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O projeto foi objeto de acalorados debates. O próprio Imperador era contrário a essa
concessão por julgá-la prejudicial a Petrópolis, já que, na condição de povoado, Petrópolis
pagava oito contos de réis como imposto à Estrela e recebia como ajuda da Província cem
contos de réis ao ano, para acudir às necessidades da povoação em obras de saneamento e
utilidade pública. Por outro lado, os representantes de Estrela não aceitavam perder um
povoado tão importante.
Faz-se então um projeto pelo qual Estrela receberia como compensação pela perda do
povoado de Petrópolis, a freguesia de São Nicolau do Suruí, que seria desmembrada do
município de Magé. Face aos protestos dos representantes de Magé, o projeto foi rejeitado
pelo Presidente da Província que alegou “não poder conciliar as partes na questão de uma
compensação à Estrela”. Em conseqüência o projeto volta à Assembléia e o deputado Luís de
Almeida Brandão propõe uma emenda ao mesmo, suprimindo a palavra Petrópolis. Diante
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deste fato o Ten. Cel. Veiga faz nova modificação no projeto: Petrópolis, Valença e
Vassouras seriam elevados à categoria de cidade, não recebendo Estrela nenhuma
compensação, já que os municípios a que pertenciam Valença e Vassouras, nada receberiam.
Finalmente, a 13 de março de 1859, foi eleita a 1ª Câmara, cuja posse foi realizada a 17
de junho de 1859, num prédio da Rua Paulo Barbosa, onde hoje se localiza o Edifício Rocha,
sendo a sessão presidida pelo Dr. Bernardino Alves Machado, Presidente da Municipalidade
de Estrela.
Mais tarde, foram chamados os suplentes João Meyer e José Antonio da Rocha, por não
terem entrado em exercício os Drs. Thomaz José da Porciúncula e José Calazans.
O Ten. Cel. Amaro Emílio da Veiga por ter sido o candidato a vereador mais votado,
deveria ser o Presidente da Câmara, mas o ilustre militar não chegou a tomar posse porque
um aviso do Ministro da Guerra deu-o como incompatível para exercer função eletiva, por
ser um militar da ativa, sendo então empossado na presidência, como 2 º vereador mais
votado o Cel. Albino José Siqueira.
O Cel. Albino José Siqueira já havia ocupado este cargo na Vila da Estrela, onde era
comerciante e fazendeiro, sendo proprietário da Fazenda do Fragoso, na qual hospedou o
Imperador D. Pedro II e a Imperatriz D. Teresa Cristina.
desenvolvimento do orçamento local e das posturas municipais. Por outro lado passaram as
Câmaras a ter a seu cargo tudo que dissesse respeito à polícia e economia.
D. PEDRO II EM PETRÓPOLIS
Já no palácio, D. Pedro II, pai extremoso, sempre preocupado com a educação de suas
filhas, encontrava tempo para assistir as lições de inglês e alemão, ministradas às princesas,
pelo Visconde de Sapucaí, Cândido José de Araujo Viana e ainda ocupar-se, ele próprio, das
explicações de física e latim às filhas.
Em seus passeios pela manhã e à tarde, comenta Fróes,
[…] o Imperador percorria a pé as ruas principais de Petrópolis, quando não penetrava
nos bairros, parando, conversando com os moradores, seus velhos conhecidos, alguns
colonos aos quais interrogava da situação e condições de vida.
É necessário enfatizar, que nosso segundo imperador sempre acompanhava com grande
interesse a evolução de Petrópolis, preocupando-se com seus problemas e fazendo tudo ao
seu alcance para ajudá-la a crescer.
Em conseqüência, visitava com freqüência alguns estabelecimentos públicos como o
hospital público, “achando-o mal situado e recomendando a transferência do mesmo para
novo edifício”. O hospital público localizava-se à Rua Bragança, hoje Roberto Silveira.
Também a Câmara Municipal, na ocasião funcionando em sua segunda sede, localizada à
Rua do Imperador, onde se demorou por cerca de uma hora, percorrendo o edifício,
examinando a biblioteca, anotando na ocasião em seu Diário: “Fui à Câmara Municipal que
infelizmente tem pouca renda”. Em 3 de fevereiro de 1849, D. Pedro II dirigiu-se a pé ao
velho cemitério para visitar o túmulo do Major Koeler. “Tocante homenagem do Monarca
aos restos mortais de um de seus mais fiéis e leais servidores”, comenta Luiz Afonso
d’Escragnolle.
Outra grande preocupação do Imperador em suas estadas na serra, dizia respeito ao
desenvolvimento da indústria da seda, tendo anotado em seu Diário “Recomendei ao
superintendente Marques Lisboa que estudasse a questão da introdução da cultura da
amoreira e a criação do bicho da seda em Petrópolis”, voltando ao assunto em outras
oportunidades. Também o Matadouro Municipal foi alvo das preocupações do Imperador,
sobre o qual escreveu: “Tem a sua verba, mas acha-se em mau estado”.
Revelando um extraordinário interesse pelas coisas do espírito, de um modo particular
pela ciência e pela educação, visitava com freqüência as escolas, com a finalidade de
conhecer o adiantamento dos alunos e prestigiar os professores. A respeito das presenças
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Referências Bibliográficas