O documento discute os processos metabólicos realizados por microrganismos no solo, incluindo reações catabólicas e anabólicas. Explica as vias metabólicas de respiração aeróbia, anaeróbia e fermentação utilizadas para gerar energia. Também aborda a fotossíntese realizada por microrganismos e como fatores como potencial redox e umidade afetam os grupos microbianos no solo.
O documento discute os processos metabólicos realizados por microrganismos no solo, incluindo reações catabólicas e anabólicas. Explica as vias metabólicas de respiração aeróbia, anaeróbia e fermentação utilizadas para gerar energia. Também aborda a fotossíntese realizada por microrganismos e como fatores como potencial redox e umidade afetam os grupos microbianos no solo.
O documento discute os processos metabólicos realizados por microrganismos no solo, incluindo reações catabólicas e anabólicas. Explica as vias metabólicas de respiração aeróbia, anaeróbia e fermentação utilizadas para gerar energia. Também aborda a fotossíntese realizada por microrganismos e como fatores como potencial redox e umidade afetam os grupos microbianos no solo.
No capítulo 5, do livro Microbiologia do solo, os autores explanaram sobre as
2 principais reações catabólicas e anabólicas, que são realizadas pelos microrganismos 3 do solo, assim como as condições para que determinadas vias metabólicas sejam 4 ativadas. 5 Com o objetivo de compreender a função da diversidade metabólica dos 6 microrganismos presentes no sistema solo-planta é preciso entender como os 7 microrganismos atendem suas exigências por carbono e os demais nutrientes. Além 8 de compreender quais os mecanismos que apresentam para adquirir, manter e 9 transferir a energia necessária para os processos de degradação e síntese de 10 compostos orgânicos. 11 De modo geral, dois processos sustentam a vida no planeta: a fotossíntese e a 12 decomposição, que são processos produtores e/ ou consumidores de energia celular 13 assim como de construção e desconstrução de estruturas orgânicas. Os autores 14 afirmam que o metabolismo pode ser definido como a soma de todas as reações 15 químicas que ocorrem dentro de um organismo vivo, ou seja, um conjunto de 16 processos que possibilitam a existência da vida em todos os sentidos possíveis. 17 Sabendo que o metabolismo é um conjunto de processos podemos dividi-lo em 18 duas classes de reações químicas: aquelas que liberam energia (reações catabólicas) 19 e aquelas que requerem energia (reações anabólicas). As reações anabólicas 20 consistem na produção de componentes estruturais e funcionais, a partir de 21 substancias simples como os ácidos graxos, carboidratos e proteínas. 22 Por sua vez, as reações catabólicas compreendem a quebra desses 23 compostos, com a finalidade de obter energia. Vale ressaltar que essa energia é 24 empregada para as diversas atividades biológicas e que ela sofre transformações ao 25 longo do sistema, no entanto nunca é criada nem ao menos destruída. 26 Os microrganismos podem ser classificados de acordo com sua fonte de 27 energia (luminosa ou química), sua fonte de C (CO 2 ou substâncias orgânicas) e 28 demais nutrientes em: fototróficos, quimiotróficos, organotróficos e litotróficos. 29 Os microrganismos que possuem a capacidade de exercer seu metabolismo 30 em uma atmosfera contendo O2 são chamados de aeróbios. Enquanto que, são 31 denominados microrganismos anaeróbios aqueles em que, geralmente, o O2 é tóxico 32 ao seu metabolismo, sendo muitos grupos específicos de condições anóxicas. 33 Os autores definem o potencial redox (Eh) como uma medida elétrica que 34 apresenta a tendência de um solo em doar ou receber elétrons. O Eh apresenta-se 35 como o indicador mais importante do estado de oxidação ou redução dos solos, 36 determinando a direção das suas reações. Com base nos valores do potencial redox é 37 possível saber se o solo está favorecendo processos aeróbios ou anaeróbios e se 38 compostos químicos como os óxidos de Fe e Al ou o N estão quimicamente reduzidos 39 ou em suas formas oxidadas 40 Os microrganismos utilizam vias metabólicas para gerar energia (ATP) e 41 biomassa. Essas vias são especificas para cada grupo microbiano e dependem da 42 disponibilidade ou não de O2 no meio. A maioria dos microrganismos utiliza a 43 oxidação de lipídeos, proteínas e, principalmente, carboidratos como fonte primária de 44 C e energia celular. 45 Para produzir energia a partir de glicose os microrganismos utilizam vias 46 metabólicas como: respiração aeróbia, respiração anaeróbia e fermentação. Os 1 autores descrevem de forma resumidas as vias metabólicas dos microrganismos do 2 solo, baseando-se na oxidação da glicose começando pela respiração aeróbia. 3 A respiração aeróbica é o processo biológico pelo qual, compostos orgânicos 4 reduzidos são mobilizados e subsequentemente oxidados de maneira controlada. 5 Durante a respiração, a energia livre é liberada e transitoriamente armazenada em um 6 composto, ATP, o qual pode ser prontamente utilizado para a manutenção e o 7 desenvolvimento do organismo. A respiração aeróbica pode ser dividida em três 8 etapas: glicólise – fragmentação da molécula de glicose em duas moléculas de 9 piruvato; ciclo de Krebs – formação de moléculas de NADH que irão atuar como 10 carreadores de elétrons para o sistema de transporte dos elétrons e produção de ATP; 11 cadeia de transporte de elétrons – localizado nas cristas mitocondriais, é um sistema 12 transportador de elétrons constituído por uma série de citocromos, moléculas 13 envolvidas com o transporte de elétrons, culminando na produção de ATP. O O2 atua 14 como aceptor final de elétrons, originando H2O. 15 A respiração anaeróbia utiliza muitos dos mecanismos descritos para a 16 respiração aeróbia. No entanto, não utiliza o O2 como aceptor final de elétrons. 17 Aceptores alternativos inorgânicos como NO-3, SO4-2, S, CO2, entre outros, são 18 utilizados neste processo. A respiração anaeróbia produz menos energia do que a 19 respiração aeróbia. 20 A fermentação é um processo anaeróbio utilizado pelas bactérias e por 21 leveduras para obter energia. Neste processo não há uso de O2 ou outro aceptor final 22 de elétrons inorgânico, descritos na respiração aeróbia e anaeróbia, respectivamente. 23 Na fermentação o doador e o aceptor final de elétrons são compostos orgânicos. 24 Assim, o ácido pirúvico poderá ser o precursor do etanol ou do ácido lático, 25 dependendo de quem for o último receptor. 26 Os microrganismos, mais especificamente bactérias e cianobactérias, podem 27 realizar fotossíntese oxigênica ou anoxigênica, para produzir ATP por meio da 28 fotofosforilação. Neste processo, moléculas orgânicas são sintetizadas (anabolismo) a 29 partir de reações envolvendo a luz, CO2, água (ou H2S) e compostos de baixa 30 energia. 31 A fotossíntese oxigênica realizada por microrganismos é semelhante àquela 32 realizada em plantas, processo pelo qual há síntese de compostos orgânicos a partir 33 da presença de luz, água e gás carbônico. A fotossíntese anoxigênica é um processo 34 de síntese de matéria orgânica em presença da luz, utilizando o gás carbônico e gás 35 sulfídrico (H2S), como substância doadora de hidrogênio. 36 Os autores ponderam que como o solo é um ambiente heterogêneo, há vários 37 microssítios no solo que podem apresentar potencial redox, pH, umidade e outros 38 fatores diferenciados, fato este que condiciona grupos microbianos específicos para 39 cada condição. Neste caso, existe um fluxo de energia e níveis tróficos entre grupos 40 microbianos do solo. Quanto maior o nível trófico de um grupo microbiano menor será 41 a energia disponível presente nesse grupo. 42 Além disso, exemplificaram com a coluna de Winogradsky, o sinergismo e 43 dinâmica dos níveis tróficos no solo. Na coluna foi possível observar a presença de 44 grupos microbianos separados em faixas de aerobiose, anaerobiose, potencial redox e 45 fonte de C, assim como nos solos os substratos constituem a matéria orgânica do solo 46 em condições de aerobiose e anaerobiose, e que há uma relação direta ou indireta 47 entre a ciclagem de nutrientes e biogeoquímicos envolvendo a microbiota do solo. 1 Cada grupo microbiano em uma faixa ou zona sustenta o desenvolvimento de outros 2 grupos em outras zonas. 3 Por fim, os autores ponderam que o manejo convencional do solo, sem 4 manutenção da cobertura solo palhada, com revolvimento do solo e com intenso uso 5 de maquinarias aceleram a oxidação da matéria orgânica do solo. Esse processo 6 acarreta em grande perda de matéria orgânica do solo em longo prazo. 7 Assim, recomenda-se a adoção de manejos conservacionistas plantio direto, 8 cultivo mínimo e rotação de culturas) para promover menor perda de matéria orgânica 9 na agricultura, com menores prejuízos na perda de C e nutrientes. 10 Portanto, compreender os processos metabólicos microbianos e dos fatores 11 que os modificam pode ser uma importante ferramenta para elaborar novas 12 estratégias de manejo visando à sustentabilidade ambiental. 13 14 Estudo de Caso 15 O metabolismo microbiano é o centro-motor do sistema solo, sendo este 16 responsável pelos mais diversos processos biogeoquímicos que ocorrem neste 17 ambiente. Tendo como base esta afirmação, como podemos auxiliar um agricultor que 18 irá aplicar um agroquímico degradável no solo apenas sob condições de alto potencial 19 redox. Considerando que o solo onde este será aplicado tem textura argilosa, e com 20 alta quantidade de matéria orgânica, quais as precauções que este agricultor pode 21 adotar de maneira a manter constante a decomposição deste composto aplicado ao 22 solo? 23 24 25 Numa condição de alto potencial redox, predomina no solo microrganismos 26 aeróbios, que irão realizar a decomposição librando grandes quantidade de energia, 27 CO2 e biomassa microbiana. Quando qualquer tipo de material orgânico é adicionado 28 a um solo em que foi aplicado um determinado agroquímico degradável este material 29 pode ativar a microbiota do solo, pois fornece nutrientes e energia aos microrganismos 30 capazes de promover a degradação da molécula, promovendo assim um aumento de 31 sua degradação. Dessa forma, recomenda-se a incorporação de matéria orgânica no 32 solo. Além disso, considerando a textura argilosa e a capacidade desse tipo de solo 33 em reter água, o agricultor deve evitar umidades excessivas no solo, pois tornaria o 34 ambiente anaeróbico dificultando a decomposição. É importante também que o 35 agricultor mantenha o solo em condições ideais que favoreçam a microbiota 36 decompositora no solo favorecerão a biodegradação, como a boa aeração do solo e o 37 pH ideal para a atividade microbiana.