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BOAS FESTAS, GENTIS LEITORES


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Eis, de novo, o Almanach d'0 Tico-Tico. A captivante gentileza.


o bom acolhimento, as confortadoras palavras com que nos distinguem,
todos os annos, os nossos queridos leitores, animaram-nos á confecção do.
Ahnanach para [920, não medindo sacrifícios, não parando ante impeci-
lhos creados pela alta de todos os artigos necessários á feitura de publt-
cações como esta. E a nossa dedicação, cremos, terá a recompensa por
tios almejada : — o agradecimento dos nossos leitores pelas horas de pra-
fcer e de recreio espiritual (pie as paginas deste Almanach irão próoorcio-
nar-lhes.
E' nosso desejo que o anno de i<po seja para os leitores do Almanach
de ventura incessante e (pie, cada tuna das historias, dos contos, dos brinque-
dos, dos passatempos que figuram nestas paginas sirva para recrear-lhes o
espirito É recordar-lhes que o mundo, a vida futura, pertencem aos que têm
instrucção, aos que aprendem e sabem tirar proveito das lições e dos con
selhos que lhes são dados na infância, indicando-lhes o caminho do dever e
do saber, única estrada por onde o homem deve seguir para vencer na vida.
Aproveitem, pois, caros leitores, o anno que se vae iniciar eni constán-
tes estudos e nunca se esqueçam de que cada anno que passa torna mais
próxima a época em que as creanças terão de caminhar e conduzir-se por
si mesmas.
São estes os votos que fazemos aos leitores ao começar o anno de 1920.
®n-. ->^<*> Almanath d'0 TICO-TICO

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l CT^MIÇRS
\ £' a casa f///e íe/í? o melhor e o maior
= sortinento de artigos para creanças..
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R. 7 SETE/ABRO, 134 -RIO ò


TEL: C 1251, ?
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/;" ,i preferido c querido dos creanças pelo seu perfume suave e pelos suas virtudes curativas.
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CREAHÇAS FELIZES !

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í Livres dos males do peito! ?.

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0 Peitoral arinlio
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^«x^-Almanach d'0 TICO-TICO «>^<s><^- ,*<^<»o^ .'?^-Ç^-Ç*-* <>-.<^^^><i><^.^><-^,<

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o MENINO MENINA AMEI.IA MENINO JOSÉ'
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\ Ajiki i/c Sant'Anna n. 61, «i?írn A'ií(i íií) filar. 77 — Bahia Residente- em Accioly, Espirito Santo
C«/>ííírt
Curada de coceiras e tumores por todo Curado de coceira pertinaz e corpo V

Curado de grandes espinhas. o corpo. todo chagado. ò


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MENINO OSWALDO MENINO SILVIO MENINO JOSÉ

Residentes em Indayassú — Estado do Rio — Todos Ires eitrados de santas.

0 EMXIR DE NOGUEIRA
é o remédio contra todas as moléstias
provenientes do sangue impuro, mais
= afamado da America do Sul = -
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Bromil curaTòsse J

5 Bromil cura a bronchite das creanças e na I


coqueluche é de um effoito inegualavel : rui / *
occasião dos accessos, attenua-os e debella-os I
tomado com seguimento cura com poucos vidros. 1
Bromil cura qualquer tosse, asthma, rou- \
quidão. I
Bromil é para os pulmões tão necessário #
como o ar puro que se respira. 1 .
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Rost-Creme
signifi- / .
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fica a mais perfeita
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toda parle. PERFUMARIA SILVA *
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qne estavam irritados por ver que os homens
despojavam ti terra dos seus thesotfros.
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A' cólera desses gênios attribuiam lambem
Ms minas de ouro na (Jfiina a pesle e os tremores de terra. Pop isso. no fim
do século XIV, ri 111 dos últimos imperadores da
Nos tempos antigos rxplorava-se na China dynastia dos Sluin publicou um decreto prohi-
grande numero de minas de ouro c de prata. bindo, sol» pena de niorle. a exploração das
I)(. Indo. não ha uma só diis províncias do ex- minas.
Celeste Império que não possua metaés precio- Entretanto, tolcraram-so os trabalhos super-
<) sos. Mas as parles facilmente accessiveis cxgot- ficiaes em algumas províncias; c por causa das
— laram-sc afinal pelo Irubalho de muitos se-
{ ctilos.
Os operários foram obrigados, como nas ou-
despe/as da guerra com a França, o governo im-
perial de Pekin Çomprehendeu a necessidade de
aügmentar os recursos do thresouro o, arriscou-se
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? ¦ iras partes o mundo, a descer ao interior da a arrostar a cólera dos gênios. Li-Hun-Ghang e »
terra. Tinham do combater as inundações e os o príncipe de Kung resolveram abrir de novo
as minas importantes siluadas nas proximida-
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deslocamentos de gazes mepbiticos e não po-
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(liam fazel-o, por esteirem pouco adeantados na dep de GheefpU, cidade considerável do Cban-
arte de extrahir as agitas e desconhecerem os tong, que é uma província celebre, por ter nas-
processos de ventilação. Attribuiam qualquer cido riella Confuciò, o legislador chinez, lia dois
desastre á cólera dos Fen-Shin, gênios infernáes mil e quatrocentos annos.

JUVENTUDE
——____ TÓXICO
ALEXANDRE
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A MANIA DO ARCHIMEDES

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HÉiflHifl KflHI ^f f ÍQs MÍÈ %(~?^&y =3™
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Archimedes, filho do sábio Dr. Álgebra, não podia passar deante de um muro ou de uma parede, sem que escrevesse
nelles uma série de números.

Essas disposições para a mathematica eram a felicidade do pae de .Archimedes e seriam também seu orgulho se, algumas
vezes, não fosse obrigado a chamar...

¦ o celebre pintor Dr. Pincel para disfarçar habilmente, sob uma pintura graciosa os algarismos rabiscados no muro pelo' joven
Archimedes.
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Na praça de uma feira installaram um Convidaram o macaco a subir em pri- A vacca então resolveu-se a subir. Col-
pau de sebo para os animaes. que o cer- meiro logar, mas este declinou do convite e tada, nem chegara a meio do caminho :
caram, alegres e cobtçosos, cada qual al- da honra : — Não, nao, meus amigoa, despencara-se ao chão, no melo da risada
mijando os lindos brinquedos e gulodices eu subirei em ultimo logar. geral dos outros animaes.
que estavam ao alto.
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O porco disse : — Eu sou- mal» agll A cabra experimentou subir e chegou Chegou a vez - do macftoo que, num mi-
e • chegarei mais depressa. Pouco mais até ao alto e embora se dependurassn pe- nuto, apanhou todos os prêmios, justa re-
dov que a vacca subiu e cahiu também, los chifres, nao conseguiu apanhar nenhum compensa da sua agilidade e da delicadeza |
causando hllarldade. - dos prêmios. com que se -houvera com os demais bichos.
CONSEQÜÊNCIAS DE UNIA DESOBEDIÊNCIA

. .*? Pae de Roberto muitas vezes o pro- .. .no gallinheiro para perseguirem as .. .'seio pela estrada. Assim fez, tendo
n«wra de soltar seus cães de
0 menino era desobediente caça. Mas gallinhas e os marrecos indefesos. Um antes amarrado á colleira de cada um
e seu maior dia, os pães de Roberto sahiram e o dos cães uma corda.
prazer, contrariando as recommendações menino, Guiados pelo travesso menino, iam os
vendo-se só, teve logo idéa de
paternas, era soltar os cães caçadores e soltar os cães e dar Com elles um pas- cães passo a passo quando, de repen-
•ntroduzil-o*...
te...

¦ ¦ -apparece uma lebre Os cães lan- Bruscamente^ o animal perseguido ...a qual esbarrou o carrinho, fazen-
Wm-se immediatamente a pcrscgi perseguil-a. abandona a estrada e os cães passam do com que Roberto batesse violenta-
w* estrada achava-se um carrinho de um à direita e outro á esquerda de um mente com a testa no poste.
"^o dd jardineiro. Roberto salta poste indicador O choque foi terrível e Roberto cahiu
0 carro e eil-o sempre a para
guiar os cães. Junto ao poste havia uma grande pe- ensangüentado e sem sentidos. O jardi-
que seguem a lebre. dra contra... neiro,...
^~— ,„ , _- ...| ,„,, ¦
;-,^ .,'-:;.. :,-;-. . . ;;:,-,.

¦¦.i"^ vira o accidente, correu ...no próprio carrinho de que o me-"


c"7lf »o desobediente menino. para .. .guardar o leito durante muitos dias,
ando-o do chão. o solicito Levan- nino tão desastradamente se apoderara aproveitou bem a dura lição do castigo,
conduziu Roberto jardineiro para levar a effeito sua travessura. Ro- pois é hoje um menino obediente, dócil
á casa de seus pães... berto, que foi obrigado a... e muito estudioso.
OS ANIMAES NA ESCOLA

Nutna escola de meninas, a professora As alumnas, no entanto, supplicam: —


de uma vez, dissera: — Não quero i Numa manha, porém, Suzanna chegou
Deixe-o ficar ! E' tão bonito ! E as meninas
tragam animaes para a aula I Pertur ã escola com um lindo gatinho preto. A
professora viu-o e mandou que Suzanna estão quasi em revolta. A professora cede.
a ordfi
_/^v^~_ -"^^S, voltasse aá casa Para
' Vl; vo'ta3se animal.
para deixar oo' animal. / j/^^-^ZT" """"^N I

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/ Três dias depois, Marietta chega\ Chega a professora: — Já disse, não quero animaes No dia seguite, Rosa recebeu de\
lá. escola com um cãosinho, Velludo. \pqui ! As alumnas, porém, falam, pedem, supplicam: — /presente um bello carneiro branco \
I Todas as collegas approximam-se, uNão é jcsto mandar embora o cãosinho, tendo consen- a como a neve e resolveu leval-o á es- |
I fazem circulo, para admirar o cão- Itido ficar o gato I Ante tal replica, a professora cedeu3 cola para que as amiguinhas o vissem./

Foi um successo! Todos os alumnos achavam lindo o car- Esta chega e, com a maior energia, prohibe d e ema vez|
neiro, que trazia ao pescoço, á moda de gravata, gracioso laço
de fita. A professora, porém, não se conformou desta vez com as para sempre que as meninas venham para o cc.llegio com ani
mães. Mal acabara a directora de falar, eis que surge á porta da..
reclamações: foi chamar a directora.v

...aula uin tigre, que


fugira do Jardim zoo-
lógico e ali fora ter,
attrahido, sem duvida, .cheiro do carneiro. De um salto, a fera precipita-se sobre o car-
tNieimnho, cravando-lhe no dorio as agudas presas. Desde então os
nelo... ^alumnos nao levaram mais animaes para-a aula e
lattençao as lições. prestaram mais
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Í_ ninda pu oima <lsi s-4n.ú<lo, força o v-jG^of !


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0 Dynamogenol é d<; resultados surprehendehtès nos seguintes
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ANEMIA BRONCHITES CHROMCAS f \I AG REZA
FADIGA CEREBRAL DORES DE CABEÇA
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«*»* Almanach d'0 TICO-TICO

INDIGESTÃO - GAZES - DORES - AZIA


EXPERIMENTAE !
MAGNESIA DIVINA cura o vosso enfraquecido e
dyspeptico estômago em cinco minutos

Eis aqui um remédio simples e inoffensivo que praticamente cura os estômagos dyspepticos e faz desapparecer
a indigestão, gaz, ardor e azia em cinco minutos. Chama-se "Magnesia Divina'", e pode ser obtida em qualquer phar-
macia e em qualquer parte.
Se o que corneis fermenta repetidas vezes, se arrotacs e vomitaes azedos, indigeridos alimentos, se a vossa caneca
fica atordoada e vos dóe, se tendes máo hálito, a lingua suja, os intestinos cheios de bilis e de comidas mal digeridas,
lcmbrae-vos que uma colher de chá de " Magnesia Divina", tomada em um pouco de água quente, um minuto depois de
estar em contacto com o estômago o reanima.e todos os soffrimentos desapparecem em cinco minutos.
1*7 verdadeiramente admirável e quasi maravilhoso que este remédio de forma alguma prejudicará o vosso es-
tomago. Se soffreis de incommodos do estômago, algumas onças apenas de " Magnesia Divina" vos curarão dando-vos
assim completa satisfação. Este remédio vale o seu peso em ouro para homens, e mulheres que tenham os seus esto-
magos desregrados. Deveis, portanto, tel-o em vossa casa e sempre á mão para caso de dôr, azia ou qualquer indisposi-
ção do estômago, durante o dia ou a noite. E' o mais rápido, o mais seguro e mais infallivel doutor do estômago em todo
o mundo.
Não confundir a "Magnesia Divina" com outra magnesia qualquer, pois a "Magnesia Divina" é a única legitima
c original (fórmula do Dr. Beyed) fabricada pela Internacional Pruggists e Chenists Laboratories, Inc., New York.
Representantes geraes e depositários para todo o Brasil : Schoene & Schilling — Rio de Janeiro.
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do ácido urico
e Laxante
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SCHOENE & SCHILLING — RIO DE JANEIRO
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Por que não hei de estar contente si tomei o XAROPE
iiRINDEIJA de Oliveira Juntar e já não tenho mais
tosse ?
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e bronchite. A' venda em toda parte.
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3a insfrucção em^§>. ^paulo 11


11 Ü) progresso
- :;"*" ¦ ¦•:¦- 0 notável estabelecimento de ensino que é o Gymnasio Anglo-Brasileiro | i
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Jêèèl. f**.
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Edifício principal do Gymnasio Anglo-BrasUeiro de S. Paulo, vendo-se no medalhão o seu di-


i redor Sr. J. T. IV. Sadlcr.
Torna-se desnecessário encarecer a quer publico quer particular. O gráo instrucção publica do grande listado
importância do ensino em S. Paulo, de desenvolvimento attingido pela é o attestado patente de que não só <f
as iniciativas governamentacs como as ,;s
particulares são acoroçoadas pelo pu- <?
blíco intelKgente e activo. /)
A grande preoecupação do paulista *
é o bom collegio para os filhos e en- ...
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tre os melhores e mais conceituados
conta-se o Gymnasio Anglo-lirasilei- A
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mmW!sÊ?mm ff li ro, fundado em 1899 pela emérito edu- \
d cador Sr. Charles Armstrong. Trans- •
ferindo-se este grande pedagogo para .'.
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Éa T .^fli ¦N^^kftflfl mm^Wmm^Mr ^mVSÊv^M
o Gymnasio Angla-Brasileiro desta v
Capital, passou ao cargo de director A
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geral do estabelecimento de S. Paulo
)
o seu vice-director Sr. J. T. \V. Sa-
í/í*n í/r/(/><7 de alumnos | dler. O Mr. Sadler (pie é um espirito Y
rí<^rQs*Z>Ç,<^.<§<Sr § -ÇS, $ -O. !$. <^. $> -O ®<^.<Syt2).$<Z*-i,<^.<§.^ ».<^y<í> ^ 4
^^^^^^^^^tk^^^^^^^^^íí^^ $<à^*ZrÍ Alinanaeh d'0 TíCÔ-TlèÒ?**»*£>*

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A turma dos maiores exercitando-se c um aspecto do refeitório.

culto, formado pela tradicional Uni- des, com rigorosa vigilância e disci- tosas lições de moral. Alem de tudo,
versidade de Oxford, veio desde 1903 pliua. os alumnos se exercitam na arte de
exercendo as funeções de vicc-directòr Os sports e a cultura physica dos escrever no orgam mensal do Gym-
passando a director cm 1911, seguiu- alumnos têm por mestre um profes- nasio 0 Ensaio, jornal bem feito e
do as pegadas do seu antecessor e sor formado pela Sociedade Real de bem impresso.
companheiro Sr. Armstrong. Copcnhague. Em sumira c impossível descrever
() Gymnasio Anglo-Brasileiro de Nas noites de domingos c feriados, minuciosamente o que seja o Gymna-
S. Paulo é vastamente conhecido em são freqüentemente realisadas sessões sio Anglo-Brasileiro de S. Paulo.
todo o Brasil, ha mais de 20 annos. cinematographicas, òrganisadas de O seu edifício é amplo, conforta-
Passa, actualmente pelos seus bancos sorte a que se.ligue o ensino com a vel, com salas de aulas, dormitórios
a segunda geração (pie ali obtém uma sã diversão. Assim são, então, exhi- e refeitórios esplendidos.
insltrucção e uma educação genuina- bidas, ao lado de fitas que se rela- Todos os pães que queiram infor-
mente ingleza, tanto moral como pliy- cionam com o estudo da geographia, mações mais minuciosas podem se di-
sica e intellectual, guiada por educa- de historia universal ou de historia rigir á sede, em S. Paulo, á rua Ver-
dores inglezes formados pelas Uni- natural, outras representando con- gueiro, 390-392 solicitando prospe-
versidades de Oxford e Cambridge. tos, alguns alegres, mirando todas ctos e álbuns que gentilmente lhe se-
Os alumnos são divididos por ida- também em dar aos alumnos provei- rão enviados.

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0 batalhão escolar do Gymnasio Anglo-Brasileiro de S. Paulo.


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# <zsi><^> Almanach d'0 TICO-TICO •/<^-V<Z><t'< ¦<^^>^<^>^<^^<^^Í<^y^^><<Í>^>'»<^.^.-

*
3
A LIVRARIA QUARESMA
Acaba de publicar em Paris (em riquíssima edição)
*

CONTOS DA CAROCHINHA l
LIVRO PARA CREANÇAS = Décima oitava edição
l
\
Contendo uma escolhida collecção de sessenta c um coutos populares,
moraes e proveitosos de vários paizes. l
II II lI
Um grosso volume encadernado, de 424 paginas, cheio de estampas coloridas

0
—finíssimos chromos a oito cores c centenas de estampas em preto 5$ooo l
...
Q
Os Contos da Carochinha, que acabamos de publicar, são Historias da Baratinha—Livro para ereanças. contendo

l essas historias que todos nós ouvimos em pequeninos, con-


tadas por nossas mães, por nossos avós e velhos parentes,
setenta esplendidos e novos contos infantis, dos mais ceie-
bres conhecidos e apreciados — fantásticos, moraes, tristes

l e que sabem todas as ereanças de todos os paizes. Escriptos


em linguagem fácil, como convém âs ereanças, os Conto»
da Carochinha formam um livro valioso, um livro eterno,
e alegres — todos elles moralissimos.
Um grosso volume, ricamente encadernado o im-
presso em Paris, enriquecido com 11 lindíssimos
*

porque no Brasil até hoje nada se tem publicado que o chromos. a cores, e centenas de estampas a
| iguale; elles são eternos, datam de séculos ; e séculos e se- preto 7 $ 0 0 ri
culos durarão ainda.
A's mães de família, aos educadores e ao povo em ge- Historia da Avósinha—Livro para ereanças — contendo
ral, recommendamos este precioso livro, único que pôde cincoenta das mais celebres, divinas e lindas historia», mo-
guiar as ereanças no caminho do bem e da virtude, alegran- raes e piedosas, todas differentes das que se acham nos
k do e divertindo ao mesmo tempo. Contos tia (¦«rovhinli:i, nas Historias do Areo da Velha o nas
Historias da llaratinha.
índice dos contos — Os três cães, A bella e a fera, A
gata borralheira, O Barba Azul, O gato de botas, Chapei- Um colossal volume encadernado, com cerca de lOfl
Unho veinu" >, A varinha de Condão, A moura torta, João paginas e lllustrado com 131 gravuras, desenha-
bobo, O pequeno 1'olegar, O patetinha, Branca como a neve, das pelo genial artista Julião Machado S$0Q0
João e Maria, Jacques. e seus companheiros. Os dous ava- Historias Brasileiras — para ereanças. beilissinia col-
lentos, Cocota ou a menina desobediente, O perigo da for- lecção de 25 contos em prosa e verso, colhidos directamen-
tuna, Os três presentes da fada, A perseverança, A justiça te dos acontecimentos mais notáveis da historia do Brasil.
de Carlos Magno, A guarnição da. fortaleza, A briga dif- por Tycho Brahe
ficil, O tocador de Violino, Os onze irmãos da princeza, O
rei dos metaes, O rabbino piedoso, A igreja de Falster, A Um elegante volume, encadernado '. 2$0-;)0
lenda da montanha, O frade e o passarinho, O ratinho re- O castigo de um anjo — livro para ereanças — E' um
conhecido, Os seis companheiros, O anachoreta, O vaso de conto do grande escriptor russo, o sábio philosopho. o santo
lagrimas, Os meninos vadios, O pintasilgo, A fina Alice, Os
varão, Léon Tolstoi.
pêcegos, Jacques e o pé de feijão, Os dous caminhos, O cas- Um volume encadernado 2$000
tello de Kisnat, O irmão e a irmã, A cathedral do rei, Os
infortúnios do alfaiate João, As três gallinhas, O urso e a Os meu» brinquedos — Livro para ereanças — contendo
carriya e outros. populares cantigas do berço ; centenas de jogos e brinque-
Aviso—Prevenimos ao publico que quando haja de com- dos usados por meninos e meninas de todas as idades tios
collegios, nas chácaras, nos pateos e até nas ruas, tudo
prar os Contos da Carochinha, exija sempre a décima oitava
isso acompanhado de centenas de gravuras explicativas.
edição da livraria Quaresma—ó um grosso volume de 424
paginas, bem encadernado, com finíssimos chromos a oito Um grosso volume, ricamente impresso e encaderna-
f
¦»

cores e centenas de estampas em preto — trabalho Iuxuo- em Paris, com bellissimas estampas 5$000
samente executado em Paris, proposltalmente feito para
Thentro Infantil — Livro para ereanças — contendo:
prêmios collegiacs e também para os pães presentearem
aos filhos ; os padrinhos aos afilhados ; os tios aos sobri- scenas cômicas, monólogos, diálogos, comédias, dramas, tra-
nhos ; os amigos aos filhos de seus amigos, etc, etc, nos gedias, melodramas, operetas. etc, etc, desde um só per-
anniversarios natalicios, dias festivos, em que a alegria sonagem, até 30. As peças que esta obra encerra podem
invade todos os corações. ser representadas em qualquer logar — seja em theatrlnho.
em sala ou ao ar livre.
Historia do Arco da Velha—Livro para ereanças, con-
Um grosso volume encadernado, contendo 34 peças
tendo esplendida collecção dos mais celebres
lares, moraes e proveitosos de vários paizes,
zidos dos irmãos Grimm, 1'errault, Andersen,
noy, etc, e outros recolhido directamente da
contos popu-
alguns tradu-
Madame d'Aul-
tradição orul,
escolhidas 5$000
Álbum da» ereanças — Livro para ereanças, escolhida
collecção das mais formosas poesias para ereanças, escri-
l
por Viriato Padilha. pias c colleccionadas de todos os escriptores brasileiros e *
Um grosso volume, ricamente impresso e encarde- portuguezes, todas próprias para serem recitadas por cre-
nado, em Paris, de 504 paginas, cheio de finis- ancas, em festas collegiaes, anniversarios natalicios, fes-
Bimos chromos a oito cores e com centenas de tejos familiares, etc, etc.
estampas em preto 8$Q0O Um grosso volume encadernado 4$0p0
\

A. Livraria ÍPuaresma romctte para o interior, com a máxima brevidade possível


e livre de despezas com o Correio, qualquer livro deste
5
annuncio, bastando tão somente enviar a sua importância em dinheiro e em carta registrada, com o valor declarado
e dirigida a PKDUO DA SILVA QUAIIESMA, RUA DE S. JOSÉ' 71 e 73 — ItIO DE JANEIRO.

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EiUas, formosas, rendendo homenagem á cAQZfA ÚÍMLNCA
•è> NEVÃlt, a í)eusa da Êelleza, o Sonho das senhoras
l elegantes I
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E' um producto de tal valor que um só frasco hasta pura


aformosear e conservar a helleza da pelle.
-RS. lOfOOO
0 RS. 8$OOQ - PELO CORREIO
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Deposito O-era,!:
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J CASA GASPAR — Praça Tiradentes, 18 J
IR,io de Janeiro Q
Pagina de armar - O GALülNHElHO
(Vejam rxpiicação «o texto)

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TODO O BEM TEM RECOMPENSA O NARIZ EXTENSÍVEL
~1
^||raL ~/5^5-^~ F~ ~~*~— ~

Pedro e Paulo, apezar de serem irmãos, No caminho encontraram um formigueiro, dean- _ Prestarem algum serviço
? A
tinham gênios completamente differentes. te do qual pararam. Paulo, levantando o pé, hia nigas ? Ora essa!... — respondeu
Tanto Pedro tinha de bom quanto Paulo destruil-o quando Pedro segunrando-o pelo braço, 1,, dando de hpmbros.'corri>.u
de máo. Ambos partiram um dia de casa CXu- —. Para «iue vaes fazer mal a estes bi- ^darque,sem > do Raio, chete <tos pelles Não é um buffalo, nem "ser
u°Vr babes se dizer palavra. Caminharão vermelhas um veado: é O desconhecido e um deveras bi-
em busca de trabalho. cninnos elles um dia prestar-te-ao ai- muito tempo até que chegaram passeia a cavallo pelas planícies de seus domi- um rosto pollido, e Filho do Raio, num ga- zarro, exótico mesmo. Entretanto, é um
gum serviço ? nios « de repente descobre, lá longe um ser ex- lope celebre, chega junto do homem e des- sábio, o naturalista Crocodilo, que anda
trar.h ce do cavallo e olha-o com interesse. á procura de uma espécie rara de ara-
•nÜMi

... á porta de um velho castello que parecia Um vellinho veiu abrir-lhes a porta,

zes resolveram bater á porta do castello. «°s comida...


— Direi — respondeu o velho — mas prev;
estar deshabitado. Como tivessem fome, pois no perguntando o que queriam. —• Temos no-os ce que transpondo'o limiar desta porta s;
caminho não encontraram hotel algum, os rapa- fome> meu hom velho, e se quizesses dnr- reis suhmettidos a bem dura prova I
rá ? - - perguntaram logo as dou irmãos.
— Qual s«
... vivem no Far-West e que possuem patas
^^b^^-^^^B .ziJÇl^- ^?B
—-
T" ~
v_.orn que direito II
com
, I
ousas pisar a terra,
,T—Ml
... qn^-^ra
q um naturalista. Filho do
.

eguaes as do elephante. Filho do Raio, arrega- onde repousam os ossos de meus sagrados Raio. n. no entanto, soltou um
grande grito
¦•"• s>s; t,¦«••«•
andes-- olhos, —*—-">siu. Retoma
. .'. espantado. logo,
""«¦'- —o-. avós
«..»»• .? ^.»,™mu,
Crocodilo, tomo
como rresposta, aponta de guerra, e Crocodilo, medroso""nervoso

w
porím. sua impossibilidade de rie grande
„r,nHp chefe e para .
a caixa de zinco, ond guarda insec- atira á bocea do peite vermelha a
~j ^i caixa'
r~y è>'y»-uraua- ^—do^insectns

V a seguinte : a condessa. Lucia.ia, a cas que desmaiou c até então, não — Que achas ? —
»»>tls possuía
teua, nni.,,1. ..„ collar de
ssuia um voltou a si. Muitas pessoas tem vindi perguntou Paul ¦r ! -I
pérolas preciosas.
preciosas, di«- .
dis- ao castello se
e procurado encontrar as ie ao nlL'
ao A^t,,, ,.,
Acho qui
¦postas num'fio de seda, que se arrebentou^ As respondeu Pedro, encaminhando-se
peroh pérolas, "r que tirarão a condessa da le- ..
íiefe-indio, com a caixa
vv.» - vari'
'-••"• ... ,-- r-- para o- naturalista
thargia em que se encontra. .Vada con- »»» «- Dcpo» verem, Htlv. a.xa presa i««.«,
pre^a aá hoeca^d»" ;avançou . ve .,SUu-,„c
ligou-lhe as mãos asás costas. Depois,
Depois
p... •
!£ forrmh,rontradarAUc"ndeass cele^p r > ar. com os, punnos cerndos <¦ os olhos esbu- nui" requinte reouinte decie crueldade, amarrou com m**, uma j_ .......
..— corda ô nariz de. „
isso tão grande abalo e pagaram com a vida tal «uda Crocodilo
seguiram Quando a kaixa cahiti-lhe da bocea. immedia- na do cavallo. O mdio escolhera o nariz, porque Crocodilo o tinha
tentativa. • d° tamanho de um melão. ""«•

^^^V^X-^J ~2Sv^5^T^\ -v^,"-—:¦——r

— Que fazes aqui ? — perguntou elle. — Salvas- reditas poder encontral-as


Estavam sentados desde algum tempo,
vigiados pelo velhinho, quando de repen- te do qual pararam. que não ? — r< ' forn
Paulo, levantando o pé, ia formigas, soli .» direcção da rai
te, P;d/o sentiu uma ligeira ferroada se d-ístruido. Aqui estou, com alguns milhares de' in mãos á ol.ra e encontraram
na mão. Olhou e ia matar o bichinho formigas, para ajudar-te a procurar as pérolas d i Ah I — murniurou o indio, montando a cavallo --
¦ pérolas. A castellã a >?P™^ o índio
¦
insultar-me. nas meus guerreiros levar-te-ão ao ,Pn morre de espanto : o naturalista
que o mordera, quando reconheceu, a collar da condessa. !or»% o somno, Pedro e Paulo. | ^ ° "ar" »"«»*«**qtias. não se mo-
rainha das formigas. « tortu ,z 0 cavall0 â trotc, ,creditando acompanha o trote do cavallo.
recon c iua victima pel (.roeodüo aSamW
nariz. a.ongando-.se... usava um nariz postiço de borracha.-
idão das formigas. _Jj
.^><2,<^<^' ^o^-cy-c^AIniaiiaeli d'0 TICO-lUlO *

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SI DIAS
1» MEZ \
\ 10—Sabbado — tí. Gonçalo. 21—Quarta-feira — Santa Ignez.
o 1—Quinta-feira — Oüoumcisão do Se-
nhor — Confraternidade Universal — 11—Domingo — S. Theodorlco. 22—Quinta-feira — S. Vicente.
0 (Feriado Nacional).
2—Sexta-feira — Santo Isldro.
12—Segunda-feira — S. Saíyro.
13—Terça-feira — Baptismo de Jesus.
23—Sexta-feira — Desposurios de N'. Se-
nhora com S. José. i
\ 3—Sabbado — Santo Anthero.
4—Domingo — S. Gregorio.
14—Quarta-feira — S. Felix de Nóla.
15—Quinta-feira — S. Amaro.
24—Sabbado — N. S. dá Paz.
25—Domingo — Convenção de S. Paulo.
i
0 5—Segunda-feira — S. Simeão. 16—Sexta-feira — S. Marcello. 26—Segunda-feira — S. Polycarpo.
6—Terça-feira — Santos Reis. S. Frede-17—Sabbado — S. Antão. 27—Terça-feira — S. João Chrysostomo.
\
0 rico. (Dia Santo).
7—Quarta-feira — S. Theodoro.
18—Domingo — Santa Prisca.
19—Segunda-feira — S. Cannto.
28—Quarta-feira — S. Cyrillo.
29—Quinta-feira — Oração de N. Senhora.
30—Sexta-feira — Santa Martina.
o
8—Quinta-feira — S. Lourenço. 20—Terça-feira — S. Sebastião. Funda- 0
9—Sexta-feira — S. Julião. ção <la cidade <lo Rio de Janeiro. (Fe- 31—Sabbado — S. Pedro Nolasco.
\ riado Nacional). 0
o O nome de Janeiro vem de Jnnunriua, em homenagem a Jnnus, deusa do lar e da pátria. Signo, Aquário.
o
0
\ Jesus e âs creanças consagrar um grande amor a Jesus,
educaiulo-.se nos ensinamentos chris-
nos o perfeito conhecimento do ver-
dadeiro Deus, trazendo-nos a luz e i
0 tãos, conhecendo e cumprindo fiel- tralnsmittindo-nos a elevada moral 0
0 mente os dons grandes mandamentos que nos prescreve o culto á verdade, 0
o () Nazareno gostava muito das cre
ancas c sempre que, cm sua divina
do divino Uabbi, que são: — Io,
de todo seu coração e
o amor e a caridade.
Tomemos por modelo,
\
imitemos 0
0 attra-
amar a Deus,
0 peregrinação, as encontrava, de toda sua alma, com todo seu en- Jesus Christo, para sermos sempre
hia-as a si, affagando-as carinhosa- felizes, gozarmos do melhor conceito \
0 mente. e sermos bem estimados, — o que
*TM
NOSSOS LEITORES
0 Acliando-se cm Cafariiatim, cidade facilmente conseguiremos, amando
Q da Galiléa, com os doze apóstolos — muito o Divino Rabbi da C.aidca, quc,
0 Simão, Pedro, André, Thiago (filho
para tanto dignificar nos, deixou-se
0 de Zebedeu), João, Filippe, Rartho- crucificar no Calvário, soffrefido
0 loineu, Tliomé, Matheus (publicano), morte affrontosa.
0 Thiago (filho de Alfeu), Judas, Tha-
deu, Simão Cananeu e Judas Iscario- Juvenal Santos de Mello.
0 ti, e, vendo umas creanças que d'elle
0 se approximavam para beijar-lhe a
0 dexfra, tomou um menino c, depois 0 ladrão enganado <;'

\ ile abrâ'çal-o, collocou-o no meio dos 0


d Um bondoso irmão capuchinho ia ò
discípulos, dizendo-lhes:
0 -Se não vos converterdes c não vos -"¦^-JSÉMaQaaW P subindo o morro do seu convento, 0
carregando as esmolas que tinha re- ('
tornardes semelhantes ás creanças,
cebitlo nos arraiaes visinhos: eram 0
não entrareis no reino do céo. Todo
legumes, pão e fruetas que elle levava
0 aquelle que se humilhar e tornar-se
dentro de um sacco e algumas nu .'¦

0 pequeno como este menino, será dos das .para o concerto da igrejtnha. 0
0 maiores tia morada celeste, e todo tarde 0
aquelle que acolher em meu nome Já era e, por isso, o irmão'
Jeronymo deixou a estrada e tomou 0
0 uma creança como esta, a mim aco-
lherá e igualmente a meu Pae, que
um atalho para atravessar um mâtto J
0 está no Céo; o que, porém, escanda-
espesso. 0
0 li/ar um destes pequeninos que crêem
Mal entrou no matto, enfrentou se 0
0 com um ladrão de garrucha armada (>
em mini, melhor lhe fora que se lhe
0 atassem ao pescoço uma mó de ata-
¦ .... --- *Ma*- , que lhe disse:
O dinheiro pu a vida.
Em vão pediu o irmão que o "'se- 0
\ fona e o atirassem ao fundo do mar.
0 Como alguns dos discípulos pro- nhor ladrão" o deixasse ir, porque 0
A galante Diva Rocha, residente nesta
0 curassem afastar as creanças de jtin- capital elle levava coisas sem valor: o sus- 0
0 to do Mestre, suppondo que ellas o tento dos frades para aquelles dias. 0
incommodavam, observou-lhes elle: tendimento e com todas as'.suas for- O ladrão tomou-lhe o sacco c as rnoe- 0
\ — Deixae vir a mim os pequenos ças, e o 2", amar a seu próximo, seu
0 das e ia embrenhar-se, quando o ir- 0
0 e tende todo cuidado em não despre- igual, seu semelhante, como a si mão lhe disse:
zardes um destes meninos, pois de- mesmo. Já que o senhor me fez o favor 0
0 claro-vos que, no Céo, os anjos, in- Para sermos felizes, conceituados da vida, ha de fazer me mais outro.
0
0 cessantemente, estão vendo a face de e estimados, devemos, como nos ensi- Receio que no convento não acre 0
0 meu Pae, que lá está e que não quer na Renan, imitar, tomar por modelo ditem que fui roubado; queira pois, 0
0 que pereça um só destes pequenos, aquelle quc, sustentando sua doutri- varar-me o capuz com algumas balas, 0
\ quc elle muito ama, como eu também na, confirmando tudo que publica- para ter uma prova. 0
0 os amo muito. mente ensinara, falando sempre a O ladrão consentiu, deu dois tiros; 0
0 Devem, portanto, todas as creanças verdade até o sacrifício da cruz, deu- o irmão examinou e disse: 0
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2» HBZ 20 DIAS
!
1—Domingo — Septuagesima Santo 11—Quarta-feira — S. Adolpho. 21—Sabbado — São Felix de Metz.
Ignacio. 12—Quinta-feira—S. Julião Hospitaleiro; 22—Domingo — A cadeira de S. Pedro.
2—Segunda-feira — Purificação de N. 13—Sexta-feira — Santo Euphrisio. 23—Segunda-feira — S. Lázaro.
Senhora. N. Senhora das Candêas. 14—Sabbado — S. Abrahão. 24—Terça-feira — S. Pretextato — Pro-
3—Terça-feira — Santa Olivia. 15—Domingo — Carnaval. Trasladação! mulgação da Constituição. (Feriado
4—Quarta-feira — Santo André. de S. Antônio de Lisboa. Nacional).
5—Quinta-feira — Santa Agueda. 18—Segunda-feira — Carnaval — Santo 25—Quarta-feira — S. Cezario.
6—Sexta-feira — S. Amando. Onesino. 26—Quinta-feira — Santo Alexandre.
7—Sabbado — S. Maximiano. 17—Terça-feira — Carnaval — S. Ausen- 27—Sexta-feira — S. Leandro.
8—Domingo — S. Alfredo. cio. 28—Sabbado — Trasladação
9—Segunda-feira — S. Cyrillo. de Santo
18—Quarta-feira — S. Marccllo. Cinzas. Agostinho.
10—Terça-feira — S. Guilherme. 19—Quinta-feira — S. Conrado. 29—Domingo — S. Romão. 0
20—Sexta-feira —¦ Santo Eleuterio.
Os romanos consagravam este mez á Xeptuno, deus do mar.
o
De quatro em quatro annos. Fevereiro tem mais um dia,
para pôr o calendário de accordo com o movimento da Terra. A Terra dá um giro completo em torno do Sol (que é o que
se chama um anno), em 365 dias e 6 horas. Essas 6 horas que sobram dos 365 dias, sommam, no fim de quatro annos,
24 horas, isto é, um dia inteiro, que se acerescenta ao mez de Fevereiro. Chama- se ao anno em que Fevereiro tem 29 dias
Anno Itinnexto. Signo, PEIXES.

São muito pequenos os bura-


cos; dê mais alguns.
dos nas arvores copadas, e voam ale-l OS ESCOTEIROS
gres e pressurosos, de galho em ga-J )
O ladrão deu mais dois c disse lho, a soltar melodiosos gorgeios, que] Uma tarde, estava eu na Avenida
que não tinha mais balas. se confundem com o canto incessan-j Tiradentes, á espera do bonde. Ru-
Nem de outro calibre mais te' e longínquo dos gallos. E' ao sur- fos de tambor e toques de cometa
grosso não tem ? gir da aurora e ao doce influxo dos chamaram minha attenção. Sabeis o )
Não.
Ah! patife, então é commigo.
seus raios, que as rosas abrem os ca- que annunciavam ? i
lices, para com a belleza mágica de
Pegou o ladrão surprehendido, der-
Escoteiros, que surgiam
Florencio de Abreu.
da rua
i
ribou-o, e, depois de applicar-lhe uma GALERIA INFANTIL Ao passarem na minha frente, tive
boa sova, tomou o sacco e o dinhei- oceasião de examinal-os. A' van- \
ro e continuou, alegre, seu caminho. guarda da longa fila, vinham os cy-
Maranhão. distas, depois os tamborileiros e os 0
Elias Zelaket Júnior corneteiros. Os outros marchavam
atraz. Entre estes estava o porta-
bandeira, que segurava com galhar-
IXitiiia escola dia o querido symbolo da nossa Pa-
O professor — Janjão ! tria. Todos traziam ao pescoço o
O alumno — Prompto, seu "fes- lenço roxo, demonstrando, assim,
sô !" que pertenciam á Commissão Re-
O professor — Que é um trimes- gional de Escoteiros da Luz. De-
tre ? pois, a um signal dado pelo instru-
O alumno — São três mestres, seu ctor, entoaram uma bella canção:
"fessô !"
Rataplan, do arrebol
Philemon Lopes Amador. r*a W\ BbbT
Ikm^ám j Escoteiros vede a luz ;
Capital, 919.
<* B I
Rataplan, olhae o sol
Do Brasil que «os conduz
0 romper da aurora Era a canção dos Escoteiros de
São Paulo.
Deslumbrante é o espectaculo do E como eram afinadas as suas vo-
despontar da aurora ! zes !
O céo cobre-se de nuvens errantes, Com que enthusiasmo e disciplina
vermelhas, vivas e chammejantes, ¦ ¦»¦ ii 1.—¦ ¦ —1.. . ¦—^—¦¦¦¦ ¦
marchavam esses futuros servidores
brilhantes estrellas fazem suas des- Miecio Araújo Jorge cVHonkis, leitor d'"0 do Brasil !
pedidas á manhã, para deixar ap-
Tico-Tico", residente em S. Salvador, E, á voz de "esquerda, volver", do-
Bahia. braram uma
parecer ino nascente o famoso Rei esquina, desappare-
dos astros que, com seus bellos raios, suas pétalas e com o perfume que cendo.
como fios de ouro, vae banhar a ter- exhalam, ceder mais poesia á manhã. O bonde 39 chegava. Nelle tomei
ra e seccar o orvalho matutino que As montanhas cheias de orvalho e assento.
cessara de cahir, á noite, como pero- atapetadas por espessas verduras; as Ainda hoje tenho uma viva lem-
Ias celestes, que se desprendem do campinas tão verdes e regadas pelas branca dessa formosa tarde de se-
firmãmente E' aos movimentos da águas encachoeiradas do rio. mur- tembro.
brisa suave e plácida que os passa- muram tudo quanto diz: — Poesia ! Mlle. Queridinha
rinhos despertam nos ninhos colloca- Ida Abrantes. (S. Paulo).
."O-O" >'^y-<CCv<ív-'
tl'0 TICO-TICO*=^>*
^TT"^T!*^^ ^v^^
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3» MEZ 31 DIAS

1—Segunda-feira — S. Adrião. U—Quinta-feira — S. Constantino. 22—Segunda-feira — S. Octaviano. \


2—Terça-feira — S. Carlos. 12—Sexta-feira — Santo Eulogio. 23—Terça-feira — S. Liberato.
í 3—Quarta-feira — S. Martinho. 13—Sabbado — S. Rodrigo.
14—Domingo — S. Leandro.
24—Quarta-feira — S. Agapito.
25—Quinta-feira —¦ Annunciação de N. \
5 4—Quinta-feira — S. Caaemiro.
5—Sexta-feira — Santa Pulcheria. 15—Segunda-feira — Santo Henrique. Senhora.
5 6—Sabbado — Santa Collcta.
7—Domingo — S. Thomaz de Aquino.
16—Terça-feira ¦— S. Cyriaco.
17—Quarta-feira — Santa Agrícola.
26—Sexta-feira — S. Braulio.
27—Sabbado — Santo Alexandre. \
8—Segunda-feira — S. João de Deus. 18—Quinta-feira — O Archanjo Gabriel. 28—Domingo — Santa Dorothéa. liamos.
9—Terça-feira — S. Cândido. 19—Sexta-feira — S. José. 29—Segunda-feira — S. Victorino.
10—Quarta-feira — S. Militao e 39 com- 20—Sabbado — S. Gilberto. 30—Terça-feira — S. João Climaco.
panheiros. 21—Domingo — S. Bento. Paixão. 31—Quarta-feira — S. Benjamin. Trevas.
era o primeiro mez do anno romano. Foi Romulo quem lhe deu o nome
O mez de Março, que era consagrado a Minerva,
do deus Mnrte. .Signo, CARNEIRO. l
\
0 seca proclamou a Republica do Bra- conhecida e a terra descoberta, o
0 Pavilhão Brasileiro sil. nascer do povo indeciso, a inquieta ai-
"... a bandeira As vinte e uma estrellas designam vorada da Pátria, o soffrimento das o
que, em os nossos vinte listados e o Distri- horas difficeis e o delírio dos dias
seu aspecto, symbolisa inte- cto Federal. de victoria; para elle, para o seu fui-
oralmente a pátria." O "verde, da côr da esperança, é gor divino, ascenderam, numa esca-
a perpetua mocidade da nossa terra c lada anciosa, quatro séculos de beijos
A bandeira é o symbolo, a encar-
nação e a imagem da pátria e, por a perpetua meiguice das ondas mau- e de preces; e. pelos séculos em fora,
sas, que se espreguiçam sobre as irão para elle a veneração commovida
isso, deve ser respeitada, venerada e
nossas praias". e o culto fetichista das multidões de
querida. brasileiros que hão de viver e de lu-
A bandeira da minha pátria, a ban- ÁLBUM DA INFÂNCIA far !"
deira do Brasil é uma das mais bellas
A viração dessa flammula encan-
e gloriosas do mundo.
tadora, que representa a nossa na-
Bella, pela sua fôrma e significa- cionalidade, traz-nos a recordação da
ção; gloriosa, por nunca haver sido
humilhada e representar um paiz já- guerra contra os hollandezes, as cam-
mais aviltado, cuja historia é uma pa- panhas do Uruguay e Paraguay e
muitos outros feitos heróicos, dos
gina repleta de factos incomparaveis,
onde se destacam nomes de bravos qtiaes todos os brasileiros podem ufa-
nar-se !
como Henrique Dias, André Vidal de Manáos.
Negreiros, Antônio Felippe Camarão, Júlio Sobreira I.ima Filho.
Joaquim José da Silva Xavier — o
Tiradentes, Manoel Luiz Osório —
marquez do Herval, Luiz Alves de DICCIONARIO DE FANTASIA
Lima e Silva — duque de Caxias, Prata — Kio, que 6 metal precioso.
José Antônio Corrêa da Câmara — Jacinth» —¦ Homem, que esta nos jardins.
visconde de Pelotas, Joaquim José Tigre — Rio, que é animal feroz.
< nrvalho — Planta, que ê sobrenome.
Ignacio — visconde de Inhaúma. Victoria — Ilha, que é nome de mulher.
Marcilio Dias e Francisco Manoel Machado — Sobrenome, que os lenhei-
ros usam.
Barroso — barão do Amazonas. Gavião — Ave, que é sobrenome.
O estandarte, cuja fôrma foi con- Mma — Fructa, que é cidade.
cebida por Bemjamin Consfant de Coelho — Animal, que é sobrenome.
Governador — Ilha, que governa.
Magalhães, um dos fundadores da Mnr — Serra, que tem água.
nossa Republica, tem a fôrma qua- Angélica — Mulher, que vive nos jar-
Carlos Ferreira, de dois annos de cdade, dins.
drangular. residente nesta capital.
Branco — Rio, que nao ê preto.
Um losango amarello sobre campo Norte — Mar, que é ponto cardeal.
verde, com uma esphera azul no cen- O "ouro é o sol, que nos alimen- Carneiro — Animal, que é sobrenome.
Agulha*—Cabo, que as mulheres usam
tro, atravessada por uma cinta bran- ta e nos excita, pae das nossas seá- Nelson — Rio, que é nome.
ca, curva, que significa o rio Amazo- ras e dos nossos sonhos, nome da far- Trindade — Ilha, que é sobrenome.
nas — o mais caudaloso estuário do tura e do amor, fonte inexgotavel do Kusilio Siviero (S. Paulo)
planeta, com a inscripção — Ordem c alento e da belleza".
Progresso; no globo azul estão dis- O "azul é o céo, que nos abençoa, E esta «?
postas vinte e uma estrellas — o as- inundado de soalheiras offuscantes,
pecto do firmamento em 15 de No- de luares mágicos e de enxames de Que é que tu és ? "Bipede", "Qua-
vembro de 1889, reproduzido á tona estrellas". drumano'* ou "Quadrúpede" ?
E o "Cruzeiro do Sul é a nossa Sou "Quadrumano".
dum lago.
O dia quinze d'aquelle anno, como historia : as nossas tradições e a Por que ?
todos sabem, foi aquelle em que o nossa confiança, as nossas saudades Porque tenho quatro manos !...
marechal Mainoel Deodoro da Fon- e as nossas ambições; viu a terra des- Philemon Lopes Amador.
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-Almauacli d'0 TICO-TItX •'C*<í>'<2*<^> ^> <o <^ -
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4° MEZ 30 DIAS \
í 1—Quinta-feira S. Hugo. Endoenças. 11—Domingo — Santo Isaac. Paschoela. 21—Quarta-feira — S. Anselmo. Tiraden-
2—Sexta-feira - S. Francisco de Paula. 12—Segunda-feira — S. Constantino. tes. (Feriado Nacional).
Paixão e Mor te de N. Senhor Jesus 13—Terça-feira — S. Justino.
Christo. 14—Quarta-feira — S. I.amberto.
22—Quinta-feira — S. Leonidas.
23—Sexta-feira — S. Fortunato. o
3—Sabbado — S. Pancracio. AUeluia. 15—Quinta-feira —¦ S. Basilio. 24—Sabbado — S. Alexandre.
4—Domingo — S Ambrosio. Paschoa. 16—Sexta-feira — S. Fructuoso. 25—Domingo — S. Marcos. Patrocínio de
5—Segunda-feira S. Geraldo. 17—Sabbado — Santo Aniceto. S. José.
6—Terça-feira — S. Celestino. 18—Domingo — Santo Appolonlo. 26—Segunda-feira — S. Cleto.
7—Quarta-feira - Santo Epiphanio. 19—Segunda-feira — S. Jorge. 27—Terça-feira — S. Tovibic.
8—Quinta-feira — Santo Amancio. 20—Terça-feira — N. Senhora dos Pra- 28—Quarta-feira — S. Didymo.
9—Sexta-feira — S. Marcello. zeres. 29—Quinta-feira — S. Hugo.
10—Sabbado — S. Terencio. 30—Sexta-feira — Santo Eutropio.
Este mez era consagrado pelos romanos a VeniiN. Seu nome parece derivar de Anerlre (abrir), porque nesta época do
anno, a Terra como que se abre para nos communicar as suas naturaes abundan cias. Commemora-se neste mez, Tiraden-
tes, appellido do alteres José Joaquim da Silva Xavier, que tentou promover uma revolução em Minas Geraes para livrar
1
o Brasil do domínio portuguez e proclamar a Republica. Denunciado por um trahidor, foi preso e enforcado no campo
de manobras do Rio de Janeiro, em 1792. Sijçiio, TOURO.
0
O menino ef/oi&ta JL TEIMA ranço. Mas, chegados ao meio, não
havia logar para ambos e não podiam
Viviam no mesmo aprisco, entre apartar-se para passar.
Uma tarde de inverno, ao pé do montanhas alterosas e cobertas de —• "Volta atraz — disse Barbinha-
fogão, o pae de Luiz lia alto em um mattos, dous gentis cabritos, chama- branca, com um ballido. Eu quero
livro: "Os meninos egoistas não são dos Barbinha-branca e Barbinha- passar para o outro lado.
amados por mingucm". preta. Viviam juntos, e, de vez em Não, disse Barbinha-prcta. pri-
Papá, pergunta Luiz, o que quer
quando, sabiam juntos para desfo- meiro hei de passar eu.
dizer egoista ? lhar as hervinhas frescas dos pastos Para traz — repetiu Barbinha-
E' um vil menino, que quer tudo montanhezes. Mas, também, de vez branca, abaixando a cabeça.
para si e nada para os outros. Não ! Não ! — respondeu Bar-
Quando eu era pequeno como tu, OALBBTA DA INFÂNCIA binha-preta, dando um golpe com os
havia, na escola que eu freqüentava, chifres.
um menino chamado Arthur. E começaram a marrar raivosa-
Este menino trazia quasi sempre mente um contra o outro, mais rai-
"ltmch" balas e
para seu grandes pe- vosos que nunca. Mas a prancha era
ras; mostrava-as a todos, porém, não estreita e o exercicio perigoso ; os
as dava a ninguém. T Jm ¦>•> <-^Ê •hA"t dois cabritos perderam o equilíbrio e
Nunca emprestava siquer unia
precipitaram-se no abysmo.
penha a seu collega. Assim, Barbinha-branca e Ba-rbi-
A' hora do recreio queria sempre nha preta pagaram com a vida a sua
ser o senhor; era preciso fazer tudo teima.
o que elle queria. R. F. Cidon.
Por fim, todos os seus camaradas (Traducção).
viravam-lhe as costas e ninguém que-
ria mais brincar com elle. Tornou-se Cousas impossíveis
odiado por todos. • Uma lavadeira lavar roupa intui
Sabes agora tu, meu filho, o que é "tank" de
guerra.
um menino egoista ? Prender um cão com uma cor-
Oh ! sim, papae, eu não serei mais rente dágua.
egoista, porque eu quero ser amado Tomar um trem numa estação do
por vós e por todos. anno.
Maria Isabel M. Obturar um dente de alho.
(Traducção). A galante Cacilda Cardoso Aguiar, Um oculista tratar de um "olho"
leitora d'0 Tico-Tico.
de azeite.
em quando iam brigando entre si e Fazer gymnastica mima barra de
IVuin exame tão teimosos eram, que nenhum que- sabão.
() exârninadór — Quem foi que ria ceder, sinão depois de experimen- Comer um jornal, empastelado.
descobriu o Brasil ? lar o pão do pastor. Representar no theatro uma peca
àe relógio.
O examinando - - Koi Pedro Al- Um dia, por diversos caminhos,
vares Cabral. vieram pastando ao longo dos ata- Enfiar o annel de Saturno no dedo.
montanhas Argentino Muni.-:
O examinador Em que anno ? Ibos Íngremes de duas
() examinando No anno cm que oppostas. E chegaram a uma pran-
clia suspensa, sobre um barranco es-
chegou aqui.
Philemon Lopes Amador. treito e profundo. Ambos avançaram li^PpiifliiiiiJ™
Capital, 1919. sobre a prancha para transpor o bar-
nanach d'0 TICO-TICO^*

í
v>
:ti DIAS
J1EÍ
Segunda-feira - S. Aureliano. Lada- 20 Quinta-feira a. Bernardlno de
0 1—Sabbado 8. Amador. Festa do Tra- 10
inhas. Sena.
o balhu.
Domingo — S. Athanasio. Maternida-
11 Terça-feira — Santo Anastácio. La- 21—Sexta-feira — S.
22—Sabbado — S. Romão.
Marcos.

o de de N. Senhora.
3—Segunda-feira — S. Juvenal. Anntver-
dainhas.
12—Quarta-feira — S. Nereu. Ladainhas. 23—Domingo — S. Basilio. Espirito Santo.
24—Segunda-feira — N. S. Auxiliadora.
sario do Descobrimento do Brasil. 13—Quinta-feira — N. S. dos Martyres.
Abolição da escravidão do Brasil
— 25—Terça-feira — S. Bonifácio.
í (Feriado).
Ascenção. 26—Quarta-feira — Santo Agostinho.
o 4—Terga-feira — S. Floriano.
5—Quarta-feira — Convenção de N. 14 Sexta-feira — S. Bonifácio.
27—Quinta-feira — Santo Olivio.
28 — Sexta-feira — S. Germano.
o Agostinho.
6—Quinta-feira — Santa Judith.
15—Sabbado — S. Isidro.
16—DomlnK» — Santo Honorio.
29—Sabbado — S. Proeopio.
o 7—Sexta-feira — N. S. do Resgate. 17 segunda-feira
— S. 1'aschoal.
18 Terça-feira — S. Kurico.
30—Domingo — Santa Emitia. Santissi-
ma Trindade.
l
')
8—Sabbado — S. Victor.
«I—Domingo — S. Gregorio Nanziazeno. 19—-Quarta-feira
— S. Cyriaco. 31—Segunda-feira — Santa Petronilha.

Foi-lhe dado o seu nome em honra dos velhos (Mnluna Majorlbus).


o Este mez era consagrado pelos romanos a Am.llo.
Era o terceiro mez do anno romano.
...olicfto da escravatura foi um dos actoe> ais importantes
^ da nossa historia.
.^ ._.
No Brasil não havia gente de côr,
to ^ VLytm ( ^ & ^.^ ^.^ ^ wlvag,.„s, Que
a não serem os índios. Mas alguns neBOC1*"1 ,^s Desde que o Brasil fez sua independência, tratou logo de acabar com
to o-
traziam prisioneiros e que vendiam como
esse mal, que se tornava cada vez maior J">
Foi o senador Euzebio de Queiroz
'
Coutinno
pretos
^ttoao ^
que nasciam aqui, filhos dos primeiros escravos, eram também es-
,-amara
lV.üi^^
quem IV z a primeira lei atacando a escravidão. Esse
^ ^ ^ setembro. o visconde do Rio Branco fez a
t
masP™
lllustre estadista prohibiu que trouxessem 13 de maio de 1888 foi asaignada pela
lei, declarando livres os filhos de escravos, conse,nelro por deante. Bm
Jüao Alfredo e apresentada ao parlamento pelo conse- í
5
to í
(?)
¦oQ
Fi '(i n m entoa. escuridão d'um túmulo, desconhecida,
esquecida, tão mysteriosa, tão isolada,
Nossas paginas de armar
como fora em vida o seu coração exan- \
À' intflligeiite Abigail Barbosa. gue... 0 JOGO DA ESTRELLA
(? sempre o mesmo canto, como . ,.E nunca mais se ouviu o canto
\
um impulso de prece extrema, Os elementos deste jogo que illtistra
E se ouvia pela calada das noi- as paginas do nosso Almanach são mui-
NOSSOS LEITORES to simples ; compÕera-se de dois dados,
\
quando tudo era silencio
0 e tristeza, tes,quando a lua muito pallida um copo de papelão, tentos para marcar
e o quadro colorido.

d
5 se mirava vaidosa nas águas azuladas
do lago transparente...
...Havia um quê de mysterioso no
No circulo do centro cada .um põe o
que joga, um ou dois tentos. Desses cir-
l
() seu rythmo ; muitas vezes era repassa- culos partem os raios cl'a estrella, que
do de uma agonia pungente e o canto são doze — dois verdes e os restantes
mas logo renascia
<?¦ parecia Se extinguir, amarellos.
com o mesmo sentimentalismo, a mesma
<? insaciabilidade...
Em torno ha varias casinhas quadra-
das ; umas contêm apenas números, ou
(5 .. . E era como uma prece quasi este trás contêm números dentro de peque-
(5 canto mysterioso — écho da saudade in- nas estrellas. Cada uma dessas peque-
(5 destructivel que se fazia ouvir d'além nas estrellas corresponde á ponta de
onde o lago na sua superfície azul, es- um dos raios da estrella grande.
<? pelhava as estrellas risonhas do céo !.... Podem jogar tte duas até dez pessoas.
J ...Numa noite de brumas glaciaes,
Cada um escolhe um marcador de for-
ma ou cor differente que não se possa
} sem luar. sem aromas de flores des-
confundir com os tentos dos adversários.
abrochadas, em que pétalas murehasde
rosas eburneas rolavam açoitadas pela Collocados os tentos que cada qual
brisa, sobre a neve da estrada jazia o arrisca 110 circulo central, o que come-
corpo esguio de uma mulher, em cujas A graciosa Guinara de Moraes, residente ça colloca um marcador na estrella
faces maceradas via-se o sulco indelével em Santas, fantasiada de Primavera no n. 72 e atira os dados, se lhe sahir um
0 das lagrimas... sublime sulco a divi- Carnaval de 1919 dos números collocados entre a estrella 0
Q nizar-lbe o soffrimento...
na calada das noites... o psalmo ma-
11. 72 e a de 11. 7, que fica no canto se-
guinte, isto é, se lhe sahir uni dos nu-
i
0 . . . Fora mãe... o amor pelo filho in-
grato a enlouquecera... terno do coração despedaçado... meros 3, 6, 4 ou 5, collocará seu mar- i
.. .Mas no silencio nostálgico das noi- ¦cador em uma dessas casinhas; se lhe
\ . . .Tantas noites em vão junto ao lago,
o que lembrava o seu saudoso olhar, ella ia tes enluaradas, todos' se lembram da- sahir o numero 7 pulará para a es-
trella seguinte, que tem o 11. 7. Se não
\
í
\ lhe cantar acomsaudade do coração fra- quelle canto mysterioso ; todos se re-
o olhar fixo nos hori- cordam do appello de saudade, que a in- lhe sahir nenhum desses números fi-
gmentisado,
cognita e desventurada louca, num sen- cará com o marcador onde estava e
o zomes. no lado em que elle se fora...
...O frio d'aquella noite a matara. timento incomprehendido entoava á bor- caberá a outro a vez de jogar. Assim
o Ninguém a chorava, nem o filho que da daquelle lago azul, chamando o filho por diante até dar volta a todo o qua- í
num gesto de ingrato que se fora ! ! !... dro, chegando á casinha 11. 3, que está
\ se fora para tão longe, i
.supremo abandono ; ella ia para a densa (Meyer) NAIR FONSECA junto á estrella n. 72.
«^^Aliuanach d'0 TICO

i^
^|^^^^^£^^
6» MEZ
Ti ! I
30 DIAS

1—Terça-feira — S. Portunato. 12—Sabbado — Santo Adolpho. 22—Terça-feira - S. Paulino.


2—Quarta-feira - Santo Erasmo. 13—Domingo — Santo Antônio de Lis- 23—Quarta-feira Santa Aggripina.
3—Quinta-feira - Corpo de Deus. boa e de Padua. 24—Quinta-feira S. João Baptista.
4—Sexta-feira ¦—¦ Santa Saturnina. 14—Segunda-feira — S. Basilio Magno. 25—Sexta-feira — S. Guilherme.
6—Sabbado — S. Bonifácio. 15—Terça-feira — S. Modesto. 26—Sabbado — Santo Antelmo.
6—Domingo — S. Cláudio. 16—Quarta,-feira — N. S. do Soccorro. 27—Domingo — Pureza de N. Senhora
7—Segunda-feira S. Gilberto. 17—Quinta-feira — Santo Anatolio. — Santo Adelino.
8—Terça-feira — S. Severino. 18—Sexta-feira — S. Marcellino. 28—Segunda-feira — Santo Irineu.
9—Quarta-feira - S. Paulo da Cruz. 19—Sabbado — S. Gcrvasio. 29—Terça-feira — S. Pedro e São Paulo,
10—Quinta-feira — Santa Margarida. 20—Domingo — S. Macario. apóstolos.
11—Sexta-feira — Coração de Jesus 21—Segunda-feira — S. Luiz Gonzaga. 30—Quarta-feira — S. Marcai.
Batalha Naval do Riachuelo.

Este mez era consagrado pelos romanos a Mercúrio. O seu nome deriva-se de .limo ou de Junlo-llruto. Era o quarto
mez do anno romano. Commemora-se no dia 11 deste mez a memorável batalha naval do Riachuelo, na qual o almirante
Barroso elevou bem alto, á vietoria. o pavilhão do Brasil. Signo, CARANGUEIJO,

DO SIMPLES PARA O COMPOSTO tal arvore, para quem proporcionasse


as cousas !...
Ora, é pena que Pastrano não en-
trasse nos conselhos eternos...
/ o o j Se eu votasse no conclave primei-
ro, de que o cura falou no seu sermão,
continuou elle, certo que tudo iria me-
lher : pois, por exemplo, uma lande,
que não avulta mais que o dedo mini-
mo, assentava bem melhor nesta abo-
boreira. Nisto, é certo, que o Creador
deu cincas. Quanto mais considero nes-
tes fruetos collocados assim, mais me
convenço de que houve qui-pro-quó.
Embebido nestas considerações, ha-
\
vendo dado tratos á cachóla, precisou
repousar o talentaço e deitou-se a dor-
mir, precisamente, debaixo de uma en-
zinha. Eis que uma lande destaca-se lá
I
de cima e tomba : pagou-o o nariz do
dorminhoco, que, acordando e levan-
do as mãos á cara, encontrou ainda a
lande embaraçada nos cabellos da barba.
\ A dor do piparote e o sangue que lhe
escorria db nariz fez-lhe mudar a lin-
guagem.
E que seria, exclamou então, si em

/, r vez de uma lande, cahisse lá de cima


uma abóbora ? !... Deus que o não quiz
teve razão, sem duvida. Agora é que eu
i
atino com o chiste do mysterio.
VVt

l h Vi E, dando graças a Deus pelo bem que


fizera tudo, voltou á sua casa o rústico.
* * *
r. C. P. \
o Ha mais verdade nos lábios de um (>
innocente do que nos livros do homem
mais sapiente.
Mi. ,v- * * * \
\ Partindo dos mais simples traços, como os da figura í, os nossos leitores
Dic!oioiun-io tle Fitutsi.sia
t conseguirão, com alguma paciência, já se vê, desenhar um gato.
Pato — Lagoa, que é ave.
Leão — Animal, que é sobrenome.
\

A lande e a abóbora do talo (le uma aboborcira, c parecen- Serra — Montanha, que é instru-
i 1'lllMllll <1« I>3l(oill 3IÍI14M
do-llic muito desproporcionado á gran-
deza do frueto, dizia :
— Em que pensava o Autor da na-
mento de carpinteiro.
Carneiro — Sobrenome, que é ani-
\
o
\
rp udo Deus fez bem. Sem ir bus- tureza ao fazer isto?... Vejam onde
car provas por esse mundo além, foi dependurar a abóbora !...
mal.
Cascavel — Cobra, que é cidade.
i sem ir mais longe, acho-as na Por vida minha que, se fosse eu, pen- Portugal — Sobrenome, que é paiz.
\
abóbora. durava-a de uma dessas azinheiras. E Viatina — Lagoa, que ú sobre-
nome.
i
Contemplava um rústico a delgadeza que bem ficaria ella !... Tal frueto,
-O-Ci.- ¦ <2**Z±?
d'0 TICO-TICO^^*

T MEZ 31 DIAS

1—Quinta-feira — S. Simeão. 10—Sabbado — S. Januário e seus com- 21—Quarta-feira — S. Cláudio.


2—Sexta-feira — Visitação de Nossa panheiros. 22—Quinta-feira — S. Platão.
Senhora. 11—Domingo —¦ N. S. do Patrocínio. 23—Sexta-feira — S. Liborio.
3—Sabbado — S. Jacíntho. 12—Segunda-feira — S. Nabor. 24—Sabbado — S. Bernardo.
— 13—Terça-feira — Santo Anacleto. 25—Domingo — SanfAnna, Mâe de Nos-
4—Domingo Santa Isabel. Rainha de — S. Boaventura. (To-
Portugal. 14—Quarta-feira sa Senhora.
5—Segunda-feira — Santo Athanasio. mada da Bastilha). Feriado Nacional. 26—Segunda-feira — S. Olympio.
15—Quinta-feira — Santo Henrique. 27—Terça-feira — S. Mauro.
6—Terça-feira — Santa Angela. 16—Sexta-feira — N. S. do Carmo. 28—Quarta-feira — S. Celso.
7—Quarta-feira — S. Pirmtno. 17—Sabbado — Santo Aleixo. 29—Quinta-feira — S. Olavo.
8—Quinta-feira — S. Procoplo. 18—Domingo — Santo Arjialdo. 30—Sexta-feira — Santo Abdao.
9—Sexta-feira — Santa Verônica. 19—Segunda-feira — S. Vicente de Paula. 31—Sabbado — Santo Ignacio de Loyola.
20—Terça-feira — Santo Elias.
Este mez era consagrado a Júpiter. Seu nome deriva de Jiilius Cernir, o reformador do calendário romano. Tinha,
primitivamente, o nome de Qnintilis, por ser o 5» mez do anno no calendário de Romulo; a Bastilha era uma fortaleza
de Paris que,servia de prisão. O rei e seus ministros tinham o direito de mandar para ali qualquer pessoa, sem pro-
cesso. De modo que os fidalgos e o próprio rei se serviam disso para vinganças particulares.
J o povo de Paris, revoltado pelas injustiças do monarcha, atacou a Bastilha, arrazando-a.
No dia 14 de Julho de 1788
Essa data é por isso festejada
em todos os paizes republicanos como a primeira victoria do povo contra o despotismo. Signo LEÃO.

NOSSOS LEITORES reiras pendiam uvas maduras e A CIGARRA E A MOSCA


saborosas ; as goiabeiras estavam O' cigarra, vê se deixas
totalmente carregadas, e no cimo
k/f^^^^r^V-^^j" de uma palmeira um passarinho Noite e dia de cantar,
jo cantava, saudando o pôr do sol.
Pois vem chegando o inverno
E tu tens de trabalhar !
o uY' Mais além avistámos um peque-
nino lago, em cujas águas crys- O' mosca má, desgraçada,
, I I V\. talinas um cysne se banhava. A
brisa que corria mansa agitava
Qnc tens tu commigo, imiga ?
i
lentamente as arvores, suavizando
Quando chegar o inverno
Valer-me-á a formiga ! í
um pouco o calor que fazia. No José Ramos
fundo da chácara um bonito Ter-
r1 ra Nova fazia guarda, e nos avis- PERGUNTAS DE CREANÇA
\ tando ladrou demoradamente. Um Mama, o que é o ceu ?
grupo de gallinhas mariscava ale- E' um logar muito bonito,
o gremente, emquanto um gallo de muito lindo, ondeando de estrel-
<? pennas douradas cantava, sau- Ias pelos ares, eternamente claro...
o dando o fim da tarde. Por fim, can-
çados, nos sentámos á beira de
Ora, mama ! Então lá não
sxistem cinematographos ?
um regato, que murmurava a sua
\ eterna canção.
Sentados apreciámos os cravos, GALERIA INFANTIL
\ SI i iT*fi rf -*^~- "*- ^~-"^ i as saudades, as boninas e as pa-
poulas, que vicejantes encanta- \unni//rn^jn/nrrTTÍrA d
O gentil Geraldo Paulino, nosso amigui- vam a nossa vista, ü céo estava
c> nho, residente em Campinas. azul como um manto de seda ;
o nem uma nuvem se via no espa-
Uma ehacara ço, porém ao alto a primeira es-
trella brilhou annunciando o fim
i |\[ A Ti jucá ha muitas chácaras,
da tarde. Um bando de pássaros
retardatarios cortou o espaço e
^JJ^ grandes e espaçosas, e foi mi- perdeu-se na escuridão da noite.
ma dellas que entramos hontem á Vimos que a noite era chegada e
tarde. Ficamos deslumbrados ante
por isso retiramo-nos com sau-
as innumeras maravilhas que a dades de tão bello passeio.
nossa vista devorou. Cyro Bluck
Vimos de um lado e doutro
grande numero de arvores fru-
ctiferas, dos galhos das quaes Segunda-feira é o dia do des-
pendiam maçãs, figos, laranjas, canso dos gregos, equivalente ao
sapotis e grande numero, de aba- nosso domingo ; terça-feira é o
cates. Também tivemos occasião dos persas ; quarta-feira era o dos
de apreciar as roseiras, cravinas antigos assyrios ; quinta-feira o
e jasmineiros, que exhalavam dos egypcios ; sexta-feira o dos
perfumes inebriantes. Das par- turcos e sabbado o dos judeus. Celida Soares, nossa gentil leitora í
*<^>Almanaeh d'0 TICO-
í
í \
5 ^^^r>^^3^2^^^E^^l^^^S \
o
8» MEZ :tl DIAS
1—Domingo — S. Leonclo. 12—Quinta-feira — Santa Clara. 23—Segunda-feira — S. Donato.
2—Segunda-feira N. S. dos Anjos. 13—Sexta-feira — Santa Aqulla. 24—Terça-feira — S. Rartholomeu.
3—Terça-feira — S. Cassiano. 14—Sabbado — N. S. da Boa Morte. 25—Quarta-feira — S. Luiz, Rei de
¦1—Quarta-feira - S. Domingos. 15—Domingo — Assumpção de Nossa
J 5—Quinta-feira - N. S. das Neves. Senhora.
França.
26—Quinta-feira — S. Zeferino. \
í 6—Sexta-feira
nhor.
7—Sabbado —
— Transfiguração do Se-

S. Alberto.
16—Segunda-feira — S. Roque.
17—Terca-felra — S. Juliano.
18—Quinta-feira — S. Firmino.
27—Sexta-feira — S. José de Calazans.
28—Sabbado — Santo Agostinho.
8—Domingo — S. Cyriaco. 19—Quinta-feira — S. Magno. 29—Domingo — Degolação de S. João
í 9—Segunda-feira S. Romao. 20—Sexta-feira — S. Samuel. Baptista.
5 10—Terça-feira — S. Lourenço.
ti—Quarta-feira - Santa Suzana.
21—Sabbado —¦ Santa Ümbelina.
22—Domingo — S. Joaquim, Pae de Noh-
30—Segunda-feira — S. Fiacrio.
31—Terça-feira — S. Oecidio.
sa Senhora.
\ Este mez era consagrado a Cere», deu sa da fartara: Seu nome vem de Augusto, imperador romano, que o compoz de 31
dias. Anteriormente, era chamado Se: tilin, por ser o sexto mez do anno romano. Signo. VIKGESI.
i \

nhora, fazendo um volteio, des~ e, depois de depositar-me na ga- (>


Aventuras 4e um alfinete pregou-me do vestido. Fui procu- vela tia machina de sua esposa, (>
rado, porém foram baldados os contou a essa o que se tinha pas-
o\LISTANDO lima agulha e um
•*-¦* alfinete; áspetadoa na mesma
esforços; sado na escola.
i
A' hora de ir para o collegio, E' por isso. minha amiga, <pie
\
almofada, narram um ao outro
suas aventuras.
um menino achou-me, e collocou-
me na gravata.
nossa dona tem certa predilecçã*
commigo e faz o possível para não
l
i lha
O alfinete-, achando tpie a agu-
era, creatura á (|iial podia
No recreio, espetou os comlisci- me perder.
Comadre agulha, quizera, extin- ;;
9
contar seus segredos, começou a GALERIA DA INFÂNCIA guir os meus dias nesta casa, na
tdescrévér-lhe sua vida :
Estive muito tempo em uma
qual lenho passado os dias tão so-
cegado !
i
gaveta empóelrada de certa loja. Conta-me lua historia, comadre


Os mezes que lá passei foram agulha !
longos e insipidos. Em meados de A agulha começou a narrar-lhe
unia primavera, apparéceu no ar- sua vida, mas eu não posso des-
marinho, para comprar alfinetes, crevel-a, pois nesse momento ma-
tuna dama, que, pela voz, julguei mãe chama-me para ir á escola.
de fino trato. Sr. Ambrosio, o ca- Isso ludo fora um sonho.
cheiro, deu-lhe alguns ; fiquei Kiutii in: Oliveira k Silva
miiilu li-isle. quando vi que não ia
\ com meus companheiros, mas lo- Em regra geral, Iodos os (pia-
gy lranslornioii-sc. o desespero (Impedes, ao nndar. fazem-o dia-
nu esperança, ao vêr «pie a moça gónalmente, movendo o pé dian-
pediu outros mais. leiro de um lado e o pè trazeiro do
Cumulo da sorte: fui entre elles!
Chegando á casa, minha nova
vi m W opposto, como se pôde observar

dona depositou-nos em uma almo-


vi m em qualquer animal doméstico
quando anda. devagar. Pettigrew
ladinha vt*n- de rosa, bordada a fita. fez notar que, observando de alto
Passei um dia agradabillissimo um galo, o movimento da sua espi-
repousado em tão fino leito. Que nha dorsal assemelha-se ao mo-
deleite, respirar-se o ar puro e vimento de uma serpente ou ao de
aromâtizado, após ter-se passado uma enguia. Só o urso, o elephan-
vários mezes em gaveta coberta te, u gira Ia e o canudo andam de
de pó ! outra maneira. Ksles aniiuaes mo-
A' noitinha, miidia nova dona vem alternativamente os dois pés
DkUma do Amaral Martins, gractosa
preparou-se muito bem, e, pelo leitura d'0 Tico-Tico, residente de um mesmo lado do corpo e os
traje, slui que ia a algum baile. em Piracicaba, S. Paulo. dois do outro.
o vestido era de seda "grénat",
iis sapalos de setim e tinha entre, O sueco dos cogumelos é um
pulos, poz rabos na guardiã, col-
os cabellos, uma fileira de pérolas. lou (lihis impróprios nas costas do bom remédio coulra o veneno da
Entrou em magnífica carrua- professor, e fui eu quem o auxiliei víbora, segundo diz um eminente
gem, mas depois desceu para col- nas suas diabruras. homem de sciencia. Accrescenta
looar, á cintura, um ramalhete de Sendo descoberto, foi severa-
'¦sle, que todos os cogumelos têm
liorlriicias, as quaes foram pre- mente castigado e ficou sem o di-
sus por mim. Peito dn possiiir-nie. uma substancia que opera como
\i, (lugar ao baile, minha se- 0 professor levou-me para casa poderosa anti-loxina.
<2> ^> -c> «C* -í> <> -Q>- <^ - 'Almanach d'0 TICO-TICO
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^^^^Ms^j^f^o^^
0" M EZ :to dias
0 1—Quarta-feira — S. Constando. 9—Quinta-feira — S. Sérgio. 20—Segunda-feira — Santo Bustachio
2—Quinta-feira — N. S. da Penha. 10—Sexta-feira — Santa Pulcheria. (Lei Orgânica do Distrieto Federal) \
3—Sexta-feira — Santa Dorothéa. N. S. 11—Sabbado — S. Didimo. 21—Terça-feira — S. Matheus.
da ConsoIaçÜQ. 11—Domingo — Santo Coração de Maria. 22— Quarta-feira — S. Thomaz.
4—Sabbado — Santa Rosalia. 13—Segunda-feira — Santo Amado. 23—Quinta-feira — S. Lino.
5—Domingo — S. Bertino. .4—Terça-feira — Exaltação de San' 24—Sexta-feira — N. S. das Mercês.
6—Segunda-feira — S. Zacarias. Cruz. 25—Sabbado ¦— Santo Herculano.
7—Terça-feira — S. Anastácio. (Imie- 15—Quarta-feira — N. S. das Dores, 26—Dominei) — S. Cypriano.
pendência do Brasil). FYriado Na- 16—Quinta-feira — Santa Edith. 27—Segunda-feira — S. Terencio.
\ cional. 17—Sexta-feira — S. Flocello. 28—Terça-feira — S. WVnceslao.
o 8—Qna ri:t lfira — Natividadf! de Xossn 18 Sabbado — S. José Cupertlno.
19—Domingo — As dores de N. Senhora.
29—Quarta-feira — S. Miguel Archanje
o Senhora. 30—Quinta-feira — S. Leopardo. r
o Este mez foi consagrado a Vulenno. O seu nome provêm do latim Seplember, 7o mez
nado em diversas épocas Tlberlnn, Germânica», Antonhm e Hercúlea», Commemora-se a 7
do anno romano. Foi denomi-
<

o deste mez a Independência do


Brasil, proclamada por D. 1'edro 1, noscampos do Ypiranga, em Sâo Paulo, em 1822. No dia 20, feriado -municipal, corri-
memora-se a promulgaçlo da lei orgânica do Distrieto Federal. Signo, HAI.A.VÇA.
:
v
\
v> NOSSO ALUI Al Não soceguei um instante: ator- ALRl VI l)C NOSSOS I JXIOItl S
o nrtentava-me a idéa do que o
o meu bello canário eslava mor-
o rendo, e, debalde, procurei es-
o quecel-o.
A

o o relógio bateu 3 horas e a si- -


o _____(__^~~~^BP <¦
nela retinou, annunciando a sa-
hiila dos alumnos.
j_l Ljtfct_H _E\

\ w Wy-M Assim que cheguei cm casa


o £'"
Wm ^> %í ^_l _M corri a ver o canário, acliando-o
o mi **!_» _^H
agonizante.
P^e«s vwÉWWpM_H| Apanhei a gaiola; nem uma
o • »' •* _5y * -_sfl _B _^_PSa i gotta d'agua, nem um grilo de
í1111is11*; enchi o < omedouro e o
\ bebedouro; o pássaro não fazia
o casii; apanhei-o e dei-lhe água
_H_____í___i pelo biquinho; dei-lhe alpiste, I* **ü _¦ > _K 91
mas o pobresito não engulia;
o
Q
o PRIMEIRA COMMIMIAO
o
()
o\
o ()
o .-/ gentil Idealina Ferreira, filha do Sr.
\
o
o Uno Peneira e nossa leitora.

o Imm Wr \'' ¦ ml Hft \


o
o QUEM QUER VAE... A graciosa Maria da Conceição Mar
tias. assignante d'ü Tico-Tico e re-
.Io meu primo Luiz Carlos sidenle em Santa Rita de
Cardoso de Castro. Caldas.

\ 11 dia amanhecera esplendido. Dl


''^À
Sob ii azul do céo espalhavam- _^V _^_i H_TJ dahi a algum tempo eslava mor-
se nuvens alvas, formando nion- to. Corri a annunciar a mamãe
les na almosphera. e ella respotideu-me : filho, não
\
o Aeconlei cedo naquelle dia e
fui gosar a brisa fresca da ma-
ouviste o meu consellm; eertifi-
ca-te que é certo e mais que <-cr-
\ nhã no jardim, sem me lembrar to, o dictado : "quem quer vae.
do meu lindo canário belga. quem não quer manda".
Minha mãe lembrou-me ¦ t'i- Desde esse dia. nunca mais
^^B __^
do leu pássaro. jÉ0 P5^ ouvi o cantar de uni canário,
o Um.Eu,trataporém, sem me incom- sem que não me viesse ,i mente
o mudar com o conselho, encarre- . / gracioM .lida Nieves, residente em a lembrança do meu queridi-
guei a ci*eaila de tratar e parti Santa Maria da Bocca do Monte, nlio.
a Kseola. Rio Grande do Sul. GELSON-CARDOSO
\ para
-O- <^ -C> -Cv <> ^> <> -s^-s^-s^-Cv<^<V'CV'Cv-C>'C>-Cv-C>. <•
^^Almanach d'0 TICO-' J,Jf"Q^N,-0-Cs,<^0';^<Cs.^Cs-<^<0^s

10° MEZ 31 DIAS Q

1—Sexta-feira — S. Veríssimo. 10—Domingo — S Francisco de Borja. 21—Domingo — Santa Lucllia.


3—Sabbado — Santos Anjos da Guarda. 11—Segunda-feira S. Firmino. 22—Sexta-feira — Santa Maria Salomé.
3—Dominga — N. S. do Rosário. 12—Terça-feira — S. Serafim. (Descober- 23—Sabbado — S. Pedro Paschoal.
4—Segunda-feira — S. Francisco de ta da America ). Feriado Nacional. 24—Domingo — S. Raphael.
Assis. 13—Quarta-feira — S. Daniel. 25—Segunda-feira — S. Crisantho.
5—Terça-feira — S. Plácido. 14—Quinta-feira — S. Calixto. 26—Terça-feira — S. Evaristo.
6—Quarta-feira — Santa Fé. 15—Sexta-feira — S. Severo. 27—Quarta-feira — Santa Cristella.
7—Quinta-feira — Santa Justina de 16—Sabbado — S. Florentino. 28—Quinta-feira — S. Simão.
Padua. 17—Domingo — N S. dos Remédios. 29—Sexta-feira — S. Feliciano.
8—Sexta-feira — Santa Brigida. 18—Segunda-feira S. Justo. 30—Sabbado — S. Ângelo.
9—Sabbado — S. Abrahâo. 19—Terça-feira — S. Pedro de Alcântara. 31—Domingo —¦ Santa Luctlia.
20— Quarta-feira S. Feliciano.

Este mez foi consagrado a Marte. Seu nome provem de October, oitavo mez do anuo de Romulo. Commemora-se no dia
12 deste mez a descoberta da America pelo navegador genovez Christovão Colombo, em 1492. Signo, ESCORPIÃO.

GALERIA INFANTIL rita e atira-o também pela ja- ANECDOTAS


nella. Um medico foi chamado para
A senhorita levanta-se e tenta examinar um doente ; depois de
\
o protestar. feito o exame e ter passado a re-
i Mas o inglez tentando acal- ceita, ao. retirar-se disse :
i mal-a :
— Oli ! socegue, "sua"' "cachor-
Tome muita cautela, e reti-
í ro" vae "busca" minha "cachiin-
rou-se.
o ba".
No dia seguinte ao entrar per-
o Rose Rouge
guntou :
Tomou os remédios ?
\ A MADEIRA MAIS LARA QUE —• Tomei sim, só não consegui
ç achar para tomar foi a cautela.
Ò QUE SE CONHECE
André DornEllas
E' a caoba, que se cria princi-
\ Nas ilhas ílawai, o numero dos
palmente nas Antilhas, na parte
do continente americano próximo homens é duplo do das mulheres.
deltas.
Sir Walter Raleigh menciona-a NOSSOS AMIGUINHOS
quando fala da viagem, que fez
Q aquellas regiões no anno de 1597,
mas até ao século immediato não
foram conhecidas as suas boas
condições ; entre ellas, a sua re-
sistencia á humidade e aos ata-
0& interessantes meninos Milton c Alceu quês dos insectos.
Cenovicz, residentes cm Ponta Nos fins do século XVII, um
Grossa, Paraná. navio inglez trouxe de lastro ai-
guns troncos delia, ü indivíduo
(pie os comprou mandou fazer
NUM TREM DE FERRO uma commoda que lhe custou
\ muito trabalho porque os opera-
o T*iTM inglez entra e senta-se ao rios disseram que a madeira era
J UL lado de uma senhorila. Em excessivamente dura para as suas
o meio do caminho, accende ferramentas.
um cachimbo e começa, calma- | A belleza da commoda excitou
menle, a tirar longas baforadas a admiração de toda a gente, e
\ de fumo.
dentro em pouco o commercio da
A senhorila, visivelmente in- <aoba ficou estabelecido.
commodada, começa a alisar o 0 seu valor varia muito, confor-
pello macio e lustroso de um lei- mé a côr e a qualidade. A mais ba-
pudo cãosinho que trazia com- vala custa uns dez mil réis por to-
sigo. nelada ; porém chegou-se a pagar
Por fim, aproveitando um mo- quatro contos de réis por um só
mento de distração do inglez, tronco, cujo pau era de sdc tone- 0
X
agarra o cachimbo e átira-ó pela ladas. o fabricante de pianos Bro-
janella. adword pagou 22 coulos de réis
O inglez nada disse; mais ade- por três troncos para construir O intelligente e galante Nelson, nosso
ante agarra o cãosinho da senho- pianos. leitor e amiguinho.
- -O -<Ci- <^.-
^^Almanacli d'0 TIC0-T1C0^> - •<íi- "^> "Ci- <2>' "^i>- "O "O -

W^^Í^^^^^È^
11» MEZ 30 DIAS
1—Segunda-feira — Todos os Santos. 12—Sexta-feira — S. Diogo. 20—Sabbado — S. Simplicio.
2—Terça-feira — ComraemoraçSo dos 13—Sabbado — S. Estanlslâo. 21—Domingo — Apresentação de Nosga
mortos. Feriado Nacional. 14—Domingo — O Patrocinio de N. Se- Senhora.
3—Quarta-feira — São Benigno. nhora — S. Ursino. 22—Segunda-feira — Santa Cecilia. \
4—Quinta-feira — S. Carlos Borromeu. 15—Segunda-feira — S. Leopoldo. 23—Terça-feira — S. Clemente.
5—Sexta-feira — S. Zacarias e Santa 18—Terça-feira — S. Balsameu. S. Kd- 24—Quarta-feira — S. João da Cruz.
Isabel, pães de S. João Baptista. mundo. 25—Quinta-feira — Santa Catharina da
o
6—Sabbado — S. Plorencio. S. Leornardo. 17—Quarta-feira — Santa Victorla. Alexandria. \
7—Domingo — S. Amarando. 18—Quinta-feira — S. Endo. 26—Sexta-feira — S. Conrado.
8—Segunda-feira — S. Deodato. 19—Sexta-feira — Santa Isabel de Hun- 27—Sabbado — S. Severino.
9—Terça-feira — S. Tbeodoro. (Feriado 28—Domingo — S. Gregorio III.
10—Quarta-feira — S. André Avelino.
11—Quinta-feira — S. Martinho.
gria. Festa da Bandeira.
Nacional). 29—Segunda-feira — S. Saturnino.
30—Terça-feira — Santo André, apóstolo. l
Este mez era consagrado a Dinna. O seu nome vem de November, por ter stdo o nono mez do calendário de Bomulo.
Commemoram-se neste mez, no dia 15, a proclamaçâo da Bepublica, que Be verificou em 1889, e a 19 a Festa da Bandeira, \
isto é, o anniversario da escolha da Bandeira Nacional. Signo, SAGITTAHIO.

CANTARES DA NOSSA se sobre as duras taboas de seu


Presente de Natal INFÂNCIA catre e com os olhos fitos na
imagem da Virgem rogava-lhe,
.¦lo brilhante escriptor Coelho Netto : com todo o fervor de sua alma
Cf^AYMUNDO andava triste e de caboclo e com toda a fé de seu
I\ amuado havia dias. Sua mãe, coraçãosinho, um termo á im-
S "nhá" Laura, cégára de re- mensa dor que o affligia mais
pente, quando, ao deixar o quarto do que á sua mãe. A sombra da
escuro em que dormia, dirigia-se imagem reflectida pela dúbia luz
a cosinha : A intensa e viva cia- duma candeia tremia na cal da
ridade do dia, repentinamente, af- parede, parecendo annuir ás fer-
fectara-lhe a vista. vorosas palavras de Raymundo.
Raymundo Pijára era orphão de E assim se passaram alguns
pae. Gaboclinho bem constituído, mezes"; quando se approxirnaram
vivo e intelligente, contava dez as vésperas do grande dia de
annos de edade. Natal...
* * *
Viviam, filho e mãe, numa ale-
gre e modesta casita, perdida en- Natal ! Natal !
tre os jequitibás e condurús, aos Tangiam alegremente os sinos
caprichos do vento e ás caricias da aldeia, annunciando o nasci-
mento de Jesus-Menino. A hu-
milde igrejinha da villa era pe-
GALERIA DA INFÂNCIA g?
Sapo jururú, PRIMEIRA COMMUNHAO
Na beira do rio,
K --L J" ¦J —'—— ¦¦ j\ v
Quando o s)apo grita
()' menina,
Diz que está com frio.
A prima do sapo
Deve estar lá dentro
Fazendo rendinha
P'ra seu casamento.

da chuva. Apezar de passarem


uma vida uni lauto apertada —
devido á solidão do logar — vi-
viam ambos na maior harmonia
e na mais feliz amizade.
Desde o infausto dia, porém, em
"nhá" Laura
que perdera a luz
dos olhos, o caboclinho ia defi-
nhando, em conseqüência do des-
animo e do cansaço (pie. a pouco
e pouco, se iam apoderando de
seu frágil corpito. ^^- —J A
• ' gentil Aida, fílhinha do Sr. Leoncio Todas as noites antes de se A galante Jessie Serra, nossa amiguinha
de Mello. deitar, Raymundinho ajoelhava- e leitora, residente no Maranhão.

,<^<^.o<z>' • <^ -Qy -O -


?o^Almamuh rPO TICO-TlCO^> • <^*C>-v>-^--Ík-v^-^-"

\
0

\
()
12» MEZ 31 DIAS
o
1—Quarta-feira —- S. Cassian0. 11—Sabbado — S. Damaso. 23—Quinta-feira - S. Dagoberto.
2—Quinta-feira ¦— S. LeonciO; 12—Domingo — S. Justino. 24—Sexta-feira -- S. Gregorlo.
3—Sexta-feira — S. Francisco Xavier. 13—Segunda-feira — Santa Luzia. 25—Sabbado — Nascimento de Jesus
de
4—Sabbado — S. Armando. 14—Terça-feira — S. Agnello. Christo.
5—Domingo — S. Dalimacrio. 15—Quarta-feira — S. Euzebio. 26—Domingo — S. Dionisio.
6—Segunda-feira — S. Nocolão de Bari. .16—Quinta-feira — S. Valentim. 27—Segunda-feira — S. Theodoro.
7—Terça-feira — Santo Ambrosio. ,17—Sexta-feira ¦—' Santa Viviana. 28—Terça-feira — Os Santos Innocentes.
8—Quarta-feira — Conceição de Nossa 18—Sabbado — S. Graciano. S. Abel.
Senhora. Dia Santo.
9—Quinta-feira — S. Leandro.
19—Domingo — S. Nemesio.
20—Segunda-feira — S. Themistocles.
29—Quarta-feira — Santa Melania.
30—Quinta-feira — S. Tliiago.
o
10—Sexta-feira — S. Melchiades. 21—Terça-feira ¦— S. Remetrio. 31—Sexta-feira — S. Silvestre. \
;22—Quarta-feira — S. Honorato. o
Este mez era consagrado a Vesta. O seu nome vem de Dcccmber, décimo mez do calendário romano. Sob o imperador
Commodo, recebeu o nome de Amazonius. Os dias 25 a 31, o povo considera como de Ecstas do Natal. Signo Capricórnio.

quena para conter tamanha mas- primeira vez em sua existência BÉBÉS \
sa de povo. — gosar a noite de Natal, do que
A aldeia regorgitava. pela dor que a acabrunhava.
No alio brilhava, grandiosa, a Conforme o seu costume, o fi-
lua que derramava seus pallidos lho de "nhá" Lauta, puzera tam-
raios, parecendo querer partici- bem sobre o rústico fogão, os o
par também do júbilo fremente seus encarquilhados sápatinhos.
* * * \
que dominava aqüella legião de /Et B\ o
crentes. Já o sol surgia no horizonte, o
E no meio dá multidão queda e inundando com seus raios arden-
estasiada que admirava o presé-
pe, estava'o nosso Raymundinho.
tes a selva verde-negra, as cam-
pinas exlensas, os capões e a ca-
í\
Não foi, aliás, sem grande pe- sita de Raymundo.
na e profunda melancolia que o O caipirinha habitualmente ac-
bom do- cabociinho deixara sua cordava muito cedo e ia ao quar- \
pobre mãe, desesperada e affli- to da mãe, para vel-a. Essa ma-
cta, mais por não poder — pela nhã, porém, correra ancioso e
impaciente ao fogão afim de ver
"os trem" com "Papá- \
ÁLBUM DA INFÂNCIA que o
Noé" costumava presentear-lhe 0
no Natal. Mui pallido e assom- O gorducho e galante Mucio, que já
brado ficou, porém, quando nada aprecia O Tico-Tico.
encontrou. o
Aborrecido e contrariado diri- progenitores que os imaginam \
giu-se, então, ao quarto de
"nhá" mais tarde moços e moças dignas o
Laura. Pé-ante-pé, appróximou- da sociedade que freqüentam, e \
se da porta e abriu-a de mansi- homens e senhoras que saberão (>
nho : um grito sahiu-lhe da gar- cumprir os seus deveres.
ganta. Acabava de ver sua mãe Fazei o possivel, meus amigui-
iilios, para que isso tudo se possa
o
que, sentada sobre o catre, fita-
va-o com seus olhos brilhantes realizar. Por emquanto é fácil ter
e rasos d'agua. Besappárecera- as lições sabidas e obedecer sem- \
lhe a cegueira. pre aos vossos pães. Porém, se
Raymundo atirou-se nos bra- depois julgardes que mais vos \
ços da mãe e ambos permanece- custa conservar-vos no caminho o
ram calados por uin momento. reeto, empregae toda a vossa bôa (>
O menino disse estão eommo- vontade para isto conseguir. .
VH mar ^j j SI vido : E não vos esqueçaes, ereanças,
\
—"Papá-Noé me deu o "maio" de agradecer A'quelle que vos deu o
presente... não é, mãesinlia ?.. . um lar, os paesinhos que vos
yI MB W S. Paulo oswai.do a. SILVEIRA amam, uma grande pátria para ver
nerardes. Não o esqueçaes.
^38 W^ CREANÇAS E assim fazendo, não podeis
lílADA mais adorável do que deixar de ser Felizes, pensando que \
.,„,-„ M,iría. minha do J)r. Ama- ¦,, j J
* esses anjinhos
que povoam os também fazeis a felicidade dos que o
Luiitinlw c.dc D. Joscphiua
p enchendo-osj
. . .
de alegria
. .
com
c
»-,
vos crearam, adoráveis entesinhos o
.' - ;- ,-,„ Jogua- '/» scus_ risos e ]inneadeims. Nel- N todos carioias e sorrisos ! \
•-.. I.isljidn i'n Ria Grande do Sul. les se fundam as esperanças dos Rose Rouge
-<^<^-
<^^^>^>^>AImanaeh d'0 TICO-TICO^^*

Ct£OL.

A
Br*
* ^jmm
L f Mi
EssE tem-
po Tupan,
senhor do
raio e do-
mador das nu-
vens, amigo pa-
ternal dos ho-
mens, reinava no
chás, e eram água, não. dava pelo an- Mas um 'tatu enorme, de carapaça
dejar da sua grey que remexia sur- azul, coruscante de brilhos, árrastan-
damente a terra como as lesmas molles do-se vagarosahiente, deteve-.se ante o
que se desusam e engolfam-se no lodo. throno de Yuyreté, b Grande Espirito,

ceu com omni-


potência benigna
e Yuyreté gover-
1 6 nava a terra e
distribuía as
\
águas branda e
generosamente.
}
A Dor ainda não entrara na vida e
as enfermidades e a velhice, percttr-
soras da morte, eram de todo desço-
nhecidas. As folhas conservavam-se
eternamente verdes e, se uma rajada \
de vento desprendia alguma, outra lu- A
fada devolvia-a ao ramo onde se ape-
gava de novo como um pássaro que
revoa e torna ao ninho. 0
Os dias madrugavam alvissimos e o
alvos declinavam no crepúsculo, porque d
o sol, muito novo. era como um globo A
Q
de neve, dando uma luz tranquilla,
branca como o leite da maniva, e as
sombras que se projectavam em sua d
\
claridade pareciam recortes da pro- 0
pria noite.
Logo que, elle descahia nos montes,
escuridão tenebrosa pesava sobre o
imundo, tão densa e tão fria que as ar- i
vores tremiam arripiadas e os homens,
para se sentirem e aquecerem nas ocá-
rás, a conselho de Yuyreté, entrecho-
cavam pedras, tirando dellas a sêmen-
Í
te do fogo, que plantavam em folhas \
seccas, onde logo crescia chammejan- 0
te, alumiando e aquecendo os lares.
Os animaes, ainda os mais atrevi-
dos, retrahiaim-se nas furnas, as aves,
cedo, agasalhavam-se nos ninhos, ala-
pardavam-se em luras e a terra que-
dava em tétrico silencio, cortado, de
l
A
quando em quando, . pelo grúlho dos
cururús ou |<elo grito lugubre dos
acauani. ü
Yuyreté vivia encerrado no seu pa-
lacio sombrio, meditando no silencio
da fecundidade. O seu numeroso povo
de tatus, negros e brancos, trabalhava
activamente emj exeavações abrindo
galerias c labyrinthos de mil voltas.
E, incessantemente, as águas profun-
das, fervendo em borbulhões, subiam
pelos veios da terra em húmus, como
o sangue se transforma em leite e es-
guicha, em apojadura, do peito das A
mais.
E Yuyreté, absorvido nos mysterios
da fecundação, distribuindo sabiamen-
te os effluvios da sua essência immor-
V
A
l
El?y
tal, que se infiltravam nas raizes, e
eram seiva, que lentejavam das ro- .subia, em espiras negras, uma çolumna de fumo direita ao ceu. l
^^Almanach d'(* TICO-TICO^^^^^^^^^*^
e, escarvando a terra em signal de respeito, esperou immo- e a noite negra para o repouso ; deu-lhes o ar que res-
vel que sobre elle se fitasse o olhar do Eterno. Um clarão tiiram, deu-lhes os desejos que estimulam, o instincto que
largo envolveu-o e o seu corpo ceruleo refulgiu em scin- os guia e a intelligencia que os illumina e ainda lhes deu
tillações. Yuyreté descobrira-o e nelle puzera o olhar res- a palavra, tornando-os assim irradiantes como o sol ? Que
plandescente. E o tatu gigante falou : fizeram elles ? Contentaram-se com os dons que tiveram,
Yuyreté, venho da terra clara para onde sobe a vivendo em harmonia, cada qual nas terras em que se
tua força perenne e onde executei, uma por uma, todas estabelecera ? Não ! Levantaram entre si contendas de \
as tuas ordens, visitando as moradias dos homens e as inveja, desavenças de despeito, ódios de ambição e no
florestas ainda virgens onde accumulas energias, e os
altos montes de onde derramas çatadupas e os valles fun-
furor que resultou de tal discórdia o Mal inspirou-lhes a
idéa de talharem pedras, de apontarem frechas, de acur- o\
dos por onde lanças copiosamente os rios, tudo que vive varem arcos e, como o Altíssimo só permittiria a descida
da tua substancia e que o teu Espirito governa e só achei
tristeza e angustia. A Morte combate a vida, as enfer-
da Morte á terra no dia em que fosse, com propósito per- o
verso, vertido por mão de homem sangue de homem, logo
midades assolam os homens e a velhice conta os dias no primeiro encontro, que foi terrível, a prisioneira des-
que passam e marca-os a rugas na fronte dos anciãos. ceu em vôo de abutre pairando sobre as campinas acima
O Altíssimo, que se assenta nas nuvens e tira o dia dos combatentes. \
da noite, como se accende o lume em um carvão, flagella Os que cahiram feridos não mais se levantaram e os
a terra e aos que nella vivem. que os julgavam apenas adormecidos espantaram-se de
Se não acudires a tempo, em breve tudo será deser- os ver apodrecer e ficarem; ao sol, reduzidos a esquele- \
to e desolação nos teus dominios. As florestas, dantes tos. Era a victoria da Morte e, uma vez assenhoreada
frondosas, florindo perfumadamente e carregando-se de da terra, desenvolveu-se como a herva má nos campos
fructos, despiram-se das folhas e são extensões hispidas férteis. Plantas nas quaes roçaram as suas azas negras
de galharias seccas, que se retorcem estalejando ao sol, tornaram-se venenosas, águas em que ella se reviu enche-
um sol bravio, afogueado, brasa immensa a arder lá em ram-se de miasmas, o seu hálito pútrido espalhou-se no
cima, não mais o sol de otitr'ora que alumiava docemente. ar e assim como o semeiador deixa um germen onde
Nos campos, a macéga, abatida e secca, inflamma-sí
ao calor. Durante o dia o espaço abruma-se de fumo ne-
passa, assim fez ella correndo a terra de exeremo a ex-
tremo, percorrendo o espaço em vôo, vadeando rios c i
gro e, á noite, um vasio mar de chammas alastra a rasa lagoas, acolhendo-se nas furnas, deitando-se á sombra
planície espadanando labaredas altas que lambem os con- das arvores, ou aquecendo-se aos raios do sol.
Hoje ella está em tudo : no pó que vôa, no frueto \
trafórtes das serras. Os animaes erram atordoados, ca-
hindo exhaustos pelos caminhos onde logo os atacam os e na flor, no sol que brilha, na água que corre, no aroma, o
abutres que revoam em bandos tão numerosos que, enco-
brindo o sol, fazem noite em pleno dia. Da podridão que
na vigília e no somno, em tudo.
Quem a tirou da prisão quebrando o encantamento
o
inficiona a terra levanta-se a peste como espira o fumo que a retinha ? o homem, E peior que a Morte é o cor- \
de uma fogueira. E não ha fugir-lhe. Tudo corrompe : tejo que a acompanha como a matilha segue o caçador :
o ar, a água, a própria luz. E os homens, no desespero são as dores, são as enfermidades que abocanham a pre-
em que se vêm, abandonam as ocáras espavoridos, fugin- sa, inutilizando-a para que a Morte a fira. Difficil ha de ')
ser agora obter o perdão do Altíssimo ! Volta e dize aos
do diante do invisível, correndo desatinados de um ini-
migo mysterioso que os apavora, que os persegue dentro homens que me falaste e que eu vou interceder por elles o
da óca, no carrascal das caatingas, nas cavernas dos mon- offerecendo um sacrifício ao Omnipotente no cimo do
tcs, nas mattas mais embrenhadas. .mais alto monte. Para isto, porém, é necessário que to-
Alguns, em delírio, batem-se com as próprias som- dos levem á altura as armas que fizeram, sem excepção
bras. Não conseguindo vencel-as fogem precipitando-se de uma ; com ellas accenderei a fogueira propiciatoria ò
em abysmos ou afogando-se nos rios e nas lagoas. Mui- e talvez obtenha, senão o desapparecimento da Morte,
já ('
agora disseminada no mundo, ao menos a extineção dos
tos frecham allucinadamente o espaço, atiram golpes de
males, como a velhice, veneno do tempo, a dor e as en- o
ivarapema a esmo ; outros rolam, escabujam, remordem-
se rugindo, rasgam o ventre na tortura da febre que lhes íermidades. Quanto aos demais castigos, como o ardor o
requeima o sangue como um fogo que lhes corresse nas solar e as tempestades de chuva c raios, não creio que o
veias. Altíssimo os revogue porque partem do ceu, onde tudo
\ é eterno.
As mulheres disparatam, atiram-se sem rumo, des-
Regressa á terra clara e dize aos homens o que de
grenhadas, bramindo, com os filhos pequeninos agarra- mim ouviste e, logo que todos hajam deposto as armas
í dos ao seio e. tanto os apertam que, sentando-se para
amamental-os, quando se lhes depara uma nesga de som- no cimo da montanha, eu lá irei interceder por elles.
bra, estarrecem de horror ao vel-os mortos, estrangula- E o tatu gigante partiu com o recado de Yuyreté.
í dos pelo seu desespero. Levantam-se, então, aos gritos
lancinantes e arrojam-se desapoderadamente ás chammas
5 dos campos como as cobras se atiram nos braseiros. E
todos bradam, clamam por ti, Yuyreté. Calou-se o tatu
Quando, para cumprir a promessa que fizera, Yuy-
reté deixou o seu palácio sombrio surgindo na terra cia-
1 gigante e o Grande Espirito, que o ouvira serenamente,
sem dar mostra de surpreza, disse :
ra, que o sol. então, dourava, logo avistou no cimo da
í A culpa é dos homens, só delles. O Altíssimo foi
montanha, alta como uma torre, a pilha de armas que os
homens haviam levado e achou arcos e frechas, zaraba- \
Q justo e não fez mais que responder com o castigo ao que tanas e ivarapemas. o
ç) elles praticam desde que sahiram da terra e receberam Tomou, então, resina fresca das arvores., ajuntou gra- o
í no coração a centelha divina. Dei-lhes eu a terra e as
agitas, com toda a sua abundância e belleza : campos tão
vetos e folhas seccas e, ferindo um rochedo, tirou delle
centelhas que se communicaram ás acccndalhas expio-
vastos que nelles as ocáras são menos do que grãos de dindo instantaneamente em chammas. Com o vento que
arêa nas praias do mar; florestas tão densas que ainda soprava rijo avivou-se o fogo lançando-se cm labaredas
o não houve quem lhes chegasse ao coração ; montanhas
tão altas que nem a vista lhes alcança o viso ; rios tão
altas e, em pouco, o cabeço da montanha relumbrava em
esplendida coroa do meio da qual subia, em espiras ne-
\
o largos que se as suas águas transbordassem alagariam
todas as campinas e subverteriam os montes. Para nu-
gras, uma columna de fumo direita ao ceu.
í tril-os as sementes multiplicam-se por centenas, os ani-
Yuyreté ajoelhou-se concentrando-se cm oração pela
terra e pelos homens e as suas palavras piedosas, assim
mães reproduzem-se incessantemente. cemo lhe sahiam dos lábios em murmúrio, mettiam-se \
Deu-lhes o Altíssimo o dia branco para o trabalho pela fumaça com um brilho de scintillas e, desde o monte 5
d'0 TICO-TICO^>^>

1
até as nuvens, o fumo torvelinhava como uma serpente na promessa, uma illusão, como o azul, sobre o abysmo
de escamas de ouro. infinito. Chama-me como quizeres : eu sou tudo e nada.
V
Mas o ceu conservava-se fechado, e a fumarada, to- Existo como os reflexos. Vivo dos que me buscam, res-
cando na abobada, espalhava-se ennegrecendo o espaço pondo como 0 echo; que é a volta da voz. Estou á cabe-
\ como acontece nas ocas quando se acceride fogueira com ceira de todos os soffrimentos, caminho ao lado de todos
lenha verde. os infelizes. Sou o brilho na lagrima. Que mais devo eu
De repente, porém, um grande arco de ouro, ctir- dizer-te ? Que importa o nome ? Ouve-me. Quiz o Al-
vou-se entre o ceu e a terra como mm signal da cólera de tissimo que eu viesse viver na terra para consolação dos
Tupan. O Altíssimo respondia aos homens, não como homens. Aqui estou, ainda que saudosa do ceu para onde
Pai, mas como adversário, améaçando-os com a mesma se volta o meu pensamento. Ouve o recado que trago e
\ arma com que elles o haviam affrontado. transmitte-o aos que soffrem e que. pela tua voz, appel-
Mas Yuyreté insistiu e, durante dias e noites, ao sol laram para o Benigno. A tua prece comjmoveu-o e Elle
e na terra, fez subir pela columna de funno a sua prece fez-me descer no fumo do sacrifício que lhe votaste, tra-
pelos homens e o arco ameaçador a pouco e pouco se foi zendo a resposta da sua magnanimidade. Ouve. Yuyreté.
recolhendo até que de todo desappareceu. Era o perdão O sol perdeu a cor alvadia e fez-se rubro; a noite, porém,
<? do Altíssimo que se manifestava naquelle aceno de paz. mantem-se negra e cada vez mais tenebrosa, dentro em
o No mesmo ponto da altura em que se desvaneceu o breve, entretanto, terá luz e belleza e, se não houver des-
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o
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\
e os cacos da igaçaba espalharam-se em estreitas pela noite
i
arco de ouio um clarão reverberou, abrindo-se em circu- lealdade dos homens, todos os crimes serão resgatados,
\ los como os que se alargam á superfície dos lagos quan- a Morte desapparecerá e com ella todos os soffrimentos
do por ella roça a ponta da aza de uma garça ou jassanari, que puiigem e alquebram, só com a ablução de algumas V
ondulou tremulo, desprendeu-se radíosamente desceu- gottas da água essencial da fonte da Vida. V
do de leve, cm alor de pluma, oscillando, ora solto, ora Jacy, a virgem pallida, foi escolhida [>ara trazer á
resvalando pela columna, até que pairou á altura da copa terra a igaçaba da redempção. Has de vel-a apparecer no V
dos coqueiros, arfando em fina teia, em cuja trama rtitila ceu vagarosa e acautelada, evitando o sol, que a espreita
uma cunhatan, de formosura maravilhosa, apparecia de V
o pé, envolta em lírios que mal lhe dissimulavam as graças
para oppor-se-lhe á passagem, porque se ella conseguir
atravessar os caminhos do ceu com o que traz tudo vol-
do corpo imais branco do que as espumas das cachoeiras. verá ao que foi no principio e o sol. hoje vermelho e bri-
Saltando em terra aírosamente admirou-lhe Yuyreté lhante como os coágulos de sangue espalhados na terra,
os olhos verdes, tão grandes e profundos que nelles se tornará á gélida pallidez de outr'ora. Mas para que Jacy
\
o reflectia o ceu, com um sol em cada pupilla.
Quando, porém, caminhando sobre a alfombra de sen-
consiga atravessar o espaço nocturno com a igaçaba de
\abatinga é necessário que nem tum só homem, com espi-
sitivas, que se não retrahiam como se lhe não sentissem
os passos, a sua voz abriu-se em melodia tudo etn volta rito de vingança ou afagando ambição, haja sonegado uma
arma quando exigiste todas para a fogueira propiciatoria.
estremeceu vibrando num arrepio de gozo : terra e água,
arvores, pedras ; e pássaros voaram de longe attrahidos, A não ser assim Jacy só não expurgará a terra do
pousaram ouvindo-a, attentos como acontece na selva peccado de sangue se o sol sahir ao seu encontro. Mas
quando o yapurú modula. E ella disse : para contel-o tem o Altíssimo as barreiras do seu poder.
— Yuyreté, eu sou a flor ephemera dos desejos. Olna- Assim, pois, tudo depende dos homens. Convoca-os e fal-
me de longe, não procures tocar-me : como a luz illu- os jurar sobre o fogo que todas as armas arderam na
mino, mas não itue deixo prender. Meu nome é uffla éter- montanha, que nem uma só foi intencionalmente escon-
Aliiiaiinc-li d'0 TICO-TICO^^^^
9
dida i>ara, de novo, ferir, manchar a terra de sangue e nas almas afflictas como sabe um gole dágua fria ao que 0
affrontar o Altíssimo. Chama-os para que jurem. estala de sede nos areacs : 0
Calando-se a cunhatan celeste, Yuyreté soprou toni- — Não desespereis. Jacy lá anda 110 ceu a a juntar
tiuosameute o boré reunindo todas as tribus em volta os cacos da igaçaba, já apanhou a azelha, cata os peda- \
da montanha e exigiu de um por um dos homens que cinhos e em breve tel-a-á recomposta. Ha de concertal-a, 0
jurassem sobre o fogo o que d'elles exigia o Altíssimo. refazel-a toda e, quando o tiver conseguido o que a sua o
E iodos juraram. misericordiosa paciência eniprehcnde, recolherá a água o
Nesse instante o sol morria no dorso da serra con-
sumido nas próprias chamrrras. E anoiteceu, não a noite
derramada, que faz uma ,poça rebrilhante no ceu c, com
mais cuidado e vagar, virá pela noite negra trazer a re-
o
negra e fria, que arripiava as arvores e obrigava os ho- dempção á vida.
meus a aecenderem fogueiras, mas uma noite tépida, sua- E todos confiaram nas palavras da cunhatan. o
ve, vestida de bruma alvissima ; uma noite nova, que Mas a Morte levou os homens todos d'aquelle tem-
foi para a natureza 11111 encanto. Vozes meigas e murmu- po que soffreram e gemeram nas ocáras, outros vieram
\
rios brandos encheram-na como de uma musica.
Então viram os homens levantar-se no ceu, como se
e foram-se, ainda outros e os de hoje, quando Jacy appa-
o
subisse dos montes, a pallida Jacy com a igaçaba á ca-
rece com a igaçaba á cabeça, caminhando devagarinho
pela noite, acompanham-na anciosos, certos de que ella
o
beca, e logo espalhou-se no ceu e na terra uma claridade chegará ao cimo do monte, descerá pela falda, alcançará, o
fina, como espuma de luz. E Jacy vinha vindo vagarosa, em fim, á planície para espalhar pela terra a água da re- o
vinha vindo luminosa, vinha vindo cuidadosa. E os ho- dempção. Mas «m meio do caminho tropeça e lá se lhe o
meus, reunidos nos terreiros brancos das ocáras, salta-
vam bradando louvores ao Altíssimo.
escapa a igaçaba e quebra-se em mil cacos, estrellas, e
ella, tomando a azelha. volta a reparar o vaso em que
o
Que belleza nos campos alvejantes ! Que bellcza nos vinha o perdão. o
rios com o scintillar da trcmulina ! Que belleza nas ar- Emquanto tal se dá lá em cima a cunhatan consola \
vores luzentes. E Jacy vinha vindo... De repente viram e anima os homens com as suas palavras de esperança e
na os homens vacillar c a igaçaba redonda cahiu-lhe da
cabeça partindo-se em mil pedaços e a água derramou-se
a Morte, com o seu cortejo : as dores, as enfermidades
c a velhice tremula, devasta e contrista o mundo. i
pelo ceu, água de vida, clara, cor de leite e os cacos da E tudo porque um homem perverso mentiu ao ju- \
igaçaba espalharam-se cm estrellas pela noite. ramento feito sobre o fogo escondendo uma arma, arma o
I louve um immenso grito de horror e a Morte, que que foi a semente cruel da qual sahiram as outras, que o
já se tinha por vencida, invadiu as ocáras, perseguindo sustentam as guerras. o
furiosamente os homens.
Que teria havido na altura ? Não fora o sol que
Quem descobrira na terra o esconderijo de maldição?
Feliz d'aquelle que disser : Iíil-o aqui ! Esse sim,
o
Q
sahira contra a virgem. Alguém, portanto, mentira ao ju-
ranicnto feito sobre o fogo, alguma arma ficara escon-
será em verdade, o salvador do mundo, porque fará com
que Jacy desça do ceu sobre os montes e derrame na terra
o
dida c as guerras continuariam com traição ao Altíssimo. a água da redempção. o
Passado o primeiro momento a cunhatan, penalisa- Do livro "Poranduba". o
da do soffrimento Inumano, disse com a sua voz que soava COBLHO NBTTO <?
\
0 Uma extravagância de millionario a menina, a fileira com os números 89- o
o 66-63-40-37-14-11, terão indicado pelo
amigas. As cadeiras foram con- destino, a sorte ou futuro
o
A figura representa a mesa
que o archi-mllllonario america- struidas com madeira da mesma
respectivamente.
que lhes es- i
no Astor mandou fazer, ha tem- arvore. B' fácil apreciar, pelo nu- pera
Não se zanguem os leitores se as
õ
\ pos, com urna sô taboa cortada
no tronco de uma arvore colos-
miro das pessoas sentadas, as di-
mensões do abeto, que serve de cousas uão lhe saturem conforme os o
^R. seus desejos, mas a sorte do jogo, como o
na vida, é muito caprichosa. Cada jo- o
o gador deve ter ao lado um grupo de o
o amigos torcedores ou torcedoras. . .
líste jogo presta-se para ser jogado
por varias pessoas, apostando cada \
õ
qual neste ou naquelle destino. i
OS CINCO DEDOS
\
o H^TiP iüÉ i mil iiãMiflm 1Tt Disse o pollegar, o primo
\
o
o
í sal, de muitos mi-
II»' annos
centro de mesa, B
que está ali, no
Dos dedos de certa nino.
Ao segundo : (Sinto fome,
Estou fi morrer, meu irmão.)
o
de existência, o sen torrão, isto
na qual deu um é, nas condições O segundo, o indicador, \
Jantar de quarenta talheres a pessoa3 naturaes da sua vegretagao. Retruca: (domo fazer,
-®—«—• .... Não ha mula na dispensa
O JOGO DO DESTINO "jogo do vispora" Para á noite se comer.)
pedras do conhecido
(EXPLICAÇiO) e colloquem-se, o menino do lado que Q médio, q maior de Iodos,
lhe corresponde no jogo, e a menina Juntamente com o annülar
Qual é o menino ou menina, que no na sua frente. Cantem pausadamehte os
deiabróchar da vida, não pensa no que
Lamentara esfáimados :
números das pedras que forem tiran-
vaè ser no futuro ? Quantas previsões T-(,Gomo havemos dè arranjar!)
nao falham e quantas não se realizam
do do sacco c colloquem tentos nos nu- \
meros respectivos. (<'rã, ora) diz o mínimo
além dá espectativa ? — Pois foi para Conselheiro de renome ;
ir de encontro á estas esperanças ou Completando uma fileira inteira de — (Neste mundo, meus irmãos,
dèsfllusôes que o Almanach apresenta círculos em sentido vertical, por exem-
este jogo aos seus leitores. Ouçam ; pio, a fileira que tenha pana o menino Quem não trabalha não como. !) o
Tomem o saquinho com as noventa os números 1-14-27-40-53-66-79; e I'11™ ÁDEMARO 1'RKX'IA (11 annos)

' .<^,^>'
O CÃOZIHHO

Apresentamos aos nossos leitoresinhos unia pagina de armar


V
que, como vêm, é simplissima :
t • Depois de eollada a pagina sobre um pedaço de cartolina ou
papel-cartão, recortam-se muito bem as três parles de que se compõe 5
I
ò
a paginu, tendo o cuidado de vasar os olhos da mascara do cãosinbo
e dar um corte sobre a linha dos lábios. A língua é tambem recortada

l ein volta, ficando apenas presa pela parte superior onde se vê a'
linha interrompida.
? Pelos tlois orifícios que se devem fazer na parte superior da
mascara o tia cabeça de cão passará um cordel com um nó de cada
lado para prender a mascara á cabeça, ficando a língua entre os
0 l
®
Sábios. Por Hm o supporte A será colhido na parte posterior da ca-
beca pela linha B que se dobra, permittindn ficar de pé o cãosinho.
?
Imprimindo depois ligeiro movimento á mascara parece que o cão-
5
sinbo olha para um lado e outro.
<?<2>Q><Z"í>*2>'$><2y*><^< <»^K>fçyfÕ4^
Uma refeição bem comprada

Um pobre lenhadpr que tinha vinttrfühos encontrava muitas


vezes difficuldade em dar. -de comer a tantas boccas famin-
tas. Um dia, em que possuia apenas um pedaço de
pão no armário t uns tostões na bolsa, o pobre
tomem, angustiado, não sabia como pudesse
ú.zer passar a família sem comer até o dia seguinte.

Teve então idéa de lançar mão de um


Nunca possuiram tanto
estratagema: reuniu os filhos e disse- As creanças, enthusiasmadâs, pediram ¦¦ram dormir, sonha-
lhes :¦—Aquellc que não jantar hoje ga- todas os dois tostões e passaram sem a>tar tão pequena
nhará dous tostões ! jantar.

: A )
)

Todas '-is creanças deram alegremente


o dinheiro. E foi assim que o pobre le-
Na manha seguinte acordaram menos . ('n uMt..j
lenhador- disse-lhes
j- h. então
.- :-—Aquclle
a h nha<k»r economisOu a despeza de uma
alegres, iiots que
1 sentiam tinia tome de ,,,,„ quizer
„,,;,„_ almoçar
,, , . , refeição sem que seirs filhos disso se
que hoje teia de me eu-
cannibaes. tn apercebessem]
tostões !
A VINGANÇA DQ JOLY
~~-
--" " jl—|-r-|—<\ v~ p||

- . „ C ^^âSL3h-\ J«Iy — Eu também fiz exercício e manobrei


Julinho - Isto abre o appett.te .
para brincar com ^28^) canhâo; mereço bem cofner a tua gulo(Iice
o
os soldados. i.. -— -/**a.»*^ ' ¦—¦«a- .»-

Julinho — Imaginas, por acaso, que o meu doce íol í3?b ^^ J«ly — Ah ! egoísta, vaes comer o pote
feito
para um animal como tu? ^—J de——doce sem repartir commlgo.
V__ ¦ .,1,-. i

— V-f (&0& JTjO ^} Joly,,7~ C°m° é bom ser arti"


Jnlinhu Como é bom comer gulodices
•- "

joly — Quizeste comer sosinho e nôs fizemos exercício


Jnllnho — Ai ! ai! recebi a carga e o meu pote de doce
a eontra-carga a de tiro também sosinhos.
ATIROU A'S PERDIZES E CAÇOU UM ELEPHANTE

. .Trinca Biscoitos era um verda- Com ef feito: uma lebre appa-


deiro apaixonado da caça. Todos os Urt: dia, munido de-espingarda e acompanhado de Gom- receu e Trinca Biscoitos, rápido, jfez
domingos sahia elle á caça das per- ma Arábica, partiu para o campo. Chegando aò bosqcie. o pontaria e deu dois tiros... qoe fa-
dizes, acompanhado de seu cão Gom- cão parou, em atritude de ter descoberto caça. « lharam. Gomma Arábica, no entan-
ma Arábica. to. sahiui no encalço da lebre...

.. ,...,, , um elephante do Jardim Zoo-


.emquanto seu amo accendia o ca- ...fica gelado de medo: um elephante ««. i i
o olhava, embalando ...que
{ogico fugira e ^ fófa ^.^^
chtmbo <¦ sentava-se sob copada arvo- docemente a tromba, com ares de bom biohano. E. brusca- apesar de estarem muitos hontem „_
re. De repente ouve um ruído atraz mente. Trinca Biscoitos recorda-se de que, dias antes, os jor- mados no seu encalço
de si. Inquieto, volta-se e... nacs noticiaram...

-<\

^^ElW "^" ""


i^Skfr \L^^m\M^^ . 1. ^y- _.;__
Doido para fugir, Trinca Biscoitos ani- Emquanto isso se passava, Gomma Ara- se,Nos
desordenados que deu para
mou-se um pouco quando viu o elephante ^ da linha, esta se enrolou em
desvenc.lhar.
bica, , persegu
perseguindo a lebre, embaraçava-se na
serítar-se e o olhar com olhos que diziapn: sua cauda, irupedindo-o de continuar a
linha que um pescador deixara á beira do rio
— Faz-me companhia,... vivo tão só nesta perseguir a lebre.
floresta...

.. um gordo bagre. Então, como ...Trinca Biscoitos, qtiie voltou para casa, orgulhoso
Fnricso, pensou em voltar para jmilo de seu não quizesse voltar para junto do da caçada, li foi assim que Trinca Biscoitos, querendo
senhor, quando sentiu que lhe puxavam a cauda. amo sem caça, abocanhou o bagre atirar ás perdizes, caçou um elephante e um bagre.
Voltou-se e, ó surpresa! viu preso ao anzol... e entregou-o a...
Um salvamento

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Macarronette era um- bravo cabo-cor- Um dia, vinha elle caminhando com a bolsa cheia de cartas, quando viu um
reio alpino, que cumpria com devotarncn- viajante deitado, desacordado naturalmente pelo intenso frio que reinava. Maçar-
to seu dever e sabia remover com desem- ronette deu ao desfallecido algumas gottas de rhum, friecionou-lhe fortemente a
baraço todos os obstáculos. língua mas, apezar de... •

iJjSJJjfc-í*"!!? i A^ÜSjÜSjijiijl ãSSjjÍgç>SBaÍü|gi^' ^BBÍ*1K=;=


...todos os cuidados, o viajante não ...comsigo. Depois de accender seu ca-
voltava a si. Macarronette não queria A fumaça que se desprendia do cachim-
chimbo, pôz o homem ás costas e con- bo reammou e fez o viajante soltar for-
abandonar o infeliz. Pensou em leval-o... tinuou apressadamente seu caminho. midavel espirro.

...homem que era um general inglez, que foi muito cum- de benemerencia, que
Macarronette ficou bastante sa- primentado pelo com mandante do batalhão do bravo Macor- elle ostenta, orgulhoso, ao
'¦sfeito e apresentou no quartel o renette, que teve como prêmio de sen feito humanitário peito de sua farda.
"Ornem que salvara da morte... uma medalha de ouro
O MOINHO KMCATSTTJLIDO

Um dia, estava elle sentado a porta do


Havia uma vez um molineiro, rico e moinho, quando appareceu uma velhinha:
avarenCo, que vivia solitário. Se algum bá-me um pedaço de pão, bom molineiro céo,A velhinha, levantando os braços para o
disse: — Teu coração é mais duro do
pobfre ou aleijado batia á porta do moinho, disse ella — e deixa que
pedindo esmola, o molineiro, que se chama- passe a noite que as rochas, mas o castigo para ti está
em tua casa. — Vae-te embora, velha ! — nroximo !... E afastou-se
va Vicente, corria-o a cacete. respondeu Vicente, meu moinho hão é ai- vagarosamente.
.be.rgup. '.

Na manhã seguinte, levantára-se. e fora


Ao passar junto da roda do moinho, a Naquella noite, o molineiro quasi não abrir a represa d'agua: apesar desta cahir,
velhinha tocou-a com o bastão. O molinel- dormiu; sonhou que a velhinha lhe roubara- como de habito, a roda do moinho não se
fo zangou-se e correu para perseguir a ve- lhe o dinheiro e, mais de uma vez, levantou-
ihinha, moveu. Vicente azeitou os eixos,- limpóuia,
que desappareceu repentinamente. se para contar e recontar sua fortuna. nada conseguindo.

Dentro cte pouco tempo, todo mundo,


Vizinhos vieram ajudal-o, mas a rotía do sabia a historia do moinho encaotado. *y* metade do grão fOra roida pelos ratos.
moinho naquelle dia e nos outros seguintes, con- Reclamaram do molineiro o grão que T^ve de pagal-a, tornou-se pobre, sem um
tinuava immovel. Vicente arrancava os cabellos, elle não podia moer. Vicente viu, logo vintém, enxotado de toda parte, a pedradas,
desesperado. após, que. . .

Uma noite, vagava Vicente, triste, pela Vicente ouviu, logo depois, o "tic-tac"
Neste momento, a velhinha transfor- do moinho, que gyrava, alegre como uma
rua, quando viu a velhinha que lhe pedira, mou-se numa linda e Joven fada: — Uma canção de esperança. Os grãos e o dinheiro
un>a vez, esmola: — Perdoa-me, disse elle, boa fada perdoa-tè, Vicente. Volta ao teu voltaram ao moinho e pobre algum passava
ter negado esmola quando podia ser gene- moinho e R'1 cnrldoso ! Depois, desappareceu.
roso BSatou arrependido ! por perto de Vicente que não recebesse uma
esmola.
>
¦'!^r<Z><i><^<Z><^> ^>^>Alinanach d'0 TI€0-TICO^->
o
o Colheitas submarinas

AS ESPONJAS
o\ l^
i Qualquer de nossos leitores não ficou estabelecido, sciehtificamente, A esponja vive enterrada, fixad:
ignora que foi no seio profundo que as esponjas eram animaes de ca- nos rochedos do fundo do mar, em-
dos oceanos que a vida no globo ter tegoria primitiva, inferior, muito se- bora não possua raizes. Na esponja,
raquio teve sua primeira manifesta-
ção. Foi no meio marinho, sabemos
\ todos, que nasceu e desenvolveu-se 1
i. uma multidão incalculável de seres
vivos, de uma prodigiosa variedade
de fôrmas. Desses seres, é claro, o i
i homem não deixou de se aproveitar, 0
l
$
explorando aquelles que podiam ter
uma utilidade qualquer.
Ü homem não pesca somente os
)

habitantes do mar: caça os animaes


terrestres; não colhe unicamente os
productos do solo submarino, mas \
também os fructos e productos da
terra. As colheitas que se podem fa- I
zer no fundo dos oceanos não são,
na verdade, tão abundantes, nem tão \
úteis, como as que se emprehendem
\ na terra, mas, nem por isso deixam
de ser dignas de estudos e conheci-
o
\
o rnento.
para nós objectos tão familiares e úteis, são pescadas no Q
Falemos primeiramente das espon- As esponjas, que sãohábeis
fundo do mar por mergulhadores ou pelos ousados escaphandristas. A
jas, e como são pescadas. Dizemos
Q pescadas porque durante muito tem- melhante ás plantas e que é chamada que nós tão bem conhecemos de casa, Q
O po não se sabia se as esponjas eram de phytosoarios, vocábulo composto notam-se buracos de fôrma variável ò
o plantas ou animaes. de duas palavras gregas, que signifi- e, muitas vezes, arredondados. São r)
Após longos estudos e discussões, cam planta e animal. esses buracos os orifícios de sahida A

\
Ò
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0

$ -Jl Z^ -—¦J <>


Nove variedades de \esponjas X
*<^^Almanach d'0 TICO- . <^» <^ <>-<o <> <^>--

para a água que circula na esponja, reputação de ser os mais hábeis esponjas sem o apparelho escaphan- Q
Os orificios de entrada são os bura- pescadores de esponjas. O emprego dro. Revestido desse apparelho, o
mergulhador arma-se de uma faca de
lamina aguçadissima para cortar as
-v esponjas que se agarram aos roche-
dos. Existe também um outro me-
thodo de pesca que se pratica de bar-
co com o auxilio de uma espécie de
tridente, que se colloca acima de um
sacco de bocca bem larga.
Este modo de pescar exige que o
mar esteje muito calmo e que as es-
ponjas não estejam a grande profun-
didade. A pesca das esponjas é pra-
ticada sem nenhuma previdência de
ÍBHHBMSÍHBBBHHHBSb^I^IHIDII^MIBHII BBBIrBHH HHbí9 • *^ji»*- "¦'' ¦¦¦¦¦¦¦ -: ¦ ¦ • ¦/• ¦:;
parte dos pescadores.
Algumas pessoas tentaram, ante a
Bsta gravura representa a descida de um escaphandro para a pesca das, espon- imminencia do desapparecimento pro-
fas. Chegado ao ponto em que ha esponjas, o bote lança ancora e o escaphan-
dro, munido de uma faca de lamina afiada, desce para a pesca. Pôde, assim, tra- gressivo da esponja, cultival-a, ten-
balhar muito tempo debaixo d'água, mas não consegue descer a mais de trinta me- tando a sua reproducção. Tal empre-
tros de profundidade, em virtude da forte pressão da camada d'água que o in- hendimento não deu, porém resulta-
commoda. dos satisfactorios e a esponja dia a
cos muito pequenos que se asseme- do escaphandro permitte obter re- dia encarece nos mercados do mundo.
lham aos poros. Quando a esponja sultados superiores, sem exigir as Quanto mais fino, poroso e elasti-
tem vida em todo seu corpo, faz-se
activa circulação de água: é por esse
processo infinitamente simples que
as esponjas respiram e se alimen-
tam. Todas as cellulas, todos os ele-
mentos de sua substancia tiram da
água, individualmente, o ar dissol-
vido e as matérias nutritivas em sus-
pensão. As cellulas, multiplicando-se,
augmentam a massa esponjosa, que é
de tanta utilidade para nós. ¦i- .***+..
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A pesca das esponjas faz-se sobre-


tudo no archipelago grego e no litto- Terminada a pesca, as esponjas são lavadas varias vezes em água doce, frequen-
ral da Syria. O penoso mister do temente renovada, até que a matéria viva e gelatinosa que possuem desappareça
inteira mente.
mergulhador requer um treinamento
especial e aptidões particulares. Os qualidades de sangue frio, coragem e co fôr o tecido, mais valor tem a es-
gregos, notadamente os habitantes do resistência dos mergulhadores, e já ponja
pequeno porto de Hydra, gosam da hoje é raro praticar-se a pesca das Vários outros processos de pesca
das esponjas são ainda usados pelos
pescadores do littoral da Syria, cada
qual mais inefficiente e sobre tudo
perigoso. Basta dizer que ha syrios
pescadores que, confiados na sua ro-
bustez e perícia no mergulhar, se
aventuram a arriscadissimas empre-
zas de, mesmo sem o traje usual dos
escaphandros, atirarem-se ao fundo
do mar, com pesos atados aos pés,
para cortarem um pedaço de espon-
ja. Para isso demoram-se dentro
d'agua um tempo relativamente con-
sideravel, supportando a enorme
DBBPW^-.. ¦»¦,~ -^\h' .•<¦>. i pressão da massa d'agua, sem res-
pirar. Quando, não podendo mais
supportar a pressão e a falta de ar,
querem voltar á tona d'agua, liber-
tam-se do peso que têm aos pés e
dão signal á superfície por meio de
um cabo que levam atado á cintura.

Lavadas em vários banhos de água doce acidulada, as esponjas são postas a sec-
car, depois do que. são encaixo todas Para a e.rportação.
K^^'
i I
^*«~\ ft. ^ V 36
K^>'^v>.'' *^^<^AÍmanach d'0 TICO-TIGO",;^<^

H= O TORCEDOR =="
Mathias Mathias — Enganas-te, Barnabé. Homens não se
Renato fazem a pancada.
Barnabé Barnabé — Ora, patrão, deixe lá. Não espadélle vos-
Mathias, de pyjama, sentado cm uma poltrona, em- inecê o linho, não trilhe o grão, não pise a uva e não
bebido na leitura de um jornal, não dá por Barnabé, que vareje a azeitona e diga-me como se ha de arranjar para
entra coxeando, com um lenço atado em volta da cabeça, ter panno e pão, azeite e vinho. Pancada de pae não
o braço esquerdo na tipoia, pontos falsos no queixo, a) quebra osso e põe o juizo no seu logar. Já a barba me
fazer esgares de soffrimento. pedia navalha e eu apanhava ainda cada cachação que
não lhe digo nada. E aqui estou, com a graça de Deus.
Barnabé pára junto á mesa do centro e pigarrêa para
chamar a attenção de Mathias, que se volta e, ao vel-o (Estardalhaço de vidros quebrados, á esquerda.) Olhe, lá
anda a bola aos vidros. E vae tudo, não escapa nada.
com taes estragos, encara-o espantado : Mais dia, menos dia o patrão mesmo vae pelos ares, co-
Mathias — Que é isso, homem ? Que teus na ca- mo esses taes que andam agora ás cambalhotas nas nu-
beca ? vens. Ou eu muito me engano ou este mundo, com as
Barnabé — Na cabeça ? 1 Se fosse só na cabeça... novidades que lhe metteram na cabeça, não vae lá das
E' em todo o corpo. Parece que não tenho osso intei-. pernas. (Renato entra a correr pela esquerda, sarapanta-
ro... E são dores nas entranhas como se m'as estives- do, com uma bola de foot-ball. Ao dar com os dois estaca
sem a arrancar com garfos. interdicto, procurando esconder a bola).
Mathias — Deste alguma queda, não ? Mathias, a Renato, com severidade — Que é isso ?
Barnabé — Não, senhor. Eu não sou' homem de Tu não tens juizo, Renato ? Eu já não te disse que não
cahir. Faço tudo com muito cuidado e não me metto em quero foot-ball aqui em casa ?
cavallarias altas. Cahiram em cima de mim. Barnabé — Com sua licença, patrão... Vou mo-
Mathias — Em cima de ti 1 lhar os pannos...
Barnabé — Sim, senhor. E eu venho, comi perdão Mathias — Vá, Barnabé. Vá. Logo mais virá vel-o
da palavra, pedir as minhas contas, por que vou para a o Dr. Taborda.
Ordem concertar o corpo, que está em petição de miséria. Barnabé, encaminha-se para a direita, resmungou-
Mathias — Mas cahiram em cima de ti... como ? do — Fosse nieu filho e essas orelhas haviam de ficar
Barnabé — Como ? Com a maldita bola, que eu tão quentes que nellas se poderia accender um cigarro...
mesmo não sei como ainda não levou esta casa pelos ares. Commigo não ha civilisações, é á antiga — páu que te
Mathias — Que bola ? rache ! E' como se fazem homens. Vão lá perguntar ao
Barnabé — A bola do menino. Elle é, desde que se Camões se não provou muito marmeleiro antes de es-
levanta até que se deita, com a maldita bola por ahi aos crever os Luziadas. (Entra á direita coxeando.)
pontapés, que elle chama chutes. E não ha planta que Mathias — Sabes o que estava a fazer aqui o Bar-
vingue, não ha pote que resista e cabeça que lhe fique nabé ? (Renato baixa os olhos). Estava a queixar-se de
a geito está perdida. Estava eu hoje na escada a arran- ti : Que és um menino sem educação, que mereces pan-
jar a trepadeira quando, de repente, bumba ! veiu-me a cada porque não tens modos. Achas isto bonito, não ?
bola á cara e foi isto que o patrão vê. Dei com o corpo Pois então um velho amigo da casa, que te viu nascer, i
em cheio nas pedras, que não sei mesmo como se me para andar assim com a cara quebrada, com as costellas
não acabou ali a vida. Trambolhão assim, para um ho- roxas e quasi inutilisado de um braço ? E tudo porque ?
mem da minha edade... o patrão comprehende... Quan- por essa mania de foot-ball. Agora mesmo acabas.de que-
do se é rapaz, emfim, mais osso, menos osso pouco faz, brar lá dentro não sei que...
mas com quarenta e oito ás costas e, ainda por cima, Renato — Uma coisa á tôa...
com o mal dos rins e a asthjma, que me não deixa pregar Mathias — Coisa á tôa... Alguma vidraça?...
olho á noite, e agora, ainda com o fígado a atazanar- Renato — Não, senhor. Foi um daquelles vasos da
me e, por fim, um bolaço d'aquelles... sala de jantar...
Mathias — E vais para a Ordem ? Mathias, em voz soturna e desolada — Um Ginori !
Barnabé — Sim, senhor. Talvez tenha de operar- (Encara duramente Renato, que baixa os olhos.) Sim,
me, porque o que me está parecendo, cá por certas coisas, senhor ! Um Ginori !
é que o machinismo do coração ficou desarranjado com a Renato — Papae zanga-se cammigo...
queda. Isto é como relógio, o patrão sabe. E olhe que Mathias — Ah ! não me hei de zangar... Fazes
foi mesmo em cima das pedras. Quero que o patrão ia- o que fizeste ao velho, quebras-me um vaso de preço,
ça as minhas contas, porque vou daqui direito para a arrasas-me o jardim e eu hei de ficar contente, não ?
Ordem. Renato — Pois não foi você mesmo que disse que
Mathias, tranquillisando-o — Deixa-te estar onde eu devia fazer exercícios para ficar forte ?
estás. Na Ordem não terás melhor tratamento do que Mathias — Sim, fui eu. Mas tu chamas a isso exer-
aqui. cicios ?
Barnabé — Mas é que lá ha médicos que entendem Renato — Pois então ?
destas coisas do interior e na pharmacia disseram-me que Mathias — Não ! Os exercícios praticam-se «"
talvez fosse preciso pôrem-me em cima uns raios de campo adequado e não em casa, com desastres e prejui-
não sei que... Eu não me quero metter a conselheiro, zos. Demais se eu te disse — e repito — que devias fa-
mas sempre lhe digo, patrão, que se o menino fosse meu zer esporte, não foi para que enchesses o dia todo com
filho eu não lhe havia de passar tanto assim a mão pela isso, esquecendo os livros e o teu próprio alinho, andando
cabeça. Muito amor... muito amor, mas um dia, com sempre mal amanhado como um garoto das ruas, com a
perdão da palavra, chegava-lhe a roupa ao pello para camisa a bufar das calças, as meias escorrendo pelas per-
que lhe assentasse melhor. E' como eu entendo que se nas, os sapatos cheios de lama, suado, despenteado. O
fazem homens. exercício é útil, necessário ao corpo, como o alimento,

--0-:S>'
:.*o"o Alinanach d'0 TICO-TICO^-^^^>^>^>^
:0
¦0 mas tu não passas o dia todo á mesa, comendo. Tens pirituosos no galantear as damas e assim como se faziam 0
0 horas certas de refeição, como as deves ter para o es- . notar nos torneios e nas batalhas pela coragem chama-
tudo e para o som.no. vam a attençâo sobre o airoso dos seus gestos quando,
0
0 Renato •— E eu não estudo ? Não durmo ? despidas as armas, appareciam galantemente nas cortes. 0
0 Mathias -— Lá dormir, dormes... dormes até de- Eram assim os cavalleiros fortes da antigüidade. E o 0
0 mais. Mas, mal acordas o teu pensamento desce-te logo que hoje vemos infelizmente é que, com a preoecupação 0
0'0 aos pés como tuna botina... c é bola, bola, bola ! Dei-
tas-te com a bola, creio até que a fazes de travesseiro e,
exclusiva da cultura phy.sica, vão os rapazes esquecendo 0
as boas maneiras e nos salões, quando apparecerm, met-
quando estudas
— se estudas — o que vês no livro como tem-se pelos cantos onde ficam immobilisados como...
0
0 tu mesmo, uma vez, disseste, não é a doutrina, a regra, verdadeiras armaduras. Está errado. Força, força, pois 0
0 o problema, o desenho, mas o goal. E letras, números não, mas sem prejuízo do espirito. 0
0 e figuras movem-se-te diante dos olhos como jogadores Renato — Força e luz, como a Ught. 0
0 de foot-ball num campo. Mathias — Sim, força e luz, como a Light, e as- 0
Renato — Eu disse isso brincando... sim vencerâs na vida. A força bruta é como esses ro-
0 Mathias — .Brincando ? ! Não, disseste o que é, chedos solitários que só são úteis quando sobre elles se
0
-0 a serio, porque a verdade é que a tua attençâo não se monta um pharol !... Serm luz não são mais do que 0
0 •fita em outro assumpto. Se concilies o dictado ou che- ilhas estéreis e inhospitas, onde não se encontra a som- 0
0 gas ao fim de uma conta logo exclatnas : goal l bra de uma arvore para repouso, nem gotta d'agua nas- 0
¦0 Renato — E' brinquedo, papae. cente para a sede — tudo pedra. Bem, vae agora pedir 0
desculpas ao Barnàbé do que lhe fizeste com a bola.
0 Mathias — Ah ! brinquedo... Renato — Mão foi por querer. Eu estava Shootando 0
¦0
•0 Renato — Brinquedo, sim. (Outro tom) Mas papai a goal. elle teimou em ficar na frente... eu tenho um 0
não pôde negar que eu tenho aproveitado muito com os shoctl damnado... Foi isso... 0
exercícios... (Mostrando o braço) Olhe aqui !
¦'0
Mathias — Sim, mas não basta ter braço forte e
Mathias — Re,m... bem... (Renato *eac sahindo. 0
.0 perna rija e ágil, é necessário possuir também espirito
Vendo a bôCá quc ficou sobre uma cad.rira.) Olha a 0
bola...
0 claro e prompto, uma alma que seja como a luz, enten- Renato, voltando-sc — Pois papai não disse... 0
¦O
•0 des ? como a luz, que é também força e a melhor e mais
Mathias — Eu disse que não quero foot-ball em casa
0
bella da vida. Não é a pulso que se deslocam montanhas
e sé vencem batalhas, mas a custa de estudo e a golpes e que nas horas do estudo não admitto goals... o mais.. .
0 de intelligencia. Renato, rindo — Ah ! então sim.. . (Apanha a bola,
0 Um corpo forte é uma armadura, não ha duvida, sahe a correr e diz do fundo, maliciosamente) — Eu já 0
¦V mas o aço por melhor que seja a sua tempera, vale como contava com isto... papai é torcedor ! 0
•0 força inerte. Deixa sem soldados a mais formidável for- Salte correndo. 0
0 taleza, retira do mais poderoso dreadnonght toda a sua
guarnição e uma creança os abordará em jangada.
COELHO NETTO 0
0 Vieira disse : "Quereis saber o que é uma alma ? 0
olhai para um corpo sem alma". Eu digo o mesmo da 0
força. Adoece e morre o athleta mais possante. Eü-o es-
GEOGRAPHIA ATRAPALHADA 0
tendido com todos os seus músculos que rebentavam ca- 0
deias, subjugavam touros e agora nem se movem, e por-
que,, se eram elles a força ? Não, a força era o espirito
0
Nelson — Rio da America do Norte, que é nome de 0
que os animava, como o fluido agita, põe em movimen- homem.
to todo o machinismo de uma officina. No homem esse ò
Palma — Cidade de Goyaz, que está na mão.
0 fluido, ou alma, irradia etm faculdades activas, que des- Plârés — Ilha da Oceania, que está no jardim.
0
0 pertam e desenvolvem energias. Côrça — Pago da America do Norte, que é a fêmea 0
0 '
Põe um brutamohtes, armado da cabeça aos pés, de- do veado. 0
0 ante de um destro esgrimista e has de vel-o rolar por Granada — Cidade de Hespanha. que se usa na 0
terra como uma torre ferida pelo raio. Exercita-te, que-
0 ro dizer : traze a tua armadura sempre açacalada para
guerra.
Bom — Cabo da África, que não é máo.
0
0 que não a recoma a ferrugem, nem se lhe emperrem as Toledo — Cidade da Hespanha, que é sobrenome.
0
¦0 juntas, mas não dês todo o teu tempo a tal serviço para Corvo — Ilha dos Açores, que é um pássaro. 0
0 que armas tão brilhantes não fiquem acobertando um Castro — Cidade do Paraná, que é sobrenome. 0
animo apagado.
0 Instrue-te se queres ser verdadeiramente um forte.
Teffé — Cidade do Amazonas, que é sobrenome. 0
0 Madura — Ilha da Oceania, que não é verde. 0
Demais — e isto vem aqui mui de molde — a força não Imperatriz — Cidade do Maranhão, que é soberana.
0 exclue ás boas maneiras. Deves lembrar-te dos roman- Mascattc — Cidade da Arábia, que é vendedor ani- 0
0 ces, que leste, cheios da bravura dos paladinos e gracio- bulante. 0
•0 sos da sua gentileza. .Aquelles mesmos heróes que se Pomba — Cidade de Minas Geraes, que é um pássaro. 0
batiam com dragões e gigantes, que forçavam castellos.
¦0
que escalavam muralhas de cidades, eram os mais es- Edgar ViixEla
0
0 0
0 0
¦0 0
•0 O tamanho do homem e dos animaes ao nascer e no seu completo desenvolvimento 0
0 0
0 0
0 0
¦0 0
0
•0
:\
EaUjyiigttfiElL^W^^ffiBfe 0
0
0
A silhueta branca marca o tamanho de cada animal na época do nascimento; a preta indica o do desenvolvi-
.0 mento completo. O veado é, em proporção, o que nasce maior, entre todos os animaes indicados aqui.
0 -*0"0*0'
^>^>Almanach d'0 TICO-TICO^o*
z
í
Q
PEDRAS PRECIOSAS .A. OF-A-L-A. \

\ í
rodeiam esta substancia impressionável
i
e que a opala não pode, de modo ai-
gum, exercer influencia sobre a pessoa
li
que a usar.
Um notável escriptor da Escossia,
Sir Walter Scott, é responsável, em \
grande parte, de que hoje se acredite
A opala tem sido na acção perniciosa da opala.
olhada, ha muitos Num seu romance intitulado Anna de Geiestein. exag-
séculos, com supers- gera de tal modo as propriedades da pedra, afim de real-
leitores, profunda-
tição : a época pre- çar o elemento sobrenatural, que os
sente accusa-a de mente impressionados, chegam a olhar a opala com ver-
i ser de mau agoiro,
ao passo que os an-
(ladeira aversão.
Na litteratura clássica encontram-se muitas refe-
\
tigos a veneravam
como pedra de bom
rendas á opala.
Plinio fala de um senador romano chamado Nonio,
o
presagio e lhe at- que possuía uma opala grande e preciosa, muito culriçada
tribuiam o poder de por Marco Antônio, que desejava offerecel-a a Ckopatra. i
afugentar os espiri- Como Nonio se negasse a vendel-a, Marco Antônio
\ tos malignos e de fez com que o desterrassem, para castigar-lhe a obstinação.
inspirar pensamen- Graças aos esforços da rainha Victoria. a opala fi-
tos puros e sonhos cou outra vez em voga. Todas as jóias offerecidas pela
agradabilissimos. soberana ingleza tinham opalas. A cada uma das prin-
ò Se hão de attri- cozas suas filhas, deu ella uma opala magnífica no pre- 0
buir-se faculdades sente de nupeias. Q
Q
\
sobrenaturaes ás pe-
dras preciosas, deve
Compõe-se a opala de silica e água. A's vezes encon-
tra-se nas petrificações arenosas e nas cavidades vcsieii
l
a opala oecupar o
logar privilegiado
ires da calcedonia, espécie de quartzo, mas geralmente
está em veios curtos e irregulares no pórphiro.
Têm-se encontrado muitas opalas lindíssimas em
l0
pela sua extrema
susceptibilidade pe- Czernowitz, na Hungria, mas já vão ali escasseando. i
rante as influencias
exteriores.
A opala mexicana ou hydrofana é uma variedade
transparente, que offerece por vezes uma linda côr; to-
4,
A mudança cons-
tante de còr na opa-
davia, a água destroe-lhe o brilho e por isso não é muito
empregada em anneis. l
ò
Q
Ia e devvida á refracção da luz numas escamas peque-
nissimas e numas fendas da superfície, quasi invisíveis,
Os persas assignalavam uma pedra preciosa a cada
mez do anno. Como curiosidade, vamos transcrever esta í
\ que, á laia de prismas, dividem a luz dando as tintas espécie de calendário de jóias : o
variadas do arco-íris. Janeiro — Granada ou jacintho : sigrrifica fidelidade 0,
Porém esta combinação de cores é susceptivel de mu-
danças; tão depressa é brilhante conio escura, o que sue-
em toda a casta de obrigações.
Fevereiro — Amethysta : preservativo contra as pai-
o
cede com a regularidade das variações atmosphericas, pro- xões violentas e socego de espirito. \
duzindo o calor moderado um effeito luminoso e o calor Março — Sangüínea : valor e prudência para casos 0.
0 excessivo, pelo contrario, roubando-lhe o brilho, pois que difficeis. 0.
\
secca a humidade contida nas céllulas.
Geralmente as pessoas de imaginação ardente const-
Abril—Saphira ou diamante : innocencia, lealdade de
caracter, modéstia e caridade.
t
deram com uma espécie de admiração e temor os objectos Maio — Esmeralda : synibolisa a verdade e ventura
inanimados que têm attributos de camaleão e é naturalis- no amor e na amizade.
siimo que, ao contemplarem a opala, em busca de stgnaes Junho — Agatha : saúde e vida prolongada.
\ mágicos, tomem como coisa de mau agoiro o facto de a Julho — Rubi : esquecimento ou isenção dos desgos-
pedra perder repentinamente o brilho. tos do amor. 0.
Não devemos também estranhar que nos tempos em Agosto — Sardonica : felicidade conjugai.
que a analyse chimica não estava ao alcance de todos,
as opalas parecessem possuir um poder oceulto, visto
como não existia maneira de explicar o seu aspecto va-
Setembro — Crysolitho : preservativo contra as do-
enças, paixões ruins e melancolia
Outubro — Opala ou água marinha : esperança de-
ti\.
o riavel. pois da desgraça. 0.
Hoje não ha desculpa para semelhante ignorância, Novembro — Topazio : amizade e fidelidade no amor. 0.
porquanto a sciencia dá-nos diecionarios e encyclopedias Dezembro — Turqueza : prosperidade no amor e nos o.
em cujas paginas se encontra o que dantes era inexplicável.
E' um facto curioso que as exhalações do corpo hu-
eoiprehendimentos,
í.
mano, em certas condições anormaes, affectam de tal mo-
do a opala que lhe fazem perder completamente o bri-
lho e a tornam escura e opaca. Então, ,se até certo pon-
O único ferimento que recebeu Napoleão nas innu-
meras guerras que caracterisaram seu reinado foi era Ra-
tisbonna em 28 de Abril de 1809.
t\.
to pôde dizer-se que a extineção do seu brilho é devida a ¦ir -fr -ár
ti Ha alguns annos fez-se uma estatística muito interessan- \
perda da saúde de quem a traz, toda a pessoa que racioci-
nar sensatamente notará que o augmento ou diminuição te. Tratava-se das mãos das pessoas; e verificou-se que ha-
\ via 2.173 com seis dedos e 431 com sete.
de resplendor é conseqüência natural das condições que
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O RIO ESCOLAR I
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Ahinuios de varias escolas publicas desta capital posando especialmente para o nosso "Alm«nach"

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r -<><>'c-><><i>^->>c>>ç>>c^c>^«-v^ d'0 TICO-TICO"^*^

i F-A-ES-F-A-I-iH Q

marido, sem autoridade,


l
MAR1ANNA. ainda enoontrado no mundo os costu- sem indepeti-
mes do Paraíso. (Outro tom:) Ves- dencia, uma coisa \
LUIZA.
tia-me, sim, e com muito gosto, mas MARIANNA
5a/a. Mariantta, sentada em uma não descurava os meus exercícios de' Não é isso que vês aqui em casa. Já
composição e piano, desenhava, borda- \
poltrona, á direita, com um bordado ao me encontraste, alguma vez, serzindo
collo. Luisa, de pé junto a uma me- va e. muita vez, para conseguir que trapos ? E se os serzisse ? A agulha,
sinha, ao centro, desfolha uma rosa, papae me levasse ao theatro ou a al- entre os dedos da mulher, é um peque-
guma festa do meu agrado, engambe- nino sceptro.
5 amuada.
lei-o com guloseimas que eu mesma luiza, irônica :
5 MARIANNA
Se te preoccupasses tanto com o es-
preparava e, nem por isso (mostrando
as mãos), oomo vês, fiquei com as E o dedal é uma coroa. .. na cabeça
{ pirito como te desvelas com o corpo, mãos tisnadas. do dedo. Mas por tal preço não quero
í mais realçaria a tua formosura, por-
que onde não ha claridade toda a bel-
LUIZA
eu ser rainha.
MARIANNA
(^ leza desapparece. Não pensas sinão
em vestidos e chapéos, fitas e rendas
Mas mamãe quer comparar o seu
tempo com o de hoje? Antigamente Ai ! da mulher que não sabe lidar
com esses pequeninos objectos, porque
l
\

e, desde que te levantas até que te dei- ninguém fazia questão de trajos.
andará sempre... descosida.
tas, é sempre a mesma lida com jor- MARIANNA luiza, dando de hombros:
naes de modas, amostras de tecidos c Enganas-te. Havia modistas de fama Ora... antes descosida do que re- \
i bugigangas de adorno. Não tens ou-
tro assumpto de conversa e estou em
como as não ha hoje. mendada. (Outro tom :) Para mamãe
a mulher que sáe só comette uma fal-
\ jurar que até dormindo são tafttlarias
taes que, em sonhos, enchem o teu
LUIZA
ta... e grave. l
i somno.
Pois sim !... Pelos teus retratos de
solteira eu faço idéa das taes modis-
MARIANNA

LUIZA tas! Que horrores! Nem eu sei como Eu saio só. Saio só porque conheço
\ Quem sabe se hei de andar como tinhas coragem de sahir á rua com os perigos que ha nos caminhos do \
uma pobresinha, para que as outras aquelles vestidos e com aquelles cha-
mundo... Tu, não... 0
riam de mim?!... péos... LUIZA 0
MARIANNA Eu, não... por que ? Quem sabe se
MARIANNA
não sei evitar um bond, fugir a um
Não! não quero que andes como Estavam em moda, minha filha. Se, automóvel, desviar-me de um buraco... ?
J uma pobresinha... nem em tal eu con- nesse tempo, uma senhora apparecesse
em publico com esses vestidos curtos MARIANNA
)
(>
sentiria, senão por ti, se eu fosse uma
indifferente, por mim própria, por que que agora se usam todas as portas se Ha perigos maiores que esses, que se
0" os filhos são espelhos dos paes e se lhe fechariam. Hoje, entretanto, é o não vêem facilmente.
ò
apparecesses mal a culpa do teu ve- que se vê e amanhan... quem sabe LUIZA
lá! talvez voltemos á primitiva simpli-
xame seria, e justamente, attribuida ao
nosso desamor ou desleixo. Mas assim cidade e Adão e Eva reapparecerão na homens fazem o
E'... E' por essas e outras que os
que fazem.
<J
como passas horas e horas discutindo Avenida como andavam no Éden... e Olhe, quando eu me casar, se o meu 0
fazendas e figurinos com a costureira, será natural. Dantes a menina era tra-
marido gritar commigo. . . Q
porque não dás o mesmo interesse ás tada como uma flor, vigiada até no MARIANNA
lições da tua professora ? somno para que o não perturbassem
pesadellos. O mundo da mulher era o
Que fazes ... ? 0
LUIZA
lar, a sua maior riqueza a innocencia, LUIZA
Então eu não estudo ? Sorris ?...
Queres dizer que sou vadia, não é?
o seu mais bello ornamento a educa- Que faço
a pois então ? !
? grito com elle também, i
ção. Hoje... o mundo da mulher é
casa de chá, a sua maior fortuna a
MARIANNA
Digo que se pudesses ver o teu es- desenvoltura, o seu mais bello orna- Erra.
MARIANNA
i
pirito ao espelho como te miras e re- mento... o tango.
LUIZA
miras quando te vestes, terias pena do luiza, com intenção:
pobresinho. Quem te vê, linda como E' a moda.... Ah ! Erro ? Pois sim...
ou não ha de ser ali ! A' força é que
Erro o
és. ..
MARIANNA ninguém me leva, isso nunca !
luiza, com um sorriso malicioso: 0
Não tanto como tu...
MARIANNA
Sim. é a moda... E ha de ser com
tal moda que ella governará a casa,
educará os filhos, far-se-á amada do
MARIANNA

Não te illudas, minha filha. A mu-


i
(>
Agradeço o mimo, ainda que a flor marido, respeitada na sociedade digna, lher só vencerá na vida emquanto fòr <?
da tua lisonja traga os espinhos á emfim, do titulo, que tanto honra, de dócil, emquanto permanecer nas raizes o
mostra. (Outro tom:) O tempo da mi-
nha belleza passou...
mãe de familia. Isto não é moda. Se- do seu destino. A mulher é uma resis-
rão mortos, se quizeres, e máos. tencia fixa, como a arvore. O homem o-
é o movimento; a mulher é a estabi
LUIZA
Ora, mamáe... (De repente:) E
Já sei... Para
LUIZA
mamãe, a mulher de-
lidade creadora, e dará sombra, flor e
frueto emquanto se mantiver no lar,
io
nesse tempo... mamãe não Sc vestia ?
MARIANNA
ve ser uma prisioneira, sempre mettida como a arvore nas suas raizes. E
em casa, serzindo trapos, provando pa- terreno próprio, onde vive, a arvore
o
(J
Oh! minha filha... também nem nellas, sommando as contas dos cader- jut)to da arvore que o trabalhador re-
tanto! Não sou tão velha que tenha nos dos fornecedores. Criada grave do pousa.. Na familia, quero dizer: no
^^Almanach d'0 TICO-TICO^^^^^^

terreno próprio, onde vive a arvore vez se incorpore á França, se não pas- LUIZA
sar aos Estados Unidos. Isto é uma
\
produz e agasalha : arrancada, que é a Pois é assim. Não contente com o
arvore ? lenho estéril. prova de que, em nossos dias, não vale aroma do meu lenço, quizeste ver a
De que te serve tanta farfalhice, a a pena estudar. Como queres que uma caixa dos meus perfumes. Estás satis- \
ti, que ainda és arbusto ? Nem São as pessoa se sente á mesa de trabalho em feita ? Eu podia andar pela casa en-
arvores mais frondosas as que mais uma casa desarranjada ? Ponhamos chendo a bocea com o que aprendo...
aproveitam á vida. Sem seiva não ha primeiro ordem em tudo e depois... Não, acho tolo. Uso o perfume com dis-
força, não ha belleza nem fertilidade. muito bem. Quando as coisas estiverem creção, não trago o toucador ás costas.
Eolhas, folhas, folhas... isso que mon- ajustadas, a paz solidamente estabele-
MARIANNA
ta ? Como queres dar flor e fructo se cida, os limites das nações fixados, a
apenas cuidas de enfolhar-te ? Vestidos harmonia... (Surprehendida:) E não é Muito bem.
são folhas... que estou fazendo um discurso ? E ain- LUIZA
\
luiza, com ironia: da dizes que sou vadia, caixa de masca- Já vês que não sou uma caixa de
De figueira, como diz a Bíblia. te, arvore... Olha, mamãe, garanto-te mascate. E agora ... ?
MARIANNA que poucos deputados falariam de im- \
MARIANNA
Folhas. E, se não tratares de alimen- proviso como eu acabo de falar. Intel-
Em fim...
tar o cerne, que é o âmago, o espirito, ligencia não me falta.
ficarás sempre inútil: arviare de ver- LUIZA
marianna \
se, não de aproveitar-se. Que és tu ? E agora... faço questão da prenda,
Sim, intelligente és, e muito. Mas,
LUIZA minha filha, não basta possuir terra porque foste injusta, commigo. Bem vês o
Eu ? Segundo a tua theoria botânica fértil, é preciso cultival-a...
que não sou apenas... um bambu ves-
tido e, se gosto das folhas de seda... o
sou, quando muito, um bambu vestido.
MARIANNA
luiza, com um momo: não desdenho as de papel... dos íi- o
Oh ! mamãe... pareces uma fazen- vros. Vamos, a minha prenda e já... !
E's um formoso silencio, uma bellc-
za petrificada como as estatuas. ¦ deira. Nem que fosses casada com o marianna, sorrindo : i
Ê é bom que sempre te mantenhas ministro da Agricultura. (Sentando-se- Um vestido, não ?
calada para que nãb percas o encanto lhe ao collo e passando-lhe um braço LUIZA
com a revelação da tua ignorância. cm volta do pescoço:) Vou contar-te
que se deu em casa do Dr. Barrei- Não vê ! Quero muito mais !
vzini
ros no dia dos annos de Chiquita. Co- marianna
Pobre de mini... ! E tudo só porque nheces uma typinha
que anda sempre .Muito mais ! ?
inc visto... com Sinhá Mendonça ? uma magricella,
MARIANNA luiza
cara de mamão macho, loura, sardenta,
Não será melhor que a belleza do com uma hoeca deste tamanho ? Tam-. Sim, sua ingrata... quero muito
corpo se illumine com o esplendor do bem fala tantas linguas que precisa de mais,.. !
espirito, dize ? E's como um cofre ar- uma bocea como aquella para contel-as marianna
tistico no qual a gente imagina haver todas. Kssa sujeitinha, que era cha- Uni enxoval, talvez... ?
"Cecília Uni-
preciosidades e. examinando-o, nelle mada, no Sacré Coeur, luiza
apenas encontra fitas, rendas, borda- versidade" falava, falava por quantas
dos e quinquilharias, como em caixa de Um beijo ! (Atira-lhe os braços ao'
juntas tem, quando um velho, que se
mascate. achava perto de mim, disse a um outro pescoço c beija-a.)
LUTZA com quem conversava: "Esta moça é. ¦';..-• Coelho Netto.
Vamos devagar, mamai. Para que realmente, instruída, mas abusa da
uma menina de quatorze annos, como instrucção, como certas raparigas abu-
eu, possa ser arvore, caixa de masca- sam das águas de cheiro". Queres que
te e não sei que mais, é preciso que digam o mesmo de mim ? Queres ? Não 1'IMMEIRA COMMUNHAO
tenha costas largas e o meu manequim é preferível que eu me apresente aceia-
é34--- da. como ando sempre, levando no lenço
MARIANNA uma gotta apenas de essência, cujo
aroma se dispersa, suave como o da
Sabes o numero do teu manequim,
mas se eu te fizer uma pergunta sobre flor. em vez de levar commigo os vi- •'*%, ( jEI A
dròs de perfumarias para entornal-os «BEM»**! A
geographia... f,-áá
nos salões ? Não sou pedante. A futi-
luiza. vivamente: idade de que me aceusas é uma prova
Não responderei, de certo; nem tu, da fraqueza a que alludistes. Como nos
tão pouco. A geographia é hoje uma havemos de defender desarmadas ? Se a
sciencia em disponibilidade, ou antes: belleza é a nossa força nem por isso
a ser reformada. A guerra poz o mun- devemos deixal-a á mercê dos golpes...
do em tal desordem que ninguém poderá Os mais valentes guerreiros revestiam-
dizer, ao certo, onde ficam as capitães se de armaduras de aço; as nossas são
de certos paizes. Constantinopla, por de seda, ornadas de fitas e de outros
exemplo. (Arrogante:) Onde está Con- atavios.
stantinopla? marianna. maravilhada:
marianna, hesitante:
Mas quem te ensinou essas coisas ?
Constantinopla...? Então eu não sei
LUIZA
onde está Constantinopla ?
Por que perguntas ?
luiza, com segurança:
marianna
Não sabes !
marianna Estou espantada, palavra !
Na Turquia. LUIZA

luiza Ah ! estás espantada...?


! Está nas mãos dos allia- MARIANNA A mimosa Malakek Queiroz, residente Q
Qual nada
dos, talvez fique com a Inglaterra, tal- Sim... \em Lafayette, Minas Geraei. A

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O JOGO DA ESTRBLLA

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texto)
{Vejam explicação nó
Dez contos de réis em tulipas

I imí^ -jÀf ® no Zeferino era o mais importante cultivador de tulipas que havia em certo paiz. Cul-" ra**wy
tivava milhares de espécies dessas lindas flores, com inexcedivel carinho e orgulhava-se de \\^É&\Y&1
u \íl^i/!/y suir os mais raros exemplares. pos- I
H l&íwjy YS§8«i\* i

I Uma manhã, chegou á sua casa o creado de • • • <«ue ° «*pw«»sse._ O servo esperou uma, duas, treí U
l um amigo, desejoso de falar com o celebre flori- horas... pelo ti" o Zeferino, que não apparecia, e Como es-|
t,vesse c(>m fonl« « visse sc,bre a.mesa um cestojX f
\\/0~g7 cultor. Tio Zeferino, como sempre, estava no
Jl^^sNj ardi 111 e mandou dizer ao creado... com 'uberculos, muito parecidos com rabanetes, co Jv _>)£
/TlN ^^ meçou a comel-os... (T ,^fc\

... calmamente. E o homem já tinha comido uns doze tuberculos, quando o tio Zeferino chegou. Ah I o
velho floricultor, quasi desmaiou de dôr o creado de seu amigo tinha comido doze tnberculos de tulipas negras, uni-
ca» mo mundo, que valiam dez contos de réis !
^ -oa.rôctEKtfc da orphâzinka

Joanninhá, uma p< í franceza, leu um cartaz ne- • • ¦ comprar um cobertor novo
dindo á caridade punlicà^tOttertoros para os soldados que para offertar aos solda-
cios. lambem, coitadinha, só no mundo,
combatiam nas trincheiras. E ficou penalizada por r.ão vivia como empre-
gada numa casa de chapéos, tendo por ordenado alguns frart-
poder... cos, que apenas chegavam para a pobrezinha comer.

Por morada tinha a orphãzinha o porão da casa de .. corresponder ao appello que lera no cartaz ? Entre-
caridosa dama, onde alojara sua cama, uma cadeira e uma tanto, no dia seguinte, apresentou-se Joanninhá no
mala de roupa, seus únicos bens na vida. Pobre assim, se recebiam agasalhos para os soldados, levando local onde
como poderia. brulho. um em-

U %>

— Trago aqi.i um cobertor para os soldados — disse ella, ... cobriu-sc. A caridosa e pobre menina preferiu *of-
ao empregado!' E sahiu, apressadamente, sem-.esperar pelos os rigores do frio. a nao acüdir ao appello em bene
agradecimento^. De noite, Joanninhá -aiuntou^tòaos Jrer
ficio áo$ bravos soldados iè su» pitria
' os seus
vestidos e coni elles... . .
AB.TISTAS
¦'"'• W
DO CIUEMA.
MÊS

Norma Talmadge nas suas


principaes creações
^ <?
.-CO^>" ^Alnmnach d'0 TICO-THO f^*
i \
0
O BONDE
(MONÓLOGO) ^Mk30*«Sí *^>>OO^j|pi

\
o o
O bonde em nosso Rio de Janeiro E essa vida, qual bonde, mansa corre
o E' tudo ! E' tudo e alguma coisa mais Seguindo burguezimente a mesma trilha,
\
A's vezes nella um caso estranho oceorre !
A
Nem amor, nem saúde, nem
São nesta terra tão essenciaes
dinheiro
! Ora, o bonde também desencarrilha !
o
l
V

c Sem o bonde,
Sem bússola;
o Carioca é um navegante
é um sino sem badalo,
Mas o famoso carro americano
Muitas vezes torna-nos descontentes;
E' como sem cigarros um fumante, Defeitos ha em tudo que é humano o
\ E' um gaúcho sem o seu cavallo. E até no que é divino são freqüente.-. o
Eu não posso entender como, nem onde, Um conselheiro vae dependurado. ..
\ Descobriu seu emblema a Edilitlade. . . Tomou-lhe o canto um latagão trigueiro...
Para symbolisar nossa cidade Querem saber quem era o desarmado ?
Esse emblema devia ser um bonde. () capadocio do seu ex-copeiro !
\
Das instituições que, felizmente, Essa gentil e altiva senhorita o
Nos regem, certo o bonde ca primeira; Deve ter asco de estar junto —: horror ! o
¦l Se acaso, elle faltasse, incontinente, Dessa mulata encadernada em chita, o
o
Morria a grã cidade brasileira.
Que esparge em volta um duvidoso
olor... o
o Sc o estrangeiro quizer anniquilar-uos, o
Com seus canhões os are.s não estronde,
Vede como ali vae D. Biloca
Resfolegando qual locomotiva :
o
Não precisa á metralha estraçalhar-nos : o
o Basta fazer com que nos falte o bonde.
No assalto ao banco o corpo seu de phóca
Q
Quasi não lhe permitte escapar viva.
o\ O bonde é um templo de democracia,
Coitado do ditoso passageiro
0. Onde, isentos de toda distmcçãò,
Que na ponta do banco se sentar !
Têm ingresso, a ralé e a fidalguia : Não tem descanço em seu trajecto inteiro Q

l
Iguaes perante o bonde todos são. Se quizer o seu posto conservar. o
O carro tem feição aristocrática,
I Impede o attrito bom da convivência;
Se uma senhora sobe ou desce, presto, i
o Dá á gente attitude magestatica,
Elle se afasta em rápido meneio,
Vae ao estribo e volta, sempre lesto,
(J
A pedir tratamento de excellencia. Pois este é o meio de não ir pr'o meio !
ò
ò.
bonde, não ; as relações provoca
o
l E faz nascer um mundo de affeições;
Ha, porém, oceasiões em que no meio
Quem se sentou nem mesmo a pau se move...
i
Se o cotovello um cotovello toca
\
o Não tardam a tocar-se os corações.
Da ponta todos fogem com receio...
Escusado é dizer que é quando chove.
o
No bonde vae alguém tomar assento
"Perdão !" O Mas suecede ainda assim vezes sem conta
Ê pisa um pé : outro surri.
Faz-lhe logar e dentro de um momento Soffrer de flanço a gente tal ataque, io
1',' "meu caro senhor" pr'aqui, pr'ali. Que é forçado a chegar-se para a ponta,"frack"
Forrando-a, já se vê, com o próprio... o
É come os doi ; loram na mesma rua
\t são do mesmo bonde "habitues", No bonde ha dessas coisas... Mas de tudo
O que nos tira o resto da paciência
o\
A amizade en ida continua
Até que rki "senhor" passa ao "você". E' soffrer-se um philosopho abelhudo
Que ali faz garbo de sabedorrencia !
Tod porfiada a luta
Par . m lado a lado a viagem; Quem pudera parar esse badalo !
o. Todq cada qual disputa Quem pudera conter esse possesso ! o
Pi quem dos dous Policia eu fosse, e havia de agarral-o
paga a passagem.
l
Q

r) ¦ profissão, a descendência,
E mettel-o no hospicio ou no... Congresso.
o\
V
Com (jii<: idade casou, com quem e onde, No bonde ha disso... Mas de vez em quando 5
\
ô
I que pensa do cambio e da Intendencia, Também se gosa coisa papa fina...
Por exemplo... Qual nada ! Eu vou rodando,
}
Tudo se diz emquanto rola o bonde.
0. Antes que ouça gritar : "Fora o bolina". \
Iô Da vida
No bonde,
jui dous terços são passados
se o meu calculo não mente : Transcripção enviada pela menina \
L ni deste:-., nós passamol-o sentados
\ outro, senão mais, como pingentes. IRACEMA BELLO \
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Commemorações ciYica.s em S. FslulIo

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Aspectos das grandes festas commemorativas de 7 de Setembro, realisadas na Escola Normal de S. Paulo
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0
-<^<^,- <^-^>^o<^>Almanach d'0 TICO-TICO*^^

; =*= =#= JOGOS K PASSATEMPOS 3t


^
_„ ..^. j-^—,———^
Nem tudo ha de ser seriedades Fig. 2 Figs. 5 é? 6
nesta vida, e até ás vezes as distra-
cções e brincadeiras mais in-nocentes
fazem passar bons bocados a muitos
quem já pintam as cans, fazendo-os
0 aretroceder a tempos que, infelizmen-
ii te, para elles, não mais voltarão. De
modo que estas diversões tanto as
o offerecemos aos nossos leitores pe-
o quenitos. como aos
"seus
papás e aos
o seus avós. Sabemos de fonte limpa
\ o que estamos arrazoando. Homens,
o nossos amigos, da mais alta eminência
intellectual, grandes professores, no-
taveis individualidades publicas, —
í creia que não exaggeramos, — nos tida e feliz execução d'estes passa-
têm dito, mais de uma vez, e a alguns tempos, requer-se papel branco, que
temos visto, que, no nosso Almamch, creanças, não é preciso mais do que
seja um pouco forte, o qual, depois, cingirem-se ás indicações perfeita-
encontram, com prazer, a indicação se illumina com tintas de aguada, mente claras das figs. 7 e 8. Aquella
\ e o ensino de recreações c de jogos, das que se vendem em fôrma de pas- representa o modo como se deve do-
com os quaes se demoram satisfeitos tilhas em caixas que as creanças bem
a entreter, em bons pedaços de se- brar o papel e o numero de dobras a
rão, seus filhos ou seus netos. Fig. 3 Fig.7
Fig. i

i
o

o
ò ò

o
(>¦ ò
Passemos, porém, aos nossos pas- conhecem dando-se-lhes, assim, mais 0
satempos. uma oceasião para exercerem a que elle se deve submetter.A ultima
\ Desenhem, num pedaço de papel, sua vocação innata para a pintura. dá-nos o resultado do delicado labor, ío
a boneca, apparentemente dupla, da Naturalmente, discorrerão, sem ser devendo, para a sua execução, ter-se
fig. i; recortem-a; dobrem-a pelas necessário que lh'o lembrem, que de-
Fig. 8
o
linhas pontuadas; e encontrar-se-ao vem escolher cores próprias dos ha o
na posse de uma garbosa e sympa-
thica educanda, como é a da fig. 2;
bitos que as religiosas usam. o
õ
á qual, parece-nos que nada mais se Fig. 4
pôde exigir, pois tudo tem; mórmen- 0
te se a tudo se der realce com umas
(>
pinceladas de tintas, de apropriada %
\>
c

Ü
-
côr, e ligeiros complementos, que t

deixamos tá pericia e ao gosto artis- <?


tico dos que se encarregarem da sua Q
execução.
De outra distracção da mesma or- 0
dem dão clara idéa os desenhos ffigs.
3 e 4). Como facilmente se pôde
vêr, até mesmo quem for curto de
vista, tanto as dobras como o recorte
4PW o
o
c
do papel estão perfeitamente indi em conta a indicação triangular mar-
cados para darem origem ás duas ele- cada por pontos e que corresponde c>
gantes irmãzinhas de Caridade, que Por ultimo, para formar um bo perfeitamente á parte desenhada, que o
se ostentam nas figs. 5 e 6. Para ni- nito grupo de irmãs educadoras e de se vê no papel dobrado. \
í ò
.<d»-^>-
?^^Almaiiach d'0 TICO*TICO*>

FÉ, KSFERAJNTCXA/ K CARIDADE


5
i> Ao Oscar Cardona O primeiro tinha dois mil réis, o segundo mil e qui-
l
uhentos e o terceiro três e quinhentos; total, sete mil
que vou contar, meus leitores, occorreu em uma réis para remediar tão grande infortúnio.
dessas noites de Dezembro, em que a neve co-
í bria com seu alvo manto as cidades. Podiam ser
Os três se entreolharam com ar de lastima.
Meus amigos — exclamou o mais moçol— vamos ll
\
sete horas da noite, e as ruas, apezar do frio que reinava, buscar o que nos falta; que Adolpho toque o violino e
\ estavam animadas pela gente que se dirigia ao theatro,. que acompanhe Gustavo, emquanto eu farei a collecta.
naquella noite ia exhibir uma peça de grande attractivo. Procuraram' um disfarce para não serem reconhe-
Na esquina de uma rua próxima, implorando a ca- cidos.
\ cidade publica, achava-se um pobre ancião, cego e mal- Começaram. \
trapilho, e uma menina que não contava mais de dez Nas mãos de Adolpho, o violino fizera agrupar-se em
\ annos. que, tiritando de frio e fome, arrancava as pri- torno do infeliz ancião e dos músicos aquella multidão
meiras notas de um velho violino que pareciam sahidas
que sahia do theatro.
de garganta de passarinho. Todas as janellas se abriram; o circulo de traiiseun- \
\ Mas, como a noite estava demasiadamente fria para tes cada vez mais augmentava; ao tenminar ouviu-se uma
convidar aos transeuntes a deter-se, estes, encapotados, salva de palmas, e innumeras moedas de prata, cobre e
í jiassavam, apressadamente.
De quando em vez, ou melhor rarissimas vezes, cahia
nickel caíram no chapéo do pobre.
Depois de uma pausa, o violino recomeçou, agora o
alguma moeda de cobre no velho chapéo do ancião.
í Vovô, sabes que está fazendo um frio de se chu- acompanhando Carlos, que cantou uma preciosa bailada
em voz doce, .sonora e vibrante. \
par os dedos ? O publico, encantado, gritava : "Bis ! Bis !'' e a
Já ha algum tempo que o «stou sentindo e não
collecta augmentava.
te disse nada. Como vamos de esmolas ?
í Quinhentos réis — respondeu —' Café e pão para
Ante aquelle êxito, Carlos disse á imenina :
Agora cântaras tu.

i os dois
Pobre de minh'alma ! Quando quererá Deus que E o violino lançou suas primeiras notas e aquella me-
nina, tiritando de frio, electrizada pelo enthusiasmo, co- Q
t comas o necessário ! Mas tem fé, pois algo me diz que
nesta noite vão ter fim as nossas desventuras.
meçou a cantar com uma voz de garganta débil, mas tão
formosa, tão sentida, tão doce, que arrebatou a multi-
Vovô. esperas que te toque a loteria, ou que mor-
dão e a seus próprios companheiros.
ramos e sigamos para o outro inundo, tu a tocar o violino
e eu a cantar ?
Acabando, não lhes faltou dinheiro nem applausos...
E Carlos, Gustavo e Adolpho viram-Se" atrapalhados
J
Tem fé, exclamou o velho, acariciando docenien-
liara recolher as moedas, que então eram atiradas das
}
te a loira cabeça da pequenita. janellas.
\ ,— Mas não tocas, vovô ? \
Terminado o concerto, a multidão dispersou-se. Os
.— Tenho os dedos entumecidos, e toco tão mal que três chegaram-se ao velho, a quem a emoção suffocava.
se me ouvirem são capazes os transeuntes de me mian- Ku sou a "Fé" — disse o primeiro. \ò
darem parar. E eu a "Esperança".
E o ancião disfarçou com estas palavras a preoc- Eu a "Caridade" — disse o terceiro, entregando 0
cupação que o assaltava. ao ancião sen chapéo repleto de moedas.
Pòbresinha ! — pensava o desgraçado — hoje Bem — disse o pobre ancião — embora oceulteis o
í apenas comeu muito mal e entretanto me é sempre tão os vossos verdadeiros nomes, eu vos bemdigo como vos o
dedicada !... bemdiz Deus augurando-vos grandes felicidades na vida, o-
í E a menina dizia para si :
—Se crês que te vou dizer que estou quasi desfalle-
conquistando as maiores grandezas.
5 cida, te equívocas. Quero que penses que de nada necessito. Quirino Campofiorito .
í Para enganal-o continuou conversando com o avô H~K« 4-H-H"I"I"H-I-^^-H-H-I"I"I"I"H"I"H-» o-
5 deste modo : i
o
í
5
Ouve. vôvôsinho, sabes o que me contou o Pe-
drinho, aquelle menino cego ?
Não — respondeu o velho. BI TH Com triângulos
Passatempo para
o
\

i
Disse-me que parece que o dia de hoje foi mau
para todos os pobres, porque o pobresinho que tocou ao
lado do Ministério da Fazenda, durante a manhã toda e
parte da tarde, não recebeu nem um vintém de esmola.
Pois, minha netinha, do que ouviste dizer, pensa
A, os dias de chuva
Esta burlesca fi-
gura é uma espe-
cie de ser humano
e formada única-
o
o
c diz o seguinte:—"Papae ou avósinho, como te d!ê vonta- mente de.triangu- \
de, se o dia foi mau para nós, pôde a noite ser boa. los. Incitamos os
Deus queira ! leitores deste Al-
\ inanach a desenha-
o , O povo começava a sahir do Theatro e três pessoas
rem, também com
o ao passar ao lado daquelles infelizes pararam ; o ve-
lho estendeu-lhes o chapéo, dizendo :
triângulos, outras
figuras de ani-
o
Dá-me unia esmola pelo amor de Deus; já não
mães, objectos,
\ posso ganhar minha vida com o violino; meus dedos es- etc, assegurando-
tão entumecidos e minha neta morre de fome e frio ! lhes que não po-
í Nas palavras do ancião se revelava uma dor tão pro-
funda que as três pessoas, dois moços e um velho, com-
I
dera haver diver-
timento mais fa-
movidos, puzeram rapidamente as mãos nos bolsos, ti- cil nem mais pro-
í rando tudo o que tinham. l>rio.
-05>0' Almanaeh d'0 TICO-TICO^^ •>
\
0
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TJ?s/LJ± HLiIÇJ.A.0 o
o
ç
o
o .VENANCIO também alguma coisa de uns estran- ção quando nos é trazida por um sa- i
o MARIO geiros chamados Camões, Bocage, Gon- cer.lote...
o MARIO çalves Dias, Bilac, Raymundo Cor- mario, curiojso:
E que luz é essa ?
o
de pé, no meio da sala, em altitude
rea... ? p
o theatral, recita com emphase :
MARIO
Não. Nós só recitamos Lafontaine,
VENANCIO

Maitre corbeau, sur un arbre perché, Raciue, Victor Hugo... e outros...


A nossa lingua que, assim como a
chamma passa de uma lâmpada á outra, o
Tenait en son bec un fromage. transmitte-se de um a outro homem,
VENANCIO
Maitre renard, par l'odeur alleché,
E outros. E o director desse collegio sendo em uns como uma centelha e
í Lui tint a peu prés ce langage :
Hé ! bonjour, monsieur du corbeau ! luso-brasileiro é... francês? refulgindo em outros em esplendido cia-
\
Quê vous êtes joli !...
senhor.
MARIO
E' brasileiro.
rão. Pois a ti, um pirralhito de oito
aiinos, o professor, em vez de ensinar
o
VENANCIO Não,
venancio, meneando com a cabeça: a lingua com que has de andar na pa-
entrando a tempo, de ouvir Mario pro- Brasileiro. . . tria, entre os teus, ensina-te o francês, \
imnciar a palavra : Joli: MARIO deslocando tua alma do ambiente em

i
Ora viva o rei das artes ! (Mario E'... Mas por que fazes tantas per-
volta-se e, dando por elle, corre a abra- guntas, vovô ?
çal-o.) — Então temos por cá um Joli ! VENANCIO
que ella se devia desenvolver, amando-o
desde pequenino, para outro em que ella
sempre será hospede e estrangeira ?
t
Onde está elle ? (Olha em volta.) Será Para convencer-me, meu filho. Como Cosiarias que te levassem d'aqui, do
\ tão pequenino assim que se não veja a tenho os ouvidos duros, quero martellal- conforto da tua casa, do carinho de tua \
olhos nus ? Onde está elle ? mãe, da companhia dos teus parentes
li Quem, vovô ?
MARIO
os com as tuas respostas para nelles fa-
zer entrar a convicção... do que ouço
Pobres creanças ! E com certeza lá no
para outro lar, ainda que fosse um pa-
lacio, onde não conhecesses ninguém ?
o O Joli.
VENANCIO teu collegio obrigam-te a cantar o hy-
mno, não ? Eu, não.
MARIO

MARIO MARIO VENANCIO


\ Que Joli ? Sim. Cantamos a Marselhesa. Pois é isso que estão a fazer comtigo
VENANCIO VENANCIO no collegio.
p Pois não estavas a falar em Joli ? A Marselhesa... E o hymno nacio- mario, ingenuamente:
Joli é nome de cachorro. nal ? E agora... ?
i MARIO
Não, vovô: é o corvo. O corvo é que
MARIO
A's vezes. Mas não o sabemos bem.
VENANCIO
Agora é necessário que teu pae ou
\ é Joli. E' muito difficil. O outro, sim. (Can- alguém por elle, eu, por exemplo, ma-
ò tando com enthusiasmo:)
{
VENANCIO
O corvo ! Que corvo ?
MARIO
Allons enfants de Ia Patrie
Le joifr de gloire est arrivé...
tricule-te em um col/egio francês, in-
glês ou turco, mas onde se ensine, ainda
que a titulo de curiosidade, um pouco
l
O da fábula. de português. E' muito cedo para sa-
venancio, tristemente:
i Fábula ? !
VENANCIO
Menos para nós. O nosso "jour de
hires de casa. Emquanto se é pequeno
— e nessa idade é que a gente cria as
MARIO gloire" ainda está nas trevas da indif- affeições eternas —- não se deixa o
ferença, e só o poderemos ter
\ Sim, a fábula de Lafontaine: Le rc- raiar nos corações o sentimento quando
do pa-
lar, a companhia dos pães e dos paren- \
nard et le corbeau, que eu vou recitar triotismo. tes. E' nessa idade que a gente adquire
no collegio. as primeiras noções da vida, ouve as
\ mario, surprendido:
VENANCIO
Ah ! vaes recitar uma fábula no col-
Pois vovô não gosta da Marselhesa ?
primeiras historias e amolda-se como a
cera emquanto está molle. Se, em vez
o
\ legio. . . E chama-se: Le renard cl le VENANCIO da tua mãe, outra fosse a mulher que
Muito, muitíssimo ! Seria ingrato te houvesse ornamentado e creado em-
í corbeau... (Um momento.) Em que \

\
collegio estás ?
MARIO
No Luso-brasileiro.
se não a venerasse. E' o canto da Li-
herdade... Mas não é a voz da nossa
pátria, meu filho, como o francês, que
balando-te o berço, velando-te o somnc
a essa, de certo, estimadas como filhe
ainda que te dissessem que nasceras de
ío
é um idioma universal, como a luz, não outra. E se, por ventura, a tua verda
VENANCIO
Muito bem. E nesse collegio Luso-
brasileiro os meninos da tua idade re-
é a lâmpada que illumina a nossa intimi-
dade, a que nos acompanha nas vigi-
lias alegres ou dolorosas, a que accerK
deira mãe apparecesse, estendendo-te
os braços não lhe responderias ao affe-
cto e talvez, até, os repellisses. Pois é
ii
citam fábulas em francês...?
MARIO
demos á beira dos leitos onde choram
os que nascem e onde se calam os que
assim com a Pátria, meu filho. Nós de-
vemos amal-a desde pequeninos, amal-a
?
Da minha idade ?! pequeninos assim ! morrem. A luz com que os nossos poe- em tudo : no céo, na terra, nas águas; ú
Ha um, que ainda não sabe ler, e já tas nos mostram as bellezas que possui- no passado e no presente, nos mortos e
recita que faz gosto. mos e o segredo das almas que palpi- nos vivos; nas plantas e nos animaes;
¦ VENANCIO tam junto da nossa; a luz com que os na gloria e na desventura, nos seus he-
Em francês ? historiadores nos guiam no roteiro da róes e nos seus martyres e adorar nella

Sim. senhor !
MARIO vida que temos atravessado, luz
amor, quando nol-a dá um coração de
de o Deus que encontramos no altar. A
lingua é a expressão da Pátria, é, como o\
VENANCIO mãe, flammula de heroísmo quando faz eu disse, a sua luz e é com ella que \
Grande collegio ! E... e não recitam explosão nos hymnos, luz de consola- nos communicamos nas confidencias,

.^><2r'
'^Aímanach
d»0 TÍCO-ií

nos amores, nos triumphos e nos de- VENANCIO O teu professor daria um excellente
sastres; é a senha que nos torna co- Bem sei. A culpa é, principalmente, mestre de papagaios. Antigamente os
nhecidos. Em qualquer paragem do de teus pães que preferem trazer-te ciganos roubavam creanças, deforma-
inundo onde se encontrem dois brasilei- enfeitado com atavios de França nas vam-nas, exhibindo-as nas feiras como
ros, falando, logo se reconhecerão e é comédias de sala, a dárem-te uma rou- monstros da natureza. Hoje os mestres,
justamente esse fio communicante d'al- pa simples — e tambem poderá ser lu- mais criminosas, sem duvida, do que os
mas que o teu professor substitue por xuosa — e forte, tecida em nossos tea- bohemios vagamundos, deformam a
outro que poderá ser mais bello do que res, com a qual todos nós andamos. E' alma, aleijam o caracter dos pequenos
o teu, mas que não poderá servir ás con- a vaidade ridícula de querermos ser o que lhes são confiados e aos pães, que
tas do rosário com que todos os brasi- lhes entregam um filho são, devolvem
que não gamos e, desde tenros, tornam-
leiros dignos fazem a sua oração á Pa- vos hypocritas pondto-vos na bocca um um ser desfigurado, araviando uma par-
tria. E essas contas, meu filho, são os rol de garabulhas: o oui pelo sim, e ma- lenda atrapalhada como se, em vez do
poetas, os escriptores, os artistas, os sa- dame e monsieur e mademoiselle e não collegio, houvesse freqüentado a torre
cerdotes, os guerreiros, os operários, os sei que mais, quando temos prata e de Babel. Aposto que estás estudando a
agricultores, os industriaes, todos, em- ouro, e dos melhores, em casa e só por fábula para recital-a em alguma festa ?
fim, que, feitos da mesma terra, ao pedantismo andamos a pedir o alheio. MARIO
mesmo sol, formam a cadeia das gera- Deixa lá Le renard et le corbeau, que Sim, em uma festa no collegio.
ções. Faze-te primeiro em casa, em são bichos de outra fauna, e conten- VENANCIO
tua pátria, e, quando a conheceres bem ta-te com a raposa e o urubu', que são E' isso... E' para recitares em fran-
e a tiveres toda no coração, sáe en- nossos. Quando chegares a homem e cês nas festas do collegio que teu pae
tão, pelo mundo e não haverá risco de quizeres ver mundos largos, então, fi- paga uma mensalidade sempre accres-
te perderes. Sabes a tua lingua ? lho, faze com a tua lingua o que farás cida de extraordinários, não ? E assim
MARIO com a moeda : Troca o teu português o teu professor faz de raposa e teu pae,
Sei. de lei por francês ou inglês de um guia com os elogios que recebe pelo que pa-
VENANCIO qualquer e vae por ahi fora gastando paguèas nas salas, deixa cahir do bico
Enganas-te. Tu conhecel-a como co- á farta o teu cambio. Mas cuidado com o queijo, não um, mas um jaca de du-
nheces a terra em que pisas: superfi- o capital, porque com esse é que has de zia, a um por mez.
cialmente. Se eu interrogar-te sobre viver e não com as moedas de pas- MARIO
qualquer ponto da sua geographia ou seio, entendes ? Então vovô acha que não devo apren-
da sua historia não dirás palavra. Pa- mario, encolhidamente: der outra lingua sinão a nossa ?
ra conhecer a lingua é mister aprofun- Vovô fala commigo... Mas que cul- VENANCIO
dal-a, pesquisar nas suas origens, co- pa tenho eu ? A culpa é da professor. Não. Pudesses tu aprender todas as
mo para descobrir o ouro é necessário
descer ao mais intimo das minas. Lá
VENANCIO que se falam por esse mundo immensn
Menos delle do que de teus pães, que e terias um thesouro mais precioso do
é que se encontram as grandes jazidas
dos clássicos, os filões preciosos do ver-
deviam fiscalisar, com mais interesse e que a lâmpada maravilhosa. Mas, meu
escrúpulo, a tua instrucção. Teu pro- filho, mas vale um pássaro na mão do
naculo onde todos vão buscar a ma-
teria prima com que fazem as obras
fessor só cuida em enfeitar os seus que um milheiro em revoada. Tudo na
alumnos com pennas de pavão para que vida precisa de um pondo de apoio e
que admiramos. E aquelle que prefere façam reclamo do seu negocio. Explora é no idioma que se firma o pensamen-
a riqueza do visinho á modéstia do seu a tua ignorância e a vaidade de tua to... Outras línguas serão riquezas,
lar, se não é invejoso, é tolo e, se mãe que se revê no entono do fabu- mas o necessário é o vernáculo, enten-
não é tolo, é máo, peior que as feras lista esquecendo os deveres do estu- des, o nosso português. E agora venha
que amam e não abandonam o seu antro. dante que, em vez do Renard et le cor- de lá um abraço pela paciência com
mario, tristemente: beau devia apresentar-lhe exercícios que me tens aturado. (Abraçam-se.)
A culpa não é minha, vovô. de composição em linguagem escorreita COELHO NETTO.

"7 O çaOallo e as ostpas


ÁLBUM DA INFÂNCIA E devido á sua astucia, teve as
ostras e um bom canto perto do fo-
gão para esquentar-se.
Um negociante francez chegara,
numa noite de inverno, a uma esta- Sylvia Carpentieri.
lagem de campo. A sala de jantar es-
estava tão cheia de pessoas, que elle RESPOSTAS
nem se poude approximar do fogo
para esquentar-se e, como fazia muito
frio, usou de gracejos e disse ao do-
no da estalagem: "Leva depressa
uma dúzia de ostras ao meu cavallo".
O dono ficou pasmado mas seguiu a
ordem e levou as ostras para a co-
cheira, e todas as pessoas presentes
o seguiram para ver o cavallo comer
ostras.
Durante este tempo, o negociante
tomara um bom logar perto do fogão
e esquentava-se. Pouco tempo de-
pois, o dono do hotel veio e disse:
"Senhor, eu bem o dizia: o vosso
cavallo não quer comer as ostras". A mãe — Se não tens camaradas, não sei
A mimosa Adelaide Blottes, de 17 annos, Pois bem — disse o negociante sor- que fazes na rua...
nossa leitora. rindo — eu as comerei". O filho — Procuro arranjal-os.
'-c><>-c>- •^^<><^<>Aimanach d'0 TICO-TIC(H^n

ODO= :D= :DD O DD= :G: :aao

0X0
0X0
0X0 A EXPERIÊNCIA DO REI oxo
0X0
0X0

:DDD: -oao o Daa: iODD: -DGO

Ljí> XISTIA outr'ora um rei poderoso que só possuía E de que te alimentas para poder trabalhar tanto?
f/? um filho, a quem amava ternamente. A preoccupa- Como pão e bebo a água do rio que corre lá para
i ção constante do velho monarcha era que seu filho baixo...
não morresse, deixando-o só no mundo. A toda a guarda —¦ Onde moras ?
do palácio fora dada a única funcção de velar o joven Numa cabana que eu mesmo construi com tron-
\ Príncipe, que vivia perpetuamente encerrado no paço, cos de arvores.
J sem poder siquer respirar o ar dos campos, pois que seu Este homem deve possuir uma força extraordína-
augusto progenitor receiava que o frio o maguasse. ria — disse o rei, voltando-se para seu conselheiro. E
Fogões e lâmpadas perennemente accesos aqueciam ainda mais forte se tornaria se tivesse, num palácio, os
o quarto, cujas janellas jamais se abriam. O príncipe mesmos cuidados e regalias que meu filho desfrueta !
apenas tinha autorisação para — Vossa magestade po-
se mover, pois não lhe per- de tentar uma experiência 1
mittiam o menor esforço, o — disse o velho cheio de sa-
menor trabalho. bedoria. L,eve este homem
Apesar de tão solícitos para o palácio durante um
cuidados, o príncipe tornava- mez, mande fechar todas as
0 se de dia para dia mais palli- janellas do aposento em que
do, mais fraco, e o rei seu elle for alojado, ordene aos
pae desesperava-se em la- guardas que o alimentem das
mentações: mais finas iguarias e não o
— Faço tudo que posso deixem sahir para o campo,
í por meu filho, mas em vão !
Quem me indicará o meio de
onde o frio, a chuva ou o
sol, poderão magual-o.
tornar meu filho forte, ro- O rei acceitou o alvitre
busto? i (J do conselheiro e durante um
Ora, como o rei era mui- mez o joven foi tratado como
to teimoso e cioso de nunca um príncipe.
andar desacertado na pratica Durante esse tempo, po-
de suas acçÕes, nenhum dos rém, suas forças não se de-
muitos conselheiros da corte senvolveram. Dia a dia tor-
ousava siquer observar que nava-se pallido e os museu-
elle não procedia bem trazen- los, outr'ora rijos como bar-
do o príncipe quasi numa es- ras de ferro, estavam debih-
lados ; perdia cada vez mais
i
tufa, com cuidados taes como
o appettite e mal se afastava
2> os que se têm pelas plantas.
do fogão começava a tremer \
Entretanto, um dos conse-
lheiros, o mais velho e mais de frio como se estivesse tío- 0
avisado, não querendo, talvez ente. 0
por temor também, respon- O rei estava admirado. 0
der directamente á pergunta
dte seu real senhor, pediu-lhe
Como explicar semelhante
facto ? — exclamou. Eutjj
o
o velho conselheiro explicou- ò
que o acompanhasse num pas-
seio pelo campo. O rei acce- lhe que o ar puro dos campos, o
deu. Quando já tinham ca- o trabalho, o exercício, a ali-
— De que se alimenta para trabalhar tanto? — per- mentaqão simples e sã eram
o
minhado varias horas, encon-
camponez. os
0
traram um guapo camponez, guntou o rei ao joven melhores auxiliares di
o
saúde, e que se o rei desejava
de apparencia robusta, que
lavrava a terra. Vcndo-o, tão pobre como era, mas tão ver o filho, o príncipe herdeiro, forte, robusto, não co:i- o
rico em saúde, o rei disse a seu conselheiro: tinuasse a deixal-o nos salões fechados, abafados, do pa- o
Como invejo a robustez daquelle camponio! lacio real. Deixasse-o respirar o ar puro dos campos, o
Depois, chamando o rapaz, o rei perguntou: das montanhas, exercitar os pulmões e os músculos no
trabalho, viver, emfim, como um ser humano e não co:::o
o
Quantas horas trabalhas assim por dia no campo?
uma planta numa estufa. — A própria planta, Magestade,
Quatorze heras, magestade — respondeu o man-
5 cebo.
E quando neva ou chove?
sem o calor vivificante de um raio de sol que lhe beije
as folhas, sem o bafejo da brisa que lhe mova os ga-
lhos ou a haste, sem a gotta de chuva ou do orvalho
Trabalho do mesmo modo, magestade. que lhe prateie friamente as flores, vae mirrando, ama-
E não sentes frio, não soffres de rheumatismo? rellecendo, murchando até morrer ! O homem, Mages-
Nunca o frio nem o rheumatismo engelharam-me tade, tem imperiosa necessidade de receber, em plena
5 o corpo. A chuva mais inclemente, o temporal mais im- fronte, os raios do magestoso astro que é o symbolo do
petuoso, a neve mais espessa nunca me impediram de dia !
trabalhar e jamais me alteraram a saúde. A força do O soberano seguiu o conselho do velho sábio e teve
meu braço, a minha disposição para o trabalho, a saúde, a satisfação de ver seu filho recuperar rapidamente a
o vigor que possuo tem desafiado, Magestade, as intem- vida e as forças. Quando o velho rei morreu, carregado
peries e zombado do mais intenso frio, do mais rigoroso de annos e de honrarias, foi um príncipe então joven
inverno. Para mim, tanto se me dá o sol como a chuva, robusto que subiu ao throno para governar sabiamente
o calor como o frio. seu povo.

*<>*?>'
rCv^Altüfinach d'0 TICO-TICO'
lhares de aljofares que, por estarem (muito tempo em
gaveta perfumada, desprendiam odor inebriante.
A. raposa e o gallo Eu apreciava muito caçar borboletas junto a essa
arvore, que possuía um quê de convidativo, e onde os
(FÁBULA MEDIEVAL) mais lindos desses insectos polvchromos iam pousar em
suas frescas e mimosas folhas.
No inverno, ficava ella prostrada por tal lethargo
0 No alto de uma estrumeira pimponeava um gallo que as folhas, outr'ora tão bellas e agora amarelladas,
\ cantando orgulhosamente. Urna raposa, que o appetecia. ao mínimo contacto se desprendiam dos galhos. Os pas-
olhava-o cubiçosamente, agachada, a varrer o chão com saros, que dantes tinham feito de seu seio perfumado
\ a cauda, o que em tal magana é signal de impaciência. aconchego para se resguardarem com sua prole implu-
o Bem desejava ella lançar-se á presa tão seductora e me, do mau tempo, deixavam-n'a solitária e inditosa.
o se o não fazia não era por escrúpulo, mas por estar cer-
ta de que o gallo, que não era tolo, ao seu primeiro mo-
Foi numa dessas solidões que feneceu minha fiel o\
o vimento voaria para um dos ramos do carvalho que fi-
companheira de folguedos.
Desde então., choro desconsolada e vivo melancólica, o
o cava ali perto. pois não mais vi lindas borboletas para caçar, não mais o
o Occorreu, então, á espertalhona uma astucia e, fin- ouvi, ao despertar, o canoro trinar dos passarinhos que o
o gindo-se enlevada, disse, com a sua costumeira
lábia :
de
habitavam a pitangueira, que ficava junto á janella do meu
o Não imaginas, amigo, como estou encantada quarto !
o ouvir-te. Passava por aqui distrahi-
da quando a tua voz me surpre-
Que tristeza ime invade a alma !...
Eihtit m Oi.ivbira f, Silva
o\
hendeu. Parei magnetisada e aqui (13 annos). o
estou com prejuízo dos meus affa- o
\
zeres e ficarei o dia todo a ouvir-te
se me quizeres dar tamanho prazer.
Mais vale um gosto do que dois
Illusão de óptica io
vinténs. Que ave ha ahi capaz de
o disputar comtigo ? Mas o que mais Poderão os nossos lei-
o me agrada em teu canto, não é tores dizer-nos sem previa o
o a mciodia, mas o timbre argentino medição, que distancia é o
o da tua voz sem igual. Sem igual, maior : se a de A a Bt ou o
Q não, Teu pae tinha-o mais puro... se a de C a D ?
E' verdade que elle cantava de olhos fechados... Dq^ois de terem opina-
De olhos fechados ? ! exclaimou o gallo.
\ do, meçam-n'as com uma \
Sim...
Ora vamos ver se o imito. Arrufou-se o gallo, simples bitola de papel e o
o bateu as azas, fechou os olhos e ainda não havia aberto verifiquem assim, se acer- \
ú o bico para lançar a voz de timbre taram.
o inimitável e já a raposa lhe cahia
em cima, abocanhando-o. E foi-
Depois, façam apostas
o se com elle, a bom correr. Ee-
com os seus amigos, por-
\
o lizmente para o gallo, uns pasto-
que, sabedores do resulta-

l res, que por ali andavam, viram-


n'a passar e açularam contra ella
do, podem sempre ganhar
pela certa. I
os cães. Viu-se a ladra atrapa-
o
\
lhada e o gallo, aproveitando-se
do soecorro que lhe mandavam,
disse á espertalhona : ^êssss. .*—^
o — Olha, dize aos cães que \
o somos- amigos e que tu me levas
a uma festa que dás em tua casa,,
o e elles não te farão nada. Cahiu a raposa no plano e,
o abrindo a bocca para tal explicação, soltou a presa e mes-
tre gallo, em vôo prompto, poz-se a salvo no mais alto
o de mm sobreiro, rindo-se, lá de cima, da cara alvar da
o raposa. \
o Tolo é quem fala quando tem a bocca cheia, disse E*» lavras ao vento
o a raposa, fugindo de rabo entre as pernas. E o gallo
acerescentou : Vento inclemente, impiedoso e mau!... eu não gosto
\
\ Idiota é quem fecha o,s olhos justamente quando de ti somente pelos damnos que causas e pelo mau que fa-
os deve ter mais abertos. zes... odeio-te como as coisas mais vis e deshumanas... és \
COELHO NETTO o mensageiro das desgraças e o conduetor de moléstias...
o passas gemendo, uivando e zunindo furiosamente ; arran-
cando arvores, destelhando casas e gelando-me a alma... \
Q vento ferino e cortante ; eu te maldigo mil vezes e mil ve-
o UMA ARVORE zes te exconjuro, insupportavel vento. Não sejas mau assim,
o¦d |Y| UM labyrintho de trepadeiras e cipós entrelaçados
eu te peço... não me obrigues a odiar-te mais ainda... não
arranques os fruetos verdes e as flores que aromatisam as \
Jji havia uma copada e altaneira pitangueira que alcovas das virgens... beni se vê que não tens coração, és o
era o abrigo de uma infinidade de volantes gar- como certos homens que só procuram fazer mal ao próximo.
\ J \
o rulos e attrahentes.
Como eu gostava de ver o seu aspecto na primavera !
sem que ao menos a consciência os condemne ; esstes homens
podem gostar de ti porque também destroem e devastam ;
vae portanto para o lado delles fazer-lhes companhia...
\ A copa espessa e verde, ornada de florinhas brancas Vae, anda, vôa, corre depressa... não continues mais
e minúsculas, que embalsamavam o ambiente com deli- a gelar minha alma ...
cioso perfume, era qual jóia do oriente, cravada de mi- HENEVENUTO CARDOSO.
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O PAGODE JAPONEZ (Pagina de armar)

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OS "50 LOUIS" DA PRINCEZINHA
J sombra do Veilxido
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......>ltÜllv\kl,/lu jV Y'" J°
Joio, Jacques e • André, passfiando pel»
chácara, brincavam. Jacques Ia enforca} Jacques,' fingindo grande -.'moção, corria André, o commissarlo, com um ar de
Velludo, um cãoslnho, que lhes era bas| a avisar o commlssarlo: — Senhor, lá na autoridade mandava cortar a corda. João
tante affeiçoado. arvore está um enforcado, venha depressa. obedecia e VelZudo, que nao gostava de taes
brincadeiras, salvava-se.

*i|
Este gentilhomem, após soffrer revezes da sorte,
Luiza de França, filha de Luiz XV, tinha um cora- situação diffic.l. A prmcezinha, logo
estava numa
ção excellente, mas não gostava de estudar. Por isso. que soube da emergência
em que estava seu professor, dirigiu-se
dava muito trabalho a seu mestre de leitura e de escripta. ao Rei e pediu-lhe 50
icuis para o mestre.

_ ^~ ^^^t5^^r^^ j /j^-^StP
t'ma tarde, Velludo Ia ser enforcado.i ...quando gritaram: — Tia Joanna esta .trazia muitos doces e
ahi ! Os meninos deixaram os brinquedos presente
caram saudações, abraços, beijos
Jacques já lhe tinha passado o nô no pes-
c correram a ver tia Joanna. que sempre e dei
coco e Joio correra a avisar o commlssa- °^ °nd* * f*'nilla -
rio... lhes. . . re:TdaPara
'

¦JF^^^ ^ I»"""" A prmceza, sausieita, correu


Luiz XV prometteu dar-lhe tal somma mestre, que a recusou, ignorando a
T- ¦ ao
sob a condição de vel-a, durante uma .,rma «^""«H» «POis, munida de um cer- ongem de tão generosa offerta. Luiza
',' caf'° do í""ofesS()r- Mana Luúa foi pe- insistiu; o professor,
quinzena, dedicada ao estudo a ,ponto por delicadeza, in
de tornar satisfeito seu professor. Ma- *, .a° pae a somma promettida, que lhe foi s'stiu em recusar.
ria Luiza dedicou-se com ardor ao es-
tudo.

Bellos doces e presentes foram destribul-


dos. De repente, Jacques exclamou, olhan- Nada disseram a ninguém com receio de sombra de Velludo, enrolada num
do para os irmãos : — Velludo ! Com cer- serem castigados. A' tarde, porém, Jacques guardanapo branco. Jacques começa'a ire-
teza morreu : O remorso feria-os. viu passar uma sombra... mer. chama os Irmãos:

— Talvez seja eu mais bem succedido


que i princeza —
sse uma voz
O professor voltou-se e inclinou-se. respeitoso, de?ntc do
Impacientada a prirrceza atirou o dinheiro que, curioso por ssp-j,
sobre a mesa, ¦•xclamando:—Fui tola em ter saber como a offerta seria acceita, viera e assistira ao fim da
0WV
feito tanto esforço para ganhar este dinheiro, scena. Klle disso
"""> Luiza ganhara os 50 louis e o professor, com lagrimas <I?
que não quereis receber .' — A sombra lá está ! E" VeliudoU—Ar-
commoçao, rcceleu então a generosa dádiva.' ...próprio Vtlludo em carne e osso, com . ret.-ontwcem-n'o. affagam-no e
rependldos. cahem de joelhos pedindo per- um guardanapo que lhe cahira ao hombro
dào á sombra. Esta, porém, era o. ' Oh meninos...
cam-lhe perdão, mimotfoando-o com doces v
btaooutoa que :i tia .! -,,:h lhee -
S^Hf?
O PAGODE JAPONEZ (Pagina de armar, continuação)

i
A eísf»iAaj^.l.i>ita

\^ S^^ num castello em festas ia- l l a espia, contente^vJ^Ç^


y^^ttC^''^ fiü íte»"^*^ / EntAo
y/\s se representar a peça "Ali /s^$\ !|| ÍP^SlílfàvS. / por
ter eacaPado, via uma ^%^v
r/ Espia maldita". O castcliao em \ Xf/sV^i c dlzi'i : Fujamos por aquel- ^
^A \ \\\ fe^alifflKx por?a ! E' com effe'«<>.
pessoa dirigia os trabalhos. No 4° V// !=* A \ JilMfcõjH íffilkxla por,à
desappare-

O castellio teve uma idéa : telepho- ...ordem para começar o espectacu-


Infelizmente, porém, á ultima hora nou para um theatro pedindo a presen- Io. O ensalador. solemne. grita : — Em
a pessoa que fazia o papel de espia Ca de uma actriz que conhecesse o pa- palco ! — O espectaculo começa. Chega
torceu um pé, ficando Impossibilitada pel. Pouco depois chega a actriz. O o 4° acto. A espia tem de se esconder
de representar. Que fazer ? castellão da atraz....

nao a vêm ? Houve um delírio de


... da columna, mas, coitada, é muito risos. Os cavalheiros, confusos, sabem
gorda, pesa 120 kilos e quando apparece de scena e a actriz diz : — Fujamos
em scena os espectadores riem ruidosa- por aquella porta ! A porta porém é
mente. Quando se esconde atraz da co- pequena demais para dar passagem ao
lumua ha uma explosão de gargalhadas. seu grande corpo.
A
actriz é maior do mie a columna. Os 1 . .. - -
_-—' cavalleiros que a procuram exclamam : __^
¦_\\\\\m^____mmm______fy/'^ — Onde esta ella ? Onde se escondeu ? &Z^\ Jí^\ ^C^T"! '
HP^^^B Um menino da platéa, galatamente, diz: *J*)fr"r^7 ^Bl >y**\

...faz-lhe ensurdecedora manifestação


Mil esforços faz a actriz para ver de.. .gargalhadas. O castell&o foi obriga-
«Io a Interromper o espectaculo e Jurou ... a.ites ter a certeza de que as
se consegue passar pela porta. Por portas dessem passagem &s actrizes.
fim fica presa entre o» portaes a nunca mais levar a scena pecas thea-
a platéa... tracs sem.....
À primeira derrota de Jucá Forçudo

...campeão. Um outro boxeúr, o celebre *


Deygomm não foi mais feliz do que Ja- ... Jucá Forçudo senão uma vez, em
Jucá Forçudo era campeão mundial de ckson, pois foi vencido em meno.s de três que levou formidável trompasso, gyrou
box. Nunca fora derrotado. Vencera até o minutos de luta. João Marron, outro cara- três vezes no ar e veiu, afinal, cahir
famoso Jackson, que era respeitável... peão das índias, não se mediu com... ao chão...

. . .onde deixou, num lago de sangue, .. . Forçudo intimidaram os demais bo-


cinco dentes e um pedaço da língua. jBstac xeurs e o nosso campeão foi obrigado a ...um kanguru' e até com um enorme
victorias de Jucá... lutar com as feras. Mediu-se com um urso, avestruz, vencendo-os todos. Restava
ter-se com um leão. ba-
com. ..

E Jucá bateu-se com um leão de ve,«. . . .franzino, que o desafiou para


luta. Juea. sorrindo, julgou tratar-se .. .homemzlnho insistiu no desafio e
conseguindo abatel-o no fim de duas horas de Jucá não teve outro remédio senão
de luta. l.*m dia. Jucá foi procurado por um louco, mas Thomaz, o...
acceital-o.
um .homemzlnho...

.. . desfere um soeco no nariz do cair,-


No dia marcado, os adversários iniciii- ...o não observara que estn molhara as
mm a luta, que não durou senão vinto se- •luvas com um liquido mysterioso. Jucá da peão, que cãe sem sentido». As luvas de
Thomaz tinham sido embeblflas de chloro-
Kundos. Jucá olhava com desdém par» o primeiro soceo, Thomaz evita-o e, por sua formioi
Thomaz.. .
A vingança do caldeirão de barro

O Caldeirão de barro era multo amigo do Um 4M, porém, desavieram-se e o Cal- ...bocea ao fundo. E ainda zombou da
Caldeirão de ferro. Mal se avistavam, ti- deirão de ferro deu forte encontrâo no infelicidade do pobre caldeirão, dizendo, a
ravam logo as tampas, cumprimentando-se. Caldeirão de barro, rachando-o. quebran- rir : — Colla teus cacos com gomma ara-
do-o mesmo, da... bica !

O Caldeirão de barro, Indignado, convocou toda a louça de vidro: garrafas, pra- Todos encheram-se de indignação e re-
tos, jarros, copos e mais os talheres, afim de lhes contar a offensa que tinha rece- sorveram ir, incorporados, tomar satisfa-
bido do Caldeirão de ferro. çOes ao Caldeirão de ferro.

/TÊmm^^wâWoütf // //%? f^ Krs mil rnlk Mlí z)


''''•'a-^^Si.'/ /3^"^ ''•-¦<<>&zp'ik^ YAv M -_>_^^á__Wlw
E vlngou-se. Alta noite, munido de
Este deixou que todos se approximassem e, de repente, deu-lhes forte encontrâo, uma caixa com pólvora, foi, pi- ante
avariando a todos, inclusive a uma caçarola de barro, que jurou vingar-se. pé, e fez derramar sob o fundo do
Caldeirão do ferro, que dormia. .

«_»w_J^^ ff\Momcntoa depois, um torta estampido Nessa oceasião appareceu o Caldeirão _l <\ts<*~.
Depois chamou o Caldeirão de 9rst (J- ,-ios ares o Caldeirão de ferro, que barro e disse, vingando-se da offensa que
adiava
que acoi iiiUii um estuplm para expio veiu cahir no lagedo da coslnha, entortan- recebera:—Não < nada, meu amigo ; coita
a pólvora. „ fugiram a bom corn-v do-su todo. tuas aigas com gomma arábica !
Almanach d'0 TICO-TICO ««Wa

d)s animaes Baromefros |!


-- ¦-— ~ = -?

habito de viverem na aínios- Os tordos suspendem o canto mani- truir o seu ninho n'um terreno alaga-
phera, no espaço, as aves, muito festando um medo louco. Ao contrario. diço. pódc-se estar certo de um verão
melhor do que os mais preciosos o gallo, cantando fora de horas, annun- secco.
?ELo Mas não é só privilegio das aves a
e caros instrumentos de meteoro- cia a volta do bom tempo ; e este mau-
logia, são excellentes prophetas do tem- ter-se-á assim, quando se ouvir a co- predição do tempo.
po. tovia voar alto no céo. cantando até As chronicas do tempo de Luiz XI
A andorinha, tão nossa conhecida e perder o fôlego. contam que. naquclle tempo, b rei de
denominada vulgarmente como mensa- A pava, ao contrario, que de costu- França, tendo organisado uma grande
geira da Primavera, o é tambem da chu- me pouco se levanta do chão, quando caçada, nas suas terras, interrogou n>
va. Quando voa rasteiro, quasi ao rez
do chão, é porque está para chover; os
ir,sectos que ella prefere tambem vêm á
superfície do solo. As gaivotas voam
á flor das ondas assim que o tempo co-
meça a mudar.
Se os passarinhos se banham na areia
humida, piando de um modo irrequieto.
tome sempre o guarda-chuva.
Os gansos que não são tão tolos como
parecem, e que desde o bom tempo an-
tigo mostram instinctos divinatórios, pa-
recém desorientados no seu banho quan-
do está para chover, mergulham fre-
quentemente e sacodem-se com inquie-
tação, e quando batem azas e alisam
as pennas com o bico, fiquem certos de
que não só virá chuva, mas de que ha-
verá uma verdadeira tempestade.
Tambem o "gentil rouxinol que pro-
longa os seus trinados nas noites sua-
ves de luar até á madrugada" prediz o
bom tempo para o dia seguinte !
Mas, se elle suspender o seu canto á
meia-noite previna-se, porque o tempo
mudará.
A própria prosaica e gorda gallinha
indica-nos as variações atmosphericas :
sentindo esfriar o tempo, esconde a ca-
beca na aza, como n'um collar de pen-
nas, e, se ameaça chuva, ella incha co-
mo uma bola. rola-se sobre si mesma,
fazendo-se .pequena, pequena como si
quizesse esconder-se. Tambem o gato quando lambe continua mente o pello annnnria o mudança tio tempo
Igualmente, quando o vivo tintilhão
esvoaça na gaiola, fica triste e dá uns cantar com muita fúria, elevando-sc no mais famosos astrológos que lhe pro
ar. não annúnciará nada de bom; e será metteram um excellente tempo.
gritos surdos, cuidado ! a chuva não
faltará ! tambem indicio de chuva quando se vi- Mas. a meio caminho, uni camponiò
Quando a grande e desconjunctada rem os pombos entrarem aos bandos no preveniu-lhe que fazia bem de voltar
longa ses- atraz porque estava para estalar umà
cegonha, chocando os seus pequenos, in- pombal ou pararem para uma
cha as pennas escondendo a cabeça no ta debaixo de algum abrigo. terrível tempestade. O rei, de facto.
Se a codorniz, á volta da primavera, acceitou o conselho e refugiou-se no
peito é signal de que uma perturbação
seccos. seu castello.
atmospherica está para produzir-se e procurar domicilio nos campos
mais especialmente na direcção para a leve um guarda-chuva de preferencia a Apenas lá chegou, as nuvens abri
um guarda-sol. pois o verão annuncia- ram-se cahindo água ás catadupas.
qual está voltada a cabeça da cegonha Os astrologos tão pouco prespicazes
mãe ! se chuvoso; se, ao contrario, ella cons-

, _„ „ _.. „_.,_ „ *„,.,.,. relincha, move incessantemente com a» orelhas, como temendo o
A' app,osimaçdo do mau tempo, o cavallo ''^ZSVameTdo.' elementos
• í^í5^* Almanach d'0 TICO-TICO #í&&&tt&&tt&tt&&^^

|„^,„^^ m^~^ü^!^~ .-...—¦-,- ¦»¦,,


i
IH3EH ! O carsmg-uLeijo guerreiro | H*EHI o
' I;

"Tj*/
as praias pedregosas do Japão tal. Prompto : com as suas grandes pin- mida que desmorona ; todo o corpo es-
incha ; e as juntas do
j\I encontra-se um gigantesco c bi- ças, frementes da alegria do triumpho, tremece, palpita,
\ zarro carangueijo com que mui- o vencedor toma a unha do, vencido, estreito escudo partem-se pouco a pou-
J
• tos naturalistas se têm occupa- quebra-a, arranca-a, leva-a e passeia co, sob o ventre prestes a estalar. O
do. Os seus instinctos bellicos lhe de- com ella ainda palpitante. Não é um captivo está livre ! Sae da sua roupa
ram o nome de Carangueijo guerreiro, cadáver mas um pobre amputado que de dor, deixando na areia a velha ves-.
Armado dos pés á cabeça como um com- elle deixa no campo de batalha. tidura que era q seu tormento...
batente, o enorme crustáceo é um cam- O triumphador dá voltas pela arena. Agora, fica á espera que nova cou-
peão intrépido que briga pelo prazer agitando com orgulho a pinça arranca raça substitua a armadura insufficien-
de brigar, pela attracção do perigo da, como bandeira tomada ao inimigo, te, de que se libertou.. Ha carangueijos
da gloria. Deixa com vida o adversário, mas to- que suecumbem a essa terrível prova-
E' o paladino dos mares como o es- ma-lhe a sua espada ; como se quizesse ção., A armadura e o guerreiro são tão
padarte é o mestre de armas. Não ha cumular todas as deshonras sobre o ven- intimamente unidos que, ao deixar a
certamente outro animal tão brigador, cido, mutila-o, acerescentando a disfor- couraça, elle perde muitas vezes a vida.
Um seixo agasta-o ; uma onda irrita-O: midade á derrota. Até que o novo escudo tenha adqui-
a vista de um adversário fal-o estre- Nada se compara ao furor bellico rido a necessária consistência, a sua
ifiecer de raiva. Só pensando em des- de uni carangueijo guerreiro em com- única armadura é a sua pelle, um per-
afios, elle está sempre á cata de um ri- bate. Se no cego encarniçamento da rgaminho. Impõe-se uma temporada de ¦]
vai para lançar a luva. luta, elle segura uma das suas pro- vida prudente, de paz obrigatória, mas
A ¦ approximação do combatente agi- prias pinças, arranca-a, parte-a, tortu- também de incessantes perigos. Os ini-
ta-o e transforma-o ; e elle percorre ra-se sem perceber que é aggressor migos do carangueijo guerreiro não
a praia como um cavalleiro que entra carrasco de si mesmo. se podem gabar da. generosidade de que
na Hça. A sua casca é um escudo, as A couraça do carangueijo é um per- seriam um dia victimas, e, cobardemen-
suas pinças são lanças. E' o desafio per- feito escudo, uma obra prima de factu- te, lançam-se cheios de rancor e de rai-
sonificado, prova dte que o maior ini- ra e resistência. E' a sua força, a sua va sobre o soldado sem armas, ao qual,
migo do carangueijo é o próprio ca- gloria e muitas vezes o seu cüesespero: P°r unia horrível morte, fazem pagar
rangueijo. Ha famílias em que uns A couraça effectivamente não acom- a execranda gloria dos seus antigos
outros se odeiam ; na dos carangueijos panha o crescimento do guerreiro e triumphos.
guerreiros, os indivíduos se esquarte- pode-se imaginar o terrível supplicio Ao ataque humilhante e cruel, o ca-
mutuamente. que resulta : torna-se o escudo uma es- rangueijo armado apenas com a sua
jam
Encontram-se dois carangueijos : isto treita prisão, que aperta, comprime, cólera sente reviver os seus instinctos
basta para que elles se empenhem num abafa, esmaga. E' um tormento sem bellicos ; procura por toda a parte-o
combate de morte, tendo por arena os remédio, uma camisola de força que seu escudo ; parece perguntar á areia,
penhascos da praia e por fanfarra embaraça no andar, paralysa-lhe os mo- ás ondas, aos rochedos, á natureza que
estrondo das ondas. Os dois campeões vimentos. vence-lhe a coragem. Faz fi poz mi. ; quer o seu escudo, quer bri-
atracam-se : a poeira voa, a espuma pena ver o brilhante cavalleiro ! Tor- gar, quer vencer ! Onde estão as suas
salta ; combatem em terra, combatem nado seu próprio prisioneiro, elle arras- armas ? Mas a natureza, que talvez es-
no mar. E' ao mesmo tempo uma ba- ta penosamente na praia a sua cota de 4*j* oecupada em armar um exercito
talha campal e um combate naval. As malhas, que o aperta como um collete inteiro, está agora surda. A couraça
couraças chocam-se, encontram-se como de ferro. Parece, na sua dolorosa anciã. não está prompta.. E, então, sem de-
machinas de guerra. As pinças proje- perguntar a si mesmo por que Deus lhe fesa, sem resistência, sem valentia, sem
ctam-se como arpéos ou cruzam-se co- deu uma vestidura tão rebelde e tão combate, sem gloria, o carangueijo
mo espadas vivas. A's vezes parecem pequena, quando fez a onda tão elas- guerreiro o grande bravo das praias, é
duas rochas que se querem mutuamente tica e o mar tão grande, devorado como um simples camarão.
escalar. Os escudos estão tão próximos Mas prepara-se uma mysteriosa cri- COlTSAS IMPOSSÍVEIS
que constituem um só escudo. Unhas. se. e a hora da libertação approximá-se. Pentear uma cabeça de' prego.
pernas, couraças, tudo se agita, se aper- Um bello d'ia, a couraça estala e o Nascer uni abeesso em nm olho de
ta e se confunde. Finalmente um dos prisioneiro sae da sua prisão, livre e abacaxi.
campeões morde o pó : fica prostrado. triumphante. E' esse momento a mais Coser com uma linha de bonde.
de costas na areia, immovel e vencido, interessante phase da vida dos caran Um dentista collocar um dente na bor.-
apontando para o céo as suas armas gueijos guerreiros : no seu horrível tor ca do forno.
impotentes. mento, o carangueijo atira-se de cos Calçar uma.botina num pé de vento.
Vestir uma camisa de gaz.
Pensaes que elle pede mercê ao ven- tas como se fosse morrer, apoia forte Chumbar um dente de alho.
cedor ? Jamais. Entre a gente caran- mente as pinças doloridas uma de en- Arrancar as unhas dos pés duma ca-
gueija ninguém se rende. O derrubado contro a outra; afinal a carapaça fen deira.
ainda desafia, á espera do golpe mor- de-se e abre-se como muralha carro Heitor Lopf,s A. ma dor
#-0#<^#"0#^#<í>#-<0*-0**0#*0 *-0 # ^y * ^i- * «O #¦ "O & <£> *^V *-0-*0#-0*-0#<Cy#^>-#<^*
tiveram que passar um máo quarto d'ho- nham lentamente, com as orelhas e a prados, voltando a cabeça para o ven-
ra, ao passo que o pobre homem, cha- cabeça baixas, como victimas levadas to, cheirando par, mugindo tristemente
mado á presença do rei e interrogado ao sacrifício ; e pobre do cavalleiro que e lambendo o focinho.
por elle, informou a todos, com grande vir o seu burro esfregar-se á parede. Julga-se que também os gatos dêm
espanto, que devia a sua sciencia mete- Os cavallos manifestam a sua sensi- prova de annunciar a chuva passando
orologica ao seu burro ! De facto bilidade e sua inquietação antes de um graciosamente a patinha humida dte sa-
sabido nos campos que, quando os burros temporal, batendo com os pés e açou- liva sobre a orelha e accommodando-se
zurram tristemente, é signal de chuva; tando o ar com a sua cauda. Os mes- no chão com as pernas trazeiras pre-
o mesmo acontece quando elles cami- mos indícios manifestam as vaccas nos guiçosamente estendidas.

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«*«í*5!s«!í5ã£í^^ d'0 TICO-TICO *s»V5í

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A OUE DISTANCIA SE ENCONTRA O HORIZONTE? í


H"H"í"M-H"I"H'4"M"H-K"{"HHH-4'i

A palavra horizonte deriva-se do vermos no mar ou em terra. A gra- Mais fácil explicação teriam os
vocábulo grego horos. que significa vura que publicamos junto, explica, nossos leitores para o caso se pudes-
limite, mas nós sabemos bem -que o claramente, o,assumpto destas linhas. sem observar uma estrada cheia de
horizonte não é o limite real entre O menino, que se encontra em bai- arvores, que tivesse a fôrma de um
a terra e o céo e sim o limite entre xo, na praia, olha o mar de um pon- arco de circulo. Se se collocassem
o que nós vemos da terra e do céo. to que se acha precisamente a im,20 junto de uma das arvores do meio do
A que distancia se encontra o ho- do nível das águas. E' a altura a que arco e olhassem, tanto para a direita
rizonte ? E' uma pergunta qm: cons- estão collocados seus olhos em re- como para a esquerda, talvez não vis-
tantemente fazem as creanças. Quan- lação ao nivel do mar. Assim, elle só sem mais do que o tronco de duas
rio estamos numa praia e dirigimos o poderá ver até pouco mais de qua- arvores contiguas áquella onde se
olhar para o mar, parece que este se Iro kilometros. tivessem collocado.
encontra, lá bem distante, com o fá o rapaz que se encontra á beira Se recuassem alguns passos para o
céo. Vemos entre céo e mar uma do rochedo, numa altura de 30 me meio -da estrada e de novo olhassem.
'
r~— —••

linha que nos dá a illusão de ser o tros acima do nivel do mar, verá cer- viriam, então, maior numero de tron-
fim do mar e o limite do céo. Esta ca de 21 kilometros, distancia que cos, se bem que não vissem todos. E
linha é o horizonte. constitue seu horizonte, e o que se se, finalmente, se collocassem no lado
Do mesmo modo, se estivermos encontra na torre, numa altura de 45 opposto, bem afastados do arco um
numa grande planície, onde não exis- metros, teria a ver uma distancia de numero muito mais considerável de
tam arvores ou casas para tirar-nos a 26 kilometros. troncos lhe entraria no campo de
vista, veremos uma linha, distante, Assim, ficamos sabendo que alcan- visão.
onde o fim da terra parece tocar o çamos muito maior horizonte á medi- O phenomeno é o mesmo que se
da que nos elevamos, pois o campo dá quando olhamos o horizonte. A
céo. Esta linha é ainda o horizonte. de visão é determinado pela altura em
A distancia do horizonte varia, se- terra é redonda e quanto mais nos
que se encontra o observador. Isso. afastarmos do solo, maior será o
gundo a altura em que est;verem os é fácil de perceber, acontece porque
nossos olhos acima do nivel do mar vivemos sobre a Terra, que tem a fór- campo de nossa visão e mais afãs-
ou do nivel da terra, conforme esti- ma espherica. tado estará o horizonte.

A SORTE. mais, a America exporta muita cousa


0 ESTUDO DE GEOGDAPHIA para a Europa assim como para as
outras partes do mundo e entre ós
ÃO ha estudo mais bello e at- paizes deste mesmo continente.
Atr
ltrahente do E' ou não indispensável o conheci-
J que o de geographia. mento da geographia ? Sem elle, não
tonhecer o Universo, a sua forma, o
que ha de mais importante; conhe- /?, ir poderia haver a exportação á outra
cer também os outros astros que se parte do mundo, porque não sabia-
acham no espaço infinito, é ter satis- mos onde ficava situada.
facão de admirar esta bellissima obra Quem se dedicar á geographia,
do Creador ! aperfeiçoe-se bem nesta matéria des-
... da bala de estalo. de creança pois é em creança que delia
As aulas de geographia eu acho
4. .;. .$. 4. * 4.'+ ¦*¦ + * * 4- * -f- * * se deve ter as primeiras noções.
simplesmente uma brincadeira, uma
As creanças de hoje serão os ho
distração para os que as assistem e
é verdadeiramente o estudo que se geographia que trata deste assumpto. mens de amanhã. Assim sendo, appli-
aprende com mais facilidade. O mundo está progredindo ; mais cae-vos bem nesta matéria e tereis
Todos nós temos necessidade de co- ainda é preciso andar para diante. assim a felicidade da familia e da pa-
A Europa e a America são os par- tria!
nhecer a geographia, principalmente o
— Homem — no commercio sobre a tes do mundo que estão progredindo Antônio José Velho Júnior

«^%«í«5í!S«^^
V^* Almaiiach d'0 TICO-TICO

Nossos leitores '. '. . . BEB ií: Si -1• ,1

m* 9f . -.'' 5011 ss** ** \lnfl

.j» •<

Qswaldo Novaes Filho, nosso leitor residente


nesta capital.

' ¦

Carlos, de 10 meses de cdade, filiiinho do Sr. 'coronel'


Ildcfonsn Simões.-

'jíf i '

\. m,- àm I

ET ¦¦¦' ^H li. x

Os galantes meninos Ary e Scrginho, nossos leitores O interessante Evaldo, filho do Sr. Manuel Caminha
residentes nesta capital. Ferreira, do alto commercio de\sta capital

NOSSAS PAGIVAS DE aiimau do modelo que se encontra na própria pagina e que elui
O GAI.I.IMIKIIÍO chiara qualquer duvida que os nosso» amlgralnhoa l.itores
de, armar — "O
Para t oonetrueclo <ia bella pagina"Aliiiaiiach". possam encontrar. Toda a pagina é coitada em cartolina.
Kalllnheiro", — que ilumoa no presente jultfa- exoepto o rectangulo que serve de chio, que deve ser col-
mos desnecessários quaeaquar outros esclarecimento» além lado em papclflo.
* Alinanach d'0 TICO-TICO *:^

\. i
I == IvABYRINTHOS FAMOSOS : i ;:
•" 2
__ s=;^»=«"«""""»»'"^—'""—»»""""»Jl V

Os labyri.ithos, como sabem os nossos leitores, são O LABYRINTHO DE MONTEREY, NA CALI-


FORNIA
construcções compostas de múltiplas divisões, dispostas
de tal modo que é difficilimo achar-lhes a sahida.
Entre os labyrinthos mais conhecidos pelo seu re-
nome na historia, citam-se o de Creta, conhecido peio
nome de Dédalo, o _o Egypto e vários em Londres.
Como simples notas de curiosidade, damos a seguir
o croquis de alguns labyrinthos.

LABYRINTHO CENTRAL DO LABYRINTHO DO


EGYPTO

!®Sl_i! °o o i." um labyrintho, existente no Hotel do Monte, cm ilon-


terey. Destinado á exploração commcrcial, é o maior e o mais
antigo que existe nos Estados Unidos. _" trabalho de jardinu-.
gem e foi plantado, ha pouco mais de trinta annos, por um

b_q_DTM jardineiro de grande reputação na America do Norte, chamado


Ulrich. A distribuição das suas ruas foi baseada sobre as do
labyrintho de Hampton Court, em Inglaterra.
O INGLEZ DE LONDON E WISE
LABYRINTHO

Este labyrintho está situado próximo do lago Moeris, no


Egypto, e disputo primazias, neste gênero de construcções, ai
de Dcdalo, em Creta. Depois de muitos annos de trabalho as-
xiduo, os archeólogos lograram desenterrar os restos deste la-
byrintho, c hoje sabe-se que era todo de mármore e de fôrma
[jOT__ii
__£__}
quadrada. •
No interior ficava o labyrintho propriamente dito, rodeado
constituíam ou-
por doze palácios, quadrados também, os quaes
tros tantos labyrinthos. A obra era disposta em dois pavimen-
t„n. um delles subterrâneo; e em doze quadrados, chamados p«-
lacfos, havia nada menos de três mil edifícios separados. Ei-i
todo o contorno exterior havia um muro adornado por milha-
res de estatuas.
Os doze palácios, encerrados no pertrnftro limitado i>or esse E' um dos mais bellos labyrinthos de Inglaterra, paiz onda
muro, circundavam os jardins centraes, cujas veredas e cami se encontram muitíssimos outros, porque os inglezes são -mui
to affeiçoados á diversão que essas construcções proporcionam.
vhos constituíam outro labyrintho, formando todo o conjunclo
lJossuem alguns que são verdadeiramente maravilhosos.
uma das sete afamadas maravilhas do mundo.

As pérolas são como as cebolas principal, ou seja do seu oriente, que é como se chama
aos frisados a que deve a sua formosura; torna-se ama-
TjT CRENÇA de que as pérolas são ocas e de que se rella, suja e opaca.
fj4 podem quebrar com a simples pressão dos dedos e Não devem apoquentar-se com isso, pois os grandes
¦*• errônea. Muito ao contrario, as pérolas são duras joalheiros têm sempre nas suas officinas uns especialistas,
J cuja missão é tirar, cuidadosamente ás pérolas estraga-
como uma pedra e custa immenso trabalho que-
bral-as, mesmo apertando-as fortemente entre os dentes. das a capa exterior, que se estragou com o roçar. A ope-
O motivo é por serem formadas como as cebolas, isto ração é delicada, porque é preciso não arranhar a super-
é, com capa sobre capa, e a differença que ha entre as ficie, que fica por baixo da capa que se quer tirar; por
de isso, uma vez realisada, a pérola fica tão nacarada e tão
graildeS e as pequenas é aquellas terem maior numero brilhante, como se acabasse de sahir da ostra. Claro é que
capas do que as segundas.
muitos an- perde alguma coisa do seu valor, visto reduzir-se o seu
Quando se tem usado uma pérola durante tamanho, porém não muito, porque as capas são sununa-
nos cm uma jóia exposta ao roçar continuo, como, por
exemplo, um annel, perde uma boa parte dó seu mérito mente delgadas e de grossúra quasi inapreciavel.
««* Almanach d'0 TICO-TICO

0 que um homem oontém O peso do azoto figura simplesmen- sas combinações é reduzir em ultima
te por 1 kg. 72 ; o chloro por 800 gram- analyse o corpo humano aos elementos
Qual é a composição chimica de um mas e o'flúor por 100 grammas. característicos, que acabamos de enu-
homern, que pese 70 kilogranimas ? Entre os elementos sólidos, o carvão merar.
Sabe-se, com exactidão, pois tudo foi oecupa o primeiro logar. Nós represen-
rigorosamente contado támos 22 kilogrammas de carvão. Em
No corpo humano ha 13 elementos, seguida, vem o phosphoro, por 800 Apólogo oriental
5 dos quaes são gazes e 8 sólidos. grammas, e o enxofre por 100 grammas. Um homem tinha três amigos ; o seu
O homem é, antes de tudo o mais, O que o nosso corpo não encerra é dinheiro, sua mulher e as suas boas acçoes.
constituído por oxygenio num estado nenhum metal precioso, o que talvez marEstando próximo da morte mandou cha-
os três para lhes dar o ultimo adeus.
extremo de compressão. Com ei feito, seja uma fortuna para nós. O metal Disse ao primeiro que se apresentou :
o nosso corpo encerra 44 kilográmnias mais abundante é o cálcio, cujo peso se Adeus, amigo, vou morrer I
1.750 O amigo respondeu :
de oxygenio, cujo volume, á tempera- eleva a grammas ; depois o po-
Adeus : quando estiveres morto, ta-
tura ordinária, excederia 30 metros eu- tassio, 80 grammas; o sódio, 70 gram- rei queimar um cirio pelo repouso de tua
bicos. mas ; o magnesio, 50 grammas ; e ti- alma.
O segundo veiu, disse-lhe adeus, pro-
O hydrogenio, cuja densidade aliás nalmente o ferro, 50 grammas. metendo acompanhal-o até ao cemitério.
é fraca, entra na composição do homem, Accrescentemos, porém, para que não Finalmente chegou o terceiro.
Eu morro ! — disse-lhe o moribundo
apenas com o peso de 7 kilogrammas : haja mal entendido, que os diversos ele- —-
adeus I
mas este peso, no estado livre, corres- mentos estão todos empregados em con- ¦— Adeus, não ! — lhe respondeu o ami-
de 80 metros cubi- 4«> — não me separarei de ti : se vive-
ponde a um volume binações muito variadas e formam com-
res. viverei ; se morreres, te acompa-
cos. Com o hydrogenio de 12 homens, postos cuja enumeração seria sufficientê nharei.
encher-se-ia facilmente uni aerostato de para encher um volume. Todavia, um O homem morreu ; o dinheiro lhe deu
1.000 metros cúbicos, susceptível de le- chimico paciente e com boa vontade po- um cirio, sua mulher o acompanhou até
a sepultura e as suas boas acções acom-
vantar três ou quatro pessoas. deria destruir uma a uma todas es- panharanvn'o na vida e na morte.

0 BKASIL DO FUTURO NOSSAS LEITOKAS

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Mario, applicado alumno do> Colleyio Santo Antônio j Maria Simões, filhinha do Coronel lldefonso Simões,
Maria Zacarias « fllhinho do sr. Coronel lldefonso Simões. .... alumna do Cdllegio Sion, com as fitas de distineção e louvo'

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»H« | A. BELLA PERSA | °»fl"


UANDO' o celebre HarunwU-Rasichid _.torr Não lardou muito, porém, e o rei soube da exis-
nou-se califa de Bagdad, resolveu fazer seu tencia da bella persa, dando então ordens a seus ser-
sobrinho Zenebi rei de Bassora. Zenebi, que vos para procurarem Noureddin e a joven persa e
; era* solteiro, pensou então em casar-se desde os trazerem á sua real presença. Felizmente um ami-
que encontrasse uma mulher que fosse digna de se tor- go do joven ouviu a ordem que o rei dera aos seus
nar sua esposa e rainha de seus subditos. Chamando servos e, immediatamente, communicou-a a Noured-
seu primeiro ministro, Zenebi deu-lhe ordem de par- din, que, sem perder tempo, fugiu de Bassora, com
tir a procura de uma joven tanto perfeita em edu- a bella persa, para Bagdad.
cação e encantas como em belleza, e além disso que Chegados a esta cidade, não sabiam onde ir e,
fosse dotada de espirito é de intelligencia. após andarem pelas ruas cheias de povo, sentindo-se
Muitos e muitos dias fatigados, tomaram uma
andou o'primeiro ministro âléa que levava a formoso
valles e aldeias e cida- e esplendido' jardim e, ahi
por
des e villas, tentando des- chegando, sentaram-se á
cobrir a joven sonhada por beira de uma fonte e ador-
seu soberano. Um dia, pela meceram profundamente.
manhã, um mercador trou-, Quasi noite um velho che-
xe 4 sua presença uma jo- goü ao jardim e desper-
ven, escrava persa, de bel- tou-os.
leza peregrina è dotada de — Desculpae-nos, se-
qualidades de intelligencia nhor — disse Noureddin,
e dê espirito maravilhosas. de estarmos dormindo aqui.
O primeiro ministro, mui- Somos estrangeiros, não
10 satisfeito por ver que conhecemos Bagdad e an-<.
ia agradar ao seu amado damos por todas as ruas
soberano, deu á escrava e praças ; por fim a fadi»
uni rico aposento em seu ga venceu-nos justamente
próprio palácio e decidiu-se quando chegámos a este
levalLa á presença de sua. jardim, o mais lindo que
Magestade. Mas no correr tenho visto em toda a mi-
da , tarde. ;ldajquelle mesmo nha vida ! Quem será o fe-
dia, o fllho do primeiro liz possuidor de tal mara-
ministro, Noureddin, um vilha, o senhor ?
joven beijo,e de coração O jardim era uma das
magnânimo, viu a joven muitas e das mais suim-
escrava e,.desde Jogo, de- ptuosas propriedades , do
djcou-lhe ardente affeição. grande califa de Bagdad,
A • joven': persa, por sua e o velho que despertara
vez,, correspondeu á a nu os dois jovens era o guarda
zade dei Noureddin e de do palácio. O velho ficou
¦tão orgulhoso de ser to-
tarde, quando o primeiro
ministro chegou para con- mado como o dono do jar-
duizir a belía persa ao pa- dim que convidou Noured-
lacio do rei encontrou-a din e a bella persa para
sentada ao lado de Noured- visitarem a casa de campo
din, na mais amigável pa- senhorial, que se erguia ao
lestra. centro do jardim, justa-
— Malsinado filho !— Desculpae-nos, senhor, de estarmos dormindo aqui. mente defronte do palácio
exclamou, elle. E's capaz de do califa. Levando os jo-
arruinar minha vida ! Que o rei nunca saiba que ado- vens pela sumptuosa escadaria de mármore, o velho
ias a mulher que elle pretende desposar ! introduziu-os num grande salão dourado ornado dos
Os dois jovens nada disseram, mas o' velho mi- mais ricos thesouros do paiz. A' vista de tanto es-
nistro viu que aquelles dois seres já se amavam e plendor, Noureddin, doido de satisfação, deu ao ve-
lho, como recompensa, um punhado de moedas de
que seria cruel sq)aral-os. Assim, o velho ministro,
após muito hesitar entre a affeição que tinha pelo ouro, dizendo :
— Perrnitta, senhor, que dê uma festa aqui. Leve
filho e a fidelidade que devia ao rei, concedeu a Nou;
reddin licença para casar com a linda persa. Resob este dinheiro a um de seus escravos e peça que com-
veu depois dar uma desculpa ao rei, explicando-lhe pre as iguarias mais finas, os vinhos mais raros e
os fructos mais caros !
quanto era difficil encontrar uma joven que possuísse
esse rarissimo par de virtudes que é constituído da O velho correu á cidade para comprar o rico
belleza e da sabedoria. farnel e voltou com as provisões á casa de campo

l^a!íç#&a&&&x&^^
&&* Almanach d'0 TICO-TIGO *

onde Nouredrlin e a bella persa, após terem feito lhe foi servido, deu a Harum-Al-Raschid um punhado
accender as lâmpadas que pendiam das oitenta «ja- de moedas de ouro, dizendo :
nellas, sentaram-se á mesa, para a festa. •— Acceitae este modesto presente. Nunca. sa-
Do seu palácio, o califa via a casa de campo e boreei tão gostoso prato !
ficou verdadeiramente surprehendido por ver acce- O califa acceitou as moedas de ouro e agradeceu
sas todas as lâmpadas do salão da casa. Qualquer a Noureddin nestes termos :
outro soberano teria envia- — E eu posso pedir-
do um de seus cortezãos vos um favor ? Tenho von-
para inqticrir do fado, mas tade de ouvir esta jdven
Harum-Al-Raschid gosta- cantar uma das suas bellas
va de tudo ver com seus canções !
próprios olhos. Disfarçado A bella persa accedeu
em mendigo, o califa entrou immediatamente e, afi-
no jardim e foi até á casa nando o polycordio, tan-
de campo, onde chegou geu-o com arte e cantou va-
justamente na oceasião em rias canções, lindas, harmo-
que a bella persa, ao som niosas, arrebatadoras, que o
de um polycordio, cantava califa, encantado, ouviu
maviosa canção. sem se cançar.
Que voz melodio- Nos intervallos das
sa I —; disse elle. E' bem canções, Noureddin contou
possível que encontre uni ao califa a historia do seu
meio de ver esta maravi- casamento e da sua fuga
lhosa cantora sem que me para Bagdad.
reconheçam. E poz-se a Harurn-Al- Raschid re-
pensar quando viu passar
pelo jardim um vendedor
de peixes. Chamando-o, o
califa indagou se queria
ff WÈÈÈêSÊÈ
•-¦£ A Pi W mm" ?i^^-V^ v^m|
velou então a Noureddin
que elle era o califa, mam-
dando depois uma carta ao
rei Zenebi na qual havia a
vender os peixes que le- ordem de renuncia a favor
vava. de Noureddin e da bella
Quero, custam dois persa, que se tornaram,
mil réis ! assim, reis de Bassora.
O califa comprouros, Para tomarem posse
pagou-os e, entrando na do sceptro que o califa lhes
casa senhorial, dirigiu-se a dera, os dois jovens em-
Noureddin : barcaram num dos navios
Vejo que daes uma da esquadra de Bagdad, o
festa e trago-vós estes dois mais bello de todos, cujas
peixes para figurar no car- velas eram de seda e de
dapio ! purpura e os remos de
Muito bem, respon- prata e de ouro puro.
deu Noureddin, ide vós Vejo que daes uma festa c trago-vos estes dü's Quando chegaram a
mesmo á cosinha prepa- peixes para figurar no cardápio !... Bassora, o povo, em im-
ral os ! ponentes festas, os recebeu
O califa obedeceu, voltando pouco depois com e durante longas semanas houve por todo o reino
os dois peixes fritos, que foram servidos aos alegres solemnes festejos para celebrar a feliz coroação de
convivas. Noureddin e de sua esposa a bella persa, que tão
Quando Noureddin provou o pedaço de peixe que bonitas e harmoniosas canções sabia' cantar !

Alimentação das creanças Era precisamente este o obstáculo, pois a maior


differença entre o leite de mulher e o de vacca está
cada dia melhor demonstrado que o leite na excessiva quantidade, que este ultimo possue de
é um liquido vivo e que, por conseguinte, fa- caseina, e si se quizer diminuir esta acerescen-
ESTA' zelo soffrer grandes temperaturas (esterilisa- tando água, empobrece-se o alimento em gordura e
s=s= ção a 115 gráos), ou ainda a pasteurisação, des- assucar.
naturalisa este alimento e difficulta nas creanças de Está demonstrado que a digestão do leite se ve-
anuo a sua digestibilidade. ri fica a expensas de diversos fermentos (leveduras)
() professor Concetti, de Roma, e os seus aju- solúveis, que em todos elles existem normalmente.
dantes Valagusa e Spolvcrini apresentaram no ul- Estes fermentos perigam com a ebullição. E', por-
timo congresso internacional de medicina, celebrado tanto, necessário que não faltem, e como não são in-
em Madrid, importantes trabalhos de clinica e de teiramente iguaes os que ha no leite de vacca e no
laboratório, a este respeito, e dizem ter resolvido a leite de mulher, as experiências Concetti são utillis
digestibilidade do leite de vacca, administrando a simas.
este animal a pancreattna, que favorece a dissolução Como se vê, a lactação artificial está-se aper-
e absorpção da caseina do leite. feiçoando.

ÍVS^SíV^ÍÍÍ^I^VÃÍÍS^^^
O THEATRO DO AjLMANACH (Continuação) JB
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*~—1~\—~ \y^ Jo>hB \j—l^^—•-mi j —i

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(Vejam referencia no texto)

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LIÇÃO DADA PELOS ANIMAES .A ILHA P^IvXJCTTJJUSTTí: CONTO HISTORICO-LENDARIO

*•# r^^Àtr^i JWÊm\\\%, ~ c Z -^^0 4*

-"V
., Para o conseguir, derrubaram
e elle foi deitar-se bem triste. Quando os Sarracenos invadiram a o< Julgaram que a fome obrigaria os lia
— Senhora abelha, disse elle er.tão, caleiros, cortaram as bitantes á rendição Estes, porém, defen
Jorge è um bom menino, mas possue o Sonhou, agitado, que ia a caminho que";' França quizeram á viva força ípoderar l
cendiaram os moinhos
plantações ç ,n
brincar commigo? — Não, meu menino, diam-se corajosamente.
_ feio defeito de ser preguiçoso. Uma noi da escola, chorando, quando encon- "âo tenho íemoo vou trabalhar se da cidade de Baumes
¦ te, por não ter sabido as lições, sua mãe trou uma grande abelha. par* pc-
reprehendeu-o der ser teh? ' J>

Tc^r-w. i^^^ w^y-

.brincai commigo? — perguntou ellt >¦ preciso aproveiul-a par Para obrigal-os a abandonar > cidade, ...e fuzilado as pessoas que resistiram. Pouco depois, na immi.nen.cia de serem
iF alou. ligeira, pela estrada florida. — Não, meu menino, tenho de procurar balho. Adeus! E, batendo
'X:'
os Sarracenos puzerarh fogo a utfa aldeia Dois meninos, orphãos, tinham se escon- soterrados, fugiram para evitar uma mor
Jorge seguiu seu caminho, encontrando as minhas irmãs e com ellas constnrr os
— O' an- geiras, a and' visinha, após terem saqueado as casas... dido numas rumas funiegantes. te certa.
pouco depois uma andorinha nossos ninhos para crearmos nossos fi- selo espaça *.*
dorinha, queres lhos. A vida é curta e.

,..í> cao, bem mostras que não conhecer a minha vida'. Não
!\ preguiçoso menino, envergonhado, A correr, medrosos, não sabiam que mas ahi não havia embarcação aigu-
continuou, a andar k sabes que sou eu que vigio e guardo a casa emqoanto meu Crearam alento quando viram um cami-
encontrou um cão:— Bom cão, disse elle, como invejo a tua direcção tomar, pois viam inimigos por to- niio que levava a um lago, próximo da ma e elles «stavam irremediavelmente per-
dono dorme? Eu sou o guarda fiel do.s bens do meu se
vida' Vão és, como eu, «brigado 8 estuda*r e a ir á escola' Na- dos os lados aldeia Chegaram até o lago didos. Já os soldados brandiam as espa-
nhor' Presto-lhe ainda outros serviços. iaes como
— Nada tenho a fazer? - das para feril-os !
^da tens a fazer! respondeu...

jr

.os de correr atraz dos carneiros que fsírste momento Jorge acordou mas vestiu-se e foi para a escola, tornhi- precipitados as agMis t morreram
desgarram de rebanho! Trabalho muito sonho (iut: tivera se gravara de tal Num desespero supremo, aioelh.-iram-sr
do-se um bom alumno, estudioso e rrn- com violência paru o lago, levando-os, a togados. Tal e a Ifwda da ilha fluctuan-
c sou feliz Tu re aueixas .porque não *.ra- modo em sul1 imaginação que, uo dia lUpplicando misericórdia, quando, de re corno se fosse um barco" salvos I Seus
salmente galardoado com medalhas de te de Gerviu, na França, que vive peren-
balhac. Vi para a escola. seguinte, hern ceúc pente. «> solo onde estavam dcstaoui-sc. impiedosos aggressores foram. ,
mérito nemente floi Ida

Ji^
Almanaeh d'0 T1C0-TIC0 #<=««*
í* Almanach d'0 TICO-TICO
'¦itúitititú^ví^itiiit-ü-üiiit-Ct-üii-tríi^-Ct-et-erírCt
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.Uortíio Odeífc .IWf/fr


Xetas da E.rma. i>iuva D. Luiza Perei ra f sobrinhas do apaixonado e estimado turfman Sr. Domingos Pereira Filho,
negociante desta praça, e assíduas leitoras d'0 Tico-Tico.
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0 violino do cego. ando, ao tugurio onde adormeces a tua A noite, insensível á tua retina, desce...
fadiga, para recomeçar na manhã se- A Lua — magnolia feito astro — der-
Sob o religioso silencio desta m^gni- guinte o teu tristíssimo fadario, numa rama sobre as misérias da vida a sua-
fica noite tropical, á luz nostálgica d'um dolorosa suecessão de dias, de mezes, de vissima uneção de sua luz... Tu não n'a
luar evocativo, oiço, ao longe, o tre- annos, até que a morte te venha afinal percebes, mas sentes, certamente, na
mulo som de um violino entoando uma libertar desse martyrio. alma o seu milagroso effeito !
ária repassada de emocionante tristeza... A multidão ociosa dos que passam no Tacteando então te recolhes á morada,
Xo lvrismo profundamente sentimen- tumulto das ruas, pára, ás vezes, sensibi- onde a solidão — tua companheira -— te
tal dessa ária nocturna vibra a resigna- lisada pelos accordes do teu violino... espera...
da angustia de uma alma delicada e Pagam-te esse instante de emoção com Cançado, talvez, estacas no meio ido
•offredora. uma esmola arrogante e passam... caminho e, para anesthesiar tua própria
Cada nota é um gemido, cada surdina Passam, e tu ficas gemendo nas cordas dôr, entoas no violino essa ária singu-
é um abafado soluço que se desafoga na gastas desse instrumento a dôr anonyma larinente impressionante que éu oiço
harmonia do som, traduzindo em musica do teu soffrimento incomprehendido ! agora, saudoso e commovido.. .
a tormentosa epopéa de Um soffrimento Nunca meu sêr vibrou empolgado por
ignorado. . . uma emoção tão intensa como agora, ou-
E. a scismar, eu bemdigo o gênio do CALdRIA INFANTIL vindo, ao longe, sob a limpídez estrellada
artista que pôde exprimir nesse turbi deste céo e a magia deste luar, o amar-
Ihão de sons a magua.intraduzivel de to guiado e triste violino do cego !
dos os que soífrem, a anciã de todos os RÍOr—9I9.
que amam e a allucinação de todos os Xestor Güimarãks
que sonham !
Eu sinto na vibração das cordas desse
violino, que a trêmula mão de um cego Onr-iof-ii<Ia<l«'!-i
vae tangendo, a dolorosa resurreição das
minhas esperanças que falharam, dos Dentro em pouco, o papel manipu-
meus sonhos que mentiram ! lado com hervas ha de ser um facto,
— E tu, pobre cego, que oceulta magna a julgar pelos bons resulta dos que
empresta á tua musica esse estranho seu- estão dando os ensaios feitos.
timentalismo que tanto commove o co- Todas as classes de hervas servem
ração da gente ? ! para o fabrico do papel; unicamente
A desoladora historia da tua vida é, se exige, que sejam cortadas antes de
talvez, um romance desconhecido para começarem a florescer.
todos os que te escutam, indifferentes, A fibra deste novo papel é muito
pelas ruas... flexível e de grande duração e tem
Mergulhado nas trevas dessa cegueira
uma superfície lisa, fina e de bom
irremediável, pobre violinista esfarrapa-
do, choras a tua desdita pelas sentidas aspecto.
notas arrancadas desse humilde instru- Um só kilogramma de relva pro-
mento, — teu único amigo e confidente ! duz um quarto do seu peso de papel
Após um dia inteiro de peregrinação e um heatare de terreno, plantado de
por essas ruas e avenidas, na conquista Elsa, Qerêon, llaydéa e Fernando, nos$Oê relva, basta para fabricar 2.506 kilo-
de um óbulo á tua miséria, voltas, tacte- íi mig ninhos. grammas de palpel

*&tt:&tt&&&&&i&^^
iA^^fiíifi^^^^^ Almanach d'0 TICO-TICO '«í»^

ANIMAES ISTELI.IGENTES

cão, amigo do fiomem

Nem um dos nossos leitores desconhece a serie in- Um destes indivíduos industriosos, que são capazes
terminavel de factos que patenteiam as qualidades de. in- de fazer com uma acha de lenha trinta saccos de carvão,
telligencia e a affeição de certos animaes pelo homem: determinou de sahir da pobreza a chatinar. Nesta resolu-
O cão, em primeiro logar, é o animal que mais se ção fez escolha da fazenda que occupa menos logar e
dedica ao homem e sempre que pôde dá-lhe provas so- que tem maior valor. Pediu emprestado um pouco de di-
bejas do seu affecto. A narração dos factos que damos nheiro a um amigo, foi a Flandres e empregou-o em ren-
abaixo, absolutamente verídicos, mostra o grau de intel- das que passou por alto com felicidade, conforme se
ligencia do cão e quanto é grande o seu amor pelo ho- vae. ver.
mem. Havia elle ensinado um cão dogue para aquelle de-
signio, e tinha procurado uma pelle de outro cão
ü CÃO OE FILA DAS AVALANCHES
Ja mesma côr e tamanho. Tosquiou de todo em todo, o
As montanhas da Suissa em alguns logares acham- seu, enrolou á roda delle as rendas e poz-lhes por cima
se cobertas duma camada de neve: de desmesurada gros- a pelle estranha com tanta habilidade, ^que não era fact!
sura, que encobrem precipícios que não têm fundo e são dar-se com ó engano':
muitas vezes funestos aos passageiros que não são versa- Em tendo arranjado a fazenda, • dizia para o cão,
dos nellas. Massas enormes de gelo que, erguidas até ás o nosso negociante : -'Toca a dar ás trancas, amigo í"
nuvens, não tendo por base senão as margens escarpadas Como isto ouvia o cão punha-se a correr e passava as
dos rochedos, se debruçam sobre á estrada, assim que, portas de Malinas, ou de Vaíenciennes á barba dos em-
com o menor impulso se desprendem de improviso, e tom- pregados que ali estavam para impedirem semelhantes
bam, fazendo um fracasso comparável com o do trovão, extravies.
e por vezes deixam para sempre enterrados cavallos e Em", se achando longe dos empregados e das portas,
cavalleiros. esperava o cão pelo dono, p qual em chegando o afaga-
Para renedio das desgraças, que, nestes logares inac- va de bóá vontade e dava-lhe beir* de comer ; depois pu-
cessiveis e selváticos, freqüentemente occorriam, funda- nlia a fazenda em logar seguro e ia buscar outra em
rami-se hospitaes, onde os que erram o caminho e as a tendo vendido.
pessoas que são pobres acham remédio e de que momen- Foi tão bem succedido o dito indivíduo que em me-
taneamente se sustentarem. nos de cinco para seis annos ganhou boa fortuna. Po-
Costuma-se nestes hospitaes crearem-se grandes cães rém, todo aquelle que prospera tem invejosos. Um visi-
de fila, que andam de ronda pelos atalhos estreitos e tor- nho o denunciou; por mais que pintasse e disfarças-
tuosos. Trazem ao pescoço atada com uma corrente de se o cão tinham-lhe dado os signaes, e como o observa-
ferro uma garrafa empalhada com aguardente e apre- vani foi afinal reconhecido. Mas que grande que é a
sentam-n'a aos passageiros cançados e enteiriçados de astuçja e finura de alguns animaes ! Se os empregados
frio, para se aquecerem, e depois conduzem-nos ao hos- o esperavam numa porta, como se lhes lesse nos olhos,
pitai. sahià o cão por outra; se todas as portas se achavam
Um desses cães de fila, estando de ronda, topou com tomadas, saltava ora por cima dás muralhas, ora se cozia
um menino de seis annos, cuja mãe havia cahido em um com algum carro, ou mettia-se entre as pernas dos que
"a
fojo de neve serri que tivesse sido possível saber-se o iam sahir e conseguia o seu intento. Com ser, porém,
que era feito delia. Estava o pobre do menino morto de tão destro e sagaz, não se poude guardar de um ataque
frio, fome e cansaço, deitado na estrada a lamentar-se. inevitável. Atravessava o cão uma manhã a nado as vai-
Avisinhou-se delle o cão de fila, e erguendo a cabeça Ias de .Malinas, quando lhe. pregaram três balas no cor-
mostrou-lhe o licor restaurador que trazia para uso dos po. de que logo morreu. Tinha elle nesta occasião á roda
passageiros. Não entendendo aquelle offerecimento, as- de si em rendas por mais de cento e cincoenta mil fran-
sustou-se o menino e fez acção de querer fugir do cão, cos. O dono foi mais sensível á sua morte
que á perda
porém, o animal, para o animar, levantando uma das pa- daquella quantia, e dizia com. todas as. veras de sua ai-
tas, pôl-a em cima das pés, e lambeu-lhe as mãos já ma : '.De boa mente daria quanto possuo para resgatar
quasi amortecidas por etfeito da intensidade do frio. da morte o meu cão, que valia o seu peso em ouro."
Cobrando o menino insensivelmente animo com estas
demonstrações amigáveis e pacificas, fez um esforço pa- SAGACIDADE Dl U A PODENGA
ra erguer-se; tinha as pernas, braços e em geral o cor- Sabido é que esta espécie de ganhões que apanham
po todo tão inteiriçado e dorido com o frio, que se dei- os trapos, que se deitam á rua, andam sempre á espreita
xou outra vez estar como estava. Compadecido da fra- dos cães quando são bonitos, para vendel-os, e quando
queza do menino, teve o cão a industria de ajudal-o. Che- são feios, para aproveitar-lhes as pelles. E' por este mo-
gou-se para bem perto delle, deitou-se com a barriga no tivo que os cães conhecem de longe os farrapeiros e far-
chão, e convidou-o com um ar expressivo a subir ás suas rapeiras, e saltam-lhes ás pernas por toda parte onde os
costas. Sobe-se o menino arrastando-se conforme poude. encontram.
O animal benéfico o leva com a maior attenção ao hos- Uma dessas mulheres furtou, em casa de um ten-
pitai, onde lhe deram todos os auxílios de que necessitava. deito, um cão de mama. Estava a mãe ausente, e quan-
O mesmo praticam os cães do Monte de São Bernardo, do veiu e se inteirbu da falta de seu cachorro, já a far-
ensinados pelos anachoretas que nelle moram. rapeira estava longe; mas como a cadella tivesse bom
faro, foi-lhe no ejicalço e achou-a num logar escuso a
0 CAO DO CONTRABANDISTA ligar o cachorrinho.
Não se atreveu a cadella a chegar ao pé, mas pOz-se
Quem poderia imaginar que um cão fez com que a ladrar-lhe de longe com a força que lhe dava a deses-
um homem ganhasse mais de tresentos francos ? E com- peração e o natural instincto, com o que acudiram logo
tudo assim aconteceu como passamos a referir. muitos cães. Vendo-se acossada delles, ergueu-se a far-
<fitt& Almanach d'0 TICO-TICO í^^s^Sí7^^

rapeira e armada do gancho, deixando o cãosinho atado Emquanto a farrapeira furiosa se envia aos cães 6
ao pé do cesto em que arrecadava os trapos, correu, após trata de sacrifical-ós á sua vingança, a mãe do cachor-
os podengos. rinho, que estava á espreita, não tendo forças, vale-se
Fugiram estes primeiro, mas voltaram logo, mais en- dum ardil, e deixando seus companheiros guerrear a seu
carniçados, e fizeram-lhe um cerco : úhs lhe mordiam por sabor, faz uma grande volta e, encaminhando-se para
traz nas pernas, outros lhe puxavam pela esfarrapada onde estava o cachorrinho, róe com os dentes a corda com
saia, e esquivando habilmente os golpes do gancho que que estava atado, e, vendo-o litre, volta á toda pressa
bate no chão, fogem ladrando ainda com mais força. com elle para a casa do dono.

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tJ-JMC IIN^Ol/J^O o o o o o A
O FUTURO
O

DIC Hymno escolar

O O O O O O OLAVO BILAC ¦
Vamos fugindo de um passado escuro,
1898, Olavo Bilac e Coelho Netto escreveram, de Pátria querida, ás glorias do Futuro !
"A terra Para teu nome e teu porvir cantar,
EMcollaboração, uma pequena obra intitulada
fluminense" e, fiados em promessas políticas, ajus- Num hymno vasto que o triumpho exprima,
taram-lhe a impressão com o director da Imprensa Na-
Falem.teits campos que o trabalho anima,
cional.
Concluído o trabalho typographico recorreram os dois Teus Verdes montes e teu largo mar !
autores ao então governador do Estado do Rio,' para que;
em cumprimento do que lhes dissera, retirasse os exem- Conduza7 a vossa mocidade.
plares dá officina, distribuindo-os pelas escolas fluminen- Irmãos ! este hymno triumphal !
ses, depois de lhes haver pago a quantia estipulada pelos
Avante em busca da Verdade,
direitos que lhes cabiam.
O governador adiou o negocio. Luz immortal !
Passaram-se mezes e, um dia, Bilac, procurando Coe-
lho Netto, communicou-lhe que a "Terra", que haviam A mocidade é como a primavera :
amanhado com tanto carinho, ia ser vendida a peso para Abre-se em flores, e o futuro espera...
indemnisação dos cofres públicos.
A mocidade é da esperança irman !
Que fazer ?
Tentaram salvar alguma coisa, e conseguiram, obtendo, A nova Pátria vive em nossos peitos :
cada um dos autores um exemplar como lembrança do Das flores de hoje hão de sahir perfeitos,
"Terra Fluminense"
que haviam feito. E nessa quantos Os fructos de air.anhan !
castellos edificaram elles !
Do livro dizem elles no prefacio : "Não conseguimos,
Conduza a vossa mocidade, etc.
por certo, apresentar um trabalho perfeito. Mas anima-
nos a convicção de que não poupamos esforços para es-
A mocidade é como as nebulosas,
crever um livro original, em que a creança encontrará,
summariamente indicadas, toda a vida política, toda a Que, cm confusão, nas amplidões radiosas,
vida moral e toda a vida commercial da Terra Fluminense. Guardam milhões de estrellas, a dormir...
Neste livro a'Historia c a Fantasia andam tinidas; e pro-
curamos aproveitar os assumptos, de maneira que pudes- Sahirão do teu seio, ó mocidade,
sem elles interessar, não somente a intelligencia, mas tam- O' nebulosa de uma nova idade,
bem o coração das creanças." Os astros do porvir.
É' de tal livro, que não chegou a circular, o inédito,
que publicamos,.do grande, poeta, da Tarde. Eil-o : Conduza a vossa mocidade, etc.

O'chefe dos famosos trinta e três


orrentaes-, general' D. Juari LaValleja,
morreu em Montevidéo a 22 de Outu-
bro de 1852. ;
¦
-—-

Durante muitos annos, usou-se na


Escòssia gravar na lage do túmulo o
emblema do officio que em vida se
seguia.
Vendeu-se recentemente, em Mel--
liourne,' por 1.475.900 francos, um pe- *tz*f&èHetsi
daço de terreno que em 1837 valia ape-
na's 375 francos! UMA FAM1TJA FELIZ — Cinco gatos satisfeitos da vida
: «^í^íV»^^^ Almanaeh d'0 TICO-TICO ***^
paragens á casa paterna, trazen-
O mendigo do a felicidade e a abastança.
Palpitante de alegria, acordou JL espiral
e sentiu! um estranho rumor.
A porta, correndo nos gonzos (PASSATEMPO)
, 'UMA
tf miserável palhoça que enferrujados, abriu-se. Se o leitor se quizer dar ao incom-
"nomeio, quasi não se sustinha em pé, De repente, sentiu grossas la- modo de collocar esta pagina hori-
de um deserto capinzal, zontalmente e de lhe dar certo movi-
morava um ancião. grimas cahirem-lhe no rosto.
Era o filho que ali estava. Era mento de rotação (o mais fácil e vi-
Quasi cego e bastante enfermo, elle que havia sido tão ingrato... sivel é da esquerda para a direita, no
nãu podendo trabalhar, sahia de e abraçaram-se dempradamente. sentido em que se movem os pon-
casa ainda de madrugada e. a Dahi em deante a alegria vol- teiros do relógio), verá como a çspi-
um lado da estrada da aldeia, tou. O velho não precisou mais rãl aqui desenhada começa a dar
postava-se, implorando á . cari- de esmolar, pois o sonho tornou- voltas, ou antes, como parece que as
clade. se realidade. dá, pois, bem entendido, que se trata
Certo dia, como dê costume, E desse dia em diante viveram simplesmente de uma illusão óptica.
sahiü de casa, pára ãquella faina na mais doce harmonia.
diária. Naquelle dia não foi fe-
íiz, pois as raras pessoas que por JOÃO QUEIROZ DE FREITAS
ali passavam olhavam-n'o des-
denhosamente, quando dizia :
' liua esmolinha
pelo amor de Figurinos para o Carnaval
Deus-'..
A' tarde, curliudo, tristonho O Almanaeh d'0 Tico-Tico offerecc
frio. e fome. caminhava lenta-
aos seus leitores uma
primorosa pagina
monte para casa, quando ouviu
de figurinos para o próxima Carnaval.
do..arraial .soar na capoilinha o i

loque de Ave-Maria. . . Os modelos são lindíssimos e represen-


tam, na ordem em que se alinham, um
Todavia, não foi por esse motivo,
Ajoelhou-se e dirigiu uma fer-
vorosa prece ao poderoso Senhor Fidalgo romano, do tempo de Nero; Amor que .çollocámos aqui a espiral em
questão. O nosso fim é propor aos
para que o não abandonasse. Perfeito, Sinbad. o marujo ; M-rcadora leitores um problema de desenho.
Depois continuou o caminho. de Violetas, Rainha das Borboletas, Esr Toda a gente (ou pelo menos toda
Chegando á choupana, encostou trc.la d'Alva, Valete de Copas, Toureiro, a gente que desenha) sabe que é bas:
a-porta e, deitando-se n"um mon- Príncipe Danilo, Arvore' de Natal, Trevo tante difficü" traçar uma espiral.
te de palhas, dormiu. e Girl americana. Ora, do qüe nós tratamos é simples-
- -O ancião tinha um filho que lhe mente,' de desenhar uma espiral, co-
havia sido ingrato. mo a da gravura, sem mais utensílios
.Certo dia, deixando o pae do- de desenho do que o papel e um vul-
ente. sahiu de casa e ^foi para VIDA INFANTIL gar compasso munido do seu porta-
longe em busca de riqueza lápis. Procure o leitor canse-
e felicidade. guil-o, e diga-nos como proce-
• (> velho,: sonhando,: via que¦ •::~ deu, porque, no fim de contas,
o filho chegava de longes- a.solução do.caso não édif-fkil.

jhWkL
^P^B ^F^V^NI&^J . *wÊ

^m ^^m m {. *^*^*M ¦"'^^H


b^ MM ^Ê/~ W^íí- *«w;

Graça Pereira deOliveira, filha Sylla, Semiramis e Georgie, dilectos filhos Carlos ií IJlian, filhinhos do sr.
Machado Pereira capitão-tenente Frederico Soleda-
do sr. Roberto do sr. coronel Alberto Rodrigues dos San- de, commandante da Escola de
de Oliveira. tos, negociante em Recife. Apr: Marinheiros a\; Paranaguá.

*ZZ&SV&&&&&&^^
ííWí* Almanach d'0 TICO-TICO *£S££A£s«^^

MINH\ FILHA de pedir-lhe um real com que DÍ0CÍ0narÍ0 de tailtílS.a


-
pudesse matar a fome. O ava-
Soam trindades... vem ó minha filha,
rento rtegflu-.se a emprestar. Tigre — animal feroz que e
Tempos depois, rebentou uma rio da Turquia.
Adormecer aqui no meu regaço,
Granadas cruzavam nos lenha
Deixa os brinquedos, vem. que já rebrilha. guerra. Tição negro. que
ares. destruindo tudo do avaren- queimada.
l"ma estrellinha a arder, no azul do espaço.
Io. 1'mquaiito o sábio ficava são Matriz — Igreja, que é filial.
F, ella acorre, alegre, pequenina. e salvo, Mestra abelha, que è pro-
Dando-me beijos, que me fazem bem: MOACYR CARDOSO (11 annos) fessona.
A natureza è plácida, e, em surdina. Ré - nota da musica, que é
Pipitam grillos. pelei matto, além... çondemnada.
—"Olhe, mama. você conta uma historia i
ÁLBUM DA INFÂNCIA Lúcio — homem, que é peixe.
—" Conto, sim, meu amor : eu já começo
Alda -- mulher, que é medida.
Homba — explosivo que é de
E, nesse instante, acóde-me á memória
água e onde se toma malte.
Apenas nina historia que eu conheço.
Vaso de guerra, onde põem
A cabecita, no meu hombro pousa, flores.
Com a alma ingênua a palpitar na minha Marta —- quadrúpede, que é
E ea principio sempre a mesma cousa. lago da America,.
—" Fira uma vez a dona Baratinha.
Marina — mulher, que é porto
Que foi dar um passeio no jardim. da Nova Granada.
Um baratão que a viu, apaixonado... Mascate - vendedor ambulan-
—" Era linda mama ? le. que é cidade da Arábia.
— " Assim, assim "
Álpacá quadrúpede, que é te-
Poz-se também a passeiar ao lado... cido.
E deste" modo a historia continua Bonds — titulo de divida, que
Dizendo phantasias que vão dar é carro.
Num casamento em que a madrinha é a Margarida — mulher e flor.
Lua, que é ave.
E em que uma folha é o singelo altar. Hermantina de Barros, applicada alumna ,Móra - - sobrenome que é re-
da Escola Nilo Peçanha". nesta capital sidencia e cidade da Hespanha.
Mas minha filha a pouco e pouco dorme,
Enlanguecida ipor um somno denso; Morena — cadeia de monta-
Brilham estrellas pela esphera enorme. SAI! 11ADK nhas, que não é clara.
E. emquanto sonha, eu absorta penso. Olinda - mulher, que é cidade
Visitando ura .acampamento de ,jP pernambuco.
Como o meu coração é ninho de ave. manobras, tive oceasião de apre- ..„. ,.,. - a melhor revis-
Como a vida tem graça e tem enleio. ciar a alegria e o garbo que exis
Ia que vôa.
Quando, ao luar,'bem pura e bem suave, tem entre OS jovens soldados^do
Posso ter a innocencia junto ao seio. nosso.valoroso exercito. Percor- VICTOR da cunha MORA
rendo as diversas barracas onde
(Enviado pela menina Carmen Pauliuo ]
uns palestravam alegremente e
A SECCA
outros jogavam, numa dellas.
sentado no chão com as pernas Transposição do soneto : "A sec-
Um'castigo bem mereci:o entrelaçadas e uma earabina na ca" de D. Mangarmos.
mão, estava um joVen de vinte Apresenta-nos um espectaculo mui-
Residia numa pequena aldeia ahnos, moreno, cheio de corpo,
um velho avarento, que tinha ,ie cabellos e olhos pretos; em to triste essas regiões queimadas pe-
Ia secca !
por visinho um sábio. 0 avaren- dado momento cm que limpava Nesse logar só se nota melanco-
to levava toda vida a contar o seu a arrma. largou-a e, introduzindo
,; tristez3i miserja e tortUfa Q
rico ouro, no goso tios seus mi- a mao rapidamente no bolso, re-
Ihões; se lhe batia um mendigo tirou um céo apresenta-se muito claro, dum
retraio e. le- brilho forte como um metal reluzen-
a porta, procurando uma. dormi- vando aos pequeno lábios" serenamenle. te: nada nelle se
da. um pouco de comida, ou um exclamou : percebe : nem uma
vintém com que pudesse matar "Minha velha e nuvem, nem um pássaro voando !
querida As montanhas nuas pela chamma
a fome dos filhinhos, emfim. mãe" -- e volvendo os olhos para
uma esmola, ellé mandava agar- 0 horizonte duas crvstalinas la- esbrasiada do sol, as pastagens re-
rar o pobre e dar-lhe uma grande queimadas, as arvores completamen-
grimas lhe rolaram'pelas faces, *™ folhas' Parecem grfr uma
logar do que irmã pe- , £
dido. Já o sábio não era assim : (|!u mò'riá aos espaços afogueira
bláspbeima dos.
tinha um bom coração, dividia Hello
gesto dé um filho, que E' nesse terreno completamente
suas parcas economias com os em hora de descanço se recorda
seccb (|iie encontramos homens e
pobres, de modo que o que n mão com saudades dé sua velha e mortos, pela horrenda secca.
direita dava a esquerda não sabia, querida mãe. çrean.çaé
dizia comsigo, a rir, que o sa- e a pallida e serena lua surgia I'"' riêsse logar terrível que estão
e
bio é mais rico do que o avarento. iiluminando aquelle morrendo, sem recursos, os nossos
quadro ma- irmãos cearenses !
Uma vez estando o sábio ne- gestoso e bello.
ccssilado, foi. ao avarento, afim PETIT BLEU Philemon Lores Amador
QALBRIA JNFAXJTIL j

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TESESBi A <

Martha Marabá, applicada alumna do Collegio da Maria do Carmo Carneiro da Cunha, gentil filhinha
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Sagrada Família de Nictheroy. do Coronel Francisco Xavier Carneiro da Cunha. V

E^LaéBBBBBt "¦¦1 <

'oíc' Marianno Netto, filhinho do Dr. José Marianno. Lupe, Laura e Gigina, galantes filhinhas do Dr. Caio >J
director do Horto Florestal. Carneiro da Cunha. <(
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ww Almanach d'0 TICO-TICO *í&&&Z&&&:&&^^

<|> vestido de rendas da ^rincezínfia Sorôoíefa


Ia casar a princezinha Borboleta ao entrar a Primavera. Fizeram-se então encommendas para a Europa. Vieram
Imaginem que reboliço não era aquelle no brilhante e rendas de toda a casta, as mais lindas, as mais leves; as mais
irrequieto Principado dos insectos d'azas. caras. Nenhuma se approximava da renda sonhada pela ca-
As cabeças ferviam. Nas rodas elegantes, nas finas ro- prichosa.
das do mundanismo do Principado, havia mais de um me? Os chefes das casas de airmarinhos quasi enlouqueceram.
que se não falava noutra cousa. Os seres femininos vão até ao sacrifício com as suas
Um caso sensacional aquelle casamento ! Os alfaiates frivolidades. A princezinha bateu o pé :
não acceitavam mais encommendas; as modistas trabalhavam Não me caso emquanto não tiver um vestido a meu
noite e dia para dar conta das suas. Nos armarinhos havia gosto.
policia á porta para regularisar a entrada e a sahida da fre- Vieram tecedores de renda até do fim do mundo. Não
guezia; os ourives mais afamados cinzelavam jóias custosis- houve um tecido que agradasse áquella cabecinha louca.
simas que iam ser offerecidas á noiva. Um acontecimento ! A Primavera entrou, a Primavera sahiu, entraram e sa-
Só de jóias a princezinha ia ter na sua corbeilíe uma hiram muitas Primaveras e nada da princezinha casar.
fortuna. O Pyrilampo, que era quem possuía as pedras mais
* *
raras do Principado, ia dar-lhe um diamante fabulosamente Um dia appaieceu no Principado a figura exótica da
luminoso, que apagava e aocendia na escuridão. As Abelhas, Aranha. Vinha offerecer-se para fazer a magnifica peça
ao que noticiavam as chronicas mundanas, pretendiam servir de renda que a princezinha imaginara.
á mesa de noivado uns favos de um Uma troça em toda a parte. Pois
mel maravilhoso que ellas tinham se os grandes tecedores de rendas
conseguido extrahir das flores. da Europa e do Oriente não se ti-
ÁLBUM DA INFÂNCIA nham approximado siquer do que
Até 03 passarinhos, que viviam
em guerra com o Principado. co- sonhara a menina, como ia aquella
mendo os insectos que lhes cahiam pobre diabo, desagaítada, troncha.
no bico, esperavam a festa com o sem nenhuma expressão de delica-
mesmo ardor que o povo da prin- deza e bom gosto, produzir o fulgu-
cezinha. rante trabalho d'arte que a Borbole-
O Canário, o mais alegre de to- ta fantasiara para o seu dia de noi-
dos, tomara um professor de canto i vado ? 1
paira adestrar-se numa ária alluci- A curiosidade feminina não se
nante, com que ia estreiar-se nos contém. Apezar de tudo a prince-
salões de sua alteza. O Rouxinol e zinha quiz experimentar a Aranha.
o Sabiá desappareceram da circu- A mais alta gente do palácio re-
lação e viviam agora no fundo dos uniu-se para assistir o trabalho da
bosques, a estudar gorgeios impres- tecedcsra.
sionantes. O Beija-Flor, ao ter no- Foi no parque do palácio da prin-
ticia do mel que as Abelhas desço- cezinha que a Aranha aromu o seu
briram, andava nos jardins, de co- tear. E, mal começou o trabalho, a
irolla em corolla, a ver se distillava Borboleta saltou de contente, ba-
das irosas um outro mel maravilhoso. tendo, palmas e gritando :
Já os jornaes da elegância come- — E' isso 1 é isso mesmo I
cavam a dar informações das toi-
lettes. As mariposas, as melindrosas Era uma renda assim, com aquel-
mais .festejadas, tinham contratado le fio quasi intangível, com aquíüa
um batalhão de modistas para dar- delicadeza milagrosa que ella so-
lhes um talhe original as azinhas in- nhara para o seu vestido de nupcias
quietas. As Cigarras, as mais bohe- A Aranha continuou a trabalhar.
mias das moças conhecidas, que não As suas patinhas mexiam-se, mexia-
sahiam das avenidas e dos parques, se-lhe o corpo todo e, a cada movi-
mesmo quando o sol escaldava, sem- mento, um pedaço de renda appa-
pre a cantar como se a vida fosse Tecia, falseando ínaravólhosament-J
uma eterna festa, iam estreiar um ao sol.
vestido cor de ouro. com irisações Á> A princezinha não se continha, a
esverdeadas. Os Gafanhotos manda Ernesto, Léa e José, filhos do Sr. José Lobo, esvoejar, a bater palmas, gritando :
ram ao alfaiate o figurino bizarro residentes em Curityba Bravos ! bravos I
de um vestuário todo verde. Os Be- <l Mas uma rajada de vento veiu e
souros, segundo a noticia de uma re- quebrou uns fios. A princezinha re-
vista da alta roda, acabavam de contratar desenhistas lau- bentou num pranto. Todos vieram consolal-a. veiu a Ara-
rtados para lhes colorir as azas. nha também. Aquillo 'se concertava, bastava emendar os
Ia ser um successo o casamento da princezinha I fios quebrados.
* * * Não ! não ! não I
Mas uma noticia estalou 110 Principado, como um tro- Não queria remendos naquelle trabalho prodigioso. Que
vàô, O casamento da princezinha não seria mais á entrada se começasse de novo 1
da Primavelra. Foi começado. E estava a renda quasi prompta quando
Foi uma revolução. As Abelhas fizeram um "zum-zum" outro sopro de vento a desmanchou. Foi preciso recomeçar.
dos diabos, lastimando o mel que se ia azedar com a trans- De novo tuna rajada de ventania.
ferencia da festa. Os Besourinhos andavam pelos chás a Mudou-se o tear para um salão, do palácio e a tecedora
mostrar o receio de que a pintura de suas azas se apagasse trabalhou de janellas fechadas. Mas, no outro dia de manhã,
antes do casamento da princezinha. um creado que não sabia do tear, vindo espanar o salão,
A Vespa, sempre venenosa, enterrava aqui, ali o ferrão at rebentou a renda toda.
da intriga, inventando umas historias em que se comprehen- Mudou-se de logar. Um outro creado desastrado inuti-
diam que a transferencia não era mais do que o resultado de lisou tudo.
um arrufo entre a Borboleta e o noivo. * *
Mas porque arte do diabo a princezinha adiava o casa- E até hoje a Aranha vive daqui p'ra ali, sem concluir a
mento ? renda do vestido da princezinha. Quando está a terminar a
Um capricho feminino, um capricho absurdo de menina obra surprehendente lá vem um golpe de vento, lá vem um
voluntariosa. criado, uma creança, um diabo qualquer estragar o serviço.
Dera-lhe na sua cabecinha tonta que o seu vestido de A princezinha teima em não querer remendos...
noivado devia ser de uma certa c estranha renda que a sua E assim está a Aranha, desde o começo do mundo, a te-
fantasia concebera. cer, a tecer, por toda a eternidade.
A tal renda foi procurada por todo o Principado. Não
havia. VI RI ATO CORRÊA
As roupas de Bébé e seu irmão (Pagina de armar)

Nota — Os bonecos devem ser collados


em papelão e as roupas em papel-cartão.
A. FRIMKrELJL CAÇADA

Alberto, o mais velho, reflectlu :


Foram depois para defronte do espelho, ^^•^^^
Se é somente por bigodes, nâo será A floresta é próxima. Equipados do me-
difflcll arranjal-os ! eollocaram os bigodes orgulhosamente. Ihor modo, de bolsa com ...perseguem, lá na floresta, um veado,
O pae de Alberto e Dloço partiu .. .o pae dissera-lhes que só seriam Com taes bigodes —; disse Alberto — sere- gulodices, oar-
admittidos nas cagadas quando tives- B os dois meninos confeccionaram logo tem para a caçada. Ha que. arredio. cança os bellos cães que o
para uma bella caçada na floresta mos recebidos na caçada. quasi duas horas acutllam Os dois meninos entram na fio-
visinha. Os meninos quizeram acom- sem bigodes-. A resposta conster- bastos bigodes de estopa molhada em tin- que os caçadores...
nou-o». ta preta. resta. Estão Indecisos. Para que lado
panhal-o, manifestando desejos de tomar ?
seguil-o, mas...

Ouvem o som da trombeta, que parece ... que chegam a um logar onde ha
vir da esquerda. Caminham para ahi. Mas Começam então a desorientar-se. — Si- Depois avançam. Nâo ouvem ruído ai-
— 6 decepção ! — um instante depois a quatro caminhos. Qual delles tomar ? — Estão com fome, sentam e comem as Cáe a noite. Os caçadoaes retiraram-se,
gamos sempre a mesma dlrecção ! — dls- gum. A floresta está silenciosa. De vez cançados. Passaram todo o dia a perseguir
trombeta resôa a direita, longínqua. Pou- se Dlogo com importância. E seguem sem- E' melhor voltarmos ! — propõe, me- em quando um animal foge entre as gulodices que 'trouxeram. O sol vae se
droso, Alberto. Mas, por onde voltar, hervas. Estão com medo... Que horaa escondendo por entre a ramarla da fio- um veado que, ferido embora, fugira. Os
co a pouco enfraquece, até que se ex- pre o caminho até... se não conhecem mais o caminho ? resta. caçadores foram jantar em casa do
tingue o som da buzina. são ? Não sabem. pae
dos meninos.

$8i&jé&
' Estes, tremendo . .um galope desordenado. Um lobo, tal- . Reanlmados, Jdescem d& arvore. Nésee
de mfcdo, vendo ahimaes Sobem á grande arvore e procuram des- ... immovels. Quando amanhece, elfcs our Seu j>ae, Teprjehendeu os severamente. Para
ferozes por todos os lados, lembram-se de cansar. Nem um tiem outro, porém, dor- vez, attrahido pelo cheiro da carne huma- sam olhar para baixo, para o lobo, » vim momento, pagens cruzam a floresta, pro- a estréa de uma caçada —pensam elles —
subir a uma arvore, afim de se defende- me: estão de ouvfdo attento aos menores na. O animal cáe junto ao tronco de arvo- um animal coberto d« sangue. E' o veado, curando-os. Encontram-os,, afinal e condu- a «ventura foi brilhante, mas juraram min-
rem dos lobos. ruidos. Por volta d? mela noite, ouvem... res. Deve ser o lobo. Os meninos ficam... ferido pelos caçadores, que vem cahir ali. zem-os á casa, juntamente com o veado.- ca mais desobedecer ã vontade paterna.
I
A MORINGUE DA PRINCEZA

A bella Cravina, rica princeza hin- Na verdade, Sivala era uma hypocrita, quc agia desse
dú, tinha, entre suas servas, uma jo- modo na esperança de tornar-se rica. A princeza disse-lhe
ven chamada Sivala, que a cercava um dia deante da corte:— Sivala, quero recompensar teu
de cuidados e parecia estimal-a devotamento, que desejas possuir ?
muito.

cara princeza ! C^
KlA^Q>1^&W&&ÊÈmMtm — A amizade de minha jjjjr
- respondeu ella. — Dar-te-ei, no en-
.tanto, um pequeno presente —¦¦ respondeu
Cravina, dando ordens a uma serva. Esta afastou-se, voltando pouco depois e
trazendo um moringue de barro ordina-
rio.

—Fiz uso deste moringue muito tempo


— disse a princeza — e estou certa de que Intimamente, porém, estava furiosa. E dispunha-se a i quebrar o moringue,
a guardarás como preciosa lembrança ! F,m casa, colérica, ante a senhoria, dis-
quando a senhoria pediu que lh'o desse,
Sivala recebeu o moringue, affeotando se : — Acredita sem duvida a prince-
za, que vou usar objecto tão grosseiro ! pois que ella a venderia. — Poii leva-a I
ore fundo reconhecimento. — disse Sivala.
(Cmtinüa)
VIDA DE UM GATO CONTADA POR ELLE PRÓPRIO

Eu sou o cagula dos Minha mâe levou-me Achou-me "engraça-


meus sete irmãos o um dia a presenga da dinho". De facto eu
passei os meus primei- sua dona, que pare- erà bastante gentil e
ros dias de vida na ceu bastante surpresa fui logo adorado pela
obscurldade do fundo e contente por me ver. meiga Zlzi, filha mais
^'^sXiSÉSrr de uma ces tinha. moça de minha dona,
— Meus pães sâo po- com a qual
bres, mas multo honestos passava to-
do o dia.
e caprichosos, Incapazes
até de encostar a pon-
ta da língua num assa-
do que, por esquoclmen-
to, fique sobre a mesa.

Quando, cangada de brincar commigo, Meus pães enslnavam-me


Zizi adormecia, eu ia inspeccionár todos a cantar canções & Lua e Seus conselhos, no entanto, longe de
os recantos da casa, & procura de ratos, minha máe sobretudo acon- interessar o meu instincto, fatigavam-me,
que fugiam ao me verem. selhava-me a descobrir bu- entediavam-me bastante, porque eu...
raco» de ratos.

... preferia correr atraz dos pintinhos Sim, porque a m&e dos gansozinhos, em Quando cresci, adquiri um talento ex>
e gamjozinhos no gallinheiro, embora tal represália, "ferrava-me" o bico a cauda cepcjonal \ Bsvaslava os pratos de comi-
divertimento redundasse, as vezes, em e não a deixava, não obstante meus mia- da,com destreza admirável!
soffrimento para mim. dos repetidos.

quando a vassoura da cozi- ... de uma ratoeira. A


Este 'talento, no entanto, não _>S/"*^ nhelra me eriçava muitas vezes, a
era. apreciado por todo o mun- .jffSâi lição, porém, aproveitei-a :
contragosto, o pêllo. A phase mais curel-ms da gulodice e tor-
do eu acabei reconhecendo ^OC?^aP^ triste da minha vida foi quando es-
também a sua fraqueza... ^ite r*WB£>l nei-me O modelo, dos gatos
capei de morrer por ter comido o educados.
"* -- toucinho envenenado...
""-¦5";
-—w—fcü ¦ ^ ¦»a;iar»<>ÜlJHlil' WB!" irr
!~t,::
^Gp
CONTG DO NATAL
No sopé da montanha onde estava situada aquella magestosa mora-
dia da familia Aragoem, existia uma humilde choupana onde uma pequena
familia de aggregados se abrigava.
t
No velho castello de Aragoem, em França, de que hoje só restam rui-
nas, .vivia uma familia rica, em cujas veias corria o sangue da nobreza

Olinda, menina orgulhosa e má, era filha do dono daquellas terras


soberbas, daquellas vastas pastagens e trigaes sem cortta, o visconde de
Aragoem.
Mais ou menos da mesma idade, Maria, 't-- —j=z?
creança caridosa e humilde, habitava com J
seus pães, a quem ajudava nos trabalhos do-
mestiços, a cabana do sopé da
montanha.
O visconde de Aragoem,
homem rico e bondoso, teve noticias pela governante de sua filha, que
'Olinda era orgulhosa e desapiedada. O pae de Olinda ficou tristíssimo
com essa revelação, mas duvidou do gênio de sua filha, que, pára elle pa-
recia exemplar. Resolveu tentar uma prova.
Na tarde da véspera de Natal, na estrada que ia ter ao castello, OIT
divertia-se em destruir flores, emquanto, mais adeante, Maria colhia ca-
rinhosamente bellas florinhas com que iria ornar o modesto presepe ar-
mado por seus pães em sua casita.
Um velho andrajoso, de longas barbas brancas, passava nesse instante
pela estrada. Chegando defronte de Olinda, estendeu-lhe a mão supplicanfe,
pedindo uma esmola com que pudesse mitigar a fome.
Olinda, má e orgulhosa, enxotou-o com palavras injuriosas e repellen-
tes. O velho, jnaguado com o procedimento da menina, continuou triste
e lentamente o seu caminho. Não havia dado muitos passos, quando encontrou Maria que, ad-
mirada da scena que se passara não longe de si, parára de colher florinhas.
O homem de longas barbas brancas, então, parando defronte delia, repetiu-lhe as mes-
mas palavras. ,
Maria, compadecida, convidou o pobre velho a ir á sua casinha, onde certamente lhe
arranjaria alguma cousa com que lhe suavisasse o soffrinientc.
O homem, satisfeito visivelmente, falou ás duas meninas :
— Eu sou "Papá-Noel". Desci hoje á terra para experimentar as cre-
ancas a quem amanhã darei doces e brinquedos.
Agora vejo que nem todas
merecem presentes.
As orgulhosas e más, as
que íepellem injuriosamente os ri I
necessitados quando os podem
y^ ""acolher,
não são dignas da mi-
nha estima e da estima do Deus
Menino".
Dahi a instante, o velho
desapparecia na encosta da-
montanha. No outro dia, aos repicado^sons festivos do Natal, Olinda pu-
lou da cama e dirigiu-se aos seus sapatinhos que havia deixado atraz de
os deixara. ,
uma porta. Encontrou-os vasios como "Papá-Noel",
Olinda, recordando as palavras de chorou muito, promet-
tendo regenerar-se. tò- j j^Jljj'A ]Y\
Ao mesrno tempo, lá em baixo, na cabana humilde, Mana expandia-se "bon-
alegremente ao encontrar seus sapatinhos cheios de brinquedos e
bons".
Aquelle velho que na véspera do Natal apparecera ás duas meninas era o próprio pae de Olinda, que fora
tentar a experiência que promettera.
Foi o visconde de Aragoem quem, para castigar o gênio da filha, tirou-lhe os presentes do Natal daquelle anno
e os accumulou nos sapatinhos de Maria para recompensar-lhe a acção bondosa do dia anterior.
"Papá-Noel" e sob os conselhos
Olinda, meditando sobre as palavras de de
seus pães, tornou-se uma menina bondosa e delicada, prompta a acolher outro ^"ir~g_
"Papá-Ncel" apparecesse...
que

(JL*»*!^ '"¦
-^Q^wtfl
¦ -¦*,:¦ . , filiai. li|'"l—gl»Wi
A MORINGUE DA PRINCEZA -—-,,

A velha senhoria foi ao mercado e ven- Terminada a Compra, a menina foi-se Temendo_ ser castigada, poz-sc a cho-
deu o moringue a uma mennia muito po- embora e, ao passar por uma fonte, quii rar e Meridjé, jovén operaria que passa-
bre, a quem a tia mandara comprar jus- encher o moringue. Qual não foi seu es- va, indagou a causa de suas lagrimas. A
tamente um moringue. panto quando verificou que o moringue menina contou-lhe o facto.
vasava toda a água !
f%

— Concertarei este moringue 1 — dizia


"A-
ellâ, examinando, attentamente, o objecto, pessoa que ler estas palavras darei
Meridjé era orphã, muito pdbre, mas cujo fundo percebeu a joven ser falso. 5.000 moedas de ouro — Cravina". Lou-
muito bondosa. Reembolsou a imenina do Tirando-o geitosamente, Meridjé viu so- ca de alegria, correu ao palácio e contou
dwiheiro que gastara e levou comsigo o bre elle gravada a inscripção seguinte : á princeza o que se passara. Crãvina man-
moringue. dou chamar Si vala.

— Que fizeste da lembrança que te dei ?


— perguntou ella. — Guardo-a commigo, __ ^nscrtpçao e possuinas a recompen- . recebeu as cinçq mil moedas e, a pe-
sá que a ti destinava. A providencia per- dido da princeza ficou substituindo Sivala
Aheza 1 — respondeu Si vala. Mas Cra- mittiü que o prêmio cahisse em mãos de no palácio.-Meridjé, rica então, tomou sob
vina confundiu-a : — Se a guardajscs te- quem, mais do que tu, é merecedora dcllc sua protecção a pobre menina a quem com-
rias descoberto a... Meridjé.. prara o moringue
F5ZS25Z515a5H5íSH5125252SZ5ESE5Z525Z5Z5Z5E5r5^ d'0 TICO-TICO SSSdSHg

/* GLPR.tt
Convocados pelo tamanduá ajuntaram-se na baixeza tamanha e o macaco, que mais de per-
clareira todos os animaes da floresta e já come- to examinara o estygma de que tanto se ufa-
cavam a impacientar-se com a demora de quem, nava o companheiro, disse-lhe :
com tão palavreado convite, os reunira, quando — Honras taes não as quero eu e
por tal
o tamanduá sahiu do ôco de uma arvore coxe- preço prefiro viver entre as palmas seccas de
ando, mas tão orgulhoso de si que nem um tu- uni coqueiro a ter agasalho e fartura na ôoa
xána quando congrega a tribu para proclamar de um chefe. As marcas do servilismo são in-
e guerra. deleveis, como nos logares do corpo, roçados
Era tal a arrogância do bicho formigueiro pela mussurana, nunca mais nascem pellos e
que as próprias onças, sempre orgulhosas, af- ficam para sempre, em manchas.
Pastaram-se abrindo-lhe jj-k Mostras com orgulho li
caminho. que devias esconder çnm
Subindo, então, para vexame, porque affron-
ri 11111 girau que levantara. Ias. lauto avilta a que fa/
aSs,
o tamanduá cumprimen- um apegana humilde
loii para a direita e para como a que imprime um
a esquerda e disse em tuxána que commande
voz sonora de empáfia : tantos arcos quantos são
M e u s amigos, as estrellas do céo.
convoquei-os para esta Quizeste, soberbamen-
reunião afim de mos- te, humilhar-nos com a
trár-vos um sei Io de glo- tua intimidade com uni
ria para a nossa raça. tuxána e apenas conse-
Tenho-o aqui na perna, feito pela mussurana guiste provar que foste escravo.
do tuxána, em, cuja companhia passei muitas Para honra dos tamanduás, melhor seria
luas, habitando com elle na mesma óca, dor- que escondesses essa vergonha. Vincos de mus-
mindo debaixo da sua rede. surana são mostras de eaptiveiro.
Os que nunca tiveram a ventura de ver de De que te vale haveres habitado a óca de um
perto o senhor dos homens podem, graças á tuxána, se tens no corpo o signal da corda da es-
minha generosidade, admirar no meu corpo o cravidão ? E' melhor viver na floresta com o cor-
vestígio da sua força temida. Eil-o aqui ! po limpo a andar em corte marcado de vilania!
È, estendendo a perna esfolada, mostrou o Dizendo palavras taes o macaco
pulou do
lanho que nella fizera o arrocho do eaptiveiro. girau e os animaes romperam em estrondosa vaia
Kntreolharam-se os animaes pasmados de ao ridículo tamanduá.
I OKI,lio NKTTO.
>S> { T">o livro J't>itonhtba í

mT^%m^ fi V«

W»VlW/iw*\*l.» -^* ««.lul •» *'¦'/"'•*' v*a»( , —, k»\»AtN "Ji-AtlMílU!

gHSaSHSH5ESHSSHSBSZ5a5rL5BSESHSHSSSHSBSESHSHSZSl
P-SESESBAlinanach d'0 TIC0-TIC0 5Hn53ê^5H5ê5ê^E5E5ESeS25d5d^Z5Z5ê3d^Ç^^
0<Z>*Z><2>n ASTRONOMIA D^^^D ÁLBUM DA INFÂNCIA mensões reduzidas, que revelam algu-
mas vezes a sua existência, perfilando-
| UMA SEGUNDA LUA \ se sobre o Sol ; pequenos astros errati-
cos, velhos fragmentos de mundos ou
de planetas quebrados, gottas da matéria
Ha tempos, os jornaes estrangeiros primitiva da nebulosa solar, captadas
annunciaram que um astrônomo de Mu- pela Terra, ou mesmo pela Lua. A idéa
nich, chamado Waltmath, tinha desço- de novos satellites, em geral itwisiveis,
lierto um segundo satellite á Terra, uma é muito admissível. O espaço está sul-
segunda Lua. Os leitores sorriram com cado por corpusculos ; quando a Terra
a noticia, e, pouco depois, esta cahiu os apanha na passagem, vêmol-os sob
em esquecimento. Ora, é perfeitamente a forma de bolidos e de aerolithos. Mas
exacto que Waltmath observou sobre poderá succeder, que certas massas mais
o Sol um ponto negro, que levou mais importantes tenham conservado o seu
de uma hora a atravessar o disco. O as- movimento parcial e girem em torno da
tronomo calculou approximativamente, Terra á semelhança de verdadeiros sa-
os elementos desse ponto: duração da tellites. Não têm os outros planetas va-
revolução, excentricidade, distancia mé- rias Luas, algumas das quaes só foram
dia á Terra, etc. Esta distancia seria descobertas no meado do século decor-
pouco mais ou menos de 161 raios ter- rido (XIX), e outras, como os satel-
restres, sendo, como se sabe, de 61 raios lites ou Luas de Marte, e os novos sa-
a distancia da Lua. O diâmetro do novo tellites ou Luas de Júpiter e de Satur-
astro deveria ter 700 kilometros ; e a no, em annos muito recentes ?
sua massa deveria andar por i|8o da da * * *
Lua. A distribuição dos astros no nosso
Segundo o calculo, o astro devia pas- systema solar parece obedecer a uma
sar á vista da Terra, em 3 de Feverei- lei ; não é arbitraria a distancia dos
ro de 1898, e outra vez em 30 de Julho planetas ao Sol. A lei de Bode, ou de
do mesmo anno. Ora, o que é interes- Ticio, verifica-se até Neptuno. De ai-
sante é que, com effeito, a 4 de Feverei- guns annos pára cá, tem-se procurado
ro desse anno, segundo affirmou o as- ligar por formulas mais exactas o agrti-
^Pr******. .7 fi ^r * ISflMf-B
tronomo Brendel, de Griefswald (Po- pamento dos planetas. E Roger, ins-
merania), viu-se perfeitamente umpon- pector geral das minas, em França, con •
to negro atravessar o Sol. O chefe de Anna Luiza Carneiro da Rocha, galante ji- sagrou á questão numerosas memórias,
estação postal Ziegler, e muitas outras Ihinha do Sr. José Carneiro da Bocha, ne- submettidas á Academia das Sciencias,
tinha do Sr. commendador Antônio Jannuzzi.
pessoas observaram, nesse dia 4, a pas- daquelle paiz. Entre outras fez conhe-
sagem de um corpo obscuro sobre o cer uma formula empírica, que dá as
Sol, dirigindo-se para N. O. da ih,ioás distancias dos diversos satellites da
2I1.10 (tempo de Berlim). Esse corpo Terra, no caso em que esses satellites
foi visto um quarto de hora antes da tenham sido realmente produzidos na
sua entrada no disco do Sol, e poude origem dos tempos.
ser acompanhado durante uma hora pro- Sendo de 61 raios terrestres a distan-
ximamentc, depois de sahir do mesmo cia da Lua á Terra, basta para obter
disco. Ora, ignorava-se então a observa- '¦¦'•'-m *" successivamente as distancias, que é pos-
V
ção recente de Waltmath ; e pôde, por sivel attribuir aos satellites mais afãs-
conseguinte, considerara-se como boa a tados de nós, do que a Lua, multiplicar
observação indicada. o numero 61 por 1,62 (coefficicnte que
Mas, tratava-se,do astro já visto pelo desempenha papel predominante na
astrônomo de Munich, 011 de qualquer theoria da formação dos planetas e dos
outro corpusculo celeste ? Haveria sim- satellites). Obtem-se 99, primeira dis-
pies coincidência na data da apparição ? "¦ 9n
tancia de um satellite a descobrir, se
A data do novo apparecimento, annun- ^B JI- elle realmente existe. Depois, multipli-
ciado para o fim de Julho, deveria tirar ca-se este resultado, novamente, por
as duvidas a esse respeito. Infelizmente, 1,62, o que dá um producto de 160 para
essa data passou, não confirmando as um outro satellite a descobrir.
previsões. Ora, facto interessante, 160 raios ter-
* * * restres foi precisamente a distancia in-
Esta passagem de um corpo opaco so- dicada pelo astrônomo Waltmath, para
bre o Sol fez lembrar a observação de o asteroide que descobriu ! Ter-se-á
Lescarbault, em 1853. Lescarbault viu dado o caso de E. Roger haver desço-
uma mancha preta atravessar o disco so- berto pelo calculo o astro encontrado,
lar durante ihi/m. Le Verrier tinha a por acaso, pelo astrônomo de Munich ?
convicção de que devia existir um plane- E. Roger prevê, na totalidade, três
ta desconhecido, muito visinho do Sol, satellites a descobrir para além da dis-
pois não se podiam explicar de outra O intelliyente Alaizio Gonçalves da Silva, tancia de 61 raios: 99, 160, 259. Pode-
maneira as irregularidades observadas filho do nosso companheiro Sr. Luiz Caeta- rão, tambem, existir satellites, para
no da Silva.
no movimento de Mercúrio. Ora, a ve- aquém dessa distancia de 61 raios. No•
locidade da mancha seguida por Les- nome de Vulcana. Infelizmente, nunca total, a formula completa faz presentir
carbault sobre o disco solar era muito mais, até agora, se tornou a vèr o tal a existência, em torno de nós, de 18
maior do que a velocidade dos planetas V^ulcano, o que não quer dizer que elle Luas !
conhecidos ; o astro devia, por conse- não existia. Ha margem, como se vê, para os'
guinte, estar muito próximo do Sol. De- * * • curiosos que desejem entregar-se a es-
via ser um planeta intra-mercurial. Le Tambem é fora de duvida que circu- tas indagações. E' não perderem as es-
Verrier baptisou o novo. planeta com o Iam em torno da Terra corpos de di- peranças !
QrKSTU3ê5MÍ3êíE5t3Zra5ZSê5Z5ê5ê3í^í3^
Ln

%<^%<^%<^1t^>-X<^*'Z>**Z>&<^*<^>-?è<^ (l^onseffio de amigo <^**Cv*^*<^#^*^^*<^.#-v>jj!^3t*ci,âi


o O
Cigarra ! Levo a ouvir-te o dia inteiro,
o o Gosto da tua frivola cantiga. O O

Mas vou dar-te um conselho, rapariga.


ô o
Trata de abastecer o teu celleiro.
'Trabalha,
segue o exemplo da formiga :
Ahi vêm o inverno, as chuvas, o nevoeiro,
E tu, não tendo um pouso hospitaleiro.
Pedirás e é bem triste ser mendiga !
y" y* 7f> «<^ *\
*%k
«ç *%,
5y
E ella, ouvindo os conselhos que eu lhe dava.
(Quem dá conselhos, sempre se consome...)
Continuava cantando..., continuava. . .

Parece que no canto ella dizia :


O
— Si eu deixar de cantar, morro de fome, o
Que a cantiga é o meu pão de cada dia.
o o o o
OLBGARIO M ARI ANNO.
(Ultimas Cigarras)

-#^#-^*<^#<^>l¥<^#^#<^*'<C> *<2>*-Cir*'^*<2> f(^>^<^>if ^#-<^#<^3^2>*<^*^#^*<^*<^*<^#^&<^*-Cs-#

0 nariz e o caracter A utilidade do


da pessoa GALERIA INFANTIL i
* eucalypto

Os scientistas asseguram Para os paizes pobres de


que o caracter das pessoas hulha ou que a tem em ja-
e muito particularmente das zidas inexploradas ou de
mulheres, pôde adivinhar-se difficil exploração, o me-
pela fôrma do nariz. Ihor combustível em subs-
As jovens que o têm pe- tituição ao mineral será a
queno são habilidosas, pra- lenha do eucalypto, donde
ticas, econômicas, laboriosas, provém a necessidade do
sempre fieis, porém, um plantio intenso de florestas
pouco ciosas. desse vegetal, formando ver-
As que têm o nariz pon- dadeiras jazidas inesgota-
teagudo são alegres, vivas, veis pelo plantio systema-
de caracter variável ; gos- tico.
tam de movimento e sen- O professor e botânico
tem grande inclinação para inglez E. Hertolfns acaba
os sports, mas são vinga- de realisar experiências so-
tivas e egoístas. bre o poder calorifico da
O nariz aquilino corres- lenha do eucalypto e dedu-
ponde a uma mulhar ele- ziu dellas que este poder é
gante, activa e sincera; fa- realmente superior ao da
cil em irritar-se e aborre- hulha.
cer-^e, mais sempre leal. Unindo a esta vantagem
Por ultimo as mulheres ¦ iJBJ I flHÉ. a conhecida faculdade^ eu-
que têm a extremidade do flBBBBBt^afc ¦ W JM BBfc rativa do eucalypto para as
nariz grossa são ligeiras, affecções das vias respira-
inconstantes e muito ama- torias, facilmente se com-
veis, affeiçoadas á musica, prehende que os fogões ali-
aos espectaculos, á vida ani- mentados com esta espécie
mada, de resto são pouco de lenha, não só darão ca-
caseiras e com pretenções lor ás habitações, mas pro-
artísticas. porcionarão um ambiente
Interessante grupo de creanças, filhinhos do sr. Júlio
Lembremos, porém, no Y Q em que muitos enfermos
Souza, sócio da " Casa Guiomar" í
final destas observações, que J. de poderão encontrar allivio ou
não ha regra sem excepção. cura aos seus males.

HH5H52525H525ZS25HSi15ZSH5iÍ5l15ZS2£HSHSE52^^
P.SaSESa Almanach d'0 TICO-TICO SHSSETÍSZSHSZSHSasaSHSZSHSHSê^aSSSZSêS^^

ÁLBUM INFANTIL <*> NOSSAS LEITORAS

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HS99^9 R.n....t-*."j
Yêda. de 6 annos de idade filha do Sr. Dr. Telles
O galante Gerson Favella Pardi, nosso amiguinho. de Menezes.

"Singer".
\ PI II (i -\
'->estru'r uma Pu'sa PÓde parecer a to- altingir o zimborio dourado da torre de A pulga
dos cousa fácil. Pois a não ser pelo morde com energia no secco, crispa no molhado. Um dia
— deixa de fazel-o. Morta? Não. E' impossível afogar a pulga.
processo pouco asseiado de imprensai-a
unha á unha. a cousa é muito mais séria do que se pensa. Mas na água ensaboada, sim. No álcool absoluto parece ficar
"
Um relatório sobre a Flea Destruction", do Serviço Ame- paralytica. Pois ponha-se-lhe o dedo... e saltará longe. Os
ricano de Saúde Publica, esclarece o caso. A pulga não mo.- bons wiskys contém 50 por cento de álcool e não ha memo-
re pelo ether, pelo chloroformio, nem por sufiocações por ria de pessoa sobreviver immergida no w isky. A pulga sobre-
outros vapores vive. Até na for-
venenosos. Sobre- -*$>— -s§.—
vive aos agentes
que matam seus
"'hospedes" taes
Q>-_U<§) Q> ;§> £, £—_^,
NOSSAS LEITORAS
-^_-*- <Jv £> <£ Q..
1
malina fica ella
appa re n t e men te
morta durante 12
horas... e resus-
como o rato e o cita. Nem o kero-
esquillo : e com zenc. nem o subü-
q seu maravilhoso mado, nem o en-
poder de saltar xofre matam as
distancias infinitas y* >^Bi Ir ÍBBH BBW pulgas.
encontra pousada ^H bbbwbbI bbw
noutra pelle viva
ou morta. Uma
'*' bV ^^í bb\ O numero usado
pulga que não se nos pares de luvas
^H HIPwé^^^B hb iríglèzas é a medi-
mexe durante
meia hora pare- da em pollegadas
cera morta; aban- tirada em redor
donada como tal, dos nós dos de-
<alta longe, oem dos, com a mão
viva, quando mal BB1 ^Bl r • ¦ Bflr
fechada.
se ípensa. Calcu- ^B B. 5*"~ /ai B^
lou-se ao certo <s> ^BB BH^^r A bala de unia
que, guardadas as ^^BliL '• *- espingarda adqui-
proporções, se a BBfc^fm ;' re a sua maior ve-
perna de um ho- locidade, não ao
mem tivesse a sahir da bocca do
elasticidade e for- cano, mas sim
ça das de uma Maria Eutilia e Maria Dulca, yuiumes ttlhinhas do. Dr. Emilio Cunha quando se encon-
pulga, poderia tra a un» três me-
este, de um salto, tros delia.

a5ZSa5a5HSB52SE5ZSES£5Z5E5ESa£E5?5E52SÍ!S^
g5H51E525E5HSHSHSHS12SH5E525H5H£25E52525S5ESB5^ d'0 TICO-TICO SESHSH g

s CORAÇÃO DE OURO K $

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Em magestóso palácio de architectura ori- Chegara a véspera do Natal — essa noite tão
tintai, no meio de bem cuidado jardim semeiado povoada de sonhos infantis, de anciosos desejos
de lagos de águas multicores e canteiros de ra- — e Elisa, beijando a fronte de sua mãe, pediu,
ras e formosas flores, residia o conhecido barão carinhosa, irresistível de bondade e graça:
de Rio Azul, casado com a prendada senhora Eu- Has de pedir ao Papae Noel que deixe no
dama
genia, "Mãe muito estimada e conhecida pelo no- meu sapato uma roupinha de homem. Sim ?
me de da pobreza". Tal cognome fora lhe Sim, meu anjinho, vae dormir, que eu es-
dado pela legião, dia a dia mais numerosa e mais pero pelo bom Noel, a quem darei teu recado !
grata, dos necessitados, que, em verdadeira ro- E cobrindo de beijos a loura cabecita da li-
maria, accorria ao palácio em busca da esmola, lha, a baroneza levou-a ao leito, aconchegando-
do pedaço de pão, do ves- lhe ao corpo as cobertas
tuurio e da palavra doce, de lã.

81 «ili^
carinhosa, confortativa, Muito cedo ainda, na
consoladora, que a "Mãe penumbra do quarto de
da pobreza" nunca nega- dormir, Elisa abre os
va áquelles que se aco- olhitos, levanta-se e cor-
lbiam á sombra de sua rv. re á janella, onde, de ves-
protecção. pera, depositara os sapa-
E a esmola, o consolo tinhos de couro. Um gri-
"Mãe da
que a pobreza" Unho, uma risada do sa
distribuia era a semente F* tisfação — tal como um
sã que, cahindo no co- gorgeio de canário dou-
ração d«s beneficiados, rado a saudar o despon-
medrava e dava arbusto: tar do dia — sahiu-lhe
— a gratidão — senti- . da garganta : — lá esta-
mento generoso que todo vam as bonecas de ves-
o ser humano deve cul- olhos de Elisa brilhavam de alegria tidos rendados, os carri-
tivar. nhos de rodas polidas e
Ricos, muito ricos mesmo, pois que herdaram — ó satisfação ! — roupita de homem que Eli-
de antepassados fortunas volumosas, os barões sa desejava !
de Rio Azul gastavam quasi a totalidade de seus Tomada de alegria, veste-se, apanha a roupi-
rendimentos em esmolas, já custeando a manu- nha e corre á presença da ama, a quem segreda
tehção de asylos e orphanatos, já soccorrendo, as- uma phrase. A boa rapariga sorri e retira-se, vol-
sistindo á pobreza que lhes vinha supplicar o obu- iando pouco depois com um menino, um pobre-
Io. Para completar a felicidade de lar tão cari- zinho dos muitos que esmolavam pelas ruas.
doso, o casal tinha uma filha. Elisa, encantadora Elisa fal-o vestir a roupita de lã e uns sa-
creança, loura, mimosa, risonha, como se esti- patos novos, e emquanto a ama compunha, so-
vesse sempre a manifestar pelo meigo sorriso a licita, as vestes novas do pobrezinho, os olhos da
satisfação que os pães tinham pelo desempenho meiga e caridosa filha dos barões de Rio Azul bri- ã
íi
da cruzada de caridade de que faziam um após- lliavam tão expressivos, tão alegres, como se a
lolado. quizessem mostrar a pureza, a expontaneidade, a a
A casa dos pães é a escola dos filhos ! Elisa delicadeza da primeira esmola de um coração de 3
herdara de seus progenitores uma alma affeita ouro ! a
a
á pratica do bem, um coração sensível a todas a
as dores e infortúnios alheios. CARLOS II VMI iKS a
a
a
a
Os frades do grande São Bernardo qu.enos pássaros extenuados pela fome e pela 3
fadiga, tremendo de frio. 3
Os frades do grande São Bernardo não se Havia-as na capella e no refeitório, havia- a
occupam somente em soccorrer e hospedar os as até nas cellas dos frades que accenderam a
a
viajantes perdidos na neve. Acontece-lhes tam- grandes fogos para aquecer as pobres avesinhas. a
bem dar hospitalidade ás avesinhas. No dia seguinte, tendo voltado o bom tempo a
Não ha muito tempo, numa tempestade, ei- o bando de andorinhas retomou vôo para o Meio- a
les notaram um bando de andorinhas que se di- dia. Mas parece que os soccorros não foram suf- a
rigia para o hospital para refugiarem-se nelle. ficientes; porque os frades encontraram nas vi- a
a
Logo foram abertas as portas e as janellas. sinhanças do convento centenas de cadáveres a
A neve cahia em pesados flocos. Num ins- desses pássaros migratórios, que na véspera não a
tante. todas as salas se encheram com os pe- tinham podido recuperar de todo as forças. a
a
a
g HSHSHSr^SSESÍS^ZíasasaSHSlSÍSlSBSHSaSHSiSBS^SZSHSiSZSPJirenSH1^^^ ESHSESHSBSHSaSlSaSBÍESHSHSaSHSSSHSESaSFaSHSBSZStl
r?s~d5£5H Almanach d'0 TlCO-TICOsaszsasasHSZSEsasHSHsasasrEaís^^
Gondemnamos a sociedade a que dê ins-
trucção a todas as creanças e dê trabalho a to-
dos os famintos, tornando-se assim mais solici-
ta em evitar os assassinios.
Guerra Junqueiro

Nossas paginas de armar-0 THEATRO DO ALMANACH


I vl KmB^ *
""***** ***
JB m^r^^mmml
Desde o principio do anno temos recebido pedidos dos
nossos leitores para que no presente Almanach figurasse
um theatro de armar, amplo, onde as bonecas e os bonecos,
movidos e guiados pelos seus gentis donos, pudessem repre-
Cláudio, Nestor e Adheniar, filhos do Sr. Cláudio J. sentar scenas cômicas. Attendemos tão justo pedido, dando,
Toussaint, operoso chefe das noísas officinas. além do theatro, pequenas peças, mesas e cadeiras, para mo-
bilar o palco.
Explicação — Collem todas as peças, com excepção do
panno de bocea, em papelão de grossura regular e recortem-
nas convenientemente. Collem depois as peças A B e C D
nas linguetas brancas (A B e C D) da peça onde está escrip-
to Almanach á'0 Tico-Tico. Estará armado o frontal do
palco. O panno de fundo é a peça E F, onde deverão ajus-
tar, respectivamente, os lados E' e F' dos bastidores.
Os lados oppostos destes bastidores1, isto é, os marcados
com as lettras G e H, devem ;ficar collados á parte interna
das columnas que formam o frontal do palco.
O panno de bocea não deve ser collado em papelão mas
em qualquer papel fino. Uma pequena e delgada tira de pa-
uelão pode ser collada, pelo lado de dentro, á altura das duas
setta"s indicativas, afim de esticar o panno quando esteja
a arriado. Um pedaço de arame ou uma varinha será collada
na face Z Z e nella enrolar-se-á o panno sempre que houver
S de ser suspenso. As extremidades desta varinha descansarão
3 nos entalhes J e J' dos bastidores lateraes. Nos entalhes
a L, 1/ e K K' deverão .descansar, por processo igual, as bani-
a Al [ binellas L e K.
a ¦ ¦• ¦ ¦ j O chão do palco será feito ou arranjado na oceasião
a segundo, as exigências da scena ou da peça que as bonecas
a irão representar.
o
a
a
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TJ

a
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3
3

¦
-

Kandolpho, Juracy e Armando, interessantes filhinhos do


Sr. Manoel da Silveira Gomes.

S Ss4entoii<^a E*liilofs!opliicía
A sentença deve ser esta :
Considerando que as feras não devem andar
pelas ruas;
Considerando que a ignorância do assassi-
no concorre para o assassinato;
m^mm^^^stmW^ÊÊÊSmf
Considerando que a miséria do criminoso I *<&{*¦'?-? mm ^B
foi um dos incentivos do crime;
Gondemnamos o monstro a ser mettido nu-
ma jaula;
Condemnamos o ignorante a ser mettido
numa escola;
Condemnamos o vadio a ser mettido numa
offiçina;
Dêm-lhes uma cadeia, urn alphabeto, uma
ferramenta;
Considerando que se a sociedade tivesse for-
necido um A B C ao ignorante e um officio ao
mendigo, a somma da ignorância com a miséria
não produziria o resultado : o crime; O intelligente menino Ernesto, de cinco annos, filho do Sr.
Considerando a sociedade a causa e o bandi- Casimiro da Silva, administrador do Hospital S. Zachanas
do o effeito; e de D. Eunice Silva.

gH5E5H5ESEre5Z£2Sa52525E5ZSE5ê^Z5e^^^
psHSBSisasr^SESisESHSHSHsasrSHsesESHSc^a^^ d'0 tico-TICO sssHsag

SILHUETAS GLOHIOSAS da aos vapores de


A LUA RUSSA que está carregado o
ar. A superstição da
E' um phenomeno Lua russa é antiga.
que aterra os campo- Ao Papa Sixlo X, os
nios dos climas frios camponios das Mar-
tio mez de Abril. A cas, logar de onde
Lua toma uma côr elle era originário.
de ferrugem, dizem mandaram uma sup-
clles, quando, corne- plica para que os li-
çando em Abril, fica vrasse daquelle fia-
cheia no fim desse gello e lhes conce-
mesmo mez ou no desse fazer duas co-
principio de Maio. lheitas por anno.
Os camponios as- Elle respondeu que.
seguram que á noi- quanto á"Lua russa"
te quando o céo está não havia meio de
sereno e resplandece abolir, mas concedeu
ti Lua russa, as fo- as duas colheitas, fa-
lhas e os brotos ge- zendo porém o anno
Iam, mesmo quando de 24 mezes.
a temperatura s e Arago conta que
mantém a a 1 g vi n s Luiz XVIII, rei de
graus acima de zero. França, recebendo um
Se, ao contrario, o dia uma deputação
céo está coberto, os de astrônomos, pe-
raios da Lua não diu-lhes que lhe ex-
chegam até as plan- plicassem o que era
tas e não se dá a MARECHAL JOEFRE a "Lua russa" e por
geada. que tinha offeito ma-
Para que os nossos leitores possam fazer os retratos lefico sobre as co-
Que essas geadas juntos, dos dous gloriosos generaes do exercito francez é
succedem em Abril mister que collem as duas gravuras em papelão e depois com
lheitas. Ao que o as-
e Maio, é a verdade, o auxilio de um canivete bem afiado, cortem todas as partes tronomo Laplace, que
e as colheitas ficam das figuras que não forem brancas. estava presente, fi-
com pro me tti das, é Colloquem em seguida o papelão entre um foco luminoso cou embaraçado^
verdade igualmente e uma parede branca e verão, com toda a nitidez, os retratos Consultando com o
dos marechal Joffre e general Castelnau. olhar os collegas, e
que ellas cahem de
um céo sereno quan- não vendo nenhum
do ha luar. Deve-se disposto a tomar a
pois attribuil-as aos palavra, respondeu :
effeitos desse astro? —Sire, a "Lua rus-
Aqui se enganam sa" não está em tra-
os camponios. As tado algum de astro-
plantas aquecidas nomia e portanto não
durante o dia pelos estamos em condição

W&m
raios do Sol, perdem de satisfazer a curió-
o seu calor durante sidade de Vossa Ma-
a noite, irradiando-o gestade.
no ambiente, e o es- A' noite, o rei riu
friamento pôde ser muito com os seus
tal que se produza a íntimos do embaraço
geada mesmo com que tinha causado
uma tem pe ra tu ra aos seus astrônomos.
acima de zero. O céo
sereno favorece essa
perda de calor, e, en- 0 annel do casamento
tretanto, nas noites Remonta aos hebreus o
de Abril e* de Maio, uso do annel syiribolico do
nas quaes a tempe- casamento e delles herda-
ratura não vae além ram o costume os gregos.
de 14 ou 15 graus, as GENERAL DE CASTELNAU Na sua origem era de
ferro, tendo a superfície
plantas gelam, se ha interior imantada, o que
luar, mas é a Lua que significava que, arrancan ¦
brilha porque O Céo está puro, não O contrario, do uma mulher dos braços da família, o marido devia at-
e é a pureza do céo que favorece a geada. Tan- trahir a esP°sa tão intimamente como o iman ao ferro.
to é verdade que mesmo sem a Lua, gêase O annel
nome
do casamento, que é commummente conhecido pelo
de alliança torna-se como que o penhor da união entre
céo está limpido o marido e a mulher.
v m »
Deve-se usar a alliança na mão esquerda porque a di-
A côr russa ou enferrujada da Lua é devi rcita indica autoridade e a esquerda obediência.

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5>sa5E5HAImaiiaoh d'0 TICO-TICOS2SH5Z5S5B5E5E525ía515H5ESH5ÍSilS2STÍSB5^

Pó de arroz SanaQuTiS
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ASSIM MESMO. -SEU" CHIQUINHO ! POÜE ESFREGAR A" VONTADE
'CHOCOLATE" "PO' DE ARROZ
QUE O QUER FICAR BONITO. DEMAIS, E' O
SANA CLTIS" O MAIS ADHERENTE E PERFUMADO E QUE PRODUZ SOBRE
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RIO DE JANEIRO

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H0B4l££K!9£i3ãEÉHHHEflflÉB^E^E^E^E^EfBflB^EflE(KSBfi39HHÍH

Ao atto, o caminho novo do Gymnasio Anglo-Braziieiro, vendo-se o carro que conduz as visitas ao
colleyio ; no medalhão, o Io corte do caminho novo ; do centro, a secretaria vista de lado e
outras dependências ; em baixo, um grupo de alumnos em recreio.
no. Entretanto, os senhores chefes de fainilia po- de vistas do referido instituto, adquirindo assim
derão se dirigir á secretaria do Gymnasio Anglo- dados necessários para delle formar seu juizo per-
Brazileiro, para obtenção de programmas e álbuns leito e cabal.
üH52SZSH5HS25aSH525H5a5B5Hííi5i=!SHSH5ZSE5^
c-.nSZffH Alnianach d'0 TICO-TICO ST2525E5ZSH SESHKSHSES?^^

(B w ^^ -. wyf •'^"atÍÍTffmaWi1rãa«ããaffMYgaayL>*ái ãv administrado em inglês c por professores }fl


ingleses. Só depois de approvados nos
exames do 4" anno gymnasial os alumnos
poderão ser admittidos a esse novo cur-
so. Os que, sem cursar o Gymnasio, de-
¦ f • * * v-* j8 sejarem matricular-se directamente terão
awaal pf* tf^MaE
de prestar um exame de admissão em
inglez.
Feito este curso, os alunmos não en-
!^" 'vaaaaW, contrarão difficuldade para entender as
la> I ^* i Wk Th^JHbWÍ
prelecçÕes que ouvirem naquellas univer-
sidades. Quasi sempre succede com os
' ** estudantes brasileiros, que recebem toda
j. M <f Ç** a sua instrucção em por-
tuguez, o facto de se ve-
rem obrigados a repetir,
dos alunmos. nas universidades estran-
O estudante geiras, o primeiro ou mes-
não é oppri- mo os dois primeiros an-
mido com re- nos do curso. Isto os des-
guiam entos - *r* #% - >\ f ¦ ¦ ¦ •;.. •¦?.• > ,i.?Wh| anima a ponto da maioria
exigentes, não desistir da formatura".
é vigiado a ca- Pela rápida resenha que
da passo, co- acima fizemos, assignala-
1110 um sus- se o Gymnasio Anglo-Bra-
zileiro como um dos me-
peito. Os pro- s
fessores pro- lhores, senão o melhor es-
curam captar tabelecimento de ensino se-
a amizade dos cundario do
alunmos, e o Brasil, esta-
respeito destes se obtém, não belecimento
modelar e
pelo rigor e freqüência dos
castigos, porém com a sua digno de
certeza e absoluta imparcia- apreço, cujo
lidade. Emfim a vida do co n c e i t o
e-ollegio é a duma familia desde a sua
bem ordenada e não a de fundação
um quartel. A directoria pro- está firma-
cura incutir nos meninos o do.
desejo de se tornarem per- O devota-
feitos cavalheiros. Os pre- m e n t o á
ceitos da civilidade á mesa causa da
constituem unia parte do en-
sino. Nas lições de moral
aos domingos, as virtudes próprias do lio-
mem bem educado são collocadas em pri-
meiro logar. O corpo docente é composto
de reputados professores, estrangeiros e
nacionaes, o que muito tem concorrido para
o desenvolvimento e preferencia desse ins-
'mt*
tituto. \ ^L.aaaaaaac« êr sSaW* *:/&¦
Kxtrahimos dos estatutos do Anglo-Bra-
zileiro a parte referente aos cursos, que Wjm Tfc.
assim os disse :
"Preliminar, o Gymnasial e o Preparato-
rio para as universidades estrangeiras.
O curso preliminar tem por fim prepa-
rar os alunmos para o Curso Gymnasial. Vários aspectos dos exercidos de gymnastica sueca
O curso gymnasial seguirá os program- e do jogo da corda pelos alumnos do Gymna-
mas officiaes, conforme as explicações sio Anglo-Bra zileiro.
acima.
Os alumnos approvados nos exames finaes do instrucção, ministrada com racionalidade, pelos
5o anno, com boas notas, estarão em condições de seus directores, é, sem duvida, a causa única desse
entrar para os cursos superiores. conceito e desse apreço, que jamais serão destrui-
A estes se concederá um Diploma de Estudos dos, antes, pelo contrario, cada vez mais se firma-
Fiindamentacs c Preparatórios. rão na opinião publica do paiz.
No curso especial de preparatórios para as uni- Impossível, porém, descrever nestas poucas li-
versidades inglesas e norte-americanas, o ensino é nhas o que é esse grande estabelecimento de ensi-
a Z5e^riSe^ri5£5rI5e32£d^d^cS2£e\5tííilffr^^ a
Pmn5HiJa5a5BSHSE5EJ5B5I^a525e£Hi^ Aliiianach d'0 TICO-TICO SiSiSS.^

| (|) progresso da instrucção no J^rasil |

O que é o Gymnasio Anglo-Brazileiro desta Capital


í) Gymnasio Anglo-Brazileiro desta Capital, o seu programma de ensino, foi posto ein pratica
francos e reaes successos. O Sr. Armstrong
pela sua optima situação, pois está collocado em sitio com mais tarde para auxilial-o na direcção do
deliciosamente agradável e salutar e ainda pelas chamou
suas magníficas installações e methodo de educação, grande estabelecimento de ensino ao Sr. Stanley
c considerado um dos mais notáveis estabelecimen- B. Allan, educador esforçado e intelligente que
tos de ensino do t e m, igualmente,
Brasil. dedicado toda a
O seu program- sua attenção ao
ma não tende ape- Anglo - Brazileiro,
nas a ensinar, melhorando sem-
mas a educar, pre suas installa-
com solida moral ções e mantendo
e base intellectual com a mesma ca-
alum- pacidade do Sr.
positiva, o Armstrong o mo-
no, norteando-o ¦ "ái*' imw ¦Bi "
•'
|i BCvVàKliil
para a vida pra- delar programma
tica, de fôrmas de educação. En-
entrar na tretanto não é só
que, ao
luta, qualquer a instrucção mo-
ai-'- - ¦ w > IkhHJ BBBBBBm
ral intellectual
que seja o ramo e
ai- **f f t ?«**••!
de actividade que que preoecupa a
d mesmo abrace, direcção do colle-
elle se sinta ca- gio. A educação
paz, apto a assu- physica do alum-
mir as responsa- no é ali rigorosa-
bilidades em vi- mente cumprida.
da. E com os exer-
Seu fundador, 0 batalhão do Gymnasio Anglo-Brazileiro, dc-sfi- cicios militares, a
o Sr. C h arles latido pela Avenida Central, num dia de natação e os
Armstrong, p e- exercícios ao ar
festa nacional. livre, formam as-
dagogo de reno
me" vindo ha muitos annos para o Brasil, adaptou sim uma geração nova, com espirito novo, sa-
ao systema brasileiro de instrucção o methodo de dio. Entre o corpo discente é mantido uma
ensino inglez, reconhecidamente o mais pratico e disciplina perfeita, sem que a sinta e nisto se
racional, de sorte que, cuidadosamente organisado acha o segredo da boa ordem e do contentamento

HBBlíBSÉBà^aw. JÊÊÈÍ Bfefahii

BW. JÊrS

^^í^aMU*» ¦ 1 -—MHataail

A praia do Vidigal, Leblon, Rio de Janeiro, pertenc ente á magnífica chácara onde está installado o
Gymnasio Anglo-Brazileiro.

g25^ij252Sl£2n525HSiL525£bt!£i!Se^^
pA525£AlinnitM4<h <!'<> TICO-TICO 5*üíS?inr^SE5H5H5HSasaSHSE5E5ESHS25Hrc5íi^^
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C HiQUJNHo —- Muito bem, l.ili ! Gostei da idéÜ. Não deves usar senão o pó de jéO
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arroz l.adv. Se soubesses eomo estás com a pelle linda.. . e por tão pouco dinheiro... |9|
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Belleza <• nina amostra do "LAI)Y". Caixa grande 2S500. pido correio 3$2Ü0. em
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gostos Pallidos -. -.—$-


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De interesse Especial para as Mulheres das Américas Latinas


Observações Sobre o Engano Commum entre a Debilidade e
a Robustez. A Côr de Saúde é a Melhor
Prova da Formosura
Ha muitas pessoas que consideram a Pallidez a A mesma joven quando se casa encara o futu
iór natural do seu rosto, c dizem : — Esta menina ro com o anhelo natural e sublime da Maternidade.
oú esta moça é pallida por natureza. O mesmo diz o Ser Mãe ! Quanto não quer isto dizer ? O que são
marido ás vezes de sua valente companheira, quan- os cuidados que necessariamente apparecem compa-
do ella talvez occulta soffrimemtos de martyr. Em radas com o prazer quando, no orgulho que anima
todas as pessoas a a alma de uma Mie
pallidez denota sem- faz ella essa pre-
pre pobreza de ciosa porção do seu
sangue, nem mais próprio ser, que se
nem menos. E o po- chama Hébé ? Mui-
bre de sangue tor- tos corpos débeis
na-se pobre de for- que não conheciam
ças, de espirito, de essas sensações ce-
intolligencia e de lestes têm-se torna-
dá- do entes robustos e
prazer na vida ;
se-lhe então o nome dado ao mutilo es-
de Anêmico. ses seres que tra-
Com o sem nu- zem a felicidade in-
mero de curas nota- dispensável ao lar
veis que têm feito doméstico. O que é
as Pílulas Rosadas KL jf uma arvore sem
do Dr. Williams, não mm írueta ? O que é
K ha jamais razão para unia esposa sem fi-
lhos ?
permittir esse deca- Isso, e muito mais,
himento physico e
faz as Pílulas Rosa-
moral. Estas Piltt- iH^ ^H M
Ias têm levantado Hl^a^a^aBa^a^aBa^a^a^a^aHP'' das do Dr. Williams,
sementes de vida
muitos que nem es-
condensada conten-
peranças tinham de do o calor suave do
tornar a gosar das sol do Norte, a sen-
glorias da vida. Mo- sação da Primavera,
ços que viam deca- a pureza d'uma fon-
hir as suas forças
"ÍSê te. e outros germens
e ambições, na luta - ""SÉ C^^Üí^at de vitalidade com
pela existência, vol-; que a Natureza quiz
taram com novo ar- dotar a humanidade.
dor ás trincheiras e
sahiram victoriosos
HF^-/ ^^%a, Aquella pessoa que
cuida de sua saúde,
dos seus ardentes em tempo, guarda
propósitos. Moças dinheiro no banco do
que viam pôr-se o seu futuro, pois só
so 1 da juventude a Saúde abre o ca-
alegre e feliz, cujos escolhos e trq>ando
dons de formosura e minho, derribando-
vivacidade estavam no cume da capaci-
quasi perdidos, têm-se tornado felizes e mais briosas dade humana. Quando este facto ficar bem estabele-
do que nunca, gosando da existência ideal da idade cido na mente da humanidade, estaremos bem quan-
risonha, nos estudos ou nos affazeres domésticos, e to a perfeição nesta vida. Só a Saúde triumpha.
na sociedade do sexo forte, cuja admiração ellas sem- As Pilulas Rosadas do Dr. Williams são encon-
pre inspiram com o seu olhar vivo e as suas faces tradas á venda, em todas as pharmacias e drogarias
rosadas. do Brasil.
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gSZSHSH Almanach d'0 TICO-TICO SE5Z5E5^5a5H525E525a5252Sa5a5Z5E5E53H5ZnSHSZ5H5H5^

PASSATEMPOS CURIOSOS começarão a sahir chammas do ovo parecendo


um vulcão.
Damos abaixo alguns passatempos que,
além de muito curiosos e interessantes, são de A ÁGUA QUE NÃO MOLHA
fácil execução : Num prato, dos de sopa, colloquemos uma
moeda : ao lado ponhamos um copo invertido e
AGGENDER LUZES COM ÁGUA depois deita-se água no prato até que a moeda
E' uma aposta fácil de ganhar : accender fique coberta por completo. Digamos então que
um cigarro, um papel, uma vela, qualquer cou- vamos tirar a moeda do prato sem molhar os de-
sa, em summa, apenas com água. dos. Todos duvidarão e, se alguém quizer após-
Basta, para esse fim, que colloquemos dis- tar, apostemos. Para ganharmos faremos o se-
farçadamente um pedacinho de potássio no ob- guinte : cortemos uma rodela de uma rolha de
jecto que quizermos fazer arder. Deixando de- cortiça e nella collocaremos alguns phosphoros.
pois cahir um pingo de água em cima, imme- Accendam-se e colloquem-se sobre a água, ta-
diatamente se accenderá. E está ganha a aposta. pando com o copo invertido, que servirá de cam-
UM VULCÃO NUM OVO panula hydropneumatica. A' medida que a com-
bustão se vae effectuando veremos desapparecer
Para conseguirmos um vulcão num ovo, fa- a água do prato e entrar para o copo deixando a
zemos-lhe um furosinho na casca e sorvemol-o, moeda completamenle em secco para a poder-
cnchendo-o em seguida com cal viva e cam- mos tirar e ganhar a aposta. Em seguida dire-
phora em partes iguaes, e tapando o buraco com mos que foi assim que a água do Mar Vermelho
cera. Podemos lambem trocar o ovo por outro se retirou também para que os Israelitas pudes-
que se tenha preparado. sem passar e fugir á perseguição dos soldados
Deitando-o num copo, ou bacia, com água, do rei do Egypto.

oi lomoi IOE IOE aoi 301


D CARIMBOS DE BORRACHA
o
Tintas de todas as cores para carimbos. Tinta preta para marcar roupa. Carimbos de metal para marcar
calçado, carneiras de chapéos e outros artigos de couro, só a fogo ou dourando. Carimbos de borracha para marcar
roupa, com iniciaes ou monogramma. Sinetes para lacre, sobre documentos ou fechos de enveloppes. Almofadas ame-
ricanas para tinta de carimbos. Carimbos para datar todas as datas do anno, durante muitos annos (temos de diver-
sos formatos), próprios para datar cartas, documentos, talões, memoranduns, etc. Carimbos para marcar sabão ou
sabonete. Carimbo de borracha rotativo para inutilizar sellos de consumo, quadrangulares ou de cintas. Zincogra-
vuras, photogravuras, stereotyptas e gravuras sobre madeira, chumbo ou metal, para impressões ty-
pographicas. Lettras de borracha, montadas sobre madeira, de diversos tamanhos para fazer lettrei-
ros, cartazes, preços sobre mercadorias, etc. Algarismos, inclusive zero e clfrao, da mesma és-
pecie que as lettras de borracha e para idênticos fins. Carimbos de borracha reproduzindo a as- O
signatura (também chamados "fac-slmile") próprios para presidentes, secretários ou thesourei-
ros de sociedades. Carimbo de borracha com data, para todos os dias do anno. (y J^AS p D
o
Vendm eiu grande e pequena escnln, directnmente no freg-uez nu por intermédio de com-
misaarlos e Intermediário* (Acceitam-«e neoiid-si
O Monograma (2
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PORQUE SÃO TRÊS?

§
Porque é que cada caixa contém 3 sabo- prehensãn da liygiene. facilmente receberam e
netes Reuter ? — Perguntou um menino a seu Receitaram para sempre esses salutares ensina-
pae. mentos, porque a suavidade e perfume do Sa-
Porque todas as cousas de suramá im- bonete Reuter os attrahia.
portancia na ordem política e na ordem religio- Os homens que pela primeira vez se bar-
ca. sempre apresentaram esta trindade. bearam com elle, observaram com alegria e ad-
Porque são três sabonetes disjtinctos e uma
miração, que a navalha não arranhara mais, e
só virtude verdadeira.
que depois de enxugar.bem o rosto este ainda
E' justo pois que o sabonete Reuter tenha
ficava impregnado do seu aroma e suavemente
um prestigio mystico.
As senhoras que se lavam com elle viram perfumado com o balsamo da sua espuma, to-
dos estes têm proclamado bem alto as virtudes
desapparecer suas rugas prematuras, prestigi-
ando a sua tez com as elasticidades e coloridos idéaes do Sabonete Reuter, collocando-o á testa
das suas predilecções como um dos maiores be-
próprios da juventude.
Os meninos que desde a mais tenra idade neficios e prazeres que Barclay c< U. foráeeeni
foram educados sob o principio de amor e com- ao gênero humano.

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g525B5ZAIi.ii.nnrl. d'0 TICO-TICO 5Z5Z5ZSZ5Z5ZS25Z5Z5Z5ZSZ5Z5Z5Z5Z5Z5Z5ZSZ5Z5Z5Z5Z5ZSZSZ5Z5Z5Z5Z5Z5Z5Z5Z5Z525Z5r^I'2

JATAHY PRADO — 0 rei dos remédios brasileiros

NÓS ÉRAMOS ASSIM

BTrt ^l^L .^^i* *IE' jt^laK !»íl^BL 'a*H §

OU ¦¦ í IHi^tl
CHEGAMOS A FICAR QUASI ASSIM
Soffriamos horrivelmente dos pulmões : mas, graças ao XAROPE DE ALCATRÂO E JATAHY, preparado pelo phar-
maceutico Honorio do Prado — poderoso remédio contra tosses, bronchites, asthma, rouquidão e coqueluche
CONSEGUIMOS FICAR ASSIM

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C
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COMPLETAMENTE CURADOS E BONITOS C
Em muitos casos uma ou duas doses são bastantes para a cura radical ^n C
Depositários : ARAÚJO FREITAS & Cia. -- Rua dos Ourives. 88 — RIO DF. JANEIRO C
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O SAPATO DO PRAXEDES
-¦' 1—1..1 —¦-— ••**

Este, porém, nunca se esquece dos infeli- — Meu amigo — disse Papae
Pobre como Job, o Praxedes viu, com pe- Noel — hâo tenho mais presentes
aar, chegar a noite do Natal, sem ter, siquer zes: passando pela cabana e vendo tào pobre,
um sapato para collocar & janella. afim de
re- entrou. Praxedes, ao ver bom e generoso ye- porque ja os distribui. Toma, no em-
ceber um presente de Papae Noel. lhinho, cahiu de joelhos tanto, um de meus sapatos. Pede-
lhe tudo...

...que desejares. com a condição de ser coisa útil. O pobre diabo, maravilhado, Immediatamente surgiu do sapato um
B dizendo taes palavras, o velhinho Noel descal- quiz logo por a prova o sapato "garçón", apresentando uma cheirosa galli-
e exclamou: — Estou com fome e — —
çou um dos sapatos e entregou-o a Praxedes. De- quero comer uma gallinha as-
nha assada. Muito bem continuou Pra-
pois, desappareceu. xedes — venha agora vinho !
sada !

O "garçon" desappareceu e saltaram ...pediu varias coisas que tinha ne- Um lindo cavallo surgiu de dentro do sapato,
logo do. famoso sapato três garrafas de cessidade, inclusive um terno de rou- que, por sua vez, transformou-se numa bella via-
vinho fino. Após comer regaladamente. pa. Depois, manifestou desejo de pos- tura. E, pela primeira vez na sua vida de pobr»
Praxedes... suir uma carruagem. sem vintém, Praxedes...

...passeou de carro. Insaciável, Praxedes pediu de- _ Bil-0S ! — disse o bom velhinho. Se que- lteceb.u as ferramentas, la-
pois ao sapato que lhe desse cem saccos de libras res ser rl0O| trabalha primeiro. Praxedes vrou e semeou ei terra e, «e não
esterlinas. Desta vez, porém, em vez. dos saccos de compreliendeu a lição,
dinheiro, sahiu do sapato o próprio Papae Noel... possue cem saccos de libras, tem
o necessário para viver.
...trazendo & mão uma pá e uma picareta.
-A.» reclamações <los auimaes

O Dr. Erudito, tendo de presidir á sessão <la Academia


de Letras, vestira seu dourado uniforme, quando o creado ~ Sou ° ganso, disse o primeiro visitante — e, como o senhor e
lhe veiu dizer: seus collegas são encarregados de zelar e rever os vícios da língua,
protestar contra o abuso que fazem do meu nome quando di-
— Estão ahi fora muitos animaes que pedem para falar v»1"» "incojnprehensivel
v Ebc
com V. Ri» zem: zem: incamorefiensivel como um e-anso !"
ganso!'
Man d e-os entrar — resnondeu o arademirn

O asno, por sua vez, falou: vVVrfw '¦¦'¦ ~ " ¦ ¦¦


— Protesto contra o costume _ Reclamo, disse o macaco, contra o deplorável Veiu o camello: — Por dão ao
que
de chamarem' os ignorantes de as- habito de dizerem: "feio como um macaco". E' Uma meu nome uma significação tão vil? Por
nos. Acredita o senhor que os injustiça, porque todo o mundo sabe que a belleza não causa das bossas quie trazemos ? Não ha
asnos não são susceptíveis de se- é só do rosto, mas também da alma, do coração !... razão para isso !...
rem sábios ?

—-¦ ¦¦ ¦ ¦—--¦¦ ¦ -J 1--


B>.. ' a:..*,. „ »• Xesta occasião entrou o tigre e, de dentes á mostra, re-
folemnemente contra ,o habito
, da clamou C0Iltra 0 facto de com*para em a elIe
evnr7«ã^ "Za
expressão, doai como um' carne.ro
! Podere, mesiwo provar que, ás ,niosos. 0 Dr. Erudito, ante tal fera,
todos „.,"
vezes, o carneiro, por sua froculade. será capaz de metter medo a um ?ir julgou dente £,.
lar „ela ]anelIa e a'onseInar aos Jlle|as da Academ3ia
itnia rç/forma em certas expressões da nossa língua.
Dormir é bom
"™ * " " " ¦¦ ' ~™ ¦¦

E' um trabalho, todas as manhãs, Nminha não sabia que essa , mosca
obrigar Nininha a levantar-se da Um dia, Niniríha fora almoçar em casa de uma não ç^ç no Brasil e «,„„„ a reSolução
falar da "doçura do so- ^ j^-y. ccvm a "doçura <jo somno". Na
cama. Gosta do leito ç, por vezes amiga e ouvira um senhor
pede que a deixem dormir, que é bom. mno", que é contrahida em virtude da mordedura da manbà seguinte,
quando a creada a veiu
E' bom quando se está doente — mosca tsé. chamar, Nininha ficou de olhos fechados
diz-lhe a mãe. e não respondeu.

* Nj|rí>eante de tal silencio e ttlJiSobilidade, ...examina detidamente a


II V ,menina. - Não ha perigo algum,
\ Vi t creada inquietou-se e foi chamar a patroa. disse elle á senhora. Deixem-na dorm' t Qu,zer *
meio . houve para vencer a in«rciá •*• suieitem-na 'r em^uanto
11 JèT~ , Nenhun:
\S^aw , , ^ ,r ..,,.", Saia sujcuem na aá cneta
Hípíü absoluta.
lk.«i.<*, \t _ que ella a^corae,
Mesmo accorde não
na»
l \ 1^ da simuladora. Assustada, a mae de Nininha. lhe dêem alimento senão
á noite.


~~\^^ — Mamãe, não —sinto mal algum algum ^>^^ "^^jZ^^
e queria comer. Não, minha
Sua mãe e o medico sahem do quarto filha, o medico não quer. Amanhã. Por fim- nao PodenCi° reprimir a forte, confessa
Nininha rejubila-se ! Mas o chocolate da n.a talvez, tomaras um chá simples. Ni-:'1 mae- chorando, o embuste. Sua mãe perdoou-a, de-
mãe está tardando... Passam as horas len-ninha supportou ainda uma hora. ante do arrependimento que ella mostrara, mas diz
tamente... Bate meio-dia. Morrendo de sempre que Nininha é uma menina que é incapaz de
fome. Nininha acorda e chama sua mãe. Esta mentir I '
accorre.
A ILHA DOS SONHOS (Conto do flatat)

~%<!EÍJ5p'*—"
t < Jl^/^X-^^^'4^ fV de, amarello e ver- A—.
Na noite do Em breve, . porém,, '• açor- f-^_-J ¦
^M'(^^,\rr-y^r'^rmM^X
V^y _af* D ., , „
^à, Pedrinho, „,,*,
filho de pobremelho.'- ' ' «cT
^/*''^»4. Natal, Pedrinho deu ,,ava- a _' „,..-
-^ ~^^S> "— -. pescador, diverte-se íazen- Q ¦
>» r=f ~^r f— ^—? _J * ¦*
a n"i"ci.ei
conhecer oeu
seu ue
de- \
n() quarto, pouco a pouco f & J^
ojr >=--_^
<^ f° "aVeBhar,nUfn!t pequeno sejo ao pae e, col.lo- , transformava-se
^U ¦ <TT^~~~^> em água ^^S^>
Um b°'6 felt° de Um cando ° tama"c° âl alagava
y> S7 ]&e° tudo. ao mesmo ^==--^
tamanco usado .beira do f o Eí o,|tempo
f // ^c=^ que 0 tamanco ia =5» 5^
X : adormeceu, pen«an-|;ugmentando dfe tamanho ^
/ ^*.*V lido «fl
/ J : jf em papae Noel. II f"£-v

A tormenta amainou. Velu o dia, e Pe-


.até tornar-se um navio de verdade, com Pedrinho, a principio,, teve medo: as drlnhç avistou uma ilha verdejante, illumi-
mastro e vela. Pedrinho embarcou, lesto, no águas, acossadas pelo vento, infundiam-lhe nada por um sol de ouro. Q vento impellia
navio. As águas augmentavam de volume mesmo na escuridão , da noite, um certo o, navio para a ilha, em;..
r> filho do pescador estava agora em pleno mar. terror.

"^\íl Uma recepção e um acolhimento dosl dosYÍC[ » TUbT j


/OC Í^^Vn (1/7 fJ íS^fr/r^^^^^^^^i^:^—i.i ) ^—y- \7 lu
yl^3y ^O ^"w/ *h ' riais carinhosos foram dispensados ao
V^—J\ l/maia ao^V \ ™ ilIlliffOltMW
j^lA/^» C_ ^"T) 'filho do pescador, que recebeu em su
...cuja praia, um polichinello esperava Pedrinho de bragos honra um banquete maravilhoso, servi-.. A„ ,lv,„ _„„ „„„ conhecida
. ..
j,„ • ., , ... .. .da ilha, que era
abertos. Aquelle polichinello verde, amarello e vermelho do por muitos creados de libre pelo
dourada. _„,„ nome
„„„„ de AZ. «,,,,„ j„„ Sonhos
q„_i,
,,,,,- Ilha dos
era liem, augmentado, já se vê, o que o menino almejava. No fim do banquete, um boneco de bar- d Natal"
l>as mostrou a Pedrinho mimosa minia-

"Ilha
Pedrinho, no emtanto, lembrando-we E'multo cedo ainda e Pedrinho dorme. Sua Pedrinho acorda, lembra-se da
de que seus pães poderiam estar Inquie- mãe, que o encontrara á noite, dormindo junto dos Sonhos do Natal" e olha para o ta-
tos com a sua ausência, partiu pura ao tamanco, delta-o no leito. manco-barco: lã estava o polichinello,
casa. em companhia do polichinello. mas muito menor, muito menos rico do
Ohefram á cabana. que o da ilha verdejante.

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