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Projeto financiado pelo governo brasileiro e paraguaio, a Usina


Hidrelétrica de Itaipu (Itaipú em espanhol) caminha para quatro
décadas de existência desde sua oficial inauguração. O ambicioso plano
de dar vida à Itaipu começou há ser planejado ainda na década de 60,
originando o "Ata do Itaipu", declaração qual em 2016 foi citada em
notícia pela própria usina (itaipu.gov.br) como "semente de Itaipu". O
acordo entre ambos países resultou também na Comissão Técnica Mista
Brasil-Paraguai, que tinha como finalidade seguir o mandato do Tratado
de Itaipu - este, por sua vez, foi assinado em Brasília no ano de 1973
como oficialização técnica do projeto -. Ambos os países acabaram por
concordar em estudar o aproveitamento dos recursos hidráulicos que
os cruzavam, dando fim a um tópico que era uma questão disputada
entre si.

Nos anos 60 o Brasil teve uma ampliação significativa em muitos


contextos, e no contexto social foi o aumento populacional. Era
estimado naquela década que não ia demorar muito para o nosso país
ser uns dos mais populosos se a taxa de crescimento mantivesse o
ritmo, e uns dos suprimentos que estava ficando em escassez para essa
aguardada nova geração era a energia elétrica. O projeto de Itaipu veio
justamente para cobrir essa insegurança, com o ideal de suprir a taxa
energética para 50 décadas em especial no Centro-Sul, que crescia cada
vez mais por ser o centro econômico do país. O problema chave para
começar de fato Itaipu era como seria Itaipu, pois o Brasil não possuía
combustível fóssil o suficiente para essa demanda e nem dinheiro para
energia nuclear. A solução foi escolher a energia hidrelétrica e recorrer
para 70 financiadores diferentes, sendo dois desses a Eletrobras e o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O Rio Paraná fora escolhido para dar vida ao projeto. É considerado o


segundo maior rio da América do Sul com uma extensão de 4.880 km e
sua bacia de drenagem - ou bacia hidrográfica, caminho pelo qual a
água da chuva escorre até chegar no rio - abrange mais de 10% do
território brasileiro (2.583.000 km²) e além disso, como a grande São
Paulo, Brasília, Buenos Aires e Assunção. O seu fluxo era o ideal e ali
mesmo pesquisadores se estabeleceram, procurando um ponto fixo
onde pudessem iniciar à construção sem grandes problemas e riscos. A
barragem principal de Itaipu precisou ser feita de concreto no formato
de gravidade aliviada, um estilo arquiteto que visa em otimizar a
utilização do material através dos montantes (peça em vertical que
serve de sustentação) inclinados e também da redução da espessura
dos blocos utilizados - diferente da barragem de gravidade, onde a
estabilidade é garantida pelo próprio peso da obra. A barragem de
gravidade aliviada procura otimizar a utilização do concreto e
consequentemente seu custo -. A altura da barragem principal é de 196
metros e as barragens auxiliares variam de 25 metros até 70, onde
utilizaram rochas e a terra da própria escavação como material (são no
formato de barragem enrocamento e de terra).
O ponto do Rio Paraná escolhido ficara na fronteira com o Paraguai, e
por isso a aliança Brasil-Paraguai surgiu oficialmente em 1973. Uns dos
primeiros atos feitos em relação à usina foi o desvio temporário que
precisaram fazer do curso do rio, redirecionando para outro canal feito
na tentativa da água não atrapalhar a construção. Foi em 2 de Maio de
1975 que tudo começou nas mãos da Andrade Gutierrez (AG), uma
empresa brasileira de engenheiros fundada em 1948 que se encarregou
da obra de Itaipu. Ao mesmo tempo estava havendo outra
movimentação, já que o vale do rio se tornaria um reservatório e iria
afetar os locais; consultores ambientais e sociais tiveram que averiguar
quais plantações e animais poderiam ser salvos, formando um grande
plano de resgate que no ínicio possuía uma pequena participação.
Consultaram também os fazendeiros que viviam ali, calculando quanto
ficaria a indenização paga pela mudança forçada desses trabalhadores -
e essa pesquisa levou em torno de 4 anos, sendo que o canal já tinha
sido concluído havia um ano -. Muitas famílias receberam a indenização
em dinheiro e outras em terras equivalentes, gerando um custo de
meio bilhão de dólares para o governo.

Com a saída forçada dos locais a região se tornou habitável apenas para
os que trabalhavam na obra, que em seu pico utilizou cerca de 40 mil
trabalhadores. Entre 1978 e 1981, por volta de 5 mil eram contratados
por mês. Essas pessoas ganharam moradias em Foz de Iguaçu,
registrando um crescimento populacional de 385% (1960: 28.080 -
1980: 136.320). Mesmo que a cidade tenha crescido da noite para o dia
foi essencialmente negativo essa mudança brusca, pois muitos dos
trabalhadores decidiram permanecer e ficaram desempregados depois.
Até hoje existem bairros onde se concentram apenas ex-trabalhadores
das obras, sendo o principal desses a Vila C. Antigamente era do
cuidado de Itaipu, porém após o término das obras a segurança se
tornou responsabilidade da prefeitura e a criminalidade cresceu. É
relatado que a empresa dividiu a cidade em duas, visto que os
empregados da mesma recebiam um tratamento diferente mas ainda
sim eram oprimidos pelos guardas. A empresa imobiliária
(Cohafronteira) da Vila C acabou abandonando também os moradores,
e apenas em 2006 os residentes conseguiram entrar em um acordo com
a Caixa Econômica Federal sobre as vendas das casas. A grande maioria
dos ex-trabalhadores moveram ações trabalhistas contra a Itaipu.

Mesmo com complicações em 1979 pela segunda crise do petróleo e o


atraso de um ano da abertura da usina, Itaipu se manteve e ainda é o
principal mundialmente na produção de energia limpa e renovável.
Fornece energia principalmente para o Paraguai (85.6%) e também para
o território brasileiro (8,4%), mas foi pontuado em 2020 no site da
Itaipu que lá é produzido energia o suficiente para iluminar o mundo
por 13 horas e meia. A empresa paga até hoje royalties - quantia paga
para o proprietário pelo direito de uso, exploração e comercialização -
para Foz do Iguaçu e cidades menores, e em 2022 de Junho Foz já
recebeu R$ 43,7 milhões de royalties apenas neste ano.

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