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Volume 30 - Número 2 - Maio-Agosto 2011

AssociaÇão Brasileira de N/edicina Física e Reabiiitação


Sociedade Paulista de N/ledicina Física e Reabilitacão
Associação Nrlédica Latino Americana de Reabilitação
American Society for Clinical Evoked Potentials

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RTIGO ORIGINAL

Adaptação transcultural e validação do question ário "Spinal Cord


lndependence Measure lll" para a população brasileira
cross-cu/t urat adaptation and,:i!',i;'i:,";!;,::,r;::';:;:;,,::inat cord tndependence

GleRtrrn Lutzr or MElro Cesrrrrol, Knnrun Pnven2, Bnut'n ERtxo Mersuoa MrRr..o: .:. S.=: - - .-.1

Resumo Abstra ct
Data de recebimento: 26101lll
Data da aprovação: 21102111
Na reabilitação, a efetividade da In reh.,r. ... .. . .--ieitilertess
avaliação terapêutica é importante para ol thc th-:..". - -...-:r ,n ir itl-
que sejam traçadas metas, objetivos, .,
portilnt .-. ,,. _- -- - - J - : l'. i. tlf trCat-
prognóstico e ajuste da terapia. Devido me nt. fr, . .' , .," -- ---: ,..t:lcnt of the
à ausência de uma escala específlca de therapy -:r-a .-- = - - .- : .rb>ence tlf a
avaliação da funcionalidade de pacien- specihc ..-,.- ; .- -..-.. :, ,ri the fllnc-
tes com lesão medular (LM) na cultura tion;.riitr' -.. : . i .r. Spinal Cord
e linguagem brasileira, faz-se neces- In.jurr r SCl . .: - . -.:; :rttl Brazil-
sário traduzir e adaptar o Spinal Cord ian luni-..,-.. : -r, ,. neeessaly to
Independence Measure III (SCIM iII), transl:,t: ., -- -. - .. i t l\Í Ill. instru-
.

instrumento utilizado em outros países. I1lÊl1I'.:.;-:. : - - .:.;>.ThiSStUdy


Este estudo teve como objetivos adaptar
transculturalmente e validar o questio- .
rupi;.Lti' .. -..,c.tiortrtuire
nário SCIM III no Brasil. Os resultados SCI\I Il- ': - r _irrltel1 resr-rlts
obtidos demonstraram a conf,abilidade, had dr':: : -'. :. . ::lirLbility. re-
reprodutibilidade e a validade do SCIM prodn-,:. . . '-: -, ..:itr of SCIM
III e indicam que é uma medida eficiente III rn.r '- -. i .. . :- .Ln efficient
para avaliação funcional em LM. nrr'i-1.ur-a' --. :i.iltration of
patie:ti.' . '.--
Palavras-chave: Avaliação da defi-
ciência, Estudos de validação, Trauma- Ker u rr61l' - '-.- .ltr cr alr,lation,
tismos da medula espinal VrtiiJ-:i. - -:- '- .:.,,,r'.1 illjtrries

!ntrodução tes com L\Í na cultura e linguagem bra-


sileira. faz-se necessiirio traduzir e adap-
Em reabilitação, a efetividade da tar a medida de i-ndependência funcional
avaliação terapêutica é extremamente da lesão da medula espinhal (SCIM III),
1. Fisioterapeuta Especializanda do Curso importante para que sejam traçadas me- já utilizada em países da Ásia e Europal.
de Pós-Graduação em Fisioterapia Neuro- tas, objetivos do tratamento, pro-enósti- A primeira versão do SCIM foi va-
funcional da Lmandade da Santa Casa de co e ajuste da terapia. Várias escalas têrr.t lidada em Israel por Catz eÍ a7, 79972.
Misericórdia de São Paulo
2. Fisiotelapeuta Supelvisora e Professora
sido utilizadas para medir a habilidade A ralidade. reprodutibilidade e confia-
do Curso de Pós-Graduação em Fisioterapia em pessoas com lesão meduiar (LN'I). bilidade da primeira e segunda versões
Neurofuncional da lrmandade da Santa Casa incluindo a Medida da Independência (SCL\Í I e SCIM II) foram demonstra-
de Misericórdia de São Paulo Funcional (MIF), porém não são espe- das em diversas publicações2-7, mostran-
3. Médico Fisiatra. Coordenador da Disci- do que o SCIM II pode ser utilizado com
cíficas a este tipo de paciente. Der.ido
plina Medicina de Reabilitação da Faculda-
à ausência de uma escala especíÍrca de finalidades clínicas e avaliações de pes-
de de Ciências Médicas da Santa Casa de
São Paulo. avaliação da funcionalidade de pacien- quisass'e e ainda contribui para práticas

Med Reabll 2OIt; 3O(2): 24-9

n
AdaptaÇão transcultural e validaqão do questionário "Spinal Cord Independence lvleasure lll" para a populaÇâo brasileira

baseadas em evidências em pacientes dos e classificados através do nível de áreade saúde. Com o questionário adap-
com LM. O questionário foi aprimorado LM em dois grupos: paraplégicos (abai- tado à população brasileira, sua aplica-
e em 2007 sua terceira versão foi publi- xo do nível T1) e tetraplégicos (igual ou ção foi efetuada.
cada. acima do nível T1). Análise estatística - Os dados fo-
O objetivodeste estudo é adaptar Os dados foram então coletados atra- ram analisados e os resultados apresen-
transculturalmente e validar o ques- vés de uma ficha de avaliação (Anexo tados de maneira descritiva. O método
tionário Spinal Cord Independence 1). Os indivíduos selecionados para este da análise descritiva foi feito pela fre-
Measure (SCIM) versão III de medida estudo foram submetidos à avaliação qüência das variáveis categóricas e me-
funcional para pacientes com LM para através da SCIM III traduzida e adapta- didas de posição e dispersão das contí-
a população brasileira, verificando sua do para o português (Anexo 2). nuas. A Análise de Variância Multivaria-
confi abilidade e reprodutibilidade. Instrumento - O SCIM III é a ver- da foi realizada para os dados de sexo,
são mais recente, de fácil utilização, não idade e escolaridade, para identiflcar os
Materiais e Métodos exigindo nenhum manual e composto fatores que, eventualmente, pudessem
por três principais domínios que são influenciar no resultado de cada variável
Este estudo ó prospectivo do tipo subdivididos da seguinte forma: auto- dependente.
corte transversal, desenvolvido no Am- cuidados (pontuação de 0-20); respira- A medida de confiabilidade e a con-
bulatório de Fisioterapia Neurofuncio- ção e controle esfincteriano (pontuação sistência interna do instrumento foram
nal Adulto do Serviço de Reabilitação de 0-40) e mobilidade, sendo que este é obtidas pelo Teste da Estatística Alfa de
da Irmandade Santa Casa de Misericór- subdividido em mobilidade no quarto e Cronbachro. A análise de correlação de
dia de São Paulo (ISCMSP) após apro- no banheiro e mobilidade dentro e fora Pearson foi aplicada para identificar se
vação do Comitê de Ética e Pesquisa da de casa (pontuação total dos dois últi- as correlações calculadas apresentaram
ISCMSP com número 309109. mos domínios 0-40). O total da pontu- comportamentos semelhantes no "teste"
Sujeitos - Foram incluídos na pes- ação varia de zero a 100, sendo zero o e no "re-teste". Para a medida de teste-
quisa 39 indivíduos com diagnóstico de escore de total dependência e 100 o de reteste, foram considerados a medida
paraplegia ou tetraplegia, por LM trau- total independência. inicial e os resultados obtidos na segun-
mática ou não traumática, de ambos os A pontuação das questões é dada de da avaliação. Esta análise permite verifi-
sexos, com idade entre 18 e 70 anos. Os acordo com a independência em execu- car a reprodutibilidade desta versão.
critérios de exclusão para participação tar várias tarefas, com seu valor para o O nível de significância adotado foi
neste estudo foram gestantes, portadores paciente e cada tarefa ou iárea da função < 0,05 para todos os testes estatísticos.
de deflciência cognitiva, visual ou audi- de acordo com seu peso relativo na fun-
tivas severas e politraumas. ção diária total e o tempo exigido para o Resultados
s'a'6.
Procedimento - Os sujeitos foram desempenho2
informados sobre os objetivos e procedi- Tradução e adaptação cultural - O Podemos descrever o perfil da amos-
mentos do estudo e os que concordaram instrumento de avaliação foi traduzido tra de acordo com os valores predomi-
em participar assinaram o termo de con- para o português e avaliado por dois nantes encontrados das variáveis anali-
sentimento livre e esclarecido. Todos os profissionais brasileiros especialistas em sadas (tabela l). Após a análise de vari-
participantes passaram por uma triagem linguagem, fluentes na língua inglesa e ância (ANOVA), observamos na tabela
verbal que constou de perguntas sobre cientes do objetivo do trabalho. Após a 2 que apenas a variável "Classificação"
dados pessoais e itens que identificam aprovação da tradução de linguagem, o é significante em relação à variável res-
se os voluntários apresentam algum dos questionário passou por uma adaptação posta: SCIM total. Assim, podemos con-
fatores de exclusão. Após este procedi- transcultural para a população brasileira cluir que o perfil não influencia no resul-
mento, 39 indivíduos foram seleciona- e foi reavaliado por dois especialistas na tado do escore SCIM total, reforçando

Tabela I - Média cla pontuação das subescalas do SCIM III no teste e re-teste

SCI\Í sub-escalas Média Desvio Padrão r P t P**


.{uto-cuidado - 1+ t3.74 6.65 0.991 <.0001 - 1 .098 0.219

Auto-cuidarb - 2'r 13.9 6.55

Respiração e Esfincter - 1 26.77 10.9 0.978 <.0001 -2.609 0.0i3


Respiração e Esfincter - 2 27.'72 10.41

Nlobilidade- 1 15.08 10.12 0.987 <.0001 0.692 11.-.:-i

I\{obilidade - 2 14.9 10. r5


SCINI total -1 55.59 23.8 8 0.990 <.0001 l.696

SCII\I total - l 56.5 I 23.35


* 1, primeiro teste; 2. re-teste. x* Signif,cância bi-cauda1. Conelação de Pearson e teste t pareado enúe as sub-escalas (n=39)

t
Med Reabil 2O7l; 30(21:. 24-9
I
Castello GLlVl, Pavan K, Marangoni BEM, Lianza S

foram bons indicadores pelos altos va-


sua reprodutibilidade e confiabilidade ção, en'r que os pacientes investigados lores de concordância total. coeficiente
independente do perfil do indivíduo. caracterizaram-se por serem, em sua
de Kappa e correlação de Pearson entre
Analisando mais profundamente obser- maioria, adultos jovens, do sexo mas-
os re-testes das sub-escalas. A consis-
vamos na tabela 3 que indivíduos classi- culino (75,6Vo), solteiros (59,0%), com tência interna da escala SCIM III Total
f,cados com paraplegia possuem escore escolaridade até o ensino fundamental
foi boa. Valores do alpha de Cronbach
estatisticamente superior aos indivíduos (49,27o) e residentes em área urbana
foram altos para SCIM III Total e outras
classifi cados com tetraplegia. (88,2ok), sendo a principal etiologia da
sub-escalas. A diminuição do valor do
O resultado da concordância total lesão, a traumáticara.
alpha de Cronbach quando era elimina-
entre os re-testes está no intervalo de O SCIM é aínica escala de avalia- do qualquer sub-escala ou a maioria dos
87,27o a 1007o, sendo que de 19 tarefas ção detalhada da habilidade projetada itens indica que as essas sub-escalas e
14 tem concordância total maior que especificamenle para pacientes com
itens contribuem para a homogeneidade
907o. Os coeÍicientes de Kappa estão no LM. Pode ser usado para a avaliação da da escala.
intervalo de 0,759 a I e são estatistica- habilidade de executar tarefas diárias,
mente significantes para todas as tarefas. como um guia para a determinação do
Conclusão
(P < 0,001). A correlação de Pearson dos objetivo do tratamento e para avaliação
te-testes pareados para as sub-escalas do resultado de intervenções projetadas
Os resultados do presente estudo
SCIM III e para o escore total SCIM para promover a recuperação da fun-
confirmam a confiabilidade, reprodu-
III foi acima de 0,97 (P<0.001), e a di- cionalidade destas pessoas. Um estudo
tibilidade e a validade do SCIM III em
ferença das médias entre os escores das realizado por Catz et al em 19911 con-
uma aplicação para a população brasi-
sub-escalas pareadas foram não-signifi- firma que a validade da escala é supor-
leira e indicam que esta é uma medida
cantes ao nível de 17o (Tabela4). tada pela correlação elevada entre MIF e
eficiente paÍa a avaliação funcional de
O valor de Alpha de Cronbach para SCIM. O estudo concluiu que ambas as pacientes com LM.
a escala SCIM total foi de 0,802 e 0,801 escalas podem ser utilizadas na avalia-
para o teste e o re-teste. O Alpha de ção de pacientes com LM, porém uma Referências Bibliográficas
Cronbach diminuiria se qualquer uma diferença entre elas foi demonstrada em
das sub-escalas fosse retirada, porém a sua Çompreensibilidade nas sub-escalas 1. Itzkovich M. Gelernter I. Biering-Sorensen
,Ciminuição do valor do alpha de Cron- "Controle esf,ncteriano" e "Mobilida- F. Weeks C. Laramee MT. Craven BC, et
bach quando era eliminada qualquer de interna./ao ar livre": O SCIM é n'rais al. The Spinal Cord Independence Measure
sub-escala ou a maioria dos itens indica responsivo do que a MIF às mudiinças tSCI\'It version lli: Reliability and validity
que as essas sub-escalas e itens contri- in a multi-center intemational study. Disa-
funcionais nestas duas áreas. refletin-
bil Rehabil. 2007 : 29 :1926-33.
buem para a hornogeneidade da escala. do provavelmente o peso relatiramen- 2. Catz A, Itzkovich M, Agranov E, Ring H,
te mais eler.ado atribuído por SCIM às Tamir A. SCIM - spinal cord independen-
Discussão taretàs diárias nestas áreas funcionaisr. ce measure: a new disability scale for pa-
Acreditamos que a _uerência bem suce- tients with spinal cord lesions. Spinal Cord.
A intenção preliminar para desenvol- dida destas tarefas é importante para a 1997; 35:850-6.

ver o SCIM era a necessidade de medir e qualidade de vida destes pacientes. A 3. Catz A,Itzkovich M, Steinberg fl Philo O,
Ring H, Ronen J, et al. The Catz-Itzkovich
monitorar o a efetividade de um progra- compreensibilidade superior de SCIM SCIM: a revised version of the Spinal Cord
ma de reabilitação para pacientes com III nestas duas áreas é signiflcativa para Independence Measure. Disabil Rehabil.
LM de uma maneira precisa. Os pre- a avaliação do resultado da reabilitação. 2001 23:263-8.
cursores do SCIM, tais como o índice Estudos anteriores sobre a versão III 4. Itzkovich M, Tripolski M, Zeilig G, Ring
do Barthel, a independência funcional do SCIM já haviam sido validados para H, Rosentul N, Ronen J, et al. Rasch analy-
sis of the Catz-Itzkovich Spinal Cord In-
medida (MlF) e o índice de função em Lrma amostra de pacientes de vários pa-
dependence Measure. Spinal Cord 2002;
quadriplegia (QIF), não medern satisfa- íses, mas o Brasil ainda não havia sido 40:396-407.
toriamente o resultado do tratamentor'rr. incluído. Um estudo multicêtrico reali- 5. Catz A, Itzkovich M, Tamir A, Philo O,
Marino et alrrrelataram que se uma es- zado por Itzkovich et al em 2007r com a Steinberg F, Ring H, et al. [SCIM - spinal
cala não é sensível o bastante, faltará participação de pacientes de seis países e cord independence measure (version II):
mudanças reais no estado Íuncional dos sensitivity to functional changesl. Hare-
afirma que a amostra heterogênea forne-
fuah (Hebrew). 2002; 14 1 : 1025 -3 l.
pacientes. Law e Letts13reafirmaram que ce um forte indicador para os resultados
6. CaÍz A,Itzkovich M, Steinberg F^ Philo O,
essa compreensão às mudanças é a evi- do estudo, mas a participação das uni- Ring H, Ronen J, et al. Disability assess-
dência mais irnportante da validade das dades de outros países poderia desafiar ment by a single rater or a team: a com-
medidas da atividade da vida diária. Por a validade intercultural do SCIM III'. parative study with the Catz- Itzkovich spi-
isso, a sensibilidade às mudanças fun- Atrar'és deste estudo podemos concluir nal cord independence measure. J Rehabil
Med. 2002;34:226-30.
cionais do SCIM supofia sua validade. iniciahnente que o perfil dos participan-
7. Itzkovich M. TamirA. Philo O. Steinberg F,
O presente estudo confirma os da- tes não influencia no resultado do escore Ronen J. Spasser R. et al. Reliabiiity of the
dos epidemiológicos publicados pela SCIM III total. Catz-Itzkovich Spinal Cord Independence
Rede Sarah de Hospitais de Reabilita- Os resultados da versão traduzida \,leasure ass.ssment by interyieu, and com-

t '.'-. ==.: -- - 3: 2\'.24-9


AdaptaÇâo transcultural e valldacâo do questionário "Spinal Cord lndependence Measure lll" para a população brasileira

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Instituição onde o trabalho foi realizado: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Ambulatório de Fisioterapia Neurofun-
cional Adúto do Serviço de Reabilitação
Endereço para correspondência: GabrielaLuize de Mello Castello. Rua Embuaçu, 317 -Vila Mariana - 04118-080 - São Paulo - SP -
Brasil. e-mail: gabi_castello@ymail.com

ANEXO

SCIM lll- Medida de lndependência Funcional para pacientes com Lesão Medular

Auto-cuidado Pontuacão

1, Alimentação (cortar, abrir recipientes, despejar, levar o alimento a boca, segurar copo com líquido)
0. Necessita de nutrição parenteral, gastrostomia ou total assistência à alimentação oral
l.Necessita de assistência parcial para comer e/ou beber ou para colocar dispositivos auxiliales (adaptação)
).Alimenta-se independentemente, necessita de dispositivos auxiliares ou assistência somente para cortar o alimento e/ou despejar e/ou abrir
recipientes
3.Alimenta-se e bebe independentemente

2. Banho (ensaboar-se, enxaguar-se, secar o corpo e a cabeça, manipular o chuveiro)


-{. Acima da cintura
0. Requer total assistência
l. Requer assistência parcial
l. Banha-se independentemente, com dispositivos auxiliares (adaptações) ou ajuste específico
-3. Banha-se independentemente

B. Abaixo da cintura
0. Requer total assistência
l. Requer assistência parcial
l. Banha-se independentemente, com dispositivos auxiliares (adaptações) ou ajuste específico
J. Banha-se independentemente

3.!-estir-se e despir-se (roupas, sapatos,órteses)


A. Acima da cintura
0. Necessita de total assistência
1. Necessita de assistência parcial com roupas sem botões, zíperes ou laços
1. Independência com botões, zíperes ou laços: requer dispositivos auxiliares e/ou ajustes específicos
-1. Independência com botões, zíperes ou laços: não requer dispositivos auxiliares; necessita de assistência ou ajustes específicos
-1. \êste qualquer roupa independentemente

B. il,baixo da cintura
0. Necessita de total assistência
l. Necessita de assistência parcial com roupas sem botões, zíperes ou laços
1. lndependência com botões, zíperes ou laços: requer dispositivos auxiliares e/ou ajustes específicos
-r, lndependência com botões. zíperes ou laços: não requer ajustes específ,cos; necessita de assistência ou ajustes específicos
J. \-este qualquer roupa independentemente

rI t1
Castello GLM, Pavan K, lvaÍangoni BEM, Lianza S

4.Preparo (lavar mãos e face, escovar os dentes, pentear o cabelo, depilar, aplicar maquiagem)
0. Necessita de total assistência
1. Necessita de assistência parcial
2. Amuma-se independentemente,com o apoio de dispositivos auxiliares
3. Amlma-se independentemente, sem o apoio de dispositivos auxiliares

SUBTOTAL (0-20)

Respiração e contÍole esfincteriano

5. Respiração
0. Requer tubo traqueal (TT) permanente ou intermitente ventilação assistida (IVA)
2. Respira independenternente com TT; requer oxigênio, muita assistência à tosse ou gerência do TT
4. Respira independentemente com TT; requer pequena assistência à tosse ou gerência do TT
6. Respira independentemente sem TT; requel oxigênio, muita assistência à tosse, máscara (ex: peep) ou IVA (ex: bipap )
8. Respira independentemente sem TT; requel pequena assistência ou estimulação à tosse
10. Respira independentemente, sem assistência ou dispositivo

6. Controle esfincteriano - Bexiga


0. Cateterismo intermitente
tttltt
3. Volume residual de urina (VRU) >i00cm3l cateterismo não regular ou cateterismo intermitente assistido
6. VRU<100cm3 ou auto cateterismo inteffnitente; necessita assistência para aplicação do instrumento de drenagem ísonda,/ cateter)
9. Auto cateterismo intermitente; uso de instrumentos externos de drenagem; não necessita de assistência para aplicação
I 1.Auto cateterismo intermitente; conúnente entre os cateterismos; não utiliza instrumento de drenagem externa
13. VRU<100cm3; necessita somente de drenagem urinária; nenhuma assistência é necessária para a drenagem
15. VRU<100cm3; continente; não necessita de instrumento extemo de drenagem

7. Controle esfincteriano - lntestino


0. Sinergismo irregular ou freqüência muito baixa (rrenor que uma em 3 dias) dos movimentos do intestino
5. Sinergismo regular, mas necessita de assistência (ex: aptcação de supositório); raros acidentes (menor que 2 r'ezes ao mês)
8. Movimentos regulares do intestino sem assistência; raros acidentes (menor que 2 vezes ao mês)
10. Movimentos regulares do intestino, sem assistência; sem acidentes

8. Uso do banheiro (higiene perineal, ajuste das roupas antes/depois, uso de papel higiênico)
0. Necessita de total assistência
1. Necessita de assistência parcial; não se higieniza sozinho
2. Necessita de assistência parcial; higieniza-se independentemente
4. Faz uso do banheiro independentemente em todas as tarefas, mas precisa de dispositivos auxiliares ou adaptaçôes especiais (ex: barras)
5. Faz uso do banheiro independentemente; não necessita de dispositivos auxiliares ou adaptações especiais rer: barrasl

SUBTOT.\L tt)-ltr

Mobilidade

Mobilidade (quarto e banheiro)

9. Mobilidade na cama e ação para prevenir úlceras de pressão (sentar-se nâ cama, deitar-se na càmà.
fazer push-up na cadeira de rodas)
0. Necessita de assistência em todas as atividades, com ou sem dispositivos auxiliares. mas não com dispositivos auxiliares elétricos
2. Executa uma das atividades sem assistência
4. Executa 2 ou 3 atividades sem assistência
6. Executa todas as mobilidades na cama e atividades para alívio de pressão independentemente

10. Ttansferência: cama - cadeira de rodas (travar a cadeira de rodas, levantar os apoios para os pés,
remover e ajustar os apoios para os braços, transferir-se, levantar os pés)
0. Necessita de total assistência
l. Necessita de assistência parcial e/ou supervisão. e/ou dispositivos auxiliares (ex: barras auxiliares)
2. Independente (ou não necessita de cadeira de rodas)

N4ed Reabil 2O!7; 3Ol2); 24-9


[_
AdaptaÇãotranscultural ê validaÇão do questionário "Spínal Cord lndependence Measure lll" para a populaÇão brasileira

11.Transferência: cadeira de rodas - vaso sanitário (se usa cadeira de banho: transfere-se de e para;
se usa cadeira de rodas regular: travar a cadeira de rodas, levantar os apoios para os pés, remover e
ajustar os apoios para os braços, transferir-se, levantar os pés)
0. Necessita de total assistência
1. Necessita de assistência parcial e/ou supervisão, e/ou dispositivos auxiliares (ex: barras auxiliares)
2. Independente (ou não necessita de cadeira de rodas)

Mobiüdade (interna e ao ar livre, em superfície planâ)

12. Mobilidade dentro


0. Necessita de total assistência
1. Necessita de cadeira de rodas elétrica ou assistência parcial para operar a cadeira de rodas manual
2. Move-se independentemente com a cadeira de rodas manual
3. Necessita de supervisão enquanto caminha (com ou sem dispositivos)
4. Caminha com andador ou 2 muletas
5. Caminha com 1 muleta ou 2 bengalas
6. Caminha com 1 bengala
7. Necessita somente de uma órtese de membro inferior
8. Caminha sem auxílio específico

13. Mobilidade em moderadas distâncias (10-100 metros)


0. Necessita de total assistência
1. Necessita de cadeira de rodas elétrica ou assistência parcial para operar a cadeira de rodas manual
2. Move-se independentemente,com a cadeira de rodas manual
3. Necessita de supervisão enquanto caminha (com ou sem dispositivos)
4. Caminha com andador ou 2 muletas
5. Caminha com 1 muletas ou 2 bengalas
6. Caminhacom 1 bengala
7. Necessita somente de uma órtese de membro inferior
8. Caminha sem dispositivos auxiliares específicos

14. Mobilidade fora (mais que 100 metros)


0. Necessita de total assistência
1. Necessita de cadeira de rodas elétrica ou assistência parcial para operar a cadeira de rodas manual
2. Move-se independentemente com a cadeira de rodas manual
3. Necessita de supervisão enquanto caminha (com ou sem dispositivos)
4. Caminha com andador ou 2 muletas
5. Caminha com I muleta ou 2 bengalas
6. Caminha com 1 bengala
7. Necessita somente de uma órtese de membro inferior
8. Caminha sem dispositivos auxiliares especÍflcos

15. Controle de Escadas


0. Incapaz de subir ou descer escadas
1. Sobe e desce pelo menos 3 degraus com apoio on supervisão de outra pessoa
2. Sobe e desce pelo menos 3 degraus com apoio no corimão e/ou muleta or"r bengala
3. Sobe e desce pelo menos 3 degraus sem nenhum apoio ou supervisão

16. Transferência: cadeira de rodas - carro (Aproximação do caro, travar a câdeira de rodas, re-
mover os apoios dos braços e pés, transferir-se para e no carro, tirar e colocar a cadeira de rodas no
carro)
0. Necessita de total assistência
1. Necessita de assistência parcial elou supervisão e/ou dispositivos auxiliares
2. Transfere-se independentemente; não necessita de dispositivos auxiliares (ou não necessita de cadeira de rodas)

17. Tianferência: chão - cadeira de rodas


0. Necessita de assistência
1. Transfere-se independentemente com ou sem dispositivos auxiliares (ou não necessita de cadeira de rodas)

SUBTOTAL (0-40)

SCORE TOTAL SCIM III (O.1OO)


IIIIII
lvled Reabil 2077;3O(2): 24-9

IrI E
I
-

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