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Tecnologias de
Tratamento de Água,
Esgoto e Efluentes
Industriais
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Tecnologias de Trata-
mento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa
voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo
desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5
1 PROPRIEDADES DA ÁGUA............................................................................................................... 7
1.1 Características da Substância.......................................................................................................................................7
1.2 Geometria Molecular......................................................................................................................................................7
1.3 Forças Intermoleculares.................................................................................................................................................8
1.4 Densidade (Massa Específica)......................................................................................................................................9
1.5 Calor de Vaporização.......................................................................................................................................................9
1.6 Pressão de Vapor e Ponto de Ebulição..................................................................................................................10
1.7 Ponto Triplo – Diagrama de Fases...........................................................................................................................12
1.8 Coesão, Adesão e Tensão Superficial.....................................................................................................................14
1.9 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................16
1.10 Atividades Propostas.................................................................................................................................................16
2 PARÂMETRO DE QUALIDADE...................................................................................................... 21
2.1 Qualidade da Água.......................................................................................................................................................21
2.2 Parâmetros Físicos.........................................................................................................................................................21
2.3 Parâmetros Químicos...................................................................................................................................................22
2.4 Parâmetros Biológicos.................................................................................................................................................25
2.5 Tabela de Classificação dos Parâmetros................................................................................................................27
2.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................29
2.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................30
3 TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO.............................................................................................. 31
3.1 Saneamento....................................................................................................................................................................31
3.2 Tipos Básicos de Tratamento.....................................................................................................................................32
3.3 Etapas Básicas de Tratamento..................................................................................................................................32
3.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................38
3.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................39
4 APLICAÇÕES E LEGISLAÇÃO........................................................................................................ 43
4.1 Tratamentos Especiais..................................................................................................................................................43
4.2 Legislação Ambiental...................................................................................................................................................46
4.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................51
4.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................51
Prezado(a) aluno(a),
Nas disciplinas básicas de Química, aprofundamos os conceitos científicos sobre a estrutura da ma-
téria, as ligações químicas e as leis que regem as Reações que ocorrem na natureza e na indústria.
Na disciplina de Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais, você terá a opor-
tunidade de aplicar os seus conhecimentos de Química no que tange às propriedades da água, substân-
cia tão essencial à vida, à sua utilização, preservação e tratamento. Teremos quatro capítulos teóricos e
um capítulo de resolução dos exercícios. Os capítulos teóricos compreendem:
Propriedades da Água;
Parâmetros de Qualidade;
Tecnologias de Tratamento;
Aplicações e Legislação.
Esperamos que você aproveite bem esta disciplina e que ela possa contribuir para a sua formação
como Engenheiro.
Grande abraço,
Deise
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1 PROPRIEDADES DA ÁGUA
A água é uma substância pura composta, des da água é fundamental para entendermos
formada por ligação covalente entre dois átomos melhor a sua importância (sem água não existiria
de Hidrogênio e um de Oxigênio (H2O). A compo- vida), particularidades e reações, como também
sição da água foi descoberta em 1879, por Henry para a resolução de problemáticas na área de sa-
Cavendish, procedendo a queima de hidrogênio neamento.
na presença de oxigênio. Conhecer as proprieda-
Fonte: http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1374&sid=129
Além de ser uma molécula angular, o fato mento mais eletronegativo), dando, assim, um
de termos ligação entre Hidrogênio e Oxigênio, vetor (µ) resultante diferente de zero, como mos-
pela grande diferença de eletronegatividade des- tra a figura a seguir (recorde a apostila de Química
ses dois elementos, resultará em forte polarização Geral Experimental I):
da nuvem eletrônica ao redor do Oxigênio (ele-
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Fonte: http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?acao=quimica/ms2&i=22&id=258
As Forças Intermoleculares são as forças tais como Ponto de Ebulição (PE), Ponto de Fusão
que ocorrem entre uma molécula e a molécula (PF), Solubilidade, Capilaridade, Viscosidade etc.
vizinha; também são conhecidas como Forças de Por exemplo, durante as mudanças de esta-
Van der Waals. do da matéria, ocorre somente um afastamento
Podem surgir quatro tipos de moléculas, ou uma aproximação das moléculas; ou seja, for-
com as seguintes polarizações: ças intermoleculares são rompidas ou formadas.
Veja a imagem:
Dipolo induzido – Dipolo induzido
(London);
Dipolo-dipolo induzido (Debye);
Dipolo-dipolo (ou Dipolo permanente)
(Keeson);
Pontes de Hidrogênio ou Ligação de Hi-
drogênio, quando a polarização é muito
intensa, ou seja, com Hidrogênio ligado
a elemento fortemente eletronegativo,
como Flúor, Oxigênio ou Nitrogênio.
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A água é uma das poucas substâncias que hidrogênio tanto dificulta o afastamento das mo-
aumentam de volume quando passam a tempe- léculas, aumentando o PE, quanto impede a sua
raturas inferiores a 4 ºC, reduzindo, portanto, sua aproximação máxima, diminuindo a densidade
densidade (por isso que gelo boia). A ponte de da água congelada.
Fonte: http://alfaconnection.net/meio%20ambiente/correntes%20oceanicas.htm
O Calor de Vaporização (ΔHvap) é uma me- Não esqueça que todo líquido tem um equilíbrio
dida da intensidade da interação entre as molécu- dinâmico entre o líquido e seu vapor na superfí-
las em um líquido. Define-se como a energia (kJ) cie, e a quantidade de moléculas que “escapam”
necessária para vaporizar 1 mol de um líquido. do líquido é proporcional ao seu calor de vapo-
O calor molar de vaporização está direta- rização.
mente ligado à intensidade das forças intermole-
culares existentes no líquido. Quanto mais inten-
sas as forças, maior será o calor de vaporização.
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Fonte: http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?Itemid=382&id=217&option=com_content&task=view
Fonte: http://labvirtual.eq.uc.pt/pontedehidrogenio=com_
content&task=view
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P2 R (T1.T2)
Onde temos:
R = constante cinética dos gases 8,314 J/k.
mol
T = Temperatura termodinâmica (Kelvin)
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Fonte: http://fisicanaweb.wordpress.com/2011/03/30/diagrama-de-fases/
As forças intermoleculares também deter- ela também é sem gosto e sem odor (característi-
minam o comportamento na mudança de fase, e, cas organolépticas). Assim, a água é normalmen-
assim, o gráfico de fases é uma característica in- te classificada como: líquido incolor, inodoro e in-
tensiva das substâncias. sípido que apresenta reflexão e refração da luz.
A água pura é um líquido transparente (ca- Veja, na bela imagem a seguir, como perce-
racterística de reflexão da luz) e levemente azu- bemos melhor a sua coloração nas geleiras. Mui-
lado ou praticamente incolor (característica de tas vezes, quando a fotografia é tirada no instante
comprimento de onda). Percebemos melhor o seu em que a geleira se rompe, percebemos o azul
tom azulado quando ela está congelada sob pres- quase anil da água sob pressão no seu interior.
são, daí o azul é mais visível, como nas geleiras;
Fonte: http://www.viajenaviagem.com/2010/03/el-calafate-a-foz-do-iguacu-das-geleiras/
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Fonte: https://crispassinato.wordpress.com/2008/07/15/agua-
-algo-mais-sobre/
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Saiba mais
A água possui grande capacidade de dissolver substâncias polares e iônicas, por isso muitas vezes é chamada de Sol-
vente Universal. Todas as reações que ocorrem em nosso organismo se dão em soluções aquosas. A interação entre
as moléculas do solvente (água) e as do soluto é que são responsáveis pelo processo de solubilização: quando uma
substância iônica é dissolvida em água, os cátions são atraídos pelo lado “negativo” da molécula de água (no caso o
oxigênio) e os ânions pelos polos “positivos” (os Hidrogênios). As forças existentes entre os cátions e ânions no sólido
(ligação iônica) são substituídas por Forças Intermoleculares.
Muitos compostos não iônicos também são solúveis em água. É o caso de, por exemplo, do etanol. A cerveja, o vinho
e a cachaça são que são exemplos de misturas homogêneas entre água e etanol.
Já quando temos a hidratação de íons o sólido iônico, ao se dissolver em água, se quebra em pequenas unidades:
cátions (íons de carga positiva) e ânios (íons de carga negativa).
Quando os íons estão hidratados, eles possuem um certo número de moléculas de água imediatamente próximas.
Este é o número de hidratação, que depende do tamanho e carga do cátion.
A figura a seguir mostra um esquema para a hidratação do íon Na+: são 4 moléculas de água na esfera de hidratação,
indicando que o número de hidratação do íon Na+ é 4. Isto gera o íon complexo [Na(H2O)4]+, que é circulado por
uma outra esfera de moléculas de água parcialmente ordenadas. Todo este efeito é puramente eletrostático, vindo da
carga do íon.
Entretanto existem muitas substâncias, que não são solúveis em água como as gorduras, pois as moléculas são de na-
tureza não polar. Uma regra geral para a solubilidade é que “o semelhante dissolve o semelhante”, isto é, moléculas
polares são miscíveis com moléculas polares, e apolares com moléculas apolares.
As propriedades da água, entretanto, são completamente diferentes em condições de alta temperatura e pressão.
Acima de 300 °C, em altas pressões, a água líquida é capaz de dissolver muitos compostos apolares. Mais diferente
ainda é a água quando a pressão for igual ou maior de 218 atm e a temperatura maior do que 374 ºC (temperatura
crítica): a água se torna um fluído supercrítico. Nestas condições, a água reúne propriedades de seu gás (tal como
a densidade) e de seu líquido (capacidade de dissolução). Além de dissolver substâncias polares e iônicas, a água
supercrítica é capaz de dissolver praticamente todos os compostos apolares. Uma das aplicações é na destruição de
lixos tóxicos: a água supercrítica é misturada com os resíduos orgânicos e gás oxigênio; iniciado a chama, a combustão
ocorre “embaixo” d’água! Isto só é possível graças às propriedades tipo-gás da água supercrítica e de sua capacidade
de dissolver os resíduos.
Fonte: http://smtp.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/agua.html
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Neste capítulo introdutório, recordamos as propriedades da água, tais como Capilaridade, Tensão
Superficial, TE, TF, Solubilidade, Pressão de Vapor – propriedades derivadas das forças interativas entre
as moléculas de água que têm ligação (Ponte) de Hidrogênio, conferindo, portanto, comportamentos
especiais nessas propriedades. Por meio das propriedades estudadas neste capítulo, poderemos fazer
previsões sobre o comportamento da água ante a solubilização de sólidos e gases e sobre seus processos
especiais.
1. A tensão superficial da água explica vários fenômenos, como o da capilaridade, a forma esférica
das gotas de água e o fato de alguns insetos poderem andar sobre a água. A alta tensão super-
ficial da água é uma consequência direta:
a) Da sua viscosidade.
b) Do seu elevado ponto de fusão.
c) Do seu elevado ponto de ebulição.
d) Das atrações intermoleculares.
e) Das ligações covalentes entre os átomos de “H” e “O”.
2. Os motores dos carros a gasolina fabricados em nosso país funcionam bem com uma mistura
combustível contendo 22% em volume de etanol. A adulteração por adição de maior quantida-
de de álcool na mistura ocasiona corrosão das peças e falhas no motor. O teste de controle da
quantidade de álcool na gasolina vendida pelos postos autorizados é feito misturando-se em
um frasco graduado e com tampa 50 mL da gasolina do posto com 50 mL de solução aquosa
de cloreto de sódio. Após agitação, esperam-se alguns minutos e observa-se a separação das
fases da mistura. Em um determinado posto, feito o teste, resultou que a fase orgânica ocupou
o volume de 39 mL, e a fase aquosa, 61 mL, o que isentou o posto de multa.
Entre as alternativas a seguir, aquela que NÃO está de acordo com o teste realizado é:
a) Após agitação, o etanol ocupou totalmente a fase orgânica.
b) A mistura água e gasolina pode ser separada por decantação.
c) O etanol dissolve-se em gasolina devido às forças intermoleculares de Van der Waals.
d) O etanol dissolve-se em água devido a interações por formação de pontes de hidrogênio.
e) As pontes de hidrogênio são interações mais fortes do que as forças intermoleculares de
Van der Waals.
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3. Explique por que a água tem Ponto de Ebulição (PE) maior que o ponto de ebulição do amonía-
co. Dados: PE (H2O) = 98 ºC PE (NH3) = -34,7 ºC.
4. Das substâncias representadas a seguir, aquela que apresenta ligações de hidrogênio entre
suas moléculas é:
a) CH3COONa.
b) CH3CH2OH.
c) CH3CH2OCH2CH3.
d) CH3COCl.
e) CH3COCH3.
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O ponto de ebulição da água é anômalo em relação aos demais compostos da família do oxi-
gênio porque:
a) As moléculas da água são mais leves.
b) Existem pontes de hidrogênio entre as moléculas da água.
c) Existem Forças de Van der Waals entre as moléculas da água.
d) Somente a molécula da água é apolar.
e) As demais substâncias decompõem-se termicamente.
8. Tendo em vista o momento em que um líquido se encontra em equilíbrio com seu vapor, leia
atentamente as afirmativas a seguir:
I. A evaporação e a condensação ocorrem com a mesma velocidade.
II. Não há transferência de moléculas entre o líquido e o vapor.
III. A pressão de vapor do sistema se mantém constante.
IV. A concentração do vapor depende do tempo.
Dessas afirmativas, são corretas:
a) I e III.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I e II.
e) III e IV.
9. Aquecendo água destilada em uma panela aberta e em um local onde a pressão ambiente é
0,92 atm, a temperatura de ebulição da água:
a) Será inferior a 100 ºC.
b) Depende da rapidez do aquecimento.
c) Será igual a 100 ºC.
d) É alcançada quando a pressão máxima de vapor saturante for 1 atm.
e) Será superior a 100 ºC.
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10. Considere o diagrama que representa o equilíbrio entre fases da água pura. A linha que repre-
senta o fenômeno de granizo é:
a) (1) – (2).
b) (2) – (1).
c) (4) – (3).
d) (5) – (6).
e) (6) – (5).
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2 PARÂMETRO DE QUALIDADE
Para caracterizar a água, são determinados parâmetros são sempre referentes ao tipo de uti-
diversos parâmetros, os quais representam as lização que teremos da água e também são dinâ-
suas características físicas, químicas e biológicas. micos, ou seja, mudam em função da legislação e
Esses parâmetros são indicadores da qualidade da utilidade.
da água e podem indicar impurezas quando al- Os principais indicadores de qualidade da
cançam valores superiores aos estabelecidos para água são discutidos a seguir, separados sob os as-
determinado uso. Deve-se lembrar, ainda, que os pectos físicos, químicos e biológicos.
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Atenção
Atenção
Os Parâmetros Químicos demandam aparelha-
A solubilidade do Oxigênio (O2(g)) em água é gem e métodos físico-químicos mais especí-
de apenas 9 mg/L (aproximadamente 0,3 mi- ficos de análise qualitativa (determinação do
limolar) a 20 ºC, diminuindo bastante ao au- que temos na amostra) e quantitativa (deter-
mentarmos a temperatura. minação de quanto temos do analito na amos-
tra).
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Fonte: http://www.meionorte.com/imagens/2012/11/09/NOT-
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/coliformes/ -aguapes-se-proliferam-em-periodo-seco1352456803.jpg
imagens/Colifo4.jpg
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Parâmetros Unidade
mg/L; Avalia as concentrações e as formas de nitrogê-
Nitrogênio (em qualquer forma) nios disponíveis no meio aquático e/ou residuais dos
processos de tratamento.
Nitrogênio amoniacal, NH4+ mg/L;Porém indica contaminação recente.
Nutrientes: Fósforo total, Σ P orgânico + P inorgânico mg/L; Avalia as concentrações e as formas de fósforo
(dissolvido + particulado) presentes na água.
mg/L; Alguns têm funções como
Metais tóxicos, Ag, Al, As, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Mn, Mo,
Ni, Pb, Se, V e Zn micronutrientes, mas todos têm caráter tóxico e são
bioacumulativos.
mg/L; Controlam os processos de incrustação, salini-
Metais (não tóxicos), Ca, Mg, Na, K e Fe
zação e cor das águas.
mg/L; São formados pela redução dos SO4-2 e proteí-
Sulfetos, S-2 nas em meio anaeróbio ou se originam de efluentes
de curtumes.
mg/L; Mede diretamente o carbono contido na maté-
Carbono orgânico total (COT)
ria orgânica.
Surfactantes (detergentes) mg/L; Utilizado para remoção de gorduras.
μg/L; Contaminação de solos ou de águas subterrâ-
Hidrocarbonetos
neas por combustíveis.
Fenóis mg/L; É utilizado como microbicida.
Fluoreto, F- mg/L; Controla o excesso de fluoretação da água.
mg/L; Produtos de defensivos agrícolas e/ou resíduos
POPs (Produtos Organopersistentes)
industriais não biodegradáveis.
g/cm3; Aplica-se a efluentes com altas concentrações
Densidade
de sólidos.
mg/L; A composição de cada forma dos sólidos ex-
Sólidos totais (ST)
pressa direta ou indiretamente os outros poluentes.
mS/cm; está relacionada à concentração de sais solú-
Condutividade
veis nos efluentes.
Fonte: http://www.mma.gov.br/port/conama/
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C O2 Reator Efluente
Matéria (40 a 50%) Anaeróbio (10 a 30%)
Orgânica
(100% DQO)
Reator Efluente (5 a 10%)
Aeróbio
Fonte: http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/agua.html
A temperatura é um dosFRQVWLWXLU
fatoresRambientais
ORGR H[FHGHQWH GR VLVWHPD $OpP GD SHTXHQD TXDQWLGDGH SURGX]LGD R ORGR
mais importantes na digestão anaeróbia, uma vez que afeta os pro-
H[FHGHQWH DSUHVHQWDVH YLD GH UHJUD PDLV FRQFHQWUDGR H FRP PHOKRUHV FDUDFWHUtVWLFDV GH
cessos biológicos de diferentes maneiras. Dentre os principais efeitos da temperatura incluem-se as alterações na
GHVLGUDWDomR2PDWHULDOQmRFRQYHUWLGRHPELRJiVRXELRPDVVDGHL[DRUHDWRUFRPRPDWHULDO
velocidade do metabolismo das bactérias, no equilíbrio iônico e na solubilidade dos substratos, principalmente
de lipídios. QmRGHJUDGDGRD&+(51,&+$52
O tratamento de esgotos sanitários em reatores anaeróbios de alta taxa só é economicamente viável se o aqueci-
/HJLVODomR
mento de reatores for dispensável. Essa restrição pode limitar a aplicação bem-sucedida de reatores anaeróbios a
locais em que a temperatura do líquido mantém-se acima de 20°C. Embora tenham sido relatados experimentos
$VOHJLVODo}HVIHGHUDOHHVWDGXDOFODVVLILFDUDP RV VHXV FRUSRV GH iJXD HPIXQomR GH
em que o tratamento ocorreu mesmo a temperaturas na faixa entre 10°C e 15°C, as eficiências alcançadas foram
VHXV XVRV SUHSRQGHUDQWHV WHQGR VLGR HVWDEHOHFLGRV SDUD FDGD FODVVH GH iJXD RV SDGU}HV GH
pouco superiores àquelas obtidas em unidades de tratamento primário.
TXDOLGDGHDVHUHPREHGHFLGRV
Nitrogênio (N) e fósforo (P) são os nutrientes essenciais para todos os processos biológicos. A quantidade de N e
P, em relação à matéria orgânica presente (expressa como DQO, por exemplo), depende da eficiência dos micror-
ganismos em obter energia para síntese, a partir das reações bioquímicas de oxidação do substrato orgânico. A
baixa velocidade de crescimento dos microrganismos anaeróbios, comparados aos aeróbios, resulta em menor
requerimento nutricional.
Além de N e P, o enxofre (S) é também considerado um dos nutrientes essenciais para a metanogênese. Em geral,
a concentração de S deve ser da mesma ordem de grandeza ou levemente superior à de P. As bactérias assimi-
lam enxofre na forma de sulfetos, originados, em geral, da redução biológica de sulfatos, que é um constituinte
comum a muitas águas residuárias. Algumas proteínas são, também, fontes de enxofre.
Dentre os micronutrientes considerados essenciais, destacam-se o ferro, o cobalto, o níquel e o zinco. Em revisão
da literatura sobre aspectos nutricionais em processos anaeróbios, Damianovic (1992) faz referências a vários
trabalhos nos quais se comprovou que a presença desses micronutrientes estimulou os processos anaeróbios. O
efeito estimulante de metais traços foi observado principalmente em experimentos de crescimento de culturas
em laboratório. O único metal traço testado em reatores de grande porte foi o ferro, com excelentes resultados.”
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'HYLGR jV QRVVDV FRQGLo}HV FOLPiWLFDV IDYRUiYHLV FRP REVHUYkQFLD GH HOHYDGDV
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WHPSHUDWXUDVHPJUDQGH SDUWH GR WHUULWyULREUDVLOHLURDV ODJRDV DQDHUyELDV FRQVWLWXHPVHHP
XPD DOWHUQDWLYD PXLWR DSURSULDGD SDUD R WUDWDPHQWR GH HVJRWRV GRPpVWLFRV HP QRVVR SDtV
XVXDOPHQWH FRPELQDGDV FRP DV ODJRDV IDFXOWDWLYDV 7DPEpP VmR IUHTXHQWHPHQWH XWLOL]DGDV
Saiba mais
SDUDRWUDWDPHQWRGHGHVSHMRVFRPDOWDFRQFHQWUDomRGHPDWpULDRUJkQLFDFRPR IULJRUtILFRV
ODWLFtQLRV
Veja a seguir oEHELGDV
esquemaHWF $ )LJXUDdelagoas
representativo H LOXVWUDP UHVSHFWLYDPHQWH
anaeróbicas, XP
lembrando que, ao HVTXHPD
contrário das GH XPDODJRD
lagoas aeróbicas,
não necessitam de grande área territorial e, além de lagoas, também podem ser usados tanques fechados em
DQDHUyELDHXPDODJRDDQDHUyELDUHDO
locais de baixa temperatura.
Fonte: http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/agua.html
)LJXUD±(VTXHPDUHSUHVHQWDWLYRGHXPDODJRDDQDHUyELD
No capítulo 2, estudamos os parâmetros que normalmente são analisados para a qualidade das
águas:
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1. A temperatura é a medida da intensidade do calor. Como ela pode influenciar nas característi-
cas químicas e físicas da água?
2. O que pode acontecer com os micro-organismos quando a água de um rio estiver com a turbi-
dez muito elevada?
5. Suponha que 10 mg de açúcar (fórmula mínima CH2O e massa molar igual a 30 g/mol) são
dissolvidos em um litro de água. Em quanto a DBO será aumentada?
a) 0,4 mg de O2/litro.
b) 1,7 mg de O2/litro.
c) 2,7 mg de O2/litro.
d) 9,4 mg de O2/litro.
e) 10,7 mg de O2/litro.
6. O que é uma água dura? Quais os tipos? E o que ela pode ocasionar?
9. O que é eutrofização?
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3 TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO
3.1 Saneamento
Podemos definir saneamento como o con- da na medição da carga orgânica imposta a uma
junto de ações que visam a melhorar a qualidade estação de tratamento de esgotos e na avaliação
da água e prevenir o surgimento de doenças. No da eficiência das estações – quanto maior a DBO,
Brasil, apenas 49% do esgoto produzido é coleta- maior a poluição orgânica.
do por meio de rede, e destes, somente 10% re- A definição para um sistema de tratamento
cebe tratamento antes do seu descarte; ou seja, deve visar qual o uso e as condições estabelecidas
ainda temos uma situação de poluição da pró- para a qualidade da água dos corpos receptores.
pria rede coletora, sem contarmos com as redes
clandestinas, que despejam águas residuárias e
esgotos diretamente nos leitos de água (rios, la- Atenção
gos e mananciais). O resultado é que as regiões
A Resolução CONAMA nº 20, de 18 de junho
metropolitanas e grandes cidades concentram de 1986, classifica a qualidade dos corpos re-
grandes volumes de esgoto coletado, que é des- ceptores e define o padrão para tratamento do
pejado sem tratamento nos rios e mares, que ser- efluente. As legislações estaduais sobre meio
vem de corpos receptores. Como consequência, ambiente complementam a norma federal.
a poluição das águas que cercam nossas maiores
áreas urbanas é bastante elevada, dificultando e Além disso, qualquer projeto de sistema
encarecendo, cada vez mais, a própria captação deve estar baseado no conhecimento de muitas
de água para o abastecimento. outras variáveis do esgoto a ser tratado, tais como
A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) a vazão (que você estuda em Hidrologia), o pH, a
tem por objetivo a remoção dos principais po- temperatura, a DBO, além dos parâmetros descri-
luentes presentes nas águas residuárias, retor- tos no capítulo 2.
nando-as ao corpo d’água sem alteração de sua O esgoto doméstico causa poluição orgâ-
qualidade para que possa ser utilizada novamen- nica e bacteriológica; o industrial pode produzir
te e não agredir o meio ambiente. poluição com outras substâncias, como metais
As águas residuárias de uma cidade com- pesados ou organopersistentes, em quantidade e
põem-se dos esgotos domésticos e industriais, qualidade variáveis com o tipo de indústria.
sendo que estes, em caso de geração de efluen- Felizmente, os corpos d’água têm capacida-
tes muito tóxicos, teoricamente deveriam ser tra- de de recuperar-se da poluição, ou seja, depurar-
tados dentro das próprias indústrias geradoras. -se, pela ação da própria natureza, desde que a
Dos parâmetros que estudamos no capítulo descarga poluidora não ultrapasse cerca de 1/40
anterior, o mais utilizado para definir um esgoto (um quarenta avos) da vazão. Por exemplo, um rio
sanitário ou industrial é a DBO. Pode ser aplica- com 120 L/s de vazão pode receber, no máximo,
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O tratamento de água pode ser descrito de águas de nascentes, a simples proteção das
como uma sequência de operações que, em con- cabeceiras e o emprego de um processo de de-
junto, melhoram as suas características organo- sinfecção podem garantir uma água de boa qua-
lépticas, físicas, químicas e bacteriológicas, a fim lidade do ponto de vista de potabilidade.
de tornar a água adequada ao consumo humano. Devido à variedade da composição dos
efluentes industriais, a definição da técnica é
sempre relativa aos tipos de efluentes e à quali-
Dicionário
dade requerida pelos padrões de lançamento.
As características organolépticas são aquelas que A definição do processo de tratamento
dizem respeito aos sentidos, como cor, sabor e
odor. deve considerar também: custos de investimen-
tos e custos operacionais (energia requerida, mão
de obra, manutenção, controle analítico e gera-
As águas de superfície são as que mais ne- ção de resíduos, área disponível para a implanta-
cessitam de tratamento, porque muitas vezes se ção do tratamento, clima, legislação, proximidade
apresentam com qualidades físicas e bacterio- de residências, direção de ventos e estabilidade
lógicas impróprias, em virtude de sua exposição do terreno).
contínua a poluição. Até na captação superficial
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Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
Fonte: http://pt.wharugo.com/Abastecimento_p%C3%BAblico_
de_%C3%A1gua Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_caekMBjdD6c/TMhZ4IGpCDI/
AAAAAAAAAAU/Zb9m-KXqx-Q/s1600/DSC02370.JPG
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Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
Fonte: http://site.sabesp.com.br/site/uploads/secao/220520124659_tipos_tratamento_saneamento.gif
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Fonte: http://caroldaemon.blogspot.com/2012/07/como-funciona-uma-estacao-de-tratamento.html
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Tecnologias de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais
Fonte: http://www.fec.unicamp.br/~bdta/modulos/saneamento/lodo/lodo.h1.jpg
Saiba mais
Fonte: http://www.catanduva.sp.gov.br/DynamicFiles/Image/Noticia/2011/ilustraETE_texto.jpg
O saneamento básico compreende o tratamento da água que será fornecida para consumo da população, coleta
e tratamento do esgoto produzido, um sistema de gestão dos resíduos sólidos urbanos e por fim um sistema
eficiente de drenagem pluvial.
O esgoto normalmente contém nitrogênio e fósforo que, sendo fertilizantes, favorecem o crescimento de algas,
porém o crescimento excessivo das algas pode impedir a penetração da luz do sol aumentando assim a poluição.
O esgoto contém material orgânico que as bactérias no ambiente começarão a decompor; fazendo isso, essas
bactérias consumirão oxigênio da água e a falta de oxigênio mata os peixes. O crescimento das algas, a redução
do oxigênio e a escuridão destroem a capacidade de um rio ou lago de manter a subsistência de animais selva-
gens, e todos os peixes, rãs e outras formas de vida morrem rapidamente.
É preferível que um sistema de esgoto seja completamente movido à gravidade, como um sistema séptico. Os
tubos de cada casa ou edifício seguem para um tubo principal de esgoto que percorre, por exemplo, o meio da
rua. O tubo principal pode ter de 1 a 1,5 m de diâmetro. Periodicamente, um tubo vertical subirá do tubo princi-
pal à superfície, formando um posto de visita, coberto por uma tampa de bueiro. Os poços de visita permitem o
acesso ao tubo principal para manutenção.
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Saiba mais
Os tubos de esgoto seguem para tubos que aumentam gradualmente até chegarem à estação de tratamento de
esgoto. Para ajudar a gravidade a fazer seu trabalho, a estação de tratamento de esgoto geralmente fica localizada
em uma área mais baixa, e os tubos principais percorrem o leito e fundo do rio (que seguem naturalmente em
declive) até a estação que irá trata-lo.
Se a camada do solo não tiver desnível favorável a gravidade não poderá fazer todo o trabalho sozinha dai, o siste-
ma de esgoto terá que incluir uma bomba de trituração ou uma estação de elevação para levar a água de esgoto
ao local de tratamento.Uma vez que a água chega à estação de tratamento de esgoto, ela passa por um, dois ou
três estágios de tratamento (dependendo da sofisticação da estação).
O primeiro estágio, conhecido como tratamento primário, faz o mesmo que uma fossa séptica: permite que os
sólidos sejam separados da água e a espuma suba; o sistema coleta os sólidos a serem descartados (em um depó-
sito de lixo ou em um incinerador). O tratamento primário é bastante simples - envolve uma tela seguida por um
conjunto de reservatórios ou tanques que deixam a água em repouso, de modo que os sólidos sejam separados.
O tratamento primário pode remover metade dos sólidos, materiais orgânicos e bactérias da água. Se na esta-
ção só houver o tratamento primário, a água será clorada para matar as bactérias remanescentes e liberada. O
segundo estágio, conhecido como tratamento secundário, remove materiais orgânicos e nutrientes. Isso é feito
com a ajuda de bactérias - a água vai para grandes tanques de aeração, onde as bactérias aeróbicas consomem
a matéria orgânica.
Os dejetos, então, vão para tanques de sedimentação, onde as bactérias são depositadas. O tratamento secundá-
rio pode remover 90% de todos os sólidos e materiais orgânicos dos dejetos.
O terceiro estágio, conhecido como tratamento terciário, varia dependendo da comunidade e da composição
dos dejetos. Tipicamente, o terceiro estágio utilizará produtos químicos para remover o fósforo e o nitrogênio da
água, mas também pode incluir tanques de filtração e outros tipos de tratamento. O cloro, acrescentado à água,
mata as bactérias ainda existentes, e a água é escoada.
Um grande problema que está enterrado e permanece pouco visível para os olhos da população são as perdas.
Canos furados, imperfeições nos sistemas de distribuição de água potável, emendas de canos defeituosas e ou-
tros problemas fazem com que a perda estimada nas águas já tratadas se situe entre 30% e 40% na maioria das
referências bibliográficas sobre o assunto.
Fonte: http://educando.sanepar.com.br/ensino_fundamental/processo-de-tratamento-de-esgoto
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1. Em uma das etapas do tratamento de água, acrescenta-se o Sulfato de alumínio Al2(SO4)3. Esse
composto tem um importante papel no processo; sem ele seria praticamente impossível retirar
as impurezas presentes na água sem tratamento. A imagem a seguir ilustra o Al2(SO4)3 agindo
sobre a água; ela também serve para representar duas etapas do tratamento convencional usa-
do nas ETAs. Defina essas etapas.
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4. A obtenção de água doce de boa qualidade está se tornando cada vez mais difícil devido ao
adensamento populacional, às mudanças climáticas, à expansão da atividade industrial e à po-
luição. A água, uma vez captada, precisa ser purificada, o que é feito nas estações de tratamen-
to. Em um esquema do processo de purificação, as etapas B, D e F são:
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5. Considere o esquema a seguir, que mostra as etapas de tratamento da água na SABESP (Compa-
nhia de Saneamento de São Paulo):
Na etapa 2, a adição de cal, nome vulgar do óxido de cálcio, tem o objetivo de corrigir o pH para
aumentar a eficiência no processo de floculação das partículas em suspensão.
Sobre o fenômeno que ocorre nessa etapa, é correto afirmar que a cal reage com:
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4 APLICAÇÕES E LEGISLAÇÃO
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Fonte: http://engenhocasustentavel.files.wordpress.com/2012/07/006.jpg?w=758&h=745
Atenção
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osmose reversa, como o próprio nome já indica, Na figura a seguir, você verá o processo de
aplicando-se uma pressão ao sistema, teremos o purificação de água de uma mina de fosfato na
inverso. Veja na próxima figura: Carolina do Norte. Esse método, porém, é usado
em muitas outras cidades, como a dessalinização
da água do mar em Dubai.
Fonte: http://www.vipsolucoes.com.br/img/osmose-reversa-
-baixo-custo2.gif
Fonte: http://purolite.com/Customized/uploads/ArtMining.jpg
A Osmose Reversa é um processo de filtra-
ção seletiva capaz de separar todos os sólidos
dissolvidos ou em suspensão no efluente (água).
Ainda se constitui como um processo caro, mas
existem máquinas com saída de água purificada
de até 40.000 litros/dia por membrana.
Quando falamos em legislação, é preciso sa- tivas e consideram muitos aspectos particulares,
ber que temos as Leis Ambientais Globais, Nacio- como clima, topografia, população etc.
nais e Regionais. A legislação ambiental é muito Os parâmetros para controle da carga orgâ-
complexa, mesmo aquela somente aplicada à in- nica, por exemplo, são aplicados de forma muito
dústria. Como estamos estudando o tratamento diferente entre alguns estados. No Rio de Janei-
dos efluentes industriais, precisamos conhecer os ro, a avaliação é feita utilizando-se os parâmetros
padrões de lançamento dos efluentes dos esta- DBO e DQO. Em relação à DBO, a eficiência está di-
dos brasileiros, com enfoque especial para suas retamente ligada à carga orgânica em duas faixas:
especificidades. até 100 kg, DBO/d 70%, e acima de 100 kg, DBO/d
A legislação é o primeiro item a ser consi- 90%. Em relação à DQO, o controle é realizado por
derado para um projeto de uma estação de tra- concentração, existindo uma tabela na qual a ti-
tamento de efluentes industriais, sendo impor- pologia da indústria é o indicador.
tante ressaltar que as diferenças das legislações No estado do Rio Grande do Sul, as concen-
é que determinam e algumas vezes inviabilizam trações de DBO e DQO variam inversamente com
a instalação de uma estação de tratamento que a carga orgânica. Assim, quanto maiores as cargas
apresente sucesso de um estado para outro. Uma orgânicas, menores são as concentrações permi-
ETE pode ser suficiente para atender à legislação tidas para lançamento.
de um estado, mas ser incompatível com outro. Em São Paulo, o controle é realizado utili-
O meio ambiente é universal, mas as leis são rela- zando-se somente a DBO como parâmetro. É exi-
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gida a redução de carga orgânica de 80% ou que Parâmetros Legais para as Indústrias
a DBO apresente concentração máxima de 60 mg
O2/L. As indústrias são responsáveis pela pro-
Já no estado de Minas Gerais, o controle dução de resíduos sólidos e efluentes líquidos,
é realizado de duas formas – por concentração compostos por muitas substâncias tóxicas, além
tanto da DBO quanto da DQO, sendo aplicados de serem grandes consumidoras de água limpa,
indistintamente para qualquer tipo de indústria. como você verá a seguir em uma tabela compara-
Os limites são 60 e 90 mg O2/L, respectivamente. tiva de tipo de indústria e utilização de água para
a produção.
Litros de água
Tipo de indústria
(por produto finalizado)
Papel 4 L/8 folhas de sulfite
Refinaria 20 L/L gasolina
Siderurgia 190 L/1 kg de pregos
Subestação elétrica 193 L/lâmpada de 100 W
A opinião pública, em conjunto com as leis doces, salinas e salobras, que, por sua vez, são
ambientais, fez algumas grandes indústrias im- classificadas em cinco classes, de acordo com seu
plantarem programas de gestão de uso e trata- uso e nível de qualidade, que são obtidos pela fi-
mento da água dentro das instalações industriais. xação de condições e limites de concentração dos
Entretanto, são poucas as informações de como sais minerais.
as pequenas e médias indústrias administram a Os demais limites a serem observados refe-
água nessas instalações. rem-se a número de coliformes, DBO5 (Demanda
No Brasil, a legislação que regulamenta o Bioquímica de Oxigênio por cinco dias), OD (Oxi-
padrão de potabilidade de água para consumo gênio Dissolvido), turbidez, cor, pH e a um con-
humano é a Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro junto de substâncias potencialmente prejudiciais.
de 2011, do Ministério da Saúde. Essa Portaria es- Além disso, são fixados, também, limites de con-
tabelece os procedimentos e responsabilidades centração que deverão ser observados na carac-
relativos ao controle e à vigilância da qualidade terização dos efluentes líquidos a serem lançados
da água para consumo humano e seu padrão de direta ou indiretamente nos corpos d’água.
potabilidade. A Resolução nº 357, de 17 de março de
A dificuldade de regulamentar a questão 2005, dispõe sobre a classificação da água doce,
das águas no Brasil levou à criação do CONAMA, que você observa a seguir:
Órgão Consultivo e Deliberativo do Sistema Na-
cional do Meio Ambiente (SISNAMA), criado pelo I - classe especial. Águas para:
art. 6, inciso II, da Lei nº 6.938/1981 (Política Na- a) abastecimento para consumo humano,
cional do Meio Ambiente), que é responsável pela com desinfecção;
formulação de resoluções que representaram ins-
b) preservação do equilíbrio natural das
trumentos importantes para a gestão da qualida-
comunidades aquáticas;
de dos recursos hídricos.
c) preservação dos ambientes aquáticos
A Resolução nº 20/1986 estabelece os pa-
em unidades de conservação de prote-
drões de qualidade das águas no território na-
ção integral.
cional. Existem basicamente três tipos de água:
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Estrutura Legislativa
CNRH
ANA
CONAMA MMA Conselho
NACIONAL Agência
Conselho Nacional Ministério do Meio Nacional de
Nacional de
do Meio Ambiente Ambiente Recursos
Água
Hídricos
CONSEMA SEMA
ESTADUAL Conselho Estadual Secretaria do Meio
de Meio Ambiente Ambiente
Secretaria
MUNICIPAL Conselho Municipal Municipal do Meio
Ambiente
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para a implantação das etapas de eficiência para tas progressivas do enquadramento no nível de
efluentes gerados nas unidades de tratamento de qualidade (classe) a partir dos níveis presentes de
esgoto sanitário e de tratamento de água, a fim tratamento e tecnologia disponível.
de adequar a qualidade do corpo receptor às me-
Saiba mais
“RESOLUÇÕES CONAMA
Resolução nº 401, de 04/11/2008: Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e
baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente
adequado, e dá outras providências.
Resolução nº 397, de 03/04/2008: Altera o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º, ambos do art. 34 da Resolução do
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA no 357, de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes.
Resolução nº 377, de 09/10/2006: Dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de Esgotamen-
to Sanitário.
Resolução nº 375, de 29/08/2006: Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gera-
dos em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências.
Resolução nº 370, de 06/04/2006: Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de lançamen-
to de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução no 357, de 17 de março de 2005.
Resolução nº 357, de 17/03/2005: Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para
o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras
providências.
Resolução nº 237, de 19/12/1997: Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utili-
zados para o licenciamento ambiental.
Resolução nº 5, de 15/06/1988: Dispõe sobre o licenciamento de obras de saneamento.
Resolução nº 9, de 03/12/1987: Dispõe sobre a realização de Audiências Públicas no processo de licenciamento
ambiental.
Resolução nº 1, de 23/01/1986: Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto am-
biental.
RESOLUÇÕES CNRH
Resolução nº 92, de 05/11/2008: Estabelece critérios e procedimentos gerais para proteção e conservação das
águas subterrâneas no território brasileiro.
Resolução nº 91, de 05/11/2008: Dispõe sobre procedimentos gerais para o enquadramento dos corpos de água
superficiais e subterrâneos.
Resolução nº 65, de 07/12/2006: Estabelece diretrizes de articulação dos procedimentos para obtenção da outor-
ga de direito de uso de recursos hídricos com os procedimentos de licenciamento ambiental.
Resolução nº 54, de 28/11/2005: Estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reuso direto
não potável de água.
Resolução nº 48, de 21/03/2005: Estabelece critérios gerais para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
Resolução nº 37, de 26/03/2004: Estabelece diretrizes para a outorga de recursos hídricos para a implantação de
barragens em corpos de água de domínio dos Estados, do Distrito Federal ou da União.
Resolução nº 16, de 08/05/2001: Estabelece critérios gerais para a outorga de direito de bactérias - a água vai para
grandes tanques de aeração, onde as bactérias aeróbicas consomem a matéria orgânica.”
Fonte: ROSA, D. et al. (2009).
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No capítulo final desta apostila, verificamos alguns processos especiais de tratamento, como fi-
torremediação, biorremediação e osmose reversa para águas salgadas e salobras, além de estudarmos
brevemente as legislações pertinentes ao controle e tratamento dos recursos hídricos – leis Federais,
Estaduais e Municipais.
É importante, também, conhecer os órgãos regulamentadores, como o CONAMA, o CNRH, a ANA,
e suas atuações.
2. Um dos grandes problemas das navegações do século XVI referia-se à limitação de água po-
tável que era possível transportar em uma embarcação. Imagine uma situação de emergência
em que restaram apenas 300 litros (L) de água potável (considere-a completamente isenta de
eletrólitos). A água do mar não é apropriada para o consumo devido à grande concentração de
NaCl (25 g/L), porém, o soro fisiológico (10 g NaCl) é. Se os navegantes tivessem conhecimen-
to da composição do soro fisiológico, poderiam usar água potável para diluir água do mar de
modo a obter o soro e, assim, teriam um volume maior de líquido para beber.
a) Que volume total de soro seria obtido com a diluição se todos os 300 litros de água potável
fossem usados para esse fim?
3. O que é DBO5?
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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS
CAPÍTULO 1
1. Resposta (d). As “ligações ou Pontes de Hidrogênio” são as forças intermoleculares mais inten-
sas na água e definem a atração entre uma molécula e a vizinha, de forma que elas se compor-
tam como se tivessem um “filme elástico” na superfície da água, o que gera a tensão superficial.
2. Resposta (c). As forças intermoleculares presentes na molécula de álcool são do tipo “ponte”
Ligação de Hidrogênio, que são bastante intensas, como as presentes também na molécula de
água.
4. Resposta (b). O álcool tem hidrogênio ligado diretamente a Oxigênio, o que confere a “ponte”
Ligação de Hidrogênio.
5. Resposta (b). Como ambas as moléculas têm “ponte” Ligação de Hidrogênio, tendem a se atrair
mais, diminuindo a distância entre elas; consequentemente, teremos uma redução no volume
final.
6. Resposta (c).
7. Resposta (b).
8. Resposta (a).
9. Resposta (a). Será de 92 ºC, pois teremos a pressão de vapor igual à pressão atmosférica nessa
temperatura.
CAPÍTULO 2
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2. A turbidez interfere na presença de luz solar na água, o que afeta a vida dos micro-organismos
que são importantes para sua purificação.
3. b – d – a – e – c.
5. Resposta (e).
10. A sigla COT significa Carbono Orgânico Total. Nesse teste instrumental, o carbono orgânico é
medido diretamente, e não indiretamente, como na DBO, na DQO e no OD, em que se mede o
O2 consumido. Ele tem-se mostrado satisfatório com amostras com reduzido teor de matéria
orgânica e mede o carbono liberado na forma de CO2.
CAPÍTULO 3
2. 5 – 1 – 3 – 2 – 4.
3. a – b – c – e.
4. Resposta (a).
5. Resposta (b).
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CAPÍTULO 4
1. Osmose Reversa, pois com a pressão dos equipamentos, os sais minerais são retirados, e tere-
mos, assim, água potável.
2. C1.V1 = C2.V2
10.1 = 25.V2.....V2 = 0,4 L
0,4 L água do mar.......0,6 L de água pura
Portanto, para 300 L de água pura, usaríamos 200 L de água do mar, e teríamos 500 L de soro
fisiológico potável.
4. Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), por meio do Sistema Nacional de Gerencia-
mento de Recursos Hídricos (SINGRH).
5. Resolução nº 16, de 08/05/2001: Estabelece critérios gerais para a outorga de direito de bac-
térias – a água vai para grandes tanques de aeração, onde as bactérias aeróbicas consomem a
matéria orgânica.
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REFERÊNCIAS
ATKINS, P. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Meio ambiente: guia prático e didático. São Paulo: Ed. Érica, 2012.
FURTADO, F. Invasora do bem. Revista Ciência Hoje, 19 maio 2010. Disponível em: <http://cienciahoje.
uol.com.br/revista-ch/2010/270/invasora-do-bem>. Acesso em: 15 jan. 2013.
KOTZ, C. J.; TREICHEL, P. M. Química e reações químicas. 4. ed. São Paulo: LTC, 2004.
ROSA, D. et al. Apostila de capacitação de gestores ambientais. Brasília, DF: Ministério do Meio
Ambiente, 2009.
SPIRO, T.; STIGLIANI, W. Química ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
VON SPERLING, M. Princípios básicos do tratamento de esgotos. Minas Gerais: DESA/UFMG, 1998. v2.
Sites Consultados
www.sabesp.com.br/
www.mma.gov.br/port/conama/
www.ana.gov.br/
www.ibama.gov.br/
www.cnrh.gov.br
www.mma.gov.br/
http://www.qmc.ufsc.br
www.finep.gov.br/
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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