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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
Natal – RN
Julho de 2018
Lucas Pires de Paiva Barreto
Natal – RN
Julho de 2018
Trabalho de conclusão de curso sob o título Obtenção e caracterização do Diamante
policristalino (PCD) com 15%wt de Nióbio sinterizado via alta pressão e alta temperatura
(HPHT) apresentado por Lucas Pires de Paiva Barreto e aceita pelo Departamento de Engenharia
Química do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sendo
aprovado por todos os membros da banca avaliadora abaixo especificada:
___________________________________________
Professor Dr. Meysam Mashhadikarimi
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Engenharia de Materiais
___________________________________________
Professor Dr. Uilame Umbelino Gomes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Física Teórica e Experimental
___________________________________________
Professor Dr. Marciano Furukava
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Engenharia de Materiais
A minha família cujo amor, apoio e paciência foram fundamentais para conseguir trilhar com
determinação o árduo sonho de ser engenheiro.
Ao meu amado irmão Vinícius por desde criança me incentivar no caminho da ciência.
A minha namorada, Camila, e aos amigos que sempre estiveram presentes nos momentos bons e
ruins.
A meu orientador, Meysam Marshhadikarimi, cuja confiança e apoio guiaram-me com maestria
na construção deste trabalho.
Ao Professor Uilame Umbelino Gomes e a todos os colegas do Laboratório de Materiais
Cerâmicos e Metais Especiais da UFRN, por estarem sempre à disposição para ajudar.
Ao Professor Marciano Furukava, que me deu suporte e orientação durante toda minha
graduação.
Ao Professor Marcelo Filgueira, por ceder as instalações do Laboratório de Materiais Avançados
da UENF e por contribuir com valorosas discursões para o trabalho.
Ao técnico Renan da Silva Guimarães do Laboratório de Materiais Avançados da UENF, por
todo suporte com as sinterizações.
Por fim, a todos que com empatia me ajudaram a chegar até aqui.
Nothing in life is to be feared, it is only to be understood.
Now is the time to understand more, so that we may fear less.
- Marie Curie -
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11
2. OBJETIVO ............................................................................................................................ 13
2.1 Objetivo geral ...................................................................................................................... 13
2.2 Objetivos específicos........................................................................................................... 13
3. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 14
3.1 Diamante Policristalino ....................................................................................................... 14
3.2. Nióbio como ligante ........................................................................................................... 14
3.3. Particulometria ................................................................................................................... 15
3.4. Difração de Raios X ........................................................................................................... 16
3.5. Microscopia Eletrônica de Varredura ................................................................................ 17
3.6. Moagem de Alta Energia.................................................................................................... 19
3.7. Sinterização via HPHT ....................................................................................................... 19
3.8. Espectroscopia Raman ....................................................................................................... 20
4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 22
4.1. Análises dos pós de partida ................................................................................................ 23
4.1.1. Particulometrias ........................................................................................................... 23
4.1.2. Microscopia Eletrônica de Varredura .......................................................................... 23
4.1.3 Confocal........................................................................................................................ 24
4.1.4. Difração de Raios X .................................................................................................... 24
4.2. Pesagem e preparação dos pós iniciais ............................................................................... 25
4.3. Moagem de Alta Energia.................................................................................................... 26
4.4. Análise da mistura de pós................................................................................................... 27
4.4.1. Particulometria............................................................................................................. 27
4.4.2. Microscopia Eletrônica de Varredura .......................................................................... 28
4.4.3. Difração de Raios X .................................................................................................... 28
4.5. Sinterização HPHT ............................................................................................................. 28
4.6. Análises das amostras sinterizadas ..................................................................................... 30
4.6.1. Microscopia Eletrônica de Varredura .......................................................................... 31
4.6.2. Espectroscopia RAMAN e Confocal ........................................................................... 31
4.6.3. Densimetria .................................................................................................................. 31
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 32
5.1. Análises dos pós de partida ................................................................................................ 32
5.1.1. Particulometrias ........................................................................................................... 32
5.1.2. Microscopia Eletrônica de Varredura .......................................................................... 33
5.1.3 Confocal........................................................................................................................ 37
5.1.4 Difração de raios X ....................................................................................................... 39
5.2 Análises da mistura de pós .................................................................................................. 39
5.2.1 Particulometria.............................................................................................................. 39
5.2.2. Microscopia Eletrônica de Varredura .......................................................................... 40
5.2.3. Difração de Raios X .................................................................................................... 41
5.3. Análises das amostras sinterizadas ..................................................................................... 41
5.3.1. Microscopia Eletrônica de Varredura .......................................................................... 41
5.3.2 Confocal........................................................................................................................ 42
5.3.3. Espectroscopia RAMAN ............................................................................................. 44
5.3.4 Densimetrias ................................................................................................................. 44
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 45
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 46
LISTA DE FIGURAS
Figure 1 - Fluxograma simplificado da metodologia utilizada. ................................................................... 22
Figura 2 - Pó de Diamante (a) e Pó de Nióbio (b)........................................................................................ 23
Figura 3 – Particulômetro. .......................................................................................................................... 24
Figura 4 - Microscópio Eletrônico de mesa................................................................................................. 24
Figura 5 - Difratograma de raios X. ............................................................................................................. 25
Figura 6 - Balança de Precisão .................................................................................................................... 26
Figura 7 - Moinho de alta energia (a), Jarra com mistura e esferas (b), Jarra com o solvente (c). ............ 27
Figura 8 – Matriz de compactação para a fabricação das tampas de grafite. ............................................ 28
Figura 9 - Suportes de Calcita (a) e Mufla (b). ............................................................................................ 29
Figura 10 - Prensa hidráulica (HPHT). ......................................................................................................... 30
Figura 11 – Politriz (a), Disco Diamantado (b). ........................................................................................... 31
Figura 12 - Aparato montado na balança de precisão. ............................................................................... 32
Figura 13 - Curvas particulométricas do diamante (a) e do Nióbio (b)....................................................... 33
Figura 14 - Micrografia eletrônica do diamante (a), (b), e com medidas (c). ............................................. 34
Figura 15 - EDS do pó de diamante ............................................................................................................. 35
Figura 16 – Micrografia eletrônica do pó de Nióbio. .................................................................................. 36
Figura 17 - EDS do pó de Nióbio. ................................................................................................................ 37
Figura 18 - Curva Particulométrica da mistura moída. ............................................................................... 40
Figura 19 – migrografia eletrônica da mistura dos pós moídos. ................................................................ 40
Figura 20 - DRX da mistura de pós. ............................................................................................................. 41
Figura 21 - micrografias das amostras sinterizadas a 1650℃(a), 1750℃(b) e 1850℃(c)........................... 42
Figura 22 - Nióbio atuando como ligante. .................................................................................................. 42
Figura 23 - Confocal das amostras sinterizadas. ......................................................................................... 43
Figura 24 - Espectroscopia das amostras sinterizadas. ............................................................................... 44
LISTA DE ABREVIAÇÕES
1. INTRODUÇÃO
A busca por melhorias nas ferramentas de corte e perfuração vem norteando pesquisas
com diamante desde o final do século XIX, visto que o diamante é a substância mais dura
encontrada na natureza. No entanto, só na metade do século XX, com a descoberta das
técnicas HPHT (High Pressure/High Temperature), é que este ramo de pesquisas teve
avanços significativos. Com a via HPHT, tornou-se possível produzir diversas configurações
de diamantes, com tamanho, forma e estrutura cristalina mais adequada para uma aplicação
particular, fazendo variar a pressão, a temperatura e o catalisador (crómio, Manganês,
tântalo, Cobalto, Níquel ou platina, em vez de Ferro) [1]. Dentre os diferentes tipos de
diamante, o que é produzido via HPHT, o PCD (polycristaline diamond) se destaca por
apresentar maior dureza e condutividade térmica que o diamante monocristalino, além de
menor preço, o que justifica sua enorme aplicação na indústria de ferramentas de corte e
perfuração. Portanto, tais vantagens justificam o fato desse diamante ser o mais utilizado nas
pesquisas que visam aprimorar ferramentas de corte e perfuração.
É nesse cenário de busca por aprimoramentos que logo surgiram os primeiros estudos de
materiais compósitos envolvendo diamante e metais, isto é, estudos sobre a possibilidade de
usar um metal como ligante para o diamante. O objetivo dessa matriz metálica é produzir
uma série de interações físico-químicas com as partículas de diamante para que dessa forma
ocorra a diminuição das desvantagens que o diamante puro apresenta, como a baixa
tenacidade, por exemplo. Dessa maneira, a mistura de diamante/metal confere novas
características para o material, bem como atenuação de propriedades desvantajosas para
certas aplicações. [2-3]
Nesse sentido, este trabalho visa estudar os efeitos da adição de Nióbio na produção de
corpos de prova com 85% de PCD e 15% Nb a diferentes temperaturas. O objetivo principal
desse estudo trata-se da obtenção e caracterização de amostras na composição citada,
12
adotando a rota HPHT para três faixas de temperatura diferentes. Logo, por se tratar de um
sistema novo e, portanto, nunca estudado nessas condições, o seguinte trabalho justifica sua
relevância a contribuir com os conhecimentos acerca de um sistema desconhecido pela
literatura, a fim de que os resultados possam fornecer uma base teórica e empírica para
futuros estudos com protótipos a base desse material.
13
2. OBJETIVO
3. REFERENCIAL TEÓRICO
O diamante é uma das formas alotrópicas do carbono, e pode ser encontrado em duas
formas: os naturais e os sintéticos, isto é, os mono e os policristalinos. O interesse desse estudo
está no diamante sintético policristalino.
3.3. Particulometria
Para este artigo, a abordagem focará na análise via difração de laser, por ser a prática
mais utilizada na tecnologia dos pós. A difração laser é uma técnica amplamente utilizada para
materiais que vão desde centenas de nanômetros a vários milímetros de tamanho. As principais
razões para seu sucesso são:
intensidades devem ser medidas e analisadas. O mais importante para relacionar as posições dos
átomos com as intensidades de difração é a equação do fator de estrutura. [14]
numa faixa de tensões de aceleração de 1 a 50 kV. O feixe é acelerado pela alta tensão criada
entre o filamento e o ânodo. Ele é, em seguida, focalizado sobre a amostra por uma série de três
lentes eletromagnéticas com um spot menor que 4,0 nm. O feixe, interagindo com a amostra,
produz elétrons e fótons que podem ser coletados por detectores adequados e convertidas em um
sinal de vídeo. Quando o feixe primário incide na amostra, parte dos elétrons difunde-se e
constitui um volume de interação cuja forma depende principalmente da tensão de aceleração e
do número atômico da amostra, conforme figura 1.2. Neste volume, as ondas eletromagnéticas e
os elétrons produzidos são utilizados para formar as imagens ou para efetuar análises físico-
químicas. Para serem detectados, as partículas e/ou os raios eletromagnéticos resultantes da
interação do feixe eletrônico com a amostra devem retornar à superfície da amostra e daí
atingirem o detector. A profundidade máxima de detecção, portanto, a resolução espacial,
depende da energia com que estas partículas ou raios atingem o detector, ou são capturadas pelo
mesmo. Por exemplo: elétrons retroespalhados possuem maior energia do que os elétrons
secundários, assim, o detector de elétrons retroespalhados irá operar na faixa de energia maior e
o de elétrons secundários na faixa menor. A imagem formada a partir do sinal captado na
varredura eletrônica de uma superfície pode apresentar diferentes características, uma vez que a
imagem resulta da amplificação de um sinal obtido de uma interação entre o feixe eletrônico e o
material da amostra. Graças a isso, o MEV consegue produzir aumentos de até 300000 vezes
sem sofrer com o problema da resolução enfrentado pelos microscópios convencionais. [15]
Na maior parte dos casos, os aparelhos de MEV estão equipados com aparelhos de
espectroscopia de raios X por dispersão de energia, conhecidos também como EDS. A vantagem
dessa combinação é a possibilidade de fazer análises físico-químicas na amostra, visto que é uma
técnica analítica usada para a análise elementar de caracterização química de uma amostra. Ou
seja, uma das variantes da espectroscopia por fluorescência de raios X que se baseia na
investigação de uma amostra através de interações entre partículas ou radiação eletromagnética e
matéria, analisando os raios X emitidos pela matéria em resposta à incidência de partículas
carregadas. Suas capacidades de caracterização são devido em grande parte ao princípio
fundamental que cada elemento tem uma estrutura atômica única, de modo que os raios X
emitidos são característicos desta estrutura, que identificam o elemento. [16]
19
Por vibração ou rotação as esferas chocam-se com as paredes do vaso, resultando em uma
prensagem do pó a cada impacto, e deste modo o pó é repetidamente levado a solda, fratura e
ressolda num intenso processo cíclico de transferência de energia que possibilita a
nanoestruturação dos materiais moídos. Atualmente, este processo vem permitindo a obtenção de
materiais compósitos, materiais nanoestruturados, compostos intermetálicos, soluções sólidas
amorfas, entre outros [18].
Durante a moagem de alta energia, alta deformação é introduzida nas partículas. Isso é
manifestado pela presença de vários defeitos cristalinos, tais como discordâncias, vazios, falha
de empilhamento e aumento no número de contornos de grão. A presença desses defeitos, além
do refinamento da microestrutura, o qual diminui as distâncias de difusão e do aumento da
temperatura durante a moagem, aumenta a difusividade dos elementos solutos na matriz,
resultando na produção de pós com alta sinterabilidade em relação à moagem convencional. [17-
18]
Dessa forma, a via HPHT é normalmente a mais adotada para o processo quando se trata
da sinterização de materiais diamantados e metais duros, pois estes materiais requerem pressões
20
maiores para atingirem boas densificações. Outro fator que justifica a escolha das técnicas HPHT
é seu relativo baixo custo e agilidade durante a produção das amostras, visto que o processo
costuma durar poucos minutos.
De modo geral, podemos resumir a sinterização HPHT da seguinte forma: trata-se de uma
técnica que se caracteriza por aplicar altíssimas pressões (na ordem de GPa) ao mesmo tempo em
que uma corrente elétrica eleva a temperatura do sistema a patamares de altas temperaturas,
muitas vezes superiores a 1500 ºC. [19]
É uma técnica que usa uma fonte de laser, que ao atingir um objeto, é espalhada por ele,
gerando luz de mesma energia ou de energia diferente da incidente. No primeiro caso, o
espalhamento é chamado de elástico e não é de interesse, este é o chamado espalhamento
Rayleigh. Entretanto, o mais importante é efeito inelástico (segundo caso), também conhecido
como efeito Raman, que possibilita obter muitas informações importantes sobre a composição
química do objeto em análise a partir dessa diferença de energia. Isto gera uma assinatura da
composição química de cada material irradiada, também conhecida como impressão digital
(fingerprint). [19]
Na prática, um feixe de radiação laser de baixa potência é usado para iluminar pequenas
áreas do objeto de interesse e, ao incidir sobre a área definida, é espalhado em todas as direções,
sendo que uma pequena parcela dessa radiação é espalhada inelasticamente, isto é, com
frequência (ou comprimento de onda) diferente da incidente (E = hν ou E = h.c.λ-1). O
espalhamento inelástico pode ser subdividido em dois tipos: Stokes e anti-Stokes. O efeito
Stokes ocorre quando as moléculas recebem a energia no seu estado fundamental, e no anti-
Stokes a molécula já está em estado excitado. O efeito Raman também gera três modelos
vibracionais nas moléculas: bend, symmetric or asymmetric strech; Sendo o número de modelos
vibracionais traduzidos pelas seguintes fórmulas matemáticas:3n-6 para moléculas não lineares,
por exemplo: água (H2O) e 3n-5 para moléculas lineares, por exemplo gás carbônico (CO2),
sendo n o número de átomos da molécula. [19-20]
A banda de deslocamento Raman, a diferença de energia entre a incidida e a espalhada, é
tipicamente descrita como número de onda (wavenumber). A unidade mais usada é 1/cm, isso é
21
equivalente a joule dividido por fator de conversão (hc), onde h é a constante de Planck e c é a
velocidade da luz.
Caso seja utilizado um microscópio óptico convencional, o qual objetiva tanto focalizar o
feixe incidente na amostra quanto coletar a radiação que é espalhada por ela, tem-se a
Microscopia Raman, a qual permite o estudo de áreas de até 1 μm (10-6 m)de diâmetro. O
interessante é que a diferença de energia entre a radiação incidente e a espalhada corresponde à
energia com que átomos presentes na área estudada estão vibrando e essa frequência de vibração
permite descobrir como os átomos estão ligados, ter informação sobre a geometria molecular,
sobre como as espécies químicas presentes interagem entre si e com o ambiente, entre outras
coisas. É por esse motivo que essa ferramenta é tão poderosa, permitindo inclusive a
diferenciação de polimorfos, isto é, substâncias que tem diferentes estruturas e, portanto,
diferentes propriedades, apesar de terem a mesma fórmula química, como o massicote e
litargírio, ambos óxidos de chumbo (PbO) porém com diferentes estruturas cristalinas
(ortorrômbica e tetraédrica, respectivamente). [19-20]
Como não há somente um tipo de vibração, uma vez que geralmente as espécies químicas
presentes são complexas, a radiação espalhada inelasticamente é constituída por um número
muito grande de diferentes frequências (ou componentes espectrais) as quais precisam ser
separadas e ter sua intensidade medida. Cada espécie química, seja um pigmento, corante,
substrato, aglutinante, veículo ou verniz, fornece um espectro que é como sua impressão digital,
permitindo sua identificação inequívoca ou, por exemplo, a detecção de alterações químicas
decorrentes de sua interação com outras substâncias ou com a luz. [19-20]
4. MATERIAIS E MÉTODOS
O fluxograma representado na figura 1 abaixo esquematiza resumidamente a metodologia
adotada para o estudo em questão.
Fonte: Autor.
23
Os pós de partida utilizados nesse trabalho foram: diamante policristalino (AC 50 125-
80) e Nióbio puro, mostrados respectivamente nas figuras 2a e 2b.
a b
Fonte: Autor.
4.1.1. Particulometrias
As particulometrias foram realizadas em um particulômetro da marca Acil & Weber,
modelo 920, conforme mostra a figura 3. Ligado ao particulômetro, um computador foi usado
para operar o software “the particle expert”, da empresa CILAS a fim de obter os dados do
experimento, que usou água como meio para o ensaio. Inicialmente foi executada a medida do
branco para calibrar o equipamento, e em seguida o pó foi adicionado aos poucos até atingir um
escore razoável para cada tipo de particulado. Dessa forma, após atingir o valor ideal para cada
substância, a curva particulométrica foi obtida como resultado.
Figura 3 – Particulômetro.
Fonte: Autor.
4.1.3 Confocal
Para as análisas via confocal, foram adotadas as seguintes ampliações para cada amostra:
108x, 216x, 430x e 1075x. Sendo o Confocal da marcal OLYMPUS modelo padrão.
Fonte: Autor.
conforme mostrado na figura 5. Para isso, os seguintes parâmetros foram adotados para o
experimento de ambos os pós de partida: varredura contínua na faixa de 25˚ a 120˚, passo de
0,02˚, e velocidade de 5˚ por minuto.
Fonte: Autor.
O valor da massa da mistura (4,503g) foi calculado de modo a considerar 25% de perdas
durante as análises, isto é, uma perda máxima de 1,126g de material perdido durante os
procedimentos. Dessa maneira, sabendo-se que cada amostra teria aproximadamente 0,380g, em
caso de perda máxima, ainda restaria pó suficiente para confecção de 9 corpos sinterizados, que é
o valor necessário para realizar os todos os ensaios nas três temperaturas em triplicata.
26
Fonte: Autor
Após o fim da moagem, a mistura foi retirada por decantação, utilizando uma espátula
após a separação do solvente dos sólidos decantados. Por fim, os sólidos úmidos foram
colocados em uma capela por 24 horas para a completa remoção do Ciclo-hexano.
27
Figura 7 - Moinho de alta energia (a), Jarra com mistura e esferas (b), Jarra com o solvente (c).
a b
Fonte: Autor
4.4.1. Particulometria
O ensaio particulométrico para a mistura dos pós seguiu os mesmos parâmetros e
procedimentos mostrados no item 4.1.1
28
Fonte: Autor.
a b
Fonte: Autor.
No último passo, os pós foram condicionados nos tubos de grafite, que por sua vez
estavam acoplados nos suportes de Calcita, para em seguida serem colocados uma amostra por
vez no dispositivo HPHT. Tal dispositivo consistiu de uma prensa hidráulica especial, modelo
DO138B da Ryazantyashpressmash (fabricação russa). Sendo assim, a sinterização foi realizada
em triplicata, distribuindo igualmente as 9 amostras em 3 condições de temperatura diferentes,
sendo elas: 1650˚C, 1750˚C e 1850˚C, todas submetidas na mesma pressão de 7,7 GPa.
Para o processo, foi adotado um ciclo de 9 minutos (sendo mantida a pressão durante 3
minutos três vezes para cada amostra). Isto é, esse ciclo permitiu a máquina aplicar a pressão
durante 3 minutos até que se chegasse ao valor desejado. Após a aplicação do calor, a pressão foi
mantida até que a amostra atingisse a temperatura mais baixa para evitar a transformação do
diamante em grafite a alta temperatura e baixa pressão [21]. O dispositivo está mostrado na
figura 10.
30
Fonte: Autor.
Por fim, as amostras foram retiradas do que sobrou da cápsula e do envoltório de grafite
para serem limpas do grafite remanescente que ficou aderido na superfície. Para isso, elas foram
colocadas em um ultrassom com álcool etílico por 30 minutos. Após isso, as amostras foram
lavadas com uma solução de HNO3 e HCl, na proporção de 1:3, passando 20 minutos imersas na
solução. Finalmente, as amostras foram retiradas, lavadas com água destilada e secadas na mufla.
Para poder dar prosseguimento às análises dos corpos de prova, foi necessário fazer o
polimento de sua superfície, sendo este procedimento realizado em uma máquina politriz da
arotec, modelo aropol E, equipada com um disco diamantado da Struers, de 10 µm. A duração do
31
polimento para cada amostra foi de 30 minutos para cada superfície, a uma velocidade de 200
rpm. A politriz e o disco estão mostrados nas figuras 11a e 11b.
a b
Fonte: Autor.
4.6.3. Densimetria
Para encontrar os valores das densidades relativas, foi utilizado o princípio de
Arquimedes, conforme a ASTM B962-13. A balança e o aparato usados para as medições das
massas estão mostrados na figura 12 abaixo.
32
Fonte: Autor.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1.1. Particulometrias
Os pós de partida foram escolhidos de modo que o tamanho médio das partículas de
Nióbio fosse consideravelmente menor que o tamanho médio de partículas do diamante, visto
que o Nióbio, agindo como ligante, precisa ser menor para preencher as interfaces dos grãos de
diamante. Sendo assim, esses parâmetros foram confirmados com as curvas obtidas nas análises
de cada um, conforme mostram as figuras 13a e 13b. É importante lembrar que ambos os pós
passaram por uma peneira de 400 µm antes de serem submetidos a análise particulométrica.
a b
Fonte: Autor.
Ainda sobre o resultado mostrado na figura 13a, notou-se uma curva bimodal, isto é, o pó
de diamante utilizado apresenta dois valores de tamanho com maior incidência. A primeira moda
é de 115 µm e o segundo na casa dos 400 µm. Essa característica favorece o preenchimento
espacial do pó, pois a medida que as partículas grandes geram espaços vazios entre as mesmas,
esse espaço acaba sendo preenchido pelas partículas menores, no caso as de 115 µm por
exemplo.
Outro ponto notório na figura 14a é que é possível observar em alguns grãos a presença
de vestígios do catalisador usado na síntese desse pó de partida. Na figura 15, são mostrados os
34
resultados do EDS, que apontaram a composição desse catalisador como sendo Cromo (Cr) e
Molibdênio (Mo), materiais comumente usados nas sínteses de diamante.
a b
Fonte: Autor.
35
cps/eV
Mo
Cr
3 C Mo Cr Mo
0
2 4 6 8 10 12 14
keV
Fonte: Autor
5.1.2.b. Pó de Nióbio
Na figura 16, fica notória a significativa variação nos tamanhos de partículas do pó de
Nióbio, o que já era esperado, tendo em vista que essa característica foi evidenciada na curva
particulométrica obtida na particulometria desse pó. No entanto, através da micrografia
eletrônica, foi possível notar também a presença de trincas nas partículas maiores de Nióbio, o
que justifica a significativa diminuição no tamanho das partículas após a moagem.
36
Fonte: Autor.
Através do EDS realizado neste pó, se comprovou a pureza do mesmo, conforme mostra a
figura 17 a seguir.
37
cps/eV
2.2
2.0
1.8
1.6
1.4
1.2 Nb Nb Nb
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
2 4 6 8 10 12 14
keV
Fonte: Autor.
5.1.3 Confocal
5.1.3.a Confocal do diamante
A análise via confocal mostrada na figura 19 mostrou a distribuição particulométrica
homogênea do diamante bem como os formatos esféricos com faces retas das partículas. Sendo
assim, estando de acordo com os resultados da particulometria e MEV.
38
Fonte: Autor.
Fonte: Autor
39
a b
Fonte: Autor.
5.2.1 Particulometria
A particulometria mostrou que a moagem de alta energia diminuiu consideravelmente o
tamanho das partículas. O tamanho médio da mistura obtida da moagem foi de 20 µm. Esse valor
bastante menor pode ser justificado pela presença das partículas de diamante atuando junto com
as esferas de metal duro durante a moagem, além do fato das partículas maiores de Nióbio
possuírem trincas, como mostrado na micrografia eletrônica da figura 16, o que facilita a quebra
das mesmas em partículas menores. Dessa maneira, observa-se na curva particulométrica da
figura 18 partículas bem menores em relação ao tamanho das partículas dos pós de partida, como
por exemplo o surgimento de partículas menores que 1 µm, que antes não existiam em ambos os
pós de partida.
40
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
41
Fonte: Autor.
a b c
Fonte: Autor.
Outro fenômeno importante que a análise via MEV possibilitou observar está mostrado
na figura 22, onde é possível observar o Nióbio preenchendo as interfaces das partículas de
diamante. Este fenômeno foi observado nas amostras das três temperaturas, e só pode ser
observado pelo fato do polimento ter arrancado o Nióbio da superfície.
Figura 22 - Nióbio atuando como ligante.
Fonte: Autor.
5.3.2 Confocal
A figura 23 mostra os resultados obtidos via Confocal. Na análise, foi possível ver o
efeito do polimento com disco diamantado, onde o Nióbio foi arrancado da superfície deixando
na amostra as partículas de diamante “nuas”.
43
Fonte: Autor.
44
Fonte: Autor
5.3.4 Densimetrias
Para todas as amostras, a densimetria obteve como resultados valores de densidades
relativas em relação ao valor teórico (3,85g/cm3) na faixa de 98% a 100%. O que já era esperado
com a enorme pressão de 7,7 Gpa e a alta temperatura atuando na sinterização. Isto é, o Nióbio,
sob altas pressões e temperaturas, age preenchendo as lacunas geradas pelos grãos de diamante.
45
6. CONCLUSÃO
É notória que a caracterização de materiais diamantados é uma meta importante para vários
centros de pesquisa e indústrias. Sendo assim, este trabalho visou estudar a obtenção e
caracterização de um novo composto em três faixas de temperatura para a sinterização via
HPHT. As principais conclusões ao fim do trabalho foram:
- A moagem de alta energia nas condições adotadas se mostrou efetiva para a mistura dos pós
e a diminuição do tamanho das partículas do Nióbio, apresentando baixas contaminações de W-
Co por causa das jarras e bolas usadas do equipamento;
- Sinterização via HPHT se confirmou como uma boa rota para a produção dos compostos
diamantados na concentração especificada de Nióbio, tendo resultados positivos nas três faixas
de temperatura adotadas;
- O Nióbio apresentou um bom desempenho como metal ligante, atuando nas interfaces das
partículas de diamante podendo evitar grafitização nas três faixas de temperatura adotadas;
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS