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BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Lei n.o 14/97:
Define o regime jurídico da fiscalização sucessiva das
A V I S O despesas públicas, no que concerne à Conta Geral do
Estado e às contas de gerência dos serviços e orga-
nismos sujeitos à jurisdição e controlo financeiro do
A materia a publicar no «Boletim da República» deva Tribunal Administrativo.
ter remetida em cópia devidamente autenticada, uma
por cada assunto, donde conste, além das indicações Lei n.° 15/97:
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, Estabelece princípios, regras e normas de enquadra-
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim mento do Orçamento do Estado e da Conta Geral do
da República». Estado.
Lei n.° 16/97:
Aprova o Regimento da organização, funcionamento e
processo da 3.a Secção do Tribunal Administrativo.
SUMÁRIO
Presidência da República:
Despacho Presidencial n.° 10/97: PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA
Nomeia Daniel Eduardo Mondlane para o cargo de
Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Despacho Presidencial n.° 10/97
República de Moçambique junto da República Árabe
do Egipto. de 10 de Julho
Despacho Presidencial n.° 11/97: No uso das competências que me são conferidas pela
Nomeia Gregório Elton Paulo Ling'Ande para o cargo alínea c) do artigo 123 da Constituição da República,
de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da nomeio Daniel Eduardo Mondlane para o cargo de Em-
República de Moçambique junto da Federação da baixador Extraordinário e Plenipotenciário da República
Rússia.
de Moçambique junto da República Árabe do Egipto.
Despacho Presidencial n.° 12/97:
Nomeia Francisco Elias Paulo Cigarro para o cargo de Publique-se.
Alto Comissário da República de Moçambique junto
da República do Quénia. O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO
Despacho Presidencial n.° 14/97: No uso das competências que me são conferidas pela
Nomeia António Correia Fernandes Sumbana para o alínea c) do artigo 123 da Constituição da República,
cargo de Alto Comissário da República de Moçambi- nomeio Gregório Elton Paulo Ling'Ande para o cargo de
que junto da República de Botswana. Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Repú-
Assembleia da República: blica de Moçambique junto da Federação da Rússia.
Lei n.o 13/97: Publique-se.
Estabelece o regime jurídico da fiscalização prévia
das despesas públicas. O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO
Despacho Presidencial n.° 12/97 ARTIGO 2
de 10 de Julho (Âmbito subjectivo da fiscalização prévia)
No uso das competências que me são conferidas pela Estão sujeitos à fiscalização prévia do Tribunal Admi-
alínea c) do artigo 123 da Constituição da República, nistrativo:
nomeio Francisco Elias Paulo Cigarro para o cargo de a) o Estado e outras entidades públicas, designada-
Alto Comissário da República de Moçambique junto da mente os serviços e organismos inseridos no
República do Quénia. âmbito da Administração Pública Central, Pro-
vincial e Local, incluindo os dotadas de auto-
Publique-se. nomia administrativa e ou financeira e perso-
O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO
nalidade jurídica;
b) as autarquias locais;
c) outras entidades que a lei determinar.
Despacho Presidencial n.° 13/97 ARTIGO 3
Sob pena de extemporaneidade, os documentos compro- Visando definir o regime jurídico da fiscalização suces-
vativos dos requisitos de habilitação a qualquer concurso siva das despesas públicas, no que concerne à Conta Geral
devem ser entregues até ao último dia do prazo para a do Estado e às contas de gerência dos serviços e organismos
apresentação de candidaturas. sujeitos à jurisdição e controlo financeiros do Tribunal
Administrativo, complementando a Lei n.° 5/92, de 6 de
ARTIGO 2 0
Maio, sobre esta matéria, cabe proceder-se à respectiva
(Documentos em língua estrangeira) formalização legal.
Os documentos passados em língua estrangeira, para Assim, nos termos do n.° 1 do artigo 135 da Constitui-
serem válidos perante o Tribunal Administrativo, de- ção, a Assembleia da República determina:
vem ser traduzidos para a língua oficial do país e auten-
ticados por autoridade nacional competente. ARTIGO 1
(Âmbito da fiscalização sucessiva)
ARTIGO 2 1
(Autenticação de documentos e instrução dos processos) Estão sujeitos à prestação de contas os recebedores,
tesoureiros, exactores e demais responsáveis pela cobrança,
1. Os documentos sujeitos a visto do Tribunal Adminis-
guarda ou administração de dinheiros públicos, bem como
trativo devem ser autenticados com o selo branco ou
os responsáveis, de direito ou de facto, pela gestão das
carimbo do respectivo serviço.
entidades sujeitas ã jurisdição e controlo financeiros do
2. Os processos são sempre instruídos em duplicado, Tribunal Administrativo, qualquer que seja o grau da sua
que devem ser mantido em arquivo pelo Tribunal. autonomia, ainda que as suas despesas sejam parcial ou
ARTIGO 2 2
totalmente cobertas por receitas próprias ou que, umas e
outras, não constem do Orçamento do Estado.
(Falsidade de documentos ou declarações)
São susceptíveis de apensação as contas de gerência em O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO.
que se detectem infracções financeiras continuadas, impu-
táveis aos mesmos agentes, ou em que os elementos inte-
grantes da gerência sejam os mesmos. Lei n.° 15/97
de 10 de Julho
ARTIGO 17
(Identificação dos responsáveis pelas infracções) Convindo estabelecer, numa só lei, os princípios básicos
que norteiam a elaboração, gestão, execução, controlo
1. As contas de gerência que enfermem de irregularida- c fiscalização do Orçamento do Estado e da Conta Geral
des financeiras que, simultaneamente, constituam crimes do Estado, ao abrigo do disposto no n.° 1 do artigo 135
previstos e punidos pela Lei Penal, em cujo âmbito os da Constituição, a Assembleia da República determina:
autores estejam perfeitamente identificados, por sentença
penal transitada em julgado, devem ser objecto de quita-
ção, se os responsáveis pela gerência forem estranhos aos TITULO I
factos e as contas não padecerem de outras irregularidades
que a isso obstem. Objectivo da Lei
2. De igual modo, são susceptíveis de arquivamento as
contas em cujo âmbito decisão penal conclua pelo arqui- CAPÍTULO I
vamento do processo-crime, por impossibilidade de impu-
tação dos factos criminosos ou de identificação dos seus Objectivo da Lei
autores materiais, inexistindo igualmente culpa dos respon- ARTIGO 1
sáveis pela gerência. (Objectivo)
3. Nas circunstâncias previstas nos n.os 1 e 2, deve abo-
nar-se aos responsáveis pela conta os dinheiros e outros A presente Lei tem por objectivo o estabelecimento de
valores em falta e procedesse ao ajustamento daquela, princípios, regras e normas referentes ao Orçamento do
por forma a reflectir essa mesma realidade. Estado e à Conta Geral do Estado.
ARTIGO 18
TITULO II
(Efectivação de responsabilidade)
Orçamento do Estado
A responsabilidade financeira é efectivada pelo tribunal
competente para as execuções fiscais, podendo ser garan-
tida através de arresto contra os responsáveis por dinhei- CAPITULO I
A presente Lei entra em vigor seis meses após a sua O Orçamento do Estado aplica-se a todo o território
publicação. nacional e às missões ou delegações do país no exterior.
CAPÍTULO II ARTIGO 12
(Publicidade)
Princípios e regras orçamentais
ARTIGO 5 1. Sem prejuízo de outros meios de divulgação, o
(Princípios e regras para a preparação do Orçamento do Estado) Orçamento do Estado é publicado no Boletim da República.
2. Para o efeito do disposto no número anterior é
Na preparação do Orçamento do Estado, devem ser matéria de publicação:
observados os princípios e regras orçamentais seguintes:
a) a Lei Orçamental;
a) anualidade;
b) a tabela de receita;
b) unidade e universalidade;
c) não consignação; c) a tabela de despesa.
d) especificação;
e) orçamento bruto; 3. São objectos de separata orçamental os documentos
f) equilíbrio; descritos no número anterior e as demais informações
g) publicidade. económicas e financeiras julgadas pertinentes.
ARTIGO 6
(Anualidade) CAPITULO III
1. Nos anexos informativos apresentados pelo Governo 1. A presente Lei entra em vigor a partir de 1 de
constam: Janeiro de 1998.
a) financiamento global do Orçamento do Estado, 2. Até a entrada em vigor da presente Lei, o Governo
com discriminação da situação das principais deve criar as condições necessárias e adequadas para a
fontes de financiamento; sua aplicação.
b) resumos das receitas, despesas e saldos por cada
instituição autónoma, empresa pública e au- Aprovada pela Assembleia da República aos 30
tarquia. de Abril de 1997.
ARTIGO 2 6 ARTIGO 3 4
1. Compete ao juiz relator dirigir a instrução dos pro- É permitida a constituição de advogado salvo, em
cessos e a sua preparação para julgamento. primeira instância, nos processos de visto e de contas.
2. Das decisões proferidas nesse âmbito cabe sempre
reclamação, sem efeito suspensivo. ARTIGO 3 5
(Trânsito em juigado)
ARTIGO 2 7
Tribunal aprecia livremente essa conduta, para efeitos Dos processos de visto
probatórios, sem prejuízo de eventual instauração de pro- ARTIGO 3 8
cesso de multa e da comunicação às entidades competentes
(Distribuição dos processos de visto)
para o apuramento de responsabilidades.
2. A multa a arbitrar, pela falta referida anteriormente, Os processos de visto entrados são distribuídos ao juiz
conforme as circunstâncias a ponderar pelo Tribunal, não de semana, devidamente informados pela contadoria, até
deverá ser inferior a 1/3 do vencimento do responsável ao primeiro dia útil da semana seguinte ao registo de
pelo seu pagamento, a identificar no respectivo processo. entrada.
ARTIGO 3 9
ARTIGO 3 0 (Sequência da instrução dos processos)
(Execução de decisões condenatórias)
1. A instrução dos processos faz-se pela ordem de
As decisões condenatórias devem ser executadas, quando registo de entrada, salvo nos casos de urgência.
for caso disso, no prazo de trinta dias após notificação 2. Por iniciativa própria ou a requerimento de qualquer
correndo trâmites nos tribunais competentes para as exe- entidade, ou juízes podem declarar a urgência de qualquer
cuções fiscais. processo, mediante despacho fundamentado.
ARTIGO 3 1
(Provas) ARTIGO 4 0
SECÇÃO IV
1. O procedimento judicial prescreve no prazo de dez
anos a contar do termo da gerência em que os factos
Do processo de multa
ocorreram.
ARTIGO 4 6 2. A multa e os emolumentos em dívida prescrevem no
(Âmbito de aplicação) prazo de cinco anos a contar do trânsito em julgado do
As normas da presente secção são aplicáveis ao julga- acórdão.
mento de todas as infracções puníveis com multa, cujo 3. O prazo de prescrição previsto no número anterior
conhecimento seja da competência do Tribunal Adminis- é aplicável à reposição de dinheiros recebidos a mais ou
trativo. indevidamente.
4. A prescrição prevista no n.° 3 recai apenas sobre
ARTIGO 4 7
quem beneficiou do pagamento.
(Instauração do processo)
1. O processo de multa é instaurado com base em des- ARTIGO 5 5
pacho proferido em qualquer processo, informação da se- (Responsabilidade financeira cumulativa)
cretaria ou denúncia. A condenação em processo de multa não isenta o infrac-
2. A denúncia é obrigatória para os funcionários e tor da responsabilidade financeira eventualmente decor-
agentes das entidades sujeitas ao controlo do Tribunal rente dos mesmos factos.
quanto aos factos de que tomarem conhecimento no
exercício das suas funções ou por causa delas. SECÇÃO v
Dos outros processos
ARTIGO 4 8
(Intervenção do Ministério Público)
Das disposições comuns
Distribuído e autuado o processo, é dado visto oficiosa- ARTIGO 5 6
mente ao Ministério Público que pode requerer o que ti-
ver por conveniente, no prazo de oito dias. (Regime aplicável)
As disposições relativas aos processos de contas ou de
ARTIGO 4 9
multa são aplicáveis, com as necessárias adaptações, no-
(Citação) meadamente aos seguintes processos:
Logo que o processo contenha elementos paca permitir a) averiguações, inquéritos e auditorias;
apurar a existência da infracção, qual o seu autor e em b) declaração de impossibilidade de julgamento;
c) fixação do débito dos responsáveis que não hajam e) os que forem condenados em processo de multa;
apresentado contas; f) as entidades competentes para praticar o acto ou
d) condenação em reposição; outorgar no contrato objecto de visto.
e) reforma de processo;
f) embargos à execução de decisão; 2. O funcionário, agente interessado ou pretenso bene-
g) extinção de fianças, cauções e mais garantias exi- ficiário do acto a que tenha sido recusado o visto pode
gíveis aos responsáveis por dinheiros públicos. requerer a interposição de recurso à entidade com compe-
tência para a prática do acto no prazo de dez dias.
CAPITULO VI 3. O funcionário, agente interessado ou pretenso bene-
ficiário do acto a que tenha sido recusado o visto, não
Dos recursos
fica impedido de interposição directa do recurso, se a
SECÇÃO I entidade referida no número anterior não o fizer no prazo
de dez dias a contar da data da entrega do seu pedido.
Dos recursos
SUBSECÇÃO I ARTIGO 6 4
A decisão final é notificada ao recorrente e a todos os 1. Compete aos serviços de apoio à 3.a Secção prestar
que tenham sido notificados para os termos do processo. todo o apoio técnico administrativo e, designadamente,
informar oficiosamente os actos, contratos e mais instru-
SUBSECÇÃO II mentos sujeitos à fiscalização do Tribunal e organizar os
Dos recursos de revisão respectivos processos,
2. Para os efeitos do número anterior, podem os servi-
ARTIGO 7 0 ços solicitar os elementos indispensáveis.
(Fundamentos da revisão)
ARTIGO 7 4
As decisões transitadas em julgado podem ser objecto (Secretariado das sessões)
de revisão pelos fundamentos admitidos na Lei do Processo
Civil e ainda quando supervenientemente se revelem fac- 1. As sessões são secretariadas pelo Secretário do 3.°
tos susceptíveis de originar responsabilidade financeira Cartório, sem prejuízo das demais funções que lhe estão
que não tenham sido apreciados para o efeito. legalmente cometidas.
2. Nas sessões do Tribunal, o secretário poderá intervir
ARTIGO 7 1 para prestar quaisquer informações que lhe sejam solicita-
(Prazos de interposição do recurso de revisão) das pelos juízes ou pelo Ministério Público.
A interposição do recurso de revisão da decisão que SECÇÃO II
concedeu o visto apenas é possível durante o prazo em Das sessões
que o acto ou contrato pode ser impugnado no contencio-
ARTIGO 75
so administrativo.
(Discussão e aprovação)
CAPÍTULO VII
1. Os julgamentos em sessão iniciam-se com a leitura
Dos serviços de apoio do projecto de decisão, após o que se procede à respecti-
SECÇÃO I va discussão e aprovação.
Da organização e funcionamento 2. Na discussão participam o representante do Ministé-
rio Público e os juízes.
ARTIGO 7 2
(Apoio técnico e administrativo) ARTIGO 7 6
a (Acta)
No âmbito das suas atribuições e competência, a 3.
Secção do Tribunal Administrativo é apoiada técnica e De tudo o que ocorrer nas sessões é lavrada acta pelo
administrativamente por serviços, cuja estrutura orgânica, Secretário da 3.a Secção, a qual é submetida à aprovação
competência, quadro de pessoal e funcionamento são objec- na reunião seguinte, se o não tiver sido na própria reu-
to de diploma legal específico. nião a que se reporta.