Você está na página 1de 17

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL – PPGEC


MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL COM ÊNFASE EM ESTRUTURAS

REGIÕES ESPECIAIS DE CONCRETO ARMADO: VIGAS COM APOIO


INDIRETO E MUDANÇA BRUSCA DE SEÇÃO

Autor: Eduardo Marques Vieira Pereira


Objetivo Geral

• Com base na exposição teórica, será feita uma avaliação do


dimensionamento e detalhamento dos casos especiais através dos
resultados obtidos a partir da modelagem computacional nos
principais softwares brasileiros utilizados pelos engenheiros civis no
mercado de projetos estruturais, CAD/TQS V20.1 e AltoQi Eberick
V10.
Objetivos Específicos
• Estudar a teoria acerca da temática abordada, de forma a fundamentar as
considerações e críticas que serão feitas;
• Verificar a influência das diferentes situações de apoios indiretos no
dimensionamento e detalhamento da armadura de suspensão realizados
pelos softwares através da análise de casos com rebaixos e vigas de
diferentes alturas;
• Entender o funcionamento dos softwares e o procedimento utilizado, além
de comparar os resultados emitidos com o que se esperaria através de uma
resolução manual do problema através de modelos e métodos de cálculo
propostos por diferentes autores;
• Avaliar se o detalhamento e dimensionamento realizados pelos softwares
estão de acordo com as normas vigentes e as boas práticas de projeto.
Metodologia

• Os estudos de caso se deram pela


avaliação de resultados obtidos a
partir da modelagem computacional
de um pórtico de um pavimento,
com 3 pilares e 2 vigas
Metodologia
Resultados e discussões
• 1- Determinação da reação de apoio a ser suspendida através da análise
estrutural do pórtico;
• 2- Cálculo da área de aço em cm² da armadura de suspensão (reforço nos
estribos) e caso exista viga “pendurada”, cálculo dessa mesma área de aço em
grampo;
• 3- Distribuição da área de aço em 30% para a viga apoiada, se esta não estiver
EBERICK V10

“pendurada” no apoio, e 70% para a viga apoio. Nesta etapa também são
aplicados os outros fatores da redução;
• 4- Cálculo da área de aço em cm²/m, através do trecho a ser distribuída;
• 5- Cálculo de um esforço cortante equivalente que origine essa área de aço;
• 6- Soma do cortante equivalente ao diagrama de esforços cortantes originado
da análise estrutural;
• 7- Cálculo de uma armadura transversal para esse cortante total e
comparação dessa armadura com a armadura transversal mínima, adotando-
se o maior valor;
Resultados e discussões
EBERICK V10
Resultados e discussões

• Pode-se perceber que, no caso geral 1, foi distribuído um total de


30% na área de aço na viga apoiada e 70% na viga apoio. Nos
casos 4, 5, 6 e 7 foi distribuído um total de 70% da área de aço do
EBERICK V10

reforço apenas na viga apoio, além do grampo de suspensão para


a totalidade da reação de apoio. Para estes últimos, o
procedimento é semelhante ao proposto por Bastos (2015),
porém o autor sugere distribuir 50% da área de aço na viga apoio,
logo o resultado dado pelo programa se mostrou um pouco mais
conservador.
Resultados e discussões
• Foi observado que o trecho de distribuição
do reforço nos estribos corresponde à
metade da altura da viga correspondente
para cada lado do nó. Uma vez que a viga V1
termina no cruzamento, o trecho de
EBERICK V10

distribuição é apenas metade da altura,


enquanto que na viga V2 é igual a altura
completa. Essa forma de distribuição da
armadura de suspensão no entorno do
encontro das vigas está de acordo com o
proposto por Leonhardt e Mönnig (1978).
Resultados e discussões
• No restante dos casos, existiram
outros fatores de redução da área de
aço e verificou-se que nos casos 2 e 3,
este fator de redução se deu
justamente pela relação h’/H2 e nos
casos 8 e 9 essa redução se deu pela
EBERICK V10

relação H1/H2, conforme proposto por


Fusco (2013).
• É possível perceber que, quanto mais
se rebaixa a viga apoio, mais a
armadura de suspensão é reduzida,
até chegar no rebaixo total que
caracteriza uma transferência de carga
direta e que, de fato, não é necessário
suspender a reação de apoio.
Resultados e discussões
• 1- Definição de qual viga será considerada como apoio no modelador estrutural;
• 2- Determinação da reação de apoio a ser suspendida através da análise
estrutural do pórtico;
• 3- Cálculo da área de aço em cm² da armadura de suspensão (reforço nos
estribos) e caso exista viga “pendurada”, cálculo de uma área de aço em grampo
cerca de 2,15 vezes maior que a necessária para suspender a totalidade da
CAD/TQS V20

reação;
• 4- A partir do trecho em que será distribuída, cálculo da totalidade da armadura
de suspensão em cm²/m apenas na viga definida como apoio e aplicação dos
fatores de redução já mencionados;
• 5- Somatório da armadura de suspensão calculada com a armadura transversal
de cisalhamento. Caso Vd ≤ Vc, não existirá armadura transversal de
cisalhamento no trecho;
• 6- Comparação do somatório com a armadura transversal mínima e adoção do
maior valor.
Resultados e discussões
CAD/TQS V20
Resultados e discussões

• Nos casos 4, 5, 6 e 7 foi distribuída 100% da armadura de suspensão


na viga apoio, além dos grampos para mais que o dobro da reação a
suspender. Este resultado se mostrou bem mais conservador que o
CAD/TQS V20

obtido pelo outro software para estes mesmos casos. Foi observado
também que, embora exista um esforço cortante no trecho de
distribuição da armadura de suspensão em V2, não foi
dimensionada qualquer armadura para esse esforço e a armadura
transversal adotada foi apenas a de suspensão, 3,3 cm²/m.
Resultados e discussões

• Para critério de comparação, a verificação


proposta pela norma CSA A23.3-14 para a
necessidade, ou não, de armadura
transversal adicional foi feita para os casos
CAD/TQS V20

1, 8 e 9, por serem os casos abrangidos


pela norma dentre os analisados, e a
verificação proposta por Mattock e Shen
(1992) também para todos os casos,
considerando os esforços obtidos através
do CAD/TQS.
Resultados e discussões
• Para o critério da norma canadense, foi verificado que a tensão de
cisalhamento na interface resultou maior que o limite, de forma que
pelos critérios normativos seria necessário dispor de armadura de
suspensão.
• Já para o critério proposto por Mattock e Shen (1992), nenhuma das
CAD/TQS V20

vigas necessitaria armadura de suspensão, pois a tensão de


cisalhamento solicitante em todos os casos resultou menor do que a
tensão limite. É importante mencionar que o fator limite proposto
pelos autores não envolve coeficientes de ponderação de
resistência, apenas a resistência característica do concreto, de forma
que o procedimento determinado pela CSA A23.3-14 constitui uma
alternativa mais “prudente”.
Conclusões

• Os resultados obtidos através do Eberick


V10, no geral, se apresentaram mais
próximos das recomendações dos autores
e bibliografias pesquisadas.

• A diferença principal seria o fato de que o


CAD/TQS dimensiona a armadura de
suspensão apenas na viga apoio
Conclusões
• A partir das referências pesquisadas, pode-se concluir que a
armadura de suspensão é necessária e exigida por norma.
• Embora Mattock e Shen (1992), Mattock e Kumar (1992) e a norma
canadense CSA A23.3-14 mostrem que é possível dispensar a
armadura de suspensão em certas ocasiões, a norma brasileira não
faz qualquer menção a essa condição, logo a armadura deve ser
dimensionada sempre que houver apoio entre vigas, muito embora a
norma também não faça nenhuma recomendação de detalhamento.
• É necessário cuidado com certos critérios de dimensionamento dos
softwares, visto que uns dispensam o dimensionamento da armadura
de suspensão.

Você também pode gostar