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TRABALHO DE FÍSICA

Alexandre G. Raths e Gabriel Maus - 212

HIPERIDROSE ANIMAL

O que é o suor?

Composto por 99% de água e sais minerais, o suor é nosso sistema de resfriamento, ou
seja, graças ao suor que a temperatura do corpo é regulada adequadamente. Além de ser
composto por água e sais minerais, ele também possui uréia, amônia, proteínas, açúcares e
bicarbonato.

O processo da sudorese consiste em: quando o organismo e a pele se aquecem demais, os


termorreceptores enviam uma mensagem ao cérebro. Ali, o hipotálamo (um pequeno
amontoado de células que controla a fome, a sede, o sono e a temperatura corporal) manda
uma mensagem para as glândulas sudoríparas através do sistema nervoso, que começam
a produzir o suor.

Assim, o suor deixa o corpo através de dois tipos de glândulas. As glândulas sudoríparas
apócrinas são encontradas nas axilas, narinas, mamilos, orelhas e partes dos genitais. Já
as glândulas sudoríparas écrinas são muito mais comuns, existindo milhões distribuídas
pelo corpo humano, exceto nos lábios e nos genitais.

O suor é produzido dentro das glândulas em quantidade que chega a 10 litros por dia.
Apesar de sua composição ser inodoro, o suor pode cheirar mal ao entrar em contato com
as bactérias presentes na pele.

Como o suor atua nas pessoas?

A transpiração é um processo constante. No verão, um adulto pode perder, em média, entre


2 e 2,5 litros de água pelo suor. Homens geralmente suam mais do que as mulheres, pois
as glândulas masculinas são mais ativas.

Pessoas com o índice de massa corporal alto ou que se exercitam mais também transpiram
mais. O primeiro grupo porque precisam se esforçar mais para se movimentar devido ao
peso e o segundo grupo, porque tem um catabolismo acentuado gerando muito calor.

Nossas emoções também interferem no suor. Sabemos que o sistema límbico atua
diretamente no sistema nervoso autonômico simpático provocando a sudorese em
momentos de estresse, ansiedade, medo, vergonha ou dor.
O que é hiperidrose?

A produção de suor é normalmente maior em dias quentes, durante a prática de exercícios


ou em situações de estresse. Entretanto, algumas pessoas apresentam eliminação de
grande quantidade dessa substância sem que esses fatores estejam presentes.
Essa condição recebe o nome de hiperidrose e é conhecida pela produção excessiva de
suor, sendo mais do que o necessário para a função de regular a temperatura, cerca de 1%
a 3% da população e costuma ser uma condição primária e localizada em algumas partes
do corpo. Afeta normalmente as axilas, palma das mãos e sola dos pés, mas pode ocorrer
no couro cabeludo, abaixo das mamas, nas virilhas ou na face.
Para uma pessoa com hiperidrose, o suor extremo pode ser embaraçoso, desconfortável,
causador de ansiedade e se tornar incapacitante. Pode perturbar todos os aspectos da vida
de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até relacionamentos,
bem-estar emocional e autoimagem.

Tipos de hiperidrose

Podemos dividir a hiperidrose em dois tipos básicos: a primária focal e a secundária


generalizada.

● Hiperidrose primária focal: Ela surge na infância ou na adolescência como um fator


genético ou patológico, acontecendo em 90% dos casos nas mãos e nos pés, 9%
nas axilas e 1% no resto do corpo. Na hiperidrose primária focal, o suor não ocorre
enquanto o indivíduo está em situações de repouso.

● Hiperidrose secundária generalizada: Geralmente ocorre à pessoas na fase adulta.


Caracteriza-se por provocar suor por todo corpo ou em áreas incomuns. Surge como
consequência de algum problema de saúde como infecções, hipertireoidismo,
diabetes, obesidade, sequela de AVC. Também acontece em alterações hormonais
como a menopausa e emocionais como a ansiedade, ou pode ser efeito colateral do
uso de medicamentos. Diferentemente da primária focal, na hiperidrose secundária
generalizada as pessoas transpiram também durante o sono.

Critérios diagnósticos para a hiperidrose

Hiperidrose Primária:

● Sudorese excessiva focal, bilateral e simétrica;


● Presente por pelo menos 6 meses;
● Início antes dos 25 anos;
● Histórico de síndromes genéticas;
● Melhora durante o sono, piora durante as atividades diárias.
Hiperidrose Secundária:

● Sudorese generalizada;
● Síndrome febril;
● Alterações endócrinas (hipertireoidismo, feocromocitoma);
● Alterações emocionais (ansiedade, estresse, medo);
● Uso de medicamentos (acetilcolina, rivastigmina, neostigmina, sulfonilureia,
anfetaminas, antidepressivos, opióides, entre outros).

Tratamento da hiperidrose

É preciso determinar a causa da condição, diagnosticando alguma doença ou uso de


medicação. No caso de hiperidrose primária, existem alguns tratamentos disponíveis como
os que seguem:

Antitranspirantes: a sudorese excessiva pode ser controlada com fortes antitranspirantes.

Medicamentos: drogas anticolinérgicas ajudam a impedir a estimulação das glândulas


sudoríparas, mas, embora eficazes para alguns pacientes, são pouco receitadas. Os efeitos
colaterais incluem boca seca, tonturas e problemas com a micção. Os betabloqueadores ou
benzodiazepínicos podem ajudar a reduzir a transpiração relacionada ao estresse.

Iontoforese: procedimento que usa eletricidade para “desligar” temporariamente a glândula


do suor e é mais eficaz para a transpiração das mãos e dos pés. As mãos e os pés são
colocados em água e, em seguida, liga-se uma leve corrente elétrica. Esta é gradualmente
aumentada até que o paciente sinta uma sensação de formigamento. A terapia dura entre
10 e 20 minutos, e requer várias sessões. Os efeitos colaterais, embora raros, incluem
bolhas e rachaduras da pele.

Toxina botulínica tipo A: toxina botulínica purificada pode ser injetada na axila, nas mãos ou
nos pés para bloquear temporariamente a sudorese, sendo seu principal inconveniente a
dor na aplicação.

Simpatectomia torácica endoscópica (STE): em casos graves, que não respondem aos
tratamentos clínicos, pode-se recomendar um procedimento cirúrgico executado por
cirurgião toráxico ou vascular. Este procedimento desliga o sinal que avisa ao corpo para
suar excessivamente. Sua melhor indicação é para os casos nos quais as palmas das mãos
ou plantas dos pés são acometidas. A principal complicação é começar a suar em outras
áreas do corpo, o que chamamos de hiperidrose compensatória
O suor em outros animais

Através do suor, muitas espécies, incluindo a humana, reduzem a temperatura do corpo


quando está calor. Espécies que transpiram são chamadas de homeotermas, isso quer
dizer que seu metabolismo gera calor durante o funcionamento dos órgãos principais.
No entanto, isso não ocorre com animais de sangue frio como répteis, anfíbios e peixes.

Métodos de Termorregulação em diferentes animais:

Cães e Gatos: Ambos são conhecidos por utilizarem a respiração ofegante para eliminar o
calor corporal excessivo através da evaporação da água língua, também podem suar pelas
almofadas das patas e procuram por ambientes frescos como varandas e superfícies
gélidas como o chão ou sombras. Os felinos embora não costumam gostar de água, porém
utilizam de métodos como lamber o próprio corpo para resfriarem e manterem a higiene, já
cachorros possuem o focinho gelado e úmido como forma de apoio.

Cavalos: Os equinos soltam suor pelo ventre e pelo pescoço, quando se exercitam muito
ou correm longas distâncias, a transpiração torna-se uma espécie de detergente natural
sobre a pele, mantendo os pelos brilhosos. Em uma hora de treinamento duro, um cavalo
pode liberar até 15 litros de suor.

Hipopótamos: Os hipopótamos são animais que possuem uma pele delicada e fina, por
isso precisam suar durante grande parte do tempo. Esse suor serve para protegê-los do sol,
hidratá-los e evitar infecções. O suor do hipopótamo é particularmente vermelho dado ao
pigmento antibacteriano que elimina as bactérias ao redor do animal.

Coelhos, roedores e elefantes: Alguns animais com orelhas grandes usam suas orelhas
para regular a temperatura. Coelhos, roedores e elefantes são alguns dos mamíferos que
possuem vasos sanguíneos em suas orelhas que eles usam para ajudar a resfriar seus
corpos. Os elefantes batem as orelhas para aumentar o suprimento de sangue e diminuir a
temperatura do corpo. Enquanto em uma lebre, esses vasos sanguíneos se contraem e
dilatam dependendo das temperaturas externas.

Aves: Suam muito pouco e de maneira quase imperceptível: através de zonas não cobertas
por plumas ou bem debaixo de suas asas, suas "axilas''. Então, abrem suas asas para se
secar e evitar o aparecimento de fungos ou infecções. Algumas aves como cegonhas e
abutres fazem cocô em suas próprias pernas como forma de se refrescar. Seu cocô é
parcialmente líquido, por isso atua como uma forma de resfriamento evaporativo.

Insetos, lagartos, cobras, etc:


Muitos animais empregam o método de se movimentar entre áreas ensolaradas e
sombreadas. Isso ocorre quando o animal não consegue regular o calor do próprio corpo e
precisa encontrar uma área mais fria para descansar para diminuir a temperatura interna do
corpo.

Sapos: Os sapos são famosos por terem uma pele extremamente útil, a mesma é
responsável pela respiração, hidratação e consequentemente a transpiração. Essa condição
também impõe que os sapos habitem ambientes úmidos e sombreados. A exposição aos
raios solares pode provocar o ressecamento da pele. Por isso, muitos sapos são ativos
apenas durante a noite.

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