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O sinal soou acima da cabeça dos trabalhadores, indicando o final do expediente.

Al limpou o suor de sua testa com as costas da mão e deu uma última olhada no sistema
de compensação de pressão, vendo se tinha deixado algo passar. Estava tudo em ordem.
Al tinha feito um excelente trabalho. Guardou a chave magnética em seu cinto de
ferramentas e apertou um botão vermelho no painel a sua frente. Imediatamente, a
plataforma em que ele estava começou a descer, e desceu até o nível do solo, 10 metros
abaixo. Apertou outro botão no painel, agora um azul, e as grades laterais da plataforma
foram liberadas. Al saiu andando apressado.
Agilmente, foi andando até o inspetor Doubly, que anotava algo em seu console
portátil.
– Resolvi o problema do Compensador. Era um pequeno defeito no controlador
da válvula. Já está tudo em ordem. – Al parecia ansioso para sair dali.
O inspetor Doubly parecia satisfeito.
– Muito bem. Iremos te chamar de novo caso tenhamos algum problema. Agora
vou transferir os créditos pra você. – Doubly digitou algo em seu console e acenou para
Al, indicando que a transação estava concluída.
Al guardou seu material de segurança na sala de armários, e saiu da fábrica,
meio andando, meio correndo. O sol já começava a se por, ganhando tons lindos que
poderiam ser perfeitamente explorados por Al. Tinha que se apressar. Passou em casa,
deixando suas ferramentas e pegando sua mala de pintura. Saiu correndo pelas ruas
empoeiradas da cidade. Nos limites dela, virou à esquerda no posto de Stoolch e seguiu
a trilha que leva às minas, ao sul. A trilha dava para um vale amplo, cheio de
trabalhadores que saiam de mais um dia de trabalho nas minas. Contornou o vale por
uma passagem estreita no leste, e começou a subir no Pico do Uivo.
A visão era simplesmente incrível. Alguns prédios se sobressaiam na visão, mas além
deles, o deserto de Urkhan se estendia até o horizonte. O sol mergulhava nas montanhas
distantes e densas nuvens de poeira se formavam acima delas. Vem uma tempestade aí,
pensou Al. Com as novas tecnologias de dispersão recentemente instaladas na cidade,
uma tempestade de areia passara a não ser um problema. Para Al, aquilo tinha se
tornado inspiração.
Se sentou em uma área totalmente plana no topo da encosta, colocando sua mala de
lado. De dentro dela, puxou uma folha de papel – Algo raro ali, que custara uma fortuna
a Al, já que vinha de fora do sistema – e sua caneta de tinta volátil. Escolheu a cor preta,
e com destreza, começou a esboçar o cenário. Assim que terminou, o sol já tinha
afundado um pouco mais. Al decidiu começar a pintar logo. Escolheu as cores em sua
caneta e começou a pintar.

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