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Quarta-feira, 12 de Março de 2014 I SÉRIE —

­ Número 21

BOLETIM DA REPÚBLICA
   PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. director distrital ou de cidade e pelos directores


adjuntos distrital ou de cidade do Secretariado Técnico
de Administração Eleitoral, que decidem por consenso
AVISO e, na falta de consenso, por voto".
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida
em cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde Artigo 2
conste, além das indicações necessárias para esse efeito, o averbamento
seguinte, assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim da (Aditamento)
República».
É aditado o artigo 63A com a seguinte redacção:

"Artigo 63A
SUMÁRIO
(Fiscalização dos actos do recenseamento)
Assembleia da República:
Para as eleições de 15 de Outubro de 2014, a credenciação
Lei n.º 8/2014:
para a fiscalização dos actos do recenseamento eleitoral faz-se
Altera e republica a Lei n.º 5/2013, de 22 de Fevereiro, que esta- até 30 dias após a publicação da presente Lei."
belece o quadro jurídico do recenseamento eleitoral sistemá-
tico para a realização de eleições. Artigo 3
Lei n.º 9/2014: (Derrogação e republicação)
Altera e republica a Lei n.º 6/2013, de 22 de Fevereiro, É derrogada e republicada a Lei nº 5/2013 de 22 Fevereiro.
que estabelece as funções, composição, organização, compe-
tência e funcionamento da Comissão Nacional de Eleições. Artigo 4
(Entrada em vigor)
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Aprovada pela Assembleia da República, aos 22
Lei n.º 8/2014 de Fevereiro de 2014.
de 12 de Março A Presidente da Assembleia da República, Verónica Nataniel
Macamo Dlhovo.
Havendo necessidade de incorporar as alterações na Lei
n.º 5/2013, de 22 de Fevereiro, que estabelece o quadro jurídico Promulgada aos 4 de Março de 2014.
do recenseamento eleitoral sistemático para a realização Publique-se.
de eleições, no âmbito dos consensos alcançados no diálogo O Presidente da República, Armando Emílio Guebuza.
entre o Governo da República de Moçambique e a RENAMO,
nos termos do n.º 3 do artigo 135, conjugado com a alínea d)
do n.º 2 do artigo 179, ambos da Constituição, a Assembleia
da República determina: Anexo
Artigo 1 Republicação da Lei n.º 5/2013, de 22 de Fevereiro
(Alteração) Havendo necessidade de actualizar o quadro jurídico
É alterado o artigo 10 da Lei n.º 5/2013, de 22 de Fevereiro, do recenseamento eleitoral sistemático para a realização
que passa a ter a seguinte redacção: de eleições, no uso das competências estabelecidas no n.º 4
do artigo 135, conjugado com a alínea d) do n.º 2 do artigo 179,
"Artigo 10 ambos da Constituição, a Assembleia da República determina:
(Criação de brigadas de recenseamento eleitoral)
CAPÍTULO I
1 ................................................................................................
2 ................................................................................................. Disposições gerais
3 ................................................................................................. Artigo 1
a) ...........................................................................................
b) recrutados pelo Secretariado Técnico da Administração (Definições)
Eleitoral, mediante concurso público de avaliação O significado dos termos utilizados na presente Lei consta
curricular, selecionados por um júri composto pelo do glossário em anexo, que faz parte integrante da mesma.
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Artigo 2 b) por morte do eleitor; ou


(Regra geral)
c) ainda, por alteração da respectiva capacidade eleitoral.
O recenseamento eleitoral é oficioso, obrigatório e único para Artigo 9
as eleições por sufrágio universal, directo, igual, secreto, pessoal
(Âmbito territorial)
e periódico.
1. O recenseamento eleitoral tem lugar em todo o território
Artigo 3 nacional e no estrangeiro.
(Universalidade) 2. As unidades geográficas de realização do recenseamento
É dever de todos os cidadãos moçambicanos, residentes eleitoral são:
no país ou no estrangeiro, com dezoito anos de idade completos a) no território nacional, as povoações, localidades, postos
ou a completar à data da realização de eleições, promover a sua administrativos, os municípios, os distritos e a Cidade
inscrição no recenseamento eleitoral. de Maputo;
b) no estrangeiro, apenas em relação as eleições presidenciais
Artigo 4
e legislativas, a área correspondente à jurisdição da
(Actualidade) missão consular ou da missão diplomática.
O recenseamento eleitoral deve corresponder, com actualidade,
ao universo eleitoral. Artigo 10
(Criação de brigadas de recenseamento eleitoral)
Artigo 5
1. Para a realização do recenseamento eleitoral, o Secretariado
(Obrigatoriedade e oficiosidade) Técnico da Administração Eleitoral cria brigadas fixas de recen-
1. Aquele que se encontre na situação do artigo 3 da presente seamento eleitoral.
Lei tem o dever de: 2. Quando a dispersão geográfica dos eleitores ou outras
a) promover a sua inscrição no recenseamento eleitoral; circunstâncias especiais o justifiquem, o Secretariado Técnico
b) verificar se está devidamente inscrito no caderno da Administração Eleitoral pode criar brigadas móveis com
de recenseamento eleitoral; cobertura de um raio de aproximadamente cinco quilómetros.
c) verificar se é portador de cartão de eleitor em condições 3. As brigadas de recenseamento eleitoral são constituídas
de servir de meio de identificação eleitoral. por cidadãos moçambicanos, maiores de dezoito anos de idade:
2. O eleitor que se encontre abrangido pelas situações a) tecnicamente habilitados para o efeito;
referidas nas alíneas b) e c) do número anterior e notar anomalia b) recrutados pelo Secretariado Técnico da Administração
ou irregularidades deve, conforme o caso, solicitar a substituição Eleitoral, mediante concurso público de avaliação
do cartão ou a rectificação da respectiva inscrição. curricular, selecionados por um júri composto pelo
3. A inscrição dos potenciais eleitores no recenseamento director distrital ou de cidade e pelos directores
eleitoral é feita obrigatoriamente pela respectiva entidade adjuntos distrital ou de cidade do Secretariado Técnico
recenseadora. de Adminitração Eleitoral, que decidem por consenso
e, na falta de consenso, por voto.
Artigo 6
Artigo 11
(Unicidade de inscrição)
(Posto de recenseamento eleitoral)
Ninguém pode estar inscrito mais do que uma vez no
recenseamento eleitoral. 1. O cidadão eleitor inscreve-se no posto de recenseamento
eleitoral mais próximo da sua residência habitual.
Artigo 7 2. O local de funcionamento da assembleia de voto coincide
(Âmbito temporal) com o posto de recenseamento eleitoral.
1. A validade do recenseamento eleitoral é para cada ciclo 3. O recenseamento eleitoral de cidadãos militares ou membros
eleitoral. das forças de manutenção da lei e ordem e os estudantes internados
2. O recenseamento eleitoral é actualizado nos anos de reali- em estabelecimentos de ensino em regime de internato tem lugar
zação de eleições. na entidade recenseadora mais próxima da sua unidade.
3. Sempre que se justificar a realização de eleições 4. Não é permitida a constituição e funcionamento de postos
extraordinárias a validade do recenseamento referido no n.º 1 de recenseamento eleitoral em:
deste artigo é prorrogado. a) unidades policiais;
Artigo 8 b) unidades militares;
c) residências de ministros de culto;
(Presunção de capacidade eleitoral) d) edifícios de qualquer partido político, coligações
1. A inscrição de um cidadão no caderno de recenseamento de partidos, grupos de cidadãos eleitores proponentes
eleitoral implica a presunção de que tem capacidade eleitoral. e associações;
2. A presunção referida no número precedente só pode ser e) locais onde se vendam bebidas alcoólicas;
elidida por: f) locais de culto ou destinados ao culto;
a) documento comprovativo da incapacidade permanente g) unidades sanitárias;
por demência; h) residência de autoridade tradicional.
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CAPÍTULO II 4. A falta de cópia autenticada do bilhete de identidade


pode ser suprida por cópia autenticada do cartão de eleitor,
Organização do recenseamento eleitoral
passaporte, carta de condução, cartão de trabalho ou caderneta
Artigo 12 de desmobilização.
(Direcção e supervisão do recenseamento eleitoral) 5. A falta da apresentação da lista e dos respectivos documentos
O recenseamento eleitoral é feito pelo Secretariado Técnico referidos para cada fiscal designado no número anterior,
da Administração Eleitoral, sob a supervisão da Comissão considera-se que os partidos políticos ou coligações de partidos
Nacional de Eleições. políticos prescindiram de indicar os seus representantes aos actos
de recenseamento eleitoral.
Artigo 13 6. Os órgãos locais de apoio da Comissão Nacional de Eleições
(Entidade recenseadora)
ao nível do distrito ou de cidade devem emitir credenciais para os
fiscais a que se refere o n.º 2 do presente artigo e proceder à sua
1. No território nacional, o recenseamento eleitoral é efectuado
entrega às entidades interessadas, até ao prazo de três dias antes
pelas brigadas de recenseamento eleitoral do Secretariado Técnico
do inicio do recenseamento eleitoral.
da Administração Eleitoral, sob a supervisão da Comissão
7. Os partidos políticos ou coligações de partidos são
Nacional de Eleições.
representados em cada entidade recenseadora por dois fiscais,
2. No estrangeiro, o recenseamento eleitoral é efectuado pelas
sendo um efectivo e outro suplente, sem embargo de a mesma
brigadas de recenseamento eleitoral do Secretariado Técnico
pessoa poder fiscalizar várias entidades recenseadoras na mesma
da Administração Eleitoral, sob supervisão da Comissão Nacional
área de jurisdição do distrito ou da autarquia local.
de Eleições, nas áreas correspondentes à jurisdição das:
a) missões consulares; Artigo 16
b) missões diplomáticas;
(Direitos dos fiscais dos partidos políticos)
c) outras formas de representação do Estado Moçambicano.
São direitos dos fiscais dos partidos políticos ou coligações
Artigo 14 de partidos:
(Colaboração dos partidos políticos) a) estar presente no local onde funcione o posto de recen-
1. Qualquer partido político ou coligação de partidos políticos seamento eleitoral e ocupar o lugar mais próximo, por
legalmente constituído pode colaborar com o Secretariado forma a que possa fiscalizar todos os actos relacionados
Técnico de Administração Eleitoral e com a Comissão Nacional com a inscrição dos eleitores;
de Eleições na identificação dos locais para a criação de postos b) verificar as condições e o processo de trabalho da brigada
de recenseamento eleitoral. de recenseamento eleitoral;
2. O partido político ou coligação de partidos políticos referido c) fazer observações sobre as entrevistas e registo
no número anterior pode ainda colaborar com o Secretariado de eleitores, quando considere conveniente, e assiná-
Técnico de Administração Eleitoral e com a Comissão Nacional -las, quando o processo seja irregular devendo,
de Eleições noutras actividades, competindo a estes definir em caso de não se conformar com a lei, fazer constar
os termos dessa colaboração. as respectivas razões na reclamação que interpor;
3. A colaboração dos partidos políticos e coligações d) solicitar e obter informações sobre os actos do recen-
de partidos políticos faz-se através de elementos designados pelas seamento eleitoral;
respectivas direcções e indicados aos órgãos provinciais, distritais
e) apresentar, por escrito, reclamações e recursos sobre
ou de cidade do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral,
as deliberações relativas à capacidade eleitoral;
até dez dias antes do início do período de recenseamento.
f) denunciar ao Secretariado Técnico da Administração
Artigo 15 Eleitoral, com conhecimento à Comissão Nacional
de Eleições, qualquer tipo de irregularidades
(Fiscalização dos actos de recenseamento eleitoral)
ou ilegalidades, incluindo a existência de postos
1. Os partidos políticos e coligações de partidos têm o direito de recenseamento eleitoral não oficializados.
de fiscalizar os actos do recenseamento eleitoral para verificar a
sua conformidade com a lei. Artigo 17
2. A fiscalização dos actos de recenseamento eleitoral
realiza-se através de fiscais indicados pelos partidos políticos e (Deveres dos fiscais dos partidos políticos)
coligações de partidos políticos, cujo processo do pedido para São deveres dos fiscais dos partidos políticos ou coligações
a sua credenciação é apresentado aos órgãos locais de apoio da de partidos políticos:
Comissão Nacional de Eleições, até trinta dias antes do início do a) exercer uma fiscalização conscienciosa e objectiva;
recenseamento eleitoral. b) abster-se de apresentar reclamações ou recursos de má fé.
3. O processo do pedido para a credenciação dos fiscais
integra: Artigo 18
a) lista nominal dos fiscais indicados nos temos do n.º 2
(Observação do recenseamento)
do presente artigo;
b) cópia autenticada do bilhete de identidade; Os actos de recenseamento eleitoral obedecem os termos
c) documento da designação do fiscal pelo partido político da observação eleitoral previstos na lei das eleições presidenciais
ou coligação de partidos políticos. e legislativas.
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CAPÍTULO III 2. Quando o cidadão eleitor não possua os documentos


referidos no número anterior, a identificação é feita por uma das
Operações do Recenseamento Eleitoral seguintes formas:
Secção I a) por qualquer outro documento que contenha fotografia
Período de actualização actualizada, assinatura ou impressão digital e que seja
geralmente utilizado para identificação no território
Artigo 19 nacional, nomeadamente:
(Actualização do recenseamento eleitoral) i. carta de condução;
ii. cartão de trabalho ou de estudante;
1. O período de actualização do recenseamento eleitoral tem
iii. cartão de identificação militar ou caderneta
lugar nos seis meses subsequentes à marcação da data das eleições.
de desmobilização.
2. As datas, dentro das quais se realiza a actualização do
b) através de cédula pessoal, boletim de nascimento,
recenseamento eleitoral, são fixadas por decreto do Conselho ou certidão de nascimento;
de Ministros, sob proposta da Comissão Nacional de Eleições. c) por reconhecimento da identidade do cidadão pela
entidade recenseadora;
Artigo 20 d) através de prova testemunhal feita por dois cidadãos
(Divulgação do período de actualização)
eleitores inscritos no mesmo posto de recenseamento.
A Comissão Nacional de Eleições divulga o período Artigo 23
de actualização do recenseamento eleitoral, até sessenta dias (Processo de inscrição)
antes do seu início, através do edital a afixar nos locais públicos
1. O boletim de inscrição é datado e assinado pelo cidadão
habituais e por intermédio dos órgãos de comunicação social. eleitor, bem como pela entidade recenseadora.
2. Se o cidadão eleitor não puder assinar o boletim de inscrição
Secção II
nem apresentar a sua impressão digital por impossibilidade física
Modo de inscrição notória, esse facto deve ser anotado pela entidade recenseadora
Artigo 21 no próprio boletim.
Artigo 24
(Teor da inscrição)
(Cartão de eleitor)
1. A inscrição dos cidadãos eleitores é feita pelo seu nome 1. No acto de inscrição é entregue ao cidadão um cartão
completo, sexo, filiação, data e local de nascimento, bem como de eleitor comprovativo da sua inscrição, devidamente autenticado
pelo endereço completo da residência habitual. pela entidade recenseadora e no qual constam obrigatoriamente:
2. Da inscrição consta ainda o número e a entidade emissora do a) fotografia;
bilhete de identidade ou respectivo talão do bilhete de identidade b) número de inscrição;
ou do passaporte. c) nome completo do cidadão eleitor;
3. Quando o cidadão eleitor não possua os documentos d) data e local de nascimento;
referidos no número anterior, a identificação é feita por uma das e) endereço completo do local da residência habitual;
seguintes formas: f) unidade geográfica de recenseamento;
g) assinatura ou impressão digital;
a) por qualquer outro documento que contenha fotografia
h) número e entidade emissora do bilhete de identidade
actualizada, assinatura ou impressão digital ou passaporte, sempre que possível.
e que seja geralmente utilizado para identificação,
2. Em caso de extravio do cartão, o cidadão eleitor deve
nomeadamente, a carta de condução, o cartão de comunicar o facto à entidade recenseadora, devendo esta emitir
trabalho, cartão de estudante e o cartão de identificação novo cartão com a indicação de que se trata de segunda via.
militar ou caderneta de desmobilização;
b) por reconhecimento da identidade do cidadão pela Artigo 25
entidade recenseadora; (Modificação do nome do cidadão eleitor e da residência)
c) através de prova testemunhal feita por dois cidadãos 1. Qualquer modificação do nome do cidadão eleitor inscrito
eleitores inscritos no mesmo posto de recenseamento é comunicada à entidade recenseadora pelo competente serviço,
ou por entidades religiosas ou tradicionais, desde que para efeitos de alteração na inscrição.
a sua idoneidade não possa ser contestada; 2. A alteração do nome do cidadão eleitor não acarreta alteração
d) através de cédula pessoal, boletim de nascimento, do número inicial da sua inscrição.
ou certidão de nascimento. Artigo 26
Artigo 22 (Novas inscrições)

(Inscrição no estrangeiro) São novas inscrições no recenseamento eleitoral, as dos


cidadãos que, não estando inscritos, possuam capacidade eleitoral
1. A inscrição no estrangeiro faz-se com base num dos seguintes activa. Estas inscrições são feitas no período de actualização.
documentos comprovativos da nacionalidade moçambicana:
a) passaporte ou bilhete de identidade moçambicanos, Artigo 27
dentro do prazo de validade; (Transferência de inscrição)
b) documento de identidade de cidadão estrangeiro residente 1. A transferência da inscrição, no recenseamento eleitoral,
no país onde decorre o recenseamento, válido, emitido por motivo de mudança de residência, faz-se durante o período
pela autoridade competente do país de acolhimento. de inscrição, mediante a entrega do cartão de eleitor
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e a apresentação do boletim de inscrição e de um impresso por sentença com trânsito em julgado e, anualmente, durante
de transferência na entidade recenseadora da unidade geográfica o período de inscrição, dos que, estando internados nas mesmas
da nova residência. condições, atinjam dezoito anos até ao fim do período de inscrição.
2. O impresso de transferência deve ser remetido à entidade 2. O mesmo procedimento deve ser adoptado quando,
recenseadora onde o cidadão eleitor se encontrava recenseado, aos cidadãos referidos no número anterior, tenha sido dada alta
para efeitos de eliminação no caderno de recenseamento eleitoral do estabelecimento psiquiátrico.
respectivo, até trinta dias após o termo do prazo de inscrição 3. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
e pela via mais segura e expedita. a nível central remete extracto da relação referida nos números
anteriores deste artigo ao Secretariado Técnico da Administração
Artigo 28 Eleitoral distrital ou de cidade em que os cidadãos se encontrem
(Mudança de residência no estrangeiro) recenseados.
1. No estrangeiro, qualquer mudança de residência da área Artigo 32
de uma unidade geográfica para outra obriga ao pedido
de eliminação da inscrição por parte do cidadão eleitor, venha ou (Eliminação de inscrições)
não a inscrever-se no recenseamento da nova unidade geográfica. 1. Devem ser eliminadas dos cadernos de recenseamento
2. No caso de a mudança de residência ocorrer dentro eleitoral as inscrições:
da área da mesma unidade geográfica, o cidadão eleitor é obrigado a) que forem objecto de transferência;
a comunicar essa mudança se não solicitar o cancelamento da sua b) de cidadãos abrangidos pelas incapacidades eleitorais
inscrição no recenseamento eleitoral. previstas na lei;
c) de cidadãos cujo óbito seja oficialmente confirmado por
Artigo 29
informação prestada pela conservatória do registo
(Informações prestadas pelas conservatórias do registo civil) civil, nos termos do artigo 29, ou pelas autoridades
1. Para efeitos do disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 32, estrangeiras, por certidão ou informação prestada à
mensalmente, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral entidade recenseadora e confirmada, a pedido desta,
provincial ou de cidade, solicita junto das conservatórias pela respectiva conservatória;
do registo civil, informações sobre os cidadãos maiores de dezoito d) dos que hajam perdido a nacionalidade moçambicana
anos falecidos, no fim do período de inscrição imediatamente nos termos da Constituição.
anterior, contendo nomeadamente: 2. As eliminações referidas nas alíneas b), c) e d) do n.º 1
a) o nome completo do falecido; do presente artigo só são admitidas até sessenta dias antes
b) filiação; do acto eleitoral.
c) local de nascimento. 3. Até cinquenta dias antes do acto eleitoral, as entidades
2. As informações obtidas nos termos do número anterior recenseadoras tornam públicas, através de editais, as relações dos
são imediatamente enviadas ao Secretariado Técnico da Admi- cidadãos que foram eliminados dos cadernos de recenseamento
nistração Eleitoral provincial. eleitoral nos termos das alíneas b), c) e d) do n.º 1 do presente
artigo, para efeitos de reclamação e recurso por eliminação ou
Artigo 30 não eliminação indevidas.
(Informações relativas a interditos e condenados) 4. Os editais referidos no n.º 3 do presente artigo, são afixados
1. Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 32, nos locais habituais, durante dez dias.
os tribunais enviam, mensalmente, ao Secretariado Técnico 5. As reclamações efectuadas nos termos do n.º 3 podem ser
da Administração Eleitoral provincial ou de cidade, onde ocorreu apresentadas até dois dias após o termo do prazo de afixação
o acto, e ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral do respectivo edital, devendo a decisão sobre a reclamação ser
a nível central a relação contendo os documentos de identificação proferida pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
referidos no artigo anterior dos cidadãos que, tendo completado distrital ou de cidade, no prazo de três dias.
dezoito anos de idade, hajam sido objecto de sentença com trânsito Artigo 33
em julgado ou mera decisão que implica privação da capacidade
eleitoral nos termos da lei eleitoral. (Comunicação de eliminações)
2. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral a nível 1. As comunicações das inscrições eliminadas, nos termos
central remete extractos da relação ao Secretariado Técnico do artigo anterior, devem ser feitas ao Secretariado Técnico
da Administração Eleitoral provincial ou de cidade em que da Administração Eleitoral a nível central, para anotação nos
os mesmos se encontrem recenseados. respectivos ficheiros.
2. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral a nível
Artigo 31
central, comunica as inscrições eliminadas ao Secretariado
(Informações relativas a internados em estabelecimentos Técnico da Administração Eleitoral distrital ou de cidade em que
psiquiátricos) os cidadãos referidos no n.º 1 se encontrem recenseados.
1. Os directores dos estabelecimentos psiquiátricos devem
Secção III
enviar, mensalmente, ao Secretariado Técnico da Administração
Eleitoral provincial ou de cidade, onde ocorreu o facto, Cadernos de recenseamento eleitoral
e ao Secretariado Técnico de Administração Eleitoral a nível Artigo 34
central a relação nominal contendo os elementos de identificação
referidos no artigo 29, dos cidadãos que, tendo completado dezoito (Elaboração dos cadernos)
anos, sejam internados por demência notoriamente reconhecida, 1. O número de inscrição e o nome dos cidadãos eleitores
em virtude de anomalia psíquica, mas que não estejam interditos constam dos cadernos de recenseamento eleitoral.
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2. Em cada mesa da assembleia de voto há um único caderno b) o código e localização do caderno de recenseamento
de recenseamento eleitoral com o formato a definir pela Comissão eleitoral e o respectivo número de eleitores nele
Nacional de Eleições, sob proposta do Secretariado Técnico inscritos.
de Administração Eleitoral, a nível central.
3. Os cadernos de recenseamento eleitoral são elaborados, Artigo 39
sempre que possível, com recurso a meios electrónicos. (Exposição de cópias dos cadernos de recenseamento eleitoral)
4. Os cadernos de recenseamento eleitoral são rubricados,
em todas as suas folhas, pela entidade recenseadora e têm termos 1. Entre o segundo até ao quinto dia posterior ao termo
de abertura e de encerramento por ela subscrita. do período de recenseamento eleitoral, são expostas, nos locais
5. A numeração dos cadernos de recenseamento eleitoral onde funcionou a brigada de recenseamento eleitoral, cópias
deve coincidir com a numeração do boletim de recenseamento dos cadernos de recenseamento eleitoral, para efeitos de consulta
e do cartão do eleitor. e reclamação dos interessados.
2. Para efeitos de consulta de inscrição fora do período
Artigo 35 estabelecido no número anterior e mostrando-se necessário,
(Correcção de erros) poderão ser expostas cópias de cadernos de recenseamento
eleitoral noutros locais a serem aprovados pela Comissão
1. Até ao início do período de inalterabilidade dos cadernos
de recenseamento eleitoral, as entidades recenseadoras Nacional de Eleições, sob proposta do Secretariado Técnico
procedem a correcção dos erros materiais cometidos no processo da Administração Eleitoral.
de realização do recenseamento eleitoral. Artigo 40
2. No caso de correcção de erros, a entidade recenseadora
deve convocar os fiscais dos partidos políticos e das coligações (Inalterabilidade dos cadernos de recenseamento)
de partidos para presenciarem o acto. Os cadernos de recenseamento eleitoral são inalteráveis nos
trinta dias que antecedem cada acto eleitoral.
Artigo 36
Secção IV
(Encerramento dos cadernos de recenseamento eleitoral)
Terminadas as operações do recenseamento eleitoral, são Reclamações e recursos
lavrados os termos de encerramento dos respectivos cadernos, Artigo 41
os quais devem conter a assinatura dos membros da entidade
recenseadora e dos fiscais que a ela estejam adstritos. (Reclamação para a entidade recenseadora)
1. Durante o período da exposição dos cadernos de recen-
Artigo 37 seamento eleitoral, qualquer cidadão eleitor, partido político ou
(Comunicação dos dados) coligações de partidos políticos podem, nos três dias seguintes,
reclamar, por escrito, perante a respectiva entidade recenseadora,
1. Cumpridas as formalidades previstas no artigo anterior, as omissões ou inscrições incorrectas neles existentes.
os postos de recenseamento eleitoral enviam todos os documentos 2. A entidade recenseadora decide, de imediato, sobre
inerentes ao processo de recenseamento eleitoral ao Secretariado as reclamações apresentadas.
Técnico da Administração Eleitoral distrital ou de cidade. 3. Se o reclamante não se conformar com a decisão tomada pela
2. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral distrital brigada de recenseamento eleitoral no local do recenseamento, nos
ou de cidade, após o período de reclamações referidas no artigo 41 três dias seguintes à apresentação da referida reclamação, remete
e submissão do número de cidadãos eleitores inscritos na sua na brigada de recenseamento de cuja decisão não se conforma,
unidade geográfica à comissão de eleições distrital ou de cidade uma petição juntando, para o efeito, todas as provas materiais
para apreciação e deliberação, envia ao Secretariado Técnico da que fundamentam a sua desconformidade.
Administração Eleitoral provincial:
4. A brigada de recenseamento recorrida tem o prazo de três
a) um mapa com os dados definitivos de cidadãos eleitores; dias para enviar ao Secretariado Técnico da Administração
b) as cópias dos respectivos cadernos de recenseamento Eleitoral distrital ou de cidade, a reclamação e todos os elementos
eleitoral.
necessários para a apreciação e decisão, incluindo a decisão
3. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral tomada no local e o parecer final.
provincial ou de cidade, após a remessa do número de cidadãos
5. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral distrital
eleitores inscritos na sua área de jurisdição, à comissão provincial
de eleições para apreciação e deliberação envia ao Secretariado ou de cidade decide sobre a reclamação interposta até ao final
Técnico da Administração Eleitoral a nível central: dos três dias, a contar da data da recepção do pedido, devendo
imediatamente afixar as suas decisões, até ao termo do prazo da
a) um mapa com os dados definitivos de cidadãos eleitores;
b) cópias dos respectivos cadernos de recenseamento reclamação, na respectiva sede de funcionamento.
eleitoral. Artigo 42
4. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral a nível
central comunica à Comissão Nacional de Eleições o número (Recurso para os órgãos de apoio)
total dos cidadãos eleitores inscritos. 1. Da decisão do Secretariado Técnico de Administração
Eleitoral distrital ou de cidade, podem recorrer à Comissão
Artigo 38 de Eleições distrital ou de cidade o cidadão eleitor, partido político
(Publicação dos dados) ou coligações de partidos políticos, referidos no artigo anterior,
1. A Comissão Nacional de Eleições aprova e manda publicar até cinco dias após o conhecimento da decisão, oferecendo com o
no Boletim da República: requerimento os elementos de prova necessários para a apreciação
a) o número total dos cidadãos eleitores recenseados, até do recurso.
trinta dias após a recepção dos dados do Secretariado 2. A comissão de eleições distrital ou de cidade, decide sobre
Técnico da Administração Eleitoral a nível central; o recurso apresentado no prazo de cinco dias.
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3. A decisão da comissão de eleições distrital ou de cidade CAPÍTULO IV


sobre o recurso interposto é imediatamente notificada: Ilícito do recenseamento eleitoral
a) ao recorrente; Secção I
b) ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
distrital ou de cidade; Aspectos gerais
c) aos demais interessados. Artigo 46
4. Da decisão da comissão de eleições distrital ou de cidade (Concorrência com crimes mais graves e responsabilidade
cabe, até cinco dias após o conhecimento da mesma pelas disciplinar)
entidades referidas nas alíneas a), b) e c) do n.º 3, recurso à 1. As sanções cominadas na presente Lei não excluem
comissão provincial de eleições, que decide no prazo de cinco a aplicação de outras mais graves pela prática de qualquer crime
dias e notifica imediatamente: previsto na legislação penal geral.
a) ao recorrente; 2. As infracções previstas na presente Lei constituem também
b) à comissão de eleições distrital ou de cidade; falta disciplinar, quando cometidas por agente sujeito a essa
c) aos demais interessados. responsabilidade.

Artigo 43 Artigo 47
(Recurso à Comissão Nacional de Eleições) (Circunstâncias agravantes especiais)

Da decisão da comissão provincial de eleições cabe, até cinco Para além das previstas na lei penal geral, constituem
dias após o conhecimento da mesma pelas entidades referidas nas circunstâncias agravantes especiais do ilícito relativo ao recen-
alíneas a), b) e c) do n.º 4 do artigo anterior, recurso à Comissão seamento eleitoral o facto de:
Nacional de Eleições, que decide no prazo de cinco dias e notifica a) a infracção poder influir no resultado da votação;
imediatamente: b) os agentes serem membros das entidades recenseadoras;
c) os agentes serem candidatos, fiscais, delegados
a) ao recorrente; dos partidos políticos, coligações de partidos
b) à comissão provincial de eleições; ou eleitores, não abrangidos pela alínea b) deste artigo.
c) aos demais interessados.
Artigo 48
Artigo 44
(Prescrição)
(Recurso ao Conselho Constitucional) O procedimento por infracções criminais relativas ao
1. Da decisão da Comissão Nacional de Eleições cabe recurso recenseamento eleitoral prescreve no prazo de um ano, a contar
ao Conselho Constitucional, a interpor no prazo de três dias após da prática do facto punível.
tomar conhecimento da mesma. Secção II
2. O Conselho Constitucional julga em última instância
o recurso interposto no prazo de cinco dias e notifica imediatamente: Infracções relativas ao recenseamento eleitoral em especial

a) ao recorrente; Artigo 49
b) à Comissão Nacional de Eleições; (Promoção dolosa de inscrição)
c) aos demais interessados. 1. Aquele que, sem ter capacidade eleitoral, promover a sua
inscrição no recenseamento eleitoral é punido com multa de um
Artigo 45 a dois salários mínimos nacionais.
(Recurso de recenseamento feito no estrangeiro) 2. Aquele que promover a sua inscrição no recenseamento
eleitoral mais de uma vez é punido com multa de dois a três
1. Da decisão do Secretariado Técnico da Administração salários mínimos nacionais.
Eleitoral cabe recurso à Comissão Nacional de Eleições, até cinco 3. Aquele que prestar falsas declarações ou informações a fim
dias após o conhecimento da mesma. de obter a sua inscrição no recenseamento eleitoral é punido com
2. A Comissão Nacional de Eleições decide sobre o recurso multa de três a quatro salários mínimos nacionais.
interposto no prazo de cinco dias e notifica imediatamente:
a) ao recorrente; Artigo 50
b) ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (Obstrução à inscrição)
central; Aquele que, por violência, ameaça ou artifício fraudulento,
c) aos demais interessados. induzir um eleitor a não promover a sua inscrição no recenseamento
3. Da decisão da Comissão Nacional de Eleições cabe recurso eleitoral ou a fazê-lo fora do prazo legalmente estabelecido,
é punido com pena de prisão até seis meses e multa de cinco
ao Conselho Constitucional, a interpor no prazo de cinco dias
a dez salários mínimos nacionais.
após tomar conhecimento da mesma.
4. O Conselho Constitucional julga em última instância Artigo 51
o recurso interposto, no prazo de cinco dias e notifica (Obstrução à detecção de duplas ou plúrimas inscrições)
imediatamente:
Aquele que, dando conta de dupla ou plúrimas inscrições, não
a) ao recorrente; tomar os procedimentos tendentes a sanar a irregularidade em
b) à Comissão Nacional de Eleições; tempo devido, é punido com multa de quatro a cinco salários
c) aos demais interessados. mínimos nacionais.
942 I SÉRIE — NÚMERO 21

Artigo 52 CAPÍTULO V
(Documento falso) Disposições finais e transitórias
Aquele que passar documento falso comprovativo Artigo 60
de incapacidade física ou sanidade mental, com implicações (Emissão de certidões)
no recenseamento eleitoral, é punido com pena de prisão até seis
meses e multa de um a dois salários mínimos nacionais. 1. São obrigatoriamente passadas, a requerimento de qualquer
interessado, no prazo de cinco dias, as certidões necessárias para
Artigo 53 o recenseamento eleitoral.
2. À igual obrigação ficam vinculadas as entidades recenseadoras
(Recusa de inscrição de eleitor) quanto às certidões relativas ao recenseamento eleitoral, que lhes
1. Aquele que, no recenseamento eleitoral, se recusar sejam requeridas.
a inscrever um eleitor que haja devidamente promovido a sua
inscrição é punido com pena de prisão até um ano e multa Artigo 61
de dois a três salários mínimos nacionais. (Isenções)
2. Aquele que, por negligência, deixar de cumprir as suas São isentos de quaisquer taxas, emolumentos ou impostos,
obrigações de recensear um eleitor é punido com multa de três conforme os casos:
a quatro salários mínimos nacionais.
a) as certidões a que se refere o artigo anterior;
Artigo 54 b) os documentos destinados a instruir quaisquer reclamações
ou recursos previstos na presente Lei;
(Violação de deveres relativos aos cadernos de recenseamento c) os reconhecimentos notariais para efeitos de recenseamento
eleitoral) eleitoral;
Aquele que não proceda à elaboração, organização, rectificação d) documentos relativos a contratação de agentes do Estado
e correcção dos cadernos de recenseamento eleitoral nos termos no âmbito do recenseamento eleitoral;
prescritos na presente Lei, é punido com pena de prisão até três e) são ainda isentos da fiscalização prévia, sem prejuízo
meses e multa de um a dois salários mínimos. da sua eventual fiscalização sucessiva, os actos de
contratação dos brigadistas do recenseamento eleitoral
Artigo 55 e agentes de educação cívico-eleitoral.
(Falsificação do cartão de eleitor) Artigo 62
Aquele que, fraudulentamente, modificar ou substituir o cartão (Conservação de documentos)
de eleitor é punido com pena de prisão até seis meses e multa A documentação relativa ao recenseamento que não seja
de dois a três salários mínimos nacionais. necessária à administração eleitoral, é conservada durante
o período de cinco anos, a contar da data do último recenseamento,
Artigo 56
após o que um exemplar da referida documentação é transferido
(Falsificação dos cadernos de recenseamento eleitoral) para o Arquivo Histórico de Moçambique.
Aquele que, por qualquer forma, com dolo, altere, vicie, Artigo 63
substitua ou suprima cadernos de recenseamento eleitoral é punido
com pena de dois a oito anos de prisão maior e multa de vinte (Recenseamento)
a cinquenta salários mínimos nacionais. Compete ao Conselho de Ministros, decidir sobre a data
da realização do recenseamento, sob proposta da Comissão
Artigo 57 Nacional de Eleições.
(Produção ilícita de material de recenseamento) Artigo 63A
Aquele que, sem estar autorizado ou sem que lhe tenha sido (Fiscalização dos actos do recenseamento)
devidamente adjudicado, produzir material de recenseamento
Para as eleições de 15 de Outubro de 2014, a credenciação
eleitoral, é punido com pena de dois a oito anos de prisão maior
para a fiscalização dos actos do recenseamento eleitoral faz-se
e multa de vinte a cinquenta salários mínimos nacionais. até 30 dias após a publicação da presente Lei.
Artigo 58 Artigo 64
(Impedimento à verificação de inscrição no recenseamento (Revogação)
eleitoral) É revogada a Lei n.° 9/2007, de 26 de Fevereiro, relativa
Aquele que não expuser cópias dos cadernos de recenseamento à institucionalização do recenseamento eleitoral sistemático para
eleitoral ou impedir a sua consulta pelo eleitor inscrito, no prazo a realização de eleições.
legalmente estabelecido, é punido com pena de prisão até três Artigo 65
meses e multa de quatro a seis salários mínimos nacionais. (Entrada em vigor)
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.
Artigo 59
Aprovada pela Assembleia da República aos 17
(Não correcção de cadernos de recenseamento eleitoral) de Dezembro de 2012.
O Presidente da Assembleia da República, Verónica Nataniel
Os membros das entidades recenseadoras que, por negligência,
Macamo Dlhovo.
não procederem a correcção de cadernos de recenseamento
Promulgada aos 22 de Fevereiro de 2013.
eleitoral ou que o fizerem contrariamente ao disposto na presente
Lei, são punidos com multa de quatro a seis salários mínimos Publique-se.
nacionais. O Presidente da República, Armando Emílio Guebuza.
12 DE MARÇO DE 2014 943

Anexo Unicidade de inscrição – é o princípio segundo o qual


Glossário os cidadãos só poderão recensear-se uma única vez e,
consequentemente, só deverão estar registados nos cadernos
Boletim de inscrição – é o impresso, segundo o modelo de recenseamento eleitoral uma única vez.
aprovado previamente, através do qual o cidadão se recenseia,
habilitando-se a exercer o sufrágio.
Brigada de recenseamento eleitoral – é a unidade orgânica Lei n.º 9/2014
constituída por funcionários ou agentes eleitorais, através da qual
se procede ao recenseamento eleitoral dos cidadãos que têm idade de 12 de Março
para votar. A brigada pode ser fixa ou móvel. Havendo necessidade de incorporar as alterações na Lei
Caderno de recenseamento eleitoral – é um conjunto n.º 6/2013, de 22 de Fevereiro, que estabelece as funções,
de folhas apropriadas com características de livro oficial, composição, organização, competências e funcionamento
devidamente numeradas e rubricadas, dispondo de um termo da Comissão Nacional de Eleições, no âmbito dos consensos
de abertura e de encerramento, no qual constam os nomes dos alcançados no diálogo entre o Governo da República
cidadãos recenseados como eleitores. de Moçambique e a RENAMO, nos termos do n.º 3
Cartão de eleitor – é o documento de identificação pessoal do artigo 135, conjugado com a alínea d) do n.º 2 do artigo 179,
especialmente para efeitos eleitorais, passado a cada eleitor ambos da Constituição, a Assembleia da República determina:
inscrito, que atesta o estatuto de eleitor ao utente e que este deve
apresentar no momento do voto. Artigo 1
Coligações de partidos – é a associação de dois ou mais
(Alterações)
partidos que constituem uma aliança para juntar forças para fins
eleitorais. São alterados os artigos 3, 5, 6, 8,12, 43, 44, 46, 48, 50, 51,
Comissões eleitorais – são órgãos constituídos para organizar 56, 57 e 58 e passam a ter a seguinte redacção:
e conduzir o processo eleitoral, podendo ser de nível nacional,
“Artigo 3
provincial, distrital ou de cidade.
Contencioso eleitoral – é o processo de resolução de dife- (Natureza)
rendos relativamente a interpretação ou aplicação das normas 1. A Comissão Nacional de Eleições é um órgão independente
que regulam o processo eleitoral. de todos os poderes públicos e privados.
Fiscalização – é a verificação e o controlo dos actos de recen- 2. ..........................................................
seamento eleitoral. 3. Os membros da Comissão Nacional de Eleições, no exercício
Grupo de cidadãos eleitores – é um conjunto de pessoas, das suas funções, não representam as instituições públicas
devidamente organizadas, que se propõem concorrer para ou privadas, organizações políticas ou sociais da sua proveniência,
as eleições autárquicas. defendem o interesse nacional, obedecendo aos ditames da lei
Ilícito de recenseamento eleitoral – é o conjunto de infracções e da sua consciência.
às normas estabelecidas na presente Lei.
Artigo 5
Mapa com os dados definitivos de eleitores – é um documento
com a relação total de eleitores inscritos e onde constam: o número (Composição)
do posto de recenseamento, o número e o código do caderno 1. A Comissão Nacional de Eleições é composta por dezassete
de recenseamento, o distrito e a província onde o eleitor vogais, sendo um Presidente, dois Vice-Presidentes.
se inscreveu. 2. ..........................................................
Novas inscrições - são as inscrições feitas no período
de actualização pelos cidadãos que, não estando inscritos, Artigo 6
possuam capacidade eleitoral activa.
Observação nacional ou internacional – é o acto de pessoas (Constituição da Comissão Nacional de Eleições)
indicadas por diversos organismos nacionais ou estrangeiros 1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições, respeitando
para observar o processo de recenseamento eleitoral, nos termos o disposto no n.º 2 do artigo 5, são designados da seguinte forma:
definidos pela Comissão Nacional de Eleições.
a) cinco representantes da FRELIMO;
Obstrução à inscrição – é a acção de impedir um potencial
eleitor de fazer a sua inscrição ou de a fazer dentro do prazo b) quatro representantes da RENAMO;
estabelecido com o fim de o afastar do processo eleitoral. c) um representante do MDM;
Órgãos locais de apoio da Comissão Nacional de Eleições d) revogado;
– são as comissões de eleições provinciais, distritais e de cidade. e) revogado;
Posto de recenseamento – é o local onde os cidadãos com f) sete membros das organizações da sociedade civil.
direito a votar se vão inscrever em livros de registo, chamados 2. Os sete membros provenientes das organizações
cadernos eleitorais. da sociedade civil legalmente constituídas, são propostos
Recenseamento eleitoral – é o acto pelo qual os cidadãos
pelas organizações da sociedade civil integradas em fórum
com direito a votar se inscrevem em livros de registo, chamados
cadernos de recenseamento eleitoral. das organizações da sociedade civil ou a título individual, sendo
Reclamação ou recurso de má fé – é a situação em que um o processo conduzido por uma comissão Ad hoc, criada pela
reclamante ou um recorrente manifesta a sua discordância, tendo Assembleia da República, nos termos de resolução específica
consciência de que não tem razão. que anuncia o processo de desencadeamento de candidaturas.
Universalidade – é o princípio segundo o qual os cidadãos 3. ..........................................................
de nacionalidade moçambicana que completem dezoito anos 4. ..........................................................
até a data da realização das eleições podem e devem recensear- 5. ..........................................................
-se para as eleições, quer residam em território nacional, quer 6. ..........................................................
no estrangeiro. 7. ..........................................................
944 I SÉRIE — NÚMERO 21

8. Os Vice-Presidentes da Comissão Nacional de Eleições são 2. ...........................................................


indicados, por ofício, pelos dois partidos políticos mais votados, 3. ...........................................................
com assento na Assembleia da República e são nomeados a) ..........................................................;
e empossados pelo Presidente da República. b) ..........................................................;
c) ..........................................................;
Artigo 8
d) ..........................................................;
(Acções de supervisão) e) ..........................
1. .......................................................... 4 ..........................................................
2. ..........................................................
Artigo 48
3. Revogado.
(Definição)
Artigo 12
1. ..........................................................
(Competências do Presidente) 2. ...........................................................
1. Compete ao Presidente da Comissão Nacional de Eleições: 3. ..........................................................
4. Revogado.
a) ..........................................................
b) .......................................................... Artigo 50
c) ..........................................................
d) .......................................................... (Direcção)
e) .......................................................... 1. ..........................................................
f) .......................................................... 2. Ao Director-Geral do Secretariado Técnico da Administração
g) despachar com o Director-Geral do Secretariado Técnico Eleitoral incumbe assegurar a preparação do expediente
da Administração Eleitoral e seus adjuntos, em matéria a submeter, nos termos da lei, ao sancionamento do plenário
da responsabilidade do órgão. da Comissão Nacional de Eleições, bem como zelar pelo
2. .......................................................... cumprimento das decisões tomadas por este órgão no exercício
das competências relativas à organização, orientação, direcção,
Artigo 43 coordenação, execução, condução, acompanhamento e fiscalização
(Composição) dos recenseamentos e actos eleitorais, em coordenação com os
Directores-Gerais Adjuntos.
1. A Comissão Provincial de Eleições é composta por quinze
3. …………………………………
vogais, sendo um Presidente e dois Vice-Presidentes.
2. A comissão de eleições distrital ou de cidade é composta Artigo 51
por quinze vogais, sendo um Presidente e dois Vice-Presidentes.
3. ........................................................... (Quadro do pessoal)
1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
Artigo 44 é composto por um quadro permanente geral, comum e privativo,
(Designação e posse) com carreiras especiais, fixadas, nos termos do Estatuto Geral
dos Funcionários e Agentes do Estado, cujo pessoal é proveniente
1. Os membros das comissões de eleições provinciais, distritais
do concurso público de avaliação curricular e aprovado pela
ou de cidade, respeitando o disposto no artigo 43 da presente Lei,
Comissão Nacional de Eleições, sob proposta do seu Director-
são designados da seguinte forma:
-Geral, ouvidos os Directores-Gerais Adjuntos.
a) três representantes da FRELIMO; 2. No período eleitoral, que vai da data da marcação
b) dois representantes da RENAMO; do recenseamento até à validação dos resultados eleitorais
c) um representante do MDM; pelo Conselho Constituiconal, o quadro de pessoal
d) nove membros da sociedade civil. do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral integra
2. .......................................................... elementos tecnicamente habilitados, provenientes dos partidos
3. .......................................................... políticos com assento na Assembleia da República.
4...........................................................
5. .......................................................... Artigo 56
6........................................................... (Estrutura do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
7. .......................................................... a nível central)
8. ..........................................................
1. ...........................................................
9. ..........................................................
a) ..........................................................;
10. ..........................................................
b) ..........................................................;
Artigo 46 c) ..........................................................;
d) ..........................................................;
(Direitos e regalias dos membros dos órgãos de apoio ao nível e) ..........................................................;
provincial) f) ..........................................................;
1. ..........................................................: g) ..........................................................;
h) ...........................................................
a) ao Presidente é atribuído o subsídio igual ao vencimento
do Secretário Permanente Provincial; 2. Nos períodos eleitorais, o Secretariado Técnico
b) aos Vice-Presidentes é lhes atribuído o subsídio igual da Administração Eleitoral a nível central integra seis Directores
ao vencimento de Director Provincial e Director Nacionais Adjuntos indicados da seguinte forma:
Provincial-Adjunto, respectivamente. a) três pela FRELIMO;
12 DE MARÇO DE 2014 945

e) dois pela RENAMO; e Artigo 2


f) um pelo MDM.
(Aditamentos)
3. Nos períodos eleitorais o Secretariado Técnico São aditados os artigos 11A, 11B, 12A, 1A no artigo 50,
de Administração Eleitoral integra, ainda, dezoito técnicos 53A, alineas a1) e b1) no artigo 60, 66A e 66B com a seguinte
provenientes dos partidos políticos com assento na Assembleia redacção:
da República, indicados da seguinte forma:
a) nove pela FRELIMO; Artigo 11A
b) oito pela RENAMO; e (Mesa da Comissão Nacional de Eleições)
c) um pelo MDM. A Mesa da Comissão Nacional de Eleições é composta pelo
Artigo 57 Presidente da Comissão Nacional de Eleições e pelos Vice-
Presidentes.
(Estrutura do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral Artigo 11B
a nível provincial)
(Competências da Mesa da Comissão Nacional de Eleições)
1. ...........................................................
Compete à Mesa da Comissão Nacional de Eleições preparar
a) ..........................................................;
as propostas de agenda e o plano de actividades.
b) ..........................................................;
c) ..........................................................; Artigo 12A
d) ..........................................................;
e) ..........................................................; (Competências do Vice-Presidente)
f) ........................................................... Compete ao Vice-Presidente:
2. Nos períodos eleitorais, o Secretariado Técnico a) coadjuvar o Presidente;
de Administração Eleitoral, a nível provincial, compreende b) substituir o Presidente nas suas ausências e impedimentos.
a existência do director provincial, dois directores provinciais
Artigo 50
adjuntos, três chefes de departamentos e seis chefes
de departamentos adjuntos, indicados pelos partidos políticos (Direcção)
com assento na Assembleia da República, designados da seguinte 1A. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
forma: é dirigido por um Director-Geral, coadjuvado por dois Directores-
a) três pela FRELIMO; -Gerais Adjuntos designados pelos dois partidos mais votados
b) dois pela RENAMO; e com assento na Assembleia da República.
c) um pelo MDM.
Artigo 53A
3. Nos períodos eleitorais o Secretariado Técnico
de Administração Eleitoral integra seis técnicos provenientes (Competências dos Directores-Gerais Adjunto)
dos partidos políticos com assento na Assembleia da República, 1. Compete aos Directores-Gerais Adjuntos:
indicados da seguinte forma: a) coadjuvar o Director-Geral no exercício das suas funções;
a) três pela FRELIMO; b) substituir o Director-Geral nas suas ausências e impe-
b) dois pela RENAMO; dimentos,
c) um pelo MDM. c) dar andamento aos assuntos correntes da direcção que se
situem na esfera da sua competência.
Artigo 58
2. O disposto no número anterior é aplicável ao Secretariado
(Estrutura do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral Técnico de Administração de Eleições ao nível da província,
a nível distrital ou de cidade) do distrito ou de cidade.
1. ...........................................................
a) ..........................................................; Artigo 60
b) ..........................................................; (Colectivos do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral)
c) ..........................................................; 1 ..............................................................................................
d) ........................................................... 2 ...............................................................................................
2. Nos períodos eleitorais, o Secretariado Técnico a) ..............................................;
de Administração Eleitoral, a nível distrital ou de cidade, a1) Directores-Gerais Adjuntos;
compreende a existência do director-distrital ou de cidade, dois b) ..............................................;
directores-distritais ou de cidade adjuntos, três chefes de sectores b1) Directores Nacionais-adjuntos.
e seis chefes de sectores adjuntos, indicados pelos partidos
políticos com assento na Assembleia da República, designados Artigo 66A
da seguinte forma:
(Funcionamento da Comissão Nacional de Eleições e seus órgãos
a) três pela FRELIMO; de apoio)
b) dois pela RENAMO;
1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições,
c) um pelo MDM.
das comissões provinciais e das comissões distritais
3. Nos períodos eleitorais o Secretariado Técnico ou de cidade indicados pelos partidos políticos e os provenientes
de Administração Eleitoral integra seis técnicos provenientes das organizações da sociedade civil mantêm-se em exercício até
dos partidos políticos com assento na Assembleia da República, ao fim dos seus respectivos mandatos.
indicados da seguinte forma: 2. Os membros da Comissão Nacional de Eleições
a) três pela FRELIMO; provenientes dos Conselhos Superiores das Magistraturas Judicial
b) dois pela RENAMO; e do Ministério Público cessam funções com a tomada de posse
c) um pelo MDM. dos membros designados nos termos da presente Lei.
946 I SÉRIE — NÚMERO 21

Artigo 66B Artigo 4


(Eleição dos membros provenientes das organizações (Força vinculatória das deliberações da Comissão Nacional
da sociedade civil) de Eleições)
Para os termos da presente Lei, a Assembleia da República As deliberações da Comissão Nacional de Eleições em
elege quatro membros provenientes das organizações da socie- matérias da sua competência são vinculativas a todos os cidadãos,
dade civil. instituições e demais pessoas jurídicas e são passíveis de recurso
junto do Conselho Constitucional, nos termos da lei.
Artigo 3
(Derrogação e republicação) Artigo 5
É derrogada e republicada a Lei n.º 6/2013, de 22 Fevereiro. (Composição)
1. A Comissão Nacional de Eleições é composta por dezassete
Artigo 4
vogais, sendo um Presidente, dois Vice-Presidentes.
(Entrada em vigor) 2. Podem ser membros da Comissão Nacional de Eleições
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação. cidadãos:
Aprovada pela Assembleia da República, aos 22 a) moçambicanos, maiores de vinte e cinco anos de idade;
de Fevereiro de 2014. b) de reconhecido mérito moral e profissional;
A Presidente da Assembleia da República, Verónica Nataniel c) probo para exercer as suas funções com idoneidade,
Macamo Dlhovo. independência, imparcialidade, isenção, objectividade,
Promulgada em 4 de Março de 2014. competência e zelo.
Publica-se. Artigo 6
O Presidente da República, Armando Emílio Guebuza.
(Constituição da Comissão Nacional de Eleições)
1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições, respeitando
Anexo o disposto no n.º 2 do artigo 5, são designados da seguinte forma:
a) cinco representantes da FRELIMO;
Republicação da Lei n.º 6/2013, de 22 de Fevereiro b) quatro representantes da RENAMO;
Havendo necessidade de aperfeiçoar a organização, c) um representante do MDM;
coordenação, execução, condução, direcção e supervisão dos d) revogado;
recenseamentos e dos actos eleitorais, nos termos do n.º 3 do e) revogado;
artigo 135, conjugado com a alínea d) do n.º 2 do artigo 179, f) sete membros das organizações da sociedade civil.
ambos da Constituição, a Assembleia da República determina: 2. Os sete membros provenientes das organizações da sociedade
civil legalmente constituídas, são propostos pelas organizações
CAPÍTULO I da sociedade civil integradas em fórum das organizações
Disposições Gerais da sociedade civil ou a título individual, sendo o processo
Artigo 1 conduzido por uma comissão ad hoc criada pela Assembleia
da República, nos termos de resolução específica que anuncia
(Objecto) o processo de desencadeamento de candidaturas.
A presente Lei estabelece as funções, composição, organização, 3. A lista nominal dos candidatos seleccionados a membros
competências e funcionamento da Comissão Nacional de Eleições. referidos no n.º 1 do presente artigo pelas organizações
da sociedade civil, legalmente constituídas colectivamente
Artigo 2 ou a título individual, é apresentada ao Presidente da Assembleia
da República, no prazo de trinta dias após o anúncio referido
(Definição)
no número anterior.
1. A Comissão Nacional de Eleições é um órgão 4. Das listas apresentadas pelas organizações da sociedade
do Estado, independente e imparcial, responsável pela supervisão civil devem, globalmente, conter um mínimo de 12 e um máximo
dos recenseamentos e dos actos eleitorais. de 16 personalidades candidatos a membros da Comissão Nacional
2. Para efeitos da presente Lei, entende-se por supervisão de Eleições a ser submetido à Plenária da Assembleia
a função de orientar, superintender e fiscalizar os actos do pro- da República.
cesso eleitoral. 5. A Assembleia da República procede à eleição dos três
3. A Comissão Nacional de Eleições tem estatuto, quadro membros da Comissão Nacional de Eleições, provenientes
de pessoal e orçamento próprios. das organizações da sociedade civil, de entre os candidatos
apresentados, nos termos do número anterior e, dos restantes,
Artigo 3 os três mais votados são suplentes.
(Natureza) 6. O Presidente da Comissão Nacional de Eleições é eleito
pelos membros da Comissão Nacional de Eleições de entre
1. A Comissão Nacional de Eleições é um órgão independente
personalidades apresentadas por organizações da sociedade civil
de todos os poderes públicos e privados.
2. A Comissão Nacional de Eleições, no exercício das suas legalmente constituídas.
funções, deve obediência apenas à Constituição e às leis. 7. O Presidente da Comissão Nacional de Eleições eleito
3. Os membros da Comissão Nacional de Eleições, no exercício é nomeado e empossado pelo Presidente da República.
das suas funções, não representam as instituições públicas 8. Os Vice-Presidentes da Comissão Nacional de Eleições são
ou privadas, organizações políticas ou sociais da sua proveniência, indicados, por ofício, pelos dois partidos políticos mais votados,
defendem o interesse nacional, obedecendo aos ditames da lei com assento na Assembleia da República e são nomeados
e da sua consciência. e empossados pelo Presidente da República.
12 DE MARÇO DE 2014 947

Artigo 7 i) aprovar os modelos de boletim de recenseamento,


de caderno de recenseamento, do cartão de eleitor,
(Elemento do Governo)
do boletim de voto, de actas de votação das assembleias
1. O Governo designa um elemento com assento permanente de voto, editais e quaisquer outros impressos
nas sessões plenárias da Comissão Nacional de Eleições, com ou materiais a serem utilizados no processo eleitoral;
direito ao uso da palavra, sem direito a voto. j) aprovar os termos de avaliação curricular e promover
2. Para cada comissão de eleições provincial, distrital os concursos públicos para o recrutamento do pessoal;
ou de cidade, o Governo designa um elemento com assento k) aprovar os termos de adjudicação de material eleitoral,
permanente nas sessões plenárias da respectiva comissão, com de viaturas e outros meios de transporte e equipamento;
direito ao uso da palavra e sem direito a voto. l) aprovar o código de conduta para os candidatos, partidos
3. O elemento designado pelo Governo tem os deveres e goza
políticos, coligações de partidos ou grupos de cidadãos
de direitos e regalias idênticos aos estabelecidos para os membros
eleitores concorrentes às eleições;
da Comissão Nacional de Eleições.
m) aprovar o código de conduta para os agentes da lei
Artigo 8 e ordem durante o processo eleitoral;
n) aprovar o regulamento sobre a utilização de lugares
(Acções de supervisão) e edifícios públicos a serem utilizados pelos candidatos,
1. A Comissão Nacional de Eleições realiza acções de orien- partidos políticos, coligações de partidos ou grupo
tação, superintendência e fiscalização de forma organizada, com de cidadãos eleitores concorrentes às eleições;
periodicidade e regularidade: o) aprovar o Regulamento do Secretariado Técnico
a) aos seus órgãos de apoio; da Administração Eleitoral, que fixa as atribuições
b) ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral; e competências das direcções, departamentos
c) aos postos de recenseamento eleitoral e às assembleias e gabinetes, bem como a estrutura a implantar a nível
de voto; provincial, distrital ou de cidade;
d) aos locais de produção, transporte, armazenamento p) proceder ao sorteio das candidaturas às eleições
e distribuição de material eleitoral e demais lugares legislativas e autárquicas, com vista ao seu ordenamento
onde decorrem operações eleitorais. nos boletins de voto;
q) aprovar os regulamentos, as instruções e directivas
2. Em matéria de administração eleitoral, a Comissão
respeitantes à condução do recenseamento eleitoral,
Nacional de Eleições pode, quando se mostre fundado, realizar
do processo eleitoral, que são publicados no Boletim
directamente ou através dos seus órgãos de apoio, as diligências
da República, I série;
investigativas que se mostrem necessárias ao esclarecimento dos
r) distribuir os tempos de antena na rádio e na televisão
factos constatados ou relatados.
do sector público, pelas diversas candidaturas
3. revogado.
nas eleições presidenciais, legislativas, das assembleias
CAPÍTULO II provinciais e autárquicas, com igualdade de direito
e sem discriminação;
Competências s) garantir que as autoridades competentes criem
Artigo 9 as condições de segurança necessárias à realização
dos recenseamentos e actos eleitorais em todo
(Competências gerais)
o território nacional;
1. Compete à Comissão Nacional de Eleições: t) distribuir formalmente cópias do edital e da acta original
a) garantir que os recenseamentos e os processos eleitorais, de centralização de apuramento geral, devidamente
se organizem e se desenvolvam com ética e em assinadas e carimbadas, aos mandatários de cada
condições de plena liberdade, justiça e transparência; candidatura;
b) assegurar a igualdade de tratamento dos cidadãos em u) entregar cópias de edital e acta originais de centralização
todos os actos do processo eleitoral; do apuramento geral, devidamente assinadas
c) assegurar a igualdade de oportunidade e de tratamento e carimbadas ao núcleo de observadores e jornalistas,
dos partidos políticos e coligações de partidos no acto da divulgação dos resultados eleitorais, quando
ou grupos de cidadãos eleitores proponentes em todos solicitadas;
os actos de processo eleitoral; v) garantir a segurança na produção, transporte, recepção,
d) assegurar a igualdade de oportunidade e tratamento armazenamento e distribuição de material de recen-
não diferenciado de todos os membros da Comissão seamento e de votação;
Nacional de Eleições e de todos os órgãos de apoio; w) garantir que o financiamento a alocar aos partidos
e) assegurar a igualdade de oportunidade e tratamento políticos ou coligações de partidos e candidatos
dos agentes de recenseamento eleitoral, fiscais, concorrentes às eleições se efectue antes da data
membros das mesas de assembleias de voto marcada para o início da campanha eleitoral;
e delegados de candidatura, mandatários de candidatura x) assegurar as condições de acompanhamento, transporte,
e observadores nacionais e estrangeiros; armazenamento, distribuição de material eleitoral,
f) receber e apreciar a legalidade e regularidade das candi- segurança dos postos de recenseamento, salas
daturas às eleições legislativas, das assembleias de recenseamento e sufrágio, e envio de editais
provinciais e autárquicas; e actas originais de apuramento de votos a todos
g) inscrever partidos políticos e coligações de partidos níveis, observando-se para o efeito o cumprimento dos
ou grupo de cidadãos eleitores proponentes, direitos conferidos aos partidos políticos, coligações
concorrentes às eleições; de partidos e outros actores dos processos eleitorais;
h) promover, através dos órgãos de comunicação social y) determinar os locais de constituição e funcionamento
e de outros meios de difusão massiva, a educação dos postos de recenseamento e assembleias de voto,
e o esclarecimento cívicos dos cidadãos eleitores sobre de acordo com as propostas dos órgãos eleitorais
questões de interesse eleitoral; de escalão inferior;
948 I SÉRIE — NÚMERO 21

z) assegurar a elaboração dos mapas com os respectivos e) dar posse aos membros e aos presidentes das comissões
códigos; provinciais de eleições;
aa) participar ao Ministério Público quaisquer actos f) cumprir e fazer executar as deliberações da Comissão
de ilícito eleitoral de que tome conhecimento. Nacional de Eleições;
2. Ainda no âmbito das suas atribuições, compete à Comissão g) despachar com o Director-Geral do Secretariado Técnico
Nacional de Eleições: da Administração Eleitoral e seus adjuntos, em matéria
da responsabilidade do órgão.
a) aprovar o cronograma e o calendário eleitoral, uma
2. Compete, ainda, ao Presidente da Comissão Nacional de
vez marcada a data das eleições, contendo as datas
Eleições, no quadro da coordenação e direcção das actividades
e a indicação dos actos sujeitos a prazo;
da Comissão Nacional de Eleições, reunir regularmente com
b) decidir sobre a alteração do período de votação por tempo
os coordenadores das comissões de trabalho, a sociedade civil,
não superior a um dia;
dirigentes do Estado, partidos políticos ou coligações de partidos
c) apreciar a regularidade das contas eleitorais;
políticos, comunicação social e com outras entidades.
d) aprovar os mapas de centralização dos dados relativos
às eleições presidenciais, legislativas, das assembleias Artigo 12A
provinciais e autárquicas;
e) proceder às operações de apuramento nacional (Competências do Vice-Presidente)
dos resultados das eleições presidenciais, legislativas, Compete ao Vice-Presidente:
das assembleias provinciais e autárquicas; a) coadjuvar o Presidente;
f) decidir, em três dias, reclamações e recursos relativos b) substituir o Presidente nas suas ausências e impedimentos.
às decisões tomadas pelos órgãos de apoio e agentes
do processo eleitoral; CAPÍTULO III
g) elaborar e aprovar o relatório final do processo eleitoral Membros
e mandar publicar no Boletim da República,
no prazo de cento e vinte dias a partir da investidura Artigo 13
dos órgãos eleitos. (Mandato)
3. Compete, ainda, à Comissão Nacional de Eleições 1. O mandato dos membros da Comissão Nacional de Eleições
desempenhar as demais funções atribuídas pela presente Lei ou é de seis anos.
por outra legislação eleitoral. 2. Os membros da Comissão Nacional de Eleições são eleitos
Artigo 10 em Sessão Ordinária da Assembleia da República, nos termos
da presente Lei.
(Forma dos actos da Comissão Nacional de Eleições) 3. O mandato dos membros da Comissão Nacional de Eleições
1. Os actos normativos da Comissão Nacional de Eleições cessa com a tomada de posse dos novos membros.
revestem a forma de Deliberação.
2. Os demais actos deliberativos da Comissão Nacional Artigo 14
de Eleições assumem a forma de Resolução. (Tomada de posse e cessação de mandato)
1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições tomam
Artigo 11
posse perante o Presidente da República.
(Recurso) 2. A posse dos membros da Comissão Nacional de Eleições
Das deliberações da Comissão Nacional de Eleições cabe tem lugar até trinta dias após a sua designação.
recurso para o Conselho Constitucional.
Artigo 15
Artigo 11A (Falta ao acto de posse)
(Mesa da Comissão Nacional de Eleições) 1. O cidadão eleito ou designado pelo órgão competente para
A Mesa da Comissão Nacional de Eleições é composta pelo exercer o cargo de membro da Comissão Nacional de Eleições
Presidente da Comissão Nacional de Eleições e pelos Vice- que faltar, sem justificação, ao acto de tomada de posse, tem
-Presidentes. a sua eleição ou designação havida por acto sem nenhum efeito.
2. A justificação deve ser apresentada ao Presidente
Artigo 11B da Comissão Nacional de Eleições em exercício, no prazo
de três dias, a contar da data de posse, oferecendo-se desde logo
(Competências da Mesa da Comissão Nacional de Eleições)
a respectiva prova.
Compete à Mesa da Comissão Nacional de Eleições preparar Artigo 16
as propostas de agenda e o plano de actividades.
(Vagas)
Artigo 12 As vagas que ocorram na Comissão Nacional de Eleições
(Competências do Presidente)
e nos seus órgãos de apoio são preenchidas de acordo com
os critérios de designação constantes da presente Lei.
1. Compete ao Presidente da Comissão Nacional de Eleições:
a) representar a Comissão Nacional de Eleições; Artigo 17
b) convocar, propor a agenda e presidir as sessões (Incompatibilidades)
da Comissão Nacional de Eleições;
c) coordenar e dirigir as actividades do órgão; O mandato de membro da Comissão Nacional de Eleições
d) dirigir-se ao público e à comunidade nacional é incompatível com o exercício das funções de:
e internacional, designadamente através de entrevistas a) Presidente da República;
e conferências de imprensa; b) Deputado da Assembleia da República;
12 DE MARÇO DE 2014 949

c) membro do Governo; Artigo 21


d) magistrados judicial e do Ministério Público; (Suspensão de mandato)
e) candidato em eleições para órgãos de soberania,
assembleias provinciais ou autárquicos; 1. O mandato de membro da Comissão Nacional de Eleições
suspende-se nos seguintes casos:
f) membro das forças militares ou militarizadas e de forças
de segurança no activo; a) doença por período superior a 60 dias consecutivos;
g) membro do Conselho Superior da Comunicação Social; b) ausência por período superior a 30 dias consecutivos ou
h) Juiz Conselheiro do Conselho Constitucional; interpolados, sem justificação;
i) diplomata no activo; c) incompatibilidade nos termos da presente Lei.
j) Secretário permanente de nível central, provincial 2. A suspensão do membro da Comissão Nacional de Eleições
e distrital; é declarada pela Comissão Nacional de Eleições, mediante
k) Reitor de Universidade Pública; a verificação do facto que a fundamente.
l) titular do órgão da autarquia local e das assembleias 3. O lugar do membro suspenso não é provido e o gozo dos
provinciais; correspondentes direitos e regalias fica igualmente interrompido
m) membro dos órgãos das autarquias locais e das assembleias durante o período da suspensão, salvo em caso de comprovados
motivos de saúde.
provinciais;
n) titular do cargo nomeado e empossado pelo Presidente Artigo 22
da República ou pelo Primeiro-Ministro;
(Cessação de funções)
o) membro do corpo directivo dos órgãos e institutos
autónomos, empresas estatais, empresas públicas 1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições cessam
e sociedades de capitais exclusiva ou maioritariamente as suas funções antes do termo do mandato quando se verifique
públicas; qualquer das situações seguintes:
p) titulares de cargo de direcção em órgão central do partido a) morte ou incapacidade permanente;
político ou coligações de partidos; b) renúncia;
q) Governador provincial; c) aceitação de lugar ou prática de acto legalmente
r) Director nacional; incompatível com o exercício das suas funções.
s) Administrador distrital; 2. A renúncia é declarada por escrito ao Presidente da Comissão
t) Director provincial; Nacional de Eleições e a sua eficácia não depende da aceitação
u) Director distrital ou de cidade; do órgão.
v) Chefe de posto administrativo; 3. Compete à Comissão Nacional de Eleições verificar a ocor-
w) Chefe da localidade. rência de qualquer das situações previstas nas alíneas a), b), e c)
do n.º 1 do presente artigo, devendo a incapacidade permanente
Artigo 18 ser previamente comprovada pela Junta Nacional de Saúde.
(Proibição de actividades políticas)
4. A cessação de funções em virtude do disposto no n.º 1
do presente artigo é objecto de declaração que o Presidente
Os membros da Comissão Nacional de Eleições não podem da Comissão Nacional de Eleições faz publicar na I Série
exercer qualquer função em órgãos de partidos ou de associações do Boletim da República.
políticas, nem desenvolver actividades político-partidárias
de carácter público, bem como a proferição de declarações Artigo 23
públicas da mesma natureza.
(Responsabilidade)
Artigo 19 1. O membro da Comissão Nacional de Eleições é responsável
(Independência e Inamovibilidade)
nos termos da lei pelos actos que pratica.
2. A responsabilidade consiste em responder, nos termos
Os membros da Comissão Nacional de Eleições são da lei, pelo cumprimento dos seus deveres e pela observância
independentes, imparciais e inamovíveis, não podendo as suas das deliberações, directivas e instruções da Comissão Nacional
funções cessar antes do termo do mandato para que foram de Eleições.
designados, salvo nos casos previstos na presente Lei. Artigo 24
Artigo 20 (Responsabilidade disciplinar)
(Regime de exercício de funções) 1. Constituem infracções disciplinares os factos, ainda que
1. O membro da Comissão Nacional de Eleições está vinculado meramente culposos, praticados pelo membro da Comissão
em regime de exclusividade às actividades eleitorais. Nacional de Eleições, com violação dos seus deveres.
2. Não obstante o disposto no número anterior, o membro 2. O processo disciplinar a mover contra o membro
da Comissão Nacional de Eleições pode, mediante autorização da Comissão Nacional de Eleições obedece ao regime específico.
do Presidente do órgão, exercer actividades de docência ou com 3. O procedimento disciplinar é independente do procedimento
ela relacionadas, assim como actividades de natureza literária, civil e criminal.
cultural ou investigação científica. Artigo 25
3. Sem prejuízo das incompatibilidades legais, o disposto
nos números anteriores não prejudica o exercício da gestão (Responsabilidade criminal)
da produção familiar ou de actividade económica própria, nem 1. O membro da Comissão Nacional de Eleições responde
o exercício de funções que vinha exercendo à data da tomada criminalmente pelos seus actos, contudo não pode ser preso, nem
de posse, desde que não sejam incompatíveis com a qualidade detido, sem culpa formada, salvo em flagrante delito e se ao crime
de membro. couber pena de prisão maior.
950 I SÉRIE — NÚMERO 21

2. Em caso de prisão, o membro da Comissão Nacional Artigo 30


de Eleições deve ser imediatamente apresentado ao juiz
(Diuturnidade)
conselheiro.
3. O membro da Comissão Nacional de Eleições é julgado 1. Na data em que perfazer cinco, dez, quinze e vinte anos
pelo Tribunal Supremo nos termos da lei e o facto comunicado de serviço efectivo na Comissão Nacional de Eleições, o membro
à Comissão Nacional de Eleições. recebe diuturnidade especial correspondente a quinze por cento do
4. O membro da comissão eleitoral de nível provincial, distrital vencimento base, devendo ser considerado, para todos os efeitos,
ou de cidade, quando esteja sob prisão preventiva é julgado sucessivamente incorporado no vencimento.
e sentenciado pelo tribunal judicial imediato ao da área 2. É extensivo aos membros da Comissão Nacional de Eleições,
de jurisdição em que esteja afecto.
e acumula-se com o previsto no número anterior, o regime
Artigo 26 de diuturnidades fixado para a função pública.
(Direitos e regalias) Artigo 31
1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições, gozam
(Deveres dos membros)
de estatuto próprio, por virtude do qual, durante o respectivo
mandato têm os seguintes direitos e regalias funcionais: 1. O membro da Comissão Nacional de Eleições cumpre
a) cartão de identificação oficial, assinado pelo Presidente os seguintes deveres, para além dos consagrados na Constituição
da Comissão Nacional de Eleições; da República e noutras leis aplicáveis:
b) protecção e segurança especial para si, seu cônjuge a) observar a Constituição e as demais leis e promover
e bens, sempre que ponderosas razões de segurança o respeito pela legalidade;
o exijam; b) fomentar a cultura de paz, diálogo, consenso, democracia,
c) viatura protocolar, sem prejuízo da viatura de afectação igualdade de tratamento e de oportunidade, liberdade,
individual com opção de compra;
justiça e transparência;
d) passaporte diplomático para si e seu cônjuge;
e) habitação do Estado ou subsídio de renda de casa; c) desempenhar as suas funções técnico-profissionais com
f) constar da lista de precedência do protocolo do Estado; honestidade, lealdade, independência, imparcialidade,
g) assistência médica e medicamentosa para si, cônjuge neutralidade, isenção, zelo e dignidade;
e dependentes a seu cargo; d) guardar segredo profissional nos termos da lei;
h) viajar em classe executiva. e) comportar-se na vida pública e privada de acordo com
2. O Presidente da Comissão Nacional de Eleições tem ainda a dignidade e o prestígio do cargo que desempenha;
o direito a: f) tratar com urbanidade e respeito todos os intervenientes no
a) viatura protocolar, sem prejuízo da viatura de afectação processo de recenseamento e actos eleitorais, incluindo
individual com opção de compra; os funcionários adstritos;
b) passaporte diplomático para si, cônjuge e filhos menores; g) comparecer pontualmente às actividades do órgão a que
c) viajar em 1.ª classe. pertence;
h) residir, na área de jurisdição onde se situa o órgão para
Artigo 27 que foi designado;
(Férias) i) usar traje formal em todas as sessões do órgão e em todos
O membro da Comissão Nacional de Eleições goza a sua os actos oficiais cuja solenidade o exija;
licença disciplinar em período a fixar pelo Plenário da Comissão j) não se ausentar da área de jurisdição em que exerça
Nacional de Eleições. funções sem prévia autorização do seu superior
hierárquico, salvo as ausências por motivos:
Artigo 28
i. licenças ou férias;
(Remuneração, subsídio e regalias) ii. caso ponderoso de extrema urgência que não permita
1. O Estado garante uma remuneração mensal, sob forma a obtenção prévia de autorização, devendo,
de salário base, subsídios e abonos adequados à dignidade nestes casos, comunicar ao superior hierárquico
e exclusividade do exercício da função de membro da Comissão e manter-se comunicável.
Nacional de Eleições, cujo regime é fixado por diploma específico
do Conselho de Ministros no quadro da lei dos dirigentes k) cumprir todos os demais deveres estabelecidos por lei.
superiores do Estado. 2. Os membros da Comissão Nacional de Eleições residem na
2. Os membros da Comissão Nacional de Eleições têm direito sede da área onde se situa o órgão em que exercem as funções,
aos subsídios mensais relativos à água e luz, telefone, empregados salvo em casos devidamente justificados e fundamentados,
domésticos e despesas de representação. mediante autorização prévia da Comissão Nacional de Eleições.
3. Os membros da Comissão Nacional de Eleições têm, ainda,
direito ao subsídio do uso de telefone celular, combustível, Artigo 32
manutenção e reparação da viatura de afectação individual, por
conta do Estado, nos limites estabelecidos. (Estabilidade no emprego)
1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições não podem
Artigo 29 ser prejudicados na sua carreira, no seu emprego e demais direitos
(Declaração sobre incompatibilidades, património e rendimentos) de que beneficiem ao tempo da sua eleição ou indicação para
Os membros da Comissão Nacional de Eleições estão sujeitos o cargo, exceptuada a incompatibilidade.
às obrigações de apresentarem ao Conselho Constitucional 2. Findo o mandato, os membros da Comissão Nacional
declarações sobre incompatibilidades, património e rendimentos de Eleições retomam automaticamente as funções que exerciam
nos mesmos termos aos legalmente estabelecidos para à data da posse, pelo que os respectivos lugares de proveniência
os dirigentes superiores do Estado. devem ser preenchidos interinamente.
12 DE MARÇO DE 2014 951

3. Os membros da Comissão Nacional de Eleições que, 2. A Comissão Nacional de Eleições funciona em plenário
à data da posse, se encontrem investidos na função pública por e em comissões de trabalho, podendo adoptar outras formas
contrato ou em comissão de serviço, têm o respectivo prazo de funcionamento.
suspenso durante o exercício das funções na Comissão Nacional 3. Os membros da Comissão Nacional de Eleições funcionam
de Eleições. em exclusividade às actividades eleitorais.
4. Durante o exercício das funções, os membros não
Artigo 38
perdem antiguidade nos respectivos empregos, nem podem ser
prejudicados nas promoções a que entretanto tenham adquirido (Quorum e tomada de decisões)
ou possam vir a adquirir com o decurso do tempo. 1. O plenário da Comissão Nacional de Eleição reúne-se
5. É aplicável aos membros da Comissão Nacional achando-se presentes, pelo menos, um terço dos seus membros.
de Eleições que sejam funcionários do Estado o regime 2. A Comissão Nacional de Eleições delibera achando-se
do exercício de funções em comissão de serviço. presentes mais de metade dos seus membros.
3. A Comissão Nacional de Eleições, em princípio, toma
CAPÍTULO III as suas decisões por consenso.
Previdência e aposentação 4. Na falta de consenso, as deliberações são tomadas por
maioria de votos dos seus membros.
Artigo 33
(Previdência) Artigo 39
Os membros da Comissão Nacional de Eleições beneficiam (Secretariado)
do regime de previdência social mais favorável aplicável 1. A Comissão Nacional de Eleições tem um Secretariado
aos membros dos órgãos do Estado. que lhe assegura o apoio técnico, administrativo, logístico
e protocolar.
Artigo 34 2. A Composição, organização e funcionamento do Secretariado
(Aposentação) são definidos em regulamento aprovado pela plenária da Comissão
Nacional de Eleições.
1. Qualquer que seja a sua idade, os membros da Comissão 3. O quadro permanente geral, comum e privativo, cujo pessoal
Nacional de Eleições podem requerer a aposentação voluntária é proveniente do concurso público de avaliação curricular,
por aquele cargo, independentemente da apresentação da junta é aprovado pelas entidades competentes do Governo, sob proposta
médica, nos cento e oitenta dias seguintes à cessação das da Comissão Nacional de Eleições.
funções, desde que tenham cumprido dois mandatos sucessivos
ou interpolados. Artigo 40
2. Salvo no caso de cessação de funções por incapacidade
permanente verificada nos termos da presente Lei, a aposentação (Provimento)
voluntária só pode ser requerida nos termos do número anterior, 1. O provimento do pessoal do Secretariado da Comissão
quando o subscritor tiver exercido o cargo de membro da Nacional de Eleições compete ao Presidente da Comissão
Comissão Nacional de Eleições até ao termo do respectivo Nacional de Eleições, ouvido o plenário do órgão.
mandato. 2. Dada a natureza e especificidades do seu trabalho,
3. A pensão de aposentação dos membros da Comissão os funcionários da Comissão Nacional de Eleições afectos
Nacional de Eleições é sempre calculada de acordo com o regime no Secretariado têm direito a bónus especiais a serem aprovados
estabelecido na lei dos dirigentes superiores do Estado, Lei pelas entidades competentes do Governo, sob proposta
n.º 4/90, de 26 de Setembro. da Comissão Nacional de Eleições.
4. Para efeitos do presente artigo, conta ainda por acumulação
para aposentação o tempo de serviço prestado ao Estado antes Artigo 41
do ingresso na Comissão Nacional de Eleições. (Comissões de trabalho)

Artigo 35 1. A Comissão Nacional de Eleições tem as seguintes


comissões de trabalho:
(Direitos adquiridos)
a) Comissão de organização e operações eleitorais;
Ficam salvaguardados todos os direitos adquiridos decorrentes b) Comissão de assuntos legais e deontológicos;
da aplicação da Lei n.º 4/90, de 26 de Setembro. c) Comissão de formação e educação cívica;
d) Comissão de administração e finanças;
Artigo 36 e) Comissão de relações internas e externas.
(Regime excepcional) 2. Cabe ao Plenário da Comissão Nacional de Eleições fixar
É aplicável aos membros da Comissão Nacional de Eleições as funções e competências das comissões de trabalho.
o regime excepcional previsto no n.º 1 do artigo 49 do Estatuto 3. No exercício das suas competências a Comissão Nacional
Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, aprovado pela Lei de Eleições cria outras comissões de trabalho, sempre que
n.º 14/2009, de 17 de Março, desde que tenha pelo menos as circunstâncias o exigem.
cumprido um mandato.
CAPÍTULO V
CAPÍTULO IV Órgãos de Apoio da Comissão Nacional de Eleições
Funcionamento Artigo 42
Artigo 37 (Órgãos de Apoio da Comissão Nacional de Eleições)
(Funcionamento) 1. São órgãos de apoio da Comissão Nacional de Eleições:
1. A Comissão Nacional de Eleições funciona de forma a) as comissões provinciais de eleições;
permanente. b) as comissões de eleições distritais e de cidade.
952 I SÉRIE — NÚMERO 21

2. As comissões provinciais de eleições entram em funcio- Artigo 45


namento até sessenta dias após a marcação da data de eleições
(Competências)
e encerram até sessenta dias após a divulgação dos resultados
eleitorais, mediante entrega de relatório final de actividades Compete às comissões de eleições provinciais, distritais
à Comissão Nacional de Eleições. ou de cidade:
3. As comissões de eleições distritais e de cidade entram a) supervisionar ao seu nível, o processo eleitoral e assegurar
em funcionamento até trinta dias após tomada de posse a observância da Constituição e das disposições
da comissão provincial de eleições e encerram até trinta dias da presente Lei durante a realização do recenseamento
após a divulgação dos resultados eleitorais, mediante a entrega eleitoral e sufrágio;
de relatório final de actividades à Comissão Nacional de Eleições. b) participar ao Ministério Público quaisquer actos de ilícito
eleitoral de que tome conhecimento;
Artigo 43 c) efectuar, nos termos da lei, o apuramento de votos,
aprovar e divulgar os resultados da votação ao seu
(Composição) nível, tratando-se de distrito ou cidade;
1. A Comissão Provincial de Eleições é composta por quinze d) receber as reclamações sobre o processo eleitoral
vogais, sendo um Presidente e dois Vice-Presidentes. e decidir no âmbito das suas competências;
2. A comissão de eleições distrital ou de cidade é composta e) encaminhar imediatamente os recursos interpostos
por quinze vogais, sendo um Presidente e dois Vice-Presidentes. à Comissão Nacional de Eleições;
3. É condição para ser membro dos órgãos de apoio f) remeter à Comissão Nacional de Eleições as actas e editais
da Comissão Nacional de Eleições a observância do disposto dos resultados eleitorais;
no n.º 2 do artigo 5 da presente Lei. g) assegurar a distribuição das cópias do edital e da acta
originais do apuramento de votos devidamente
Artigo 44 assinadas e carimbadas, nas mesas das assembleias
(Designação e posse) de voto aos delegados de candidaturas, dos partidos
políticos ou coligações de partidos;
1. Os membros das comissões de eleições provinciais, distritais
h) distribuir cópias do edital original de centralização
ou de cidade, respeitando o disposto no artigo 43 da presente Lei,
do apuramento provincial, distrital ou de cidade
são designados da seguinte forma:
devidamente assinadas e carimbadas, aos mandatários
a) três representantes da FRELIMO; de cada candidatura, partidos políticos ou coligações
b) dois representantes da RENAMO ; de partidos concorrentes;
c) um representante do MDM; i) entregar cópias do edital original do apuramento
d) nove membros da sociedade civil. de votos no respectivo escalão, devidamente assinadas
2. O presidente da comissão de eleições provincial, distrital e carimbadas, ao núcleo de observadores e jornalistas,
ou de cidade é eleito pelos seus pares de entre as personalidades quando solicitadas;
apresentadas pelas organizações da sociedade civil. j) mandar afixar as listas nominais das candidaturas
3. O presidente da comissão de eleições provincial, distrital aprovadas pela Comissão Nacional de Eleições na sede
ou de cidade é eleito por consenso. Não havendo consenso, das comissões provinciais, distritais ou de cidades, para
é eleito por maioria de votos dos membros efectivos, por conhecimento público;
escrutínio secreto. k) mandar afixar imediatamente as cópias dos editais com
4. Os membros das comissões de eleições provinciais tomam dados parciais apurados.
posse perante o Presidente da Comissão Nacional de Eleições 2. Compete ainda às comissões de eleições provinciais,
ou seu mandatário. distritais ou de cidades, a execução das deliberações, directivas
5. Os presidentes das comissões de eleições provinciais tomam
e instruções emanadas da Comissão Nacional de Eleições.
posse perante o Presidente da Comissão Nacional de Eleições
ou seu mandatário. Artigo 46
6. Os membros das comissões de eleições distritais
ou de cidade tomam posse perante o Presidente da Comissão (Direitos e regalias dos membros dos órgãos de apoio ao nível
Provincial de Eleições ou seu mandatário. provincial)
7. Os presidentes das comissões de eleições distritais 1. Os membros da comissão provincial de eleições têm direito
ou de cidade tomam posse perante o Presidente da Comissão a um subsídio mensal, nos seguintes termos:
Provincial de Eleições ou seu mandatário. a) ao Presidente é atribuído o subsídio igual ao vencimento
8. As propostas de candidaturas à eleição dos membros do Secretário Permanente Provincial;
das comissões de eleições provinciais, distritais ou de cidade b) aos Vice-Presidentes é lhes atribuído o subsídio igual
são apresentadas por organizações da sociedade civil legalmente ao vencimento de Director Provincial e Director
constituídas à Comissão Nacional de Eleições, tratando-se Provincial-Adjunto, respectivamente.
de candidatos a membros da Comissão Provincial de Eleições
e às comissões provinciais quando se trata de candidatos 2. Para além do subsídio mensal, os membros da comissão
a membros das comissões distritais ou de cidade, no prazo provincial de eleições têm direito a transporte em missão
de sete dias a contar da data da publicação do competente anúncio de serviço, cartão de identificação, assinado pelo respectivo
nos órgãos de comunicação social. Presidente, assistência médica e medicamentosa por conta
9. A verificação dos requisitos das candidaturas para membros do Estado, subsídio de funeral e constar da lista de precedência
das comissões de eleições provinciais e a sua designação é feita do Protocolo do Estado ao nível da província.
pelos membros da Comissão Nacional de Eleições. 3. O Presidente da comissão provincial de eleições ou de cidade
10. A verificação dos requisitos das candidaturas para com estatuto de província tem ainda direito a:
membros das comissões de eleições distritais ou de cidade e a sua a) cartão de identificação, assinado pelo Presidente
designação é feita pelas correspondentes comissões provinciais da Comissão Nacional de Eleições;
de eleições. b) segurança e protecção;
12 DE MARÇO DE 2014 953

c) viatura de afectação individual, durante o exercício 1A. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
da função; é dirigido por um Director-Geral, coadjuvado por dois Directores-
d) assistência médica e medicamentosa para si, cônjuge -Gerais Adjuntos designados pelos dois partidos mais votados
e dependentes a seu cargo; com assento na Assembleia da República.
e) viajar em classe executiva. 2. Ao Director-Geral do Secretariado Técnico da Administração
4. Fica o Governo em diploma adequado a tomar as provi- Eleitoral incumbe assegurar a preparação do expediente
dências financeiras e patrimoniais que se mostrarem necessárias a submeter, nos termos da lei, ao sancionamento do plenário
a instalação e ao normal funcionamento dos órgãos de apoio da Comissão Nacional de Eleições, bem como zelar pelo
da Comissão Nacional de Eleições. cumprimento das decisões tomadas por este órgão no exercício
das competências relativas à organização, orientação, direcção,
Artigo 47 coordenação, execução, condução, acompanhamento e fiscalização
(Direitos e regalias dos membros dos órgãos de apoio ao nível dos recenseamentos e actos eleitorais, em coordenação com
do distrito ou de cidade) os Directores-Gerais Adjuntos.
1. Os membros da Comissão de Eleições distrital ou de cidade 3. O Director-Geral do Secretariado Técnico da Administração
têm direito ao seguinte subsídio mensal: Eleitoral participa de forma permanente nas sessões plenárias
a) ao presidente é atribuído o subsídio igual ao vencimento da Comissão Nacional de Eleições, com direito ao uso da palavra,
do Secretário Permanente distrital; sem direito a voto.
b) ao vogal é atribuído o subsídio igual ao vencimento Artigo 51
de Director do Serviço Distrital.
2. Para além do subsídio mensal, os membros da comissão (Quadro do pessoal)
de eleições do distrito ou cidade têm direito a transporte em 1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
missão de serviço, cartão de identificação, assinado pelo é composto por um quadro permanente geral, comum e privativo,
presidente da comissão provincial de eleições, assistência médica com carreiras especiais, fixadas, nos termos do Estatuto Geral dos
e medicamentosa por conta do Estado, subsídio de funeral Funcionários e Agentes do Estado, cujo pessoal é proveniente
e constar da lista de precedência do Protocolo do Estado ao nível do concurso público de avaliação curricular e aprovado pela
do distrito ou de cidade. Comissão Nacional de Eleições, sob proposta do seu Director-
3. O presidente da comissão de eleições distrital ou de cidade -Geral, ouvidos os Directores-Gerais Adjuntos.
tem ainda direito a uma motorizada de afectação individual, 2. No período eleitoral, que vai da data da marcação do recen-
durante o exercício da função. seamento até à validação dos resultados eleitorais pelo Conselho
CAPÍTULO V Constituiconal, o quadro de pessoal do Secretariado Técnico
da Administração Eleitoral integra elementos tecnicamente
Secretariado Técnico da Administração Eleitoral habilitados, provenientes dos partidos políticos com assento
Artigo 48 na Assembleia da República.
(Definição) Artigo 52
1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral é um
(Atribuições)
serviço público personalizado para a administração eleitoral, com
representação ao nível provincial, distrital ou de cidade. São atribuições do Secretariado Técnico da Administração
2. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral organiza, Eleitoral:
executa e assegura as actividades técnico-administrativas a) elaborar a proposta do cronograma e do calendário
dos recenseamentos e processos eleitorais. eleitoral, uma vez marcada a data das eleições,
3. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral tem contendo as datas e a indicação dos actos sujeitos
estatuto, carreiras, quadro de pessoal, orçamento e património a prazo;
próprios. b) realizar o recenseamento eleitoral;
4. revogado. c) assegurar a produção, o transporte e a distribuição
de todo o material de recenseamento e de votação
Artigo 49 em tempo útil;
(Subordinação) d) cumprir e fazer cumprir os regulamentos, instruções
e directivas da Comissão Nacional de Eleições;
1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral e) cumprir e fazer cumprir os regulamentos, instruções
subordina-se à Comissão Nacional de Eleições, à qual presta
e directivas da Comissão Nacional de Eleições;
contas pela realização das suas atribuições, em todos os escalões.
f) recrutar e formar agentes eleitorais;
2. Para efeitos da presente Lei, subordinar significa sujeitar
g) assegurar o transporte e a distribuição de todo o material
e depender das orientações e decisões da Comissão Nacional
de recenseamento e votação em tempo útil;
de Eleições.
h) organizar, acompanhar, executar e controlar os processos
3. O Director-Geral do Secretariado Técnico da Administração
eleitorais;
Eleitoral despacha regularmente com o Presidente da Comissão
i) informar e emitir pareceres sobre matéria eleitoral;
Nacional de Eleições.
j) organizar as estatísticas eleitorais e efectuar estudos sobre
Artigo 50 processos eleitorais e garantir a sua publicação, após
a aprovação pela Comissão Nacional de Eleições;
(Direcção) k) elaborar a proposta do seu regulamento de funcionamento
1. O Director-Geral do Secretariado Técnico da Administração para aprovação da Comissão Nacional de Eleições;
Eleitoral é recrutado e seleccionado por concurso público l) desempenhar as demais funções que se situem na esfera
de avaliação curricular dirigido pela Comissão Nacional das suas atribuições e que lhe sejam determinadas
de Eleições e nomeado pelo respectivo Presidente. por lei.
954 I SÉRIE — NÚMERO 21

Artigo 53 as suas funções com idoneidade, independência, imparcialidade,


isenção, objectividade, competência e zelo.
(Competências do Director-Geral)
Compete ao Director-Geral: Artigo 55
a) representar o Secretariado Técnico da Administração (Incompatibilidades)
Eleitoral;
b) nomear, exonerar, demitir e dar posse aos directores São extensivas aos quadros e dirigentes do Secretariado
das áreas centrais, chefes dos departamentos e serviços Técnico da Administração Eleitoral as incompatibilidades fixadas
de apoio; para os membros da Comissão Nacional de Eleições ou dos seus
c) nomear, exonerar, demitir e dar posse aos directores órgãos de apoio.
provinciais e distritais, chefes dos departamentos
e repartições de apoio ao nível provincial, distrital Artigo 56
e de cidade, podendo delegar a respectiva competência (Estrutura do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
aos quadros do Secretariado Técnico da Administração a nível central)
Eleitoral ao nível central e local;
1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral tem
d) superintender as actividades das diferentes direcções que
a seguinte estrutura, a nível central:
compõem o Secretariado Técnico da Administração
a) Direcção-Geral;
Eleitoral;
e) assegurar as relações do Secretariado Técnico b) Direcção Nacional de Organização e Operações
da Administração Eleitoral com outros serviços Eleitorais;
públicos ou privados, nacionais e estrangeiros, c) Direcção Nacional de Formação e Educação Cívica;
podendo corresponder-se com as autoridades judiciais d) Direcção de Administração e Finanças;
e administrativas; e) Gabinete Jurídico;
f) exercer os poderes gerais de administração; f) Gabinete de Comunicação e Imagem;
g) superintender os poderes gerais de gestão e administração; g) Departamentos;
h) despachar todos os assuntos que caibam no âmbito das h) Repartições.
atribuições do Secretariado Técnico da Administração 2. Nos períodos eleitorais, o Secretariado Técnico
Eleitoral; da Administração Eleitoral a nível central integra seis Directores
i) despachar regularmente com o Presidente da Comissão Nacionais Adjuntos indicados da seguinte forma:
Nacional de Eleições em matéria administrativa da sua
a) três pela FRELIMO;
esfera de competência;
j) submeter à aprovação da Comissão Nacional a) dois pela RENAMO;
de Eleições o Regulamento Interno de Funcionamento b) um pelo MDM.
do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral; 3. Nos períodos eleitorais o Secretariado Técnico
k) zelar pelo cumprimento das decisões tomadas pela de Administração Eleitoral integra, ainda, dezoito técnicos
Comissão Nacional de Eleições no exercício provenientes dos partidos políticos com assento na Assembleia
das competências relativas à organização, direcção, da República, indicados da seguinte forma:
coordenação, execução e condução do recenseamento a) nove pela FRELIMO;
e dos actos eleitorais; b) oito pela RENAMO;
l) assegurar a preparação do expediente a submeter
c) um pelo MDM.
nos termos da lei ao sancionamento do plenário
da Comissão Nacional de Eleições; Artigo 57
m) submeter à aprovação da Comissão Nacional
de Eleições a proposta do quadro de pessoal (Estrutura do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
do Secretariado Técnico da Administração a nível provincial)
Eleitoral. 1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral tem
a seguinte estrutura, a nível provincial:
Artigo 53A
a) Direcção Provincial;
(Competências dos Directores-Gerais Adjunto) b) Departamento de Organização e Operações Eleitorais;
1. Compete aos Directores-Gerais Adjuntos: c) Departamento de Formação e Educação Cívica;
a) coadjuvar o Director-Geral no exercício das suas funções; d) Departamento de Administração e Finanças;
b) substituir o Director-Geral nas suas ausências e impe- e) Gabinete de Comunicação e Imagem;
dimentos; f) Repartições.
c) dar andamento aos assuntos correntes da direcção que 2. Nos períodos eleitorais, o Secretariado Técnico
se situe na esfera da sua competência. de Administração Eleitoral, a nível provincial, compreende
2. O disposto no número anterior é aplicável ao Secretariado a existência do director-provincial, dois directores-provinciais
Técnico de Administração de Eleições ao nível da província, adjuntos, três chefes de departamentos e seis chefes
do distrito ou de cidade. de departamentos adjuntos, indicados pelos partidos políticos
Artigo 54 com assento na Assembleia da República, designados da seguinte
(Requisitos) forma:
Podem pertencer ao quadro orgânico do Secretariado Técnico a) três pela FRELIMO;
da Administração Eleitoral, cidadãos moçambicanos, maiores b) dois pela RENAMO;
de idade, de reconhecido mérito moral e profissional para exercer c) um pelo MDM.
12 DE MARÇO DE 2014 955

3. Nos períodos eleitorais o Secretariado Técnico 4. No Secretariado Técnico da Administração Eleitoral


de Administração Eleitoral integra seis técnicos provenientes funcionam colectivos de trabalho aos mais diversos níveis, com
dos partidos políticos com assento na Assembleia da República, função de analisar e dar parecer sobre a actividade de cada área,
indicados da seguinte forma: ou da instituição no seu todo.
a) três pela FRELIMO; 5. Os colectivos são orientados pelo dirigente da área
b) dois pela RENAMO; respectiva ou por quem o Director-Geral do Secretariado Técnico
da Administração Eleitoral delegar.
c) um pelo MDM.
Artigo 61
Artigo 58
(Orçamento)
(Estrutura do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral
a nível distrital ou de cidade) Os encargos com a organização e funcionamento da Comissão
Nacional de Eleições são cobertos pelo Orçamento do Estado.
1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral tem
a seguinte estrutura, a nível distrital ou de cidade: Artigo 62
a) Direcção distrital ou de cidade; (Direito a subsídio)
b) Sector de Organização e Operações Eleitorais;
Os membros das comissões de eleições provinciais, distritais
c) Sector de Formação e Educação Cívica;
ou de cidade, durante os períodos de funcionamento têm direito
d) Sector de Administração e Finanças.
a um subsídio, coberto pelo Orçamento do Estado.
2. Nos períodos eleitorais, o Secretariado Técnico
de Administração Eleitoral, a nível distrital ou de cidade, Artigo 63
compreende a existência do director-distrital ou de cidade, dois (Instalações)
directores-distritais ou de cidade adjuntos, três chefes de sectores
Compete ao Governo providenciar instalações para o funcio-
e seis chefes de sectores adjuntos, indicados pelos partidos
namento dos órgãos de administração e gestão eleitoral.
políticos com assento na Assembleia da República, designados
Artigo 64
da seguinte forma:
(Dever de colaboração)
a) três pela FRELIMO;
b) dois pela RENAMO; Os órgãos e agentes de Administração Pública, partidos
c) um pelo MDM. políticos, coligações de partidos, entidades privadas e grupos
de cidadãos eleitores proponentes prestam à Comissão Nacional
3. Nos períodos eleitorais o Secretariado Técnico
de Eleições a colaboração e o apoio necessários ao eficaz e pronto
de Administração Eleitoral integra seis técnicos provenientes
desempenho das suas competências.
dos partidos políticos com assento na Assembleia da República,
indicados da seguinte forma: Artigo 65
a) três pela FRELIMO; (Símbolos da Comissão Nacional de Eleições)
b) dois pela RENAMO;
1. São símbolos da Comissão Nacional de Eleições:
c) um pelo MDM.
a) a Bandeira;
Artigo 59 b) o Emblema.
(Prerrogativa) 2. CNE é a sigla da Comissão Nacional de Eleições.
3. No quadro da simbologia do Estado, compete à Comissão
No exercício das suas competências, o Secretariado Técnico
Nacional de Eleições aprovar os respectivos símbolos, bem como
da Administração Eleitoral pode criar outras estruturas, mediante o lema e as palavras de ordem relativas aos actos de jurisdição.
prévia aprovação da Comissão Nacional de Eleições, assegurada
a necessária cobertura orçamental. Artigo 66
CAPÍTULO VI (Sede)
A sede da Comissão Nacional de Eleições fica situada
Funcionamento
na Capital do País, podendo, no entanto, o órgão reunir em
Artigo 60 qualquer ponto do país.
(Colectivos do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral)
Artigo 66A
1. O Conselho Consultivo do Secretariado Técnico da
(Funcionamento da Comissão Nacional de Eleições e seus órgãos
Administração Eleitoral é dirigido pelo Director-Geral, com a
de apoio)
função de programar e efectuar o balanço periódico das actividade
e gestão do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral. 1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições,
2. O Conselho Consultivo tem a seguinte composição: das comissões provinciais e das comissões distritais
ou de cidade indicados pelos partidos políticos e os provenientes
a) Director-Geral;
das organizações da sociedade civil mantém-se em exercício até
a1) Directores-Gerais Adjuntos; ao fim dos seus respectivos mandatos.
b) Directores Nacionais; 2. Os membros da Comissão Nacional de Eleições
b1) Directores Nacionais-adjuntos. provenientes dos Conselhos Superiores das Magistraturas Judicial
3. O Director-Geral, em função da agenda, pode convidar e do Ministério Público cessam funções com a tomada de posse
outros quadros. dos membros designados nos termos da presente Lei.
956 I SÉRIE — NÚMERO 21

Artigo 66B Artigo 69


(Eleição dos membros provenientes das organizações (Direito subsidiário)
da sociedade civil) Em tudo o que se refira a matéria administrativa e disciplinar
Para os termos da presente Lei, a Assembleia da República que não estiver especialmente previsto na presente Lei, adopta-
elege quatro membros provenientes das organizações da socie- -se o regime aplicável aos dirigentes superiores do Estado
dade civil. e da função pública, conforme os casos.
CAPÍTULO VII Artigo 70
Disposições finais (Revogação)
Artigo 67 É revogada a Lei n.º 8/2007, de 26 de Fevereiro, e demais
(Divulgação nos órgãos de comunicação social)
legislação que contrarie o disposto na presente Lei.
As deliberações e outros actos da Comissão Nacional Artigo 71
de Eleições são de divulgação e publicação gratuita na Imprensa
(Entrada em vigor)
Nacional e nos órgãos de comunicação social do sector público.
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.
Artigo 68 Aprovada pela Assembleia da República, aos 14
de Dezembro de 2012.
(Sítio na internet)
A Presidente da Assembleia da República, Verónica Nataniel
A Comissão Nacional de Eleições tem um espaço no portal Macamo Dlhovo.
do Governo, sítio da Internet onde são, nomeadamente publicados
os dados da sua actividade, deliberações, resoluções, estudos, Promulgada aos 22 de Fevereiro de 2013.
dados do recenseamento e votação e outros que devam ser Publique-se.
do conhecimento público. O Presidente da República, Armando Emílio Guebuza.

Preço — 38,50 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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