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• Nome: Juliana Pereira Fernandes ; nº18; 11ºD


• Disciplina de História
• Data do teste:
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** Manual: Parte 1 – Unidade 4

Portugal – o projeto pombalino de inspiração iluminista:


Apesar da sua frontal oposição à teoria da origem divina do poder, a maior parte dos filósofos iluministas
acreditava nas virtualidades do regime monárquico.
Quem melhor? De que um rei culto, justo e empenhado no bem estar dos súbditos poderia contrariar os privilégios
da nobreza ou a excessiva influência da igreja?
A autoridade real era desejável se, iluminado pela razão, o soberano a utilizasse para afastar as trevas do
obscurantismo.

Esta interpretação do pensamento iluminista forneceu uma fundamentação racional para o reforço do poder régio.

Os déspotas iluminados entregavam- se à reorganização dos seus reinos: a estrutura governativa, a vida
económica, as relações sociais, a influência da igreja, a assistência, a instrução pública, tudo mereceu a atenção
destes monarcas que em tudo, impuseram a sua vontade “esclarecida”.
A reforma pombalina das instituições e o reforço da autoridade do Estado:
Nos últimos anos, do reinado de D. João V, a diminuição das remessas de ouro do Brasil e a doença prolongada do
rei desorganizaram a máquina governativa. O descalabro financeiro, a inoperância das instituições e a corrupção
dos seus oficiais abatem- se sobre o reino e as suas colónias. Foi neste contexto, que pouco depois da subida ao
trono do rei D. José, Carvalho e Melo assumiu as funções de secretário do Estado.
1. Reforma das instituições:
O novo ministro sentiu a necessidade de racionalizar o aparelho de Estado.
Em primeiro lugar, havia de pôr ordem nas finanças do reino devido à diminuição dos proventos do Brasil, que
pela crise comercial, que, de novo, se fazia sentir.

a) Os esforços de Pombal para solucionar este estado de coisas resultaram na criação do Erário Régio, instituição
moderna que permitiu a gestão completa e corrente das contas públicas. O Erário tornou- se “a pedra angular da
organização fiscal do reino”

b) Paralelamente, Pombal empenha- se na reforma do sistema judicial, área nobre de governação que se
encontrava em descrédito.
Vivia- se num clima de grande segurança devido à impunidade da maioria dos roubos e assassinos.

Com intuito de resolver este problema, sai do gabinete do ministro, abundante legislação que uniformiza o país
para efeitos judiciais e anula os antigos privilégios judiciais da nobreza e do clero. → Estes privilégios
constituiam um pesado entrave à boa justiça do rei, parando os processos e retirando numerosos culpados.
A reforma judicial, em 1760, culmina com a criação da Intendência- Geral da Policia, organismo coordenador de
todo o sistema judicial.
A modernização dos sistemas administrativo e judiciário implicou a supressão de direitos antigos e suscitou o
desagrado dos grupos privilegiados que não souberam esconder a animosidade que sentiam face a um ministro de
origem relativamente humilde, mas altivo e prepotente.
2. A submissão das forças sociais:
A forma excessivamente dura como o ministro reagia a qualquer tipo de oposição manifestou-se, pela primeira
vez, em 1757, quando estalou, no Porto, um motim popular contra a Companhia das Vinhas do Alto Douro.
- A revolta foi castigada com a execução de 26 participantes, 400 condenações a penas várias e castigos aplicados
à cidade.
No ano seguinte, um lamentável atentado contra D. José fornecerá o pretexto para uma repressão sem paralelo,
dirigida contra as principais casas nobres do país.
No processo que se seguiu, altamente irregular, os réus foram considerados culpados de “crime de Leza
Magestade” de primeira cabeça de alta traição, rebelião e Parrecídio e condenados à pena máxima. A violência e o
aparato com que foi executada a sentença encheu de horror o país e a Europa, não mais se apagando da memória
coletiva dos Portugueses. A partir de então, a nobreza, fortemente abatida, não esboçou qualquer gesto
de rebeldia contra o rei ou o ministro que o representava.
As convicções religiosas que sempre demonstrou não impediram Pombal de considerar inaceitável a
independência da Igreja face ao poder civil.

Com o fim de reduzir a influência do clero, o Marquês procurou controlar o Tribunal de Santo Ofício que,
progressivamente, subordinou à Coroa.
Instituiu, também, um organismo de censura estatal -a Real Mesa Censoria -, que tomou para si as funções de
avaliação das obras publicadas, até aí da competência dos inquisidores.
Alvo particular da animosidade do ministro foi a Companhia de Jesus, que detinha um papel de relevo na
missionação dos índios brasileiros e nas instituições de ensino. Acusados de, em segredo, urdirem um plano para
se apossarem do Brasil e de outros “crimes nefandos”, os padres jesuítas foram expulsos de Portugal e das suas
colónias.
O braço de ferro com a Igreja, que implicou o corte de relações com a Santa Sé, teve o resultado pretendido: o
clero português, nas pessoas dos seus bispos e outros dignitários, adotou uma atitude de obediência e respeito face
ao poder temporal do monarca.
3. O reordenamento urbano:
Muita da confiança que o rei nele depositava granjeou-a Pombal na altura do trágico terramoto que arrasou
Lisboa. O sismo ocorreu no dia 1 de novembro de 1755, cerca das nove horas da manhã e fez-se sentir noutras
zonas do nosso país, na Andaluzia e no Norte de África. Porém, a imagem da capitaldestruída impôs-se a todas as
outras, quer em Portugal, quer no estrangeiro.
Não é fácil contabilizar o número de mortos, dado que os testemunhos coevos não concordam entre si. Mas o
computo dos danos materiais, mais preciso, não deixa dúvidas sobre a dimensão do desastre: ruíram o Paço Real,
com a sua inestimável biblioteca, a ópera, recém-inaugurada, palácios, conventos e igrejas, que soterraram para
sempre os seus tesouros, acumulados durante séculos.
No calor da tragédia, face a um rei desorientado, Pombal mostrou a sua valia e a sua eficiência. Logo no próprio
dia do sismo, tomou as primeiras das mais de 200 providências que levou a efeito para, segundo as pala-
vras que se lhe atribuem, “sepultar os mortos e cuidar dos vivos”.
Chamando a si a tarefa de reerguer a cidade, o ministro encarregou dos trabalhos os engenheiros Manuel da Maia
e Eugénio dos Santos. Depois de ponderadas várias soluções, decidiu-se arrasar o que ainda restava da zona
atingida e proceder à sua reconstrução segundo um traçado completamente novo.

No lugar do emaranhado de ruas, ruelas e becos, que anteriormente constituíam o centro da cidade, o projeto
aprovado previa artérias excecionalmente largas e retilíneas, inscritas numa geometria rigorosa, cuja harmonia
se completava com a homogeneidade das fachadas de quatro andares, dos prédios a construir.
- Foram proibidos todos os projetos particulares de forma a preservar a unidade do conjunto, bem como qualquer
elemento exterior que sugerisse a condição social dos proprietários.
Dominados pelo sentido prático das Luzes e pelas novas ideias de felicidade humana e de harmonia com a
Natureza, os projetistas adotaram soluções originais para a distribuição de água (às habitações) e para a drenagem
dos esgotos, concebendo, até, um engenhoso sistema de construção antissísmica. Este, conhecido por “gaiola”, era
constituído por uma armação de estacas de madeira que, penetrando até aos alicerces, evitava a derrocada
dos vários andares, em caso de ruína das paredes.
Embora nada possa compensar, como pretendeu Pombal, o imenso património que o terramoto destruiu, a Lisboa
que se ergueu dos escombros constitui um dos mais notáveis conjuntos urbanísticos da Europa e, talvez, o maior
legado que os 27 anos de governação pombalina transmitiram as gerações vindouras.
4. A reforma do ensino:
Considerando a ignorância o maior entrave ao progresso dos povos, a filosofia iluminista colocou o ensino no
centro das preocupações dos governantes.
Este espírito chegou a Portugal por via dos estrangeirados, termo pelo qual ficaram conhecidos os portugueses
que, habitando no estrangeiro, contactaram de perto com os núcleos mais dinâmicos da cultura europeia.
Conscientes do atraso português relativamente à Europa, os estrangeirados teceram duras considerações sobre a
realidade do país, publicando livros, opúsculos e ensaios que acabaram por influenciar as decisões políticas.
Foi talvez por inspiração direta de Ribeiro Sanches que Pombal criou, em 1761, um colégio destinado aos jovens
de estirpe nobre, com o objetivo de os preparar para o desempenho dos altos cargos do Estado.
O Real Colégio dos Nobres foi organizado de acordo com as mais modernas conceções pedagógicas, mas o
projeto não teve a adesão esperada, talvez pela renitência dos nobres em colocarem os seus filhos numa
instituição tão conotada com um ministro que detestavam.
Mais proveitosas foram as medidas relativas à reestruturação geral do ensino, que abrangeram todos os graus e
todo o território nacional.
- A expulsão dos Jesuítas, acabou por facilitar uma reforma profunda.
Com o objetivo de levar as primeiras letras a todo o país, foram criados perto de quinhentos postos para “mestres
de ler e escrever”.
Para os alunos que pretendessem prosseguir estudos, instituíram-se mais de três centenas de aulas de retórica,
filosofia, gramática grega e literatura latina, cujo conhecimento era imprescindível a quem
quisesse ingressar na universidade.
Pombal dedicou a maior atenção à universidade. Dado o encerramento da Universidade de Évora, gerida pelos
Jesuítas, o país ficou apenas com a Academia de Coimbra, onde o ensino não podia ser mais tradicional:
comentavam-se os velhos textos clássicos, excluindo totalmente os grandes contributos do experimentalismo.

Em 1768, um alvará real cria a Junta da Previdência Literária que fica incumbida de estudar a reforma da
universidade, salvando-a da ”ruína a que chegaram os estudos”.
Quatro anos depois, a Universidade recebe solenemente, da mão de Pombal, os seus novos estatutos. Estes
configuram uma reforma radical, quer no que respeita ao planeamento dos cursos, quer no que toca às matérias e
aos métodos de ensino, que passam a ser orientados por critérios racionalistas e experimentais.
Para apoio da lecionação organiza-se um moderno e bem equipado laboratório de Física, cria-se um jardim
botânico, um observatório astronómico e um teatro anatómico destinado a apoiar o curso de Medicina, que
passa a fazer-se em estreita ligação com o hospital.

Para concluir, o governo do Marquês de Pombal cobriu todo o reinado de D. José.


Foram 27 longos anos, durante os quais Carvalho e Melo acumulou numerosas inimizades e a fama de homem
prepotente e desapiedado. A subida ao trono de D. Maria I significou a desgraça do ministro que, desapossado
dos múltiplos cargos que exercia, se viu desterrado e perseguido. Porém, com o passar do tempo, a obra do
Marquês impôs-se por si mesma, conferindo ao seu autor um lugar destacado entre os grandes vultos da História
de Portugal.
** Manual: Parte 2 – Unidade 1 – A Revolução Americana, uma revolução fundadora:

Nascimento de uma nação sob a égide dos ideais dos iluministas:


Os ideais libertários das “Luzes” estiveram na origem de uma série de movimentos político- sociais ocorridos na
Europa e nas Américas entre aproximadamente 1770 e 1850. Conhecidos por Revoluções Liberais, esses
movimentos anunciaram a Época Contemporânea.
A Guerra da independência americana representa o ponto de partida das Revoluções Liberais.

Antecedentes: um conflito económico entre a metrópole e as sus colónias:


Terminada a Guerra dos Sete Anos, a Inglaterra detinha o maior império colonial da época moderna, ampliado à
custa da vencida França.

→ Na América do Norte – acrescentou às suas 13 colónias da costa atlântica, acrescentou o Canadá, o Vale do
Oaio.
→ Na África, assenhorou- se de feitorias do Senegal.
→A Ásia tomou conta de boa parte da Índia.

Vitoriosa, mas com os cofres esvaziados pelo esforço da guerra, a Inglaterra entendeu exigir um contributo
financeiro às referidas 13 colónias da América do Norte – o seu grande território de povoamento branco - ,
alegando que a guerra foi travada para defender os colonos da cobiça francesa.
Tal contributo consistiu, no lançamento de um conjunto de taxas alfandegárias, votadas pelo Parlamento britânico,
que recaíram no açúcar, no papel, no vidro, no chumbo e no chá importados pelas 13 colónias.
Decretou- se também, um imposto de selo sobre os documentos legais e as publicações periódicas.

A agravar a situação das 13 colónias, concedeu- se o monopólio da venda do chá à Companhia das Índias inglesa,
privando, os comerciantes americanos dos lucros com a revenda do produto.

O controlo da Inglaterra sobre as 13 colónias traduziu- se, ainda, na proibição de negociarem diretamente com
outros territórios. Reativava- se a teoria mercantilista do exclusivo comercial.

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