MUNDO

Tudo começa no futuro. No ano de 2038, um vírus conhecido como

Névoa Cinzenta começa a se espalhar, tendo seu primeiro caso na Argentina.
Cientistas posteriormente atribuíram seu aparecimento ao degelo das calotas
polares, que liberaram o agente patológico no oceano.
Esse vírus era letal e se espalhava rápido. Nessa época, uma
ultra-globalização, causada principalmente por conta do capitalismo extremo,
fez com que a maior parte das fronteiras geográficas se tornassem obsoletas.
Pessoas transitavam de países sem problemas. Além disso, a criação de
transportes de alta velocidade, como trens sub-oceânicos, facilitavam o tráfego
mundial. Por conta disso, essa foi a época propícia para a proliferação do vírus.
Lockdowns e medidas restritivas foram instauradas, mas sem sucesso. A
humanidade parecia rumar para seu fim. Porém, as últimas esperanças residiam
na criação de uma vacina.
Com a ascensão de um caos social, parecia impossível o desenvolvimento
da vacina. Mas então surge a Kornelius, uma mega-corporação farmacêutica,
que traz a proposta da Protopia, uma cidade perfeita e limpa, onde os habitantes
viveriam como príncipes e receberiam a vacina. Contudo, o preço para morar
nesse local era absurdo, tornando o acesso possível apenas para os mais ricos.
Para piorar, a Kornelius cria uma vacina extremamente fracionada, para que ela
tenha que ser aplicada de três em três meses, os quais os moradores de Protopia
precisam pagar uma quantia.
Ricos do mundo todo garantiram seu acesso à Protopia. Com uma
campanha que dizia dar acesso a qualquer um, milhares de sobreviventes
procuram refúgio nos arredores de Protopia, criando então as Zonas Sujas, como
são chamadas pela elite, uma cidade decadente e mal-organizada, onde as
pessoas têm vidas péssimas. Nesse ponto, o vírus freou sua proliferação, devido
a sua alta letalidade e a um controle rigoroso das pessoas que se mudavam para
as Zonas Sujas. Mas ainda assim pessoas se contaminam com ele.
No presente momento da trama, 30 anos depois da pandemia, as pessoas
que moram nas Zonas Sujas fazem trabalhos braçais para aqueles de Protopia
(esquema Elois e Morlocks). As crianças estudam em escolas “técnicas”, onde
aprendem o básico e são ensinadas a realizar suas funções. A língua padrão é o
inglês, porém as pessoas que moram lá vieram de diversos lugares do mundo.
Em qualquer lugar que você frequente nas Zonas Sujas, é necessário a
realização de uma coleta de sangue. Caso você apresente o vírus, um membro
do esquadrão Tormenta irá lhe executar no local, com um lança-chamas.
Existem diversas proteções para o vírus, como máscaras tecnológicas, e muitas
pessoas tem problemas para sair de casa.
O esquadrão Tormenta, também conhecido como Caveiras, por conta do
formato de seus rostos, é um esquadrão de robôs que faz a patrulha e segurança
da Zona Suja (No geral, eles servem mais para assegurar os ricos dos pobres do
que prover segurança para as zonas Sujas).
Embora as pessoas sejam em sua maioria pobres, o consumismo ainda é
elevado. Diversas lojas, propriedades dos ricos, vendem nas Zonas Sujas. Além
de ganhar dinheiro, essas lojas servem para que os pobres gastem com outras
coisas, e não consigam ascender socialmente para Protopia.
A moeda desse lugar são os Hex, uma moeda virtual vinculada com a
identidade de cada pessoa. Hex são equivalentes aos reais. Para morar em
Protopia durante três meses, são necessários 350 mil Hex.
Em Protopia, a situação é completamente diferente. Praças arborizadas,
Zoológicos particulares, grandes festas e arranha-céus colossais. Lá, existem as
chamadas Famílias imperiais, famílias com poder e influência ainda maior que o
restante da elite. São quatro, sendo uma delas a Kornelius, a mais poderosa.
Embora pareça pacífica por fora, ocorre muita espionagem e sabotagem
industrial lá dentro. É um verdadeiro xadrez.
 Dentro de Protopia, a segurança é fornecida através de grupos de
soldados que podem ser contratados. Esses soldados são pessoas da Zona Suja,
que, através de um complicado treinamento e uma cara prova, podem trabalhar
em Protopia. Eles ainda moram nas Zonas Sujas e não recebem vacina. Mas tem
uma condição de vida um pouco melhor. Eles são chamados de Tropas Prata.
Os Yamashiro, uma das quatro Famílias imperiais, responsáveis pela
empresa Hogo-sha, que cria soluções de segurança, estão sob a mira dos
Kornelius, devido as suspeitas de que, com seu exército, eles tomem Protopia.

PERSONAGENS

ADRIANO

Adriano é um traficante de drogas das Zonas Sujas de 28 anos de idade.

Ele é forte e capaz, principalmente devido a seu treinamento para se juntar a
Tropa Prata. Esse era seu sonho, já que queria ajudar seu irmão mais novo de
alguma maneira, mas acabou falhando na prova e não pôde mais realizá-la. Se
sente culpado e fracassado, principalmente por achar que seu irmão mais novo é
quem cuida dele, e não o contrário. Parece carregar uma melancolia a todo
momento, costumeiramente fazendo comentários ácidos e autodepreciativos.
Apesar de não ser tão inteligente quanto seu irmão, consegue pensar muito
rápido, se adaptando a situações ligeiramente.

MARCOS

Marcos é o irmão mais novo de Adriano, com 25 anos. Ajuda seu irmão
com o tráfico de drogas. Fica responsável pela parte por detrás dos panos. É
inteligente e bem-humorado, porém teimoso, o que ele considera uma
qualidade, e não um defeito. Tem um medo extremo de contrair o vírus e por
isso se afasta das pessoas.

KIT

É uma mulher misteriosa, engenheira de sistemas que trabalha para a

Hogo, mas mantém uma função de espiã mercenária, vendendo informações
para quem quiser comprar. É calculista e tem um olhar desafiador, fascinada por
literatura e com traumas devido seu pai, que foi morto quando ela era pequena.
Isso a fez se colocar atrás de uma barreira de cinismo e paranoia, achando que
precisa estar sempre a frente de todos.