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Construída na década de 30, Goiânia representava os novos rumos que

ecoavam por todo o país: planejada para ser uma cidade de traços modernos,
vinha para romper com a tradição rural de Goiás. O decreto nº 2.737, de 20 de
dezembro de 1932, instaurou a comissão para definir onde seria erguida a nova
capital. Concorrendo com cidades como Pires do Rio e Silvânia, já em março de
1933 Campinas foi a escolhida por apresentar as melhores condições
hidrográficas, topográficas e climáticas. Em 24 de outubro daquele ano, a pedra
fundamental da cidade foi lançada.

Ao completar três anos, Goiânia passou a contar com uma usina


hidrelétrica: a Usina Jad. A nova capital, que se propunha a ser um exemplo de
modernidade, imagem oposta à histórica Cidade de Goiás, já em seus primeiros
anos começou 4 oferecer eletricidade aos seus habitantes. Água encanada e
energia elétrica eram privilégios de poucos goianos.

Para fornecer energia para a Cidade de Goiás, por exemplo, foi inaugurada
em 1920 uma usina termelétrica a vapor, alimentada por carvão vegetal. As
máquinas foram compradas em São Paulo, importadas da Alemanha. Foram
trazidas pela estrada de ferro até a Estação do Roncador, em Catalão. O resto do
caminho teve de ser cumprido com carro de boi. Seis anos depois, a caldeira da
termoelétrica explodiu, causando a morte de um operário e uma senhora que
passava no exato momento. Goiás também contava com uma usina hidrelétrica
chamada Nossa Senhora da Conceição, instalada na margem direita do Rio
Vermelho, em 1924. Grande parte da população fazia uso de lamparinas, velas e
lampiões. Por muito tempo as ruas da cidade eram iluminadas a postes de
querosene.

As obras da nova capital estavam a pleno vapor e era necessário investir


na geração de energia elétrica. Fruto do urbanista Atilio Correia Lima, o projeto de
Goiânia previa a organização e zoneamento da cidade, a regulamentação das
construções e a prestação de serviços de limpeza esgoto, luz e força. A nova
capital reunia as condições favoráveis para a implantação de uma usina: cercada
de grande manancial de águas, alvo de grandes investimentos governamentais e
acima de tudo, a seu favor estava toda a vontade política para construir uma
metrópole moderna.

O Estado firmou um contrato com a empresa de propriedade do


engenheiro José Madureira Júnior para a construção de uma usina em trecho
especial do Rio Meia Ponte, represado para a formação de um reservatório.
Cogitava-se que o lago formado pudesse ser usado para a prática de esportes
aquáticos e como espaço para pista de pouso de hidroaviões.

Havia todo um projeto do governo para o local, que incluía "Avenida Par
que, da Represa do Jaó, Iate Clube e Jardim Botânico". Com a construção da
represa no Rio Meia Ponte, formara-se um lago na extensão de quase quatro
quilômetros e de grande largura, superior a 500 metros em alguns pontos, para o
reaproveitamento da cachoeira do Jaó, que forneceria luz e força a Goiânia. O
arquiteto Jerónimo Coimbra Bueno, superintendente das obras, apresentou
sugestões e medidas indispensáveis de saneamento, reflorestamento e defesa da
salubridade pública.

Os responsáveis pela obra de Goiânia sugeriram medidas imperiosas e


indispensáveis- A barragem da represa, em hipótese alguma deveria ser fechada,
sem que nas áreas marginais a serem alagadas se procedesse uma limpeza radical,
deixando-as isentas de qualquer vegetação, por pequena que fosse, a fim de dar
facilidade de escoamento e evitar estagnações perniciosas ou focos de mosquitos.
Ficou projetada uma estrada ao redor de toda a represa de custo ínfimo, e que
seria depois ampliada para uma "Avenida Parque", de contorno, e que tinha como
função primordial sanear e manter constante vigilância nas áreas de terrenos
marginais à bacia alagada.

Essa Avenida-Parque, pelos estudos então projetados, viria a ser uma das
mais belas avenidas do Brasil Central, contornando um enorme lago artificial (a
represa) e ligada ao setor Norte de Goiânia por uma ampla estrada que se de-
nominaria "Avenida das Indústrias", via de acesso natural às áreas dos terrenos
marginais, loteados em pequenos sítios e chácaras, para explorar de avicultura,
agricultura, apicultura, siricultura, etc.

Ao longo dessa avenida-parque de contorno - distanciada das bordas da


lagoa por um tapete de gramado, seriam plantadas espécies vegetais de todas as
variedades da flora nacional, apresentando-se como que um jardim botânico para
atrações de turistas, além de estímulo pelo reflorestamento e o valor econômico
de madeiras de lei.

Foram previstas áreas destinadas às instalações de clubes náuticos, "Yate


Clube, regatas, ancoradouros para lanchas, barcos, veleiros e dependências para
toda a do sorte de esportes aquáticos, como centro de educação física e de
diversões, similar que à lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte.

Desde o início das obras, os engenheiros responsáveis se esforçaram no


sentido de que, na área de terreno prevista para essa enorme represa, não fossem
vendidas chácaras a quem quer que seja, a fim de não dificultar ou impossibilitar
mais da tarde, a execução do plano, com a construção dessa avenida-parque de
contorno. Esses planos para a área da usina foram registrados em livro de 1942,
de autoria de Geraldo Teixeira Alves, A luta da epopeia de Goiânia. Alguns não
foram ia concretizados na época, mas nasceriam ali duas das grandes vocações
daquele ou local, onde futuramente seriam instalados o Clube de Regatas Jaó e o
Aeroporto Santa Genoveva.

O contrato para a construção da Usina Jaó com engenheiro José


Madureira is Junior foi rescindido em janeiro de 1936. A responsabilidade foi
repassada para a em firma Luz e Força de Goiânia Ltda. Os sócios eram os irmãos
Levy, Hugo, Maria ale Morena Fróes, além dos políticos e empresários Felismino
Viana, Hermónearges Guedes Coelho e João Coutinho. Foram instalados dois
grupos geradores termelétricos, que passaram a fornecer energia para o canteiro
de obra, e, pos-- ue teriormente, para Goiânia.

Em novembro do ano de 1936, três anos após o lançamento da pedra


funda-os mental de Goiânia, o Correio Oficial, jornal do governo estadual,
anunciava que a primeira-dama do estado teria a honra de dar a partida para a
iluminação pública as goianiense: "A Exm Sr Dn Gercina Borges Teixeira ligou, na
grande Usina do al Jao, a chave da rede que iluminou, pela primeira vez, a
cidade". O secretário de e-governo, João Teixeira Álvares (irmão do interventor
Pedro Ludovico Teixeira), seo político e empresário Felismino Viana também
participaram da inauguração a em 15 de novembro daquele ano.

A usina representou um dos principais ingredientes para o pleno


desenvolvimento nos primeiros anos da capital. Com seus 180 "quilovoltsampère"
(KVAs) as de potência, era grandiosa para os padrões da época, mesmo porque
energia era Cocoisa rara em todo o Centro-Oeste e em grande parte do Brasil.
Mesmo assim, no início poucas casas tinham o benefício e, onde havia, a falta de
luz era constante, o que persistiria pelas duas décadas seguintes.
O nome da usina deriva do nome do córrego. Este por sua vez é uma
referência ao grande número de pássaros com esse nome que se aglomeravam às
margens do Rio Meia Ponte, uma espécie de grande porte (com cerca de 35
centímetros). típica do Cerrado do Brasil Central, caracterizada pela penugem
marrom-escura e piado característico, em tom melancólico. Descrito pela primeira
vez em 1820, o jaó é uma ave ameaçada de extinção, tanto pela derrubada das
áreas de seu habitat, como por ser facilmente capturado - uma ave que atende ao
"chamado" através da imitação do seu piado.

Altamiro de Moura Pacheco foi um personagem primordial na


concretização dessa história, doando ao Estado as terras onde foram construídas
as instalações da Usina Jaó, primeira da emergente capital e a terceira em Goiás.
Também pertenciam a ele em Goiânia a área do Aeroporto Santa Genoveva, o
quartel do Exército e o Parque Ecológico, que foi batizado com seu nome. Altamiro
era na- de Suçuapara, em 2011 Bela Vista de Goiás, município da Grande Goiânia.
Nasceu em 15 de março de 1896, filho de Francisco Domingos Pacheco e Maria
Genoveva de Moura Pacheco (daí a inspiração para o nome do aeroporto). Aos
sete anos de idade sua família muda-se para Bonfim, atualmente Silvània.

Ao completar 16 anos, com o falecimento de seu pai, passou a ter a


responsabilidade de criar seus seis irmãos mais novos. Começou a lecionar na
zona rural e na cidade. Em 1915, abre uma farmácia em sociedade com outro
goiano de renome, Americano do Brasil. O inquieto Altamiro começa a servir no
52° Batalhão de Caçadores no Rio de Janeiro. Em 1918, retorna para Bonfim como
promotor público, permanecendo na função até 1921. No ano seguinte, monta
uma farmácia em Bela Vista e muda-se para a cida- de. Frequenta a Faculdade de
Farmácia da Cidade de Goiás entre 1926 e 1928.

Em 1929, ingressa na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. No ano de


1933 retorna a Bela Vista já formado e monta ali uma clínica médica.

Goiânia passa a ser sua morada logo nos primeiros anos de sua
construção, em 1936. Foi dele uma das primeiras instituições médicas da cidade o
Insti- tuto Médico Cirúrgico. Na década de 50 foi designado presidente da
Sociedade Faculdade de Medicina, comissão responsável pela fundação da futura
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

Acumulava a todas essas atividades a de fazendeiro - possuía grande


extensão de terras na capital em diversos municipios goianos, criava gado, além
de ter feito inúmeras doações para a edificação de importantes obras em Goiás. A
SGPA, Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura, teve em Altamiro um de seus
dealizadores e primeiro presidente. Também foi o fundador, em 1945, do Banco
Agropecuário de Goiás S.A. (BEG), posteriormente comprado pelo Banco Itaú.
Altamiro também esteve diretamente envolvido nas ações para a efetivação la
construção de Brasília. Foi escolhido como presidente da Comissão de Desa-
propriação de Terras para a Construção. Na época, conseguiu um grande feito:
realizar a desapropriação de terras que formariam o Distrito Federal de 84 fazen-
das, a um preço satisfatório para o Estado (80 centavos de cruzeiros por alqueire)..
Teve passagem pela União Brasileira de Escritores-Seção de Goiás, Instituto
Histórico e Geográfico de Goiás, além de ter presidido o Conselho Estadual de
Cultura. Também se aventurou pelo mundo das letras, como autor dos livros 23
Civismo em Ação (1968), Rochedo e Ferrolho (1968), e Xavier de Almeida - Meu
Patrono (1974), dentre outros. Doou sua bela mansão do início de Goiânia à
Academia Goiana de Letras, na esquina da avenida Araguaia com a rua 15, no
Centro, incluindo todos seus livros e documentos. Faleceu aos 100 anos de idade
em 10 de junho de 1996, em Goiânia.
Goiânia nasceu com vocação para grandes obras e feitos. Já na década de
30 a cidade tinha um aeroporto. Mais um dos marcos que ajudaria a colocar o
Estado na rota dos grandes acontecimentos nacionais e "encurtava" as distâncias.
Os Z4 voos regulares na capital ainda demoraram a ser firmados. Mas, um
exemplo do grande avanço trazido pelos aviões foi a considerável alteração no
tempo para a troca de mensagens: o envio de correspondência entre Goiás e o Rio
de Janeiro

foi reduzido de quatro semanas para cinco dias, entre a postagem e a


entrega. O primeiro aeroporto de Goiânia era modesto, mas atendeu a demanda
da. capital até meados da década de 50, quando o grande crescimento
populacional e a urbanização acelerada obrigaram o Estado a implantar um novo
projeto. Localizado entre o Setor Campinas e o centro de Goiânia era impossível
manter o 25 aeroportos em uma das regiões que mais crescia na capital. Ele
começava na Avenida Tocantins com a Avenida Paranaíba, bem no centro da
cidade e recebia voos basicamente de duas companhias aéreas: Vasp e Panair.
Depois da transferência, o local passou a carregar em seu nome o passado
histórico e foi denominado Setor Aeroporto, dando lugar a um bairro residencial e
comercial. A mudança foi necessária para atender à modernização da aviação e a
crescente

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demanda por espaço, que exigiam o aumento do número de passageiros,


maid movimentação de cargas e aeronaves cada vez malores. Além da
necessidade d expansão, também era preciso construir um terminal com
infraestrutura ma moderna.

O local escolhido ficava próximo à área onde havia sido construída a


pioneir usina da capital, na região noroeste de Goiânia, na época distante oito
quilómetro do setor central, onde já havia intensa urbanização. A área era
formada por terra de propriedade do governo federal e também áreas
particulares. Um dos doadore era o já citado médico e pecuarista Altamiro de
Moura Pacheco novament ele, contribuindo para desenvolvimento daquela
região. Outro qué passou sua terras para o estado foi Augusto França Gontijo, um
dos presidentes da SGP (Sociedade Goiana de Agricultura e Pecuária) na década
de 40.

Um pedido feito por Altamiro foi a escolha do nome do aeroporto, batizad


de Aeroporto Internacional Santa Genoveva - uma homenagem a sua mãe e santa
de mesmo nome. O nome do bairro Setor Santa Genoveva, vizinho ao Jad
também assim denominado pelas mesmas razões.

A doação das terras para a construção do aeroporto foi efetivada em 2 de


setembro de 1955, por meio do decreto 37.851, expedido pela Presidência da
República, autorizando o Ministério da Aeronáutica a aceitar doações de terenos
em Goiânia. Quem assinou o decreto foi João Café Filho, que assumiu presidência
do Brasil com o suicídio de Getúlio Vargas em agosto de 1954, e brigadeiro
Eduardo Gomes, Ministro da Aeronáutica à época.

"Art. 1º Fica o Ministério da Aeronáutica autorizado a aceitar as doaçõe a


serem feitas pelos Srs. Dr. Altamiro de Moura Pacheco (691.681,45 m² Firma
Interestadual Mercantil S/A (668.454,59 m²), Doutor Augusto Franç Gontijo
(521.466,50 m²) e Dilma Barbosa Gondas no Municipio de Goiânia Estado de
Goiás, necessárias à construção do novo aeroporto local, tud conforme conta do
processo protocolado na Diretoria de Engenharia daquel Ministério, sob n.º 4.685-
55, onde se encontram as plantas dos terrenos."
A área total disponibilizada para a construção foi de 3.967.365,04 m²-4.00
km². Construída uma básica, com pista de pouso de terra de 1500 po 30 metros e
improvisada uma estação para passageiros, tiveram início as opera ções no novo
aeroporto em 17 de junho 1956. A intenção, desde o surgimento

la ideia da mudança, foi erguer um aeroporto internacional. E Goiânia foi


a wimeira cidade do Centro-Oeste a ter tal estrutura, já que Brasília ainda estava o
fase de planejamento.

Em 1958, a pista de pouso foi asfaltada e ampliada, atingindo as medidas


de 2.200 por 45 metros. Um novo terminal de passageiros foi inaugurado em
1962- passando a contar com um espaço de 1.200 m², quando também foi
disponibilizado ali um Núcleo de Proteção ao Voo, implantado pelo Ministério da
Aeronáutica.

Em 1974, a administração do Aeroporto Santa Genoveva foi repassada


para Infraero, conforme a portaria 120 de 03/12/1973. Com a nova direção foi
realizada a recuperação da pista, interditada devido às suas péssimas condições.
la foi reconstruída com uma tecnologia inovadora para a época, possibilitando
realizar a reforma sem paralisar as atividades de pousos e decolagens.

Ainda em 1974 foi feita a ampliação do terminal de embarque e


desembarque, que passou dos seus originais 1200m² para 1900m². Outras obras
foram realizadas 33 m 1981 e em 1994 o terminal foi ampliado para 4200m². Em
2000 uma outra reforma deu ao aeroporto um terminal com 6500 m².

Desde a primeira década do século XXI estão em curso obras de uma nova
ampliação do aeroporto, que quando finalizadas terão a capacidade para atender
très milhões de passageiros por ano, chegando a 14 milhões em 2014-embora ada
se possa afirmar ante tantas idas e vindas da travada burocracia e corrup- ção do
governo brasileiro. De todo modo, estão planejadas a construção de um terminal
de quatro pavimentos, sendo no último o aeroshoping, galeria técnica, elevadores
panorâmicos, escadas rolantes, e quatro pontos de embarque. O projeto prevê
ainda a manutenção de áreas laterais diponíveis para novas ampliações.

Década de 40, o batismo cultural de Goiânia movimentou o cenário


goianiense no início daqueles anos. A cidade foi palco de intensas manifestações
artísticas, culturais e políticas. A programação teve início em 1942, com a
inauguração do Teatro Goiânia. Também entrou em funcionamento a Rádio Clube,
a primeira capital. O Congresso Brasileiro de Educação, exposições na Escola
Técnica

Federal e diversas manifestações movimentaram a jovem capital. Goiânia


estava oficialmente inaugurada, 9 anos após o início de sua construção. Pedro
Ludovico Teixeira, expoente da política goiana, defendia a ideia de que uma
cidade não é construída apenas em bases materiais. Assim, busco consolidar
Goiânia em alicerces culturais com a realização do Batismo Cultura A cidade viveu
um clima de euforia, com a intensa programação que incluía festas, discursos
históricos, sessões solenes e inúmeras inaugurações de obras.

A população estimada da capital era de 51 mil pessoas. Um grande


número d visitantes passou pela nova capital naqueles movimentados dias: cerca
de 1800 A comissão encarregada de organizar a recepção de toda essa gente
precisou desdobrar para acomodá-los, usando a nascente rede hoteleira, além de
improvisa alojamento em prédios públicos e até em residências familiares.
Sem a energia elétrica produzida pela pioneira Usina Jaó teria sido
impossível a concretização do Batismo Cultural, que colocou a cidade e o estado
em evidência nacionalmente. Todo esse sucesso fez surgir um clima de otimismo,
de que problema energético que assolara a antiga capital do estado Estava
resolvido em Goiânia. Mas, não seria ainda hora de comemorar.

O mundo passava pela II Guerra Mundial, iniciada em 1939, e Goiânia


senti os reflexos do conflito. Mesmo nos países não diretamente envolvidos, eram
sentidos seus efeitos, como o racionamento de alimentos, combustíveis graves
crise econômica. Muitos estabelecimentos comerciais e residências que ainda não
estavam integrados à rede de energia produzida na cidade e não formas
alternativas de iluminação (geradores, lamparinas, entre outros) ficaram às
escuras.

E a crise ainda não estava completa. A Usina Jaó, que já não atendi
plenamente a crescente demanda por energia com o constante aumento d
população goianiense, não resistiria às forças da natureza. Em 3 de abri de 1945,
Goiânia era atingida pelas costumeiras chuvas que anunciam início do tempo seco
na região. Mas aquelas foram mais intensas do que de costume.

As chuvas, o forte vento e o aumento do nível da água na barragem do


Meia Ponte pressionaram as comportas da represa e danificaram seus
equipamentos que foram levados pela enchente. A usina, que já não tinha
potência suficiente para atender Goiânia, que havia sido planejada para abrigar 50
mil habitantes se encontrava danificada. O episódio pôs a perder todo o
investimento de anos tanto econômico, quanto como proposta de
desenvolvimento para Goiás. Dois anos foram necessários para o
restabelecimento da energia na capital, que sofreria severas consequências pela
falta de iluminação. Uma época complicada em que velhos hábitos tiverem de ser
resgatados. Aqueles que possuíam lanternas conseguiam vencer a falta de luz nas
ruas. Nas casas, a população se adaptava om o uso de lampiões, velas e
lamparinas.

Alguns estabelecimentos comerciais utilizaram geradores para continuar


funcionando. Foi comum a venda da energia a vizinhos e usá-la como estratégia
para atrair clientes aos poucos bares e lojas iluminadas. No início da noite, as lojas
que ofereciam a rara mercadoria eram ponto de encontro do goianiense.

O governo encontrou uma solução emergencial inusitada para o


problema, o adquirir um motor de submarino da II Guerra Mundial, instalado no
Córrego Botafogo. O local foi escolhido pela necessidade de constante
resfriamento do motor. A água, então, era devolvida ao córrego em alta
temperatura e atraía furiosos que aproveitavam para tomar banho nas águas
quentes.

Esse improviso durou cerca de dois anos. A reconstrução da usina Jaó foi
terminada em 1947. Mas era nítido que a capacidade de produção não atenderia
o afa do crescimento de Goiânia pelos anos seguintes. As quatro ampliações
realizadas (duas em 1939 e uma em 1959) não seriam suficientes para atender a
população e rede de comércio que não parava de crescer.

Mas a Usina Jaó ainda seria um dos ingredientes principais para o sucesso
de outro grande evento em Goiânia, o Congresso Eucarístico Nacional. Realizado
em 3 de junho de 1948, a cidade receberia cerca de 10 mil pessoas enquanto era
iluminada pela pioneira usina.
A organização do encontro foi responsabilidade de Dom Abel Ribeiro,
bispo- auxiliar da Arquidiocese de Goiás. As da época, que, atualmente,
correspondem aos municípios de Goiás, Anápolis, Brasília e São Luis de Montes
Belos, organizaram caravanas para participar do evento. As celebrações na Praça
Civica reuniram aproximadamente 10 mil pessoas e trouxeram para Goiânia
representantes da igreja católica de diversos estados brasileiros.

Os jornais da época se referiram à cerimônia como o maior evento até


então realizado, tendo como palco a jovem capital goiana. O Congresso
Eucarístico foi quando foi lançada a semente para a implantação da primeira
Universidade no Centro-Oeste do Brasil, a Universidade Católica de Goiás. Ainda
naquele ano, foi inaugurado a Faculdade de Filosofia, que oferecia os cursos de
História, Geografia, Letras e Pedagogia.

A usina foi desativada em 1971 e sua estrutura pertencente ao Estado,


com parte do patrimônio em liquidação da antiga Metago, substituída pela
Superintendência de Geologia e Mineração, As turbinas foram reutilizadas em
outro projetos de energia. Ainda na década de 70, a represa foi implodida -
deixando um buraco na parte superior da barragem de concreto. Com o maior
escoamento o nível da represa baixou, expondo terrenos submersos desde o
início das obras logo ocupadas por loteamentos irregulares.

Em 2003 foi proposta uma reativação da usina, pensando em transformar


velha estrutura em usina-escola. Um estudo da Celg constatou a impossibilidade
do projeto, devido aos impactos ambientais, também pelas condições sanitárias
do trecho do Meia Ponte. Assim, a ideia de implosão voltou à baila e, em 2011
ainda não foi definido o futuro das ruínas da primeira usina de Goiânia, que daria
uma bela atração turística.

Se no início dos anos 50 Goiânia tinha cerca de 50 mil habitantes, uma


década depois a capital contava com 150 mil. O surto de crescimento superava
planejamento inicial, de 50 mil habitantes. A área de Goiânia era basicamente
constituída pelos setores Central, Norte, Sul e Oeste. O preço da expansão seria
pago também pelo racionamento de eletricidade.

Os limites da cidade terminavam nos muros do Jóquei Clube. Dali em


direção a Campinas havia apenas uma estrada de chão, ladeada por cercas de
arame e direita o descampado da área de segurança do aeroporto antigo. A
bicicleta era o principal meio de transporte do período, automóveis eram coisa
rara e seu barulho podia ser ouvido de longe pela cidade

A praça Joaquim Lúcio em Campinas vivia dias agitados. No caminho, o


Lago das Rosas e o Horto Florestal -- ponto de encontro dos goianienses aos fins
de semana, que aproveitavam as águas do lago e o espaço do horto para nadar e
realizar piqueniques. Na "cidade" vizinha, o Cine Teatro Goiânia aos domingos, as
matinês dançantes do Jóquei e o futebol do Estádio Pedro Ludovico (mais
conhecido como estádio Olímpico, infelizmente implodida e que em 2011 passa
por uma interminável reforma para abrigar o Centro de Excelência de Goiânia)
garantiam a diversão do goianiense.

O sistema educacional ainda se estruturava, com o Ateneu Dom Bosco,


em regime de externato e internato; e o Colégio Santo Agostinho e o Colégio
Santa Clara, atendendo a moças. Além do Lyceu de Goiânia, a Escola
Técnica Federal e o Instituto de Educação.

A pouca energia para a cidade, produzida pela Usina Jaó era distribuída
pela n sistema de rodízio, e ainda precisava ser reforçada pelo uso de geradores a
diesel. Em determinados dias, alguns setores tinham luz e outros não. A
população se adaptou à situação de emergência e se alternava nas casas dos
conhecidos para não ficar sem as notícias, as radionovelas e as transmissões da
Copa do. Mundo de 1954.

Além das andanças forçadas pelo racionamento de energia, outra


alternativa foi encontrada pela Rádio Clube, a primeira de Goiânia, para levar sua
programação aos ouvintes. Foi instalado um sistema de alto-falantes próximo a
suas instalações (na esquina da Avenida Goiás com a Rua 2, no Centro) em um
terreno go, para que à população acompanhasse as transmissões.

Como a Usina Jaó não conseguia atender a demanda, a empresa privada


responsável por suas operações foi repassada para controle do governo estadual.
A firma Luz e Força de Goiânia Limitada não conseguiu acompanhar o crescimento
da cidade. O então governador Coimbra Bueno- um dos executores, juntamente
com seu irmão, da construção de Goiânia-, propôs a compra da empresa pelo
Estado. Em 1951, a geração de energia passou a ser responsabilidade do governo
estadual, quando foi criado o Departamento de Água e Energia Elétrica, mas arde
renomeada como Celg (Companhia Energética de Goiás).

A iniciativa para a resolução do problema energético foi de Coimbra


Bueno, as a responsabilidade só foi repassada ao Estado no governo de José
Ludovico de Almeida. Coimbra Bueno governou Goiás de 1947 a 1950. Durante a
sua administração, Tristão Pereira Fonseca era diretor do Departamento de Ação
de Armas Públicas. Tristão foi inicialmente convidado pelo político, enquanto
ainda era encarregado das obras da capital no governo de Pedro Ludovico, a
reforçar a Usina Jao-convite de alguns dias que resultaram em mudanças
significativas para a vida do jovem engenheiro e da juvenil capital goiana. Tristão
foi o responsável pelo projeto arquitetônico do Setor Jaó.

Os alemães prisioneiros de guerra chegam ao Jaó, um


setor que nasceu em Minas Gerais

A história do Setor Jaó começou a ser oficializada em 1951, quando a


empresa Interestadual Mercantil S/A efetivou a compra de três glebas da região
antes denominada Fazenda Retiro. A tinha sede em Belo Horizonte e pertencia à
família

Magalhães Pinto. José de Magalhães Pinto foi uma figura marcante na


história brasileira. Nascido em 1909, na cidade de Santo Antônio de Monte (MG),
filho de José Caetano de Magalhães Pinto e de Maria Araújo de Magalhães Pinto,
começou sua carreira profissional cedo, aos 16 anos, no Banco Hipotecário e
Agrícola de Minas Gerais Com 17 anos já era gerente da agência.

Foi presidente da Associação Comercial de Minas Gerais. Em 1935 tornou-


se diretor da matriz do Banco da Lavoura do Estado, em Belo Horizonte. Em
outubro de 1943, quando já era um empresário de prestígio, participou do
movimento conhecido como Manifesto dos Mineiros documento lançado pelos
setores liberais contra o Estado Novo de Getúlio Vargas. Magalhães foi afastado da
direção do banco por determinação do governo federal.

Já no ano seguinte, fundou o Banco Nacional de Minas Gerais, que se


tornaria uma das maiores instituições bancárias do país. Conservador, foi também
um dos idealizadores da União Democrática Nacional (UDN), que reuniu diversos
setores contrários a Getúlio Vargas. Foi eleito deputado federal por Minas em
1946 e reeleito sucessivamente em 1950, 1954 e 1958. Nesse ano tornou-se
presidente da UDN mineira e, em 1959, presidente nacional.

Governou Minas Gerais de 1961 a 1966, período em que criou o Banco de


Desenvolvimento de Minas Gerais. Jânio Quadros governou o país por um breve
períodos e renunciou à presidência em agosto de 1961. Um grupo de políticos,
nele também Magalhães Pinto, passou a discutir o impedimento da posse do vice-
presidente João Goulart, ligado a grupos de esquerda. Entrou em rota de colisão
com o governo Goulart desde o seu início.

Os bastidores para a derrubada do presidente e instituição do governo


militar tiveram em Magalhães Pinto um de seus principais articuladores e
financiadores. Goulart foi deposto na noite do dia 1º de abril de 1964. Logo nos
dias seguinte, Magalhães fez parte da comissão que escolheu o novo presidente,
marechal

Humberto Castelo Branco. Em 1967, no governo do general Artur da Costa


Silva, foi nomeado ministro das Relações Exteriores. Eleito senador em 1970
assumiu a presidência da casa em 1975.

Paralelamente, na área financeira destacava-se como um dos mais


importantes banqueiros do país. Após o Golpe de 64, sua fortuna se multiplicou e
incorporou mais seis bancos em 1972, criando o Banco Nacional S/A, que se
tornaria terceiro maior banco brasileiro. Magalhães Pinto foi um grande
articulador da empréstimos internacionais para o financiamento de obras de
infraestrutura para o país. Foi grande financiador de obras públicas na época do
milagre brasileiro nos anos 70 do século XX.

As obras de Goiânia já estavam em estágio avançado quando a nova


capital recebeu a visita de Magalhães Pinto. Entusiasmado com o bem-sucedido
desenvolvimento da cidade, resolveu diversificar seus investimentos e também
marcar presença. Comprou uma grande área próxima ao rio Meia Ponte, já
planejando construir ali um bairro à altura da nova e bem planejada capital.

Magalhães Pinto foi governador de Minas enquanto o médico Hélio de


Brito era prefeito de Goiânia. Hélio lembra, em entrevista ao Jornal Opção, 1995,
que muitos estavam de olho naquela área para construir algo ligado ao lazer, cada
um com um plano diferente. Foram até sua casa Ubirajara Berocan Leite e Ni
canor de Faria, expondo uma ideia grandiosa para um clube e pediram apoio ao
prefeito, que lhes deu uma carta de recomendação para Magalhães Pinto. Foram
bem recebidos por ele, que disse não poder deixar de atender o pedido de um
amigo e companheiro politico.

O segundo maior estádio de futebol do Brasil, foi batizado com seu nome
Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, inaugurado
em 1965. Seu maior objetivo político sempre foi chegar à Presidência da
República, sonho não concretizado, já que o mineiro atuava mais nos bastidores
da política brasileira. Deixou a política em 1985, devido a um derrame. Faleceu no
Rio de Janeiro no dia 6 de março de 1996. Era casado com Berenice Catão de
Magalhães Pinto, com quem teve seis filhos. A família continuou envolvida na área
bancária - seus filhos foram diretores do Banco Nacional.

O banco foi o principal patrocinador do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna,


foi o primeiro a bancar o Jornal Nacional, da Rede Globo. Em 1994, a instituição
passou por dificuldades financeiras e sofreu intervenção do Banco Central. Foi
canto da mesma cerca e distante 1.891 metros e onde fazem divisa as terras dos
Drs. Altamiro de Moura Pacheco e Augusto França Gontijo, limitadas com terras
do primeiro; dali seguem em rumo sudeste 21° 15° até o canto de uma cerca do
Ministério da Agricultura e que fica do lado direito da estrada de auto, que
deixando a sede daquela Repartição Federal e distante 1.122 metros do marco
citado; dali, desce pela cerca de arame, primeiro em rumo Sudoeste 89° 25° na
distância de 686 metros e depois em rumo 72° Nordeste até o Córrego Jaó, pelo
qual desce até encontrar a sua margem direita uma cerca de arame, distante da
última 1.150 metros, em rumo, limitando-se até ali com terras do Ministério da
Agricultura, dali segue por uma cerca de arame, em rumo da Sudoeste 85° 20° até
o Rio Meia Ponte, na distância de 205 metros e limitando com uma pequena gleba
de terras do Estado de Goiás; dali sobe beirando o Rio Meia Ponte até encontrar a
extremidade de outra cerca de e arame, que também separa outra gleba de terras
do Estado de Goiás e distante da última 200 metros; dali segue, em rumo
sudoeste 84°20 pela cerca de arame de comprimento de 529 metros, até o Rio
Meia Ponte dali, sobe margiando o Rio Meia Ponte até o ponto de partida."

As escrituras do período traziam uma linguagem diferente da atual,


marcada pela concisão e uso de símbolos técnicos. As delimitações eram
estabelecidas por pontos de referência impensáveis no século XXI, mas
largamente empregadas à época, em que uma cerca valia como demarcação e não
existia o GPS (Sistema de Gerenciamento Global) para fornecer as coordenadas
com precisão. Foi page a quantia de 2 milhões, 193 mil e 750 cruzeiros - ao preço
de 50 mil o alqueire A escritura especificava a forma de parcelamento da dívida e
que a Interestadual deveria depositar na Agência do Banco do Brasil (a única da
cidade na época) as parcelas, além dos juros, em contas em nome de cada criança
e do casal Belo O documento também descrevia a propriedade rural: "casa de
morada, com 6 cômodos, barracão próprio para tirar leite, currais cercados de
taboas, duas casinhas e cercas de arame". Segue depois, todo e resultado de uma
consulta ao Curador Geral de Orfãos de Goiânia sobre a legalidade de o pai
representar o interesse dos filhos na transação. Além de inúmeras referencias
repetitivas ao preço, forma de pagamento, juros e demais tramites burocráticos. A
escritura é de 13 de julho de 1951.

Quando governava Goiás, Coimbra Bueno recebeu uma proposta singular


da embaixada da Inglaterra no Rio de Janeiro, então capital federal, quando
começaria a ser desenhada a história do setor Jaó. Eram tempos do fim da II
Guerra Mundial e o mundo, ainda sofrendo as consequências do conflito,
começava a se adequar a nova realidade. O governo inglês precisava resolver um
"problema" e achou a solução ideal naquela visita de Coimbra Bueno. Foram
oferecidos ao estadista goiano 50 prisioneiros alemães. O governo, assim, dividia
seus problemas com os países aliados.

Passado algum tempo e já esquecido do acordo, Coimbra Bueno até se


assustou com a chegada do avião com os 50 alemães em 1950. É claro que a
intenção da Inglaterra era de que o governo do Brasil os mantivesse presos. Mas
ao chegar em Goiânia, depois de algum tempo presos na antiga casa de prisão
estadual, na avenida Independência, foram soltos. Ficaram detidos apenas
enquanto os ingleses permaneceram na cidade. Essa sim, uma atitude,
literalmente, para inglês ver.

Provisoriamente, as famílias ficaram alojadas em barracas nas terras de


Magalhães Pinto. Como ainda não havia infraestrutura, era preciso levar aos
estrangeiros suprimentos, que além dessa ajuda se aproveitavam da riqueza da
terra para pesca e coleta de frutos. Coimbra Bueno designou o diretor do
Departamento de Ação de Armas Públicas, o engenheiro Tristão da Fonseca, para
recepcioná-los. Aproveitando a afinidade com os estrangeiros, que tinham muito
conhecimento em engenharia, Tristão os recebeu em seu escritório.

Depois de um tempo na área, foi articulado com Magalhães Pinto que os


alemães iriam realizar o planejamento da área. Era uma forma de criar uma frente
de trabalho para os "prisioneiros" e agilizar o crescimento de Goiânia. O
loteamento começou a ser realizado seguindo padrões alemães de antes da
guerra. Uma solicitação de Magalhães foi a inclusão no projeto de referências a
sua terra, Minas Gerais, no novo loteamento. Vem daí os nomes das avenidas Belo
Horizonte e alameda Pampulha um bairro ilustre da capital mineira. Como não
tinham registro no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), o
projeto foi assinado por Tristão para efeitos burocráticos, mas seu autor principal
foi o alemão de nome Sonenberg.

Depois de terminarem a empreitada, os alemães foram convidados para


mudarem-se para Argentina pelo presidente Juan Carlos Perón, à frente do
governo entre 1946 e 1955 e entre 1973 e 74. Outros mudaram-se para São Paulo.
Do grupo original, permaneceram em Goiânia apenas três integrantes: Sonenberg.
Paulo Otto Boettcher e Hoffman.

Sonengerg foi professor da Faculdade de Engenharia da Universidade


Federal de Goiás. Paulo montou uma churrascaria na principal rua de acesso ao
setor avenida Venerando de Freitas Borges, este sim um nome autenticamente
goiano, homenagem ao primeiro prefeito da capital ainda no início da edificação
do bairro, funcionava uma espécie de portaria em frente à churrascaria. Por
aproximadamente dois anos, a entrada era fechada à noite, controlando a entrada
de quem não fosse morador. Os pioneiros afirmam que não se tratava de medo de
assalto ou elitismo, mas para evitar o enorme fluxo de casais que aproveitava o
grande número de lotes ainda desocupados para namorarem pelas ruas escuras,
desabitadas e seguras.

Tristão acompanhou todas as etapas da construção e o loteamento do


Jaó. Ele, convidado para realizar um estudo na Usina Jáo, cujo reator não vinha
fornecendo energia elétrica suficiente para abastecer a cidade, pretendia
permanecer em Goiânia apenas por alguns dias, mas adotou-a como sua cidade.
Apaixonou-se pela capital goiana e, em especial, por uma de suas moradoras,
Josefa. Além de um casamento bem-sucedido e de participar efetivamente do
nasci- mento do Setor Jaó, Tristão Pereira Fonseca deixou outras marcas em
Goiânia. 83 Edificou cerca de 20 lojas na avenida Goiás, projetou diversos moinhos
pelo Estado e algumas das grandes construções no Distrito Agroindustrial de
Anápolis, o Daia. Desde 1982, fixou residência no Jaó a pedido da esposa, atraídos
pelo bairro tranquilo e aconchegante.

Jaó, o mega clube do visionário Berocan

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