação? Dos resultados ou da intenção? É correto
A arte, a Arte, sacrificar uma pessoa para salvar as outras? O
moral, a beleza, que conta mais, os nossos direitos ou os
política, a bem, mal, interesses da sociedade? há direitos que todas
religião, justiça, as pessoas devem ter sejam o que forem e
etc igualdade, vivam onde viverem? Devemos dizer sempre a
etc verdade?
- O que é o Estado? É um bem ou um mal
menor? A segurança é mais importante que a
liberdade? A liberdade de expressão deve ter
limites? Devo obedecer sempre às leis do
Estado? Até que ponto é o Estado pode intervir
na minha vida? Como distribuir a riqueza que
uma sociedade produz para que haja uma
justiça social?
São problemas que surgem de crenças incompatíveis acerca de certas
questões básicas ou fundamentais:
Deus existe
> Será que Deus existe?
Deus não existe
Temos livre-arbítrio Será que temos livre-
>
Não temos livre-arbítrio arbítrio?
É justo pagar impostos O que é a justiça? É justo
>
Os impostos são um roubo pagar impostos?
De que depende a correção
Boas intenções fazem boas as ações
> moral de uma ação? O que a
A árvore conhece-se pelos frutos
torna boa?
IMPORTANTE:
Crenças básicas ou fundamentais: crenças cuja verdade ou falsidade
determina a verdade ou falsidade de outras crenças que delas dependem.
Método da filosofia
O que caracteriza a filosofia é a discussão e a análise de ideias, de crenças
ou convicções que todas temos.
Os filósofos, primeiro, identificam e esclarecem os problemas. Depois
tentam respondê-los, usando os argumentos e as teorias.
Método da filosofia: pensamento crítico
O método da filosofia é a discussão racional de argumentos, pensar o mais
corretamente possível para tentar encontrar respostas adequadas.
Os filósofos defrontam-se com os problemas, procuram responder-lhes e
elaboram argumentos para apoiar ou justificar as suas respostas.
NOTA:
Elementos centrais da filosofia:
Uma teoria filosófica é uma tentativa de resposta a um problema filosófico.
O argumento filosófico procura justificar a teoria.
Problema filosófico: Será que Deus existe?
Teoria filosófica: Deus não existe
Argumento filosófico: Se Deus existe, a vida tem sentido. A vida não
tem sentido. Logo, Deus não existe.
Atitude filosófica
Características da atitude filosófica
A atitude filosófica tem determinadas características:
Uso crítico e construtivo da razão:
Para a filosofia, as nossas crenças e opiniões não podem ser aceites
sem justificação. Temos de as defender com argumentos.
Argumentos com os quais não estejamos de acordo devem ser
examinados e testados mediante contra-argumentos. Ao interrogar
as nossas crenças mais fundamentais, a filosofia pretende que
pensemos se não estamos errados, não para nos desiludir, mas para
que procuremos ter uma compreensão mais alargada do mundo e
de nós.
Problematização radical:
A filosofia transforma as nossas crenças em problemas. O que
parece evidente e bem esclarecido é para ser discutido.
Autonomia:
A atitude filosófica é incompatível com a dependência em relação a
gurus ou orientadores espirituais e ao que a maioria julga ser a
verdade.
A atitude filosófica também tem como características:
Curiosidade
Desejo
Necessidade de conhecer
Capacidade de transformar em problema o que parece evidente e
indiscutível
Recusa de aceitar como verdadeiras ideias feitas ou teorias sem
antes de examinar argumentos em que se apoiam
Capítulo 2: A dimensão discursiva do trabalho filosófico: Noções básicas de
argumentação
Conceitos importantes
Teses: afirmações acompanhadas de razões para as aceitarmos
Teorias: conclusões a que chegamos através de argumentos
Lógica
A lógica é indispensável para a filosofia uma vez que:
Permite-nos distinguir argumentos de não argumentos
Permite-nos clarificar argumentos
Ensina-nos a avaliar criticamente argumentos
Ensina-nos a pensar de forma consequente
Torna-nos mais capazes de apresentar argumentos a favor de uma
ideia ou de contra-argumentar, isto é, de apresentar argumentos que
a refutem
Argumentos
Definição
Conjunto de proposições formado pelas premissas que visam apoiá-la. Um
argumento pode ter várias premissas, mas só uma conclusão. Os
argumentos têm também o nome de raciocínios ou inferências.
Argumentamos para justificar determinadas afirmações, tentando mostrar
por que razão acreditamos que é verdadeira. Argumentar implica
apresentar razões para defendermos as nossas ideias perante os outros
tentando convencê-los, ao mesmo tempo que tornamos mais claras as
nossas ideias.
Exemplo:
Todos os animais que ladram são cães.
PREMISSAS
Tenho em casa um animal que ladra.
Logo, o animal que tenho em casa é um cão. CONCLUSÃO
Problema do livre-arbítrio
Problema = “Será que escolhemos realmente o que fazemos ou as nossas
ações são causadas por fatores que não controlamos?”
É um problema porque, apesar de acreditarmos que escolhemos realmente
o que fazemos, também somos influenciados pela explicação científica da
natureza ou do mundo físico.
Determinismo nega Livre-arbítrio
Há ações livres
Argumentos
Crença no livre-arbítrio é uma crença de senso comum, isto é, algo
em que toda gente acredita. A deliberação é um exemplo pois só faz
sentido deliberarmos se pudermos escolher agir de modo diferente
O livre-arbítrio é uma condição necessária para se poderem
responsabilizar as pessoas pelas suas ações
Crítica
As minhas ações são determinadas pelo o meu eu interior. Mas o que
é este eu?
Entidade física: se é físico, está sujeito ao encadeamento
causal necessário que rege todas as coisas físicas
Não é entidade física: se não é físico, como é pode atuar em
atos físicos, como as ações?
Unidade 3: Os Valores: Análise e Compreensão da Experiência Valorativa
Capítulo 1: Valores e valoração – a questão dos critérios valorativos
Valores
São os padrões ou referências em função das quais julgamos objetos,
pessoas e atos.
São os critérios das nossas preferências. São as ideias que influenciam as
nossas decisões e ações, as nossas escolhas e preferências. São a
justificação que damos às nossas ações e decisões.
Os valores:
Exprimem aquilo que julgamos que é importante e significativo na
nossa vida
São diversos
São hierarquizados
São polarizados (polo negativo e positivo)
Ex.: Coragem vs. Cobardia
Implica uma componente afetivo-emocional
Tipos de valores
Religiosos
Estéticos
Éticos
Políticos (conhecimento)
Teoréticos (conhecimento)
Sensíveis (prazer e satisfação)
Económicos (necessidades económicas)
Conceitos importantes
Valores absolutos Valores relativos
Valem independentemente de
Só valem para algumas pessoas ou
todas as pessoas e de qualquer
apenas numa determinada época
época
Valores intrínsecos Valores extrínsecos
Quando o valor tem valor em si Quando o valor tem apenas valor
próprio. A origem do seu valor está instrumental, quando se lhe
em si e não em algo externo. Estes reconhece valor por ser útil ou por
justificam-se a si mesmos ser um meio para algo que é valioso
Valores objetivos Valores subjetivos
Referem-se à realidade tal como ela
é e não ao modo como o sujeito a
Dependem do gosto e do ponto de
interpreta ou vê. Não dependem da
vista de cada pessoa
opinião ou ponto de vista de cada
pessoa
Absolutismo moral
Há valores morais que nunca podem ser violados, não admitindo
exceções, sejam quais forem as consequências
Direitos Humanos
Definição
Os direitos humanos:
São universais (de todos os seres humanos)
São morais, naturais e próprios da natureza humana
São exigências morais
Não são atribuídos pelo poder político, ou seja, não estão sujeitos a
variações de tempo e espaço
Estão longe de nascerem de uma concessão de uma sociedade
política, que lhe são logicamente anteriores e devem construir o
“centro ético” em torno do qual os seres humanos, vivam onde
viverem, organizem a vida política, económica e cultural
Pretendem ser válidos, estejam ou não reconhecidos juridicamente
por um Estado
Características
São inerentes à pessoa humana, têm o seu fundamento na dignidade
de cada ser humano. Por isso, são universais, válidos para toda a
pessoa, independentemente da sua condição socioeconómica,
religião, etnia, nacionalidade, “raça” e sexo
São exigências éticas (“direitos morais”) porque representam valores
que devem ser respeitados por todos os seres humanos e garantidos
pelas leis e pelos governos de todos os países
São ideais que devem orientar e inspirar os códigos legais de
qualquer Estado para que este seja considerado um Estado de
direito. Quando a legislação concreta de um Estado os contempla,
passam a integrar o Direito positivo deste, o que dá mais garantias
quanto ao seu respeito e proteção
Existem, mesmo quando não são reconhecidos e cumpridos. Com
efeito, nenhum poder político pode retirar-nos (ou dar-nos) esses
direitos porque a dignidade humana que é o fundamento é algo que
temos por sermos pessoas e não algo que depende da vontade de
quem faz as leis
Teoria Consequencialista
É uma teoria filosófica criada por John Stuart-Mill. Esta é conhecida como
utilitarismo, que é uma teoria consequencialista.
Defende que o valor moral de uma ação depende das suas
consequências ou resultados
Se as consequências são boas, a ação é boa
Se as consequências são más, a ação é moralmente errada
Critério: CONSEQUÊNCIAS
Ética deontológica de Kant
Biografia de Kant
Immanuel Kant: 1724 – 1804 – Filósofo alemão
Começou a escrever obras a partir dos 54 anos
Crítica da Razão Pura
Fundamentação da Metafísica dos Costumes
Crítica da Razão Prática
Crítica da Faculdade de Julgar
A Religião nos Limites da Simples Razão
Ética = Educação pietista (valorização da interioridade)
Influências: Racionalismo iluminista, Valorização da Razão
Defendeu a liberdade de pensamento e de expressão
Crítica
A ética kantiana é incapaz de resolver situações de conflito moral.
Exemplo:
Vários pescadores holandeses transportavam, secretamente, no seu barco
refugiados judeus para Inglaterra. Numa das suas viagens, foram
intersetados por nazis. Eles perguntaram qual era o seu destino e quem ia
a bordo.
Havia 2 alternativas: Mentir e obter passagem ou Permitir o homicídio de
inocentes e de eles mesmos.
Segundo Kant, qualquer uma das opções é errada porque as regras morais
“não mentir” e “não matar” (permitir o assassínio de inocentes) são
absolutas.
Conclusão: A teoria ética de Kant não sabe responder a esta situação de
caso-conflito já que proíbe ambas as possibilidades de ação por estas se
revelarem moralmente incorretas.
NOTAS
Ética de Kant é rigorosa e exigente
O cumprimento do dever é incompatível com qualquer cálculo de
custos e benefícios
O cumprimento do dever também é incompatível com a ideia de que
é em nome de Deus que respeitamos a pessoa humana
É a nossa razão que nos diz o que temos obrigação absoluta de
respeitar
A religião não pode ser a base da moral
Fazê-lo por causa do que os outros possam pensar é um sinal
de menoridade – Heteronomia*
O valor absoluto da pessoa humana cujo respeito é um imperativo
incondicional está acima de tudo e deve valer por si
Nenhuma obrigação moral pode depender dos nossos sentimentos
porque isso implicaria:
Tratar as pessoas de modo diferente conforme o que por elas
sentíssemos
O desaparecimento de uma obrigação caso uma pessoa não
despertasse em mim um sentimento favorável
*Heteronomia
Característica de uma vontade que não cumpre o dever pelo
dever
O motivo para agir é encontrado em razões externas (receio
das consequências, temor a Deus) e não no cumprimento do
dever pelo dever
A vontade submete-se a autoridades que não a razão
Ética utilitarista de Stuart-Mill
Biografia de Stuart-Mill
John Stuart-Mill: Século XIX – Filósofo inglês
Principal obra: Utilitarismo
Ética consequencialista e hedonista
Critério último da moralidade = Utilidade/Felicidade
Maior bem para o maior número
Distinguiu a qualidade da quantidade dos prazeres. Considerava que
os prazeres superiores resultam da atividade intelectual
Defendeu a igualdade de direitos entre homens e mulheres
Resposta: Sociedade C
- A: Não pode ser porque, apesar de parecer a melhor para mim, tem
uma grande diferença entre as classes e, como não sei a que classe
pertenço, posso ser muito rico ou muito pobre
- B: Não pode ser já que, mesmo sendo uma sociedade muito
próspera, continuo a não saber a que classe pertenço e o rendimento
da classe mais pobre é baixo
- C: Esta é a sociedade que uma pessoa racional escolheria uma vez
que, apesar de não ser tão próspera, a diferença entre os
rendimentos das classes é menor comparando com as sociedades A
e B. Para além disso, sendo que não sei a minha condição social, esta
é sociedade cujo rendimento mínimo é de 31, o valor mais alto, e
mais seguro, de todas as outras sociedades
Crítica ao Utilitarismo
Rawls acusa o utilitarismo pelo princípio sacrificial. Este princípio expressa
o facto de ser legítimo sacrificar a felicidade de uns para gerar a felicidade
da maioria (Maior bem para o maior número).
Rawls combate esta teoria através do seu princípio da diferença, onde
refere que os menos favorecidos devem receber uma parte da riqueza
proveniente dos mais beneficiados, redistribuindo a riqueza de uma modo
equitativo.
NOTA
Princípio Maximin
É preferível uma sociedade desigual, capaz de distribuir mais riqueza, a uma
sociedade com mais igualdade, mas com menos riqueza.
A melhor sociedade é a que consegue a maximização do benefício mínimo
As pessoas da posição original preferem maximizar o menor dos ganhos que
possam vir a obter, quaisquer que sejam as possibilidades.
Desigualdade económica excessiva
Tem efeitos negativos
Dar aos mais ricos a possibilidade de oprimir os mais pobres e de
influenciar o governo e as decisões políticas, económicas e sociais
Poder económico excessivo dá privilégios que reduzem e limitam os
direitos de outros, deixando desprotegidas as liberdades básicas de
muitas pessoas