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08/05/2020 8 princípios da Gestalt para criar bons conteúdos visuais - Whitecom

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8 princípios da Gestalt para você


criar bons conteúdos visuais
por H E L D E R M E N D E S

..Antes de estudarmos os princípios da Gestalt, nos deparamos com perguntas como estas:

Como criar um infográfico que desperte olhares e envolva o leitor?


Quais os melhores formatos e cores para call’s to action em um e-mail marketing?
Quando usar imagens ou vetores em uma peça gráfica?
O que chama mais atenção: tipografias rebuscadas ou simples sem serifa?

Não há uma resposta absoluta para as perguntas acima. Porém, como um profissional da área do
design (https://whitecom.com.br/publicidade-e-design/), publicidade e propaganda
(https://whitecom.com.br/publicidade-e-design/) ou marketing digital
(https://whitecom.com.br/marketing-digital/), é essencial que todas as criações sejam visualmente

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funcionais para o receptor da mensagem. Para isso, aplicamos técnicas de percepção e emoção, que
têm como resultado uma abordagem mais clara e eficaz. Essas técnicas foram fundadas a partir de
análises de padrões de comportamento e interpretação naturais do nosso cérebro. São também a
essência das leis ou princípios da Gestalt.

O que é Gestalt?

Se você estuda ou estudou psicologia, comunicação, design ou arquitetura, com certeza já se deparou
e até aprofundou seus conhecimentos sobre Gestalt. A Gestalt é uma teoria fundada pelo psicólogo
Max Wertheimer (http://encenasaudemental.net/personagens/max-wertheimer/) como uma pesquisa
de orientação, compreensão e interpretação da nossa visão e da forma como enxergamos as coisas.

Como nosso cérebro utiliza parâmetros de leitura visual, ao enxergarmos um composto de elementos
(sejam eles objetos, pessoas, paisagens, animais ou textos), a tendência é agrupar características que
sejam semelhantes, de forma que sua interpretação seja a mais rápida possível. Logo, quanto mais
complexo for o item, menos os detalhes vão ser processados a princípio. Um exemplo clássico é tentar
escutar a nota de uma canção e comparar com a melodia inteira. Observe a imagem abaixo:

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Se a primeira definição que lhe veio à cabeça foi uma máquina de escrever, e não um conjunto de
teclas, engrenagens, peças de metal e papel, você está pensando como a Gestalt afirma.

Segundo a Gestalt, ao observarmos um objeto, primeiro o compreendemos como um todo, antes de


notar seus elementos separadamente. De todos os princípios da Gestalt, essa é premissa básica da
teoria, a Lei da Pregnância, que veremos mais à frente.

Há oito princípios da Gestalt que são essenciais na área da criação e que estão presentes no
cotidiano. Você pode até mesmo notá-los em seu meio, ou aplicá-los sem ter ideia do que representam
ou quais suas definições.

Princípio 1: Lei da Pregnância (ou boa forma)

Como já falamos no tópico acima, a Gestalt afirma que sempre compreendemos o todo de um
composto visual, antes de aprofundar nos seus detalhes. Dentro do compilado, há elementos que seu
cérebro consegue destrinchar com rapidez e outros mais complexos que você não associa tão
rapidamente.

O nível de facilidade com que identificamos e compreendemos visualmente uma peça é mensurado
através da pregnância. Dado esse fato, a pregnância de um objeto é que vai definir o quão rápido ele
é percebido e assimilado, e também a eficiência da comunicação da mensagem para com o receptor.

Observe o anúncio da Lego:

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Rápido e intuitivo: primeiro você enxerga 5 conjuntos de blocos, depois processa as cores. Com um
pouco de raciocínio, já está imaginando os personagens dos Simpsons, como o anúncio pede:
“imagine”. A peça acima tem alta pregnância.

Agora este anúncio da Gazeta Mercantil:

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São vários elementos contidos na peça. O que traduz a composição é a frase logo abaixo: “Entenda o
valor real do dinheiro”. A moeda retratada acima é o Yen e o arranjo de elementos retrata parte do
contexto do Japão. Por conter inúmeros elementos em conflito e por necessitar de mais tempo de
compreensão para digerir o anúncio, essa peça é de menor pregnância, porém de fácil interpretação.

Sendo assim, até mesmo uma peça de pouca pregnância pode atingir o seu objetivo, se utilizada com
propriedade para que o público selecionado capte a mensagem. Para o resultado eficiente na
mensagem, o designer precisa pensar na questão estrutural da peça como um todo, se sua
interpretação realmente faz sentido ao juntar todas as partes da composição.

Princípio 2: Lei da Unidade

Complementando a lei da pregnância, temos a unidade, que pode ser traduzida por um elemento
identificado de acordo com suas características como a parte irredutível em um compilado, seja por
sua cor, forma, ou dimensão. É muito comum que os elementos únicos se combinem em função de
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uma unidade maior, tornando-se assim subunidades.

Como segunda lei dos princípios da Gestalt, a lei da unidade é essencial na criação, pois se faz
presente na organização e disposição de elementos, permitindo composições originais e criativas a
partir de unidades já existentes.

Marca da Adidas, feita em uma combinação de faixas retangulares cortadas

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Anúncio da Heinz utilizando pedaços de tomate para compor o formato de uma garrafa de ketchup
tradicional. A proposta do anúncio é evidenciar o frescor e a saúde que o tomate puro sem
conservantes traz consigo.

Princípio 3: Lei da Segregação

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A terceira lei dos princípios da Gestalt dita que nosso cérebro tem a capacidade de diferenciar ou
evidenciar objetos, ainda que sobrepostos. Isso se deve à variação de forma e estética que um
elemento tem em comparação com outro. Desse modo, os estímulos visuais de cada unidade também
são diferentes. A segregação ocorre de várias maneiras: pontos, linhas, planos, volumes, sombras,
brilhos, texturas, relevos, entre outras formas.
No campo do design é sempre bom estar atento aos contrastes de elementos. O contraste permite
uma melhor leitura visual e entendimento do fluxo da mensagem pelo público. A segregação ainda
trabalha na questão da hierarquia de importância dos objetos. É possível dar maior peso a uma parte
da mensagem em relação à outra.

Anúncio do MC Donald’s, que realiza um jogo de interpretação ao substituir os ingredientes do


sanduíche por livros de culinária

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Anúncio da Land Rover, destacando hipopótamos e o carro Freelander ao fundo, ambos dentro da
água.

Princípio 4: Lei da Proximidade

De acordo com a Gestalt, elementos muito próximos uns dos outros, se encaixando harmoniosamente,
são processados em nosso cérebro como elementos conjuntos, ou unidades. É o princípio da
proximidade. Além disso, se tais elementos são semelhantes reforçam ainda mais nosso cérebro para
a leitura de um só objeto.

Os designers utilizam muito o princípio na criação de identidades visuais, principalmente em


tipografias e elementos que, em tese, seriam comuns, mas com um recurso simples se tornam vários
elementos. O resultado geralmente se torna uma unidade sólida e criativa.

IBM: listras presas em silhuetas formam o logotipo da empresa.

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O símbolo em forma de U da Unilever. Um exemplo de elementos diferentes mas harmoniosos entre si


pela proximidade.

O logo da NBC é formado por 6 formas coloridas em proximidade; nos espaços vazados forma-se a
silhueta de um pavão.

Princípio 5: Lei da Semelhança

Elementos semelhantes em cor ou forma tendem a ser agrupados pelo cérebro em uma só unidade.
Isso faz com que objetos aproximados, apenas com uma característica semelhante, se unam aos olhos
do leitor. É a quinta lei da Gestalt, a semelhança.

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Em um emaranhado de objetos, se o criativo deseja que o receptor da mensagem identifique grupos


de elementos mais facilmente, ele deve prezar pela igualdade de tons e formatos entre as unidades. A
semelhança é também utilizada para criar formas a partir de outras formas.

Anúncio da Shootz Cafe & BillIards, no qual dois grupos de bolas de sinuca de cores semelhantes se
agrupam para formar uma nova composição.

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Anúncio de Natal da Nespresso, que utiliza xícaras de café para formar uma árvore natalina.

Princípio 6: Lei da Unificação

Um objeto formado por várias unidades pode ser harmoniosamente simétrico ou não. Quando ocorre
um peso igual de pregnância, proximidade, unidade e semelhança entre objetos de um mesmo
composto, podemos dizer que há uma unificação perfeita. Assim como a lei da segregação, existem
níveis de classificação que variam de uma pior ou melhor organização de forma.

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Um exemplo de unificação perfeita são as mandalas, que utilizam na proporção balanceada dois
princípios da Gestalt – semelhança e proximidade – para criar composições simétricas e agradáveis. 

Composições da Mercedes Benz, onde há duas unificações diferentes percebidas. Cada uma separa o
lado emocional e racional do nosso cérebro. Cria-se assim duas unidades.

Princípio 7: Lei da Continuidade

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A sétima lei dos princípios da Gestalt, a lei da continuidade diz respeito à maneira como a percepção
do fluxo e sequência dos elementos funciona em nosso cérebro. Trata-se da tendência dos objetos em
seguir uma linha de fluidez visual gradativa. Isso é feito através de formas, linhas, cores, profundidade,
planos, etc. Se você enxerga elementos em uma composição de modo ininterrupto, essa peça tem uma
boa continuidade.

A prioridade da continuidade é estabelecer sempre a melhor forma possível aos olhos. Há inúmeros
exemplos concretos de aplicação da lei da continuidade: a  arquitetura de edifícios, escala de cores,
estradas, diagramação de textos em revistas e livros.

Estádios de futebol são um ótimo exemplo de continuidade. O Mineirão repete as formas e linhas de
maneira sequencial em todo o seu contorno.

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O anúncio da FedEx mostra sequencialmente o movimento de despacho e recebimento de um produto


por meio da empresa.

Princípio 8: Lei do Fechamento

O último, porém um dos mais interessantes princípios da Gestalt. O fechamento estabelece que o


nosso cérebro tem a inclinação de fechar ou concluir formas que vemos inacabadas ou abertas. Isso
se deve a padrões sensoriais e de ordem espacial que temos em nossa mente.

Ou seja, ao se guiar pela continuidade de uma forma, prevemos toda a sua estrutura. Um exercício que
fazíamos de fechamento quando crianças é o famoso “ligue os pontos”. Antes de terminar o desenho
já imaginávamos o resultado do fechamento das linhas.
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E aí, o que você vê?

Tenha cuidado ao utilizar esta lei na criação de peças, para não gerar duplo sentido. Nem todos
possuem o mesmo entendimento em relação a uma composição visual. Nós possuímos experiências
diferentes quanto à percepção de objetos. Se você nunca teve contato visual com um elemento,
certamente sua mente vai projetar a forma de outro item semelhante.

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Este anúncio simples da Coca-Cola simula uma garrafa entre talheres. Sem sua
silhueta completa, possuímos a forma em nossa memória. Pois se trata de um objeto simples e famoso
que se faz presente em nossa cultura.

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Anúncio da Absolut Vodka, no qual a garrafa é formada pela disposição dos barcos de comerciantes.

Qual o efeito dos princípios da Gestalt na área da


criação?
Vivemos cercados de estímulos visuais da propaganda (anúncios, vídeos, embalagens de produtos,
fachadas de lojas, marcas estampadas e identidades visuais). Estas, por sua vez, influenciam e atraem
nossos olhares.

Um bom designer, conhecedor dos princípios da Gestalt, manipula os elementos em sua composição
de forma que sua peça se sobressaia às demais, ou apenas que convença o público de que é um
material interessante a ser visto.

Seja pela cor de um call to action bem escolhida, seja por uma composição de texto e imagem
harmônica, o leitor passa a conduzir seu olhar assim como o artista deseja. Essa indução pode
reproduzir vários sentimentos, entre eles quatro dos mais significativos:

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Harmonia: 

A peça é tão simétrica, balanceada e agradável que estimula o público a admirá-la.

Desordem:

Por ser fora do padrão de ordem criado pelo cérebro, uma peça desordenada também atrai a atenção
de quem a observa. É sempre bom ressaltar que a desordem ainda assim pode ser harmônica e ter um
significado diferente de caos.

Lembrança:

Mesmo sem nunca ter visto a arte anteriormente, o observador se familiariza com elementos que
remetem a uma memória ou uma sensação.

Curiosidade pelo oculto:

Ao enxergar um elemento que causa a sensação de falta ou omissão de algo, somos desafiados a
completar ou imaginar o outro objeto que o completa.

Assim, ao possuir conhecimento e técnicas de persuasão visual, o profissional de criação tem a Gestalt
e seus princípios como uma forte aliada para elaborar suas composições de maneira autêntica e
privilegiada das demais. O olhar também fica mais apurado. Cada detalhe conta, ele está sempre à
frente da percepção de senso comum.  Como consequência, mais preparado para o desafio diário de
criar, reinventar e, acima de tudo, cativar seu cliente e o público.

É importante ressaltar que a Gestalt é apenas uma das diretrizes para a criação de uma boa peça.
Aprofundar conhecimentos em psicologia das cores, regras de proporções, e também pesquisa de
mercado, público-alvo, consumir cultura e boas leituras são essenciais antes de elaborar
bons conteúdos visuais.

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