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Br_*_rr? __^-^v i H ti
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L___ka____l i\ -^4
í^^ PREÇOCr»20,00
-
PONTO
CRUZ
ÁLBUM

Com interessantes desenhos nos dimen-


*°** ** •MC"**> • •••• *W". «pWto

d* idéias poro ep&ceções, tapetes, pe-

noouK, guomicÕes. Um tesouro poro tro-


N. 6

FyPTZT

Tamtsern podem ser executado* om croché os


^1 '
ALBbM S 3
bafcos om caso !
dattcedo* o Redo* motivos oferecidos por isto

álbum, poro centro* do m#*e, adorno do coMsos,

borras poro toalhas do jantar, panos poro mo-


trota ... o tudo mis do qõnoro 1

PREÇO O» 15,00
Qualquer que seja o i»po, o et-
tio. o fottio do blusd berdede... PREÇO C Í5.00

^
é encontrado nos fc I stimii pA-

[vORdados — ( álbum u: l
qinas deste álbum. Srondo *e-
'iodado do eleqan-c- desenhos,
ideeis paro meninai -tocmhei
o senhoras.

"Decorações,
' víveçidede o alegria do roupa
I ü£
Y__S
*\V\ VTJ ^*r* * Attenjos e Utili-
\t/ do «ous Whos, o senhora tem cantasse*
\\v" \ yj[ do
sugestões nesta álbum. Todos oi dddes para o Lar'
_ sV_Li bichinhos mo desenhados cm vario*
-^r^-si^/ii: tamanhos, facilitando suo ephea_âo
I Ò>'-.rí_C-''/f* também om toamos, panos, enfeitas-.

m • i»i¦ ¦
/ ' l'tC-7 •' Já* f-^il
nio
PIICO CHS 25.00
y y y

L » U M n. 237
0> iwhÊçta, m*h et «*r»r ' A íi^k" *•»

¦¦¦¦na«nj», 'atai inh' lie—««+» O bom gosto, a simplicidade o o aspecto saudável


Àw. M*"«**"*' aratKw. W«**«t, *nO»nni ' dos desenhos, variados o bonitos, faiem deste álbum
I O AJW» «m «*m Wt.b*., par* *V «W*n« um guia para as copai o es cozinhes do hoje. Em
. Mna » La I orando formato, dois magníficos suplementos, irti-
fissimoi !
PREÇO 0$ 30.00

Fr—in
l*—«—"-i r—>
Realize seos sonhos, encantadora jovem...

sendo, ao mesmo tempo, felii e oloqente !

Este álbum incomparávet, sugere, ensina tudo

quanto deve figurar em seu enxoval.» o tudo

quanto devo ordenar seu ler\ como ninho do


ventura e distinção.
CAMA
PREÇO Ct$ 30.00

ijgp ÁLBUM

do ambiento.
N. 236
Em quatquor lar o toque feminino 4 ¦ qraca
Surpreenda sou esposo com
ume tnda toalha ou uma formosa colcha
que * senhora mesmo esacuterã com as fa-
cuidadas e boteias do» modelos deste eíbum,
tão pratico • distinto.
Oi 30.00
i ^ \ aW
(ftO&fr

Quanta mulher gosta de confeceto-


nor suo prrjprKi roupa íntima, eco-
nomaondo...

tos ? \\\* álbum


e operferçoondo
oriento
A l I U M

O CÓrte,
Mus
N.'

conhecimen
o costuro
B

c O
bordodo de modelos muito fmos « atraentes, duma

ÁLBUM elegância irrepreensível.


N.' 2

PREÇO CRS 25.00


Cheios de motivos qrociotos, este álbum

preporciona a confecção do adorivais bor "Arte


Cstes álbuns são editados pelo Biblioteca de de Bordar". Faça seu
dodos pa/a aventeis, vestidos de boneco,
pedido acompanhado da respectiva importune» Aceitamos enco-
enfarte* do Uk— desenvolvendo o qôfto do

garotada e dando
sSes tmogons feüios em mendas pelo serviço de reembolso pos ai. — Pedidos à S A O MALHO —
modefel que encantam o ambiento. Rua Senador Dantas, 15-5 ° ond Coixa Postol, 860 — Rio — A vendo nas
PREÇO OÍ.IS..00 livrarias.
' ^
PREÇO CrJ 30.00

&a2&y
' .
ÁLBUM N
¦>
$#£ I fl 0 /-AR
A MULHER £ ¦

Muito útil e prático, este álbum é insubsfituivel


confecção do -n.oval do tove.-iinno
Poupando tempo, fai
na
que por ai . . .
m/À A CRIANÇA
PREÇO CrJ 25,00
que a futura mãe tenha t «le-
gria de. ela mesma, preparar todo c vestuário de
«eu bebê. Modelos belíssimos !

_^ff
ÁLBUM N: 8

ra(M^^ Blusas, camisolas saias, cesequinhcs. pija-


mas. toalhas, Wn^óís, quardarwpoi. barras,
monogi-arnaí... em riscos de aspecto an-

Bysa|*\ cantador, fáceis de bordar e murro prifi

cos. Para o bem estar e a beleza do lar,

___. da mulher e de criança !

/ "_J_rL "" —

IJRIKÍO
\ #*^í____E>íUM N' rffc
¦o+_

/è^^Ç__Í^
Ejipüc-ções «o alcance de todos trensfor-
mo—, em verdadeiro pr««er da dona de
—to
toalhas — d_
AJbum que r-sorve os

mas das mães


probJ*-

que apreciem v%H3


fl n r/_?
1
a confecção de encantadoras
\ p>~ • ma» simples »« •"«'» luxuosas.
Moi to-
na
executar a. roupinnes de teus ÁLBUM N.»8
_ I _ ¦* -i d» de muití) góíto. Riscos pari bordar filhos. Modelos de corte e re«-
PREÇO Cr» 25,00
a. >..:.:: medida d* execução.

A1 - •- *
ÜMção muito facilitados
V:<--- PREÇO e em
Cr$ 2S.0O SJM
/b grande variedade de estilos e

ornamentos.

J/_fifl3&r_-_u !__*;__:<• / CssU-^^^- -Vx^ i^-^


|pflg^__L/ (?_&*«* _ iáfc Nunca se reuniu tanta cou-

sa bonita am
N. 216

matéria de
risco» a modelos — para

adorno do lar, para belez«l


A groça, "o del,c<,<le".
delicadeza, •o b">
bem estar do '
V ' O 9"":°- do ^> -Z<|V*_
"princepetinho"

I^
e conforto da mesa » da
do lar exigem fa) mere-
cem... todo, 0s cuido dos ?
Colaborondo
com as mães, ésfe olbum facilita
o con-
OB«*k-CMiiA
d. »_-,._ a. Art. J. «ordar
- d«_S„ „_.-„.
dad.nbr.rt, „__
!Tnd^„ ri^-
z cama; para
Apresentando
uso
tudo
pessoal.
cm
(«çõo. através de riscos ri^ate, . .»,..*_. _ _,
admiráveis, de ap-ntades c—, ., -.;, dimensões para execução.
enxovais práticos e lindos «_., .plk.^s.,. „_,__
para o recém- o» d. «KiKãa murto ii-pl_ Álbum que è qrande pelo
nascido
PREÇO CrJ 30,00 formato e pala utilidade .'
PREÇO CRS 30.00

.A\ \ ] -JÊt^ ÉV* afT-jP^' M*r<,v'',,0f* coie^io de p«q*> de Wj«


í"* \ \ I ík.), ji*~\ IL^^.^^^ . ';J^*_; ri», de ceme « mexe. ó. enfeite» ... de
_, '"/\ Uf«.|^—^^%L" *::'è_»ir *¦"_—- ^o 1«****o o bo*de_o pode oferece*
V,Ci_v* I r\ ^J \ *\ ¦___¦>> ^* ¦**'° * ^* pr*t,co P*1"'1 ° en*o*al e

¦*EÇO &' 2S'00


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Não hã moca, „ão


há senho-
ra que não encontre
tempo pa-
" um *«"d.do. E
a coletânea
da Biblioteca da Arte
de íor-
dar é ume auxiliar
preciosa, con.
forme se .é. -iois uma >_.
pelo,
"«dêlo, . e,pr«:.co.s
dést, ,a
üoso álbum
álbuns soo ed.fados pela Biblioteca de "Arte
! £stes cie Bordar" Faça seu
ped.do acompanhado da respectiva importância.
Aceitamos enco-
mendas pelo serviço de reembolso
PREÇO CrJ 20,00 postal. - Pedidos à S fi O VALHO -
Rua Senador Dantas, 15-5° and Caixa
Postol, 880- Rio- A venda nas
rRtfmvo
PAô AMMA5 F* <*lB_

Tudo o
que diz res-
____K7
peito ao lar e à mulher,
condensado em pági-
nas bonitas que encan-
/77^rÇ<*
ta manusear.
PREÇO
Ensinamentos, rècei-
25
tas, sugestões, consê- CRUZEIROS

lhos.
Ótima
parte literária.
Modelos.
Poesias.
Lingerie.
Cama e mesa.
Ornamentação e de-
coração da casa.

"O MALHO"-Rua Senador Dantas, 15-5.° andar-Rio.


Edição da S.A.
PELO REEMBOLSO POSTAL
ATENDEMOS A PEDIDOS
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

) para você rinícm \


fe NCSTAPATA \\^J_)yí^A

Visitando a nossa SEÇÃO FESTIVAL encontrará sugestões para as suas me-


sas de festas de aniversário, batisado, comunhão etc, tornando-as mais en-
contadoras e alegres.
Variado e lindo sortimento de enfeites, toalhas, copos, pratos e guarda-
napos de papel e muitas outras miudezas próprias para festivais.

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AMIGA NUMERO UM DOS ESTUDANTES DO BRASIL
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RUA RAMALHO ORTIGAO, 24
Telefone: 43-4929

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RUA VISCONDE DE PIRAJA, 134/136. — Telefone: 27-0450.

I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
^^^^aa^^(Bs^ala^s^»^sWHBB__^BB^i^^^

VARIADAS
BOA INTENÇÃO,
MAU RESULTADO
A senhora debru-
çou-se à janela do
trem e gritou para
o agente:
Por favor, que-
ro sair deste trem!
E por que náo
sai ? _____''a__F«a*^"" ___H
Porque sou
muito gorda e so
posso descer de cos-
tas. Toda vez que
tento saltar do trem,
alguém pensa que
estou subindo e me
dá um empurrão.
Já estou cinco esta-
cões além daquela
em que deveria des-
cer...

PARA ONDE Lm\m\\\mmmWm1^ mmW


OLHAVA ? '
aafl ^-Si.. "Jr ,'
i
O dono do grande
"magazin" chamou
o gerente:
Que idéia, foi
essa de empregar na
loja, como detetive,
aquele homem ves-
go?
Foi ótima idéia,
respondeu o geren-
te. Olhe bem para â A
ôle e veja se é ca-
paz de dizer ouem
é que êle está obser-
vando...

COMO NASCEU A
PINTURA
Foi no século IX
32 PAGINAS antes de Cristo que
um corintio, de no-
COLORIDAS QUE me Cleofanto, pin-
tou pela primeira
SÃO UM ENCANTO vez um quadro. Em-
pregou em sua arte
uma única côr.
Só no século ime-
CONTOS ? POESIAS 4-TESTES ? PASSA-TEMPOS dlato é que outro ar-
tista, chamado Bu-
JOGOS + BONECAS PARA VESTIR •*¦ BRINQUE- lasco, utilizou di-
versas cores e tra-
DOS DE RECORTAR E ARMAR * RECEITAS DE çou, segundo sua

BENZDMEL
concepção artística,
COZINHA ¦*• BORDADOS ••> ANEDOTAS. as diretrizes que a
nova arte devia se-
guir até o que é
NÚMERO AVULSO, CR $4,00 ATRAZ ADO, CR$5,00 hoje.
ASSINATURAS: 12 NÚMEROS....... CRS 50,00
O Chico tinha
apanhado uma cons-
tipação e a mãe
aplicou o ouvido ao Calmante
peito e ficou a es-

JRANDimHA
Rua Senador Dantas, 15, 5.» andar — Rio
cutar. Depois de ter
estado muito quieti-
nho, Chico pergun-
tou:
— Ainda estou
vivo, mamãe ?
Expecicrânie
UM PRAZER
EDIÇÃO DA é. A. "O MALHO" PARA AS CRIANÇAS

I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

B^<• 7T_^-^r i__, 7^ « B -III Nmii ^l

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H^Ir* >2w2ff_

insinuante 0 Bhasil fafadea ome/krt,


tf « rnaíoi e me/Ju&t
sapatatía daãm&uca (ulçoufod& mundo- e a
Lídina, é iamáem IN&NÜMTE rende *
uma gale/zia d sua melhtâ calçado-cia- &las/í
disposição- com aguce

L
1954
gebadinha sempm
as suas ordens. i CARIOCA, 4-6-48
)$ETE SETEMBRO, 199201
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

êues FORAM
AMIDOS DOS fTnm llVwrwl^
santos e mártires cristãos como a todos os seres da criação, -__•*¦"' ^*f____f*.

OS foram grandes amigos dos chamava - lhes carinhosamente


"irmãos"
ap.ma.is e até as feras mais terri-
veis se amansavam diante deles, caso digno de ser co-
guiadas talvez por um misterioso OUTRO nhecido é o de Santo Hu-
instinto que lhes fazia intuir sua berto. Era êle um príncipe que
pureza e bondade.
gostava muito de caçar. Em uma
Uma infinidade de lendas e fa- Sexta-feira Santa — segundo con-
tos sobre estes santos varões de- ta antiga tradição — perseguia
monstram a relação que tiveram tenazmente um cervo que corria
com 05 irracionais, de uma for- através de um bosque das Arde-
ma tal que causa assombro. nas, na França. De repente, o ani-
Para não citar senão os casos mal se deteve, voltando-se para o
mais notáveis, recordemos algu- seu perseguidor.
mas passagens da vida de São O príncipe Huberto viu então
Francisco de Assiz, São Francis- entre os chifres do cervo brilhar,
co Solano e Santo Huberto. com estranha claridade, uma
Em certa ocasião, quando São cruz, enquanto ouvia uma voz ce-
Francisco de Assiz percorria os lestial que o censurava por sua
poeirentos caminhos de sua pá- conduta. S. Francisco de Assiz
Diante do milagre, e desde
aquele instante, a vida de Huber- da carreira causava horror a toda
to mudou completamente Aban- a população, quando apareceu o
donou para sempre a caça e, de- padre Solano. Com admirável se-
sejoso de viver a vida mais sim- renidade.esperou a arremetida do
pies e modesta, renunciou aos di- touro, enquanto lhe falava com
reitos que tinha à coroa de Aqui- brandura. E, então, aconteceu o
tánia e consagrou-se com fervor inesperado: o bravio animal apro-
ao serviço de Deus, convertendo- ximou-se mansamente, para em
se em um dos maiores protetores seguida se afastar como se fosse
dos animais. uma ovelha, deixando estupefac-
tos quantos assistiram à cena.
Francisco Solano, o lnfa-
SAOtigável missionário da Amé-
rica, que dedicou a vida a ensinar
aos indígenas do Novo Mundo os
divinos conselhos do Mestre da
S. Francisco Solano
Galiléa, teve também o maravi-
tria, pregando os ensinamentos lhoso dom de atrair a amizade
de Jesus Cristo, viu um bando de dos animais, até mesmo os mais
aves. E, diante da surpresa dos ferozes.
companheiros, começou a falar- A lembrança dos seus feitos me--
lhes da grandeza de Deus, que moráveis permanece viva na re-
lhes havia dado asas velozes, para gião do norte argentino, que foi
serem livres, e o agasalho de sua- onde sua ação evangelizadora dei-
ves penas. xou marcas inapagáveis. E ali
As avesinhas, compreendendo ninguém pode esquecer aquele
a mensagem do "poverello", uni- terrível momento em que um tou-
ram suas vozes entoando um hino ro excepcionalmente bravio con-
de louvor ao Pai Celestial. O amor seguiu fugir, saltando a cerca que ** —_. -__f ^<^^l^%^***_ *-*

de São Francisco se estendia tam- o prendia, causando a morte a vá-


bém aos animais ferozes e a estes, rios indígenas. Em sua desenírea- Santo Huberto

I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
s~^m •*^»mfl

SEU PÉZINHO,
BOU *QUI
4 0 p fí
DO MEU,

St VOCEUSiV
B0M CALCA

COMO EU.
yU >^ fr f ^r QUE CALÇA
^V CARIOCA
\ a(\>
^^^*»w ^w^. jF**
'***' ^^^**w ^á*fl9*flLt**V
ám ***" Tk^**V ,+r'' ^L*****k****r^****im

PASTOS
FONES: FILIAL: Av. N. S. de
Rua Uruguaiana, 19r esq. com Sete de Setembro, 43_55;;"e 43'5547 jrâsso-^ííi
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

flíJW7 lUòíMi £0 DEUS DA CHUVA MEXICANO.


ni&Jf]p\/P TEM UM ORIFÍCIO h/A BARRIGA
ONDE OS CRÉDULOS
u
M
DEITAM '
MOEDAS. ____&3_
COISAS \\w/^/fás9Kr/A/* ^^^rs»* ' ^^^^r *^_ss5^_^

CURIOSAS Na idade media eram üul-


' 1 GADOS OS ANIMAIS ACU5A
DOS PE MORTE OUDE ROUBO.

A pele do elefante leva, termo O primeiro código em cifra


médio, cinco anos a curtir. No Sião, quando numa demanda
faltam as testemunhas, recorre-se a
Parece ter sido César quem pri- prova da água, semelhante à que se
meiro usou um código cifrado. Se- usava na Europa durante a Idade-
gundo diz Suetonio aquele célebre Média.
Tem-se verificado nos hospi- general romano, servia-se, para a sua Consiste a dita prova em lança-
correspondência secreta, dum alíabe- rem-se os dois litigantes à água, de
tais que as unhas dos dedos cor- to em que cada letra avançava qua- cabeça para baixo e ao mesmo tem-
tados continuam a crescer. tro para diante, por exemplo: o A po. Aquele que agüentar durante
era substituído pelo D, o B pelo F, mais tempo, ganhará o pleito.
etc

Na China,-> toma-se a sopa no


final das refeições. Dizem os na- O PRIMEIRO DO ANO
turais que os líquidos têm sem-
pre mais facilidade de serem In- Somente a partir de 1731, as nações européias começaram o ano no dia
geridos. 1.' de Janeiro. Ne, França, foi o édito de Carlos IX que fixou; o inicio do ano
a 1.* de Janeiro; até essa época, isto é, até J564, os franceses principiavam o
ano pela] Páscoa'. Na Inglaterra e na, Escócia, o ano começava a 20 de Março,
O sistema de linguagem para isto é, quando o Sol entrava em Aries.
surdos-mudos foi inventado pelo
abade I/Epée, francês.
livro mais antigo do mundo é chinês e intitula-se "O-King" isto é,
O Livro dos Números. Muitos séculos antes de Confúclo, já
A invenção do açúcar de beter- aquele trabalho vinha sendo objeto de acalorada controvérsia entre
raba é relativamente recente, os sábios da Índia e da China.
pois só há 150 anos a beterraba
começou a ser empregada para
tal fim. O vene-dano Marco Polo, o primeiro europeu que visitou a China,
* ao voltar para a pátria, contou, num livro, o que vira. O livro pareceu
tão lnverosomil que lhe chamaram "Cm Milhão de Mentiras", e ao seu
O primeiro povo que fabricou autor "Dom Milhão". Contudo, os exploradores posteriores guiaram-se
porcelana foi o chinês, e começou com êxito pelos dados do viajante.
a fazê-lo há 700 anos. Essa arte
atingiu a sua maior perfeição no
século XV, quando imperava a Foi dado o nome de amarelos aos chineses, não pela cor de sua
dinastia Ming.
pele, mas pela lama amarela que o Hwang Ho eontém em suas águas
e que, durante a época das inundações, quando o rio se espalha pelas
terras adjacentes, torna Irremediavelmente amarelo tudo quanto por
A força de um elefante corres- ela é atingido.
ponde à de 147 homem.
Em certa cidade ribeirinha, da Coréia, em ves do homem levar os
Madame Pompadour foi a in- patos ao mercado, dá-se precisamente o contrário; e isso acontece por-
ventora dos saltos altos. Criou-os que ali as aves, atadas por meio de cordas a uma pequena canoa, re-
bocam a embarcação rio abaixo, conduzindo gentilmente o seu dono.
para se evidenciar, pois era de es-
tatura baixa.

1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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•( ____ ° SABONETE íí\


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l^-r^k ____"' QUERIDO
CRIANÇAS!
W/k \J^DAS

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Sabonete DORLYl
^^PREÇ^PO^PREÇ^^^OMELHORiJ
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

VAMOS RIR MANEIRAS DE VER

UM POUCO Gd „
UvU<4fyt

QUE E' BOM...

— Viram passar por aqui meia dúzia de laranjas ? - Sêo Fulgencio é que tem sorte! Pega cada
bruto peixe t!

GOSTARIA, MESMO?

W' i <l ri'1',,1'"


3°/^ ^^C i ire»/'! '
Está formidável. O que eu não sei é se tigre
— Tomaroi quê s*ja 41 t quê «u pasquê o, pé direito! gosta de queijo...

1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

ERA DEMOCRATA
S~\ rei Eduardo VII da Inglaterra, quando
^^ estudante, era inimigo dos aduladores. S __-__ \. F 'â-f-d-i
Queria ser um rapaz como os outros.
Um dia, seu avô Eduardo VI viu-o regres-
sar do colégio, com um olho completamente
pisado.
Que te aconteceu? — perguntou-lhe.
lo&oXAMBU
CABELOS BRANCOS OU GRISALHOS
Oh! Foi um dos meus colegas. Tra- VOLTAM A' SUA CÔR NATURAL.
ELIMINA A CASPA - E*ITO GARANTIDO.
tou-me de Alteza Real e então nos pega-
A venda nas Farmácias, Drogarias e Perfumarias.
mos... Pedidos pelo Reembolso Postal.
Laboratório: Rua General Rodrigues, 39 — RIO,

PROVÉRBIOS ÁRABES
O embuste é a chave do ladrão.
duque de Morny, persona- Um dia, nos tempos do reinado Se vires formigas na escada, conven-
O gem poderosa em França no de seu filho Carlos IX, Catarina
tempo do segundo império, ce-te de que há pão lá em cima.
de Médicis conversava com o rei
fez-se um dia anunciar no escrito- de Navarra — i> futuro Henri- O ouro penetra mais que o ma-
rio do barão de Rothscbild. que IV — numa sala do rés-do- chado.
Que entre — disse o ban- chão. Por baixo das janelas, dois
queiro, sem levantar a cabeça de soldados que não desconfiavam da
Sábio inimigo vale mais que amigo
cima dos papeis que estava exa- sua presença tão próxima, assavam doido.
minando, sentado à sua secretária. um pato, enquanto cantavam "cou- Quem corre muito cai no caminho.
Morny entrou e cumprimentou:
Senhor barão...
plets" pouco lisonjeiros para a rai- O preguiçoso diz: "Eu não tenho for-
nha mãe.
Puxe uma cadeira — disse ça".
este, sem erguer os olhos nem se O rei de Navarra, indignado, le-
vantou-se disposto a dar-lhes o me- O rio forma-se gota a gota.
mexer.
O duque, que não estava habi-
recido corretivo. Quem foi mordido por uma serpente
tuado a ser recebido daquela ma- Deixa lá — interrompeu a tem medo duma corda.
neira, aventurou-se a dizer: rainha.
Naturalmente não lhe disse- Não são seres dignos da nos-
ram quem eu era... olhe que sou sa cólera.
o duque de Morny.
Então puxe duas cadeiras
E aparecendo aos soldados per-
guntou-lhes:
MANAQUE
replicou Rothschild, sem olhar
para ele e sem interromper o seu
Que mal vos fez a vossa rai-
nha ? Se não fosse ela, não esta-
D'0 TICO-TICO
trabalho! rieis agora a assar o vosso pato. PREÇO CR$ 25,00
Catarina de Médicis foi implacá-
vel apenas para aqueles que eram (47.° ano de publicação)
O bispo Auet, célebre pela sua dignos da sua cólera. EDIÇÃO E PROPRIEDADE DA
erudição, recebia diariamente inú- "O MALHO"
mera correspondência. Contudo S. A.
não abria cartas à noite, antes de Diretor
se deitar, nem de dia, antes das O imortal Rossini era extrema-
refeições.
Perguntando-lhe um dia um seu
mente supersticioso. Deste modo, Ànfonio A. de Souza
passou toda a sua vida temendo,
familiar porque moüvo assim pro-
cedia, respondeu:
especialmente, o número treze e as e Silva
sextas-feiras. Entretanto, parece
— E* mais freqüente trazerem Rua Senador Dantas, 15
as cartas mais noticias más do que que Rossini teve razão, pois que
faleceu em uma sexta-feira, no dia
5.° andar
boas, e eu não quero procurar, por Telefone: 22-9675
minhas próprias mãos, coisas que treze de Novembro de 1868. O seu
me tirem o sono ou a vontade de sexto-sentido advertiu-o a tempo, RIO DE JANEIRO
comer. mas... de nada lhe valeu !

1954 II
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

COMO ERAM VISTOS


OS SÁBIOS
naturalista alemão Renous, que esteve em S. Fer-
O nando do Chile, no ano de 1830, teve que se ausentar
por nns dias de casa e encarregou uma criada de
cuidar das suas lagartas, dizendo-lhe qne se ela cumprisse
suas ordens direito, as lagartas se transformariam em bor-
boletas.
Este fato tão estranho alarmou a criada, que comentou
com outras pessoas, que por sua ves comentaram com ou-
trás, espalhando-se a noticia até chegar aos ouvidos do go-
vernador.
Imediatamente, este se pôs em contato com alguns pa-
dres do lugar, e então todos convieram que naquilo devia
haver algo de heresia. Madame, sou um repórter.. Posso entrevistá-la t
Quando o naturalista regressou meteram-no na cadeia. Ás suas ordens...
Poucos anos depois, em 1834, chegava até às mesmas A madame já viu que maravilha está ai Anua-
praias Carlos Darwin, e então êle e Renous, já livre, se rio das Senhoras ?
divertiam falando, diante do povo, sobre diversos fenômenos
naturais, conhecidos hoje por todo o mundo mas, naquela
época, completamente ignorados. As pessoas simples do lu-
gar viam, nos dois, duas almas condenadas irremissivelmente.
EXIGENTEZINHO...
Uma vez Renous perguntou, na ausência de Darwin, a
um jurisconsulto: O famoso violinista Barasate em extremamente
severo ei exigia dos ouvintes, durante1 os seus concertos,
Que pensa o senhor do rei da Inglaterra, que manda absoluto silêncio e Imobilidade.
um colecionador a este pais para colecionar animais, insetos Diz-se que certa vez, em Paria, interrompeu brus-
e pedaços de pedras ? camente> a peça que estava tocando, aproximou-se da
O assunto não está bem claro — respondeu o boca do palco o exclamou: i
Júris-
consulto. — Aqui deve haver gato escondido. Ninguém é tão — N&o me é possível continuar tocando ao com-
rico para mandar um homem empreender tão longa viagem
passo de 3 port, perturbado, como estou, por uma se-
só para este fim. Há ai alguma coisa que não consigo enten- nhora que na segunda fila se (abana ao ccfcnpasso dé
der. Imagine o senhor o seguinte: se algum de nós fosse à 3 por 4...
Inglaterra, para fazer o mesmo, não acha que o rei o faria
deixar o pais Imediatamente ?
Muito tempo mais tarde, os dois amigos comentavam O SOLTEIRÃO
isto e se divertiam a valer.

JUUUUl-JUUL •^-_5g^-^g^^^__

{kea/Twc/n
Antes de ser militar, êle era padre JOGA XADR-S

1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

W PGJS23
IZA TELM
ÓRFÃO MENDIGO O Estado do VaU-
cano tem soberania,
IIORMINO LYRA dada pelo Tratado
de Latrão, assinado
em 11 de Fevereiro
L oitado desse órfãozinho! de 1929 — É, por-
tanto, do nosso
Está pedindo uma esmola. tempo. O Estado é
Nada tens? Pois o consola, de forma triangular
sendo a sua área de
animando-o com carinho.
Nada tens? E' singular.
Afaga o pobre menino:
44 hectares.

Por que é que em
quase todos, ou
mesmo em todos os
EEE '
leques japoneses en-
Jesus ama o pequenino, centramos pintada
uma cegonha?./..
e um dia há de te pagar. E' porque no Ja-
pão, a {cegonha é
Mimo dá consolação considerada slmbo-
Io de felicidade e
a quem vive com a alma ao léu longa vida...
e só tem, por teto, o Céu. •
Também se dá, à
e, por mastigar, um pão. Via-Látea, o nome
de I Caminho de
Santiago.
Ai de quem teve na vida •
o destino que se encerra A cidade do Rio IZA TE/VI ^^^^E_
de Janeiro (é bom
em rolando andar na terra repetir, para aca- /. \_» T_
kar cem o antigo Ge o~£p
como folha desprendida. erro) foi fundada ^»_J•¦'~**^^_____f^ *__J?C3
em '!.• de Março de
1565, na TJrca. A
transferência, pa-
DOIS VALENTES ra o morro do Cas-
teio, também t o 1
num dia primeiro
de Março — no ano
de 1567.

Os célebres e ge-
nlais poemas brasi- IZA TEM
lelros "Vozes dVUri-
ca" e "Tragédia no
mar" (O navio ne- Á>^Ef LIHDQS C
weiro) são de au- (3c "--7
torta de Castro Al-
ves, poeta baiano ____r
que morreu com 24
Lci» anos.

Alguém pergun-
rou à rainha Cristi- »* sss. ^ 1
na da Suécia qual
era .o pior dos de-
feitos e a soberana
respondeu: "A men-
tira, que envilece
aquele que a diz e <Ç\
t ^» eniana quem a ou- J f
ve".

Os faróis diferem
um dos outros pela
KOLYNOS
C-OMft*TC AS CÁkift
côr da luz, duração
-00?* PlBfUMA O HAliTO
X^mff
Íp~^E^j
dos 'lampejos e nú-
meros delejj por mi- A \ ^S&!>*' fctNfí MürTOMAtS

nuto
É&Ê
Anemia? Debilidade?
Vocês ouvem falar "A honestidade foi

EMMSAO"SMT
TÔNICO DAS GERAÇÕES
iV de ouro de 24 quila-
tes. E" o ouro puro. maserá sempre a ar-
contém 18 partes de
e
decididamente
O ouro de 18 quilates mais forte
para tô-
ouro, três de prata e das as lutas da. hu-
três de cobre. manidade que vive e
1954 progride". — E. Fer~
rari. ,3
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

/2| A$ donzelas
(f^^-^ètesaparetídas traçando planos para procura-las. geriu que o pastor deveria dizer-lhes
mas, na realidade, não sabiam o que de quem era o gado que êle guardava.
muitos séculos, vivia numa cl- fazer. Enquanto isto se passava no pa- Pertence a um Mago poderoso
HA dade um nobre senhor que ti- lácio, o Gênio havia transportado as ?ue habita o palácio das Nevoas, no
nha três filhas lindíssimas. Sua jovens a um país distante, tendo a cume da Montanha azul.
esposa e êle cometeram o imperdoá- crueldade de amarra-las, cada uma a E sabes se esse Mago é bom 7
vel esquecimento de convidar para o uma árvore. perguntou Elena.
casamento das três moças, que se ca- Estavam as três chorando sua Acredito que sim — replicou o
saram no mesmo dia com três nobres amarga desventura, quando aconteceu rapaz. Mas acho multo difícil che-
cavalheiros, um poderoso gênio, e,
passar por ali um pastorzinho. A mais gar até seu palácio, porque o bos-
quando estavam em meio do banque- moça das três, que se chamava Ele-
te que era oferecido no amplo salão que que se estende na ladeira da
na, suplicou: Montanha Azul está encantado: ali,
do palácio, as altas janelas se abri- — Quem quer que sejas, tem com- todos os animais falam e têm inte-
ram de par em par e um terrível fura-
paixão destas três jovens que foram ligência humana, e vocês correm o
cão penetrou por elas, arrebatando as vítimas de enorme ultraje; desamar- risco de se converterem em animais.
três noivas. ra-nos, por favor! Creio que a nossa salvação é
Passado o susto de que foram to- O pastorzinho atendeu e uma das Ir procurar esse Mago e pedir-lhe
mados, os pais e os três Jovens noi- moças lhe ofereceu uma moeda que
vos, ficaram fazendo suposições e que nos ajude — disse Elena às ir-
tinha no bolso, mas o rapaz, que era más. — Agora temos que descobrir
bem educado e desínte- t maneira de subir até o cimo da
ressado, não quis aceitar a montanha Azul.
recompensa, oferecendo- Não nos resta outro remédio.
lhes, ainda, abrigo em seu Os animais da floresta nos ajudarão
redil, conduzindo-as de- a encontrar os atalhos mais curtos
pois até sua choupana, disse Julla.
dando-lhes leite fresco, Naquela noite dormiram na choça
pão de centeio e queijo. do pastor, e, ao amanhecer do outro
A mais velha das três dia, puseram-se em caminho, levan-
perguntou em que país do, para comer, pão, queijo e leite
se encontravam e o pas- de cabra.
ter respondeu que aquilo O pastor viu-as partir e deu o seu
era a ilha Afortunada cajado à mais moça, dizendo:
e que estava situada em Leve-o; pode ser que lhe sirva
pleno Oceano. como um bom cavalo.
Se assim é, não po- A moça não compreendeu o que
deremos facilmente voltar queria dizer o pastor e contou às ir-
para o palácio de nossos más.
pais — disse a segunda, E se o pastor não fôr apenas
que se chamava Maria. pastor ? — indagou Elena. — Vamos
E em que país fica experimentar o bordão ?
o palácio de vosso pai ? Dito e feito: montaram no cajado
— perguntou o pastor. como se fosse uma vassoura e, no
Fica na Espanha, a mesmo instante, o bordão se pôs a
terra que é, por todos subir e suavemente chegou ao
que a conhecem, procla- cume da Montanha Azul, diante do
mada como a melhor, rica Palácio das Névoas.
de minas, farta de frutas, As três deram-se as mãos e avan-
guaraecida com os mais caram até o palácio, que se erguia à
belos castelos, tanto que frente delas como confuso promontó-
há nela uma grande re- rio de nuvens de forma índefi-
gião que se chama "Cas- nida.
tela". E' nessa região, As três irmãs eram muito bonitas.
em uma de suas cidades, A mais velha, morena de olhos ne-
que nosso pai tem o seu gros, a do meio, loura de olhos cia-
palácio — continuou Ma- ros, e a mais nova tinha os cabelos
ria. castanhos e crespos, formando cachos
Então a mais moça su- rebeldes, e era a mais bela, clara e

14 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
rosada. Estavam as três com os vestidos nupciais, enfeitados de fio-
res de laranjeiras. Os sapatos eram prateados. Haviam perdido
apenas os véus, pois estes eram de tule finíssimo e se haviam W
rompido durante a caminhada pelo bosque.
Quando se aproximavam do palácio, uma nuvem, grande e
branca, brilhou, envolvendo-as completamente, surgindo em se-
guida, diante de seus olhos assombrados, um magnífico palácio.
Era de cristal, com um pórtico belíssimo formado por graciosas
colunas que brilhavam e fulgiam, quebrando os raios de luz nas
2.3
j*"r
» _gr r -
cores do arco-íris.
Aquilo mais parecia a ante-sala do paraíso.
Envoltas pela nuvem, sentiram-se transportadas e
ram no palácio, até chegar a um maravilhoso salão, penetra-
que reluzia
como se fosse gelo, porém de modo tão suave,
que até se tomava
um descanso para os olhos.
Viram, então, diante de si, sentado em um trono, um ancião
de agradável aparência, que sorria com doçura ao vê-las
avan-
çar timidamente de mãos dadas.
— Aonde vão essas três noivas, sem
seus esposos I — Der-
guntou-lhes.
Elena, assustada, pôs-se a chorar.
tant° que causou **"* ao anciâo- «íue. sempre
-^HSOl,UCaVa.
rindo, levantou-se e tomou-a nos braços, como sor-
uma criancinha. se fosse
Foi nessa ocasião que as moças puderam ver
tinha estatura désmesurada. que êle

ST-ff
tffi
& Com Elena nos braços voltou a sentar-se
no trono e, _ força de carlcias e palavras, fez
r»>_ «M» que a jovem se tranqüilizasse. Em segui-
y f da- chamou para Junto de si as outras duas
(({'
-.V. irmãs, que também acariciou docemente e,
/ alisando seus cabelos, disse:
7\ — Estou inteirado de tudo
que se passou
com vocês e quero ajudá-las no que me for
possível. Para isto farei com seus es-
'fííá/./ÍV/^W posos saibam, em sonho, o lugar que
em que vo-
__k cês se encontram. Espero que saibam vir em busca de suas eleitas.
Enquanto eles não vierem, vocês viverão aqui e meus escravos
o serão seus. Poderão percorrer todo o palácio e caminhar
por to-
dos os jardins. Acredito que gostarão de ficar aqui.
Ato continuo, tocou uma campainha e no mesmo instante
apresentaram-se duas escravas louras trajadas com finíssimas tú-
nicas de linho branco. O Mago ordenou-lhes
que conduzissem as
jovens aos aposentos reservados aos hóspedes de honra.
E as moças, acompanhadas pelas escravas, depois de
atra-
vessarem imensos salões e longos corredores, ricamente
mobi-
lados, chegaram aos aposentos, que eram cômodos e espaçosos
Das janelas avistava-se o mar, que mais parecia um espelho
de
cristal, onde o azul do céu se refletia.
Nos armários dos quartos que lhes foram destinados,
encon-
traram túnicas de alvíssimo linho e macias sandálias
de pele
Mal acabaram de se vestir, ouviram o toque da campainha
novo as escravas se apresentaram para anunciar e de
que a refeição
Oi Pratos
Bn,4„ estava servida.
mais saborosa que
*-*«_»-
Já haviam provado, as iguarias mais raras, achavam-se na
mesa.

^1í-___T " "¦ *"""• -*" r ""-r- IW""" - í—* —— ~-.--.--j,


ÍSt°' ° Mag° íez com que ° noivo de ^e"3
vamEnqUtDt°
vam sonhasse com as três e pudesse ver nn*~ i
e onde « encontrava uma eUs * "^
embarcação à espera. "**
Assim qUe despertou, o noivo
de Helena, contou o sonho ao. outros dois e,
decidiram pôr-a. . caminho.
1954
15
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Depois de fazerem os preparativos necessários, mon


taram em três soberbos alazões e partiram.
Como é natural, os pais das jovens cobriram de bên-
çãos seus gêneros, desej ando-lhes felicidades e a madri-
nha de uma das moças entregou a cada um dos jovens
um objeto de coral, dizendo-lhes:
Quando vocês se virem em dificuldades, basta di-
zer: "Coralzicho, coralzinho, não me desampares", e ime-
diatamente alguém virá em socorro.
Nada aconteceu até chegarem os moços à beira da
praia, onde a embarcação os esperava. Era um lindo bar-
co todo branco, com velas vermelhas. Entraram nele e
o barco inflou as velas e navegou velozmente sozinho,
sem necessidade de manobrar. Poucos dias depois che-
gavam à Ilha Afortunada. Deixaram o barco ancorado
__I___________J_
em lugar seguro e se internaram decididamente pelo bos- aV_j_r_Ha______l

que. As árvores e a mata bravia cada vez se tornavam


mais fechadas, obrigando os jovens a parar, pois esta- — Quem foi o engraçadinho que andou brincando com
vam perdidos dentro delas. a lua ?
Diante de tal apuro, serviram-se dos seus talismãs:
"Coralzinho, coralzinho, não me desampares" — disse- As moças puseram-se a chorar, julgando que seus.
ram a um só tempo. maridos haviam morrido quando vinham procurá-las. e
No mesmo instante, um gracioso esquilo, do alto de correram a contar ao Mago sua desventura.
uma árvore, os chamou: Naquele momento, precisamente, os três jovens ba-
E' por aqui-! Já vejo que estão perdidos. Eu os tiam à porta do palácio, sendo em seguida levados i pre-
guiarei, mas cada. um tem que me dar uma coisa... sença do dono.
Pede o que desejas — disse o esposo de Julia (Continua sa página 438)
Quero as alianças de casamento de
cada um de vocês.
Os jovens entreolharam-se com tristeza.
Como se apresentariam diante de suas esposas,
sem as alianças ? E se elas não acreditassem
no que estava acontecendo ?
Como você esto vff "í^l
Entretanto, não havia outro remédio. bem penteado !... ___1^
Deram as alianças e, em troca, o esquilo, sal- __rv |_ _|
tando de galho em galho, ia mostrando o ca-
minho.
Chegaram a um ponto onde a montanha
estava cortada no cimo. Era um enorme bar-
ranço, quase que intransponível. O esquilo '__ a^____t^^ _____ ^^\ ^íl 9^
desceu pelos retorcidos pinheiros e, já no ou-
tro lado, fez sinal para que o seguissem.
Os três jovens se consultaram e nova-
mente utilizaram o talismã: "Coralzinho, co-
ralzinho, não me desampares".
E esta vez foi um urso enorme que apare-
ceu para lhes dizer que os levaria para o ou-
tro lado do barranco, mas que exigia, antes,
uma recompensa.
Podes pedir o que desejas, disse o noi- ^V *^Sf Óleo de Lima, que
vo de Maria. l
Quero estes medalhões que vocês tra-
o maior!
zem no peito. _/ V^______r é
Que faremos sem os retratos de nossas
esposas ? — pensaram os jovens; mas, entre-
garam-nos ao urso, que, em seguida, os car-
regou um por um, em seus possantes braços
e os levou através do barranco até o outro,
lado. E lá, continuaram seu caminho.
Enquanto os jovens caminhavam, já
exaustos, pelo bosque, um esquilo e um urso
apresentavam-se no palácio das Nevoas, pe-
diam para falar com as três moças. E, en-
tregando-lhes as alianças e as medalhas, per-
guntaram: — Encontrámos estas coisas na
floresta. Será que conhecem quem são seus
donos ?

16 I 954
ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

SEJA UM
Aprenda isto *» Quem d,$se
_g&nmWlt\*$VmWI\mffa^

MENINO
fl /T^ que aualidack|
LEVADO, MAS
SEMPRE
fi i .
O cravo da In-
dia afugenta ;a
traga.
li \2^J(yl) custa mais?)
BEM PENTEADO •
A primeira vez
que um cisne sal
a passeio com oa
filhotes, eles se
colocam entre as
asas maternas e
assim dão várias
voltas, até per-
derem o medo da
água, atrevendo-
a nadar.

Vaiet, em fran-
FIXADOR POR EXCFXENCIA
Atende a pedidos pelo Reembolso Postal .
rrtqam: — Pote*, oo bisnagas •— CrS !• «4
Cartelrinhas 5 99
lab. Rui Grncral Rodrljurs, 3J _ RIO
cês. significa
criado, o "valet
de chambre" é
o "criado de
quarto"
1 ^^^Wm
*'\
í -. A moior variedade ^1lV
5* em jogos e brinquedos. . xisu^^/

Traga seu filhinho Jw \ m4


mglês íôra a
Ccámtão £?. ?*Wto P™?0^ **>Promovido errada no
JoSaToftóal ta*S? 2? à nossa Secção de Brinquedos ^j y_^qt
aparéiul- deAhrW^ ™mTes> de "•' de AbrU d* mi. |>
tando reunidos XL^i^V A •***¦ no refeitório, es-
e veja quanta novidade &/
|| 4ig£^\tt/y>
aconselha qUe HSeS* ÍL60188*- um lembrou-se de
«oldo de capitão r^ti^?"8^ ^«llatamente o \'K para a venda de /mm^tâ
*•*-« o 5SSiaU?e2&J2: "H8 ^s^nadas, J>^3\mmr~'/
»• dlsrX)slco^^ír.4«e^i^^as*m «o1"*, cltando-se
«ua^sta£. ^ TCl* d0 Regulamento Militar de
«o ÍSunt "StaV-fi" 22^ "» pensar melhor
quências ^ a^JSH?0 ^ "** *" —""
^o^Sm1naSoCo^3^d?Irl0• f*** ^
0"-* Pede lhTs^ fJwir^íflT6^*0 do tene»te T... em
que terá direi"des^ir5f0;^^atlVajnente' • *»*> a
o referido docuníSi 1041> veri«ca-se que
«tou-se em suTconS, L?J?2i2í
ffJSLard2a- Aastm sendo« ««-
ao entanto, qw^^y^'1» Bí.m. Parece.
«rafo no ReWamento^^L* * ¦¦ *«*-
qual todo o oficialtoJL®?* f??"*11
MWes^Je. «gundo o
»«mte, por quSL^r^ando é responsável, pessoal-
«a campanha 7*H^Lí^i*ncIa- « ° oficial morreu
»he çejatafe^^TP°?5abmdade
Cri0r Worarqulco e,que P8*5* «o oficial que
JJJ" haja'sobrevivido.
qu«e?te'Tte^%d&mi^%caba^nte «P» o re-
talha de Hastín^«-fv, *'' é ° ^co sobrevivente da th-
«Wrdenl^ 1^,^° d.e 1066 da era criatà> - « W
fce SSRbRSafffiSS1 *° 2!1 cavalos. cuJo valei
«sponsabb^eL^siví^t 2SLÍ2 "«««te. pois,
valor irarjorí^^fr'' 1*% Püdsl d*8ses animais cujo
««. conteS m^S*i í8 £ 4000°- ?* Pois, ajustada a
PUbücos a' ImpSS Ví&P™* dCTe "¦ «*-

Na convalescença Agj§/ijl00mmnm.
MAGAZINE 1/1/È^ „ %
EMUISÂO^SCOTT
TÔNICO DAS GERAÇÕES "/ Ffhfia. |
1954
17
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

QUAIS SÃO OS DOIS PÁSSAROS IGUAIS ?

Dois, apenas, desses pássaros, que muito -te


BRASILEIROS ILUSTRES BRASILEIROS ILUSTRES
parecem à primeira vista, são iguais. O lei-
PRUDENTE tor poderá dizer, em um minuto, quais aia
CARLOS GOMES
eles? Em mais de um minuto, não tem
DE MORAIS graça...
A vida desse nosso genial maestro,
de Morais era antes de ^"^
ponderou acertadamente Damasceno
PRUDENTE
tudo um homem de princípios fir- À procura da sombra Vieira, encerrou-se em duas paixões, em5
mes, sincero, leal, austero. A linha da (História muda) dois cultos: a Arte e a Pátria. Em home-
austeridade, natural, sem afetação, era a nagem à primeira amava a Itália, porque
feição predominante no seu caráter. Des-
de a mocidade essa feição se lhe acentua
calma e firme. Os colegas da mesma ida-
-.o- lhe desenvolveu a inteligência e as facul-
dades criadoras. Amava a Pátria com o
desprendimento dos corações elevados,
de o reconheciam e cediam facilmente ao procurando sempre dar às suas produ-
ascendente do seu espírito, ascendente ções o cunho brasileiro. Filho de Campi-
que sempre prevaleceu mais tarde, tanto nas, fez os primeiros estudos de música
no seio do partido como nos conselhos do com o conhecido maestro italiano Joa-
governo. Não era um homem robusto. 0 quim Cianni. Em "A 1861 representou-se a
seu fisico emagrecido, o seu rosto cavo e sua primeira ópera Noite no Castelo",
macilento em que a curva do nariz forte- assuntos das cruzadas. Pouco depois da re-
"Joana de Flan-
mente se acentuava, o seu porte alto, a presentação da ópera
sua vox clara ainda que um tanto nasal, dres"„ foi mandado pela Academia de
falando pausado e grave, com o gesto só- Belas Artes estudar no Conservatório de
brio e a dição correta e conceituosa, o Milão. Longe da Pátria, sentiu no cora-
Dr. Prudente de Morais, na aparência ção a mais profunda saudade e para sua
frio, mas calmo eseguro, afável na inti- estréia na Itália escolheu um assunto bra-
midade, comnnicativo e mesmo loquaz, sileiro: "0 Guarani", de José de Alencar
dava a impressão de um Nestor, cuja fi- "Guarani", escreveu
(1870). Depois do
"Fosca", "Salvador Rosa" e "Maria Tu-
gura se venera e cujas palavras se acei-
tam e se cumprem com a equivalência dos dor". Em 1889 veio fazer representar no
oráculos... Rio de Janeiro "Lo Schiavo", peça escri-
Presidente eleito da Assembléia Cons- ta especialmente para o Brasil. Ao subir
Üruinte, deve-se, em grande parte, à soa à cena, recebeu o autor, das próprias
atitude correta, serena e operosa, o ter-se mãos de D. Pedro II, o diploma de Gran-
levado a bom termo a discussão do esta- de Dignatário da Ordem da Rosa. Em
tuto nacional, promulgando-se a primeira 1890 representou-se em Milão, com gran-
carta constitucional da república do Bra- de sucesso, a ópera "Condor", que foi tra-
til, em Fevereiro de 1891. rida ao público do Rio em 1891.

18 I 954
•fM dOTTCOTJto fffMr

que ° distinguem com ^\!jK;


V^v^l/y^0 amiS0S/
l^^^f í4k/ d SUa Pre^erêncía/ ° Almana- ^^/A|l^^^™

ÃS^/^^J/®.' deseja cordial e sinceramente ^>^\^/X yt$


y / / v^^A^' âs mals a'eSres festas de Natal (^JjN^Í \V„
.3> ^^5^^* e um novo an0 Próspero ;S V^l^^^f
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

FARÁ QUER VER A LEBRE SALTAR?

fAââAK Olhe b?m para ela e


vá fechando e abrin-
do um dos olhos de
cada vez. iW l
0 TCM ro
VOCÊ TERÁ, COMO IMAGINA, BOM GOLPE DE VISTA ?0 CASTELO
n&o sela bem toso: golpe dei vista. TUve* golpe de' ?tot» «ej» ©ufa»

EFfia
coisa. O que Interessa é saber se você tetí olho* capazes de distinguir, por
Talvez
si mesmo, sem auxilio, certas coisas que Iludem a multas pessoas. Por exem-
pio, aqui no quadro. Olhe bem as figuras. E,\agora, responda:

Ô©m
V—©/
yy
©\í"^ 12
//////
34 56 ->m-Tr
I — Qual dos círculos. Y. X ou Z, tem ¦ circunferência Igual & linha,
VU t Isto representa um castelo com
n — As sete linhas que ai est&o, tem igual extensão ? trinta e seis quartos, cujas portas só
m — Entre as seis linhas seguintes, duas s&o paralelas. Quais sao ? se abrem num sentido, empurrando-
(Resposta no tini do AbnanaqueV as. O sentido da abertura indica-o o
desenho. Uma pessoa encontra-se
OOOOOOOOOOOOOOOCKKX AS SOLUÇÕES SE ENCONTRAM em X e tem dé sair do castelo pela
ESTRELAS E CÍRCULOS EM UMA PAGINA DO FIM DO parte de cima onde se Té uma porta
ALMA NAQUE meio aberta. Qual é o caminho que
deve tomar?

m ÕÍTOP
VEJA SE AC E B T A
O O
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rj- &

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ir O

o #
O O

Trata-se de unir, por melo dum


traço: 1.' — todos os círculos; X' —
todas as etrélas, mas de modo que
O & wmm 8 AO
Olhe para a figura. Voei tem meio minuto para marear com um lápis o» traç~r
os dois traços se n&o cruzem nunca. mentoM oue cones?ia exatamente para recompor a figura A.

ÀL mmmMm*
Depois da gripe... é o sentimento que lera o homçrl
a amar verdadeiramente o seu pais.-
Patriotismo
E" dever do homem, para com a sua pátria,

EMULSA0«SC0TT
TÔNICO DAS GERAÇÕES
defendé-la quando ameaçada em sua soberania,
em sua independência e na integridade de seu
território.

I9S4
20
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

_B_i M _^_ _X _^^^H

rV_L*\í^l I
[ATA maior da cristan-
dade, falas, ó Natal,

88 a todos os corações. Quan-


do te aproximas, vão co-
meçando a vibrar as ei ia-

7I\ turas. num frêmito que é.


ao mesmo tempo, de ale-
gria e fé, altruísmo e ler-
mira, saudade e solidário-
dade humana.
Chegas, afinal, com o teu
repicar de sinos. e. fazen-
do espouear a alegria das
crianças, repões um pouco
dessa mesma alegria nos
corações maduros e desilu-
didos, que só de tristeza
vivem.
Todos te festejam, ma-
ravilhoso A c o n t e c i -
mento. porque em ti todos
encontram um luzeiro de
Fé e Esperança. Todos te
recebem com satisfação,
porque simbolisas o reco-
mêço, a renovação.
Depois de ti, mais amoi
>ôbre a terra, entre os lio-
mens, sob o sol. a lua e as
estrelas. Depois de ti a fra-
ternidade, a união.
Assim esperavam os Ma-
gos de há milênios. Assim
confiavam os pobres e hu-
rnildes pastores de Belém.
Assim espera cada um de
<s*2 nós, pobres mortais, quan-
do chegas, cada ano. Na-
tal de Jesus, benvindo Na-
tal :

w GALVAO DE QUEIROZ

19 54* 21
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

V .n /^>g^J
y^-S MARIA MATILDE

margens de um riacho havia uma cidade de ratinhos.


AS
_Ç_L N uma das lindas casas vivia uma família de vinte ratinhos, bem pequeninos
À hora das refeições a mãe repartia talhadinhas de queijo entre os filhos. Todos adoravam queijo,
menos Miionguita, a menorzinha de todos, que permanecia sentadinha, muito triste, olhinhos sem brilho, bi-
godinhos caídos, dentes escuros e fracos.
A mãe aproximou-se e disse:
Minha filha, hoje vais comer um pedacinho de queijo, não é verdade ?
Não, mamãe. Eu só gosto de pão com manteiga e marmelada.
Miionguita mal tocou no que a mãe lhe dava. Depois dirigiu-se à margem do rio, onde, já há algum
tempo, os seus irmãos se divertiam.
Estavam a reunir pedrinhas e areia, para construir um castelo. Miionguita, porém, continuava
longe da brincadeira. l
Quando o castelo estava quase pronto ela apanhou uma pedra azul e a foi colocar na torre do cas-
telo, mas o fez tão desajeitadamente que o castelo veio abaixo.
Os irmãos ficaram aborrecidos com ela e a ratinha,
jito triste, foi para casa. Na cozinha, perguntou à mãe
queria que a ajudasse.
— Sim, minha filha. Mexe a sopa que está no fogo.
Miionguita pegou numa colher e começou a mexer a
so pa, porém do seu corpo desprendiam-se pêlos, que iam
/V^7>C\ // ^?_^N
cair dentro da panela.
Ah ! Miionguita 1 — exclamou a mãe
— tenho que' botar toda a sopa fora e fa-
zer outra ! Vai brincar, vai...
Miionguita dirigiu-se ao rio e ali ficou
a pensar que ninguém gostava dela. Nem
a própria mãe ! Por isso resolveu fugir.

22 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
Com alguns galhos pequenos de árvore, fez uma jangada. Uma aranha ia passando e ela pediu — Dona Ara-
nha, quer tecer uma vela para a minha jangada ?
Com todo o prazer ! — respondeu ela. E teceu uma vela que foi colocada no mastro.
Depois de agradecer, Milonguita se pôs a navegar.
Ao anoitecer, passou por um lugar onde havia muitas rãs, que começaram a caçoar dela.
Ih ! que menina tão feia ! E como é magricela !

Quando se fez noite, a ratinha parou junto a uma pedra. Mas, o que ela julgava ser pedra, era uma
tartaruga, que ficou furiosa,.
Que falta de respeito é esta ?
Desculpe-me, dona Tartaruga. E' que eu não vejo bem — disse Milonguita muito desconcertada
Se é assim por
que não fica em casa ?
Vencida pela fadiga, Milonguita adormeceu.
No dia seguinte, ao despertar, encontrou-se num estranho país. À margem do rio estendiam-se gran-
des plantações de espinafre, cenoura, acelga e alface.
Milonguita saltou e penetrou no bosque. Estava muito cansada e sentia fome.
Ah ! se tivesse um pãozinho com manteiga !
Nisto, ouviu que a brisa começava a soprar e a cantar
entre as folhas verdes dos espinafres.
E se pôs a escutar.
— "Come, come, Milonguita, as frescas
folhas de espinafre" — dizia a brisa. — As
folhas de espinafre são boas. Colhe algumas,
para comer..."
A ratinha apanhou um pu-
nhadinho de folhas de espinafre
e começou a comê-las.
Continuou andando até a
plantação de acelgas e, também
estas pareciam murmurar:

— "Somos
^-^€>>'^>t —"Somos tenras e gostosas, Milonguita. Prova
Prova n)
^^ *W" -^""i"*'**'
as nossas folhas. Elas te farão bem".
A ratinha comeu das acelgas e depois das alfaces. Aí começou a se sentir bem. Foi
andando, e deu com
"mo enorme horta de legumes. Dentre os verdes e viçosos vegetais surgiram
umas meninas que se aproxima-
ram sorridentes de Milonguita. (Conctae no fim do Almanaque)
1954 23
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Para fazer O NATAL NO ***«**¥*-HH^¥¥*¥*¥****¥

MUNDO
economia o começo do Cristianismo a
Desde festa do nascimento do Homem-
V amos dar aos leitores, a se-
çuir, dois alvitres práticos,
Deus. do Redentor, foi celebrada
com tocante fervor. Mas a data do
que os ajudarão a cultivar o es- começo da era cristã, durante os
pírito de poupança que deve pre- três primeiro* século*, permaneceu
tídir a vida de hoje, nestes tem- indecisa; coincidia, secundo os cál-
culos e a interpretação dos textos
pos de escassez e de carestia. sagrado*, ora com o dia 8 de Ja-
-.eiro, ora com o 28 de Março, 18 ou
19 de Abril ou, enfim, com o dia 29
de Maio.
_àÜf j^ 5_9 O mais antigo documento sobre o
assunto, isto é, relativo à época da
Natlvidade, é menção do calendário
Filocatiano. dado a Roma no ano
338. Dizia o seguinte: VIII: Kal. Jan.
Christus tn Bethleem Judea (Cristo
nascido em Belém, Judéia, no oita-
vo dia antes das calendas de Janel-
ro). A despeito disso, para abolir a
festa paga fixa, que marcava o sois-
A MISSA DO
O primeiro (fig. de cima) mos- tlcio de inverno a festa de Natalls
tra como, com um pedaço de tela invlcti (o nascimento do Sol lnvenci- GALO
de arame presa habilmente à vel) foi marcado para esse dia o
-fatal" cristão. Eis por que o dia de
boca da saboneteira, eu de uma Natal, a única festa maior do ea- o Papa Telésforo quem pri-
lata, pôde ser economltailo o sa- lendário Btúrçlco que é fixa. cái, Foi meiro teve a idéia de ceie-
bonete, ou e sábio, que se con- desde o Papa Júlio I, no dia 25 da
Dezembro. brar três missas na noite de Na-
serrará sempre em forma, em tal. Simbolisam essas missas,
ves de se desmanchar cm conta- segundo sua própria interpreta-
to com a água que sempre fica
no fundo da vasilha.
O NATAL E O ção, os três Nascimentos de Je-
sús: um na Divina Vontade do
CALENDÁRIO Pai, outro no Presépio de Belém,
e outro nos corações dos fiéis.
ae estabeleceu o calendi- O nome de Missa do Galo vem
Quando
rio romano (753 ano* a C.) o ano
romano começava no més de Março. provavelmente do fato de que a
Base calendário vigorou «durante todo primeira se celebra ameia noite,
o período da realeza; quando, po- que é geralmente a hora marca-
rém. no ano 153 antes de Cristo, oa da pelo canto do galo.
cônsules passaram a ser empossados
no més de Janeiro, devendo exercer Segundo certo historiador mui-
funções durante doze meses, passou- to antigo (Albertus Argentinen-
«e a considerar que o ano civil — e sls), quando se celebrou em Fran-
depois simplesmente o ano — come-
cava naquele mês. ça a primeira Missa do Galo. Car-
los Magno esteve presente e, à
Jullo César manteve esse modo da hora do Evangelho, pôs-se em pé
entender em sua reforma, apenas
os sacerdote* mantiveram o inicia e, desembainhando a espada em
do ano religioso em Março. sinal de reverência, deu início à
O segundo, mostra, através da O papa Gregorio XTTT fazendo, na leitura daquele sagrado texto.
ilustração, cano se utiliza um século XVI, a reforma que tem seu -fcsse gesto converteu-se num
simples palito, à boca de um fras- nome e estabelecendo o calendário? costume e, por muitos séculos, o
co, para passar um liquido para ainda boje em vigor, firmou defini-
tlvamente o inicio do ano no oitavo Soberano Reinante, ou a pessoa
outro recipiente, sem risco de o
entornar. (O Papai, quando en- dia após o solstlcio do inverno (para autorizada a representá-lo, assis-
o hemisfério norte), que é o dia de tia à santa Missa e lia as primei-
cbe o seu isqueiro de benzina, Natal. Esse oitavo dia é o l.- de Ja-
saberá fazer isso?). neiro. ras palavras do Evangelho.
No tempo de Benedito XIV,
esse Papa costumava, depois da
Foirtifíque-se com missa do Natal benzer uma ca-
PARA AS

EMMSÂ0«SC0TT\
TÔNICO DAS GERAÇÕES
MENINAS:
CIRANDINHA
pa e uma espada e oferece-las a
um dos Príncipes presentes.

**********************

24 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

que será a tela — com largura Igual


à altura da caixa.
Nessa teta se colam as figuras, re-
cortadas de revistas, coloridas, e en-
rola-se para um dos lados. Fora da
caixa, por trás, mas perto dela, co-
loca-se a lua — vela ou limpada —
TELA *C. de modo a concentrar a sttrtdadc na
MPft OC «CM face interna da tela.
CAI «A »C Para fazer funcionar a Ttíevt-
sâo", vai-se fazendo rodar o pau que
está vasio, de modo a passar ã tira;
4 que nio quer Ur o «n do outro, para êle.
grande (ver a figura) e outra :
aparelho de televisão? X sabem que nor, do outro. De cada lado da aberw X tem-se o espetáculo de TV. Ks-
Uso é fácil ? Mio, decerto, uma tele- tara maior, na parte superior, faz4 colhendo bem as figuras a serem co-
risio de fato, e sim de brinquedo se \xn foro, e neles se introduzem. ladas 'na tela, póde-se obter um
Mas que, bem construída e bem "ope- dois paus roUços, de modo que pos- bom, entretenimento. Enfeita-se a
rada", pode distrair bastante. Tbma- sam rodar dentro dos orifidos. Nes- "boca" da caixa como se desejar, até
se uma, caixa de sapatos, na qual se ses paus se colam as extremidades mesmo com uma cortina, como o de-
fazem, de um lado, lana abertura da uma Ura de papel transparente — senho está indicando.

O BANDIDO FOI CASTIGADO OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOC


UMA DE CAIPIRA
Interior de São Paulo, há muitos anos,
N o realizou-se a visita de om bispo, que íes
questão de percorrer a melhor fazenda de café
da região.
'Chegando i casa de um dos colonos, saltou.
do carro, que s viagem era longa, à espera de
que o calor abrandasse.
Enquanto conversava com a gurisade, apro-
xbnou-se a vovó Natércia, a quem disseram:
Chegue-se, vovó Natércia, venha falar
com o bispo.
A velhinha aproximou-se, beijou a mio do»
visitante ilustre e foi-lhe dizendo:
Boa-tarde, seu bispo; como vai o sinhó ?
Cumo vai dona bispa e os bisptnho ?

OUTRA ?
caipira, tendo ido confessar-se, entrou
Certo em mlnudências Infindáveis. Como o pa-
dre, Já impaciente, pela segunda ves lhe dis-
¦esse que contasse apenas seus pecados, o ho-
mem respondeu-lhe:
— Sèo vigário, já lhe contei todo. Agora
vossa senhoria, que é quem sete mais, escolha
OS' pecados.
***** ""V"*^ Jqh».

'954
25
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

t^^KUmAksÊA
| O tempo em que os bichos falavam, rea-
lisavam-se festas no céu com frequên-
cia, para as quais eles eram sempre convi-
dados. A princípio somente iam os bichos
que possui-
am asas e sabiam voar. Depois do que aconteceu
po-
rém ao Jaboti, que um dia foi levado pelo Urubu e so-
freu um grande tombo na volta, e só não morreu
por-
que São Pedro juntou todos os pedaços e colou uns
nos outros, uma grande escada foi construída, ligan-
do o céu à terra. Desse modo, daquele dia em diante
todos os bichos puderam participar das festas no
céu, que eram realmente maravilhosas.
Um dos bichos mais brincalhões que havia, era a
Cobra, que naqueles tempos não tinha, absolutamen-
te, o aspecto que hoje apresenta. A Cobra era, mesmo,
um animal muito elegante, com pernas compridas e
fortes, orelhas longas, que ela trazia sem-

AJA rAz^- VfÇAnt^ /\ ^

\ ^w ^mml ákmY ^m—'^rr-~i J\


</»m í ji^ IJw y \ \-R sH-^ i I i -*^ Vfi ^>2^^Vf^!ilX,,,,y""">*pi ¦r77i\\) )sLm
sM y V í / WUsypÈL
I cs/n ^JK d^ li * ¦ * 71 Jy&fcAi irv /TÍ
gOí '-^~, £ÊF~™** aaaaaf > bbbbbbbB* #i WlMlãtUUJ ^sbT^^t" ifi

I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

IO Cll
CONTO de
J U R A C Y
CORREIA

pre empinadas, e uma cauda bonita, que era todo o seu orgulho.
. A Cobra, no entanto, tinha o feio vício de beber em demasia. E, numa das fes-
tas que se realizou no Céu, ela tomou tantos licores, tanto vinho e outras bebidas
que por lá havia, que acabou ficando completamente tonta. O escândalo foi
enorme, pois nunca um caso daqueles havia acontecido. Os bichos todos, é cia-
ro, reprovaram a atitude da Cobra, que, nem por isso, deixou de beber. Indigna-
dos, então, com tanta falta de respeito, pois a Cobra já estava se portando de
modo inconveniente, eles exigiram que ela se retirasse, o que foi feito no mesmo
instante.
Coitada da Cobra ! Tonta como estava, perdeu o equilíbrio, ao descer a esca-
daria, de modo que despencou lá do alto e veio cair bem em cima de uma pedra,
espatifando-se completamente.
Vendo o que acontecera, São Pedro, a exemplo do que já fizera, tempos an-
tes, com o Jaboti, reuniu todos os pedaços e procurou colar uns nos outros.
Os pedaços, porém, eram tão pequenos, que a tarefa se tornou impossível. Não
possuindo um casco forte para proteger o seu corpo, como o Jaboti, a Cobra fi-
cou reduzida a farelos, de modo que não havia meios de se saber a que lugar per-
tencia cada um dos pedacinhos.
Em último recurso, para não deixar a Cobra morrer, São Pedro, com muita pa-
ciência, foi colando uns pedaços nos outros em forma de tira, resultando daí um
corpo comprido, sem pernas, sem orelhas,
sem cauda, enfim, com o aspecto que a Co-
bra possui atualmente.
Dizem que aquela foi a última festa que
se realisou no céu, para que se não registras-
/? Bik. ^"~ f //'/A\ \ ^^v sem novos acidentes. Tanto assim, que a es-
cada foi retirada, restando somente do caso,
como lembrança, o fato de ter a Cobra
que se arrastar pelo chão, levando uma vida
horrível, o que, aliás, constitui o seu grande
C r*'iWK castigo.

__
/ _fe__X __-_. ^_4=_= ________ -**&-*-&
19 5 2>
ALMANAQUE D"0 TICO-TICO

f?JíS2S2SÍS2SÍS2S2S2SES2SZS252SZS2S2S2S
Hino Nacional Brasileiro OS AUTORES DO
Letra de Osório Duque Estrada Música de Francisco AL da Silva
HINO NACIONAL
V_y uviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante
E o sol da liberdade em raios fúlgidos-
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte. ¦ ^~7% ^^pjp^^ ^L\Wa\ *!•

Em teu seio, ó liberdade.


Desafia o nosso peito a própria morte.
O' Pátria amada,
Idolatrada,
Salve ! Salve I
Brasil, um sonho intenso, um raio vivivo
De amor e de esperança à terr^ desce
Se em teu formoso céu, risonho e límpido.
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
E's belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
FRANCISCO MANUEL DA SJX-
Terra adorada VA — Nasceu no Rio de Janeiro
Entre outras mil (21-2-1795) e morreu em 1365. Foi
E's tu, Brasil. aluno de musica do notável Padre
O' Pátria amada ! José Maurício. Tocava varies ms-
Dos filhos deste solo és mie gentil, trumentos e era professor de mu-
Pátria amada, Brasil ( sica e compositor. Foi fundador do
Conservatório do Rio de Janeiro,
II criado por D. Pedro n.

D _ ' eitado eternamente em berço esplêndido,


Ao som do mar e á luz do céu profundo,
Fulgúras, ó Brasil, florâo da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo,
Do que a terra mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida"
"Nossa vida" no teu seio "mais amores". iiiüMk -/-üí?!
O* Pátria amada.
Idolatrada, "nW AmmB^
Salve ! Salve I Si wtóP,'-»!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado I
E diga o verde-louro dessa; flâmula:
— Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se 'ergues da justiça a clava forte.
Veras que um filho teu não foge á luta OSÓRIO DUQUE ESTRADA —
Nem teme, quem te adora, a própria morte • Joaquim Osório Duque Estrada
Terra adorada nasceu no Estado do Rio em 1870
Entre outras mil • morreu no Distrito Federal em
1927. Foi autor de muitos livros
E's tu, Brasil,
O" Pátria amada ! e poesias. Era critico literário
multo temido por sua agressl-
Dos filhos deste solo és mãe gentil, vidade.
Pátria amada, Brasil t IJaS252SaSZS2S2SZSa52S2S2S2S2S2S2S2S2rÉj!

28 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

' 'sm^^RsjÊm^Mwà mMmMmr ' ^_í«*l^ãB^SBBBl_aBBB*' ^"«^ ^^***M\

*_^\*V____I S^B—fc.* ^_^ ^*^"^^^^***"^^»i^

*__Sl W^Z^r^^MM\ S«^___55''^*^'____Bj___j sr* ¦* '

___¦__{ r^SiV^^

O LAGO E A ESTRELA
ra noite de lua e o lago sossegado conversava com a es-
•¦ trêla pequenina que andava a palpitar no fundo do céu.
—- Eu vejo aqui da Terra — ia dizendo o lago — toda a
extensão celeste, todo o estelário que borda o firmamento.
No fundo do meu leito eu guardo a imagem linda de tôdas as
estréias e o bojo prateado da lua majestosa 1 Quando uma
nuvem corre pela estrada do céu, como um trapo de gaze a co-
brir as estrelas, costuma se mirar no espelho limpo de minhas
águas claras. Eu, cá de baixo, avisto o céu inteiro e lindo ! Tal-
vez mais belo seja o céu que avisto, do que toda a paisagem
deste mundo que a tua luz, estréia, possa ver lá de cima !
— Estás enganado,, amigo l — disse a estréia. — Não
pôde haver mais maravilha e encanto do que existe na Terra,
onde estás. A minha luz, irmão, não vai somente se esconder
no espelho delicado de tuas águas mansas. Ela ilumina os ni-
nhos; ela clareia as pétalas das flores; vive a beijar a alvura
dos rebanhos, o jaspe das açucenas e o doi-
rado das espigas; anda a branquejar as fo-
lhas dos missais nos instantes da prece ves-
pertina; dá luz ao fundo dos regatos, dos
lagos como tu; é feliz, a minha luz, muito fe-
liz. amigo, porque ouve, aqui no céu, a mú-
sica das preces, as baladas de afeto e as ter-
nuras das mães embalando os filhinhos ...
CARLOS MANHAES
SM3mÊ

1954 29
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

, 5/V$/fVt4
0)&A/A'Sr/CA

IV I

Um ! Dois!
Um ! Dois ! Es-
querda! Di-
r e i t a !

1 — Mas acontece que os meninos da visinhança es-


tavam era com vontade de achar graça e começaram a
rir dele '.
l ' \f \ 1 I Ch iqu i nho,
aquele dia, esta-
va francamente
da ginástica !

•*¦—¦—¦-— i»è_^—— »i ., . i i ... .. ,_¦ _, —-_-_-_

2 — Aproximando-se da cerca, Chiqui- 3 — . . . e falou tão bem que a meninada resolveu fazer
nho começou a falar sobre as vantagens da ginástica também. Éle seria o instrutor, o Osvaldo Diniz
cultura física. . . Magalhães.

30 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

>**.

í *¦*& 4 — Principiou por colocar os meninos em fila, um atrás


do outro. E como seu plano era castigar a turma toda por
ter zombado dele...

5 — ... tomou distância, correu e


aplicou uma boa solada no último da
fieira. ..

6 — ...derrubando a turma toda, como


vocès estão vendo. Aí, então, o feitiço virou
rip^fe^g
7 — ... o feiticeiro, pois- a turma, que não gostou da brin-
cadeira, saiu correndo atrás dele, o que, afinal não deixa-
contra... ' va de ser uma aula de ginástica.. . para as pernas.

1954 31
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O PROBLEMA PALAVRAS CRUZADAS


D^FO NTE
o o o j
Io O o
x
o o o
o o o

pai morrendo, deixa aos


¦ 9u 9 9T5 9 9i?
Umseus quatro filhos um ter-
reno, quadrado, no qual havia
dose arvores plantadas comei
indica a figura, e ainda um* lis -16 9
fonte, bem no centro, onde es-
ti o X. Os rapazes Unham de
dividir o terreno, segundo o que -gjaawaaam __—_ sstsssessss— _^
^_
ficou estabelecido no testamen-
to. de modo tal que cada ura
recebesse Área de terreno de
superfície equivalente em me-
troa quadrados e que a fonte' VERTICAIS *
continuasse a ser serventia de HORIZONTAIS
todos eles. — Dar impulso à em-
Saberá você faser essa divl- barcacio. I — A primeira mulher
$ào, como bom agrimensor, e *9
— Tempero que vem que existiu.
atender ao que deixou escrita do mar.
no testamento o cuidadoso ve- — Presente do indica-
lho ? Se n&o acertar, veja a ao- ,— Grande extensão Be ttvo do verbo arar, *.*
luçao no fim deste Almanaque. água salgada. singular.
Mas é bom tentar, antes, por — O metal mais raro ifl — A metade da, ledo-
si mesmo. que existe. ma.
% _ Baixo, despreslvel, 11 — Iniciais de 'Alfredo
Lima,.
8 — Duas notas musi- U — Mota musical da
cais Iguais. 3.* Unha da pauta.
12 — Máquina com que, 15 —Dis-se, as
em geral, se Imprt-
ao "*~~""" telefone.
17 — Felino pnqnentnq
mem os jornais. 18 - De avtto, de pae-
13 — Doce que é uma saro ou de aeucardro.
-9 — Metade do remédio
coisa louca, de gos-
gostoso ! que fortifica as crtan-
'Veja a solução no fim ia eas.
16 — Sem rugosldades. Almanaque) 20 — De chapéu.

Z_
QUE m
SERÁ?

C\ ÜES vêr o
Vqne è? Be-
corte e retâa-
gele. Depois

jyT::::
deere-e de
maneira, a que
o a.« 1 Tá fl-
car Junte de t.
Afora, dobre
ae vaaaea-
t e pare íí «* r 7 j^V. lÍ$!jL^^ 8
% 5 «air com 7
e • eesa 8.
Preste! ré-
Soo uma gente horrivel! N&o «e faser festi- • '
sabem faser nada ahas as eaee- • i • i
algazarra, esta gritaria j
4
32 i I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

*^| DIST1NGUID0 EM TODAS AS .f*


___ I FARMÁCIAS DO BRASIL \

A Farmácia é uma "Casa do Bem" onde se encon-


Peça o vidre gigante que
tram os melhores recursos para a defesa da saúde.
oferece estas vantagens: Cumprindo as determinações do médico, ela en-
Economia no preço, por trega ao público medicamentos de comprovada
igual número de doses.
eficácia, de absoluta confiança. Ê o caso do
A história do "Jeco Tafusi-
nho", de Monteiro Lobato.
Biotonico Fontoura. Quando o organismo exije
— Biotonico Fontoura é
Tratamento mais prolonga- poderoso reconstituinte
do, sem interrupção, com o sempre indicado. £ o mais ativo medicamento
mesmo vidro.
contra anemia, raquitismo, fraqueza geral e
neurastenia. Em todas as farmácias e drogarias.
_5__Í

1 _ _H____ P
BIOTONICO
2<Jlt
«954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

2 Em certa parte do mundo, numa cidade, realizava-se um casamento, que era


o grande sucesso do momento. A noiva era filha de um notável da terra, dono de
grande fortuna. Uma das Fadas chegou ao jardim do palacete no momento em que
a noiva, as irmãs e as amigas colhiam flores para ornamentar o salão. E viu como
se atiravam às roseiras, craveiros, jasmineiros, não demorando a deixar o jardim
completamente limpo.
1 Andavam as fadas pelo mundo em missão espe-
ciai. Pairando no espaço, invlsiveis, ou disfarçadas,
iam observando o que acontecia entre as pessoas, os,
animais e as plantas das regiões sob seus cuidados.

-Ai
"Há no teu jardim uma uni- 5 E o resultado foi maravi-
3 Completamente? Não. Uma humilde plan- lhoso ! Aquela era a mara-
ta, coberta embora de flores, fora deixada sem ca planta florida. Se tratares suas vílhosa Flor de Colônia, de
flores como te vou ensinar, e usa- "Leite de
tocar... A Fada teve pena e resolveu íazer-lhe res o seu sumo na pele, ficarás que se fabrica o
uma dádiva. Tocou-a, então, com sua varinha Colônia", aformoseador da
linda". E, a seguir, deu-lhe a ex- cutls, protetor da beleza,
mágica e partiu... Nessa mesma noite, uma pUcação. Mal acordou, a irmã da
noiva correu ao jardim e colheu que em vez de ocultar os
das irmãs da noiva, que vivia triste por causa da defeitos e manchas, remo-
feia pele que tinha, sonhou que lhe aparecia as flores, que preparou como lhe ve-os e elimina-os em defi
fora ensinado.
uma visão e lhe dizia: nitlvo. W//*
1954
34
-h
ALMANAQUE D'0 TtCO-TIOO

mmiimwcuiodofühto
A idéia de vôo ver- de Dufaux, a benzina. Em tudiosos de 1734).
-**• primeira
tical, isto é, de um apa- 1907, o engenheiro Cornu se . ceira hélice, muito Uma ter-
relho que pudesse levantar elevou alguns centímetros quena, mais pe-
vôo "para cima", sem ter ne- acima do solo. Decazes, Bré- aviões e vertical (como as dos
cessidade de "decolar", para Richet,
comuns) serve para a
isso precisando de grande es- guet, Rémy-Félix, propulsão, isto é, para movi-
Faure, fizeram tentativas. Foi mentar o aparelho, puxá-lo,
paço, data de 1734. Naquele
ano, dois indivíduos dotados quando começaram a dar a vamos dizer assim, para a
de imaginação levaram à Aca- tais aparelhos, destinados a frente.
demia de Ciências da França voar verticalmente, o nome Os trabalhos e tentativas
um plano e uma
. "maquete", pequena de "helicópteros", ou, primei- realizadas por um espanhol,
ou "modelo", de ramente, "giroplanos". Juan de La Cierva, contribui-
aparelho que eles pensa- ram enormemente para
vam que pudesse subir
no espaço. Tinha esse o êxito.
modelo duas hélices que Hoje, vários tipos de
helicópteros são fabri-
giravam em sentido

_J_jè
contrário. Mas, não pas- cados, desde o de Sikor-
sou disso. ski, com 4 lugares para
passageiros, até os da
Oitenta anos mais firma "Air Horse Ci-
tarde a idéia foi toma- erva", que podem trans-
da novamente por Pon-
ton d'Amecourt, que portar 24 passageiros a
idealizou um helicópte- uma distância de 370
ro a vapor. Chegou, este, quilômetros, à velocida-
a se elevar do chão. Mais de de 185 quilômetros
tarde o famoso fotógra- por hora.
fo-aeronauta Nadar e Linhas de "ônibus"
um oficial de marinha aéreos já estão em fun-
a êle se associaram, e cionamento, na Europa,
chegaram a formar um ligando pequenas locali-
"triunvirato helicópte- dades, por esse meio.
roidal" que lançou um — Menino bobo ! Fica andando em torno da São usados os helicópte-
manifesto em favor,da gente, para ouvir a conversa! ros Bristol 173, de 12 lu-
auto-locomoção aérea gares, muito conforta-
A partir de 1920, a idéia co- veis, com um raio de ação de
as realizações se sucede- meçou a interessar vários es- 800
ram então, rapidamente. For- tudiosos quilômetros, propulsiona-
,em muitos países. dos por dois motores Leonidas
eani, em 1777, com uma hé- Publicaram - se trabalhos, de 450 cavalos,
uce de 2 metros e 80 centíme- estudos, relatórios e acabaram Os pontos de onde decolam
tros de diâmetro e um reser- todos
atono a vapor alimentando o a respeito por chegar a um acordo são denominados "Helicopor-
do principio funda- ts", ou "Roto-Station".
motor chegou a se elevar a mental do engenho.
A fim de Um aparelho desses neces-
C '1Car p&TBdo a impedir a rotação do aparelho sita, para aterrissar e decolar,
essa ur0S acabou o em sentido inverso ao do mo- de apenas um espaço igual ao
combustível, a [ue
provisão de va- vimento da hélice horizontal, da sua envergadura, mais uns
Pôr.
que serve a ascenção, era cinco centímetros de margem,
Vieram, em seguida os apa- necessário para usar uma outra hé- Trata-se de aparelhos segu-
relhos de Castel, de ar com- lice,
em sentido in- rissimos, cômodos, destinados
Primido, de Mélikoff, a éter, verso girando (a mesma idéia dos es- a grande utilização no futuro.
¦?54
35
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

"Larousse",
já deve ter ouvido falar no
VOCÊ considerado modelo de.perfeição entre os di-
cionários do mundo. E será interessante conhecer
a história do seu criador.
Essa história tem um lado exemplar. Não a
deixe de lêr, no resumo que aqui vai oferecido.
Pierre Larousse nasceu em 1817, na França, e
seu pai era simples fabricante de ferraduras. Vivia
de ferrar animais. Naquela época não havia ou-
tra condução senão o cavalo, os carros e diligências
puxados a cavalos, e muita ferradura se gastava.
O menino Pierre aos sete anos já ajudava o pai, no
seu trabalho, e freqüentava ao mesmo tempo a es-
cola, em Toucy (Yonne), onde nascera.
Era criança caprichosa, estudiosa e recebia
muitos elogios, que envaideciam seus pais.
Um dia, a mãe de Pierre, examinando os bolsos
^_^_k. N.^-V^-^_i IH \tHrv Rá_ ^_l _^_k de sua calça, encontrou, juntamente com outras
miudezas, um amontoado de papeluchos escritos,
que lhe chamou a atenção.
— Que será isto? — perguntou a si mesma.

PIERRE LAROUSSE
>T" E O SEU DICIONÁRIO >y

Abriu os papéis e não entendeu patavina. Havia coisas engraçadas escritas, como, por
bem
exemplo, esta: "Mãe — pessoa que tem um ou mais filhos e se esforça para que se alimentem
e aprendam a ler e a escrever."
A familia achou graça naquilo, nas definições mais ou menos ingênuas que êle escrevera
o germe
em cada um daqueles papéis. E a coisa foi esquecida. Entretanto, aquilo era a semente,
do que viria a ser, mais tarde, uma obra fenomenal.
Pouco tempo depois o jovem Pierre entrou em casa anunciando à mãe que tinha conquis-
do Go-
tado uma bolsa de estudos, e devia partir para o Liceu de Versailles, para estudar por conta
vêrno, por ser o primeiro da sua classe. E para lá foi. Levou, é claro, sua biblioteca, uma vintena
de livros comprados no sebo. No Liceu de Versailles o novato logo se aclimou e ficou sendo conhe-
"petit
cido como bom estudante. Os colegas, quando tinham qualquer dúvida, corriam para êle. O
Larousse" era a salvação.
Tendo conquistado brilhantemente as aprovações do curso, firmando o renome conquista-
do, de estudioso e conhecedor das matérias, um dia, numa reunião, êle se encontrou com o célebre
Ministro Guizot, que, olhando-o e ajustando o lorgnon, exclamou:
Então, é o senhor, o fenômeno !
Excelência — respondeu Pierre Larousse — sinto-me imensamente honrado em saber
disso!
I 954
34
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
O responsável pela instrução pública do país sorriu e murmurou qualquer coisa ao seu secre-
tario. No dia seguinte, um mensageiro real chegava à mansarda ocupada
lhe anunciava: pelo estudante pobre e
O senhor foi nomeado diretor da Escola Superior de Y0nne. Deve
diligência. partir amanhã pela
Era, então, Larousse, o mais jovem dos diretores de Escola, da França: tinha apenas vinte
anos.
Larousse começou então a ensinar. Mas os livros usados não lhe agradavam. Achava
faltava qualquer coisa que, despertando a curiosidade dos moços, lhes metesse cabeça a dentro queno-
ções práticas, simples, mas úteis, das coisas. Era um problema que o atormentava, aquele. Gosta-
va de ver tudo claro, definido, e um belo dia se demitiu do cargo e se despediu da mãe, a dis-
se, muito em segredo, que ia meter-se numa empreza de grande fôlego, e destinada aquem sucesso.
Aceitou um emprego modesto, e começou a trabalhar, auxiliado pela esposa, tomando notas, fa-
zendo fichários, amontoando apontamentos.
Assim viveu, pobremente, nessa vida de verdadeiro asceta, durante dez anos. E, afinal, ten-
do arranjado um lugar no Instituto Jouffret, como professor, decidiu realizar o seu plano tanto
tempo projetado. Um dia, por acaso, conheceu aquele que seria seu maior amigo para o resto da
vida: Augustin Boyer.
"O
povo precisa ser educado e nós vamos tratar disso" — decidiram os dois. .
Começaram, então, a trabalhar na feitura de livros para aulas, com um f ei tio novo. Com
pouco dinheiro embora, fundaram uma pequena editora, e publicaram uma gramática elemen-
tar, um método lexiológico e um tratado de análise. Pierre não se afastava do escritório um mo-
mento. Nem a barba fazia. Tomava as refeições a um canto da mesa, como os homens de negócios
de hoje, na América. Trabalhava, trabalhava nas suas provas, revendo-as, emendando, corrigindo.
E um dia, afinal, apareceu o primeiro "Petit Larousse".
A coisa, absoluta novidatle, despertou a atenção de todos. A imperatriz Engênia mandou
comprar um dos primeiros exemplares. Tinha este a vantagem de ser prático e de dimensões ra-
zoáveis.
É extraordinário! — exclama a soberana. — Agora toda a
gente sabe-tudo sobre tudo,
com o "Pequeno Larousse".
Os louvores a esse primeiro dicionário foram unânimes.
Larousse, porém, tinha idéias mais vastas. E dentro de pouco tempo aparecia o "Grande Di-
cionário do Século XIX", em fascículos semanais. Essa publicação foi levada a cabo, sem interrup-
ção, de A a Z, durante 15 anos.
Dois homens, só, já não chegavam para levar a cabo a tarefa. Larousse pagou colaboradores.
Pagou a qualquer um que lhe levasse um dado, um informe, um termo novo, um conhecimento di-
ferente, para completar a sua obra. E, assim, ia formando um
acervo de conhecimentos bem maior do que aquele que, um dia, sua
mãe encontrara no bolso das suas calças curtas, com a definição de
"mamãe",
que fizera rir a familia. ..
Pierre Larousse era adversário do regime napoleônico. E combatia
também o capitalismo. Apesar disto, deixou à familia, ao falecer, em
1875, considerável fortuna, verdadeira mina de ouro que continua a pro-
duzir, porque as edições do "Petit Larousse"
continuam a aparecer, cada vez mais refun-
didas e melhoradas. Está, já, na 20.000a edi-
ção e basta dizer que já se calculou que mais
de cem mil cabras foram mortas para forne-

Jt-tlw
cer couro para capas para os volumes espa-
.lhados pelo mundo.
A divisa
"Je sème de Pierre Larousse era
à tout vent". (Eu semeio
em todas as direções) e passou a
ser a da casa que fundou e que até
hoje edita os seus dicionários.

¦*S4 37
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

FAÇA ESTA EXPERIÊNCIA


^^»V»VWWWW^^^^^rM^^^^^^W^^^MW^^^^»-W^^^^W^»^^^r%W^^«M

**?_______.
ESTAS
DUAS
'¦) SÃO BOAS!
___! l| _>rMÍ|__ ^L t]]____i----IJ-._L_______g-
0 CASO DO GEREMÁRIO
sabemos se foi graças à Loteria,
N AOherança, ou se foi por outro meio.
Geremário,
ou se foi
O fato é
que o homem bastante curto de inteli-
gência, da noite para o dia ficou rico. Milionário,
efeito de seleção das cores da luz enviada pelo para rimar com Geremário. Começou a gastar di-
UM sol, faz com que o céu nos pareça azul e os ocasos, nheiro como um danado. E a faxer ostentação de
vermelhos. fortuna. Um dos seus prazeres maiores era falar
A causa desta seleção se deve ás partículas de pó da linda casa — casa ? qual nada ! palacete ! —
em suspensão no ar das camadas baixas da atmosfera. que tinha comprado.
Ah — dizia êle. — E' maravilhosa, a minha
Quem já subiu a uma certa altura, em montanhas ou "cabaninha"! (bancava o modesto, o Geremário...)
avião, terá tido ocasião de verificar que o céu, lá no Imaginem que mandei fazer três piscinas... Todos
alto, sem nuvens, é negro e não azul. os fins de semana convido amigos...
E' fácil comprovar esta ação de filtro das parti- Três piscinas ? — há sempre alguém que
cuias; bastará para isto um copo contendo água, umas estranha.
gotas de leite e uma lanterna elétrica, com a pilha bem E êle, então, explica:
nova (para que a luz seja bem branca e não amarelada Sim, senhor. Três piscinas. Uma para água
como quando a pilha está um pouco descarregada). quente, outra para água fria e outra que está sem-
Num lugar da casa que esteja bem escuro, colocare- pre vasia.
mos o copo com água sobre uma mesa e a lanterna por Aí, o outro torna a se espantar:
trás do copo. A água pura aparecerá incolor, olhando-se, Vasia ? Mas... então... Para que ?...
através dela a lanterna. Em seguida, deixaremos cair E' claro — esclarece Geremário, orgulho-
uma ou duas gotas de leite, com um conta-gotas usado so. — Há amigos meus que gostam de banho mor-
para pingar remédios e veremos que, uma vez diluído o no. Outros, preferem banho frio... E há os outros,
leite na água, esta aparecerá de cõr azul. O leite é uma que não gostam de banho de piscina, ou não sabem,
suspensão de pequeníssimas partículas, que se separam nadar...
ao cair na água. Ao fazer uma diluição muito grande, e
olhá-la iluminada de lado, aparece azul, enquanto que,
;e olharmos através dela, aparecerá de côr alaranjada ou DOIS QUILOS DE CARNE
vermelha, tal como quando o sol se põe e o observamos
através de uma grande camada da parte baixa da atmos- dona foi ao açougue. E pedia:
fera terrestre, carregada de partículas de terra em sus- A — Moço, faça o favor de pesar dois quilos
de carne.
pensão. Por isto se diz que, quando um pôr de sol é muito O homem pôs a carne na balança. (Isto acon-
vermelho, haverá vento forte. Em realidade o vento já se
teceu há muito tempo, quando havia carne no Bra-
produziu à distancia e a terra que levantou é a que fez sil, sabem ?). Passava um pouquinho.
com que o ocaso ficasse vermelho. Tem mais quatrocentas gramas, dona. Fa*
questão ?
Quero que pese dois quilos justos — expli-
SEM PALAVRAS cou a dona.

\^^m^r^y^\
(Isto aconteceu antigamente, quando os açou-
guelros eram pacientes e nio davam pancada dos
fregueses, sabem ?)
O açougueiro, então, cortou mais um pe-
daço.
Dois quilos e cem gramas... Leva ? — per-
guntou:
Não, moço. Quero que pese dois quilos
justos...
O açougueiro cortou outro pedacinho.
Pronto, dona. Agora está exato. Dois quilos
certinhos ! Embrulho ?
Não, não... Não vou levar, não. E* que eu
estou fazendo regime e emagreci, esta semana,
dois quilos justos. Então, queria ver, num pedaço
só, quanto foi que eu perdi...
¦_tV-*7
^-*-*^^^^-*^^^-^^^-^^^^^^^^-^^^-*-*-» ¦•¦¦->-> ¦,¦ ¦i*i-S-->%-VV"-r,-_r-"_^J>_ri_|-_r_xr_^JX

38
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O CAMINHO __
^í_^_.

DE PEDRAS
da taboleta "En-

T^___í*\_.
trada", um menino tinha
PARTINDO
que ir até à barraca, levar os
sapatos do rei.
E como se tratava de um
menino esperto, com facilida-
de achou o caminho e levou aw 7^9 _______ JT4P _H\ _____
os sapatões ao dono.
Ora, vejamos agora se você m^\ / ^n/ ^^ ¦____________!
é tão esperto quanto êle!
Não esqueça que tem que
apanhar os sapatos, hein ?
Para lhe facilitar, vamos di-
zer a você um segredo: as Ie-
trás colocadas no caminho
"certo",
que você deve percor-
rer, formam uma palavra, um
verbo. Depois de passar, você
descobrirá que palavra é.
Não pule por cima de nenhu- M \Á(l r-y I ^ I 1 / VI T\T AO e«lueÇa o deta-
ma linha. f 'OV D'/~\\J/ '0È ¦*¦' lhe essencial: para
E... boa viagem ! ! m JT" / {~~^f Jr^ 1^1 I f\ conseguir passar, você
I / Ifv ^^ / J/ ^J tem <lue apanhar os sa-
(A solução você encontrará I , - / ~-_ I I 0_7 patos d0 rei!
em outra página do Almana-
que).

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I 954 39
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

OS VERDADEIROS
HERÓIS DA NOSSA
HISTÓRIA
DIOGO FEIJO'
T"~\IOGO Antônio Feijó, pa- Sul, entre cujos chefes milita-
dre Feijó ou senador Fei- res estava o general italiano
jó como se tornou conhecido Garibaldi, casado com Anita
na História, nasceu em São Garibaldi, brasileira.
Paulo, em 1784. Foi enjeitado. Feijó foi regente até 1837.
Ordenou-se sacerdote e foi Em 1842, após a maioridade
professor. Em 1822 era depu- \L>^^ \ jÈÊr^jA^ de Pedro II, chefiou uma re-
tado do Brasil em Portugal e, volução em Itú, vencida fácil-
quando houve a independên- mente por Luiz Alves de Lima
cia, teve de refugiar-se na In- e Silva, a esse tempo barão,
glaterra. Voltando ao Brasil, depois duque de Caxias. Pre-
foi deputado várias vezes. so, foi deportado para o Espí-
Em 1831, era imperador do regência lhe foi confiada, e rito Santo.
Brasil Pedro II e estava o país grandes foram os seus esfor- Faleceu em 10 de novembro
entregue à regência. Feijó, ços, devido à situação revolu- de 1843 e seus ossos estão na
ministro dá Justiça, agiu com cionária de quasi todo o Bra- igreja do Carmo, em São Pau-
grande energia na pacificação sil. Nessa ocasião iniciou-se a Io.
do país, que estava conflagra- guerra dos Farrapos ou Far- É um dos grandes vultos da
do de norte a sul. Em 1835, a roupilhas, no Rio Grande do História do Brasil.

RI MELHOR QUEM RI POR ÚLTIMO

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40 " 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

r MENINO* NÃO VAI f*™* °£ 1


^^^^^^^^^ ^^^^^^_^^

I «54
41
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

nhecido, saindo de um bosque, apr;xi-


mava-se dele.
O forasteiro, mal chegou, olhou
com insistência para a bolsa de provi-
soes do rapaz.
Tem aí alguma coisa de co-
mer ? — perguntou com voz rouca.
Tenho. E está às suas ordens. —

respondeu o rapaz com amabilidade.
Sente-se um pouco, enquanto eu pre-
paro.
Em seguida, fez fogo, fritou pre-
sunto com ovos, aqueceu café e serviu
o desconhecido, que agradeceu emo-
cionado.
Parece que não come há mais

de uma semana — pensou Larry.
Deve ser um pobre, sem ninguém no
mundo.
Depois de ter saciado a Tome, o
desconhecido afastou-se um pouco,
forte e, en-
para proteger-se do vento
arrumava os utensílios,
quanto Larry
indagou:
Estás caminhando o dia todo ?
Sim. — respondeu o rapaz. —
Preciso chegar amanhã bem cedo à ei-
dade.
Ah ! — murmurou o forasteiro.
— E tens assunto importante a tratar
na cidade ?
Muito sério ! — retrucou Larry,
sorrindo. — Vou em busca de um em-
prego.
E ochas que o encontrarás ? São
tão raros os bons empregos, hoje em
dia !
Eu sei — disse, muito desconsolado, o rapaz. —
Até ontem eu tinha um bom emprego numa ótima fir-
ARRY estava sentado ò mar-
sem- ma, mas, sem saber porque, fui despedido.
gem de um rio. Seu Sinto-o muito — lamentou o ancião, em voz
blante denotava preocupação, en- baixa. — E qual é o nome da firma em que
trabo
apertavam um peda-
quanto seus dedos nervosamente releu mais lhavas ?
abriu a mão e
ço de papel. Maquinalmente e Larry disse o nome da firma.
recebido do chefe, que
uma vez a carta que havia "Estimado Larry E' muito triste o que me contas. Mos, a propó-
— Tem esta for-
dizia locônicamente: sito, qual era o preço que o teu patrão pediu para
a nossa Companhia nao ne- Deves saber...
por fim comunicar-lhe que necer madeira à Serraria do Sul ?
de amanha o
cessita mais dos seus serviços. A partir O rapaz, indignado e levemente ruborizado com
ao escritório .
amigo não precisa comparecer tal indiscrição, replicou:
o rapaz murmu-
Terminada a leitura da carta, Por que o senhor não faz esta pergunta ao che-
"Depois de três anos !... E nem sequer uma
rou: __ fe da firma ?
explicação'." . • Então, depois do que te fizeram, ainda pensas
. Deu um profundo suspiro e, quando quis guardar em guardar segredo sobre os negócios deles ?
— insis-
e cai no
a carta entre outros papeis, um deles salta tiu o homem.
firma a
chão. Era a cópia de uma carta dirigida pela Afinal, se respondesses ao que te perguntei,
uma gran-
uma outra companhia, dando cotação para não te prejudicarias...
de quantidade de madeira. Talvez — concordou Larry. — Entretanto po-
— Esqueci de guardar esta cópia no arquivo .
deria prejudicar a transação.
— murmurou Larry consigo mesmo. — Como és leal ao velho chefe, hein ? ! — disse
Que maçada !
Enquanto imaginava um meio de fazer chegar o desconhecido em tom de zombaria.
— Depois do mal
um desço-
aquela cópia às mãos do ex-patrão, viu que

l 954
42
ALMANAQUE D"0 TICO-TICO

que te causou... Por que não lhe pagas com a mesma vaiou e, batendo com a cabeça num dos paus que for-
moeda ? mavam a embarcação, perdeu os sentidos.
Esta última observação despertou no coração do Quando voltou a si estava preso à balsa, por uma
jovem o feio sentimento de vingança. O homem tinho corda. À sua volta, o barulho das águas era ensurdece-
rczão. Se êle tinha sido tratado com tanta desconsi- dor, e debruçado sobre êle, fazendo-lhe cócegas com a
deração, por que não aproveitar agora a oportunidade longa barba, estava o desconhecido, a quem se negara
para desforrar-se ? Logo, porém, seus sentimentos de a falar sobre os negócios do ex-patrão.
nobreza e caráter se sobrepuseram e pensou que se Em seguida, o desconhecido, deitando-se ao lado
traísse os antigos patrões, nunca mais se sentiria de- de Larry, passou a corda em volta do seu corpo, atou-a
cente. Carregaria, o resto da vida, um grande senti- fortemente a um outro pedaço de madeira da balsa.
mento de culpa e remorso. E, categoricamente, decla- Esta desusava irremediavelmente sobre a correnteza.
rou ao interlocutor: O homem, então, gritou:
Não lhe direi, absolutamente, nada sobre os ne- — Mantenha-se seguro, agora !
gócios da firma. Imediatamente a embarcação se precipitou na
Ao acabar de dizer tais palavras, metendo a mão enorme corrente, submersa aqui pelas águas, para apa-
num bolso, notou que a cópia da carta com os preços recer adiante, recuperando a posição horizontal. Larry
"Onde
das madeiras já não mais ali se encontrava. — agarrou-se com quanta força tinha à balsa. Já
estaria ? Teria o desconhecido achado ?" se sentia completamente gelado. Um pedaço de pau
E o jovem levantou-se e se pôs a procurar a carta. solto magoou um dos seus pés e lhe arranhou as mãos.
Que há ? Que te aconteceu ? — indagou o Mas o jovem não cedeu.
ancião. Passados esses maus momentos, sentiu uma gran-
Larry não respondeu. Acabava de ver a carta na de tranqüilidade. Pareceu-lhe estar vendo o rosto do
margem do rio, levada para ali pelo. vento. Correu ex-chefe, que lhe dizia:
apressadamente para apanhar o papel, porém, antes
de pegá-lo, outra rajada de vento o atirou nágua. Du-
rante um segundo o papel flutuou, sendo impelido, em
seguida, para junto de uma pequena jangada abando-
nada e amarrada a uma das margens do rio.
Sem reparar que a frágil embarcação se achava
próxima ao lugar onde as águas formavam um rede-
moinho, Larry saltou sobre a balsa e, apanhando a car-
ta, guardou-a em um dos bolsos.
Quando já se preparava para pular para a mar-
gem, a corda, que. estava fraca, rebentou. Com o
violento arranco da jangada, agora salta, o jovem res-

1954 43
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

Estou muito satisfeito com você


por CONFUND U-SE
não ter querido ser desleal !
* t>^ •* * *
E êle também se alegrava ! Recordou
todo o acontecido. Devia estar se afogando.
Ficou parado um instante a escutar, e no-
tou que o barulho das águas tinha passado.
Abriu os olhos e olhou à sua volta. Haviam
atravessado a catarata ! Estavam salvos e
agora a balsa flutuava calmamente.
'-áx
T ARRY foi o primeiro a tomar conheci-
jL/ mento da situação. Olhou — Hó uma importante vaga lá na
para
companheiro que começava a se mover, es- firma — começou êle a explicar — e eu
fregou os olhos, para olhar para o desço- quis ter a certeza de que o homem a quem
nhecido, e, fitando-o, disse: pensava oferecê-la era merecedor de toda
Estarei sendo vítima de terrível pe- a minha confiança. Você é o homem
que
sadelo ? — Quem será este homem eu desejava que ocupasse esse lugar.
Sabia perfeitamente que o homem que Decidi então fazer a prova. Despedi
ocupava a balsa quando foram arrastados você, e sabendo que tomaria o caminho do
pela corrente era um mendigo, porém agora bosque, disfarcei-me e segui o mesmo ca-
o homem tinha desaparecido, para deixar minho para ver se você seria capaz de
pra-
em seu lugar um homem calvo e sem barba, ticar uma deslealdade,
de fisionomia agradável.
pASSEIONA E* colocando a mão
O senhor ?! — ex- IDADE MÉDIA suavemente no ombro do
clamou Larry sem acredi- jovem, completou:
tar no que via. — Larry, você demons-
Levantou - se rápida- trou grande fidelidade e
mente. Uma longa bar- valor moral.
ba e cabeleira postiças, Espero vê-lo no novo
que tinham caído sobre a emprego amanhã.
madeira da balsa, davam Felicito-o.
a explicação. Você é, realmente, um
— Afinal, descobriste homem de bem.
o meu disfarce, Larry ! — respondeu o pre- E vencerá, no futuro, meu filho !
sidente da firma, alegremente.
Neste momento a balsa tocou à mar
gem do rio e ambos saltaram.
¦ ¦¦¦a.RIBBBRI
¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦ X
44 l*S4
ALMANAOUE D"0 TICO-TICO

Víi&k MOEDAS OFICIAIS


DE TODOS OS PAÍSES
DO M UN DO
ARGENTINA P««e 100 centavos
afT^ ADA país possui, para aso AUSTRÁLIA libra 20 shillings
^"/ em seu território, a sua ÁUSTRIA schilling 100 groschen
BÉLGICA lranc 100 centimes
moeda oficial, embora as transa- BOLÍVIA boliviano 100 centavos
BRASIL cruzeiro 100 centavos
ções, os negócios entre os povos GUIANA INGLESA dollar 100 cents
sejam quase sempre feitos utili- BULGÁRIA lev 100 slotinki
zando o dollar ou a libra ester- CANADA' dollar 100 cents
CHILE peso 100 centavos
lina, que são moedas dos Estados CHINA jen minpaio
COLÔMBIA peso iOO centavos
Unidos e da Inglaterra mas têm COSTA RICA colon 100 cents
emprego universal. CUBA peso 100 centavos
CU RAÇÃO gnilder 100 cents
E' curioso saber quais são es- TCHECO-SLOVAQUIA crown 100 heller
sas diferentes moedas, e quais as DINAMARCA krone 100 ore
REPUBLICA DOMINICANA peso 100 centavos
suas sub-divisões. ECUADOR sncre 100 centavos
O Brasil, todos sabemos, tem EGITO libra 100 pia st res
como moeda o cruzeiro, que é EL SALVADOR colon 100 centavos
ETIÓPIA doUax 100 cents
subdividido em centavos. FINLÂNDIA markha 100 penni
Como será o nome da moeda FRANÇA franco 100 centimes
GÂMBIA libra 20 shillings
da Finlândia, da Etiópia, da Ru- ALEMANHA OCIDENTAL dentscbemark 100 piennlg
mania ? E quais serão as suas COSTA DO OURO libra 20 shillings
subdivisões ? GRÉCIA drachma 100 lepta
GUATEMALA qaetxal 100 centavos
Na lista que aqui vai publica- HONDURAS lempira 100 centavos
da, estão os nomes oficiais des- HONG KONG dollar 100 cents
HUNGRIA lorint 100 Hller
sas moedas, e dos seus submúlti- ICELAND krona 100 ourar
pios. Apostamos como alguns de ÍNDIA rupee 18 annas
IR AN rial 100 dinar
vocês, e muitos até, não sabem IRAQUE dinar 1000 iils
exatamente quais são as moedas IRLANDA libra 20 shillings
de várias nações. Agora, porém, ISRAEL libra 1000 prntot
ITÁLIA Ura 100 centesimi
já será fácil sabê-lo. E' só pro- IAPAO yen 100 sen
curar no quadro que oferece- LÍBANO Hbra 100 piastres
LIBÉRIA dollar 100 cents
mos. MAL AI dollar 100 cents
MÉXICO peso 100 centavos
HOLANDA gnilder 100 cents
NOVA ZELÂNDIA libra 20 shillings
NICARÁGUA cordoba 100 centavos
NORUEGA krone 100 ore
PAKISTAO rupee 16 annas
PANAMÁ' balboa 100 centésimos
PARAGUAT guarani 100 centimos
PERU sol 100 centavos
FILIPINAS peso 100 centavos
POLÔNIA sloty 100 groszy
PORTUGAL escudo 100 centimos
RUMANIA lea 100 bani
ESPANHA peseta 100 centimes
SUÉCIA krona 100 ore
SUISSA franco 100 centimes
STRIA übra 100 piastres
TURQUIA übra 100 piastres
UNIÃO SUL-AFRICANA übra 20 shillings
REINO UNIDO übra 20 shillings
URUGUAI Peso 100 centésimos
VENEZUELA bolívar 100 centimos
TUGOSLAVIA dinar 100 paras

19 54 45
\
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

Li III I li///////// // *K/ /\ Verificou-se o fato, por, soes vulcâni-


exemplo quando das maiores cas, aos terre-
erupções do Vesúvio e do Kra- motos e aos ^
i I ' i / /» / /
¦ /////// /_Í_S/ '
catoa. No tempo de Júlio Ce- incêndios, que;

W ÍUZ DO sar, e coincidindo com a morte «originam

l^pi do imperador, o Sol apare-


ceu ensangüentado, até que
escureceu, mergulhando o pia-»
neta inquieto na pavorosa es-
curidão. Por isso Virgílio di-
grandes mas-t
§as de nuvens
de" fumo e poeira, por largo tem-
po suspensas no espaço.
O Sol negro e a Terra imersa
em escuridão, como no tempo de
zia: "Quando César expirou, Júlio César, têm sido observados
tu, lastimando a nossa misé- por diversas vezes, sempre que
ria, velaste com uma nuvem calha de haver um eclipse total,
de sangue a tua luz, tu re- isto é. quando um corpo opaco
cuaste o dia a esse século per- se interpõe entre o planeta ;e
verso e uma noite eterna amea- o astro radiante, ofuscando, por
Sol que nos alumia é uma çou a Humanidade." completo, o seu esplendor.
E outros narradores confir- Foi o que sucedeu quando da
estrela amarela, não mui-
O to velha, mas a meio ca- maram o pavoroso sucesso: "Sol, morte do imperador romano.
tu ocultaste o Por muitos séculos ainda o
minho da sua evolução. | Sol continuará a iluminar-nos
rosto e teus
A luz solar, no entanto é bran- com a sua luz branca, até que
pálidos raios
ca, decompondo-se nas sete co- um dia se tornará realmente
choraram sô-j
res do Arco-iris. azul. \
bre o luto da
Mas então terá havido um for-
Já o Sol apareceu, entretanto, Terra aflita; midável catacHsma cósmico — e
por vezes, embaciado por névoas pelas nuvens na "Via Latea" terá explodido
purpurinas, que se foram aden- inflamadas ia um clarão de to- uma pequena estrela e da Terra
sando até deixarem o astro co- chás fúnebres; o sangue chovia; não haverá sequer o rasto da sua
mo que escorrendo sangue. I dos ares e a aurora, ao despertar, existência.
viu o teu rosto
De resto, pode ver-se o Sol corado averme- ESPERANÇA VÂ...
bem vermelho,, incendiando oa lhar-se de nó-
horizontes, ao amanhecer ou à doas de sangue.
hora angustiada do poente, por A luz pra-
influência das camadas atmos- teada do car-
féricas. I , J ro de Febo ve-
Mas o fenômeno do sangue, lou o seu cia-
da côr purpurina, é devido em rão extinto
regra às grandes erupções vul- com uma som-
cânicas, que projetam, no espa- bra e n s a n -
ço, clarões avermelhados e gran- guentada".
des nuvens de fumo, cujas par- No Japão é
ticulas ficam suspensas a con- freqüente apa-
siderável altura, espalhando na recer o Sol ru-
amplitude a luz vermelha que bro, devido às
decompõem da luz branca do quase \ perma-
soi- ÍSJ9BEI nentes convul-
46 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
^^r>^»V<»VVMW^WWWW>»»MW^»MW¥»»WW<WW¥WVM<^^VW

N AO E R A"
O QUE ÊLE
I PENSAVA...
W^*M^»W^WW^^»M^MW»<W>M»«**WWMWW»#MWMWW»<ywWWMWMM^M»»
— Papai, vou brincar com o Curuca.

A VONTADE
f~\ homem não é só feitura da na-
^^ tureza, é um artista de si mes-
mo, destinado a aperfeiçoar o seu
ser, como o escultor lima, retoca,:
pule a sua estátua. Pela sua inteli-
gência e vontade, essas duas potên-
cias prodigiosas que criam todas as
ciências e artes, o homem não só me- Que cheiro de fumaça! Isto é coisa dos meninos!
lhora todas as coisas da natureza e
as adapta às suas necessidades, como
também aperfeiçoa a si mesmo, au-
menta a sua beleza moral e física, vi-
gora e dilata a sua existência.
Há no homem uma força, supe-
rior à força vital, cuja ação modifica
prodigiosamente o corpo, levanta a
energia extinta, ativa a vida, vigora
J_IÊ_É_r-^-^f /
os músculos, resiste às moléstias e,
metódicamente empregada, subjuga
as paixões, modera os desejos, corri- A coisa parece séria ! I — Vou apagar o incêndio!
ge os apetites, conserva a saúde e ¦ "^ ¦-.
3_29iMtaifli _R__tf_i_Hi_i Hh__^
prolonga a vida.
É coisa sabida que homens, tão
fracos de corpo como de espírito, to-
mam às vezes, em ocasião de perigo,
uma forte resolução, e tal vigor ád-
quirem para executá-la, que pasma
aos que os não julgavam capazes de
tal esforço. Assim, no campo de ba-
talha rivalizam às vezes os tímidos
com os mais denodados guerreiros.
— Gonçalves Magalhães.
Foi o bolo, meu filho.
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
»>»^»VM»«S'*r>V»V'»»^»*r*»>*s'*»»^»a»«V

...E OUTRO DO
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UM
*****m0*tnw^l

FAZ MUITA FALTA DIA E' DA NOTÍCIAS DE MISTER ECO


UMA VÍRGULA? V_^ r\ Kg, r\ . . . CAÇADOR o mito grego, o éco era 'uma
aa vírgulas são coisa muito «cria. Escrever não é ninfa que enlanguesceu até ficar ape-
apenas desenhar letras grupadas, formando palavras SEGUNDOnas a sua voz. Por ter desagradado a,
SIM,
que, por soa vez, se grupam no papeL A colocação des-
•es sinais, no texto, é que revela o conhecimento, Juno, foi metamorfoseada em rochedo e con-
por parte
de quem escreve, do idioma e de soas regras de aso, das leis denada a repetir as últimas palavras de quem
que o regem, para que seu emprego seja perfeito. a interrogava.
Escrever sem pontuação é o mesmo que andar aos iram-
bolhões. Embora os ecos possuam ainda a sua
fornece
Vamos ver, aqui, um exemplo de texto em
que o mau qualidade poética, a ciência do somo som se,
uso de uma vírgula alterou completamente o sentido da frase. —c^^^M— fi ) » \ explicação sobre a maneira como
Em 1932, nos Estados Unidos, um agente de publicidade foi
encarregado de redigir o anúncio de certa beberagem e en- amplifica, desenvolvendo certas vozes e igno-,
tregou ao fabricante este texto, como legenda de uma ilustra- rando outras, convertendo discordâncias em
ção apropriada:
"Estou
completamente curado [vírgula) de-
t ¦
harmonia, transportando murmúrios' a lon-
pois de ter estado às portas da morte (vírgula) porque tomei
gas distâncias e realizando outras estranhas,
apenas um vidro do preparado X". imaginação.
O anúncio foi para o jornal e saiu com este texto: "Estou maravilhas que desafiam a
completamente curado (vírgula) depois de ter estado às
por- Os ecos são, por vezes, as estações de rá-
Ias da morte porque tomei apenas um vidro do preparado X".
Como viram, a falta da segunda vírgula alterou comple- tu*
• V.* dio da Natureza; sem qualquer aparelho, des-
lamente o sentido da frase, dando a entender pertam vibrações e irradiam-nasuma a distâncias
que fora justa- - Eu vt um coelho. deu-se explosão
mente o uso do remédio cujas virtudes se
queria exaltar, que
. Onde será que êle st escondeu?
enormes. Certa ocasião
tinha levado o paciente às portas da morte... (de algumas toneladas de dinamite, dentro de
Uma vez, na França, alguns comediantes em "tournée"
um túnel dos caminhos de ferro dos Alpes. O
estavam anunciando de maneira original a peça
que represen- campone-
U*Jm. no ae cert« TÍI*- A propaganda era feita "a terrível estampido foi ouvido pelos
lntT0
tos", isto é, um homem do lugar ia pelas ruas anunciandogri-
peça daquele dia. 0 encarregado da publicidade escreveu o
a
Eu não te dizia que aqui não há cabras selvagens ? ses suíços, a trinta quilômetros, mas as ai-
texto que êle deveria "gritar": "Hoje l Hoje ! "O romance de Idéias vizinhas do local do sinistro nada ou-
um rapaz pobre", peça de Otávio Feuillet 1" viram. Veio depois ainda mais estranha no-
E
_ o
rapaz, que não era bom leitor, gritava assim: "Hoje ! ticia: a explosão tinha sido distintamente
nas
Hoje ! O romance de um rapaz, pobre peça de Otávio Feu-
Ulet r percebida a 150 quilômetros ao Norte, éco em
O grande poeta Charles Baudelaire costumava dizer ao fronteiras da Alemanha. Existe um
diretor de uma revista em que escrevia: "Meu amigo, se num Oxfordshire, na Inglaterra, que repete o es-
dos meus poemas alguma vírgula lhe parecer estranha, errada
ou mal colocada, prefiro que você deixe de publicar o
tampido de um tiro de revolver, através de
poema,
a tirar dali a vírgula. Se eu a coloquei aü, ela tem sua razão um vale, vinte vezes. Numa ponte, construi-
de ser." da sobre colunas, do estreito de Mena, na re-
O que acontece é que nem toda a gente, hoje em dia, sabe,
gião de Gales, e que separa a ilha martelode Angles-
como Baudelaire sabia, onde deve ir a vírgula...
sey da Inglaterra, um golpe de na
Vamos a outro caso. No pórtico de certa antiga casa de
numa série de
Roma, figurava esta inscrição: "Porta, patens-esto, nulli clau- pilastra principal é devolvido
deris honesto", que pôde ser traduzida assim: "Que se abra a
golpes destacados através de todas as tra-1
porta e não se a feche a nenhuma pessoa honesta". Tempos
depois a casa foi transformada em um mau lugar, pelos her- vessas metálicas da construção, por sobre o
deiros do antigo proprietário e> alguém, entendido em assim- ^T^^ss*^. •" à<Ã-tuufv rio, numa distância, de quase duzentos me-
tos de colocação de vírgulas, mudou a que se seguia a esto
tros.
para junto da palavra nulli, o que alterou de modo absoluto
o sentido da inscrição, que passou a ser "Porta, patens esto - Está vendo, sio bobo ? E' isto o que você tem que fazer 1 Assim como certos espelhos curvos au-
nulli. clauderis honesto", e a ser traduzida assim: "Que não se
abra a porta a nenhuma pessoa honesta".
mentam a imagem, também alguns ecos am-
Para terminar, este outro caso. Há alguns anos apareceu plificam a voz. Tais ecos megafônicos ouvem-
num jornal a notícia de que um cão mordera uma criança e se especialmente nas adegas. Na famosa ca-
os pais desta haviam entregue o cão a um veterinário para fi-
car em observação, a fim de saberem se o animal estava hi- Venha cá. Leão ! Passe para cá ! ! verna conhecida pelo nome de Orelha de Dio-
drófobo. Dias depois o veterinário passou um telegrama aos nisio, na Sicilia, o rasgar de uma folha de
celofane produz estrondo semelhante a um
^jfV tí>
pais do menino. O caso se passava na França, e o telgrama
foi assim redigido: "Chien mange, pas enragé". (0 cachorro
come, não está raivoso.) No telégrafo, alteraram a posição da disparo de canhão.
vírgula e o despacho foi chegar às mãos dos pais, sob esta
forma: "Chien mange pas, enragé". (O cachorro não come,
raivoso.) Os pais do menino, tomados de desespero, queriam
até sacrificar o inocente, preferindo vê-lo morrer envenenado
i As vezes, o éco paga o mal com o bem.1
Na montanha de Saddleback, no Estado de
Maüie, nos Estados Unidos, os gritos mais
por eles a sofrer as terríveis conseqüências da hidrofobia. Só
por um acaso se chegou a perceber a troca da posição da vir-
horríveis, como a algazarra dos Índios em
gula no telegrama, o que veio alterar completamente a situa- batalha, são devolvidos em suaves notas de
ção. música. Verificam-se esses ecos quando fi-
Como se vê, uma vírgula é coisa importante. Não é só ir
rabiscando, rabiscando, traçando aqueles enfeitinhos, aqui e leiras simétricas de árvores cortam certas fre-
ali. Quem não sabe pontuar um texto, não sabe escrever. quências sonoras e refletem outras em rela-
Pensa que sabe, mas apenas desenha uma vaga imagem do seu
pensamento, não lhe dá a nitidez, o valor, a exatidão que êle
ções harmônicas.
deve ter.
VOLTA
^^^^^^^^•^^^'^¦^¦^'^¦^•^•^^•Aa*>a»»»S^*a»j.«»,^^ta»4#f4^s%^««y«^ A VOLTA
49
48 1954
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

AN DAVA À CATA
DE "SOMBRA" Pensamentos no circo
A popularidade é
multo diferente da
celebridade. No en-
tanto há quem as
confunda.

O orgulho nãO
gosta de devef ia-
vores; o amor pró-
prio não gosta de
os pagar.

A mão que dá
cansa-se primeiro
do que a mão que
recebe.

São muitos os
que morrem com
Estava fazendo tanto calor medo de morrer.

r^L-iO A falta de dl-

Y? A nhelro pode-se dis-


simular: a falta de
educação, não.

— Viu? Por isto é que eu não gosto de ficar na


O homem agra- primeira fila ! I
decido que não
mostra o seu agra- RELÓGIO SEMPRE ATRASADO
decimento, passa
MIM por ser desagrade-
tido. Na Alemanha há um relógio célebre por
andar há setecentos anos a marcar as horas
com 10 minutos de atrazo. E' o relógio da ai-
(O dinheiro re- deia de Gorlitz, onde, no ano de 1253, um gru-
medela todas as po de descontentes planejou assassinar os con-
doenças menos a da selhciros municipais, às 12 horas de certo dia.
avareza. Um homem, que escutou os conspiradores,
atrasou o relógio da aldeia em 10 minutos, e
.que o Honorato fez uma das suas- JT multo difícil quando os conjurados, às 12 horas, iam prati-
convencer a quem car o crime, foram presos. Para recordar o epi-
está na firme dis- sódio, nunca mais se tirou o atrazo de 10 mi-
posição de se não nutos ao relógio.
deixar convencer.
A VOLTA DO CAÇADOR
Quando as pala-
vras de consolo não
são sinceras, pare-
cem alfinetadas.

A dor aflige; mas,


sem ela, ninguém
saberia onde está
o mal.

Sábio é aquele
que sabe o que dl-
zem os livros; mas,
mais sábio é aquele
e /oi parar num lupar oem que sabe o que eles
fresco e sombrio! não dizem.

50 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

0 3AMI3TÂ 10 XfRlFí
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'954 51
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

^^^^ ^__l____«>^/^^_________^--'*^'____k->^^^______________a__^^^
^________i____fH__r-^__*__r-^//^^B_____ ^^__________*>'

No silêncio do bosque ouvira um ruido exquisito: tim-


lim : tim-lim! A onça levantou-se e espiou. O que ela
viu, lhe fez correr água da boca. Um cordeiro novo!
A custo conteve a vontade de jogar-se logo em cima
dele. Mas deixou que chegasse mais perto...
Aconteceu, porém, que passavam pelo bosque dois
peões da fazenda do Sr. Sebastião, voltando da cidade.
Por entre a mata, viram o pêlo pintado da onça.
Olha só quem está ali! — disse Joaquim, o mais
velho. Gostaria de saber o que está espreitando assim...
Se eu estivesse armado...
Foi então que avistou o cordeirinho. Admirado, o
peão sacudiu a cabeça.
Engraçado! Se fosse branco, juraria que é o
cordeiro predileto de lrací!
Está sujo, mas traz uma fita vermelha e uma \ ^___L *H B '

campainha no pescoço. Só pode ser o "Neve" — disse o


'l**m^
s*^-^^ ^ís_____' \ /S álÂám^/* r^> _______{ _T^ VY^I F/Y^l A A\kY M*AA\A^AW __| /w/ /tf^^n_Á
^*?~} companheiro.
^» *^V fli wÊm^M^m ( La VP *2wv > ________________H__r M*wÈ'***fY*f* ^-_ //*
E os dois levaram o cordeiro.
Como Irací ficou contente ao rever o seu cordeiri-
nho! Acariciou-o. abraçou-o e, enquanto lhe dava ba-
nho. não parava de perguntar:
Por que você fugiu, sêo bobo? Por que? Mas
agora você não vai fugir mais, não é, 'Neve"? Nunca
mais !
"Neve" não fugiria mais. Bastaram-lhe os sustos
que sofreu por causa da sua vaidade.
E por uma fria manhã do pró-
ximo inverno, Irací fei para a Es-
cola com um casaquinho novo de lá. __, 1
havia H___j—t^^^!^r^^éHZl!^m ê /^^^~~~^
-|_-_ %| A fazenda do Sr. Sebastião Pouco tempo depois, encontrando a grande porteira Era uma lã tão macia, que só podia
muitos animais. Irací. a filha do ter sido de um cordeiro. E vocês já
aberta, deixou a Fazenda e foi pela estrada a fora, pu-
fazendeiro, gostava de todos eles, adivinharam de que cordeiro, não é?
lando todo satisfeito. Depois de algumas horas, começou
mas preferia um cordeirinho. O pêlo dele era tão macio
a sentir fome e sede. Lembrou-se da grama gostosa da
que dava gosto acariciá-lo e tão branco que lhe puseram
fazenda e do riacho, atravessando o grande prado. Fi-
o nome de "Neve". A menina amarrou uma fita verme-
zera êle bem, deixando tudo aquilo ?
lha e uma campainha no pescoço do cordeiro e, quando
Estava tão cansado que nem reparou na mudança
o chamava, já de longe se ouvia um tim-lim...-tim-liin
súbita do tempo, e de repente se viu no meio de terrível
alegre.
temporal com trovões e relâmpagos terríveis. A chuva
Um belo dia, o fazendeiro resolveu tosquiar os car-
corria pelo seu pêlo, os cardos e espinhos das plantas se
neiros. Vendo que os seus companheiros voltavam da
tosquia com o pêlo cortado rente, "Neve" lhes disse: prendiam nele. Ninguém poderia agora reconhecer, na- y/rv rv .ir wA
Como ficaram feios, agora ! Não sei como podem quele animal todo manchado de lodo, o cordeirinho bran-
co. Quando, finalmente, o temporal passou, resolveu
ser tão bobos para se deixar tosquiar. Quanto a mim,
procurar abrigo para a noite num pequeno bosque.
nunca permitirei que cortem o meu lindo pêlo.
^J^r^^mW - \y XaVAMÉ __g_T El ¦
Um carneiro velho, de chifres enormes, encarou o *
*^vv3f * • a r **. \V j^£>jllk» rVv^^-^-i^%ààuAjgU
pequeno insolente e respondeu:
Não somos nós os bobos e sim você o ignorante
Ora. naquele bosque vivia uma onça perigosa. A
onça costumava sair do seu esconderijo para roubar e
mmá \ fcwfíp^ f 7jyp3^ ____.
Nós, carneiros, ajudamos o homem na luta contra o devorar o gado que encontrava. No entanto, desde que
frio. Seria melhor que você deixasse de pensar só na sua os lavradores tinham resolvido dar-lhe caça, ela não se
beleza, para se lembrar um pouco da sua utilidade. atrevia a chegar muito perto da aldeia. Mesmo uma
"Neve" respeitava os onça teme espingardas e facões afiados... Naquele dia
poderosos chifres do outro e,
por isto, se calou. Mas pensou: ainda não tinha jantado e estava com uma fome! untéáii, (ÉÉlVi i ^>^? «^"PccV
'Prefiro fugir da Fazenda
a perder o meu pêlo l" Deitada ao pé de uma árvore..ergueu as orelhas.
52 1954 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

K/\y W°*cT^I Cí WÊwÊ^ò

VEJA A EXPLICAÇÃO EM OUTRA PAGINA, NO FIM DO ALMANAQUE


I 954
54
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

NO FIM
DO ALMANAQUE VOCÊ ENCONTRARÃO MODELO ARMADO E
DETALHES DA MANEIRA DE CONSTRUIR O BRINQUEDO

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'954 55
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

0 OLHO HUMANO E AS CORES QUE F E 6 R EM


E. N. Wilmer, do Laboratório de Fisiologia
ODr. da Universidade de Cambridge afirma que o
centro do olho humano é parcialmente cego no que,
se refere às cores.
Tal afirmativa se baseia em fatos reais e em
experiências levadas a termo pelo mencionado
sábio.
Se dirigimos nossa vista para um objeto colo-
rido, tão pequeno que só o possamos vêr com o
centro dos nossos olhos, não poderemos dizer com
certeza se é azul ou verde, alaranjado ou vermelho.
Isto é importante na observação e interpreta-
ção de sinais luminosos de cores, uma vez que qual-
quer objeto
é visto mui-
to menor
quando é
__ _H__a«^^i**íiV2y?_P Sk olhado à dis-
_^M_—Br_«B_B»va?1S.r<^__re-\.A**5m. tância. Para Êle está com tanta febre, tanta, tanta, que as
compro-
var isto, po- pulgas estão morrendo torradas!
de-se fazer a
seguinte ex-
p e r i ê n - A BÍBLIA
cia: dese-
^ SÊmu^áw^m^^^- nha - se um MA interessante estatística bíblica eluci-
circulo pe- U da-nos de que a "Bíblia"
3.566.480 letras; 773.746
contém: ....
queno de 2 palavras; 31.173
versículos; 1.189 capítulos e 66 livros1 A pa-
cen ti me- lavra "E" ocorre 46.227 vezes. O meio preci-
tros de diâmetro, e divide-se em quatro partes iguais samente certo da "Bíblia" é o versículo 8 do
colorindo-se cada parte com as seguintes cores: Psalmo 118. O versículo considerado o maior
verde, azul claro, alaranjado-marron e vermelho- é o versículo 9 do VIII capítulo de "Ester". O
púrpura. mais curto é o versículo 35 do capítulo XI de
Coloca-se o circulo a três metros de distância. S. João. O mais antigo exemplar da "Bíblia",
Se o obeservador possui uma visão de cores nor- em hebreu, existia, ainda há anos, em Toledo,
«ai, poderá distinguir claramente o verde do ala- e era conhecido pelo "Codex Hiüel". O mais ve-
ranjado; mas, se olhar diretamente para o centro lho exemplar em língua grega é o do Vatiça-
do circulo, não poderá dizer com precisão qual é o no, que foi escrito, ao que parece, nos meados
verde, o azul, o vermelho ou alaranjado. Èntretan- do século IV. A mais pequenina edição da "Bi-
to, se olhar para o lado, a três centímetros de distân- blia", conhecida até hoje, foi feita na Univer-
cia do centro, então todas as cores serão distingui- sidade de Oxford, em 1875 c tem de compri-
das perfeitamente. mento duas polegadas e meia. A primeira tra-
dução da "Bíblia" em línguas ocidentais foi
a flamenga, de 1417. E a primeira tradução
NO"CONSULTÓRIO MÉDICO portuguesa foi feita em 1681, pelo padre João
Ferreira de Almeida".

QUE É A ESTRATOSFERA?
atmosfera da terra, está dividida em duas
A regiões: a inferior, chamada troposfera, na
qual vivemos, é a região dos ventos de todos os fe-
nômenos atmosféricos, e nela se encontram quase
todas as nuvens mais altas; a estratosfera é a frí-
gida e mais elevada região de ar parado, começan-
do a 10.000 metros para cima, nas zonas tempera-
das. 17.000 metros para cima, no Equador e 6.500
metros nos pólos. Foi descoberta pelo meteorolo-
gista francês Leon Philipe Teisserenc de Bort, no
ano de 1890, tendo utilizado balões que transporta-
Diga: A vam instrumentos apropriados.

56 I 954

_
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

independentes um do outro, po-

0 mab> MARINHO dendo olhar em diferentes dire-


çôes; e êle muda de côr de acordo
com as plantas em que se oculta.
Esta última faculdade facilita-lhe
fugir dos seus inimigos. Alimen-
ta-se de crustáceos e outros ani-
bichinho é um peixe, camas, com espinhas. Em seu mais marinhos que nós não pode-
ESTE embora não pareça. A pri- esqueleto, comprimido lateral- mos ver a olho nú. Assim vive na
meira vista qualquer um diria mente, faltam as costelas. Sua flora marinha. Há autores que
que é um crustáceo. Entretanto, boca é desprovida de dentes e ter- atribuem ao cavalo marinho
é um "teleósteo" pertencente à uma inteligência e uma as-
túcia muito grandes. Mas pare-
ordem dos "lofobranquios". A pa- ce que é bastante estúpido, e ler-
lavra "teleósteo" distingue os pei- do em seus movimentos.
xes que têm esqueleto ósseo dos Se é metido em aquário, morre
que têm esqueleto cartilaginoso. em seguida, porque ali não há os
"Lofobranquio" alimentos de que necessita.
("lobos", pena- ^IsÉIlsIls _r 6r_B_v _»i
cho e "branquios", braquia) é Conhecem-se umas vinte espé-
uma palavra que explica a dispo- cies de cavalos-marinhos que vi-
vem nos mares tropicais.
sição do aparelho respiratório Chama-se, em linguagem cien-
destes animais. De fato, suas tífica, "hipocampus" de "hippo"-
brânquias têm a forma de pena- cavalo, e "xampe", peixe grande,
chos, e isto os diferencia dos de- metade cavalo, metade peixe.
mais peixes. A semelhança exte- A fêmea do cavalo marinho
rior dos cavalos marinhos e dos põe os ovos em uma prega ou
crustáceos é inegável. mina com um focinho pequenino ruga da cauda do macho, que os
Este peixinho tem placas ós- em forma de tubo. Sobre a cabe- guarda até nascerem os filho-
tes. O cavalo marinho foi usado na
seas sobre a pele em vez de es- ça tem uma crista. Nada em pé, antiga medicina de forma abusi-
:om pouca velocidade, servindo- va e disparatada.
se de uma bar-
Calendário da revolução batana dorsal, MÁU EXEMPLO E IMITAÇÃO
Francesa que parece uma -_—-M-^-«W----------_---_---I ¦ I — I I —¦¦ ¦ ¦ ¦ —I—— -«¦¦¦¦¦li——-—-——

machadinha, e
f~~\ calendário usado durante a
Vk—' Revolução Francesa foi cria- das barbatanas
ção de Romme tendo sido modi-
ficado por Fabre d'EgIantine.
peitorais. Não
Começou a vigorar em 22 de se- tem aleta cau-
tembro de 1792, data da procla- dal, e sim uma
mação da República, e manteve-
se até 1.° de janeiro de 1806, pequena cauda
qnando foi novamente restabele- prênsil com a
cido por Napoleão o calendário
gregoriano. qual se agarra
Para os doze meses do ano, que aos galhos das
começava em 22 de setembro, fo-
ram escolhidos os seguintes no- vegetações sub-
mes: marinas, quase
OUTONO: Vindimário (colhei-
ta da uva); Brumário (que obs- de igual manei-
curece o firmamento); Primário ra como os ma-
(que cobre as montanhas de
neve). cacos e o came-
INVERNO: Nivoso (que bran- leão se agarram
queia o solo); Pluvioso (que o
molha com chuva); Ventoso (que aos ramos das
desencadeia os ventos). árvores.
PRIMAVERA: Germinal (que
fax brotar ou germinar); Floreal E já que fa-
(que faz florescer as flores); Pra- Íamos em ca-
dial (que seca os campos).
VERÃO: Messidor (que reco- meleão, deve-
lhe as messes); Termidor (que
esquenta); Frutidor (que amada- mos esclarecer
rece os frutos). "que o cavalo
As semanas foram substituídas marinho pare-
Por décadas e os dias se denomi-
naram primidi, duodi, tridi, quar- ce-se com este
tidi, qnintidi, sextidi, septidl,
octidi, nonidi, decadi. em duas coisas:
^^*^^^^^^^^^^>*^N^N0MM»*N0M^M^^^MMWS0% seus olhos são

'954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

0 O

Estou abafbdolTenhòlíUc! Âbí&,^^^^?W__-3


de escrever uma h^rc^aT^ py?ffiè? Q/(^irne\ro você.invfentaí
bara o »mana^uewi55fyéíáofácilN^ ^um ^e,,•, a55UT "••
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Tiío-Tiee pÇ.Mas oao Tenho
l idéia nenhuma,
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I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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^transforma o rei num ve-


Jhoboniinho...,

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^.Etudo acaba em casamento,
^como nos filmes ae"mocinVio,*li
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açora me*mo para oj 1U
Tieo-Tto!f

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I 954 59
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O C A S O
DA
ESMERALDA
O animal apanhou outra coisa, no chão e depositou
na mão do detetive. Era um pedaço de borracha que pa-
recia se ter desprendido de algum pneumático de automó-
'fà\\
msau^^-t^
~~~^9*^Ém\WL *
li ÊBj \w)S*. a^m\W multam
vel, e também sobre a qual havia manchas de sangue.
Dickson pulou da rede.
Onde encontraste estas coisas? — perguntou.
O inteligente animal deu um salto, ladrou, correu
alguns metros e parou para ver se o dono o seguia. De-
pois continuou sua carreira.
Jack Smith, o ajudante, largou o livro que estava
lendo e saiu atrás de Dickson e do cão.
Este saiu à rua e, perto do portão, quase na esqui-
na, parou, ladrando.
Dickson examinou a calçada: no pó do chão viam-se
marcas de rodas de automóvel. Próximo ao portão as
rodas eram mais marcadas. Nessa altura, faziam uma
curva, voltando por onde,tinham vindo.
Estas marcas foram feitas por pneus de taxi —
murmurou Dickson. — Alguém chegou até o portão, de
taxi, e logo voltou. Agora repara: hoje não tivemos vi-
sitas, no entanto estas marcas são recentes...
Em seguida reparou que havia outras marcas. Estas
se separavam, como si o auto tivesse querido passar o
taxi. Na curva elas se juntavam. Dickson fez um cal-

-V f AI para fora, Negro ! Quero descansar. Não


me podes deixar um instante ? Não sabes
brincar sozinho ?
Tom Dickson, o famoso detetive, apro-
culo rápido.
Os freios foram usados com rapidez, depois
o segundo automóvel passou o taxi. Mais ainda — prose-
seguiu, —
que
devem ter ido em grande velocidade, porque
derraparam e se chocaram violentamente com a calçada.
veitava o belo e claro dia para tomar um E isto, aqui ?
pouco de ar. Durante a parte da manhã estivera ocupado E apontava para umas manchas vermelho-escuras que
em seu laboratório e agora descansava recostado em uma se viam no chão, bem perto do lugar onde a auto havia
rede. sido íreiado.
Negro, no entanto, o cão de caça, não pensava assim; Sangue! — exclamou. — Parecem marcas feitas
quase sempre brincava com Bob. Hoje, não. Já por três por um corpo que tivesse sido arrastado até a curva. Isto
ou quatro vezes tinha lambido o rosto do detetive que, é interessante, Smith.
sem abrir os olhos, o enxotara suavemente. Mas o ani- Dickson tratou logo de seguir as marcas das rodas
mal insistia. do auto, porém estas entravam numa avenida, confun-
Por fim, sentou-se sobre as patas trazeiras e lançou dindo-se com as dos outros veículos.
um sonoro ganido. Que acha, chefe ? — perguntou Smith.
O detetive virou-se na rede, o cão aproximou-se dos Dickson reuniu os dados que tinha, da historia que
seus pés e, tomando entre os dentes um dos cordões do imaginava:
sapato desatou o nó. Um homem veio aqui, em taxi — disse. — Ime-
Dickson ergueu-se. diatamente um automóvel particular parou nas proximi-
Pronto, Negro; já o conscguiste — disse. — Mas, dades e seus ocupantes atraíram a atenção do homem en-
que é isto ? quanto o taxi regressava; e, logo que o taxi se foi, ata-
O cão se aproximara, trazendo um pedaço de cor- caram o nosso visitante. Aqui você pode ver a marca
dão na boca. Depois, deixou-o cair na mão do detetive. do corpo perto das marcas das rodas — disse, indicando
Este julgou ser do seu sapato, mas sua surpresa foi gran- os sinais que corroboravam a afirmação.
de ao notar que se havia enganado. Nosso visitante era bem pesado, uma vez
Dickson pegou o cordão e examinou-o com cuidado. arrastaram e não o levaram no colo até o auto prosse-que o
Sangue ! — exclamou. Sangue no cordão ! E — Além disso, seu sapato se deve ter desamarrado
mais trazes, Negro ? que guiu.
e um dos assaltantes, ao pisar o cordão, o rebentou. Foi
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ASSIM SE DESENHA UMA CABEÇA DE MOCO

/( I W íT/ti r\I

M
1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

este pedacinho que o Negro me levou. Aqui há um mis- Imediatamente após haver averiguado que o navio
tério que precisa ser desvendado, Smith. que tinha atracado ao cais de Shadwell era o "Merriwell",
Enquanto falava, Dickson examinava os arredores. dirigiu-se até lá, em busca de informações.
De repente, inclinou-se e apanhou um cordão feito com Chegou, deu-se a conhecer e subiu a bordo.
fios dourados e, pregado a este, um pedaço de tecido es- dos oficiais disse que todos se achavam ali, menosO chefe o ca-
curo. Dickson examinou-o com sua lente, depois, viran- pitão Swainsbury.
do-se para Smith disse: Desceu a terra hoje bem cedo e ainda não voltou.
O homem que nos veio visitar era bastante corpu- Poderei fazer alguma coisa
lento. Media mais ou menos um metro e setenta de para ajudá-lo ?
Sim — respondeu Dickson. — Se
altura; além disso, era oficial da marinha mercante e seu seu capitão foi seqüestrado. Não sei por não me engano
navio deve ter chegado hoje ao porto. que, porém os
que o seqüestraram queriam impedir que êle falasse
Smith olhou admirado para o chefe. comigo. Por favor, leve-me
Como e porque o senhor diz tudo isto ? ._ ao camarote do capitão.
O peso, porque o arrastaram ao invés de — O camarote ocupado
carregá-lo até o carro; a altura, porque, repare: pelo capitão fica em baixo,
as marcas foram feitas pelos sapatos, logo estas senhor. Não posso abando-
manchas de sangue são da cabeça ferida, em con- nar meu posto enquanto não
seqüência da pancada que lhe de- encontrar alguém para subs-
ram para derrubá-lo. Agora repa- tituir-me. Enquanto o pro-
re: entre estas manchas e as mar- curo, o senhor pode ir des-
dos sapatos há mais ou menos um cendo.
metro e setenta centímetros, Dickson dirigiu-se ao ca-
ou seja a altura do indiví- marote do capitão, notando,
duo. com surpresa, que todas as
E como pode sabei escotilhas deste se achavam
que era oficial da marinha fechadas. Aproximou-se da
mercante ?
Este cordão dourado
é o material empregado na
l^a^KfwBSriljnW
rTV '*» áímiVmVt\i~VJr JjM H^l l^Ii
porta empurrando-a. Ao fa-
itw, zê-lo uma brilhante luz o
ofuscou. No interior do apo-
fabricação dos galões dos ofi- sento, no meio da maior des-
ciais, e este pedacinho se ordem, um homem, com rou-
deve ter desprendido da sua pas de marinheiro, e um gor-
roupa quando a vítima era ro velho, dava busca, apres-
irrastada até o automóvel. O sado.
fio mostra que se achava cos- Ao abrir-se a porta, o
turado a um uniforme azul homem deu volta puxou o
marinho; aos oficiais navais revólver e fez um disparo
é proibido usar o uniforme contra Dickson.
em terra em tempo de paz; O detetive deitou-se no
porém, à marinha mercante chão para evitar as balas. O
é permitido. homem aproveitou a ocasião,
E quanto ao na- apagou a luz e correu para
vio ? fora. Dickson levantou-se e
Porque se estivesse saiu em sua perseguição. O
atracado no porto há mui- ladrão correu até a coberta,
tos dias, o oficial estaria com de onde estavam descarre-
/ "^
roupa civil. Isto prova ain- gando grandes fardos, saltou
que êle tinha urgência em
me vêr. Venha, Smith, te- jp por sobre um deles e fugiu
a toda velocidade.
mos que fazer rápidas investigações! Dickson chegou tarde. Ao voltar-se, entretanto, de-
Voltaram imediatamente para casa, tendo-se Dickson parou com o gorro do marinheiro. O detetive juntou os
informado por telefone sobre os nomes dos navios e a lábios e emitiu um estridente assovio. Era um sinal para
hora em que haviam chegado, naquele dia, ao porto. Smith.
Agora, com a ajuda da policia — ordenou a Este veio imediatamente.
Smith — veja se encontra o motorista do taxi que trouxe Ponha os cães na pista — gritou Dickson. — Dê-
até aqui em casa o oficial de marinha. Pôde também lhes o gorro para cheirar.
fazer essa sindicância nos pontos de taxis. Ofereça uma Imediatamente Smith chamou os dois cães de caça
recompensa. que havia levado no automóvel, fazendo-os cheirar o gorro.
Os cães, depois da olfação, saíram em disparada
senhor. Eu levei um cavalheiro que corres- acompanhados pelo detetive e seu ajudante.
SIM, ponde a esses sinais. Tomou meu carro no cais Correram assim até chegar ao rio.
Shadwell. Pagou-me o dobro para que o levasse Ali, viram ainda o homem, que já se preparava para
depressa. atravessá-lo a nado.
Dickson agradeceu ao motorista as informações e Solte os cães, Smith.
deu-lhe a recompensa prometida. (Continua na página 64)

ASSIM SE DESENHA UMA CABEÇA DE VELHO

1954
61
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

j —SSOiSXfciSSi^ ^|«»^*^«»«»»»SKSJ>S»»|SW ^^„^^


Parou com seus ajudantes perto da horta onde
João cultivava as cebolas e viu que este arrancava
algo da terra e guardava em um saco.
Que faz êle ali? — indagou o homem.
Está colhendo cebolas — responderam os
auxiliares.
O homem nunca tinha comido cebola. De-
monstrou desejo de provar aquilo que o rapaz aca-
bava de arrancar, e, dirigindo-se a João, disse:
Deus te ajude. Queres dar-me uma ceboli-
nha destas?
João, sorrindo, entregou uma cebola ao desço-
nhecido, e este, depois de muito agradecer, afastou-
se. Em caminho, o desconhecido ordenou aos em-
pregados que presenteassem João com uma bolsa
cheia de moedas de ouro, e no dia seguinte esta lhe
foi entregue. Era uma bolsa grande e muito pesada. Quan-
do Pedro soube, sentiu inveja do irmão e passou uma noite
J ti/ YN ^r ay\t ^J^^ \
inteira sem dormir, imaginando uma forma de também
prj-
sentear o senhor, a fim de receber ainda maior recompensa,
isto é, um saco de moedas de ouro. Por isso, na manhã s>
guinte, pegou seu melhor bezerro e o levou à casa do ho-
mem rico.
A entrada, os criados perguntaram-lhe o que trazia.
Um presente
para seu amo.
Depois de verificarem que era de fato um presente, dei-
::aram o rapaz entrar.
O homem rico mostrou-se muito satisfeito
çom a l:m-
branca, mas logo percebeu o que se estava passando com o
jovem, e disse-lhe:
RAM dois irmãos: João e Pedro. Um dia, estando o pai Também você será recompensado
p;lo presente que
| deles muito doente, chamou-os a ambos e disse: acaba de me trazer.
— Breve morrerei, meus filhos, e como vocês serão her-1 Pedro foi embora para sua casa e ainda mais uma noi-
deiros de tudo quanto possuo, para que não se desentendam te não dormiu, só pensando qual seria o presente
que ia ga-
depois, quero repartir agora o que vou deixar. Para você, Pe- nhar. E pensava assim: — "Se por uma cebolinha tão insig-
dro, deixarei a casa; e para você, João, as terras cercadas. nificante êle deu um saco de moedas de ouro ao João,
que
Pedro governará a casa e levará o gado a pastar; João culti- não receberei eu, que lhe ofereci um bezerro? Pelo menos
vara a terra e, plantará cebolas. iranharei umas vinte bolsas mais cheias e maiores do que a
Pouco tempo depois, morreu. do João."
Os irmãos dividiram os bens como o pai havia deter- Na manhã seguinte, antes dos gaios cantarem, Pedro se
minado. Cada um começou a se ocupar com o que era seu. dirigiu ao Palácio, e, depois de muito esperar, apareceram
Enquanto Pedro enriquecia, João plantava cebolas. Pe- os criados com a recompensa que o senhor lhe enviava. A
dro nunca estava satisfeito. João, ao contrário, vivia alegre dádiva era volumosa e pesada. Apesar de Pedro ser forte e
e contente. corpulento, foi com grande dificuldade que a carregou
para
Certa vez apareceu, no lugar onde viviam os dois ir- casa.
mãos, um homem de aparência nobre. Era o dono de gran- Lá chegando, pôs-se a desembrulhar o presente e, ao
des extensões da terra e proprietário também de toda a cabo de várias horas de trabalho, descobriu a preciosa
pren-
aldeia da: uma cebolinha!
62 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
Desde esse dia Pedro tornou-se mais triste

yfv—
ainda e pela expressão de
seu rosto dava a impressão de
que estava sempre a mastigar uma cebola
amarga. Era a lembrança do
presente que recebera do senhor rico.
A história espalhou-se e todos os vizinhos
começaram
a caçoar dele. Até os cachorros
quando ladravam pareciam
dizer:
— Quanto trabalho
para ganhar uma cebolinha ! E por
ela deste um bezerro !
João, entíçtanto, enri-
queceu e é feliz. Como
sempre foi bom irmão, aju-
da Pedro que aos
i___ Wf ^
poucos
se vai esquecendo da cebo-
!a amarga e mudando de
caráter. Já não é mais an- 'Ât^l ~rl
bicioso, trabalha muito,
^^__-_fy_J_\ / imm^^^^/ v
mas uma coisa êle nunca
mais quis fazer: comer ce-

Jr\ W Rwf*_
bola.

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63
ALMANAOUE 0"O TICO-TICO

Correram quase meia hora, até que se detiveram diante de um pesado ê'.
"Aluga-se
O C A S O i sólido portão de ferro, sobre o qual se viram as seguintes palavras:
O detetive, depois de saltar o portão, deu uma volta ao redor da casa.
que parecia desocupada, voltou à frente e subiu as escadas que conduziam
à entrada principal e tomando uma velha aldraba bateu com ela na porta
DA Então, o chão se abriu e o detetive caiu num subterrâneo.
Ao voltar do aturdimento produzido pela queda, Dickson se encontrou
no chão, atado de pés e mãos. No outro extremo do compartimento acha-
ESMERALDA va-se um homem amarrado a uma cadeira. Embora nunca o houvesse visto
Dickson imaginou que bem podia ser o capitão Swainsbury.
Além dele, encontravam-se ainda nesse quarto, um homem que parecia
chinês e dois mais, todos de má catadura.
(Continuação da página 61) Que quer dizer isto ? — inquiriu Dickson. — Por que foi seqüestrado
o capitão Swainsbury _. -_ .. . ,
Com fortes latidos os cães entraram Eu o direi, Dickson — respondeu o capitão. — Tinha ido procurá-lo
nágua, nadando vigorasamente em em sua casa porque desejava que me guardasse algo, entende ? E' uma jóia.
perseguição ao fugitivo. uma maravilhosa esmeralda que vale pequena fortuna. Pertence a um dos
Temos aqui um bote; venha, meus subordinados. Este bandido mestiço descobriu isto e atacou o rapaz em
Smith. Temos que agarrar o ladrão ! Singapura, para roubá-la, causando-lhe ferimentos que ele ainda está tratando
E unindo a ação às palavras, o de- no hospital. Por sorte, êle já me tinha entregue a esmeralda, quando Jim
tetive saltou para o barco, o mesmo Chong o atacou.
fazendo Smith. Então, Dickson soltou um estridente assovio, pois havia notado que no
Começaram então a remar. teto do quarto havia uma pequena abertura para ventilação e por ali o seu
O homem já havia chegado à ou- chamado poderia ser ouvido por Smith.
tra margem do rio, seguido pelos Fale, capitão Swainsbury, ou Dickson morrerá. Se não me diz ondr
cães, que logo o derrubaram, subju- está escondida a esmeralda, esta faca será enterrada em seu peito. Contarei
gando-o. até três ! — ameaçou o oriental. — Um !... Dois ! Ai ! !
Quem é você e de onde vem ? A faca caiu das mãos do chinês, ficando no chão. Ao voltar-se, deu com
perguntou Dickson ao se aproxi- a cabeça eporme de Negro a poucos centímetros do seu pescoço.
mar. No outro canto o Bob mantinha encurralados os dois sequases
Procure descobrir — respondeu Graças a Deus, ouvimos o seu assovio, chefe! — exclamou Smith
o homem com arrogância. Corremos à volta da casa e a tampa que existe na porta principal abriu-se
E' isto que estamos fazendo. e nós caímos aqui dentro.
Examine-o, Smith ! — ordenou. Apanhou a faca, cortando as cordas que amarravam o detetive e o capitão
Não quer dizer de onde vem ? Com as mesmas prenderam os bandidos.
— acrescentou o detetive examinan- Agora, Capitão, — disse Dickson, — quer contar-me o que se passou !
do uma passagem de segunda que o Um de meus amigos, — explicou Swainsbury — explorando uma região
homem tinha em um dos bolsos e que próxima a Malaga, achou a maravilhosa esmeralda. Jim Chong ao sabê-lo.
continha a data e o lugar onde tinha tratou de se apoderar dela, não o conseguindo. Seguiu o capitão até a Inglater-
sido expedida. — Não é preciso mais ra. Lá, quando Swainsbury se dirigia à casa de Dickson para confiar-lhe a
você dizer. O bilhete da passagem jóia, o chinês o seqüestrou. — E onde está a esmeralda ? — perguntou o de-
indica: Greenslade a Londres. tetive. — O homem que revistou seu camarote não a encontrou.
Depois de deixar preso o indivíduo, Swainsbury sorrindo apanhou a faca. — Estes bandidos se apoderaram
o detetive, seu ajudante e os cães de de todas as minhas coisas e as examinaram, potoém se esqueceram disto
caça viajaram até Greenslade. Ao che- Apertou a faca do lado do cabo de osso, abrüido-o até a metade e, ali, num
gar à rua que desembocacava na es- pequeno escrínio maravilhosamente confeccionado, estava a cubiçada esme-
tação, Dickson fez com que os cães ralda, cujo tamanho e brilho provocaram exclamações do detetive.
cheirassem os objetos encostrados Dickson — disse Swainsbury. — meu filho não poderá nunca agra-
nos bolsos do ladrão. Em seguida, decer-lhe o que fez por êle !
saíram correndo, seguidos por seus Se há alguém a quem agradecer, não é a mim, e sim a estes dois, espe-
donos. «. cialmente ao Negro—exclamou o detetive, acariciando as cabeças dos dois cães

E ASSIM SE DESENHAM MAIS E S T Ài DUAS

í \ \\r ' ] A fé \ £* *? )

*4 I 95*
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
tão grande, tão gran- foi colocada na pequena ilha de
re, que assombraria o Bedloe, à entrada do porto de
mundo inteiro. E êle New York, como guia para os
a fez, pois era per- navegantes. A estátua foi solene-
mente inaugurada pelo presiden
jsistente em suas idéi-

11 mwm m as e o que pensava fa-i te Cleveland, em memorável fes-


ta, a 28 de Outubro de 1886.
zer, fazia. Bom exem- Soltaram-se variados e vistosos
pio de força de von- fogos de artificio.

# tade para muitas pes-


soas que desanimam
quando deparam com
o primeiro obstáculo.
A estátua da Liberdade apare-
ceu magnificamente iluminada,
oferecendo um aspecto tão des-
lumbrante que todos que a vi-
2 êle oa teve muitos, e (ram jamais puderam esquecer.
de várias espécies, mas E lá está desde aquele dia, fir-
foi tenaz c triunfou. me sobre seu pedestal. Como é
estátua da liberdade mede Aí está a estátua 'da Liberdade uma dama muito limpa, de
nada mais nada menos que para demonstá-lo. vez em quando lavam o seu ros-
A 46 metros de altura. Isto Para realizar este verdadeiro to, os braços, a túnica e a lâm-
sem contar o pedestal, que tem milagre da estatuária foram pada, ou facho. Esse trabalho de
mais de 15 metros. empregados 300 peças de cobre limpeza custa ao governo alguns
E', sem dúvida, a maior está- pesando 80.000 quilos ,e uma milhares de dólares.
tua do mundo, sendo maior da armação de ferro cujo peso não
que aquela famosa escultura da era menor que 120.000.
antigüidade que se chamou a O custo total da estátua foi
Colosso de Rhodes e que, — po- de um milhão de francos, quan-
brezinha! — escassamente che- tia bem respeitável para aque-
gava aos 40 metros. E, entre- les tempos, pois foi no período
tanto, a incluiram entre as Sete» compreendido entre os anos de
Maravilhas do Mundo !... 1872 e 1888.
Temos de reconhecer que des- A cabeça da estátua mede 4
de aquela época até nossos dias metros e meio de altura, e foi
as coisas têm progredido muito, exibida na Exposição de Paris, de
tanto em altura como em largura. 1878, constituindo uma das suas
Assim sendo, devemos nos sen- grandes atrações.
tir orgulhosos de que a escultu- E' oca e em seu interior ai-
ra maior que se conhece está na guém teve o capricho -de dar um
América, o continente rico e ge- banquete, pois esse interior era
neroso, de norte a sul, de leste uma ampla sala, como a de qual-
a oeste, onde Deus nos concedeu quer restaurante.
a graça de viver. Um curioso observou que o na-
E, agora, sobre ela, estas per- riz da estátua tem um metro de
guntas: i comprimento. Ao lado dela Cy-
Onde se acha ? rano, o famoso narigudo, tor-
Quem a fez ? nava-se um tipo vulgar e sem
Quando foi inaugurada? importância.
De que é feita? O governo francês, que se
Havia uma vez um. senhor que achava em divida com os Esta-
se chamava Frederico Augusto dos Unidos, pois este lhe havia
Bartholdi e era escultor famoso, prestado valiosa ajuda em diver-
nascido na frança. ças ocasiões criticas, pensou em
Certo dia, em que não tinha demonstrar sua gratidão envi-
coisa melhor em que pensar, ando-lhe, como presente, a ma-
ocorreu-lh* fazer uma estátua ravilhosa obra de Bartholdi que
este chamou "A Liberdade üu-
PENSAMENTO minando o mundo".
Grande número de maravi- E para os Estados Unidos foi
lhas encerra o universo; mas a a estátua, cuidadosamente des-
otm-prima da criação é o co-
ração materno. Feliz o homem montada, a bordo do vapor "Ise-
que restltul à mãe as satlsía- re". Quando chegou, hábeis pro-
Ções e caxíclas que dela rece- fissionais uniram tão bem as di-
beu ! Oxalá possa amparar, um. versas partes, que a estátua pa-
dia, a velhice daquela que lhe rece feita de uma só'peça.
ensinou os primeiros passos !
Bersot Alguém teve a idéia de que ela
poderia servir de farol d então
«954 65
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

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66 I 954
ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

Maria Ampére nasceu em gênio pluriforme de Ampére en- "O


que sobretudo atraia a ardente
André Lyon, a 22 Janeiro de 1755. O rtqueceu não só "todos os ra- curiosidade daquele espirito investi-
filho de Jean-Jacques Ampére, nego- gador e poderoso, daquele gênio uni-
mos de matemática com proporções
clante naquela cidade, que, pouco versai, eram os problemas cuja solu-
depois, procurou a calmo repouso da novas e importantes", como valorl-
zou os conhecimentos científicos, ção tinha até ali escapado às invés-
vida rústica na aldeia de Poleymleux. tlgações dos sábios que o precede-
Tendo voltado ao burgo, em p4ena enunciando teorias que fomentaram,
ram.
Revolução, e desempenhado as fun- o progresso, e rasgaram mais vastos
Eis o motivo por que êle procura-
ções de juiz de pas, quando a cidade va saber qual fora a língua priml-
qúe se insurgira í contra a Conven- tiva e quais os meios de a reconstl-
cão foi dominada, lavraram-lhe a tuir; eis o motivo por que êle queria
sentença de morte.
J*^__b__3» '\t_3__PB______! _______?. resolver a questão da inteligência o
Jean Jacques Ampére subiu ao ca- do instinto dos animais; e eis o mo-
dafalso em 23 de Novembro de 1793, "•k$Êmmm\-
orgulhoso e digno na sua altivez, cobbj
JSÊÈ tivo por que êle, com grande escân-
dalo e pasmo dos seus colegas na
a nobreza e a generosidade, de um
Academia das Ciências, estudou os
idealista, "sem blasfemar, sem insul- *m______L _ _¦ > ¦'¦ __k' m *mW?^
fenômenos do magnetismo animal".
tar a Revolução de que era vitima".
*--f-V_-.v __H*-'-._^»_JB ^9- A Mas... qual foi a, especialidade de
O terrível acontecimento destro- Ampére ? Ele aprendeu tudo e sabia
çou o coração do Jovem André e tão tudo: latim, grego, italiano, física,
profundamente lhe tocou a alma que.
durante multo tempo, andou na vida, ^mmt^^SÊmÉ química, mecânica, analítica, filoso-
fia e, por cima de tudo isto, sabia
ao acaso, quase com a razão perdida heráldica.
Mas o nobilíssimo exemplo de seu pai
Era poeta e rimava a cada passo
robusteceu-lhe o caráter e inspirou- Fazia canções, madrlgals, charadas,
lhe as gloriosas tarefas, dando tudo
poemas sobre a natureza; esboçava
quanto êle esperava da sua lnteligên- uma epopéia inspirada por Colombo
cia portentosa para lhe honrar a horizontes ao saber humano, além
de outros trabalhos e produtivos es- co mo título de "O Americlda"; es-
memória e perpetuar-lhe o nome. crevia tragédias, comédias, cujas cê-
Aos quatorze anos a tomada da tudos que o tornam credor da esti-
Bastilha entusiasmou-o mais do que nas eram interrompidas por x, por
ma e da admiração universais.
y e por fórmulas algébricas.
nenhum outro acontecimento; a ter- O que principalmente ca.uai pas-
rivel crise revolucionária, que deu a Mas, para imortalizar o sábio, o
mo neste homem é a diversidade de
homem simples e bondoso que, no
morte a seu pai no cada.falso, não opiniões, a universalidade do gênio
destruiu nem alterou aquela recor- seu ecletismo, conhecia até a odis-
O seu espírito brilhou em todas as sela dos seres mais ínfimos, para o
dação a que andavam li-

l
gados os princípios que erguer às luminosas ai tu-
Me professou e conser- ras onde refulgem os es-

mio
?ou i sempre. piritos superiores em e-
terna glória, bastou a

0
Aos vinte e um anos,
casou com Julia Carron, grande descoberta que
tão bela quanto virtuosa revolucionou a ciência e
e digna da sua enterne- deu impulso ao progresso,
clda admiração. Imprimindo o ri*-_r_o ace-
Um ano depois, tinham' lerado e trepldante à vi-
um filho, que, em home-
nagem à memória do A S6RVIÇÓ (M moderna, entre os po-
vos civilizados — o ele-
datro magnetismo.
a*ô, recebeu o nome de
Jean Jacques.
A fecunda e prodigiosa
ntlMANiPAPG
atividade do sábio Am- deste homem,
P^re começou a dar 04 Ávida que se tornou cre-
P*re frutos quando, de- dor do reconhecimento e
P°ls do nascimento daquele filho, da admiração da posterl-
por ciências: nas matemáticas, na física, dade, foi, como a de tantos outros ben-
Necessidade de manter o lar.
conse- na História, na História Natural. feitores da Humanidade, amargura-
SWu a nomeação de professor Nem lhe foram estranhas as in-
para da e triste, cheia de sofrimentos
* Escola Central do Departamentq a-
vestigaçôes da metafísica, ciência lanceada pelas mais pungentes
*> Ata, de onde, pouco 'tepois, foi an-
obscura e dê todo o ponto contrária gustias, rodeada da incompreensão e
transferido, como mestre de
mate- à Índole das fórmulas rigorosas e daá da indiferença que, muitas vezes,
taáttca e astronomia, o Liceu de en-
para leis positivas deduzidas da existen- volvem na penumbra do
Lyon olvido os
cia mais fulgurantes espíritos.

'954
6?
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O U A R-D E BOTE RECURSO

V<rocê sa ba?
QUADRO PARA
NAO TER DÜ-
VIDAS E TEIMAR
NO COLÉGIO

FERIADOS NACIONAIS
de Janeiro — Confederação Universal
21 de Abril ! —Tiradentes
ide Maio _ Dia do Trabalho
7 de Setembro — Independência do Brasil
— Dia dos Mortos
M,.«4 H' r ¦'' ' ' "^ ' ' ' "'—¦"
de Novembro
— Proclamação de República .:'¦•?»'.*•
15 de Novembro
25 de Dezembro — Natal

PRINCIPAIS FESTAS RELIGIOSAS FIXAS PARA TIRAR ROLHAS


Jane1'0 vários
Circuncisâo do Senhor x
Háproces-
Janeiro
Os três Reis Magos 6 sos para se re-
Purificação de Nossa Senhora 2 Fevereiro tirar as rolhas fÈlí//7l2a
As Chagas de Cristo
Anunciação de N.
Invenção da Santa Cruz
Senhora 25
3
6 Fevereiro
Março
1*aio
que penetrdm
no bojo das
garrafas. Mais
,um, que se co-
iiheça, nunca i
Mm
S. Pedro e S. Paulo 29 Junho
Julho demais. E aqui
Visitação de Nossa Senhora 2 o ensinamos.
Transfiguração de Nosso Senhor 6 Agosto Deixa-se a rolha cair no fui
Agosto introduz-se um cordão a cuja
Assunção de Nossa Senhora 15
ponta se enfiou e amarrou um
Natividade de Nossa Senhora 8 Setembro botão, vira-se a garrafa, e ai co-
Todos os Santos 1 Novembro Hneça a luta propriamente dita.
Novembro Voei puxa, ela foge, voei insiste.-
Apresentação de Nossa Senhora 21
Quando ela sair, voei vitorioso,
Imaculada Conceição' 8 Dezembro exclamará:
Dezembro — Viu 7 Não disse que tirava ? !
Nascimento de Jesus 25

PÍLULAS
;;;jbsS?-'
$Ê3$4$éuí*W'
:-''""
HsH
1_) f HiB«lBXsMBi%lis^BSsXsflB

/~v >rftf^*?^v ,^0f^*M * V.>w

//¦' .^^V

¦". (PÍLULAS DE PAPA1NA e


/. ^gp> r" i \ V«^J SP'] PODOFILINA)
Empregadas com sucesso nas
rnoléstias do estômago, fígado
ou intestinos. Essas pílulas
além de tônicas, são Indicadas
nas dlspepsias, dores de cabeça,
' 'ÍSjT^^^^^^^^^^sssi
«f/>a ^*ç!l^ hxL'''- J*AVc—'Vi i y4^^i^^
v&
T\W
^^**^^^^'
'
moléstias do fígado e prisão de
ventre. São um poderoso dl-
A> jAmm*"* WB ' gestivo e regulador das finn
\ \\ ções gastro-Intestinais.
A venda em todas as farmácias
Depositários:
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— O doutor receitou, para a minha falta de apetite, uns dois ovinhos Rua Acre, 38 — Rio de Janeiro
desse bicho, no café da manhã.

68 1954
^Mofmd
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

AMgí; * __

V- ^e 176^- EPocCl de aventuras e


\\ f^AÊm Wí. £t\ /'/'/ ^°° Pau,°' ano
t Sonhos de fortuna. So-
} Jy^^^ai^j^l^l r%S; \ ///ambições desenfreadas.

V^ r^Íj_r ^^f,.|j'í_| R^^^^^ÉTl' Preparativos para uma grande aventura. Vai

Fernão Dias era paulista, filho de Pedro Dias e


dona Maria Leite. Crescera ouvindo as narrativas
e fantasiosas descrições dos sertanistas audazes.
Trazia em si a chama de fé do desbravador.

>95. 69
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
"Entrada",
Já de uma feita, comandando uma

trouxera da serra de Apucarana nada menos de

cinco mil índios, que vendera como escravos.

Entretanto, quando os pdulistas resolveram ex-


pulsar os jesuitas de Piratinlnga, sua palavra apa-
ziguadora fê-los desistir do intento e os catequis-
tas ficaram.

Naquela Depois

manhã, par- de frei Gre-

tia em busca gório de Ma-


de esmerai- gaIhães
das. l . rezar mis-
Acreditava sa campal, o
ser possível aventurei"
encontra- ro se despe-
Ias e, for- diu da espo-
mando uma sa, dona Ma-
Bandeira, ria, e partiu,
Icnçava-se à com sua
aventura. gente.

E parte, para
jamais voltar.
Os anos pas-
sam, Fernão
Dias envelhece,
perde homens
do grupo, mas
não perde a fé.
Acredita no
belo sonho das
esmeraldas. L^-Afr "Bandeira" está destroçada. O chefe
A
Acredita e por-
fia. ¦ quase vencido. Até seu próprio filho está

70
Mas as pedras
verdes não apa-
recém. É disposto a traí-lo, a abandoná-lo para re-

gressar a S. Paulo.

I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
Com o cora-
ção alanceado,
tem, contudo,
forças para fa-
zer executar a
Lei.
O filho trai-
dor, que o que-
ria envenenar,
f o i justiçado
por sua ordem.
Assim era a
Lei, naqueles
bárbaros tem-
pos.

Afinal, um dia, o sonho do desbravador pare-


ceu realizar __. Surgiram da terra ferida as ânsia-
das gemas verdes. Eram as esmeraldas sonhadas!
Era a recompensa de tanto sofrimento!

\ %_vfflá_fWr lf fWaWFàÈM
Não resistindo à emoção, às privações, às fe-

bres, Fernão Dias Paes Leme, entretanto, vem a

morrer, às margens do Rio das Velhas...

Fernão Dias Paes


Leme, entretanto, dei-
xou o exemplo aos mo-

moços e deixou também, aos


pósteros, desbravadas as terras
do sertão.
Não descobriu esmeraldas, "mas
descobriu o verdadeiro Brasil"",
disse
E, logo a seguir, vem o desapontamento: não
alguém a seu respeito. No
eram esmeraldas as pedras verdes encontradas, que tinha,
mas simples águas-marinhas sem valor. de fato, toda a razão.
E a Bandeira retorna. Sem o sublime chefe e
sem a conquista sonhada por todos.
—> B—. i

'954 71
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

Oi BONECOS ACROBATAS
ÍVÊR A PAGINA 56)
simples vista do modelo abaixo, e o bom senso do menino que
fôr armar o brinquedo, ibastarao para que logo o seu funclo-
A mento seja compreendido, bem como a maneira
pela qual deve
êle ser construído.

d&&& y^J\^ M«*


— Não me serve, não senhor t Onde já m
viu um quarto de hotel sem ratos ? Onde f f
O elástico não deverá ficar nem multa
frouxo, nem multo esticado. Na outra ponta
do eixo se prende um cordel (b) que se en-
rola ali.
Funciona o brinquedo, puxando o cordel,
que, ao se desenrolar faz girar o eixo e en-
rolar nele o elástico. Soltando o cordel

• (afrouxando, apenas) o elástico tende a


voltar á sua posição natural, e roda tf
eixo em sentido contrário, e com isso os bo-

\4\^g^^> necos acrobatas ficarão subindo e descendo,


pois eles são articulados como os bonecos de
èngonço, por melo de barbantes com pequenos
toôs.
Os bonecos devem ficar firmemente pre-
sós no eixo, o que se consegue por melo de
cola-tudo.'
Aa figuras e peças devem ser coladas em cartão e recortadas,
colando-se as ale tas onde as letras estão a indicar, o que é fácil ver. xx><x><x>o<x><><>o<><><x>o<><><><><>
"Unindo as duas
peças, cola-se um pauzinho rollço, que vai JJENTADO i beira da cama, com um pé cal-
enfiado noa orifícios das mãos Idos bonecos. Nesse eixo, em cujas çado e outro descalço, fes una expressão de
extremidades devem ser postos pedaços de cortiça, para que êle não) dúvida e disse, com os seus botões:
«Jeslise e fuja, prende-se um elástico, OC) que será preso pela outra — E afora ? ! Não sei se ia me deitar ou
extremidade no chão, em o, no modelo.
me levantar!

/
(9- $iq/!M***J> ^jV <*& J^a a üjlslkjüs. dlt qaa,cu*JL*—

mmm kWW

Àm b^bI \m\.
b^b^bK. b^bW

ro^
bB

LbW.
I A^L\W

O SAPATO DE TODOS
. _.;.--,.

72 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
_ ._ ¦..

2_BftiÉr ® Tesouro do Pirata

Xmi^m (TERRA À V,STA1 y

Zumzumba, o Pirata, procura um tesouro


escondido.

a ilha do tesouro. $# desembarcam


P^í^___^

I 954 73
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

BOLINHOS PAT2A TOTÓ' O O O

—^amammma^aamammJ —¦— L, 1

mm^mm^S*^^mmmmm^^,m^^mmammmm^mt^^mmm,u\ W

74 I 954

I
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
'i. - ' *«<_¦_''.<__!¦ _________-__M__M___9__t
-• <»r.*mn t__M_H_vrnn--a-u E tudo faziam para merecer a
,/^^_<>_*_^_<_y^x_^JüLL)Uo>| wWÊ
preferência.
Contam que, entre os caraíbas,
PW era Naiá a mais linda cunha.
Naiá, como as demais, espe-
____ uWL-1 _nu:v ¦ "w ______¦_¦* vhbs__»*m__w W-fcSÜX rava a descida da lua.
w________-í^-. ^'«f^W!}" . t«_Kl?•
^EjBrV
BF^^' • •__H_v^*: *_. -. ' TJi " "- ._•-_» . »^,__
______«_F___K Certa noite, de um luar en-
tontecedor, Naiá acordou na sua
___r** JF^' -______-_^____r___l•___¦___! L_.^|P^____L rede branca de tucum. O luar!
aclarava toda a taba, como um
dia.
"t
—"^Ü_T^ü ^rwyiP '
^^Si^1"._..
J_T'*'______,________Kl___»^*L __Tl ^^^^^^^_______r__^"-

.---^
<__»
Fascinada, Naiá saltou da rede
_B_____f^*?___l_______2_S """^l^^%SBfifc||__i___. ~^T^"*'|ií__&' psitínl e encarninhou-se para perto do
lago, onde as águas tinham um
brilho de prata.
Chegando lá, viu refletido nas
¦Çv^^n ,_<f^___ÍN___É_" _ttt águas o disco branco da lua, tão
_________________ t -_¦______________

belo, tão cheio, tão fascinante,


que a cunha se sentiu atráida.
Crendo ser chamada pela deu-
os selvagens verda- dendo suportar, sem ir ao fun- sa, Naiá não hesitou: atirou-se
Tinham deiro culto pelas planta, üo, o peso de uma criança.
ás águas do lago, que se abri-
aquáticas. As flores são também de gran- ram, num jorro, para recebê-la.
Para eles, a flor que se apre- des dimensões, de cor branca, na/ No dia seguinte procuraram os
sentava bela e viçosa sobre a_ periferia, indo, aos poucos, mati-
selvagens a bela cunha. Seus
águas era uma dádiva, um pre- zando-se até chegpx a vivo car-
sente de Tupã, o seu Deus. mim. pequeninos pés só haviam deixa-
do marcas próximas do lago e,
Na sua compreensão primi- Só se abre completamente du- então, compreenderam
os carai-
Uva, sentiam os selvagens a rante á noite, dai o encanta-'
bas que a lua havia levado, a
grandeza da Providência que, to que dizem ter. cunha.
criando animais e plantas, com Seu fruto é eriçado de o
vida dentro dos mares e lagos, as sementes, assadas, pontas Orgulhosos, mas cheios de sau-
são comi- dades, iam,
faziam-nos como que alimentos das com de vez em quando,
uns dos outros, na perpetuação prazer. à borda do lago, lembrar a linda
de suas espécies. Respeitavam os selvagens o Naiá,
sol, as estrelas, o raio, mas o seu quando um dia foram sur-
Dentro todas as plantas aquá- culto á lua era, acima preendidos com o aparecimento
de todos
ticas, destaca-se uma, por ser, os outros, reverente,
apaixonado, de uma estranha flor, sobre as
talvez a mais expressiva, aquela infinito... águas.
cuja lenda vive de boca em boca, Felizes, viram na flor a linda
entre todos os amazonenses. Acreditavam-na um sêr da
cunha levada pela lua, e se pu-
E' a vitória-regia I grandes poderes e vontade áb- seram a adorá-la
soluta, e então tudo sacrificam também.
Muito grande, de folhas re- em sua honra. O nome de Vitória-regia lhe foi
dondas, a vitória-regia flutua dado por um naturalista inglês
sobre as águas do rio-mar, man- Assim, tinham eles a crença
que ficou maravilhado ante a
tendo-se fixa á vasa, por inter- de que a lua de vez em quando beleza da flor singular.
médio de rizomas, isto é, de cau- descia á terra para levar para
seu reino as mais belas cunhas, Chamou-lhe de vitória, em hon-
les que ficam sob as águas.
isto é, as jovens solteiras da tri-< ra á rainha Vitória, da Ingia-
Têm suas fôlnas os bordos le- bo. E estas, orgulhosas e felizes, terra, cujo valor, a
seu ver, era
vantados e medem cerca de um esperavam, com ansiedade, êssei ;tão
grande quanto a beleza da
a dois metros de diâmetro, po- momento, grandioso.» flor, até então desconhecida.
I 954
75
ALMANAQUE D'Q TTCO-TrCO
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CAEM --»<>- rinjaj Páscoa' Atcentio PenttcosUs Corpo

AS 1954 3 março 18 abril 27 maio 6 Junho 17 Junho


CECT.AC kAtWJCKL 1955 23 fev. 10 abril 19 maio 29 maio o junho
re_>IA_> fV\UYtl_) l9S6 15 fer. 1 abril 10 maio 20 melo 31 maio
— r_r 1957 6 março 21 abril 30 maio 9 Junho 20 Junho
U C lOCA
I _Q*r O_. ÍOCQ
13QO — leu 19 feT- 6 abril 15 maio 25 maio 5 Junho

76 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

TUDO TEM SUA


EXPLICAÇÃO
UMA ANEDOTA DA VIDA DE MACHADO DE ASSIZ saudação que os militares fa-
zem com o sabre, quando es-
aM achado de Assiz, fundador, ante de um ato que certamen- A tão em formatura, tem duas
significações distintas.
da Academia Brasileira de Le- te considerava injusto e des- A primeira posição — o punho
trás, é considerado o maior ro- primoroso. junto aos lábios — é considerada
mancista do Brasil. E* curioso, uma recordação do antigo costume
E, ainda mergulhados na. que tinham os cruzados, de beijar a
por isso, conhecer algo sobre a cruz da espada em prova de fé. A
sua vida. primeira posição Indica portanto a
fé. o segundo movimento, o de aba-
O autor de "Braz Cubas" era ter o sabre, é uma prova de confi-
chefe de seção no Ministério da} anca. Indica este movimento que não
Viação. Honrado, trabalhador é necessário estar em guarda.
e pontual. <><>-<><><>0<><>CK><X><X><>-»>C><>
Ao ser proclamada a Repú-
blica, houve um grupo exalta-*
MÃOS AO ALTO!
do de adeptos do novo regime (E ELE OBEDECEU )
que tomou a si a empreitada
de retirar dos edifícios públi-
cos os retratos dos pro-homens
do regime deposto.
E esses entusiásticos repu-
blicanos foram um dia à seção V-^jB ^¦.•^g^y- ¦ '___\ jffffr-^j.

de Machado de Assiz, no Mi-


nistério da Viação, para de lá
retirar o retrato do impera-
dor. Machado de Assiz, ao ser perplexidade que o gesto ines-
informado do seu desígnio, le- perado lhes causara, eles so
vantou-se, resoluto e severo, e preparavam para se retirar,
protestou. quando Machado de Assiz, ven-
— Não, senhores, não con- cendo as dificuldades da ga-
sinto! gueixa, completou o seu pen-
Todos, entre surpreendidos samento.
e espantados, estacaram. Es* — file veio para aqui com
tavam diante de um homem um memorandum; daqui só
digno e respeitável, que certa- sairá com outro memoran-
^Z> JT JÇ»;S:.v,..»..:..... .¦; :fS»
mente devia favores ao impe- dum t
rador, e tinha a coragem no- A coisa era outra. Fazia
bre e admirável de manifestar, questão, apenas, do cumpri-
senão as suas convicções, aq| mento de uma formalidade
menos os seus sentimentos, di- burocrática.

TALVEZ VOCÊ NÃO


SAIBA AINDA
QUE James Watt, aperfeiçoador das
máquinas a vapor, era fabricante de
A TERRA
Superfície do Globo
Superfície liquida ..
Superfície sólida ...
Kms.2
510.100.000
361.150,000
148.956.000
_l
instrumentos em Glascow. Kms.
Circunferência equat 40.075
QUE a palavra "Éden" vem do he- Circunferência merid. 40.007
braico e significa, naquela Ungua, Diâmetro equatorial 12.756
Diâmetro polar .... 12.713,5
prazer. Moisés deu esse nome à re-
gião onde colocou o paraiso terrestre1. A LUA
QUE o Jordão é um dos mais sinuo- Diâmetro 3.476 Kms.
sos, se não o mais sinuoso dos rios; O tempo de rotação em redor da
tem um percurso de 213 milhas, nu- terra é de 29 dias, 12 horas, 44 ml-
ma extensão de 60 milhas em linha nu tos e 5 segundos.
reta. Distancia da terra: 384.390 Kms.

I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O CARECA

O ÍNDIO

HUMORISTA
' ¦

76 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
VlMMAMMMAMM(WMMVWWMIMM¥W«WW>

A origem do diapasão A ratinha MILONGUITA


Stove, que teve a hon- (Conclusão da página 23)
Johnra de ser trombeteiro do Somos as vagens — prosseguiram as jovens, — e vimos con-
rei de Inglaterra, Jorge II, vidar-te para uma grande festa.
arreliava-se com a dificulda- Oh l Não posso ir — disse Milonguita. Estou com este vestido
de que havia em dar aos ins- tão feio...
trumentos musicais de um Nós te prepararemos para a festa. Verás I
conjunto uma afinação co-
mum. E as pequeninas vagens bateram palmas. Imediatamente come-
Depois de estudar vários çaram a aparecer vários legumes, como o Sr. Pepino, a rubra e robus-
processos para remediar este ta dona Beterraba, a distinta dona Couve-Flôr, a esbelta Cenoura, o
inconveniente, Stove acabou ponteagudo Aspargo e muitos outros.
por acertar e em 1711 inven- O gorducho Dom Repolho pegou as mãosinhas de Milonguita e
tou o diapasão. disse:
Este instrumento não era, Venha, menina, e nós lhe faremos uma caprichada "maquil-
de lato, de uma regularidade lage".
absoluta e a sua tonalidade
variava, segundo o metal de Quando ia caminhando, Milonguita deu um tropeção e quase
que se esparrama no chão.
que era feito. Esta impreci- Que é isto, menina? Estás enjoada?
são manteve-se até 1859. Nes- Não. £ que vejo pouco. Por isso sempre tropeço.
se ano, uma comissão inter- Então, sofres da vista? — interpelou dona Cenoura. — Pre-
nacional decretou que o dia- ciso ver esses teus olhos!
pasão devia emitir oitocentas E depois de minucioso exame lhe fez cuidadoso tratamento.
e setenta vibrações por segun- Oh I como vejo bem, agora I — gritou Milonguita satisfeita
do, o que correspondia dai
por diante, ao "Ia" normal Em seguida, deitaram-na em um macio banco forrado de musgo
e começaram a embelezá-la. Os senhores Agriões abriram os estojos
de cores e pintaram de rosa as suas orelhas e o seu narizinho. En-
MOSCA GIGANTE quanto uns a penteavam e lhe davam suaves massagens, outros se
So estado de Kansas, em Olmo,, descobria-
encarregaram de reparar e adornar seu capotinho.
se, no estado fóssil, uma mosca gigante. Milonguita ficou plàcidamente dormindo e, quando despertou,
Segundo os estudos do professor Carpen- estava rodeada dos novos amigos, os vegetais, que a contemplavam
tier, do museu de Havard, a mosca tinha satisfeitos e sorridentes.
75em de comprimento e viveu há 150.000.000 Vamos! — disseram-lhe. — Vais ter uma surpresa.
de anos.
E a conduziram até uma pequena poça dágua.
Milonguita se mirou nela como num espelho e ficou admirada.
Não I Não devo ser eu, esta linda ratinha que estou vendo!
Na festa, Milonguita comeu dos variados e deliciosos pratos que
tf* *w lhe foram oferecidos pelas hortaliças e dançou com muita graça.
Sr Sentia-se, por isso, a ratinha mais feliz do mundo e nessa noite dor-
miu como jamais havia dormido.
Ao amanhecer, despertou muito alegre. Depois se recordou dos
irmãostnhos e sentiu saudades. Então, abraçou e beijou todas as ami-
guinhas e, de um salto, passou para a jangada, começando a nave-
gar rio acima. Ao cair a noite, a jangada passou no lugar onde vi-
viam as rãs, sob a luz prateada da lua.
Quando estas descobriram Milonguita, pararam de cantar e fi-
caram admiradas com a sua beleza I
E Milonguita cantou e dançou, deixando-as deslumbradas pela
vivacidade com que agora fazia as coisas.
Então as rãs quiseram fazer qualquer coisa para agradar à ra-
OLAIoT ™
tinha. E resolveram rebocar a jangada até à sua morada.
Ora, na cidade dos ratos havia uma grande festa. O jovem rei
dos ratinhos ia escolher a esposa. Por isso, havia música, flores e
Nflb FALHA foguetes.
FAZ DOS FRACOS FORTES. Todas as jovens ratinhas se tinham enfeitado e vestiam seus me-
INFALÍVEL, NOS CASOS DE lhores vestidos.
ESGOTAMENTO Quando, porém, Milonguita passou em frente ao palácio real, o
ANEMIA rei a viu e achou-a linda. Pediu-a em casamento. A boda foi celebra-
DEBILIDADE NERVOSA da no mesmo dia, com muitas festas.
INSONIA
FALTA DE APETITE
Depois de tornar-se rainha, Milonguita mandou fazer uma ex-
E OUTROS SINTOMAS DE tensa horta de verduras e legumes, perto do seu castelo. E, como
FRAQUEZA ORGÂNICA DE
¦CRIANÇAS E DE ADULTOS
queria que seus filhos fossem fortes e bonitos, sempre lhes deu a co-
mer hortaliças e legumes, que contêm vitaminas e são a fonte da
saúde.
1954 7v
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

LIBERALIDADE

QUERIA ;
DE UM REI
A NTÍOOO, o Orande,
* famoso rei da Si-

BRINCAR ria, quando luta-


va cercando Jerusa-
lém, oa judeus lhe pe-
dlram uma suspen-
_ão nos ataques, du-

EM PAZ...
-ante sete dias, para
poderem celebrar a
sua festa solene.
O rei não só ace-
deu de boa vontade aq
pedido feito pelos ju-
deus. mas também!
desejou associar-se aos
festejos. Para isso,
mandou dourar os chi-
f res de alguns novilhos
e preparar os mais ra-
ros perfumes, condu-
zindo, êle (próprio, a
Sua dádiva, até às por-
tas dos sitiados; dei
positando-a nas mãoa
destes.
Então, aqueles mes-
mos que tinham pedi-
do o armistício, encan-
tados com as manei-
ras e virtude daquele
rei liberal, Tenderam-
se, assim que termi-
nam os festejos...

'' "

QUE GENTE ESQUISITA! nti ' 1 ifÉ-Hii Wlifli iiiiiiii üi _i ¥_ifrffl_Éifilf___- -_____^1Í_l->--TI_Tnil-h-__- ii

U'I maproíbelei aosem gaios


Oat Park, Illinois, Estados Unidos,
cantar antes das seis horas da
manhã.

A pertar frutas e legumes ê coisa igualmente


'^ bida por lei, em Los Angeles, Califórnia. proi-

t\\a cidade de Tahoe, Califórnia, os cavalos não po-


' N dem usar stnetas de vaca.

f\J a China, as crianças não pagam meia passagem


1 N de acordo com a idade, mas sim em relação à
sua estatura. Aquelas que medem setenta e cinco cen-
ttmetros, viajam de graça; as que têm um metro e
trinta pagam a quarta parte da passagem; as que
ultrapassam essa altura pagam como adultos.

("")« chiseses usam sempre nos casacos cinco botões,


v—/ para não esquecerem as cinco virtudes essenciais,
recomendadas por Confúcio: Bondade, Justiça, Or-
dem, Prudência e Retidão.
N 1 o Inglaterra, logo
que se pretendeu iluminar a*
ruas a gás, a clero se opôs a isso energicamente, di-,
zendo que "não era licito banir as trevas, visto que
desse modo Deus quisera distinguir o dia da noite". "Contra"! "Sal
Nao M{a do Faça o ragima ENO -
d* Fructa" ENO, laxant. • ontiócido ideal, ao dei-
tar • ao Uvantar • para garantir o seu bom humor
DE CAMPOAMOR diário. Combata a prisão d* ventre
"SAL DE FRUCTA"
Há ricos que com ânsia desmedida
Passam a vida a acumular dinheiro
Sem calcular, primeiro,
Que o ouro vide menos do que a vida.
i-—_---_----^--__--*--—

80 1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

CONSELHOS PRÁTICOS
'TOMAS Jefferson foi um moralista na
•*¦ vida prática; deixou dez conselhoa
úteis:
Não deixe para amanhã o que pode
fazer hoje.
Não gaste nunca o dinheiro antes de]
tê-lo ganho.
Não compre nada Inútil só por ser
barato.
"¦— Nunca se lastime por não ter comido*
bastante.
Quem trabalha com prazer nunca se
cansa. •
Quem quer vai, não manda.
A vaidade e o orgulho custam mais
caro do que a fome e a sede.
Comece sempre
Prec ate -se contrapelo principio.
cuidados e sofrimen-
tos que só existem na imaginação.
Conte até dez, antes de falar quando
estiver satisfeito; e até cem , quando
estiver Irado.

V • ** y V ^' y **++*****+Ê**0**6'0*t*f>00*0m*tsi*m0**0*i***&+&**0*0v&&0y^&^^

^"»>
ssstjipay w—r<^^ ^^^^mÊHMHmmtÊ^^^
O INVENTOR DA
TELEGRAFIA
SAMUEL MORSE
A 24 de Maio de 1844, Samuel Morse, senta-
f~^ do comodamente no salão da Suprema
Corte de Washinton, enviava, através do apa-
rêlho transmissor ali Instalado, a Alfred Vali,

(00) «acr«* /
em Baltimore, esta mensagem: "Qual foi a
deliberação do Deus da índia?", Aquele dia
marcou o inicio da história das comunicações;
pelo fio, constituindo ao mesmo tempo o ter-
mo feliz de uma luta que Morse vinha susten-
tando havia doze longos anos, para realizar o
seu sonho dourado.
O inventor da telegrafia nasceu em Charls-
town, Estado de Massachussetts, em 1791. Foi
educado na Academia Andover e na Universi-.
dade de Yale. Sua ambição de criança era tor-
nar-se pintor. No colégio, efetivamente, apren-
deu a pintar miniaturas em marfim. Fez depois
duas visitas à Europa, a fim' de aperfeiçoar seus
conhecimentos, mas não conseguiu melhorias
apreciáveis, diante do que deliberou abandonar
a arte. Foi no regresso da sua segunda viagem!
ao continente europeu que começou a se lnte-
ressar pela eletricidade. Um dos seus compa-

v°y Vo y
nheiros de viagem, o dr. Jackson, mostrou-lha
um magneto elétrico, que adquirira em Paris.
Foi então que Morse pensou pela primeira vez
na possibilidade de enviar mensagens através de
um aparelho elétrico.
Os anos que se seguiram foram de trabalho
árduo e de desânimo. Ensinando pintura a ai-
guns alunos, êle Ia ganhando o suficiente para
T I Q U I N H O se manter enquanto prosseguia nas experlên-
cias que, o conduziram, afinal, ao êxito defini-
«vo. Depois de cinco (anos de trabalho êle con-
seguiu mandar mensagem de uma extremidade;
a outra do seu laboratório. Foi nessa ocasião que
Alfred Vail, entusiasmado com a obra de Mora»,
conseguiu que seu progenitor auxiliasse o In-
ventor financeiramente.
Em 1843 o Congresso votava um crédito de
trinta mil dólares para construir uma linha te-
legráfica entre Washington e Baltlmore. Foi
UMA REVISTA através dessa Unha que Morse enviou a famosa
DIFERENTE PARA OS mensagem ao seu valioso colaborador, Que en-
TIQUINHOS DE GENTE tão se encontrava nesta última cidade.

I 954 81
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

PAGINA
'¦"»¦*¦¦----- 1
tâs*Y AMiDO DE milho

KAI2ENA
MARCA
OFERTA
Do

C£0;ST»A^A

1.1. _ IIII I.

.6 PktgaIdos da coleção oe cadermoí editados


"Refinações
Cs pela de Micro, Bpaz.il.'

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TODAS \J ESTA' "A St/A
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ONDE HA' UM s/tacío acreditar,
.'onto,- você
SOMBR6AN00 JUntR todos
PODERÁ VER O os pontos
PeiA OPO£A1.
QUE VAI ACONTECER. àf%£SFMBAk?ALHE CADA GRUPO
àWkW DE LETRAS PARA SOL ET PAR.
0 NOME DE 6 EMBARCAÇÕES.

r?0BUST£C£
ADVOPEJ ENIGMÁTICAS AS CRIANÇAS.
6//J6 »? urvo/zc Que
SUOCJZe UM SOQQ-CMOMe?
P&PARA OS 4I0NMÍ
i cê Árvore ofíí moro cujo
no Me e' tombem o oe ÍORFFSDEAMANHÃ.
porte oe umq peça do ~ "I
I 11» rV.r""ii i Vi aC>wtHS t* I i i i i~ i i _** ¦~ii_n~g m"
vestuário?
ufíi a aievoee Que foz
LEM&ROR FOMOSO CQRDEOl?
U£ PORTE DO CORPO
TEM o NOMe oe UMO
árvore?

22

I 24-
23 18

OS .2Ç
PONTOS. 26 28
"
30

6.
V
31 • SN te
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SOMENTE
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SSlM GANHARÁ ESTE JÓQO. )
82
I 954
m
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

THOMAzf

coruja sempre foi mãe extre- vM


mosa, que morria de amor pe-
!os filhotes mal emplumados. Achava-os "uma gracinha", -7
verdadeiros anjinhos, uma formosura !
Certa vez ela se encontrou com o compadre gavião.
E foi logo dizendo:
Olá, compadre ! Preciso falar-lhe. Quero lhe
pedir,
encarecidamente, que, quando estiver caçando, poupe os
meus filhotes, com o que lhe ficarei muito grata. Não ata- íff
que os meus garotos.
Não há dúvida ! — respondeu prontamente o
gavião. —
Somos amigos velhos, quase parentes e não farei semelhante coisa.
Seria um crime ! Peço-lhe, somente, que me descreva, como eles
são, para que eu os possa reconhecer, quando o encontrar...
Oh ! — disse a coruja muito satisfeita. — O senhor não

tí terá a menor dificuldade ! Meus fiihinhos são formosíssimos, são


os mais lindos de toda a floresta !
Pois, então, fique sossegada. Eles serão
poupados !
Dizendo isso, o gavião despediu-se e lá se foi para a caçada
diária. Em breve, encontrava um ninho onde piavam quatro feios
pássaros, implumes e cabeçudos.
Que bichos feios ! — exclamou o
gavião. — Não devem ser
o: filhos da coruja.
E, num abrir e fechar de olhos, devorou-os.
Momentos depois, chegou ao ninho a coruja vaidosa de seus
filhotes e o encontrou vazio. Compreendeu tudo. O malvado ga-
vião devorara seus adorados filhos !
Voejou como uma doida, até encontrar o bandido muito satis-
feito, pousado num galho.
O senhor é um perverso ! — foi logo
gritando a coruja. —
Devorou os meus fiihinhos !
Eu ? —disse o
gavião. — Não pode ser! A senhora me dis-
se que seus filhos eram muito lindos. Eu comi, há pouco, quatro \\
monstros, que em nada se pareciam com a descrição que a se-
nhora fez ! Erom eles ? Que culpo tenho eu ?...
vi
Diante disso, a coruja caiu em si e nada pôde fazer.

n OR causa dessa história é que se costuma chamar


' "corujas"
os pais e mães que elooiam os filhos,
s
^
f
3 e neles só vêem dotes e qualida-
des, cegos, às vezes, à realidade,
que só os outros percebem.
li <^fM.
i^U'-'
l?54
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

__________H_I.^Él!)><#y# A ' ^jga_s_fáH

¦ 1AJ
LJ !___•! I .
MV^ ^
«-í^
O problema é livrar-se o má-
gico do cordel. Para isso, bas-
êle faz a argola vir para o cor- ta fazer o que indica a figura
dão e esconde a outra dentro 2 B, metendo uma das mãos
dr camisa, ou em um bolso. por dentro .da volta que fez,
__BP^________H
_T7E=^__í_[
puxando o cordão.

-l-L-t - ___^5__1____B à segunda, figuras


aqui está, agora, a tercei-
VAMOS 2A e 2B.
Consiste em fazer amarrai A ra mágica, que é feita, com
os pulsos com um lenço e pas- certo aparato, usando 3 len-
sar por entre eles um cordel, ços de seda de cores diferentes,

H_-^^=?__P^_____ cujas extremidades são segu-


ras por outra pessoa.
para impressionar o público,
porque ou a gente é prestidi-
___v__-^_-fl Il__i1 gitador-, ou não é... E todo
prestidigitador tem centenas
de lenços de seda...
Atam-se, como na figura
a QUI estão três mágicas fáceis 3 A, os três lenços em torno de
** de executar, mas que causam
sempre efeito entre os especta-
dores.
____T-____8 um cordão que nos amarra os
pulsos.
Faz-se uma conversa mole.,
etc., manda-se que uma das
primeira fica perfeita-
A mente explicada pelas pessoas presentes escolha um
__j
dos lenços, e, uma vez escolhi-
figs. 1 A e 1 B.
Mostra-se uma argola lisa,
de madeira ou de metal; em
_P*^_?__H do, embora pareça uma coisa
difícil tirar o lenço de lá, com
seguida se manda que nos ___*__»^_i as mãos atadas assim, é só ma-
amarrem os pulsos com as nobrar como mostra a figura
3 A, passando a mão por den-
pontas de um cordão. O rriági-
co, então, vira as costas para tro do lenço, levando este ao
o público, conta até três c, ao pulso e depois tirá-lo como
se virar, mostra a argola en- mostra a figura 3 B. — Mági-
fiada no cordão. I ír^y ^Wkmn\ ca tipo "ovo de Colombo"...
mas que impressiona, quando
É que, ao iniciar a mágica, T^A 53 Wm\\W.'-^\\
W èm m\\\m é bem feita. Disso, aliás, de-
outra argola igual à que ele
mostrou, estava oculta sob a pendt o êxito de todas as pro-
sua manga. Ao virar a« costas vos de prestidigitação.
84 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Boa informação A w
ORIGEM
DOS SELOS
Foi Rowland Hill quem, no ano de 1837, in-
ventou o selo. Esta invenção tem uma histó-
ria bastante interessante e, portanto, digna de
ser contada.
Em certo dia daquele ano o carteiro bateu
à porta de humilde estalagem duma aldeia in-
glesa, com o fim de entregar carta vinda da
Escócia, recebendo, em troca, a taxa de dois
xelins. A estalajadeira examinou cuidadosa-
mente o sobrescrito e, depois, restituiu a carta
ao carteiro, explicando:
Podeis levá-la: sou pobre demais para
— Pode dizer, por favor, onde nós estamos?
-r Na piigwa 85 do "Almanaque d'0 Tico-Tico". madama. pagar dois xelins por uma carta.
Rowland Hill observou esta cena e, impe-
lido por um impulso de generosidade, pagou

fmmtfã ^*-W
^mammmmmmmmWmagg^ammmmmmiãt
a taxa, julgando que isso alegraria a boa mu-
lher .Notou, com bastante assombro, que a es-
talajadeira não abriu a sobre-carta. Resolveu

DECIFRAR interrogá-la. Eis a resposta imediata:


Que vantagem há, em eu abrir a carta?
Só me interessa o sobrescrito. E sabe porquê?
N ÚMEROS PRIMOS Tenho um filho casado na Escócia, e fizemos a
l.a — Quais os números primos, inferiores a seguinte combinação: não pagar taxa pela nos-
100, que somados com um deles, dão outros nume- sa correspondência. A direção compõe-se de
ros primos? seis linhas, e é escrita por pessoa da família,
2.a — Quais os números primos, inferiores a de forma que, numa simples olhadela, logo sei
50, aos quais, se subtrairmos um deles, se obtém ou- que meu filho, minha nora e neto gozam saúde.
tro número primo? A sobre-carta nada tem dentro. Aqui está o
3.a — Qual o número primo que elevado ao
motivo por que a carta continua sobre a mesa.
quadrado dá outro número primo?
Rowland Hill sentiu-se profundamente co-
A RESPOSTA DO PRISIONEIRO movido e percebeu então que o preço elevado
das taxas oferecia sérias dificuldades à vulga-
Uma tribu selvagem, da África, tinha, outro- rização da correspondência. Estudando o as-
ra, o costume de matar os seus prisioneiros de
sunto resolveu propor ao Parlamento a substi-
guerra depois de os sujeitar a um interrogatório de
simples formalidade. Se o prisioneiro respondesse tuição das taxas à distância por uma taxa fixa.
a verdade, era enforcado, se mentisse, era assado Simplificava-se o antigo processo por um novo,
vivo. que consistia na venda de pedacinhos de pa-
Aconteceu que um dia, um dos prisioneiros, pel, com vinhetas impressas, que cada indiví-
mais esperto ou mais feliz do que os outros, à per- duo colaria nas suas cartas.
gunta: — Que te vai acontecer? deu uma resposta A invenção de Rowland Hill, em pouco
que lhe salvou a vida. Só disse três palavras. Quais
foram? tempo, tornou-se esplêndida realidade, não só
(Respostas no fim do Almanaque) na Inglaterra como nas outras nações.

• 1954 85
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

(g| L 0?) mo^aZ~\

xAíAAÍ n ^CAF%íM
A cidade estava passando por uma grande
calamidade. Quase não havia gêneros
alimentícios, e o« pobres começavam a so-

PsAAAt
l \J [} /—7ÃfkY/~^\\\
frer os horrores da miséria.
Um homem, rico penalizado com a sorte
dos habitantes da sua cidadezinha, reuniu
vinte crianças, das mais pobres, entre meni-
i& !Yos e meninas e levou-as à sua casa.
Lá, mo sarando-lhes um grande cesto
[ / cheio de pães fresquinhos e saborosos, dis-
se-lhes:
— Tire cada um de vocês um
pão !
E, todos os dias, a esta mesma hora, venham
V\. a AiW^í
Ati n)')
aquí buscar outro.
As crianças não esperaram segundo convite.
At:raram-se ao cesto e- escolhendo cada qual o
que lhe parecia maior, foram saindo, sem ao menos
r^ r-V/ £ccl 1 \ se lembrar de agradecer o auxílio que vinham de
receber.

41 *tJ
Margarida, uma das mais pobres, mas que an-
dava sempre bem posta nas suas roupinhas assea-
_£—. das, conservou-se sempre a distância, enquanto os
^*£t companheiros lutavam entre si na escolha do pão
~
maior. ,.
66 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Depois que os outros se foram, aproximou-se; no fundo do cesto havia apenas


uma pequenina brôa que a pequena apanhou com vivas mostras de satisfação.
Depois, grata, beijou a mão do seu benfeitor e, só então, cor.eu para casa.
Nos outros dias, repetia-se a mesma cena, Margarida esperava sempre.
Quando a disputa cessava, ela apanhava o seu pão, sempre o menor, e ia con-
tente para casa.
Numa das vezes, porém, a bulha foi maior, e quarroo Margarida chegou só ha-
via a metade de uma brôa. Longe de ficar vriste, a menina tomou-a e levou-a, a
correr, para a mãe.
Lá, entretanto, ao partir um pedaço
para dar à mãezinha doente, Margarida
viu no miolo um brilho estranho.
Deu a brôa à mãezinha e esta, espantada,
verificou que o brilho era de uma linda moeda.
Leva-a ao nosso benfeitor, minha filha.
Certamente a moeda caiu aqui quando faziam a ÁA2fc**Lr \
massa, e o padeiro não notou.
A menina voltou à casa do rico senhor, que eAv\
a ouviu sorridente.
E quando ela acabou de falar, ele lhe disse:
Não, minha filha ... Fui eu mesmo
quem
colocou no pão a moedinha que encontraste,
Queria fazer1 uma experiên-
cia, tirar uma prova. E, agoira,
estou satisfeito.
Trazendo a moeda,

JaA%\^A
mostras
a riqueza que tens no coração.
Quem sabe ser grata com o
'recebe e com êle
pouco que
I//JJ/ /\V_//[^S/ / /
se contenta, bem merece essa
pequenina recompensa. <A////i
//l/l \
l^/A
^h-A
A moeda é tua e que Deus te / 11/1 1 °i" \ \
conserve sempre assim: sem 11HI \l \
ambições, honesta e, sobretu
do, agradecida.
Que Deus te abençoe !
E beijou-lhe a cabecinha.
comovido.

I 954 87
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

_ „ m POESIA

com fé e orgulho, a terra em que nasceste !


AMA,Criança ! não verás país nenhum como este !
Olha que céu ! que mar ! que rios I que floresta !
A natureza, aqui, perpètuamente em festa,
é um seio de mãe a transbordar carinhos I
Vê que vida há no chão ! Vê que vida há nos ninhos
!
que se balançam no ar, entre os ramos inquietos
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera, Vamos depressa, senão não encontramos mais o formidável Alma-
naque de Tiquinho ! !.
fecunda e luminosa, a eterna primavera I
Boa terra ! Jamais negou a quem trabalha
o pão, que mata a fome, o teto que agasalha... Ninguém anda de capote em pleno verão; se-
Quem, com o seu suor a fecunda e umedece, ria simplesmente absurdo. Pois quem come feijoa-
das, muita carne e pratos gordurosos nos dias de
vê pago o seu esforço, e é feliz e enriquece! calor, comete absurdo ainda maior: fica como que
Criança ! não verás país nenhum como este ! encapotado por dentro.
Imita na grandeza, a terra em que nasceste!

UMA GRANDE ADIVINHAÇÃO!

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é uma das adivinhações adivinho e... diz exatamente os mais numerosos estão virados
ESta de mais sucesso quando bem qual foi a carta virada. para cima. Na fila B, vê-se que
executada. o 5 de copas foi virado ao contra-
é claro, as car- rio, pois só dois corações estão
Colocam-se várias cartas em
fileira, como em A. O "mágico" tas de antemão. Reparem
PREPARAM-SE, para cima, e três para baixo.
vira de costas, ou sai da sala e que há certas cartas em que há Prepara-se, antes, o baralho,
maior número de signos (paus, reunindo as cartas que se podem
um dos presentes deverá virar espadas) viradas para uma cabe- usar para a prova (pois nem to-
uma delas, colocando a parte que ceira, do que os virados para a das servem) em cima, de modo
estava em baixo, para cima, e outra. a tirá-las quando fôr fazer a adi-
vice-versa. Feito isso, volta o Na fila A, por exemplo, todos vinhação.

88 1954
ALMANAOUE D"0 TICO-TICO

NO CONCERTO para que, se se desse o caso de espirrar uma


vez, fazerem com elas cócegas no nariz e
provocarem segundo espirro para tornar o
mau presságio em bom.
O dia da semana também era impor-
tante. Ao levantar muito cedo numa manhã

2^fe
de segunda-feira, um espirro era sinal de
grande prosperidade e alegria durante a se-
mana. Dois espirros queriam dizer justa-
mente o contrário. Num domingo de ma-
nhã, todavia, um espirro significava desgos-
Que agilidade ele tem nos dedos! to, e dois, grande felicidade para a semana
Maricota, eu queria aquelas mãos para me cocar..
toda.
Tratando-se dum homem doente, espir-
rar uma vez era sina! de que, apesar da pe-
ATCHIM! VOCÊ ESPIRRQU? rícia dos médicos, estes seriam incapazes de
os países no mundo têm as suas o curar. Dois espirros-significavam o rápido
TODOS superstições a propósito do espirrar, restabelecimento do doente. Tratando-se
muitas delas contraditórias. duma mulher, um espirro era o bastante
Por exemplo, nalgumas ilhas do Pacífico, para que recuperasse depressa a saúde, e
os indígenas crêem que um espirro significa dois espirros, um presságio da sua morte.
o regresso da alma ao corpo, do qual se ha-
via afastado momentaneamente; já no ou- O CAMINHO
tro lado do globo, é considerado como a
saída violenta dum espírito mau. Nalgu- DE
mas partes da índia, é sinal da morte imi- PEDRAS
nente da pessoa que espirra. ///s"/^^L. K
(Solução) /*% /fr/^y^-\mm
Nos séculos XV e XVI, na Inglaterra, se
um homem espirrasse duas ou três vezes se- A palavra é
'TASSAR"
guidas, enquanto estivesse falando com um
amigo, era sinal de que havia de prosperar,
mas só se interrompesse a conversa de re-
pente e voltasse ao trabalho.
Se estivesse fazendo um negócio e es- —£* - - ¦ ^-- ^v -^vE-^^y-
>^-> Ag?!
.1

pirrasse, o negócio não seria bem sucedido.


Espirrar à noite era um bom presságio
para a casa onde tal se dava, mas espirrar
duas vezes em duas noites consecutivas si-
gnificava qirè estava para acontecer, nessa
dita casa, alguma grande desgraça. E* M «P
Era bom sinal espirrar duas vezes no
princípio duma refeição; porém, um espirro [T^A,g
só, era presságio de desgraça. 4? Ç£ J-t>E^^>£
Por isso hayia pessoas .que, quando iam
de visita, levavam consigo umas peninhas (Veja a página 39)

I 954 89
f_e eD/vujnoO

CHPDUTO
/^ í PUXAI ESTA' pronto! ~~^\/^s^. AGORA > KXJ PREGAR A \/i
6 CQtK) FICOU RfV?E~ I j2? Ç n\ MAIOR PECA PE TOOOS nlf
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C/DO COM UM VERCM- I I _A A) \ OS TEMPOS NO PftOP.
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DE cANCoesf naTo pode- ^- I f/i r I
MOS MAISS ESTAMOS .__, i»*vL_--J_«_|
SENDO ATACADOS POR... ^f . |__,____J
POR MARCIANOS .<* ^\ a__l____

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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TOME LA'.'' V-iJmJJUUO ,Hf«s/ APANHAR
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1954 91
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

wAWPSSEB
Várjos astrônomos e matemáticos gregos
construíram relógios de sol, entre eles:.Tales,
Aristarco, Anaximenes e Anaximandro, de
Milero..
Herodoto afirma que os gregos aprende-
ram ò método dos babilônios.
Em Roma o primeiro relógio solar foi mon-
dado construir por Lúcio Papirio Cursor, uns
tt,ês séculos antes de Cristo. Antes que se ge-
ncralizasse entre os romanos o novo instru-
mento, não existia a divisão do dia em horas.
Os pastores de Benarés (índia) servem-
se ainda hoje, de relógios solares cilíndricos,
tiramos o relógio do bolso ou olhamos nos*sa construídos de madeira, suficientes a uma
existência pastoral e primitiva. Entretanto,
QUANDO para saber as horas, não nos recordamos do
pulseira
enorme trabalho, das tentativas e pesquisas que aquele ob- para que o relógio de sol preste seus serviços,
faz falta o sol... E como na vida estamos tam-
jeto, pequeno e comum, representa. Poderíamos imaginar o bém obrigados a contar as horas nos dias nu-
mundo sem este recurso para saber as horas ? O homem já
blados, e durante a noite, era necessário, pois,
está tão habituado com o relógio, que parece ter nascido
fazer alguma coisa que indicasse as horas
com éle, da mesma maneira que nasceu .com duas mãos e
dois pés. quando o sol não brilha no firmamento.
O homem, então, pediu à terra um meio
Enquanto o pastor da Caldéa era obrigado a olhar o céu
e a posição dos astros, o homem de hoje leva consigo, em para determinar as horas. Servindo-sè da for-
ca de atração que ela possue, chegou-se a me-
qualquer momento e em qualquer lugar, um instrumento cô- dir o tempo mediante a queda contínua e pa-
modo, prático, simples, que lhe presta serviços apreciáveis.
relha de um corpo, da água, por exemplo. Foi
Pode-se dizer que as invenções do quadrante, ou mos-
o princípio fundamental da clepsidra; inven-
trador, da clepsidra (relógio de água), do pêndulo, dos re-
taram-se, assim, ps relógios de areia e os de
lógios de torre, de bolso e de pulseira, marcam as fases ou
água; estes últimos são gs verdadeiras clepsi-
épocas principais do desenvolvimento da vida social. Na an-
dras.
tiguidade, mesmo, os astrônomos não distinguiam as peque-
A invenção da clepsidra é atribuída a
nas divisões do tempo. Nas observações de Ptolomeu, o
Cresibio de Alexandria, que viveu uns 250
tempo nunca está indicado com exatidão maior que um quar-
anos antes da era cristã. As clepsidras foram
to de hora. Hoje se computam os minutos, os segundos e até
introduzidas em Roma no ano 157 antes de
as frações de segundo. Milhares e milhares de anos foram
Cristo, por Publo Cornélio Nausica. Consta-
necessários para se chegar a este resultado.
vam de dois recipientes de gargalo estreito,
O tempo — já se disse — é a teia da vida humana; não
invertido um com relação ao outro e comuni-
nos devemos, pois, espantar pelo fato de que o homem, desde
cadds por um pequeno furo; tinham o defeito
o princípio do mundo, se preocupasse em medi-lo.
de a princípio a água escorrer muito rápida-
O recurso mais antigo para calcular a hora foi a som-
bra do sol. Um bastão fincado na terra em pleno sol projeta
sobre o solo uma sombra que muda de lugar à medida que
o dia avança. A sombra gira em torno do bastão. Sobre este Primitivos relógios solares
dos babilônios, construídos
princípio se baseia o quadrante solar, ou relógio de sol, que em pedra.
pode ser plano, cônico ou esférico, sempre que se componha
de um bastão è de uma superfície com uma orientação con-
veniente. Se sobre o superfície são marcadas linhas com nú-
meros, que dividem o dia, a sombra, à sua passagem, indi-
ca as horas. ;
O quadrante solar foi o molhor indicador do tempo e é
mais barato e o mais simples dos relógios, porém não indica
os minutos nem os segundos.'O primeiro quadrante que re-
corda a história é o de Acaz, rei da Judéa, que começou a
reinar doze anos depois da fundação de Roma.

92 1954

¦*/.-.
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

r _¦ "su i^sa—— ^i^^ ^| 1||>s% »M0mm*

ção possível nessa época, o relógio construído por Santiago Dondi, de


Pádua. Além de indicar as horas, marcava o percurso anual do sol
nos doze signos zodiacais e o percurso dos planetas. Esta máquina,
planetária foi colocada sobre a torre do Palácio de Pádua, em 1344.
Este relógio provocou a emulação do continente europeu e
por toda
parte começaram a surgir relógios complicados em torres e campa-
narios. Basta recordar o relógio muito antigo da torre veneziana, si-
tuado na praça São Marcos de Veneza, chamada apropriadamente
"Torre
do Relógio". Tem duas estátuas de mouros de bronze, de ta-
manho maior que o natural,' que, batendo sobre o sino central, dão
os quartos e as horas; completam o relógio uma procissão
periódica
de estátuas que giram em torno do mostrador .
O mais famoso dos relógios coreográficos e complicados, tão
em moda na Idade Média, é o da Catedral de Estraburgo. Sua cons-
__•_ trução começou no ano de 1352 e terminou em 1582. Quatro figuras,
representam as quatro idades da vida, as quais aparecem
para bater
num sino, todos os quartos de hora. Nó primeiro quarto é um menino
que bate com um raminho, no segundo, ou seja, meia hora, um jovem
caçador bate com uma flecha; no terceiro um guerreiro usa sua espa-
O primeiro relógio mecânico. da para bater no sino, e no último quarto de hora, é um ancião
que
o faz, servindo-se de sua muleta.
A regularidade do relógio constituiu o assombro de toda a Ida-
mente, para depois cair em gotas e len- de Média. O fato de se saber a. hora com exatidão matemática,
trouxe uma revolução na vida social,
tamente; era necessário manejá-la com porque o cumprimento dos de-
muito cuidado e regulá-la a meúdo. Os veres, a regularidade moral e as virtudes começaram a depender do
chineses conheciam a clepsidra desde o engenhoso invento: o relógio se converteu em símbolo de virtude. E
nas pinturas religiosas, a Temperança é representada
ano 2679 antes de Cristo. quase sempre
Na França o rei São Luiz e Carlos V com esse indicador do tempo.
utilizaram velas graduadas para medir
o tempo.
Com o correr do tempo, chegou-se ao
relógio verdadeiro. Depois do de sol, do
de areia, do de água e do de fogo, chegou
a marcar as horas o simples jogo de pe-
ças e de escape; a mecânica substituiu,
assim, a física simples.
O relógio foi inventado no século X
por um Papa, porém os modelos mais an-
tigos que conhecemos não vão além do
século XIV. A invenção dos relógios com
rodas se atribui ao francês Gerbert, sá-
bio ilustre que ocupou o sólio pontifício
com o nome de Silvestre II e faleceu no
ano de 10003; muitos escritores, no en-
tanto, os reputam mais antigo e acredi-
tam que foi introduzido na Europa pelos
Sarracenos.
Com o correr do tempo aumentaram
os aperfeiçoamentos, úteis alguns, deco-
rativos outros. Com o mesmo motor do
relógio se conseguiu fazer mover
qua-
drantes secundários que indicavam os
dias da semana, a data, as fases da lua,
a saída do sol e o seu ocaso, e os signos
zodíacos. Colocavam-se pequenas esta- /v"»/^. p/m' l_rr> "^m\ m\^ Curioso relogio oriental cujaH
tuetas de madeira ou metal, que auto- Nj^ v marcação do escoar do tempoB
I /f •» -^f ^^
màticamente anunciavam a hora, de di- *| ^i_- ^-^~~~ feita Pela descida do com-B
V, Ai é
versas maneiras diferentes. ^l ^^^______É_Í Bata"!
Os franceses afirmam que o primei- \* ///mW —>— bustível no depósito da lâm-B
ro relógio com rodinhas foi um que o ^s^"^S^m\\\W Pada- I
Papa Paulo I enviou, no ano 700, a Pe-
pino, o Breve. Famoso foi, sem compara-

1954
93
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

^*\ aS******s>*V iii S


H*B iíÁ ****n^t*ã*m *v^^»l

«è SEBASTMO FEPA/AA/DE5

exame primário em colégio carioca, ao ser per-


\lk UM "quintal",
?*»- ^HB guntado o que era a maioria das crianças não
soube responder.
Eram meninos nascidos e criados no bairro de Copa-
cabana. Das casas altas em que moram e passaram os primei-
ros anos, sempre em apartamentos pequenos e sem corredor,
quando dali saíam era só para ir à praia e ver o mar.
Logo, os meninos, quando chegaram à idade escolar, nun-
ca tinham visto um quintal. Mas grandes cidades vão desapare-
cendo as casas dum só pavimento e o progresso vai exigindo
agrupamentos cada vez mais elevados, vencendo o espaço para
o alto e, por conseguinte, afastando-se da terra. E' uma arqui-
tetura feia, de blocos pesados, que, longe de procurar resolver
problemas das coletividades, ainda mais complicam a vida. As
paisagens se perdem nos blocos pesados, as massas tristes
das paredes retas se alteiam, empinando retas onde só apare-
cem os retangulos de janelas que se debruçam para os pateos
secos e frios.
Seus moradores, quando não estão debruçados nas janelas
onde só se vêem outras paredes e telhados, cansados da mono-
nia, vão para as praias — atravessando perigosas filas de auto-
móveis — para pisar a areia e a água salgada.
Como podiam as crianças assim criadas saber que existem
casas que têm um pequeno terreno com jardim e horta, atrás
da habitação, e que para a garotada é lugar para brincar e
correr ?

94 1954
^MANAQUE D'0 TICO-TICO
E' nessa parte de terra que temos o con-
tacto direto com a natureza: vemos a árvore Outros canteiros são aproveitados para o
que nos protege e, purificando o ar, beneficia- plantio de hortaliças.
nos. Enterrada a semente, em pouco tempo ve-
As árvores nos dão tantas lições... mos a germinação, a terra nos oferecendo ai-
face, repolho, rabanete, que vamos apreciar à
Os pássaros as procuram para cantar e fa-
zer. seus ninhos. mesa e notar quanto vale um pedacinho de
terra.
Quando floridas, temos o encanto do per- E ainda podemos fazer um quadrilátero de
fume.
tela e criar galinhas.
Carregadas de frutos, sabemos a delícia de
colher e saborear os pomos de várias formas e No quintal vamos plantar um pé de ma-
mão, de laranja, banana, abacate, árvores
sabor. que,
carregadas, nos oferecem o produto bom da
Quando não oferecem nem frutos nem fio- terra.
res, dão sombra acolhedora e a beleza da ra-
magem. Eis o quintal, pequeno terreno atrás da
Às vezes o espaço do quintal só dá casa, onde vamos brincar e correr, gozar a vida
para à sombra de árvores amigas e ao som do canto
um jardimzinho.
dos pássaros. Lugar onde sentimos a vida sã,
Ou um pequeno canteiro para o plantio de
folhagens e flores de variadas cores e na liberdade de divertir-nos.
mpc
perfu-

95
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

*é*4tjmmmmaim^m*0*f*k*ijm^mam0mii0*F*0m*0m^amm0tjm*t^a*0*^^

ALTA GRANFINAGEM
A ARTE DA
CONVERSAÇÃO
«AAAAAAA-*^^^^V^^^^ ^"•^¦W*V^^^^^,w-*___-_»-_11_^^v,

conversação "Nunca devemos segurar


ninguém
A deve sen pelo botão do casaco ou pela mão,
uma forma a fim de que nos ouça até ao fim...."
de educação- As aconselhava êle.
pessoas intelin
Para fazer com que outros homens
gentes assim e mulheres conversem de forma in-
conseguem tor-
ná-la. Tiram teressante, para tirar o maior pro-
proveito de falar veito duma conversação, precisamos
com os outros, ter alguma coisa a dar. Os homens
aumentando des- e as mulheres inteligentes fazem
sa maneira o seu justamente isso — vão acumulando
conheplmento de pelos anos a fora, um capital de co-
vários assuntos nhecimentos e idéias interessantes e
por ouvirem ó de valor.
{JJJJJ t-J-t Tè£.srE que o resto da "Deve-se evitar
mundo pensa e quanto possivel as
sabe sobre esses discussões, aconselhava o brilhante
mesmos assun- estadista britânico. Os homenf~in-
As principais cores dos olhos tos. Lord Chesterfield, conhecido es-
tadista inglês e grande intelectual do
século xvirr, escreveu uma série de,
teligentes evitam, prudentemente to-
'mar
parte numa discussão em que
duas ou mais pessoas tentam provar
Os olhos pretos, castanhos, cartas a seu filho, nas quais apre- que a razão está do seu lado, levan-
sentava algumas regras de conver- tando, qual delas mais alto, a voz.
pardos, verdes e azues, que são as sação que êle tinha formulado ãu-. "Quando nos vemos
forçados a fa-
categorias principais, subdivi- rante anos de experiência e de ób- lar de nós próprios, devemos ter cui-
servação.
dem-se em tons mais claros, mais Chesterfield, bem como todos os
dado em não pronunciar uma única
escuros ou mistos. Existem nada outros grandes homens, aproveitava palavra que possa ser interpretada
no sentido de querermos obter lou-
menos de cinqüenta e quatro a conversação com os seus interlo- vores" escreve ainda Lord Chester-
cutores para aprender coisas novas,
tons diferentes, da iris. cultivar o espírito e aperfeiçoar a field.
"Seja
A côr azul é devida ao tom ne- sua própria instrução. qual fór o nosso caracter"
"Conversai a miúdo mas não mui- — continua êle — "será geralmen-
gro do epitélio posterior visto to dcmoraãamente", escreveu Ches- te conhecido e ninguém nos vai to-
através das camadas anteriores, terfield. "Contai histórias só muito mar sobre a nossa palavra".
se a iris fôr delgada. A côr parda raras vezes... e nunca quando não Isso é tão verdadeiro relativamen-
venham muito a propósito e não se-> •te à instrução de cada um como aos
produz-se pela mesma razão, mas jam curtas".
é espessa. Nas resultados dos seus esforços. Por
quando a iris pes- Aquele conta histórias cheias •mais alto que se fale, por maior que
soas atacadas de albinismo, a iris de longos que
rodeios, não só não prende seja a firmeza com que sa, exprimam
é quasi transparente e deixa apa- a atenção dos ouvintes mas também as opiniões, o mundo depressa des-
recer o reflexo vermelho do fun- corta irremediavelmente toda a opor- cobrirá qualquer falta de cultura
tunidade de se encontrar de novo verdadeira da nossa parte.
do do olho. com eles. A criança que uma vez se
Se estivermos senhores do assunto
Quanto às outras cores, são de- queimou, tem medo do fogo — q que tratamos, não precisamos gritar,
vidas a uma mistura, em propor- ouvinte maçado, evita o maçador- nem argumentar. A nossa conver-
Lord Chesterfield um dos ho-
ções diversas, de pigmentos bi- mens mais populares foido seu tempo. sação pode, nesse caso, servir aos
liares azues, brancos, castanhos, Ensinou ao filho a maneira de ad- outros, de instrução, como a deles
e vermelhos. , quirir essa mesma popularidade. no-lo pode servir a nós.

lWv^AAM^AA/^AnAMWVWWV^AVA^' •%n.v.^.ft/vv%A^.nrfvv'__%^vvvv\jvn^í'w*vv*«^^

Alta defesa

96 1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
—^—¦¦¦"!'¦ !¦ I— .!¦¦»¦ — !¦¦ .... —¦¦^—.. — I. . ¦ .11 ,.¦¦¦—.-—¦¦ | ¦¦¦¦ Ml. ¦¦ — ¦ 1
^——

NEM MESMO EM SONHO. O EVARISTO LEVOU A MELHOR COM A SOGRA...

1954 97
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Ã/lW T^ÍI^ÃTA^^M'
*\3
é^
jSOtWHOÔ
eMPREfiAD* PE
pH
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Faustina arranjou, por melo de anúncio, ... ela tudo era no rceime militar Andava n»i_ Quando o jantar íicou pronto, deu si-
: - — «SE-*. 2-^^^dS com uma cometa, tocando
^/^_^J_*?_^_
rinha. Chamava-se Sargentina _•__?
e com... um, dois ! Estava sempre em desfile. avançar !" 3T_^£c2^
^ança11™ Zé Macaco até g
cordando os tempos de cadete..

—,—_=É
Ao traier os bolinhos que havia feito, Zé Macaco e Faustina começaram a comer. Cada qual agarrou um bolinho meteu
bateu os calcanhares fet continência e dis- na boca e começou a., tentar morde-lo.
se: — "Pronto, seus majores ! Aqui estão as E,. quando menos esperavam, os dois explodiram, ao mesmo tempo, levando tudo
k» ares e formando na sala enorme fumaceira ! pe-
granadas

Zé Macaco e a esposa, com a explosão, fo- ma|s pró_imo, sempre marchando, um. dois! um. dois! um. dois! No Hospital ela
ram jogador » «.-.«sncU, com os cabelos sapeca- .xplicou: .,&,„ p,isanos nao Mb.m nadl | Aqueles bolinhos não foram feitos
do», • pele chamuscada E,, então Sargentina fom.r Eram .,„„ln| no duro que „, ,nventtli feit_. com carne congei,da... para
carregou os dois para o Hospital...
98 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

DIZEM QUE ESTA

m Cmpor^ ACONTECEU

Conta-se
que Alexandre Diji-
mas, filho, principiou a ado-
ecer, com uma doença estranha.
Enfraquecia e emagrecia sem
causa aparente, e consultou to-
LENDA FOLCLÓRICA da a Faculdade de medicina sem
obter resultado. Lembrou-se en-

O Caapora é um mito ameríndio.


Apresenta-se oro
como um duende indígena, ora como um preto velho
tão, de um médico que, em certa
ocasião tratara seu pai, de qual-
que, fumando cachimbo, vive pedindo fogo aos viajantes. 'A quer doença, curando-o, o dou-
frente dele voam os vagalumes, seus batedores, tor Gruby, e entregou-sé _s. suas
que lá vão mãos.
alumiando o caminho... Quem o encontrar na mata, terá
que fazer Graby examinou o doente e
como diz a história: dar-lhe lume, senão ficará caipora, isto é,
com pois de diagnosticar, mas "sem
caiporismo, que quer dizer má sorte, desdita, azar. compromisso", uma doença de
Vejamos (pelo sim, pelo não...) a lenda: estômago, prescreveu a Dumas a
seguinte regime:
Certo indivíduo, indo caçar, perdeu-se no mato. Começou a andar, Durante
quinze dias, o se-
para baixo e para cima, sem achar o caminho de casa. Andou o dia in- nhor só comerá carne de vaca
teiro e quando chegou a tarde, disse: cosida, porco assado, ovos cozi-
Ai meu Deus ! Será dos, salada e maçãs verdes.
que eu tenho que dormir aqui no Mas o doutor não disse
mato ? que
estou doente do estômago...?
Apareceu-lhe, então, um Pois disse; e é
preto velho, vindo não se sabe de onde, que por isso que
lhe disse: lhe imponho este regime... Volte
"Ah ! Ah ! Ah ! Yôyô ! cá, daqui a quinze dias.
Qui é que Yôyô tá fazendo aqui ? Qui No fim das duas semanas, Du-
é que Yôyô quê ?"
mas apresentou-se em casa do
Ora, meu velho, estou médico.
pelejando para sair do mato desde ma-
nhãzmha. Perdi-me e não sei como há-de ser Que tal? —
perguntou o
para acertar o caminho
de casa. dr. Gruby. — Seguiu à risca o
regime que lhe prescrevi ?
O preto velho então disse: Sim, senhor; carne de vaca.
"Ah ! Ah ! Ah ! Yôyô ! Antão cozida, porco assado, ovos cozi-
me dá lume"...
O homem deu. O velho então sorriu e dos, maçãs verdes... fartei-me
perguntou-lhe:
disto tudo.
"Ah ! Ah ! Ah ! Yôyô !
Qué qui vosmecê qué mesmo ?... Saí do E como se sente ?
mato?... Antão vai corta uma vara". Nem melhor, nem
pior.

¥
O homem cortou a vara e quando chegou, o velho disse: Então, é certo
que o seu
"Yôyô mal não é do estômago temo&
pega ni pé, qu'eu pego ni ponta. Fecha os óio e
vamo"... que procurar outra coisa. O se-
nhor tem, até, um estômago óti-
Assim fez o homem e saíram os dois
pelo mato a fora. Quando mo. visto que resistiu ao meu re-
pararam, o preto velho tinha desaparecido e o homem estava na gime ...
porta
de casa ! ! O médico pôs-se a rir, procu-
rou outra 'cousa", conforme di-
zia, encontrou-a, prescreveu no-
vo regime e dai a três meses
Não há dúvida, isso é lenda, mas não custa nada Dumas estava curado c tornava
a gente ser bom para os outros. a engordar.

SILVEIRA H O rvjl A Z
âââll
1954
99
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

JANEIRO
FATOS HISTÓRICOS — Sexta F. UNIVERSAL
VULTOS
DE JAN EI RO
MARECHAL EMJUO MALLET

marechal Emílio Luis Mallel, apesar de


— Sábado S. Isidro O nascido na França, entrou para o Exér-
DESTE MÊS — Domingo
— Segunda
Santa Genoveva
S. Tito
cito brasileiro e nele jez uma brilhante car-
reira. Foi um dos participantes das guerras
, 5 — Terça S. Simeão da Independência e da Cisplatina. Teve alua-
1/1/1821 — Adesão do Pará à Revolução — Quarta DIA DE BEIS ção destacada na tomada de Paissandú, em
ConstitucionalisU de Portugal. dezembro de 1864. Foi um dos heróis da
—Quinta S. Teodoro
1/1/1852 — Irrompe em Pernambuco, na Io- Guerra do Paraguai, tomando parte em vá-
calidade de Pau d'Alho, o motim conhe- — Sexta S. Lourenço
rios combates, principalmente na famosa ba-
cido por Sublcvação dos Maribondos. — Sábado S. Julião
talha de Tuiuti, à frente do seu regimento de
1/1/1880 — Verifica-se no Rio de Janeiro 10 — Domingo S. Paulo Eremita artilharia, conhecido por "boi de botas". Ain-
um movimento popular conhecido por 11 — Segunda S. Higino da se salientou no ataque ao Reduto do Es-
Imposto de Vintém, contra o aumento de 12 — Terça Sátiro tabelecimento, no Passo de Espinillo e en-
20 réis nas passagens dos bondes.
13 — Quarta Hiárlo trou com a sua artilharia em Assunção. Acom-
1/1/1883 — Libertação dos escravos do rau-
nicípio de Acarape, no Ceará, hoje cida-
14 — Quinta FeUx panhou o Conde a" Eu na batalha de Campo
de de Redenção. 15 — Sexta Amaro Grande. Morreu no posto de marechal de
1/1/1869 — O coronel Hermes da Fonseca, 16 — Sábado Vidal po e foi agraciado com o titulo de Barão de
Itapevi.
à frente de uma brigada de infantaria, 17 — Domingo S. Antão
entra na cidade de Assunção (Guerra 18 — Segunda Santa Prisca
do Paraguai). FERNANDES VIEIRA
19 — Terça S. Canuto
2/1/1865 — Tomada de Paissandú, pelas tro- 20 — Quarta S. Sebastião Fernandes Vieira, um dos bravos che
pas de Mena Barreto e Venancio Fio- Santa Inez
res. 21 — Quinta JOÃO fes da luta contra os holandeses, nasceu
22 — Sexta S. Vicente em Portugal e morreu em Olinda a 10 dr
5/1/1869 — O marechal Lima e Silva, mar-
23 — Sábado Santa Emerenclana Janeiro de 1681. Ganhou a batalha das Ta-
quês de Caxias, entra em Assunção bocas, sendo aclamado "governador da Inde-
(Guerra do Paraguai), dando a guerra 24 — Domingo S. Timóteo
por terminada. 25 — Segunda Conv. de São Paulo pendência". Heróico e valoroso, comandou as
duos batalhas dos Guararapes, em 1648 e 16V)
7/1/1835 — Inicia-se em Belém do Pará a 26 — T-írça S. Policarpo
revolução conhecida por Cabanagem. nas quais os holandeses foram completamente
27 — Qu_rta S. Crisóstomo batidos. Fernandes Vieira foi figura prepon-
12/1/1809 — Victor Hughes, governador da 28 — Quinta S. Cirilo
Guiana Francesa, assina a capitulação, derante no preparo da conspiração ao lado
entregando aquela colônia às tropas lu- 29 — Sexta S. Francisco de Sales de Vidal de Negreiros, devido ao seu presb-
so-brasileiras, comandadas por Manoel 30 — Sábado S. Martinho gio social e à sua fortuna pessoal. Português
d'*_vas Portugal. 31 — Domingo S. Pedro Nolasco de nascimento, mas brasileiro pelo coração
16/1/1822 — O príncipe D. Pedro forma o e pela história dos seus feitos,
primeiro Ministério do Período da Inde-

__P_______i
Dele faziam parte José Boni- FREI CANECA
' pendência.
facio, Miranda MontenegrO, Oliveira Al-
vares e o conde SouseL 13 de janeiro de 182S era fusilado no
19/1/1799 — Alvará separando a capitania A Recife frei Joaquim do Amor Divino
. do Ceará do .governo geral de Pernam- Caneca, figura preponderante da revolução
buco. republicana de 1824. Era um frade ilustre,
20/1/1817 — O general Frederico Lecor en- jornalista, professor, poeta e filósofo. Nasceu
tra em Montevidéu, à frente das tropas no Recife. Amante da liberdade, tudo soai-
brasileiras e portuguesas, sob seu co- ficou pelos seus ideais. Esteve envolvido na
mando. 22/1/1532 — Fundação da vila de São Vi- revolução de 1817, sendo depois anistiado:
21/1/1906 — Explosão e naufrágio do en- cente, em São Paulo, por Martim Afon- Em 1824 foi a grande cabeça da Revolução
couraçado "Aquidabá", na baía de Ja- so de Souza. que sonhou a República. Seu nome glorioso
curcanga (Ilha Grande).
22/1/1826 — D. Pedro I forma o primeiro figura entre os dos nossos maiores mártires,
Senado do Império. merecedores do culto e do amor de todas as
23/1/1637 — Cega a Recife o principeh gerações brasileiras.
Maurício de Naaaau, conde de Nassau-
Siegan, nomeado governador civil e mi- JOAQUIM NABUCO
litar do Brasil holandês. Aurélio Nabuco de Araújo, filho
25/1/1554 — Primeira missa na palhoça que do senador José Tomás Nabuco de Arau-
JOAQUIM
os jesuítas construíram em Piratininga e jo, é uma figura luminosa da história brasi
"Casa de São
que desde logo chamaram letra. Chefiou a -ampanha abolicionista, quer
Paulo". pela imprensa, quer pela tribuna do Parle-
____! _--^-_nr___F______J___ ____
26/1/1654 — Assinatura da rendição holan- mento, onde foi estrela de primeira grandeza.
Grande talento, jornalista, tribuno, escritor,
desa em Pernambuco, na Campina do
historiador, Nabuco deixou traços memoráveis
Taborda. na história pátria. Nasceu em Pernambuco e
27/1/1654 — As tropas de Fernandes Vieira faleceu em Washington, como embaixador do
entram triunfantes no Recife, depois da Brasil, a 11 de janeiro de 1910. Deixou mni-
rendição holandesa. "Um Estadista do lm-
tas obras e entre elas
"Balmaceda", "Minha Formação" etc.
28/1/1806 — Caru Regia abrindo provisória- peno",
mente os portos do Brasil à navegação Foi um dos fundadores da Academia Brasi-
Pois sim. Mas esta è a que me agrada.
estrangeira. leira de Letras.
titã que eu quero !

100 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

FEVEREIRO 1 — Segunda S. Inácio


VULTOS
DE FEVEREIRO
ÇySIFALDO
OSVALDO CRUZ
Cruz, o iniciador da mediei-
FATOS HISTÓRICOS t — Terça Purificação de N. S.
v--/ na experimental no Brasil,
que nasceu
no Rio de Janeiro a S de agosto de 1872, fa-
S — Quarta leceu em petrópolis a 11 de fevereiro de
DESTE MÊS — Quinta
S. Braz
S. André
1917. Foi um grande sábio e a éle coube a
glória de sanear a capital do Brasil, acaban-
— Sexta Santa Agueda do com a febre amarela. Chamado no
1/2/1549 — Parte de Lisboa Tome de Sou- govèr-
«a, primeiro governador geral do Brasil. — Sábado S. Marcelo no do presidente Rodrigues Alves para ocupai
— Domingo S. Romualdo o cargo de diretor da Saúde Pública, Ostoal-
3/2/1874 — Instalação do Tribunal de Re-
do Cruz lutou com uma onda de adversários
laçáo de São Paulo. — Segunda S. João da Mata que procuravam por todos os meios dificul-
5/2/1811 — Carta Regia autorizando a fun- — Terça
dação de uma Tipografia na cidade de
Santa Apolonla tar a sua obra saneadora. Mas, venceu a to-
Salvador, Bahia. 10 — Quarta Santa Escolástica dos. Anteriormente já havia combatido em
6/2/1649 — Alvará de d. João VI criando 11 — Quinta S. Ildefonso Santos a epidemia da "peste do Levante''.
a Companhia Geral de Comércio do Bra- 12 — Sexta Oswaldo Cruz fundou o Instituto que hoje
Santa Eulália tem o seu nome. Era membro da Academia
sil. 13 — Sábado Santa Catarina
6/2/1818 — Aclamação de D. João VI como Brasileira de Letras e. várias associações cul-
rei de Portugal.
14 — Domingo S. Valenftm tarais e cientificas do Brasil e do mUndo.
7/2/1827 — Começa a circular o jornal "O 15 — Segunda S. Faustino V1DAL DE NEGRE1ROS
Farol Paulistano", primeiro periódico 16 — Terça S. Porfirio ANDRÉ Vidal de Negreiros foi um dos
paulista. 17 — Quarta S. Donato ** heróis da guerra contra os holandeses,
8/2/1615 — Celebra-se a primeira missa no 18 — Quinta
Convento de Santo Antônio no Rio de
S. Teotonio em Pernambuco. Foi ele o chefe e o anima-
19 — Sexta S. Conrado mador da insurreição. Nasceu na Paraíba nos
Janeiro. fins do século XVI ou princípios do século
9/2/1894 — Trava-se em Niterói o combate 20 — Sábado S. Eleutério XVII. Assentou praça na Bíahia em 1624, ten-
de Armação, entre os revolucionários e 21 — Domingo S. Maximiano do tomado parte nos primeiros combates com
as tropas fieis ao marechal Floriano Pei- 22 — Segunda S. Faustino os holandeses. Com a partida de Nassau para
xoto. Os rebeldes eram comandados pelo Holanda, éle e outros comandaram a conspi-
• almirante Saldanha da Cama e foram der- 23 — Terça Santa Margarida
ração contra o domínio batavo. Sua figura de
rotados pelos legalistas. 24 — Quarta S. Ma ti as chefe está em todos os setores da luta: Na-
10/2/1792 — Decreto do príncipe D. João 25 — Quinta S. Cesário zaré, Gequiá, Tabocas, Itamaracá, nas duas
tomando a si o governo de Portugal, 26 — Sexta S. Torquato batalhas dos Guararapes e na tomada da for-
como herdeiro presuntivo do trono, nn
nome da rainha d. Maria I.
27 — Sábado S. Leandro taleza das Cinco Pontas, que decidiu a sorte
28 — Domingo CARNAVAL dos holandeses. Posteriormente, governou a
11/2/1894 — As tropas revolucionárias co-
Angola. Faleceu em Goiana, Pernambuco, a
mandadas por Laurentino Pinto Filho,
3 de fevereiro de 1680.
impõem a capitulação às legalistas, cer-
cadas na cidade da Lapa, no Estado do VICTOR MEIRELES
Paraná. Nesse combate morreu o general JM dos maiores pintores brasileiros, nas-
Comes Carneiro. v-' ceit em Santa Catarina a 1 de agosto
dt
15/2/1709 — Cerca de 300 paulistas são pas- 1832 e faleceu a 22 de fevereiro de 1903. ¦
sados pelas armas, vítimas dos Emboa- Entre as suas obras ___ notáveis destacam-
bas comandados por Bento do Amaral
______
3_ __J*£»_r _E se UA Flagelação de Cristo", "Um Sátiro e
uma Bacante", "Primeira Missa no BrasiT.
16/2/1630 — As tropas de Jonkheer Died.- "Moema", "A
Batalha dos Guararapes", "Pas-
rik van Waerdenburgh entram em Olin- sagem de Humaitá", "Juramento da Princesa
"Ocupação
da (Guerra Holandesa/. Isabel", de Curuzú", "Cabeça de
19/2/1649 — Trava-se a segunda batalha do» Timbó e chega a Tauá, onde se põe em Mestiço", "Vista do Cemitério", "A Batalha
Guararapes (Guerra Holandesa), em que comunicação com o Exército. A esqua- de Riachuelo" etc. Vítor Meireles é uma das
os holandeses foram completamente bati- dra era comandada pelo Visconde de maiores glórias da arte brasileira,
dos pelos insurrretos pernambucanos. que éle
Inhaúma. professou com talento e alta dignidade.
19/2/1868 — Uma parte da esquadra brasi-
leira força a passagem de Humaitá e de 20/2/1827 — Batalha de Ituzaingó. em que BARÃO DO RIO BRANCO
os brasileiros, em luta com os argenti- Maria da Silva Paranhos, glória das
nos, foram obrigados a uma retirada em JOSÉ maiores da pátria brasileira, estadista,
jor-
6~**& perfeita ordem, comandados pelo mar-
nalista, historiador e diplomata, nasceu no
Rio de Janeiro a 20 de abril de 1845 e fale-
quês de Barbacena. ctu a 10 de fevereiro de 1912. Começou sua
21/2/1945 — A força Expedicionária Brasi- vida diplomática como cônsul geral do Brasa
leira conquista aos alemães o baluarte em Literpool. Ali ficou até a proclamação da
República. Defendeu em Washington os nos-
de Monte Castelo. sos direitos na questão das Missões com a
24/2/1684 — Estala em São Luis a revolução República Argentina, tendo obtido formidá-
chefiada por Manuel Beckman. vel vitória, pois o laudo arbitrai do presiden
te CUveland foi a nosso favor. Defendeu ain
26/2/1821 — A guarniçáo militar do Rio de
da o Brasil na questão do Amapá, obtendo
Janeiro pronunciou-se a favor do movi- do presidente da Suíça um laudo arbitrai
mento constitucionalista de Portugal. reconhecendo os direitos da nossa -
pátria.
Tendo à frente o general Carretti, os Ocupava Rio Branco a' nossa representação
em Berlim, quando foi nomeado ministro das
corpos da guarniçáo postaram-se arma- Relações Exteriores, cargo que exerceu em

lr^g$__8fill m dos e municiados no largo do Rocio. O


príncipe D. Pedro assistiu a demonstra-
çáo e dentro em pouco trazia o decreto
três governos sucessivos. Sua grande atuação
nessa pasta marcou uma era gloriosa
Brasil. Ganhamos o Acre e tivemos várias
para o
questões de fronteiras resolvidas. Era mem-
— Eu queria uma que fosse mais ou menos de D. João satisfazendo a vontade das bro da Academia Brasileira de Letras e do
tropas. Instituto Histórica.

1954
101
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

A SINGULAR HISTORIA DO

ESPELHO
IGNORA-SE
quando surgiu o es-
pêlho. Sabe-se, porém, que em
épocas remotíssimas havia o es-
res, em linha ligeiramente ondulada.
Também havia os chamados cspê-
lhos piriformes, isto é, com o íeitio
Todos tinham figuras e obedeciam
a posições graciosas e esculturais.
Os espelhos gregos tinham tem-
pêlho de metal e de pequenas di- de pera. bém forma cuidada e se apresenta-
mensões. Muitos desses exemplares foram vam em discos polidos de um lado,
A Bíblia faz referências ao espelho encontrados na Palestina. Eram pe- sendo que a outro face era toda gra-
como de um objeto usual. Entretan- quenos, com cabo ou punho e termi- vada a buril.
to, alguns comentaristas de Homero
observam que o grande poeta jamais Tanto os egípcios como os gregos,
mencionou o espelho; o mesmo não usavam espelhos com o formato de
se dá com Euripedes, o grande trá- caixa, isto é, doía discos encaixando-
se um no outro.
gico grego, que na sua obra Hécuba.
Tinham os gregos o maior apuro na
põe o nome espelho na boca dos es-
cravos troianos, e isto, quatro sé- decoração destes discos que serviam
culos antes de Cristo. de coberta: ornavam-nos de figuras
E não foi só Euripedes: outroa es- representando cenas mitológicas e ti-
critores, da mesma época referem-se nham quase sempre como assunto
ao espelho. Basta que se leia o Ti- Dionisos e Afrodite. a
meu, de Platão, ou a Ciropela, de Os museus das grandes cidades eu-
Xenoíonte. ropélas estão cheios de espelhos do
1 Conta-se que Demóstenes, o maior caixa, cuja antigüidade remonta a
orador grego, estudava os gestos di- cerca de 450 anos antes de Cristo.
ante de um espelho, quando deveria Nas escavações egípicias acharam-
falar em público. se espelhos que traziam no cabo a
Nessa época, eram os espelhos de efígie do deus Bes, de aspecto gro-
metal: ouro, prata, aço, e, principal- tesco, bem como os da 19.* dinastia,
mente, de bronze. cujo disco se encaixa numa cabeça
Não foram, contudo, os gregos, os da deusa Hator, com cara de mulher
inventores do espelho. Receberam- e orelhas de vaca.
navam quase sempre por uma flor,
no dos egípcios e depois modifica- Cctm os romanos os espelhos apu-
pela cabeça da deusa Hator, ou Bes, r aram-se.
ram-no. ou ainda por um grupo de animais
Os espelhos egípcios eram circula- ou divindades. Eram utilizados na decoração das
casas, em incrustações nas paredes.
2 E, ainda mais: havia espelhos em
pratos e vasilhas, como também em
taças e jarros, multiplicando assim a
Imagem dos comensais.
O espelho do toucador romano era
pequeno e de uso manual. Tinha a
forma, mais ou menos ovalada e es-
tava sempre nas mãos das escravas
que atendiam aos caprichos das da-
mas, ora no arranjo dos cabelos, ora
ha contemplação da , própria ima-
gem.
Além do metal e ligas, para o fa-
brico dos espelhos usavam os romã-
nos a obsidiana, tuna espécie de vi-
dro natural, de origem vulcânica-
Da mesma forma havia-os feitos
de umi minério chamado pedra espe-
cular, isto é, pedra de espelho, Já
1 — Espelho egípcio. 2 _ Espelho japonês usado no tempo de Nero: eram de
102
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
uma espécie de alabastro, em lâminas finas e transpa-
rentes.
«Serviam para guarnecer as janelas, como hoje se
íaz com o vidro, e eram preferidos nos salões dos tricK-
nlos, com c fim de gozar-se da luz, sem o frio e a chuva
do momento.
Além da pedra especular e da obsidiana, tinham aln-
da os romanos um pedra e que davam o nome de phen-
güis, originária da Capadócia.
Era essa pedra também transparente e com proprie-
dade de refletir as Imagens.
Dizem que Nero fêz construir com phengllls o sun-
tuoso templo da Fortuna, e Domiciano fêz forrar as
portas de seu palácio com esse mineral, a fim de poder
ver o que se passava através delas.
Na Idade Média o material empregado no fabrico Tipo de espelho comum nos séculos XVI, XVIÍ e XVIII.
dos espelhos era o metal, principalmente ouro, prata,
bronze, latão, cobre e estanho; mais tarde, foi usado o cisco I, rei da França, foi um grande comprador de es-
aço brunldo, mais difícil de trabalhar, mas que dava pêlhos de cristal, que, nessa época. Unham o mesmo va-
uma imagem mais nitlda e cujo colorido mais se apro- lor de jóias.
ximava da realidade. No século XVI Já estavam em uso corrente os espê-
Como, porém, o aço tinha o inconveniente de oxl- lhos de vidro estanhado, aperfeiçoamento que se deu aos
dar-se com facilidade, predominaram os espelhos de espelhos do século xm, que eram forrados de lâminas
ouro, prata, estanho e latão.
de metal, isto é, vidros a que se superpunha uma camada
Seu emprego continuou até o século XVI.
de metal, o que lhes garantia grande poder refletor.
O comércio de espelhos começou a ser feito com os
Foi na Alemanha que surgiu o processo de «stanhar
espelhos de estanho.
o vidro, no século XVI.
Esse comércio começou em Paris, no século XIV,
Em Veneza esse processo foi aperfeiçoado, apare-
muito embora continuassem em uso. e de grande valor,
os de ouro, prata e aço. cendo então os espelhos de caJxilhos de vidro, que se
Contam que, nessa época, os espelhos constituíam tornaram celebras.
legados valiosos, principalmente os de ouro, que eram Muito embora tantos melhoramentos, havia a na-
verdadeiras obras de arte e de ourivesaria. tural curiosidade de se fazer espelhos nos moldes anti-
No inventário de Carlos v há referências a um es- os, Isto é, nos moldes dos si-
Espelho do século XVI,
pêlho de ouro, cujo peso orçava em três onças, ou seja. dônlos, que, segundo se diz,
que se usava pendente da
cerca de 87 gra- foram os verdadeiros fabri- cintura.
Espelho do século XV
mas, com qua- cantes dos espelhos de vidro.
tro saflras e 34
Era Sidon uma próspera
pérola* >-JbV ** f^l
f-~ffV -a»- Jbrs

No entanto, é cidade da Fenlcia, e foi do-


desde o século minada por Tiro e mais tar- a1b£¥25í5' v &*a.
xm que se fala de por Alexandre.
em espelhos de
Em 1675, um vidracelro
vidro.
O grande es- normando conseguiu desço-
brlr o velho processo dos si-
cultor N i c o 1 a u
Pisano, que viveu dônlos e a fábrica de espê-
lím\Wn\\ \
no começo desse
lhos criada em .Saint Oobain
século, fêz o elo-
em 1693, espalhou esse pro-
gio do espelho
de vidro. duto por toda a Europa, o
Conta-se tam- que significa dizer, por todo
bém que Fran- o mundo.
1954
103
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

MARCO
FATOS HISTÓRICOS 1-
2-
Segunda
-Terça
CARNAVAL
CARNAVAL
VULTOS
DE MARÇO
CONSELHEIRO JOÃO ALFREDO

nome do conselheiro João Alfredo Cor-


O ria de Oliveira está ligado indelével-
DESTE MÊS 3-
4-
-Quarta
-Quinta
CINZAS
S. Casemiro
mente à história da nessa pátria. Foi He que,
como presidente do Conselho de ministros do
-Sexta Império, promoveu a lei da abolição da es-
1/3/1565 — Fundação da cidade de São Se- 5- S. Teófilo cravatura. Nasceu em Pernambuco a 12 de
bastião do Rio de Janeiro, hoje capital 6- Sábado Santo Coleta dezembro de 1835 e faleceu no Rio de Ja-
do Brasil. Domingo
1/3/1828 — Inauguração do Curso Jurídico
7- S. Tomai neiro a 6 de março de 1919. Começou a sua
de São Paulo. 8- -Segunda S. João de Deus vida pública como promotor. Em 1861 era
Terça eleito deputado geral por Pernambuco. Em
1/3/1894 — Inicio da construção da cidade 9- S. Cindido 1877, senador do Império. Foi ministro em
de Minas, hoje Belo Horizonte. 10- -Quarto S. Militão vários gabinetes. Ligou o seu nome às duas
1/3/1923 — Morre em Petrópolis o grande 11- Quinto S. Cândido leis emancipadoras: a de 28 de setembro de
brasileiro Rui Barbosa. -Sexto
12- S. Gregório 1871 e de 13 de maio de 1888. Proclamada a
3/3/1828 — D. Pedro I abdica da coroa de
1S- -Sábado Santa Sancha República, João Alfredo, fiel aos seus prinei-
Portugal em favor da sua filha d. Maria
da Gloria. 14- Domingo Santa Matilde pios monárquicos afastou-se da política. Sò
mente muito tempo depois aceitou o cargo de
6/3/1817 — Irrompe em Pernambuco a revo- 15- -Segunda S. Zacarias
lução republicana, que se estende a Ala- presidente do Banco do Brasil. Morreu aos
16* -Terça S. Ciriaco 84 anos deixando um grande exemplo de dig-
goas, Paraíba, Rio Grande do Norte e -Quarto nidade e de honradez.
Ceará. 17- S. Patrício
7/3/1825 — Decreto do governo imperial con- 18* -Quinto S. Gabriel
cedendo anistia aos implicados, não pro- 19- -Sexto S. José VISCONDE DE INHAÚMA
nunciadoa, da Confederação do Equador. Sábado
8/3/1808 — Desembarcam no Rio de Janeiro
20- S. Martinho José Inácio, visconde de Inhau
o príncipe D. João e toda a família real 21- Domingo S. Bento JOAQUIM
ma, nasceu em Portugal a 30 de julho de
de Portugal. 22- -Segunda S. Emidio 1808 e faleceu no Rio de Janeiro a 8 de mar-
10/3/1817 — £ publicado o Manifesto da Re- 23- -Terça S. Felix ço de 1896. Ingressou na Marinha brasileira,
volução republicana de 1817, chamado o Quarto sendo guarda-marinha em 1823. Combateu as
"PRECISO". 24- S. Agapito revoluções de Pernambuco, Maranhão e Cea-
25- • Quinto S. Amadeu rá, em 1824, e as de Rio Grande do Sul e Ba-
11/3/1808 — O príncipe D. João organiza o
primeiro ministério que se constituiu no 26- Sexto S. Braulio hia em 1847. Tomou parte na guerra do Pa-
Brasil. 27- Sábado S. Roberto raguai como comandante em chefe da esqua-
13/3/1831 — Verificam-se no Rio de Janeiro 28- Domingo S. Alexandre dra em operações. Ocupou postos elevados
distúrbios conhecidos por "Noite das -Segunda na Marina. Era Grande do Império, do Con-
Garrafadas". 29- S. Bertoldo selho do Imperador, conselheiro de Guerra,
15/3/1789 — Primeira denúncia da Inconfi- 30- -Terça S. João Climaco Comendador das Ordens da Rosa, de Aviz e
dência Mineira, dada por Joaquim Silve- 31- Quarto Santa Balbina de Cristo, Oficial da Legião de Honra da
rio dos Reis ao Visconde de Barbacena. França e de outras muitas. Deixou várias
16/3/1838 — Termina na Bahia a revolução obras de assuntas da sua classe.
conhecida por Sabinada.
17/3/1825 *£ São executados no Rio de Ja- FRANCISCO BRAGA
neiro, João Guilherme Ratcliff, Joaquim
da Silva Loureiro e João Metrowich, im-
. plicados na revolução de 1824. \i—^nr COMPOSITOR
e maestro brasileiro, Fran-
cisco Braga nasceu no Rio de Janeiro a
19/3/1870 — Estreia de "O Guarani", de Car-
los Gomes, no Teatro Scala, de Milão.
20/3/1570 — Primeira lei favorável i liber-
-v* 15 de abril de 1868 e faleceu a 14 de março
de 1945. De origem humilde ascendeu à gló-
ria pela força de vontade e pelo talento. Foi
dade doa índios. autor da bela partitura do Hino à Bandeira,
22/3/1869 — O príncipe Luiz Felipe de Or- cujos versos Olavo Bilac escreveu. Entre as
Ieana, Conde d'Eu,' é nomeado coman- 23/3/1869 — Luis Alves de Lima e Silva é suas obras mais conhecidas destacam-se: "Ju-
dante em chefe das forças brasileiras em agraciado com o título de Duque de Ca- "O Contador de Dia-
piro", opera em um ato,
guerra com o Paraguai, em substituição mantes", "Anita GaribaUC, "Pastoral Mara-
a Caxias. 25/3/1824 — Juramento da primeira Consti- bã". "Oração à PitriR'. "Minueto", "Crepás-
(-)<vc©r) tuição do Império. culo", "Romance", "Berceuse", "Prelúdio",
"O Sonho de Daníe", "O
25/3/1838 — Inauguração do Imperial Cole- Poder ias Lágii
mas'' etc.
gio Pedro IL
25/3/1840 — O último bando de Cabanos
rende-se às forças legais em Lu-ea, boje CONSELHEIRO NABUCO DE ARAÚJO
Maués, no Maranhão.
Tomás Nabuco ie Araújo foi um ias
25/3/1884 — Libertação total dos escravos JOSÉ mais notáveis estadistas do Império. Nas-
no Ceará. ceu na Bahia a 14 ie agosto ie 1813 e fale-
27/3/1821 — Começa a circular no Recife ceu a 18 de março ie 1978. Iniciou a vida
o jornal "Aurora Pernambucana**. pública como promotor e depois juiz ie Di-
29/3/1569 — Chegam ao Brasil os primeiros reito em Pernambuco. Deputado por essa Pro-
jesuítas. vinda, foi um dos nossos maiorei parlamen-
tares. Ministro várias vezes, foi um ios mais
27/3/1625 — Chega à Bahia a frota enviada ardorosos batalhadores da emancipação ios
por Felipe II e'*ob o comando de D. escravos. Jurisconsulto eminente, deixou obras
Fradiqne de Toledo Osório, para expul- ie real saber, entre elas o projeto io "Cá-
aar oa holandeses. digo CitnT. Era ia Conselho io Imperador,
27/3/1817 — £ fusilado na Bahia Joaé In* Conselheiro ie Estado, Grã-Cruz « Oficial
cio de Abreu e Lima, o Padre Rama, ia Ordem ie Cristo e Oficial im Ordem ia
E quando respira, que é que sente? implicado na revolução Praieira (Per- Rosa. Nabuco ie Araújo era pai io grande
Cheiro de brilhanúna... namboco). abolicionista Joaquim Nabuco.

104 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

ABRIUv
FATOS HISTÓRICOS — Quinta
— Sexta
S. Macárlo
VULTOS
DE ABRIL
JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E
SILVA

Bonifácio ê considerado o "Patriarca


S. Francisco
IOSÊda Independência", pelos serviços retevan-
DESTE MÊS —Sibado
— Domingo
S. Ricardo
S. Zóiimo
tes que prestou à causa da nossa emancipa-
ção política. Nasceu o grande brasileiro em
—Segunda S. Vicente São Paulo a 13 de junho de 1763 e faleceu
1/4/1680 — Carta de lei abolindo a escravi- — Terça
dão dos índios no Brasil.
S. Marcelino a 6 de abril da 1838. Foi um eminente sábio,
—-Quarta S. Eplíanlo mineralogista e poeta, sendo membro de vá-
1/4/1805 — Cana criando o Conselho Supre- rias associações cientificas da Europa. Abra-
mo Militar e de Justiça, hoje Supremo —Quinta S. Amando
çou a causa da nossa independência, e foi
Tribunal Militar. —Sexta S. Procópio um conselheiro infatigável do príncipe D. Pe-
6/4/1831 — José Bonifácio de Andrada e 10 —Sibado S. Apolonio dro. Proclamada a Independência, foi depu
Silva é nomeado tutor do príncipe D.
Pedro de Alcântara e suas irmãs.
11 — Domingo S. Leão tado à Constituinte, dissolvida, depois, pelo
IX — Segunda S. Vítor Imperador. Acusado injustamente de crime de
6/4/1892 — Manifesto dos generais contra * traição, foi exilado com outros políticos da
governo Floriano Peixoto. 13 —Terça S. Hermeneglldo época. Chamado ao Brasil, depois de sete
7/4/1831 — D. Pedro I abdica o trono do 14 —Quarta S. Tiburcio anos recebeu honras excepcionais. Faleceu o
Brasil a favor do seu filho D. Pedro, de- 15 —Quinta TREVAS insigne paulista em Niterói.
pois D. Pedro II. 16 —Sexto
10/4/1866 — Combate da ilha de Redenção PAIXÃO
JOAQUIM MANOEL DE MACEDO
(Guerra do Paraguai) no qual perdeu a 17 —Sábado ALELUIA
vida Vilagran Cabrita. 18 —- Domingo PÁSCOA T M dos mais famosos e populares escrito-
12/4/1577 — Carta Regia unificando o Go- *-' res brasileiros, Joaquim Manoel de Ma-
19 — Segunda S. Hermogenes
vêrno do Brasil com sede na cidade de cedo nasceu na Província do Rio de Janeiro
20—Terça Santa Ignez a 24 de junho de 1820 e faleceu a 11 de abril
Salvador.
13/4/1831 — D. Pedro I parte par» » Euro- 21 —Quarta TIRADENTES de 1882. Foi professor Catedràtico do Cole-
pa .após a abdicação. 22 — Quinta Descobr. do Brasil gio Pedro II, sócio fundador do Instituto His-
13/4/1831 — Ê executado, pela primeira ver. 23 — Sexta S. Jorge tórico e da Sociedade Auxiliadora da Indús-
o Hino Nacional, de Francisco Manoel tria Nacional. Deixou obras em prosa, verso e
24 — Sábado S. Fidelis
da Silva. para teatro. Destacam-se entre elas, os ro-
15/4/1840 — Fundação no Rio de Janeiro,
25 —- Domingo S. Marcos mances "A Moreninha", "O Moço Louro",
"Os Dois
na residência do senador José Martinia- 26 — Segunda S. Cleto Amores", "Mulheres de Mantilha",
"O
no de Alencar, da Sociedade Promotora 27 — Terça S. Tertuliano Forasteiro", "O Rio Quarto'', "O Culto do
da Maternidade. 28 — Quarta S. Vital Dever", "A Nebulosa", "A Baronesa do
17/4/1823 — Reúne-se na cidade do Rio de Amor" e muitas obras. Macedo i patrono da
29 — Quinta S. Hugo cadeira n. 20 da Academia Brasileira de Lt-
Janeiro a Assembléia Brasileira Consti-
tuinte e Legislativa. 30 —Sexta S. Catarina de Sena trás.
18/4/1792 — Lavra-se a sentença dos impli-
cados da Inconfidência Mineira. TIRADENTES
19/4/1648 — Primeira batalha dos Guarani-
pes, (Guerra Holandesa) em que os ho- José da Silva Xavier, conhecido
Iandeses foram completamente desbara- historicamente por Tiradentes, é o grande •
JOAQUIM
lados. mártir da Inconfidência Mineira. Nasceu em
20/4/1632 — Domingos Fernandes Calabar 1748 e foi enforcado no Rio de Janeiro a 21
-.' - apresenta-se ao f de abril de 1792. De origem humilde, mas
governo holandês no Re- mW^^mtWLW sempre votado è causa da liberdade do Bra-
cife, para auxiliar a guerra contra os
brasileiros.
21/4/1500 — A frota de Pedro Alvares Ca-
bral avista terra.
l_----M-___________Í sã, entrou na conspiração mineira, com ou-
tros vultos, muitos deles homens ilustres como
Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa e outros.
21/4/1792 — Execução de Tiradentes, apon- Foi o único que sofreu a pena capital, pois
tado como o principal responsável pela 24/4/1830 — Instalação da Sociedade de Me- não fugiu à responsabilidade do movimento.
Inconfidência Mineira. dicina do Rio de Janeiro, hoje Academia O vulto de Tiradentes i hoje um símbolo para
22/4/1500 — Descobrimento do Brasil por Nacional de Medicina. todos aqueles que amam a liberdade. "A for-
Pedro Alvares Cabral. 26/4/1500 — Frei Henrique de Coimbra, em ca foi para fie um monumento", disse Ma-
Ilhéus da Coroa Vermelha, celebra a pri- cedo.
meira missa no Brasil.
26/4/1821 — Parte para a Europa a esqua- PADRE MORORÓ
dra conduzindo D. João VI, de regresso o Padre Mororó — Gon-
a Portugal Quando regente do reino, D. CHAMAVA-SE
calo Inácio de Loiola Albuquerque
João e sua família vieram para o Brasil, Melo~ Foi um dos mártires da revolução re-
fugindo à invasão de Portugal pelos exércitos publicaria de 1824. Foi fusilado no Recife a
de Napoleão Bonapaite, comandados pelo 30 de abril de 1825. Republicano desde 1817,
general Junot. aderiu ao movimento político de 24. A sua
27/4/1842 — Inauguração, na capital de São vos foi a primeira que te ergueu no Ceará
Paulo, da iluminação a azeite. contra o imperador Pedro I.
30/4/1825 — £ fusilado no Recife Gonçalo O fato de haver induzido a Câmara Munici-
Inácio de Loiola Albuquerque e Melo, pai de Quixeramobim a declarar, em 18 de
conhecido por "Padre Mororó", envolvi- janeiro de 1824, deposta a dinastia dos Bra-
do na Revolução republicana de 1824. O gança levou-o à prisão e um processo, sendo
padre Mororó era natural do Ceará. Sa- condenado à morte. O Padre Mororó era um
cordote culto, erudito, poeta, orador sa- sacerdote de grande cultura, poeta, orador sa-
cro, jornalista, político, jurieconsulto e cro notável, jornalista e escritor. Redigiu o
botânico. primeiro jornal que se publicou no Ceará —
30/4/1854 — Inauguração do 1.° trecho 4a o "Diário do Governo". Era presbitero do há-
— fomos andar depressa... Eles são dois e Estrada de Ferro Maná, a primeira con»- bito de S. Pedro e Cavaleiro da Ordem de
nós estamos sozinhos... traída no Brasil. Cristo.

1954

L 105
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

W SÉ ^ji VENCEU A VARÍOLA À —


â ^ *-$ CUSTA DO RIDÍCULO

A lista dos homens que são co


siderados os maiores bemfeitc
res da humanidade, aparece entre os
primeiros o nome de Eduardo Jenner,
um médico rural, muito simples e agra-
dável, que criou o sistema da vacina-
X» Ç^° e "*' ° Pa* ^a 'nedicina preven-
^.i kk m JKIiiX tiva-
A varíola fazia verdadeiros estra-
gos, no século XVIII. Matava ou cega-
va e desfigurava suas vítimas. Todos
viviam em constante temor de contrair
tão horrível enfermidade e aqueles que
já tinham sido vitimados e se achavam
curados, eram evitados pelos seus se-
melhantes que ainda não tinham con-
traído a terrível moléstia. A imunização foi em realidade, adotada antes de
Jenner aparecer em cena. No Oriente sabia-se que a inoculação com uma forma
branda da enfermidade produzia imunidade.
Eduardo Jenner, filho de um pároco, havia nascido em 1749, em Berkley, Gloucesters-
hire. Foi alunoe, depois, amigo de toda a vida, do famoso cirurgião John Hunter. Ao for-
mar-se, ainda quis Hunter que Jenner ficasse em Londres; entretanto, o campo exercia sô-
bre êle tão forte atração, que regressou a Gloucestershire. Ambos os sábios mantinham
constante correspondência, pois se interessavam pela História Natural, e Jenner en-
viou a Hunter muitos espécimens para sua coleção.
"Eu
Foi a curiosidade de Jenner que o fez prestar atenção às palavras de uma leiteira.
nunca terei varíola. Eu tenho a vacino". A vacina era uma enfermidade que dava nas va-
cas, provocando erupções no úbere. As ordenhadoras apareciam às vezes com pústulas
nos dedos e se acreditava, em muitas partes do país, que isto causava imunidade. Os medi-
cos não acreditavam nisso e até zombavam da crença popular, porém Jenner tomou a sério
este fato. Começou a obser-
var e procurou um método
para levar à pratica a teoria
acima exposta.
. A idéia da vacinação
converteu-se quase em obses-
são para Jenner. Enfarou
seus colegas com o que estes aaaaajaa! ^H W^^

106 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
chamavam teorias ridículas, e em certa ocasião até lhe
pediram que deixasse de fa-
lar na -vacina, ou então que abandonasse a Sociedade Médica local.
Teve muitos maldizentes. Chamavam-no "pessoa vã# imaginativa,
transtornada e
impostora". Outros disseram que êle era um "entusiasta teórico".
As críticas eram
injustas. Jenner não era senão um homem bom e cordial,
animado pelo desejo de ajudar
o próximo.
Em 14 de Maio de 1796 inoculou em um menino de oito
anos a vacina tirada da
mão de uma leiteira e oito semanas depois o inoculou com varíola, sem
que o menino adoecesse.
Um ano depois tratou de publicar seus resultados, mas a Real Sociedade
se Opôs. Então pu-
blicou particularmente seu trabalho e, armado com seu livro "Uma Investigação
nas causas
e efeitos da vacina variólica, enfermidade descoberta em alguns condados
ocidentais da In-
glaterra, particularmente Gloucestershire, e conhecida com o nome de vacina", se dirigiu a
Londres.
Nem a oposição profissional nem a fama subsequente
que desfrutou lhe importaram
muito. Em 1860 milhares de pessoas, na Inglaterra, no continente
e na América haviam sido
vacinadas. Se Jenner houvesse sido ambicioso, teria feito uma
fortuna guardando seu
segredo. Um governo agradecido concedeu-lhe 10.000 libras esterlinas e
posteriormente
mais 20.000.
Em sua época Jenner se fez famoso,
porém a fama pouco lhe significou. Ainda havia
quem o difamasse. Um médico declarou que a vacinação deixava as pessoas expostas a tô-
das as enfermidades do gado; outro afirmou
que um menino, depois da aplicação da vaci-
na, estava "em estado de transformação, adquirindo as características
de uma vaca".
Napoleão, entretanto, a pedido de Jenner,
pôs em liberdade prisioneiros britânicos, di-
zendo: "Jenner !... Não podemos negar nada a esse homem !"
Foi médico extraordinário do rei e praticou durante algum tempo em Londres, retiran-
do-se logo em seguida para terminar os seus dias
na aprasivel aldeia de Berkley, onde havia nas-
cido.
Os sábios dizem que Jenner antecipou sua
época, porque nasceu oitenta anos antes de Pasteur,
homem que daria valor aos seus descobrimentos.
Jenner, sem dúvida, desconhecia a natureza do
agente infeccioso na varíola, um virus. Pasteur desço-
briu o método de debelar o virus, de modo que produ-
zisse os necessários anti-corpos no organismo humano,
sem causar os sintomas da enfermidade.
Este é o princípio da imunização, tal como
existe.
A imunização tem progredido bastante desde
essa época; mas se Jenner se tivesse acovardado'
perante o ridículo em que seus colegas o coloca-
vam, é lógico concluir que continuaríamos sob o
terror dessa horrível enfermidade, como acontecia
aos nossos antepassados, há duzentos anos.

I 954
107
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

M.ÍVIO
FATOS HISTÓRICOS — Sábado S. Felipe
VULTOS
DE MAIO
EÜSEBIO DE QUEIROZ

de Queiroz Matoso da Câmara,


—• Domingo Santa Mafalda EUSÊBIO
ilustre estadista do Império, nasceu em
—Secunda S. Isidoro São Paulo de Loanda, na África a 12 de de-
DESTE MÊS — Terça Santa Monica lembro de 1812 e faleceu no Rio de Janeiro
a 7 de maio de 1868. Magistrado, deputado
— Quarta Conv. S. Agostinho
geral, senador do Império, foi um orador de
1/5/1500 — Primeira musa em terra firme — Quinta S. Ricardo largos recursos, um dos maiores do seu tem-
celebrada no Brasil por frei Henrique de — Sexta S. Estanisláo po. Ministro de Estado, coube-lhe fazer votar
Coimbra. — Sábado Aparição de S. Miguel a chamada lei Eusébio de Queiroz, que extin
2/5/1500 — A frota de Cabral deixa o Bra- — Domingo S. Gregório guia o tráfico dos negros. Seu nome está.
sil em demanda da índia. 10 — Segunda S. Tobias pois, diretamente ligado à história da aboli-
2/5/1826 — D. Pedro IV de Portugal (1.° ção da escravatura. Deve-se a êle, também, o
11 —Terça S. João Damião nosso Código Comercial e outras iniciativas
do Brasil) abdica da coroa portuguesa a 12 — Quarta S. Joana de interesse nacional. Foi um homem de gran-
favor da sua filha d. Maria.
13 — Quinta S. Gervásio de caráter e de uma integridade a toda prova.
3/5/1823 — Instalação da Assembléia Geral 14 — Sexta S. Atanasio
Constituinte. ANTÔNIO DE SIQUEIRA CAMPOS
15 — Sábado S. Nereu
4/5/1822 — Aviso do príncipe Regente D. 16 — Domingo
Pedro estabelecendo qae lei alguma ema-
S. João Nepomuceno A NTONIO de Siqueira Campos, brava li-
nada de Portugal seria executada sem o 17 — Segunda S. Pascoal *?¦ gura da revolta do Forte de Copacaba-
seu CUMPRA-SE. 18 — Terça S. Venancio na, em 1922, merece o culto da mocidade bra
19 — Quarta S. Pedro Celestino •sileira. Muito moço ainda, com os seus ca-
6/5/1644 — O príncipe Maurício de Nassau
20 — Quinta S. Bernardino Sena moradas daquele Forte desfraldou a bandeira
entrega o governo do Brasil Holandês ao
da Revolução. Lutou, em campo aberto, na
Supremo Conselho do Recife. 21 — Sexta S. Ubaldo praia de Copacabana, contra as forças do go-
7/5/1681 — Assinatura do Tratado entre Por- 22 — Sábado Santa Rita de Cássia vérno. Vencida a revolta, Siqueira Campos
tugal e Espanha dispondo sobre a Colo- 23 — Domingo S. Desiderio conseguiu fugir. Tomou parte em todos os
nia do Sacramento. 24 — Segunda S. Cláudio movimentos revolucionários que se seguiram.
8/5/1867 — Começa a Retirada da Laguna, Estava exilado em Buenos Aires quando se
25 — Terça S. Gregório Vil
operação militar que o Visconde de Tau- preparava a revolução de 1930. Morreu num
26 — Quarta S. Felipe Nerl desastre de aviação, a 10 de maio daquele
nay descreve na sua obra famosa.
27 — Quinta Ase. do SENHOR ano, quando vinha para o Brasa tomar parte
9/5/1642 — Uma esquadra holandesa sob o
comando de Jacob Willckens entra na
28 — Sexta S. Germano no movimento. Siqueira Campos teve uma
29 — Sábado S. Máximo bela vida. Foi um exemplo de bravura e de
baía de Todos os Santos e inicia o ca-
nhoneio da cidade do Salvador. 30 — Domingo S. Fernando patriotismo.
10/5/1624 — Os holandeses ocupam a cidade 31 — Segunda Santa Petronila EVARISTO DA VEIGA
do Salvador e prendem o governador
Diogo de Mendonça Furtado. das maiores do jornalismo brasi-
10/5/1789 — Tiradentes é preso no Rio de GLÓRIAleiro. Evaristo Ferreira da Veiga nasceu
Janeiro. urnaèm |*rjl no Rio de Janeiro a 8 de outubro de 1799 e
13/5/1805 — Decreto criando o Primeiro Re- morreu, ainda moço, a 17 de maio de 1837.
Fundou e dirigiu o jornal "Aurora Flumi-
gimento de Cavalaria do Exército.
nense", para defesa da independência brasi-
13/5/1822 — O príncipe D. Pedro aceita o
leira ameaçada. Combateu Pedro I e foi um
título de Defensor Perpétuo do Brasil
dos mais poderosos elementos que provoca-
que lhe foi oferecido pela Municipalidade ram a abdicação do Imperador. Foi deputado
e pelo povo do Rio de Janeiro.
por Minas Gerais. Bravamente se portou no
14/5/1633 — Henrique Dias apresenta-se a»
15/5/1843 — 0 padre Diogo Feijó apresenta jornalismo e no Parlamento. Fundou a Socie-
general Matias de Albuquerque oferecen- iode Defensora da Liberdade e da tndepen-
do seus serviços e os dos pretos que o ao Senado a defesa da sua atuação na
Revolução de 1842. dência Nacional criada para reforçar a digni-
acompanhavam para a guerra contra os dade do Império. A esse homem de rara tem-
holandeses. 22/5/1644 — O príncipe Maurício de Nas-
sau parte para a Holanda. pera, reservou o destino a missão de ser, de
24/5/1827 — Assinatura do Tratado pelo fato, o homem da Independência, o espírito
iluminado que acendeu a flamula da reação
qual a Banda Oriental, hoje República do
Uruguai, é restituida ao Brasil. contra o despotismo do árdego e violento fi-
lho de D. João VI.
24/5/iôóó — Sstalha de Tuiüti, entre brasi
leiros e paraguaios, com a nossa comple-
ta vitória. As tropas brasileiras eram co- RODOLFO AMOEDO
mandadas pelo general Osório, mais tar-
de marquês do Herval. Esta batalha te- T^ODOLFO Amoedo foi um dos maiores ar-
ria sido para Lopex um desastre irreme- •^ listas brasileiros. Entre os seus trabalhos
diável e talvez a ação decisiva da guer- mais notáveis destacam-se "A Partida de Ja-
"*
ra, se a cavalaria dos aliados fosse ao cob", "Narração de Filetas" "Memória^,
"Pensamento", "PcnsaáwT etc.
menos tio poderosa como a paraguaia e Seus painéis
pudesse ter perseguido o inimigo em de- ornam o Policio do Itamarati, a Casa da
bandada. Lopex, que desde 11 de junho Moeda, a Câmara Municipal e o Supremo
do ano antecedente não tinha esquadra, Tribunal Militar. Foi professor da Escola Na-
ficaria provavelmente sem exército. cional de Belas Artes durante 17 anos. Amoe-
Í5/5/1871 — Viagem para a Europa, do im- do foi uma vigorosa expressão artística. Sua
jML perador Pedro II„ ficando na Regência vida, êle consagrou-a toda ao seu trabalho,
do Império a princesa Isabel. com o qual formou um patrimônio, não só de
39/5/1843 — Celebra-te em Nápoles o casa- arte propriamente dita, mas também de bela
Estai vendo, Maria:1 Hino í que dá quererei mento de D. Pedro II com a princesa cultura. Faleceu Amoedo a 31 de maio de
que eu U ajude ! Teresa Cristina de Bourbon. 1941.

108 1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

JUNHO
FATOS HISTÓRICOS 1 — Terça
2— Quarta
S. Firmo
VULTOS
DE JUNHO
HENRIQUE
t

Dias, famoso guerreiro do.


Brasil colonial e orna das mais nobres
expressões das virtudes militares da nossa
S. Mareeliao pátria, nasceu em Pernambuco no fim do sé-
DESTE MÊS — Quinta
—Sexta
Santa Paula
S. Francisco
culo XVI e morreu a 8 de junho de 1662. Ao
se preparar a insurreição brasileira contra o
domínio dos holandeses, êle se apresentou a
1/6/1808 — Começa a circular em Londres — Sábado S. Marciano Maüas de Albuquerque com um batalhão de
sob a direção de Hipólito José da Costa — Domingo Pentecostes negros para tomar parte na luta. Teve parte
o "Correio Brasiliense", com o objetivo
de se bater pela nossa Independência.
— Segunda Severino saliente nos combates do Rio Formoso, Porto
3/6/1621 — Os Estados Gerais da Repúbli- — Terça Roberto Calvo, Casa Forte, Gequiá e nas duas bata-
— Quarta Feliciano lhas dos Guararapes. Foi ferido várias vezes.
ca das Províncias Unidas da Holanda
Foi um verdadeiro flagelo para o inimigo nos
concedem à Companhia das índias Orí- II — Quinta Santa Margarida encontros finais que determinaram a tomada
entais a carta patente que lhe dá o prí- 11 —Sexta S. Barnabé
vilégio do comércio e governo das con- do Recife. Henrique Dias escreveu uma pá
quistos que fizesse na América e África.
12 — Sábado S. João Facundo fina luminosa na história da guerra da res-
3/6/1822 — Decreto convocando a Assem- 13 — Domingo S. Antônio de Pados tauraçâo.
bleia Geral Constituinte. 14 — Segunda S. Basilio MARCILIO
t/6/1605 — Iniciam-se os trabalhos de cons- DIAS
15 — Terça S. Vito
tração do Convento de Santo Antônio, no
Rio de Janeiro.
16 — Quarta S. Aureliano Dias, marinheiro brasileiro,
17 — Quinta CORPO DE DEUS MARCILIO
herói da batalha do Riachuelo, nasceu
6/6/1647 — Decreto de D. João VI dando à
cidade do Rio de Janeiro o titulo de 18 — Sexta S. Marcos na cidade do Rio Grande, filho de uma lava-
deira. Não se sabe, com segurança, a data do
LEAL 19 — Sábado Santa Juliana seu nascimento. Morreu por ter defendido o
6/6/1775 — Lançamento da pedra fundamen- 20 — Domingo S. Silvério
tal da Igreja da Candelária, no Rio de pavilhão naioenaL, na batalha do Riachuelo,
Janeiro.
21 — Segunda S. Luís Gonzaga no dia seguinte a esse memorável feito. Na
10/6/1805 — Decreto do príncipe regente D. 22 — Terça S. Paulino Campanha Cisplatina, tomou parte no as-
23 — Quarta Santa Edeltrudes salto a Paisandí, sendo êle quem colocou
João declarando guerra à França.
10/6/1842 — Inicia-se em Barbacena a Re- a bandeira do Brasil no alto da torre da
24 — Quinta S. João Batista Igreja. Em Riachuelo, Marcilio Dias lutou
volução liberai, na qual estiveram envol-
vidos vultos eminentes da política entre
25 — Sexta S. Guilherme como um leão, na "Pamaiba", batendo-se cor-
eles Teófilo Otoci. 26 — Sábado Santa Clara po a corpo com os paraguaios. Ferido mortal-
11/6/1865 — Batalha naval de Riachuelo. 27 — Domingo S. Ladialaa mente veio a falecer no dia 12 de junho de
1865. Foi sepultado com todas as honras, no
(Guerra do Paraguai), comandada pelo 28 — Segunda S. Leão II rio Paraná.
gênio militar de Barroso e ganha glorio- 29 — Terça S. Pedro e S. Paulo
samente pelos brasileiros. Essa batalha
decidia a vitória das nossas armas na
30 —Quarta S. Mareai PANDIÂ CALÔGERAS
guerra Lopez. "D
12/6/1641 — D. Joio IV de Portugal firma ANDIA Calôgeras foi uma ias mais altas
um tratado com a Holanda, de- aliança
defensiva « ofensiva. Relativamente, po-
rém, as terras ocupadas' pelos bolande- ¦
ses no Brasil foi estabelecido um armis-
ãlBHHKl 1- expressões da cultura em nosso pais.
Nasceu no Rio de Janeiro a 19 de junho de
1870 e faleceu em Petrópotis a 21 de abril de
1934. Formado em engenharia pela Escola de
ticio de 10 anos. Minas de Ouro Preto. Foi deputada federal
13/6/1621 — Carta Regia dividindo o Brasil e um dos nossos maiores parlamentares. Mi-
em dois Estados: o do Brasil, com a ca- nutro da Guerra do governo Epitáao Pessoa.
Historiador, sociólogo, deixou várias obras de
pitai na cidade do Salvador e o do Ma-
ranhío compreendendo o Ceará, o Mara- valor. Representou o Brasil na Conferência
nhio e o Grão-Pará, com a capital em da Paz, de Versaüles, ao fim da guerra de
São Luiz. Alagoas, o bispo Pedro Fernandes Sai- 1914/18. Entre as suas obras mais notáveis
13/6/1645 — Início da insurreição pernam- dJMÉL citam-se: "As Minas do Brasa", "Marquês
bacana contra o domínio holandês. de Barbacena", "Formação Histórica do Bra-
21/6/1764 — Foi inaugurada a Vila Real do siT, "O* Jesuítas e o Ensino", "Conceito
16/6/1556 — £ sacrificado pelos índios na Crato, no Ceará, na antiga aldeia dos Ca-
margem esquerda do rio S. Miguel, em Cristão do Trabalho*, "Problemas da Admi-
riria. nistração" etc
22/6/1874 — Inauguração do Telégrafo sab-
raarino entre • Rio de Janeiro e a Eu- TOBIAS BARRETO
ropa.
22/6/1890 — Decreto estabelecendo uma T" OBIAS Barreto de Menezes, grande ta-
-1 lento, jurista, poeta,
Constituição Provisória para a Repó- filósofo, polemista,
professor da Faculdade de Direito do Recife,
pública. nasceu em Sergipe a 7 de junho de 1839.
27/6/1810 — Alvará do principe regente man- Como poeta deixou-nos um livro "Dias e Noi-
dando instalar a Real Biblioteca do Rio tes". Foi um dos arautos da escola condorei-
de Janeiro na Igreja do Carmo, no Rio ra. Além desse livro escreveu: "Ensaios e Es-
de Janeiro. tudos de Filosofia e Critica", "Um Discurso
28/6/1789 — Rompe em Vila Rica a Inaorrei- em Mangas de Camisa", "Estudos Alemães",
"Menores
e Loucos em Direito Criminal".
ção de que Felipe dos Santos era um dos "Algumas
chefes. Os revoltosos, depois do acordo Idéias sobre o Fundamento iq O»-
celebrado com o governador Conde de reito de Punir". "Questões vigentes", "Pa-
Assomar, foram traídos, sendo Felipe dos Umieas" etc. Tobias Barreto foi, no seu Um-
Santos executado barbaramente. po, uma figura ecepcionaL Cerebraçâo pode-
6y?tt rosa, animada por um gênio violento, tratou
28/6/1906 — Inauguração da Fortaleza da
Lage, na baia do Guanabara. polêmicas memoráveis. Por isso mesmo, ta-
freu o bastante para merecer a consagração
Ou me paga o «alor da passagem, eu exijo 28/6/1930 — Inaugura-se no Rio de Janeiro da posteridade. Morreu Tobias Barreto « 26
autópsia no cachorro ! o Teatro João Caetano. ia junho de 1889, na cidade do Recife.

1954 109
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Wr%!r r GKJrVr fe Bwflíl RIR UM POUCO


Um sujeito formidável ESCOLHA DIFÍCIL... NÃO CHEGOU A TERMINAR !
tipo está sentado à mesa do "café". Entra outro
ESPÍRITO PRÁTICO — Eu — dizia aquele tipo — sou
infalível. Nunca me engano! Bem,
UM e, então, ouve-se o diálogo seguinte:
— Que é que queres tomar ? Queres café... ou prefe-
para falar a verdade, uma vez eu me res café ?
menina estava em férias, nada tinha a fazer e decidiu em- enganei. Foi quando pensei que es- Se queres que te diga, não sei. O café faz-me mal...
À pregar seu tempo em alguma coisa. Sabia que no edifício tava enganado, mas depois vi que e o café também não me faz lá muito bem.
de apartamentos havia muitas mamas com filhos pequeninos, estava enganado porque não me ti- Então, espera lá, por que não experimentas to-

\\\ c A$4Í'~^y6&^-^~- Al
mar café ?
e imaginou "alugar-se", à moda norte-americanas, para tomar nha enganado.
O outro, depois de refletir:
conta dos nenês. Assim, seria útil e ganharia alguns cruzeiri- E' verdade, boa idéia ! Garcon, um café !...
nhos, para pipocas e cinemas . . .
Conversam as comadres
Foi, então, ao escritório do papai, apanhou uma folha de NUM RESTAURANTE
papel e rabiscou, em letras de imprensa: Então, Maricota! Eu soube que
Dois padres entram, sentam-se a uma mesa e pedem
( ( Ç ( As-/ J)
O meu afiihadinho está aprendendo
Tabela de preços para cuidar de Bebês (Tratar esm a Ma- a tocar clarineta ! E' verdade ? dois jantares.
E', sim, Josefina. E', sim... Meu O garcon começa a servir e entorna um prato de sopa
riazinha. no apartamento 101). sobre um dos clientes que, com um sorriso de benevolên-
2 cruzeiros por hora
filho canta tão bem que eu resolvi cia, afirma "que não tem importância...". Segue-se o
Bebes dormindo comprar uma clarineta, para que êle peixe com salada e o desastradissimo garcon entorna o
I Bebês chorando 4 cruzeiros por hora mesmo se possa acompanhar . . . galheteiro sobre a mesma "vítima". Vem a carne e en-
Ah! Naturalmente! Foi uma torna o molho da travessa. Então, o padre
Bebês molhados
Bebês mais que molhados 10
5 cruzeiros por hora
cruzeiros por hora
ótima idéia, sabe ? Os pianos andam
tão caros, ultimamente, não é, Ma-
ricota ?
levanta-se, vermelho, e exclama Trará os outros
fregueses:
— Eu não posso, porque sou padre ! Mas
algum dos senhores pode dizer alguma coisa
o
MARIDO (depois de ler o
jornal) — Diz aqui o jor-
nal que de cada três crianças que
1 \M indivíduo vai à Policia apre-
^-^ sentar uma
queixa.
Senhor chefe, continuo a receber
r.éSiSÜSi ipropriada a este homem ? ... nascem no Mundo, uma é um cartas anônimas em que me ameaçam
chinês. se eu não pagar até o fim do mis...
COISAS DA MÚSICA TRÊS POTOQU ElROS A MULHER — Credo ! Ainda Disse o senhor cartas anônimas ?
Senhor Aniceto, por que é que o lhos L.que nós só temos dois fi-
bem — perguntadhc o chefe, um
pouco agás-
T rês andaluzes conversam. Falam das suas via- senhor é tão gordo ? tado.
Sim, são assinadas com um pseu-
gens e da sua celebridade. Porque não discuto.
iônimo: "O alfaiate".
Eu — diz Juan — sou popularissimo na In- Ah ! Isso não é verdade ! Eu já
M mendigo bate à de
vi o senhor discutir mais de uma vez ! K~JJ certo ricaço e, numporta
tom de
glaterra. Sempre que chego a Londres estão a Rai- O senhor discute ! voz dolorida conta as suas des-
nha e toda a família real à minha espera. E, na Então, está bem. Discuto. venturas: cliente para o garcon do
—... e calcule o meu bom se- O restaurante:
• a rua, os londrinos dizem sempre, quando me vêem: nhor que os meus três pobres fi- Posso saber de que sou
— "Olha ! O Juan está aqui outra vez !" lhos têm escarlatina; minha mu- acusado?
NO VETERINÁRIO lher está doente; minha irmã
Pois eu, diz Manolo, sou popularissimo é na partiu ontem uma perna e a mi- ? I ?
nha mãe está paralítica... Há uma hora que o se-
América. Todos os americanos me conhecem' Então, o dono da casa, com as
lágrimas nos olhos, chamou o nhor me tem a pão e água...
Quando chego a qualquer aeroporto americano, criado e disse-lhe:
está lá sempre o Presidente Eisenhower que me dá jertt.nX.fio — Batista, este homem corta-
logo o braço e me diz: — "Meu caro Manolo, va-
mos tomar um "drink"!" E leva-me sempre para
C^^
Ék
'9 th
me o coração! Ponha-o na rua !
DOIS
loucos encontram-se
num corredor do Mani-
a casa dele.
Ar$l praia.
NA;Um banhista pergunta a
cômio:
Olá I Então, que tal ?
V À um médico:
Pepe toma, então, a palavra: Desculpe, doutor, quan- Como Tuestou eu ?
estás bem. E eu?
Pois nada disso tem comparação com o que to tempo pode uma pessoa es-
me sucede a mim na Itália ! Não há, de Norte a Sul tar debaixo dágua sem res-
da Península Itálica, quem não me conheça. Ainda pirar ? de ter percorrido
.da última vez que lá estive, foi esperar-me o pró- Todo o tempo que qui- DEPOIS um longo caminho que
ser. Ontem fiz a autópsia a ia desde a estrada até uma
prio Papa, que me trouxe, no seu automóvel, até um indivíduo que tinha esta- casa isolada, o carteiro excla-
o Vaticano. Atrás de nós, vinha uma multidão tão do debaixo dágua vinte e dois mou, ao entregar uma carta
grande que, chegados ao palácio, tivemos de vir à dias... ao velho lavrador:
janela, eu e o Papa. E, então, toda a gente pergun- Caramba ! Este caminho
Venham depressa ! tou assim, apontando para êle: encontrado num ce- até sua casa é grande!
A minha mulher cai»
numa lagoa e já tem água até os joelhos.
EPITAFIO
mitério:
"Aqui jas um sujeito
Realmente é muito gran-
Até os joelhos ? Mas isso não tem perigo I
Quem será aquele padre, vestido de branco, que de; mas, também, se fosse
acendeu um fósforo para ver se
E' que ela caiu de cabeça para baixo. . . que está ao lado do Pepe ?... — Don-doutor... Na-não sei po-por-que meu pa- um tambor tinha gasolina... mais pequeno não chegava
pa.. gaio ti ja-fa-faU gagá gueijando... E tinha". até aqui em casa.
110 1954
954 * in
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

JULHO
FATOS HISTÓRICOS — Quinta S. Teodorlco
VULTOS
DE JULHO
MIGUEL PEREIRA
\AlGUEL Pereira foi uma das maiores ti-
¦!¦"* guras da medicina brasileira. Nasceu
—Sexta Visitação de N.» 8.* em São Paulo a 2 de julho de 1871. Faleceu
DESTE MÊS — Sábado
— Domingo
S. Jacinto
Santa Isabel
a 23 de dezembro de 1918. Sua vida foi um
exemplo de amor à ciência e de amor ao
— Segunda S. Atanásio Brasil. Foi um dos mais eminentes professo-
2/7/1823 — Evacuação da cidade do Salva- res da Faculdade de Medicina do Rio de Ia-
dor, na Bahia, das tropas portuguesas e
— Terça S. Domingos
neiro. Travou uma luta memorável em prol
entrada triunfal do exército brasileiro. — Quarta Santa Pulquéria da saúde do nosso povo. E, ante a indiferen-
2/7/1824 — Proclamarão de Manuel de Car- — Quinta S. Procópio ça dos poder es públicos pelo grande problema
valho Pais de Andrade, presidente da — Sexta S. Cirilo da profilaxia dos nossos sertões, lançou aque-
Província de Pernambuco, convidando as 10 — Sábado S. Januário Ia célebre frase que ainda hoje repercute em
províncias do Norte a estabelecerem um todo o país: "O Brasil é um vasto hospi-
11 — Domingo S. Pio tal!" Essa frase de Miguel Pereira era uma
governo com o nome de Confederação do 12 — Segunda S. João Gualberto
Equador, constituída pelas Províncias de advertência aos nossos homens públicos, era
Pernambuco, Piauí, Ceará, Rio Grande 15 — Terça S. Anacléto um brado do mais alto patriotismo, porque
do Norte, Paraíba e Alagoas. 14 — Quarta S. Boaventura era sincero. O ilustre mestre deixou uma sé-
2/7/1944 — Parte do Rio de Janeiro, com 15 —Quinta S. Henrique rie de trabalhos científicos do mais alto valor.
destino à Itália, o 1.° escalão da Força 16 — Sexta N.» S.» do Carmo
Expedicionária Brasileira, constituída de ALBERTO NEPOMUCENO
17 — Sábado S. Aleixo
5.075 homens, inclusive 304 oficiais.
18 — Domingo S. Camilo de Lélis T MA das maiores figuras da música bra-
3/7/1722 — Parte da capital de São Paulo '-' sileira. Nasceu no Ceará a 6 de
com destino a Goiás a "bandeira" che-
19 — Segunda S. Vicente de Paula julho
de 1864. Foi professor da Escola Nacional de
fiada por Bartolomeu Bueno da Silva, 20 — Terça S. Marcial Música. Compositor genial, Nepomuceno mar-
cognominado, como seu pai, o Anhan- 21 — Quarta S. Praxedes cou uma época com as suas partituras. A co
guará. 22 — Quinta St*. Maria Madalena roação ia sua carreira artística foi a repre-
S/7/1914 — Edu Chaves voa em aeroplano da 23 — Sexta S. Apolinário sentação em Buenos Aires da sua ópera
"ABVL"
capital de São Paulo ao Rio de Janeiro, 24 — em junho de 1913. A 1 de setembro
Sábado S. Jerônlmo era ela levada à cena no Teatro Municipal do
em 279 minutos.
25 — Domingo S. Tiago .. Rio de Janeiro. São ainda do grande mestre
5/7/1922 — Levante de parte da guarnição "Comunhão", "Anhelo", "Valsa".
militar do Rio de Janeiro e quase toda
26 — Segunda Santa Ana "Galho-
"Sonata", "Amo-te
de Mato Groso. 27 — Terça S. Pantaleão feira". muito", "Mater
28 — S. Nazário Dolorosa", "Tú és o soV, "Cantos Eucarisá-
5/7/1924 — Revolução militar em São Pau- Quarta eos", "Numa Concha", "Ocaso", "Canto Nup-
Io, chefiada pelo general Isidoro Dias 29 — Quinta Santa Marta ciaT', "Sinos de Natal" etc.
Lopes. 30 — Sexta S. Abdon
9/7/1501 — Carta de D. Manoel I, de Por- 31 — Sábado S. Inácio de Loiola CARLOS CHAGAS
tugal, comunicando aos principais cato-
licos o descobrimento da Terra de Santa Ç^ARLOS Chagas é um nome intimamente
Cruz. ^S ligado ao de Oswaldo Cruz, de cuja
9/7/1553 — Patente passada a Inácio de obra foi um dos mais altos colaboradores
Loiola criando a Província do Brasil da Nasceu a 9 de julho de 1879 e faleceu a 8 de
Companhia de Jesus. novembro de 1934. Ê uma glória legítima do
ciência brasileira. Foi diretor do Instituto de
9/7/1932 — Rebenta em São Paulo a Revolu- Manguinhos, hoje Oswaldo Cruz, Professor
ção Constitucionalista. de Medicina Tropical da Faculdade de Me-
10/7/1884 — Abolição da escravatura no dicina do Rio de Janeiro. Representou o
Amazonas. Brasil em vários congressos internacionais,
13/7/1553 — Duarte da Costa chega ao Bra- recebendo por toda parte ai maiores home-
si], como sucessor de Tome de Sousa. nagens. Era membro de quase todas as asso-
Rica contra o governador de Minas Ge-
16/7/1934 — Promulgação da 2.» Constitui- ciações cientificas do mundo, deixando mui-
raia, Conde de Assumar.
tos obras sobre moléstias tropicais. Carlos
ção da República. 18/7/1841 — Sagração e coroaçáo de D. Pe- Chagas teve uma vida profundamente útil ao
18/7/1720 — Execução de Felipe dos San- tiro II. Brasil e à humanidade. Foi um apóstolo e
tos, chefe da revolta popular de Vila 20/7/1897 — Inauguração da Academia Bra- um benfeitor.
sileira de Letras, "sob a presidência de
Machado de Assis e tendo Joaquim Na- VISCONDE DE CAIRO
buco como secretário geral.
da Silva Lisboa, Visconde de Cairá, c
21/7/1674 — Parte de São Paulo a bandeira JOSÉ um dos nomes nuas famosos da história
de Fernão Dias Pais Leme. brasileira. Nasceu na Bahia a 16 de julho de
22/7/1635 — Execução de Domingos Fernan 1756. Faleceu a 20 de agosto de 1835. Esta-
des Calabar, em Porto Calvo, dista, historiador, jurisconsulto, advogado,
23/7/1840 — Decretada a maioridade de D. economista, comercialista, magistrado, patrí-
Pedro II. arca do Direito Comercial Brasileiro, Cairi
25/7/1868 — Tropas aliadas, tendo à frente teve uma projeção notável na vida incipiente
a 5." Divisão brasileira de Cavalaria, co- do Brasil império. Deve-se a êle a abertura
mandada pelo general Câmara, penetram dos portos brasileiros ao comércio estrangei-
na Fortaleza de Humaitá. to, medida assinada por d. João, graças aos
conselhos do grande brasileiro. Representou a
30/7/1609 — Felipe II da Espanha declara Bahia na Assembléia Constituinte que D. Pe-
livres os indios do Brasil. dro 1 dissolveu violentamente. Quasi aos oi-
. •. •. ¦ i - '. 31/7/1771 — £ assinado em Montevideo o tenta anos, levava àquela assembléia um ri-
«=-t«iw.ci-._ TTTtt'—r--.-- -.'•••
tratado, segundo o qual aquele paia, en- gor fora de comum. Deixou Cai rã muitas
tão denominado Banda Oriental, ficou obras de direito e economia que, se hoje es-
incorporado ao Brasil, tomando o nome tão afastadas das realidades, naquele tempo
— Que medo, oh ! de Província Cisplatina. eonttiiiüram verdadeiros tesouros de saber.

112 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

AGOSTO
FATOS HISTÓRICOS — Domingo
— Segunda
S. Leôncio
S. Pedro Advincula
VULTOS
DE AGOSTO
MARECHAL DEODORO

r~^\ marechal Manoel Deodoro da Fonseca


y~ nasceu em Alagoas a S de agosto de
DESTE MÊS 3— Terça
—Quarta
S. Estevão 1827. Foi um dos mais gloriosos e mais dig-
nos generais do Exército brasileiro. Coube-
S. Domingos
— Quinta lhe a missão histórica de proclamar a Repú-
1/8/1822 — D .Pedro considera inimig». e> N.» S.» das Neves blica a 15 de novembro de 1889. Matriculou-
portanto, sujeitas a serem tratadas como « — Sexta Transfig. do Senhor se na Escola Militar em 1843 e fez uma cor-
tal, todas as tropas procedentes de Por- — Sábado S. Caetano reira das mais brilhantes na sua classe. To-
tugal e desembarcadas sem a soa licença. — Domingo mou parte na campanha do Uruguai e teve
3/7/1645 — Batalha do Monte das Tabocas
S. Ciriaco
— Segunda um papel dos mais salientes na guerra com o
(Guerra Holandesa), ganha pelos per- S. Afonso Paraguai. Foi ferido três vezes no combate
nambucanos. 10 — Terça S. Lourenço de Itororó. Depois do ato de 15 de novembro
S/8/1709 — Primeira experiência da Ascen- ¦ 11 — Quarta S. Tiburcio assumiu o governo da República e foi depois
são Aeronáutica de Bartolomeu de Gus- 12 — Quinta Santa Ciara eleito seu primeiro presidente. Faleceu o
mão. 13 — Sexta grande soldado a 23 de agosto de 1892. Deo-
5/8/1822 — Eleição do príncipe D. Pedro S. Hipólito
14 — Sábado doro foi um tipo exemplar da dignidade mi-
para grão-mestre da Maçonaria. S. Eusébio litar pelas suas incontáveis virtudes cívicas.
6/8/1612 — La Ravardière chega ao porto de 15 — Domingo Assunção de N.* S.»
Javirá, em São Luiz do Maranhão e ini- 1S — Segunda S. Roque TOMAI ANTÔNIO GONZAGA
cia a construção do Forte a que deu 17 — Terça S. Mamede "pIGURA
o nome de São Luiz em homenagem ao 18 — Quarta proeminente da chamada Escola
rei da França Luiz XIII. S. Jacinto ¦*• Mineira,
19 — Quinta poeta lírico dos maiores que ü-
6/8/1661 — Portugal assinou o Tratado de S. Luiz vemos, nasceu Gonzaga a 11 de agosto de
Paz com a Holanda. 20 — Sexta S. Bernardo 1744, na cidade do Porto, Portugal. Seu
pai
6/8/1822 — O príncipe D. Pedro lança um 21 — Sábado Santa Francisea era um magistrado brasileiro. Vindo para o
Manifesto às Nações expondo os últimos 22 — Domingo S. Timóteo Brasil, ainda criança, Gonzaga educou-se bra-
acontecimentos do Brasil. sileiro. Formado pela Universidade de Coim-
8/7/1709 — Segunda experiência de Barto- 23 — Segunda S. Benício bra, seguiu a magistratura, sendo nomeado
lomeu de Gusmão. 23 — Terça S. Luís ouvidor da cidade de Ouro Prelo, onde conhe-
H/8/1710 — Chega à baía da Guanabara 25 — Quarta S. Zeferino ceu Maria Joaquina Dorothea de Seixas, a
Jean François Duclerc, mas atacado pela 26 — Quinta S. José Calazans famosa Marilia de Dirceu. Envolvido na cons-
Fortaleza de Santa Cruz, recuou e foi piração da Independência, foi condenado à
desembarcar em Guaratiba.
28 — Sábado S. Agostinho morte. A sentença foi depois comutada em
11/8/1827 — Carta de lei criando os cursos 29 — Domingo Degolação de S. João desterro em Pedras de Angoche, na África.
jurídicos de São Paulo e Olinda. 30 — Segunda Santa Rosa de Lima Morreu em Moçambique em 1807.
12/8/1834 — Promulgação da Lei conhecida 31—Terça S. Raimundo Nonato
por Ato Adicional. FAGUNDES VARELA
14/8/1822 — O príncipe D. Pedro parte para
São Paulo. r^iRANDE poeta do romantismo, contem-
v-^ porineo de Castro Alves
18/8/1838 — Apresentação da proposta, por e Alvares de
Azevedo, nasceu Fagundes Varela em Rio
parte de Cunha Matos, na Sociedade Au- ^ ___L'# Tm\
Claro, Estada do Rio, a 17 de agosto de 1911.
xiliadora da Indústria Nacional, de cria-
Foi um lírico de largos vôos e uma
ção do Instituto Histórico Brasileiro. No potente
dia seguinte, a idéia foi discutida e apro- inspiração. Deixou as seguintes obras: "No-
turnos", "Vozes "Cantos
vada. da América", e Fan-
20/8/1822 — Em sessão do Grande Oriente lasias", "Cantos Meridionais", "Cantos do Er-
do Brasil, presidida por Gonçalves Ledo, mo e da Cidade", "Cântico do .Calvário"
"Diário
de Lázaro", "O Evangelho nas Sei-
pronuncia este um discurso em que de- vos" "Diário do Lázaro", "Ruínas da Glória",
clara ser chegada a hora de proclamar 22/8/1942 — Publicação do comunicado da
Presidência da República dando ciência A Fundação de Piratininga" etc. A
a independência do Brasil. poesia
à Nação de que fora aceito o estado He mais popular de Fagundes Varela ê o "Cân-
20/7/1823 — Decreto de D. Pedro I conce- beligerância entre o Brasil e os países do tico d0 Calvário", escrita quando lhe morte*
dendo a Maria Quitéria o soldo de alfr- Eixo (Alemanha e Itália). o filho. Tendo cursado a Faculdade de Direi-
res do Exército brasileiro. to de São Paulo, não chegou a se
24/7/1820 — Inicio da Revolução Constitu- formar.
cionalista do Porto, em Portugal, cuja
SILVA JARDIM
vitória muito influiu para apressar a in-
dependência do Brasil.
A NTONIO da SUva Jardim nasceu em Ca-
27/8/1640 — Começa a funcionar «m Per- ** phari. Estado do Rio, a 18 de agosto
de
nambuco a Câmara dos Escabinas, criada 1860. Formou-se em direito pela Faculdade
por Maurício de Nassau. ¦de São Paulo em 1882. Muito moço ainda,
27/8/1828 — Convenção preliminar de paz entrou na campanha republicana. No jorna-
lismo e na tribuna da praça pública. Silva
entre o Império do Brasil e a República
Jardim ifoi um ardoroso campeão da luta con-
das Províncias Unidas do Prata (boje tra o trono. Proclamada a República, êle,
República Argentina). tudo deu pela causa, nada teve. Morreu, que tra-
28/7/1817 — Assinatura em Paris da Con- gado pela cratera do Vesuvio, em Nápoles,
vençáo entre Portugal e a França, pela a 1 de julho de 1891. Deixou algumas oòrat
'" "°
qual Portugal lhe restituiu a Guiana l/<fei<w * Uo*°\ General O só-
Francesa. no »', í?A Gente do Mosteiro", "Crítica de
Escada Abaixo", "Relatório
29/7/1825 — Assinatura em Londres do Tra- sobre o Método
mm/m* ''¦ de Leitura de João de Deus", "A Comédia'',
P h-" c-5oAot) tado pelo qual Portugal reconhecia a nos-
Memória* « ViagenT, "Campanha
sa Independência. de um
Propagandista" etc. Silva Jardim uma
29/8/1852 — Início dos trabalhos de con»- alma profundamente apaixonada foi
Olhe bem para nós ! No meu restaurante truçáo da Estrada de Ferro Mauá, • pri- pela sua
patna, um temperamento ardoroso e inamoi-
pôde haver cabelo na sopa? ! meira construída no Braaü. dável Foi um homem de bem.

1954
113
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Bl iÉtllk

Diante do espelho, — Esta não serve... — Eu queria uma bem


Cabo Ferreira está fa Esta também... Esta feia! Bem danada de
zendo caretas. também não... feia!

t^9V
— Ah ! Já sei! Aquela
hA'S
Eeeh! Cabo Ferreira sái, ago
horrível que a vovó me Eeeh! ra, contente como só
ensinou ! ! Eeeh! êle!

f
c* I • *»

^\f0%Ê
/frf&e
tlICHEL.

Ao dobrar a esquina ... e Cabo Ferreira faz, — Viram, meninos?


eis que lhe aparece o| depressa, a careta Para isto foi que eu
bandido Fufú... vencedora! ensaiei! !
114 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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CâRt0S DE 8R,T0 * C,A- W,CAS «¦ REC,FE • BljZERROS - AREIAS - PESQUEIRA - RIO - SÍO PAULO
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I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

SETEMBRO — Quarta S. Egidio


VULTOS
DE SETEMBRO
D. JOSÉ DE AZEREDO COUTINHO
D. José Joaquim de Azeredo Couúnho i
FATOS HISTÓRICOS — Quinta S. Estevão uma figura de maior destaque do seu tempo,
pelos serviços que prestou à educação e d cul-
DESTE MÊS — Sexta
— Sábado
Santa Eufemia
Santa Rosa
tura da mocidade e pela sua influência deci-
siva no preparo de uma mentalidade propicia
— Domingo S. Lourenço à independência. Nasceu Azeredo Couúnho,
3/9/1866 — Tomada de Curuzú (Guerra do na cidade de Campos, Rio de Janeiro, a 8 de
Paraguai). Foi nesse combate que deser- — Segunda Santa Libania setembro de 1742. Bispo de Pernambuco, fun-
tou em massa o 10.° batalhão do exército — Terça INDEP. DO BRASIL dou o Seminário que foi uma admirável es-
paraguaio. As glórias desse (eito merao- — Quarta Nat. de N.a Senhora cola de patriotismo e que marcou o inicio da
rável cabem exclusivamente ao Brasil. criação de entidades destinadas à pregação
Nele não tomaram parte os soldados da — Quinta S. Gorgonio
revolucionária da independência. Do Seminá-
Tríplice Aliança. Destacaram-se na luta 10 — Sexta S. Nicolau Tolentino rio saiu a geração de 1817. Azeredo CouUnho
o almirante Tamandaré e o conde de Por- 11 —Sábado Santa Teodora foi um homem"mestre
de vasta cultura e Varnhagen
to Alegre. 12 — Domingo Santa Auta o chama de dos patriarcas". Foi go-
4/9/1639 — Carta patente assinada na Bahia 13 — Segunda S. Felipe vernador de Pernambuco e deputado à As-
pelo Conde da Torre nomeando Henri- sembléia Constituinte de Portugal, em 1821.
14 — Terça S. Ormino Morreu a 12 de setembro de 1821.
que Dias cabo e governador dos creou-
los, negros e mulatos na Guerra holsn- 15 — Quarta S. Nicomédio
desa. 16 — Quinta S. Cornélio BARÃO DE MACAÜBAS
5/9/1850 — Lei elevando a comarca do Alto 17 — Sexta S. Pedro de Arbues Abilia César Borges, barão de Macau
Amazona;, na Província do Grão Pará, 18 — Sábado S. José Cupertino bas, famoso educador brasileiro, nasceu na
à categoria de Província, com a denouü- Bahia a 9 de setembro de 1824. Formado em
nação de Amazonas. 19 — Domingo S. Januário
Medicina, dedicou-se à educação da mocidu-
5/9/1893 — Inicia-se no Rio de Janeiro a re- 20 — Segunda S. Eustáquio de. Fundou vários colégios, no interior da sua
volução da Armada chefiada pelo almi- 21—Terça S. Mateus Província e na capital. No Rio de Janeiro,
rante Custódio José de Melo e contra-al- 22 — Quarta S. Tomai instalou o Colégio Abílio, no bairro das La-
mirante Luis Felipe Saldanha da Gama, rangeiras; em Barbacena, Minas Gerais, cri-
contra o governo do marechal Floriano
23 — Quinta S. Lino ou um outro e, ainda no Rio de Janeiro, fun-
Peixoto. 24 — Sexta Nossa S.a das Mercês dou, em Botafogo, o Novo Colégio Abílio.
7/9/1822 — D. Pedro I proclama a indepen- 25 — Sábado S. Firmino Abílio César Borges foi um grande cirur-
dência do Brasil, às margens do Ipiranga 26 — Domingo S. Cipriano gião e fez a propaganda da abolição da es-
em São Paulo. 27 — Segunda S. S. Cosme e Damião cravatura. Representou o Brasil em vários
7/9/.1824— Celebra-se em Londres o contra- congressos» internacionais. Foi agraciado com
28 — Terça S. Vencesláu o titulo de Barão de Macaúbas e deixou mui-
to do primeiro empréstimo brasileiro.
29 — Quarta S. Miguel Arcanjo tas obras didáticas. Faleceu a 17 de janeiro
10/9/1611 — Promulgação da lei de Felipe de 1891.
III da Espanha reconhecendo, em princi
30 — Quinta S. Jerônimo

HB
pio, a liberdade dos Índios, mas declaran- PADRE MIGUELINHO
do legitimo o cativeiro dos que fossem
aprisionados em justa guerra ou dos que O padre Miguel de Almeida Castro, histo-
fossem resgatados quando cativos de an- ricamente conhecido por Padre Miguelinho,
tropófagos. foi uma das personalidades marcantes da re-
11/9/1631 — Combate entre as esquadras de volução pernambucana de 1817. Nasceu em
d. Antônio de Oquendo e Adrían Jan- Natal, Rio Grande do Norte, a 17 de selem-
roon Pater na altura dos Abrolhos (Guer- bro de 1768. Foi o autor da famosa procla-
ra holandesa). moção dos revolucionários, após a queda do
12/9/1711 — A esquadra de Duguay • Trouin governador de Pernambuco. Vencida a Revo-
lução, o padre Miguelinho foi preso e con-
transpõe a barra do Rio de Janeiro.
duzido para a Bahia com vários companhei
13/9/1943 — Decreto criando os Território* cedo Costa, respectivamente de Pemam-
ros. Foi condenado à morte e enforcado a 12
Federais de Amapá, Rio Branco, Guapo- buco e Pará, envolvidos na chamada
ré. Ponta Porã e Iguaçu. de junho. Digno disciplulo de Cristo, não se
Questão Religiosa. revoltou ante a morte. Soube entregar sua
17/9/1875 — Decreto concedendo anistia aos 18/9/1828 — Decreto criando os Símbolos alma a Deus com a maior resignação de co-
bispo* D. Frei Vital e D. Antônio de Ma- Nacionais. rafem. O Padre Miguelinho foi um homem
18/9/1866 — Rendição de Uruguaiana (Guer- culto e brilhante e raros no seu tempo po-
ra do Paraguai), assistida pelo impera- deriam competir com êle.

11! 11 dor Pedro II.


19/9/1710 — Jean François Duclerc capitula
diante das tropas improvisadas de estti-
V
ALMIRANTE BARROSO
Manoel Barroso da Silva, barão do Amazo-
dantes e paisanos.

T^nj—|
nas, glória da Marinha brasileira, nasceu em
20/9/1835 — Inicia-se a revolução gaúcha, Portugal a 29 de setembro de 1804. Veio
conhecida por Guerra dos Farrapos, che- muito jovem para o Brasil, abraçando a cor-
fiada por Bento Gonçalves. reira da Marinha. Tomou parte em várias
22/9/1866 — As tropas aliadas (argentinas e Campanhas navais, como as do Uruguai, Rio
brasileiras) atacam as fortificações para- da Prata e Paraguai. Comanudou a esquadra
guaias de Curupaiti e são repelidas. Esse brasileira nos combates de Corrientes, Ria-
desfecho foi um duro revés para as ar- chuelo, Mercedes, Cuevas, Passo da Pátria,
mas da Tríplice Aliança e um motivo de Curuzu e Curupaiti. Entretanto, Riachuelo é
júbilo para Lopez. a grande página de glória da sua vida. Rece-
22/9/1897 — Morre em Canudos o fanático beu o título de barão do Amazonas, era gran-
jagunço Antônio Conselheiro, chefe do de dignatário da Ordem da Rosa, do Cruzeiro,
bando que motivou a chamada Guerra Comendador da Ordem de Cristo, Grande do
Afirenem. senhoras t senhores, as belas pút- de Canudos, onde tantas vidas foram sa- Império, membro do Instituto Histórico. Fa-
titras do jorro... criticada s. leceu Barroso a 3 de agosto de 1882.

116 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

OUTUBRO
FATOS HISTÓRICOS — Sexta S. Serafim
VULTOS
DE OUTUBRO
NILO PEÇANHA
NUo Peçanha foi um dos maiores estadia-
tas da República. Nasceu em Campos, Esta-
— Sábado Santos Anjos do do Rio, a 2 de outubro de 1867. Foi
DESTE MÊS — Domingo
— Segunda
S. Maximino deputado, senador, duas vezes presidente do
S. Francisco de Assis Estado do Rio, vice-presidente da República
4/10/1779 — A frota de André Gonçalves e — Terça e, depois, presidente, para terminar o período
Américo Vespúcio descobre o rio São
S. Plácido
— Quarta do conselheiro Afonso Pena. Propagandista
Francisco. S. Bruno da República, Nilo Peçanha destacou-se pelo
4/10/1836 — Combate do Fanfa, Guerra dos — Quinta Nossa S.a do Rosário ardor com que ocupava a tribuna parlamen-
Farrapos, na qual foi preso Bento Gon- — Sexta Santa Briglda tar„ De origem humilde, ascendeu às mais
çalves da Silva. — Sábado S. Dionisio alias posições políticas pelo talento, capaci
5/10/1897 — Queda de Canudos, no sertão dade, destemor e mérito incontestável. Era
da Bahia. Depois de extraordinária resis-
10 — Domingo S. Francisco de Borja
11 — Segunda ministro do Exterior quando o Brasil decla-
tência dos sertanejos, foram os mesmos S. Firmino rou guerra à Alemanha, em 1917. Chefiou a
vencidos e aniquilados pelas tropas do 12—Terça DESC. DA AMÉRICA campanha denominada Reação Republicana,
general Artur Oscar e do general Clau- 13 — Quarta S. Eduardo em 1922, como candidato à presidência da
dio Savaget, arrazando-se o famoso arrai- 14 — Quinta
ai de Antônio Conselheiro.
S. Calixto República. Faleceu o grande brasileiro a 30
15 — Sexta Santa Tereza de novembro de 1924.
8/10/1907 — Encerramento da Conferência
de Paz em Haia. Nessa Conferência o 16 — Sábado S. Martiniano
17 — Domingo JOSÉ DO PATROCÍNIO
Brasil esteve representado pelo seu gran- Santa Edwlges
de filho conselheiro Rui Barbosa, que 18 — Segunda S. Lucas José do Patrocínio foi o espirito revolucio
conseguiu um destaque de renome uni- 19 — Terça nário da campanha abolicionista. Nasceu a
versai. O Brasil foi classificado como a
S. Pedro de Alcântara
9 de outubro de 1854. Filho de uma sscrava,
9.a potência do mundo e Rui Barbosa en- 20 — Quarta S. João Cancio êle sentia, no seu sangue, todas as dores da
tre os sete sábios da Conferência. 21 — Quinta Santa Ursula raça. Foi um dos maiores oradores que o Bra
12/10/1492 — Cristóvão Colombo descobre a 22 — Sexta Santa Maria Salomé sil já teve. Apóstolo da causa, não teve um
América. 23 — Sábado S. João Capistrano momento de repouso enquanto não chegou o
12/10/1822 — D .Pedro é aclamado impera- dia da vitória final. Jornalista impetuoso,
24 — Domingo S. Rafael Arcanjo fun
dor constitucional do Brasil, em conse- dou e dirigiu a "Cidade do Rio" e "A Cida-
quência do seu ato proclamando a inde- 25 — Segunda S. S. Crispim e Crispn. de". Colaborou em vários jornais do Rio de
pendência a 7 de setembro. 26 — Terça S. Evaristo Janeiro. Era membro da Academia Brasileira
15/10/1864 — Celebra-se o casamento da 27 — Quarta S. Elesbão de Letras. Patrocínio foi uma figura de larga
princesa Isabel com o principe Gastão de 28 — Quinta São Judas popularidade, conquistada pelo seu grande ta-
Orleans, Conde D'Eu. lento e pelo desassombro com que sustentou
16/10/1609 — Alvará de Felipe III proibin-
29 — Sexta S. Luciano a bandeira da redenção da raça negra. Ê
do a fundação de novos conventos no 30 — Sábado S. Serapião uma figura de alta projeção na vida brasi
Brasil. 31 — Domingo S. Quintino leira.
19/10/1901 — Santos Dumont realiza o seu
vôo contornando a Torre Eifel. BENJAMIN CONSTANT
23/10/1906 — Santos Dumont realiza em Pa-
ris o primeiro vôo em aeroplano. Benjamin Constant Botelho de Magalhães,
23/10/1896 — Lei criando o Estado Maior grande vulto do Exército brasileiro, professor
do Exército. da Escola Militar, teve uma vida marcada
24/10/1930 — Fim da Revolução deflagrada pelo idealismo republicano. Nasceu a 18 de
no Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas outubro de 1836. Sua cátedra foi um verda
Gerais, ramificando-se depois por outros deiro apostolado de propaganda republica
Estados. Deposto o presidente da Repú- na, A 15 de novembro de 1889, organisado o
blica, sr. Washington Luis, assume o go- governo provisório foi nomeado ministro do
vêrno uma Junta Governativa, composta Guerra. Benjamin Constant foi, sobretudo,
dos generais Tasso Fragoso, Mena Bar- 26/10/1917 — O Brasil declara guerra à Ale- um idealista, um homem de grande caráter,
reto e almirante Júlio de Noronha. manha. Era presidente da República o um espírito de profunda formação moral. A
25/10/1887 — O Clube Militar resolve pro- sr. Wenceslau Braz e ministro do Exte- Constituinte de 91 proclamou-o o "fundador
clamar sua repugnância, em nome dos rior o sr. Nilo Peçanha. da República". Houve no Brasil uma geração
seus sócios e dos militares em geral, à 27/10/1645 — Decreto de D. João IV elevan- que seguiu Benjamin Constant. Foi a gera
caça de escravos pelo Exército. «- ção que fei a República e da qual êle foi o
do o Brasil à categoria de principado.
ídolo e mestre.
27/10/1831 — Lei abolindo definitivamente a
MIGUEL CALMON DU PIN E ALMEIDA
escravidão os Índios.
27/10/1831 — Formatura dos primeiros ba- Miguel Calmon du Pin e Almeida, mar-
chareis em Direito pela Faculdade de quês de Abrantes, foi um dos maiores esta
São Paulo. distas que o Brasil já possuiu. Nasceu na
Bahia a 26 de outubro de 1796^ Tomou
31/10/1860 — Morre em Queen's Cate, Ken- paru
nas lutas pela independência na Bahia. Fei
sigton, Inglaterra, Thomaz Archibald Co- parte da Constituinte de 1823. Foi um dos
chranes. Lorde Cochrane, 10.° Conde de mais notáveis oradores parlamentares. Era
Dundonal e Marquês do Maranhão. Lor- Veador da Imperatriz, membro do Conselho
de Cochrane tomou parte nas campanhas do Imperador, conselheiro de Estado, sena-
que se seguiram à nossa emancipação po- dor do Império. Foi ministro várias vezes. Era
litica, com a expulsão das tropas portu- ministro dos Estrangeiros ao tempo da
forno-
guesaa da Bahia, a 2 de julho de 1823. sa Questão ChristU com a Inglaterra. Mem
Foi o primeiro almirante brasileiro, oro de várias associações culturais, entre elas
tendo servido anteriormente na Marinha o Instituto Histórico e dignitário de várias
-"'"' «s_t> chilena. Desligado desta, veio para o Bra- ordens nacionais e estrangeiras. Foi agraciado
1
sil arvorando na nau Pedro I a insígnia pelo Imperador com o titulo de visconde e,
Você é mesmo que parente, Manoel.., Não de comando. O Brasil deve a Cochrane depois, marquês de Abrantes. Faleceu a 5 de
faça cerimônia ! Vá lavando... dias de glória* memoráveis. outubro de 1865.

1954
117
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

^cjW^M
^egundo uma lenda antiga,
Maria, com São José,
fugindo à geníe inimiga,
transpôs caminhos a pé.
£ à proporção que Maria
deixava o rastro no chão,
iodo o caminho floria
de rosas em profusão.
Pelos trilhos e barranca,
das estradas, viu-se, em breve
o estendal de rosas brancas
tudo enfeitando de neve.
De um - branco suave e doce,
as rosas. Nenhuma havia,
pela terra, que não fosse
da côr dos pés de Maria.

-JW^^^.ipfe*®' ®k _r@
118 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

¦L^epois de tempos volvidos,


ao peso de imensa cruz,
pelos caminhos floridos BELMIRO BRAGA
um homem passa: Jesus.
E sobre o esiendal de flores,
de seu corpo o sangue vai
caindo, e Ele, entre mil dores, \.

não geme, não solta um ai



Passou e, pelas barrancas,
sob as asas das abelhas,
dos tufos das rosas brancas
brotaram rosas vermelhas.
Só duas cores havia
de rosas, que aqui registo:
a côr dos pés de Maria
e a côr do sangue de Cristo Jômk
I 954
119
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

NOYEMBRO VULTOS
DE NOVEMBRO
RUI BARBOSA

FATOS HISTÓRICOS — Segunda


— Terça
TODOS OS SANTOS
FINADOS
Rui Barbosa nasceu a 5 de novembro de
1849, na cidade de Salvador, capital da Ba-
DESTE MÊS — Quarta
— Quinta
S. Malaqulas
S. Carlos Borromeo
hia. Foi a maior mentalidade que o Brasil já
possuiu. Jurista, advogado, jornalista, orador
dos maiores, estadista, homem público ini-
— Sexta S. Zacarias
1/11/1501 — Descobrimento da baía de To- gualável, Rui Barbosa foi grande em tudo.
— Sábado S. Severo Como escritor foi de uma linguagem impecá-
dos os Santos, pela esquadra de André
Gonçalves.
— Domingo S. Florencio vel. Tinha o culto da perfeição vernácula.
— Segunda S. Severiano Desde a mocidade, ainda nos bancos oca-
1/11/1549 — Instalação da cidade de São
Salvador, na Bahia.
— Terça S. Teodoro dêmicos, Rui foi um fervoroso defensor da
10 — Quarta S. André Avelino liberdade e dos direitos do homem. Assim,
2/11/1685 — Revolta no Maranhão, chefiada em toda a sua vida até o dia da sua morte,
11 — Quinta S. Martlnho
por Manoel Beckman. êle não se afastou desse lema. Essa é a sua
12 — Sexto S. Neno
3/11/1615 — La Revardière assina a capitu- maior glória. Talento genial, cultura inexct-
lação definitiva com os
13 — Sábado S. Diogo
portugueses ca- divel, êle honrou o Brasil sob qualquer as-
pitaneados por Jeronimo de Albuquerque 14 — Domingo S. Clementino pecto. Rui faleceu a 1 de março de 1923.
entregando-lhes o Forte de São Luis, no 15 — Segunda P. DA REPÚBLICA
Maranhão. 16 — Terça S. Gonçalo VISCONDE DO RIO BRANCO
3/11/1867 — Segunda batalha de Tuiuti, na 17 — Quarto S. Gregório
Guerra do Paraguai 18 — Quinto Josi Maria da Silva Paranhos, visconde do
S. Custódio
Rio Branco foi um dos maiores estadistas e.
3/11/1891 — O marechal Manoel Deodoro da 19 — Sexto Santo Isabel diplomatas do Império. Jornalista, jurista,
Fonseca, presidente da República, dis- 20 — Sábado S. Felix de Valois orador parlamentar de primeira ordem, êle
solve o Congresso Nacional. 21 — Domingo Apres. de N. Senhora teve uma vida toda dedicada à sua pátria.
5/11/1897 — Atentado contra a vida do pre- 22 — Segunda Santo Cecília Coube-lhe, quando presidente do Gabinete,
sidente da República, dr. Prudente de 23 — Terça S. Clemente fazer passar a lei de 28 de setembro que eman-
Morais, morrendo nessa ocasião o nflnis- cipava os filhos da mulher escrava. Era o pri-
tro da Guerra, marechal Carlos Macha- 24 — Quarto S. João da Crus
meiro passo para a abolição da escravatura.
do Bittencourt. 25 — Quinto Santo Catarina Exerceu as mais altas posições e era dignita-
6/11/1836 — Proclamação da República de 26 — Sexto S. Gertrudes rio de várias ordens nacionais e estrangeiras.
Piratini (Guerra dos Farrapos). 27 — Sábado Santo Margarida Faleceu o grande brasileiro a l de novembro
7/11/1848 — Inicia-se em Pernambuco a re- 28 — Domingo S. Gregório de 1880, tendo nascido na Bahia a 16 de
volução liberal chefiada pelo desembar- 29 — Segunda S. Saturnino março de 1819.
gador Nunes Machado, conhecida como 30 — Terça S. André
Revolução Praieira. GONÇALVES DIAS
7/11/1831 — Lei proibindo o tráfico de es-
Antônio Gonçalves Dias, nascido no Mora-
cravos para o Brasil.
asaaassaal Wm~ 'Bt¦********; nhão a 10 de agosto e falecido a 3 de no-
8/11/1822 — Combate de Pirajá, na Bahia, •aaaSKf WÍJbbÍ mZ vembro de 1864, foi um dos nossos maiores
entre portugueses e brasileiros. poetas. Começou como caixeiro de loja do
10/11/1555 — Chega ao Rio de Janeiro a ex- seu pai. Com força de vontade fez em Por-
pedição chefiada por Villegaignon. tugal seus preparatórios e formou-se pela
Universidade de Coimbra. Professor de his-
10/11/1710 — Bernardo Vieira de Melo dá o
toria e laünidade do Colégio Pedro II. Exer-
primeiro brado de República no Senado ceu várias comissões e faleceu a bordo do
de Olinda, em' Pernambuco.
navio "Ville de Boulogne", vítima de um nau-
12/11/1823 — D. Pedro I, imperador do Bra- 13/11/1864 — O Paraguai declara guerra ao notáveis, entre
frágio. Deixou várias obras
sil, dissolve a primeira Constituinte. BrasiL "Primeiros Cantos", "Segundos Cantos",
elas
12/11/1864 — Os paraguaios aprisionam o "Sextilhas de Frei Antão", 'Os Timbiras",
15/11/1889 — Proclamação da República
navio brasileiro "Marquês de Olinda", o "Poesias", "Últimos Cantos", "Leonor de
pelo marechal Deodoro da Fonseca.
que motivou a guerra contra Lopez. 15/11/1905 — Inauguração da Avenida Cen- Mendonça" etc.
trai, hoje Avenida Rio Branco.
DIOGO ANTÔNIO FEIJÓ
17/11/1889 — O imperador D. Pedro IL de- r~
posto pelos republicanos, embarca para Diogo Antônio Feijó nasceu a 11 de agos-
a Europa, com toda a sua família, a bor-
do do navio "Alagoas". to de 1784 e faleceu a 10 de novembro de
1843. Foi um homem admirável pela sua
17/11/1903 — Assinatura do Tratado de Pe- energia e seu patriotismo. Representou o Bra-
trópolis, mediante o qual o Brasil ficava sil nas Cortes de Lisboa onde se destacou
com o território do Acre. pelas suas atitudes em favor da nossa Inde-
19/11/1889 — Decreto criando a bandeira pendência. Professor de retórica, latim e fi-
nacional. losofia, deputado à Constituinte do Império,
ministro da Justiça da Regência. Nesse últi-
22/11/1910 — Revolta da esquadra chefiada mo posto, Feijó revelou-se o homem admirar
pelo marinheiro João Cândido. vel. Sufocou várias revoluções que ameaça-
vam a unidade do Império. Foi depois Re-
23/11/1891 — O marechal Deodoro da Fon-
seca renuncia i presidência da Repú- gente único em 1835, cargo a que renunciou
ir vílti "*^^ blica.
em 1837. Esteve comprometido na revolução
liberal de São Paulo em 1842. Preso pelo
25/11/1641 — Inicia-se o domínio holandês marques de Caxias, foi mandado para o Rio
Está vendo? O sistema e bom ! Dá resul- do Brasil, com o desembarque de forças e daí, desterrado, para o Espírito Santo. Era
todo | j batavas no Maranhão. senador do Império quando morreu.

120 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

DEZEMBRO — Quarta
VULTOS
DE DEZEMBRO
BRIGADEIRO UMA
.

E SILVA

FATOS HISTÓRICOS — Quinta


S. Eloy
Santa Bibiana
O brigadeiro Francisco de Lima e Silva
teve um papel preponderante na vida do Im-
pério. Entrou para o Exército como cadete
DESTE MÊS — Sexta
— Sábado
S. Francisco Xavier
Santa Barbara
do Regimento de Bragança, galgando todos
os postos da hierarquia militar, tendo sido
1/12/1822 — Sagração do Imperador Pe-
— Domingo S. Pedro Crisologo comandante daquele Regimento em substitui-
— Segunda S. Nicoláu ção a seu pai, o marechal José Joaquim de
dro I. Lima e Silva. Tomou parte nas lutas da inde-
— Terça . S. Ambrósio
pendência e foi o chefe militar que sufocou a
2/12/1837 — Decreto do regente Pedro de — Quarta N.a S.* da Conceição revolução repiMicana de Pernambuco, em
Araújo Lima criando o Colégio Pedro II. — Quinta Santa Leocádia 1824. Comandou as tropas revoltadas que for-
10—Sexta S. Melquiades çaram a abdicação de Pedro I, a 7 de abril
2/12/1870 — Primeira representação da ópe- 11 — Sábado S. Dâmaso ie 1831. Tomei parte na Regência Provisó-
ria do Império e na Regência Trina. Foi se-
ra "O Guarani", no Teatro Provisório do 12 — Domingo S. Justino nador do Império. Era pai de Alves de Lima
Rio de Janeiro. 13 — Segunda Santa Luzia e Silva, duque de Caxias. Lima e Silva nas-
14 — Terça S. Agnelo ceu a 5 de julho de 1785, no Rio de Janeiro
4/12/1810 — Carta Regia criando no Rio de 15 — Quarta S. Irinêo e faleceu a 2 de dezembro de 1853.
Janeiro a Academia Real Militar, hoje 16 — Quinta S. Eusébio
D. PEDRO 11
Escola Militar. A Academia foi inaugu- 17 — Sexta S. Lázaro
rada em 23 de abril do ano seguinte. 18 — Sábado Nossa S.a do Parto A figura do Imperador Pedro II enche mais
19 — Domingo Santa Fausta de meio século da história do Brasil. Filho
de Pedro 1, foi imperador aos cinco anos. A
5/12/1697 — Bernardo Vieira de Melo des- 20 — Segunda S. Domingos 23 de julho de 1840, foi declarado maior, as-
troi os último* redutos da famosa Repú- 21 — Terça S. Tome sumindo diretamente a direção dos destinos do
blica dos Palmares, fundada em Pernam- 22 — Quarta S. Honorato pais. D. Pedro II foi um monarca ilustre,
buco pelos negros fugidos das senzalas. 23 — Quinta S. Sérvulo culto e digno do respeito de todos os brasi-
leiros, pelas suas virtudes excepcionais. A
24 — Sexta S. Delfino revolução republicana de 15 de novembro de
6/12/1868 — Trava-se a batalha de Itororó 25 — Sábado S. Estevão 1889 depôs esse grande rei. Mas os repuòli-
(Guerra do Paraguai). 26 — Domingo NATAL canos cercaram-no de toda a consideração
27 — Segunda S. João Evangelista possível. No governo do presidente Epitácio
10/12/1868 — Batalha de Avaí (Guerra do 28 — Terça S.S. Inocentes Pessoa seus restos mortais foram trazidos
Paraguai) — Uma das mais terríveis lu- 29 — Quarta S. Tomaz para o Brasil e repousam na catedral de Pe-
trãpolis. Nasceu Pedro II no Rio de Janeiro
tas contra Lopez. Nela, o general Osó- 30 — Quinta S. Sabino a 2 de dezembro de 1825 e faleceu a 5 do
rio, ferido gravemente no rosto, teve de 31 — Sexta S. Silvestre mesmo mês em 1891, na cidade de Paris.
retirar-se do campo da ação.
OLAVO BILAC
13/12/1838 — Inicia-se no Maranhão a revo- Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac,
loção da Balaiada. Essa revolução foi su- grande poeta, nasceu no Rio de Janeiro a
16 de dezembro de 1865 e faleceu a 23 do
focada por Lima e Silva.
mesmo mês em 1918. Foi uma das mais belas
formações intelectuais e literárias do Brasil
H/12/1833 — José Bonifácio de Andrada e e o maior dos poetas modernos. A êle se deve
Silva é suspenso das suas funções de tu- a lei do sorteio militar, tendo feito nesse sen-
tor dos filhos de Pedro I. tido uma vigorosa campanha pela tribuna e
pela imprensa. Deixou Bilac as seguintes
obras: "Poesias", "Poesias Infantis", "Tar-
15/12/1896 — Fundação da Academia Bra- lho Neto, Filinto de Almeida, Graça Ara-
de", "Jucá e Chico", "Criticas de Fantasias",
nha, Guimarães Passos, Ingliís de Sousa. "Ironia
sileira de Letras. Foram os seguintes os
Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, José e Piedade", "Contos Pátrios" etc.
primeiros acadêmicos: Machado de As- Veríssimo, Luís Murat, Medeiros e Albu- Olavo Bilac foi o autor dos belíssimos versos
sis, Artur Azevedo, Araripe Júnior, Coe- do Hino da Bandeira, musicado por Francis-
querque, Olavo Bilac, Pedro Rebelo, Ro-
drigo Otávio, Silva Ramos, Teixeira de co Braga. ,
Melo, Valentim Magalhães e Visconde ALMIRANTE TAMANDARÊ
de Taunay.
O almirante Tamandaré — Joaquim Mar-
15/12/1923 — Instalação da Academia Brasi- quês Lisboa — nasceu no Rio Grande do Sul
leira de Letras na sua nova sede à Ave- a 13 de dezembro de 1807 e morreu no Rio
nida das Nações. de Janeiro a 29 de março de 1897. £ a jigu-
ra mais gloriosa da Marinha de Guerra do
16/12/1815 — Carta Regia elevando o Bra- Brasil e seu patrono. Começou sua carreira
como voluntário. Tomou parte na campanha
sil i categoria de Reino Unido a Poriu
da Independência, na Bahia, e posteriormen-
gal e Algarves. te, em todas as lutas em que o Brasil esteve
empenhado. Foi o comandante em chefe da
16/12/1830 — Promulgação do Código Cri- esquadra na guerra com o Paraguai, desta-
minai do Império. cando-se sempre pela capacidade, bravura e
patriotismo. O Imperador agraciou-o com o
21/12/1889 — Decreto do Governo Provisó- titulo de Marquês de Tamandaré, por haver
rio banindo a família Imperial. Nessa sido sepultado em Pernambuco, no local des-
data já se encontravam na Europa o Im- se nome, um seu irmão que morrera como re-
Ha um pequeno engano. .. O que o dr. tem perador e sua família. O banimento da volucionário em 1824. Possuía Tamandaré
à sua frente não é um caminhão... Ê a família imperial foi revogado no governo muitas condecorações nacionais e estrangei-
porta da sua garagem... Epitácio Pessoa. ras.

1954 121
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

£ R I C A

W SJ0$ê
M A Y E R

MÁGICA
T1JÁ muito tempo, numa pequena cidade, vi-
-"--*• viam dois sapateiros. Um deles, Chico, era
rico e avarento; Lourenço, o outro, era muito
pobre. O dinheiro deste não chegava para com-
prar o couro necessário para a fabricação de sa-
patos elegantes.
Um dia, quando Lourenço estava sentado
no seu banquinho, colocando um prego num ta-
manco, suspirou e disse:
Se o pau deste tamanco fosse pelica, com
que prazer eu faria um par de sapatos, dignos
até do Rei!
Tristemente continuou o trabalho; De re-
pente, levantando os olhos, deu com um anãozi-
nho, que lhe disse:
Sei que és ótimo sapateiro. Para te aju-
dar, vou presentear-te com esta agulha mágica.
Terás de enfiá-la na madeira e logo esta se mu-
dará em couro da mais bela qualidade.
Antes de iniciar qualquer trabalho, porém,
terás de dizer o seguinte:
Calçados quero aprontar.
Agulha, vem me ajudar.

Depois do trabalho terminado, dirás outroá


versinhos, para retirar a agulha:
Prontinho está este par.
Agulha, podes largar.

Sobretudo, não esqueças os últimos versos,


senão a agulha ficará presa para sempre no sa-
pato. Adeus e boa sorte !
O estranho anão foi embora, tão repentina-
mente como tinha chegado, deixando o sapatei-
ro como num sonho. Prudentemente, este enfi-
ou a agulha no tamanco duro e... milagre ! Di-
zendo o primeiro versinho, viu a madeira trans-
formar-se numa linda camurça vermelha. Da-
quele dia em diante, a vida do sapateiro foi me-
lhorando muito; os calçados costurados com a
agulha mágica eram esplêndidos. Todos os ca-
valheiros da corte, todas as damas nobres tor-
*^f3®^
naram-se freguezes dele, e êle foi enriquecendo
dia a dia.
O outro sapateiro, que era invejoso, resol-
veu descobrir o segredo de tamanho sucesso.
122 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

5HE_f \/__l. — Volta a ser tamanqueiro, amigo Louren-


ço... Agora serei eu o fornecedor da corte !

r yí^^_K"^___v—- IN A famosa noite do baile, a princesa estava


mais bela do que nunca. Trajava um elegantíssi-
^~MJ Í¥iTT%l 'W&y uÁ mo vestido e calçava os sapatos novos, os mais bo-
nitos que já possuirá. Ao som de uma valsa, esta-
/ fi y^ \ _. :mf£T^'^ A____^ ^^_Hs___l_ va ela deslizando nos
braços de elegante príncipe.
De repente, um grito estridente interrompeu a
suave música. Todos, assustados, olharam para a
princesa, que gritara. Longe dela estava jogado
Jf /__o^.Üm r5wMi«LA o lindo sapatinho. Nele havia uma agulha, a
agulha mágica que espetara o pé da princesa. O
Rei, furioso, mandou chamar o sapateiro Chico.
>H /fl^
—< i__4 à LL__a__W/__¦
/ _M^^Bl _k_. i ____•_ ¦____/ _k\ I O invejoso, porém, ignorava o segundo verso que
soltaria a agulha do trabalho. Vendo que nada
conseguia apesar de todos os seus esforços, con-
fessou a verdade. Contou que roubara a agulha
de Lourenço e que só este, sendo o dono legítimo,
sabia o que fazer.
Chico foi levado à prisão per ter agido tão
mal, enquanto o outro sapateiro foi chamado
Uma noite, introduziu-se pela janela na com urgência ao palácio real.
casa do concorrente e observou-lhe o tra- Sapateiro, disse o Rei, tira a agulha do
balho. Escondido atrás de uma cortina, ou- sapato da minha filha e poderás escolher a recom-
viu o verso: pensa.
— Majestade, só desejo ser útil à princesa e não
Calçados quero aprontar. quero recompensa. Para tirar a agulha do sapáti-
Agulha, vem me ajudar. nho, basta dizer o seguinte:
Pronto está este par.
Viu ainda como, ao som destas pala- Agulha, podes largar. «
vras, e ao contacto com a agulha dourada,
a madeira transformou-se em couro. Chico Enquanto a festa continuava muito animada, o
afastou-se furtivamente, resolvido a apode- sapateiro voltou para casa com a agulha encanta-
derar-se da agulha mágica, custasse o que da. Continuou a viver honestamente e nunca se es-
custasse. queceu dos pobres. Por isto, a agulha dourada ficou
Foi então que, por ocasião do ani- em seu poder até o último dia da sua vida.
versário da princesa, o Rei quis da
um grande baile. Naturalmente, a
princesa precisaria de um par de saJ
patos especiais para a festa, e estes
foram encomendados ao sapateiro
possuidor da agulha mágica. Ao sa-
ber disto, Chico, o invejoso, quase en-
louqueceu de raiva. Na mesma noite,
muito tarde, enquanto Lourenço dor-
mia, entrou pela segunda vez na sua
oficina, e tirou da mesinha de traba-
lho a agulha que brilhava através da
escuridão. Mal chegou em casa, sem?
perder um minuto sequer, disse:
Calçados quero aprontar.
Agulha, vem me ajudar.
Em pouquíssimo tempo, fez, as
sim, um par de sapatos encantado
res. Correu até o palácio e mando
entregá-los à princesa, e, satisfeito,
disse de si para si:
1954
ALMANAQUE 0*0 TICO-TICO .

VSBME
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fl. I l/H §\ <(' ¦il V


I 1 /U/V i '! BL** ^i«
I \í l 8/ /¦ > 9 IrW^
no distante oriente um soberano chqmado Ahmeí,
VIVEU que ao subir ao trono quis rodear-se de leais servidores
para ajudá-lo a governar o seu reino. Como poderia êle distirv e
guir os bons dos maus, os ambiciosos dos modestos, os falsos ou traidores dos infelizes? Todos pare-
ciam dispostos a colaborar com êle, nas difíceis tarefas que lhe estavam acometidas, como mo-
narca... Mas, seriam sinceros?
Antes de se resolver, passou Ahmel muitas noites sem dormir. Certa manhã mandou chamar um
.ancião que tinha sido amigo do seu pai e contou- lhe os seus temores e a.dificuldade em c ue se acha-
va para escolher o Primeiro Ministro, assim como outros homens para diversos cargos na corte. Ti-
nha receio de nomear pessoas que só quisessem enriquecer à custa do cargo que ocupavam, pondo
em perigo o bem estar do povo.
Depois de ouví-lo com atenção, assim se expressou o conselheiro:
Teu pai também me fez a mesma pergunta ao subir ao trono...
E
que lhe aconselhaste? — perguntou o monarca.
Dei-!he um cofrezinho de marfim
que tem uma fechadura mágica, de ouro.
é aquele que está na mesinha do
quarto ?
Sim — responden o ancião — E só a morre repentina de teu
pai impediu que te fosse con-
fiado o seu segredo. Quando a chave é posta na fechadura por um homem de bem, incapaz.de uma
traição, o cofrezinho se abre com toda a facilidade. Mas se o tenta abrir um homem sem caráter,
capaz de uma traição, guiado pela ambição, mal intencionado, então a fechadura resiste e o co-
fre permanece fechado.

124
1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

f>^*>

5 x*. I
1
O
JUm9tmmama%WtlM~*

.Ahmel correu a apanhar o cofre ma-


ravilhoso, colocou a chave na fechadu-
ro e no mesmo instante a tampa abriu. O mesmo acon-
teceu quando, depois de fechado, Ahmel o entregou ao
ancião, que o abriu sem dificuldade. O monarcha deu um
suspiro de alivio. Estava, em parte, resolvido o seu pro-
blema. Podia finalmente escolher os homens que desejava por
ajudá-lo. No dia seguinte, mandou chamar, um por um, aqueles
que tencionava escolher. O primeiro foi um homem chamado Ali.
Meu bom Ali, — disso o soberano — este cofre está com
a fechadura defeituosa. Você quer ver se pode abri-la? Já tentei e
não o consegui. Veja se você tem mais jeito do que eu.
Ali, que era o que o monarca desejava para seu primeiro mi-j
nistro, meteu a chave na fechadura mas, por mais que tentasse,
cofre não abriu.
É preciso chamar um profissional, senhor — disse Ali. — A|
fechadura está com defeito.
E, despedido, se retirou.
Ahmel chamou o segundo, o que ele queria fazer Ministro da
Fazenda. Também este não conseguiu. E, assim, foram desfilando
um por um os mais respeitáveis homens da corte, sem que o co-
fre se abrisse. Ahmel estava decepcionado, mas, ao mesmo tempo,
satisfeito com o que acabava de saber quanto ao caráter daque-
les que estavam à sua volta.
Decidiu, então, experimenta r, dando-o a um empregado subal-
Me
terno, um homem de cabeça branca. Mal este colocou a chave na
fechadura mágica/ o cofre de marfim se abriu como que impulsio-
nado por secreta mola ! E o soberano compreendeu que muitas ve-
zes mais facilmente encontramos a honradez e a fidelidade nas
pessoas humildes do que nas pessoas de aparência elevada.
i &**<«»->
E foi esse empregado subalternp, mas fiel e honesto, que pas-
sou, daquele dia em diante, a ocupar o lugar de primeiro ministro
daquela corte longíqua do Oriente.

1954 125
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

rida toda branca que o protegia dos raios do sol,


uamt(/o puxada por uma cabrinha branca e guiada por
um gatinho amarelo que era uma maravilha.
Tito nasceu, os
Quase todo dia a fada sabedoria mandava
pais chamaram
para seu afilhado caixas cheias de deliciosos
para seus pa- bombons de chocolate. Também costumava pre-
drinhos a fada Sabedoria e o anão Amável.
senteá-lo com frescas e deliciosas frutas. Dava-
Acreditavam eles que com tais padrinhos o me-
lhe lindas roupas e bons sapatos.
nino seria dotado de qualidades que compen-
O padrinho, apesar de ser guardador do ouro,
sassem a sua fealdade. Esperavam que a Fada
da prata e das pedras preciosas que existem nas
lhe desse inteligência, enquanto que o padrinho
lhe doasse delicadeza. profundezas da terra, não podia dispor dessas ri-
Com essas duas virtudes o fucuro do meni- quezas para presentear Tito; porém, em troca,
dava-lhe bons conselhos, que valem mais do que
no estória garantido.
muitas jóias. Contava-lhe histórias sobre o
A Fada era idosa e também a mais feia de
modo de trabalhar, e que eles usavam gases que
faziam sair das paredes das minas, derrubando-
as, para que os homens que perfuravam a terra
não lhes roubassem seus tesouros.
Como Tito era muito inteligente, aos três
anos já ia à escola.
Depois de homem, tornou-se um dos mais
importantes inventores de sua época. Entre as
muitas de suas invenções destacaram-se um lí-
mú3>ÉÈLW \^ ^^
^^X SÁ \l\ _-J-X ¥
/^4v quido inseticida e um despertador especial que,
j/m yf il £-*lti- . em lugar de tocar a campainha, jorrava água

émmXwÉJkmfVl^'

todas as suascompanheiras, pcrém era muito boa


e inteligente. De tudo ela entendia e tudo sabia
explicar. E porque tudo sabia, conhecia como
ninguém o gosto das crianças. Desta maneira,
quando Tito era ainda bem pequeno e ia visitá-la
ela o mandava de volta à casa numa minúscula
carruagem, cuja capota era gigantesca marga-
^jAm\¥_StÊmmmmmmsz=^
126 I 954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

bem fria no rosto de quem de-


via despertar. O padrinho de
Tiro, o anãozinho, etc seu deixai dormir. Sentou-se no leito è viu
que as
grande admirador. causadoras daquela coceira eram pulgas
que ti-
Um dia êle pediu ao afilha nham pulado do cão. Foi então ao laboratório,
do que inventasse um preparado, um remédio apanhou o inseticida e pulverizou a cama, tor-
que permitisse a todos os seus companheiros o nando a deitar*se tranqüilamente. Ainda bem
crescimento, pois já estavam cansados de ser as- não havia fechado os olhos
quando uma forte pi-
sim pequeninos. cada o obrigou a levantar-se e acender a luz. E
Tito fechou-se no laboratório vários dias o que viu horrorizou-o. Em vez do inseticida êle
e, uma tarde, acreditando ter encontrado a fór- havia borrifado a cama com o "gigantexol" e o
mula encomendada, saiu à rua para tomar um resultado tinha sido horrível: as
pulgas tinham
pouco de ar e descansar. crescido tanto, que estavam do tamanho de fran-
Estava sentado num banco da praça quan- gos. E pareciam ter um apetite de acordo com
do viu aproximar-se um cõozinho, muito magro seu tamanho ! Tito pulou da cama e elas cor-
c cheio de pulgas. rcram atrás dele.
Ao vê-lo, Tito pensou em aproveitá-lo para. Quando conseguiu, depois de muito traba-
fazer a experiência do seu invento. lho, matar aquelas pulgas gigantes estava exaus-
Levou-o para casa e borrifou-o com o líqui- to. Sentou-se e, mais feliz ainda, lembrou-se do
"Gigantexol". -seu
do, ao qual deu o nome de padrinho. Agora estava convencido do valor
Em poucos minutos o cão ficou do tamanho do líquido que tinha preparado.
de um novilho. Diante desse bom resultado, o E foi assim que, não só Amável como todos
nosso inventor deitou-se e se pôs a pensar na os anões que povoavam a Terra, aumentaram de
alegria que ia dar ao padrinho com aquela sua altura. E é por isso que só raramente encontra-
última descoberta, mas uma forte coceira não o mos um anão.
1954
127
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

NUM RESTAURANTE
UM POUCO DE ZOOLOGIA O homem entrou no restau-
(Por JOTAGÊ) rante e pediu o que
queria. E fi-
cou à espera. Esperou, esperou...
os quatro ou cinco anos os filhotes de leão (cachorros) não possuem/
Até nem vestígio de juba. . Meia hora depois, aproximou-se
Segundo os mais autorizados zoólogos, o verdadeiro rei dos animais é o dele o garçon que o tinha aten-
elefante, e não o leão. üido.
Qual o mais forte dos macacos ? E' ogorila. Chega a ter, de altura, um O cavalheiro
metro e oitenta centímetros ! pediu o bife
com batatas fritas ou cozidas?
Entre os insetos, é regra quase geral: cantam os machos, as fêmeas não — perguntou, mesureiro.
O pavão, que é chamado "arauto do tigre", alcança o comprimento def Fritas ! Por
um metro e setenta e cinco centímetros. que pergunta ?
Porque se acabaram as ba-
A onça, que tanto domina o sertão, receia o touro. Entretanto, nas ve-
zes que luta com êle, a onça triunfa. tatas . . .
Os pombos ficam perfeitamente conhecendo o lugar onde foram criados.
Be os conduzem para fora de sua habitação, ainda que os levem para longe,
êle»/ voltam a ela.
O maior dos mamíferos é a baleia: mede 20 a 26 metros de comprimento
Um caso de... honradez
sendo que algumas atingem 30 metros ! Só a cabeça tem 10 metros.
O gerente daquela casa comercial
O Jacaré... A medida que se lhe gastam os dentes, outros nascem. conversava com um rapaz que dese-
Fêmea de elefante: elefanta, elefoa, alia. fava trabalhar nela, como guarda-
ttvros.
Sabem qual é o menor representante da classe das aves 7 E o berja-ílôr. Naturalmente — dizia — o se-
Coletivos de formigas: cordão, correição, fila, fileira. nhor compreenderá que precisamos
Há diferença entre sapo, rã e perereca. de uma pessoa responsável.
Aht Por Uso, não se aflija —
respondeu o candidato. — No meu
ultimo emprego, cada vez que havia
uma briga, um desacordo entre o
i "i.. "\
j
patrão e o gerente, sempre acabavam
descobrindo que eu era responsável..

UM CASO DE... CLAREZA


Dois amigos se encontraram. E um
deles falou: ¦
Escuta... Quero te dar uma no-
ticia. Sabes quem se casou ? Aquele
rapaz... aquele que se chamava...
Espere... Não me lembro agora...
Aquele que foi uma vez conosco a...
Não te lembras ? Aquele que uma vezf
me pediu... O que foi mesmo ? E
que eu não pude atender, nem sei
por que... Sabes? Sabes quem é?
Pois êle se casou !
E o amigo, então, respondeu:
H£NE Sim, sim... Alguém Já me ha-
— Você fá viu, algum dia, uma esposa via dito, mas por alto, sem entrar em
vai ver agora I furiosa com o marido? Pois)
tantos detalhes, como tu...
128
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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^H tk\am a%%**^
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p" STE jogo é praticado com uma simples moeda e o taboleiro que aqui oferecemos, c
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que deve ser, inicialmente, recortado e colado em um papelão grosso, para que se
não estrague. Cada jogador, por sua vez, fará a moeda girar, em pé, como se costuma
"cara" "coroa"
fazer para ver ou (sem jogar para o alto), em cima do taboleiro.
A moeda, depois de girar, cairá. E o jogador anotará a seu favor tantos pontos
quantos estiverem escritos, em algarismos, às costas do coelho que ficar em baixo da
moeda. Combina-se um totaJ a atingir, e quem primeiro fizer o número total de pon-
tos combinado, ganha a partida.
Se a moeda cair tocando dois coelhos ao mesmo tempo, soma-se, a favor do joga-
dor, a DIFERENÇA entre o número maior e o menor.

1954, 129
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Bafada, do- C/IAIMW40


por Vanina
Era um pequeno camaleão,
um pequenino camaleão (Versão brasileira
que estava sempre resfriado. por Thomaz Ribeiro Colacò)
Passava um mês, vinha outro mês,
e o camaleão, muito infeliz,
era tal qual como um inglês
só a falar pelo nariz.

Um camaleão, bem camaleão,


imensamente camaleão.
Todo verdinho ao pé da uva,
vermelho ao pé do vermelhão,
virava azul no céu azul,
acinzentado ao pé da cinza
se o punham perto do fogão.
Negro, negrinho, como a noite,
se ia a uma mina de carvão.
E branco, branco como a neve,
no dia em que ele foi à Igreja
para a primeira comunhão.
Enfim, aquilo que se chama
um verdadeiro camaleão.

^^sJK^9te^^^9j P"^9| Br>s*,,-—^st> _^~

E assim viveu a sua vida,


tal como vive um camaleão.
Acreditou no amor verde-esperança
e na ventura cor de cinza leve.
Viveu como os camaleões até que um dia faleceu
como falece um camaleão: — foi sobre a manta de um escocês em que
o escocês o colocou para aquecê-lo com carinho. Mas eram tantas,
tantas cores, quadrados verdes, riscas pretas, veios azuis, pintas
vermelhas, linhas brancas, amarelas, cinza, rosa, preto,

que o camaleão, a suspirar,


sem ter para onde se virar,i
sem ter pincel para se pintar,
correu, partiu,' sofreu; parou

^Jl^asw
/s ^ )y
^
*- y
*"
wBr^km 9*^
m\\^àawuammm*taVrs^âââaaaaam^Fmaaaaaw
num desespero de aflição!

'O^sjg^gggygjBH
vÊya\ \w^
E pondo a mão
no coração
o camaleão
— arrebentou!
Aawaawj. WO/' / Im^Soi
130 I 954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

CARLINHOS, 0 MUSCU10S0
¦M Carlinhos, o musculoso, que
^Ht" S* MEU DEUSÍ\ passava perto, corre e, reu-
^(Wb ( QUE DESGRAÇA l 1 nindo todas as fôrças,tenta le-
£>-«»^^ l AQUELE MENINO/ vantar a pesada pedra.
"^^^¦^ ...
Ç ESMAGADO... J

Embora muito jovem, a sua Muito felicitado, Carlinhos re-


constituição robusta permite- cebe um abraço do menino
lhe realizar a nobre ação. que salvara da morte certa.

mVfrm má í m Jf

Em casa, oferece ao seu novo


y^L w TL
Mas Carli- amigo um copo cheio do precioso
~"/\\ alimento, segredo da sua força.
^ ^ÊL
nhos, fugindo
Era MILO, o alimento que tanto
/--\4LwjLj ^m aos cumpri- agrada aò
/ ÊÍ ]ELféz\ mentos, en-
fa- paladar co-
nllr^jj^^ tendem eque
1n °r mo nutre o
r~i -1 nJ&JPter r° organismo.
/ ' Í/Jíl T^/ív^ mostrando
^Wapu * I \\ ao menino
Hpj/| |\ V f\| como conse-
IJJk-' Jj r—\ ) 9uiu tanto vi-
^or e sau<^e-
/-Ntlfrr V\ // "rO r«
C°NC£NTBAÍ)0 ///
f-\ \l V / >VW L=sT V~í /¦/ ///

n L-^-L—1 X^_ '•'s t i, Cf,ff*is numas fl/

/li' ' *
I 954 131
ALMANAQUE D*0 TICO-TICO

eie__3 rIIT L Ml Vr
GOLPE DE
VI STA
*~___A 9f A~ ft A
&OUAA2&0& M I L
^_ _— —— ——
^A I O
No desenho A, eu-
tram os fragmentos

DOS PASSATEMPOS E DOS PROBLEMAS


DESTE ALMANAQUE
J «ATI
_l|tI
Ã|
N
íõ"
1, 3, 5, «, S e 10.
(Página 20)

SABE ISTO?
<KK><><>«00<><>0<>000000000000000<>« ASA
NÚMEROS PRIMOS t o In O ardor que se
sente na pele, ao to-
(Página 85) car em um pé de
_.a — Para que dois números primos urtiga, deve-se a um
somados dêem outro número pri- liquido que existe
nos pêlos das folhas
mo, um deles tem que ser par e. dessa planta. Em ai-
como o único número primo par PALAVRAS CRUZADAS gumas espécies tro-
que existe é 2t combinando este (Página J_) picais, esse líquido
tem tal poder que
com os outros teremos as seguin-
tes soluções 1+2=3; 2+8=5;
o i o ; | O produz feridas dolo-
rosas que custam a
2 + 5=7; _ + 11=13; 2 + 17=19; o o lo ;
cicatrizar e sendo
mal tratadas, podem
2+29=31; 2+41=43; 2+59=61; I—il—I— mesmo causar a
2+71=73. j O O O morte.
2.* — Para que dois números primos
subtraídos dêem outro número pri- o I i o o A oham^a "«¦»¦_-
_________________________ ra dos cem anos"
mo é necessário que um deles seja A FONTE durou na realidade
110 anos em vez de
2 ou que a sua diferença dê _. (Página 32) apenas cem.
Logo, teremos:
2-1=1; 3-2=1; 5-3=2; 5=2=3; AS DONZELAS DESAPARECIDAS
(Conclusão da patina 16)
7—5=2; 7-2=5; 13-11=2; 13-2 Agradeceram-lhe por os haver ajudado e pediram
=11; 19—17=2; 19-2=17; 31-29 que os continuasse protegendo e levando-os do Gênio
=2; 31-2=29; 43-41=2; 43-3 Mau.
O Mago respondeu que nada temessem. E acres-
centou:
3.a — E o número 1. — Agora, minhas nuvens os levarão à sua pátria,
DE impondo-lhes como condição que de cinco em cinco anos
SOLUÇÃO DE SOLUÇÃO
terão que vir me ver, para que eu possa comprovar que
ESTRELAS
E CÍRCULOS O CASTELO continuam sendo bons esposos. E trarão também seus fi-
lhos. Em seguida, ordenou às escravas que lhe trouxes-
sem uma pequena caixa de ouro, de onde tirou três pe-
'.- ' • ^'TT"? 1 rolas e entregou uma a cada uma das esposas, dizendo que

\$Ê
aquelas pérolas tinham a virtude de trazer felicidade a
quem as possuísse. Depois, acompanhou-os até à porta,
fê-los subir em um carro triunfal, formado por nuvens.

ftrHh O carro se ergueu, voou e os conduziu ao palácio dos


pais das noivas, onde foram recebidos com muita alegria.
Desde esse dia, de cinco em cinco anos o carro de nuvens
_t__#y_. os foi buscar e os levou ao palácio das Névoas, onde o
gênio os hospedava por alguns dias. E, graças aos ta-
lismãs que as esposas receberam, e aos conselhos do Mago,
foram sempre muito felizes.

(Vèr a página 20)


RETIFICAÇÃO
Por lamentável descuido de montagem da pá-
A RESPOSTA DO PRISIONEIRO jina 40, os quadros da piada "Ri melhor quem ri
(Página 85) por último" aparecem em posição invertida, o nó-
mero dois antes do número um, pelo que apresen-
O prisioneiro respondeu: — Eu serei assado. Mas, se tamos as nossas desculpas aos amigos leitores. De-
o assassem é porque êle dissera a verdade. E, nesse caso, pois desta retificação é que os leitores, compreen-
deveria ser enforcado. Para o enforcarem, porém, era dendo a piada, vão rir. O qne prova que ri mesmo
preciso que êle tivesse mentido. Como ninguém pudesse melhor quem ri por último...
resolver o assunto, deram-lhe a liberdade.
132 I 954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

0 ESCRITOR EO CRIADO IDEAL DA CRIANÇA


Indo Swlít, aí amado escritor in-
glês dos séculos XVII e XVIII, em
Jornada, a qual durou alguns dias,
notou una ___ahã, que o criado
lhe n&o limpara as botas. Fazendo 8EOUNDO PARA O
essa observação ao criado, este res- LEITE MATERNO
pondeu-lhe: — Como a jornada
continuava e, por Isso, tornavam
a sujar-se. Julguei Inútil ttmpá-
Ias. O autor das "Viagens de Oul-
liver" deu-se por satisfeito com a
resposta e foi dizer à cozinheira
que lhe servisse x> almoço, mas n&Q
desse de almoçar ao criado. Quan-
do acabou de almoçar, disse ao
Criado que tirasse os cavalos. Este
objetou-lhe que ainda n&o tinha
almoçado.
Swift jretorqulu-lhe: — Oomo
vais ficar novamente com. fome, ____¦!
não adianta almoçar !
O criado ficou amuado o foi ti-
rar os caMalos.
Meteram-se ambos a caminho
montado cada um na seu cavalo.
Swift ia a frente, levando um
livro e o criado muito atrás dele. tíT , _a_ Vy)
COLOMBO^
Um cavaleiro, que vinha em sen-
tido contrário, comprimentou
firwlfit e não fez pergunta algu-
ma;' mas, ao passar pelo criado,
perguntou-lhe: — Quem é aquele?
E* meu amo.
isso sei eu; mus quem é êle
e para onde ides ?
E' o Sr. Swiíit. e vamoa para
O céu, porque êle, ,como o sr. vê,
vai a rezar, e eu vou a jejuar !
g)
TOSSE 7
— Nos Jogos RARIDADES DA NATUREZA
^¦H \W * ^t.________7 Olímpicos prlml-
tivos, depois da 14.* O fio da aranha nfio é inteiriço; é formado por uns
Olimpíada, os atle- 4.000 fios.
tas apresentavam-se Em uma única asa de borboleta se encontram nada
completamente nós.
Referindo-se a este menos de 100.000 escamas; em uma asa de mariposa
costume, Tecidldes grande há 400.000 escamas. Cada uma dessas escamas
escreve em sua vista ao miscroscopio — microscópio poderoso — é ma-
CODEINOL "Guerra do Pelopo-
neso": "Muitos ou-
tros detalhes de-
monstram que es
ravilha de beleza, multo mais rica em desenhos e cores
do que a asa toda.
NUNCA PALHA As asas de certos Insetos são tão finas que para for-
gregos prlml- mar a altura' de sete milímetros seriam necessários 50.000
PREFERIDO PELAS CRIANÇAS tivos viviam do
POR SER DE GOSTO AGRADA- mesmo modo que colocadas umas sobre as outras; apesar de tão finas, são
VEL. vivem os bárbaros". constituídas por película dupla com nervuras delicadis-
PREFERIDO PELOS MÉDICOS Foram os romanos, limas
ao permitirem a
POR SER DS EFEITO SEQURO.

IEMJfLSA0"SC0n
estradado mulheres Rica em vitaminas, cálcio e fósíoio
PREFERIDO POR TODOS POR nos circos que, ao
SER O REMÉDIO QUE ALIVIA entenderem seu do-
ACALMAS CURA. sdnlo à Grécia, obri-
Infalível contra resfrtados, asma garam os atletas a
cobrirem-se de novo
9 broTiqultes. durante as competi- TÔNICO DAS GERAÇÕES
ções.

I 9S4
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

OS GRANDES

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-.—-'A in'-. r^i^-JaaaMRl aaSwKaV. ^BaaaataaaKaaEa!
iR^TnafTaWMaaBaaaaasaWiM aaaaVa5!9Ba4Lfl

Batalha de Guararapei
de AMÉRICO PALHA
8 de junho de 1662 falecia o bravo Henrique "Antes de mim, a minha
pátria: por ela, por meu
A Dias, nome familiar e todos os que estudam a Deus e meu Rei, serão meus braços colunas de fer-
história do Brasil. Ninguém mais do que esse preto ro para sustentar tão caros objetos. Que importa
glorioso merece o culto da sua gente, pelo muito morrer? Quando assim seja, a liberdade bemdirá o
que fez na memorável campanha de insurreição meu túmulo, e o meu sangue, regando a terra, ser-
contra o domínio holandês. De origem humilde, virá de fonte que para o futuro brotará mil frutos."
descendente de negros da África, nasceu Henrique Henrique Dias, à frente dos seus negros trava
Dias em Pernambuco no fim do século XVI ou co- batalha com os holandeses em Iguarassú em que
meço do século XVII. Esse pernambucano heróico, os invasores saem vitoriosos. Nesse combate o co-
como já disseram "pode competir sem desdouro mandante negro foi ferido duas vezes. Guiados por
com o paradigma do valor romano dos velhos tem- Domingos Calabar, os holandeses cercam o Arraial
pos. É o Mucio Scévola de côr preta, cujo ânimo de Bom Jesus. Mais uma vitória dos inimigos. Hen-
pode servir de modelo aos mais esforçados e mais rique Dias é preso, mas logo depois posto em liber-
abnegados patriotas." dade, num sinal de desprezo pela sua côr.
Ao ser iniciada a conspiração pernambucana A 23 de janeiro de 1637, trava-se na Barra
contra os batavos, Henrique Dias apresentou-se Grande, em Porto Calvo, grande combate entre
para comandar a legião negra. Eram soldados seus, pernambucanos e holandeses, sendo estes fragoro-
todos da mesma côr, da mesma origem. Seus co- samente derrotados. Henrique Dias teve papel pre-
mandados portaram-se em todas as lutas com a ponderante nesse encontro. Ferido no punho es-
maior bravura. Aliás, a ação de Henrique Dias já se querdo, manda que lhe cortem a mão, exclaman-
fizera sentir quando da invasão do norte do Brasil, do: "Basta-me uma para servir a meu Deus e
ao lado de Matlas de Albuquerque. Dizia então: ao meu Rei". Como prêmio recebeu do rei de Por
134 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

tugal o Hábito de Cristo, o foro de fidalgo, a paten-


te de cabo e a de governador dos negros. Prosse-
guindo a sua jornada libertadora, Henrique Dias
marcha dos sertões do Rio Grande do Norte até a
Bahia em perseguição dos invasores, não lhes dan-
do tréguas. Armando emboscadas e guerrilhas, o
negro pernambucano não dava aos holandeses um
minuto de descanso.
Este é o companheiro
Em 1645, Fernandes Vieira e Vidal de Negrei-
ros tramam a insurreição geral. Henrique Dias sur-
ge com os seus
"henriques" no combate da Casa
Forte. Ferido mais uma vez, êle só deporia as armas
11 ideal para qualquer
quando não houvesse mais um soldado inimigo em
terra brasileira. Ei-lo de novo em Gequiá, onde os
holandeses foram derrotados pelos nossos. Recebe,
então, a patente de Mestre de Campo.
criança!
Após uma série de lutas, combates e guerrilhas,
entra a luta na sua fase culminante. Em 1647, es-
tavam os brasileiros acampados no sopé dos Mon- Aparece no dia
tes Guararapes. Ai se verifica uma tremenda bata- 15 de cada mês.
lha "uma das mais importantes naquela era no
Brasil e que muito influiu nos destinos de Pernam- •
buco, pois Portugal já estava disposto a entregar a
Capitania à Holanda, à vista dos conselhos de Gas- NÚMERO
par Dias Pereira e padre Antônio Vieira". Após a vi- AVULSO
tória dos nossos nesse encontro, o general Barreto
de Menezes manda Henrique Dias para Olinda, CR$ 4,00
onde destroçou completamente os batavos entrin- ATRAZADO
cheirados.
CR$ 5,00
Assi n atu ra:
A 13 de janeiro de 1650, trava-se a segunda ba-
talha dos Guararapes, Henrique Dias porta-se com 12 Números
denodo, à frente dos seus homens. O grande cabo
de guerra é um verdadeiro flagelo para os holande- Cr$ 50.00
ses. Ataca-os, abate-os, castiga-os. Terminada a pe-
leja, com o triunfo completo dos insurretos, o go-
vernador negro está ferido. DA EDITORA DE
Com a derrota dos batavos nos Guararapes, "0 TICO-TICO"
E
ainda estes procuravam consolidar suas posições. "CIRANDINHA"
Mas não puderam fazê-lo. E a 26 de Janeiro de 1650,
era assinada a rendição na Campina do Taborda.

Henrique Dias morre doze anos depois, com-


pletamente esquecido do Rei de Portugal. Os outros
chefes receberam galardões e prêmios, nada porém
foi dado ao valente preto pernambucano. Maior,
porém ,do que as recompensas do Rei está a justiça
da história. E esta não falhou. A posteridade soube
fazer a Henrique Dias essa justiça definitiva ! Um %>*»»•» v
bravo e um patriota.

Sêo Joaquim carregando enorme feixe de capim que o


obrigava ¦ curvar-ae, cruzou com seu conterrâneo Manoel.
Onde bais tu, Jaquim, com êsae feixe tamanho?
T-QU.NHO
Rua Senador Dantas, 15, 5. andar -
Rio
Ora ! Pra casa. E estás bendo? Fax umap'aôa esta EDIÇÀO DA S. A. "O MALHO"
força toda e, afinal, quem come o capim são oitros !

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I 954 135
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O PAVÃO GULOSO co-^osas Na ação de andar, no movi-


alento do calcanhar ao tolo, en-
tram em ação 54 músculos.
*
Antigamente todo* os bispos se
chamavam "papas".

0 escudo de Jupiier, segundo a


mitologia grega, foi feito com a
pele da cabra Amalteia, que o
amamentou.
*
Foi Alfredo Nobel. doador dos
famosos prêmio* Nobel, o ioveo-
tor da dinamite.

A expressão "rocha farpeia"


emprega-se para significar que
muitas vexes a queda esta perto
do triunfo.
¦',.¦ "'_e_W 'W^Vvv *
,¦?¦& ,,"''¦¦ ^^^y^-^^Êm^^^. .
£ de uma personagem de Mo-
lière, no seu "Anfitrião", que vem
a designação de "sósia" para uma
pessoa fisicamente parecida cora
outra.

FORÇA DO
DESTI NO

FOCAS NO MEDITERRÂNEO
habitai das focas não se limita às regiões polares. Estes habilidosos ani-
O mai.i marinhos vivem também no __fediterraneo, embora os exemplares
observados sejam em número muito escasso.
Muitos habitantes da costa espanhola do Levante as têm visto, sendo
mesmo relativamente abundantes junto da ilha de Cabrerá.
Pertencem ao gênero Monachus monachus, caracterizando-se por te-
rem o ventre branco.
Os pescadores afirmam terem visto exemplares de grande tamanho em
perseguição aos atuns.
Estas focas têm também o nome de focas falantes, porque as suas
cordas vocais emitem uma espécie de ladrido, que tem certa semelhança
com as palavras papá e mama. Pertencem a este gênero de focas, quase
todos os exemplares que se exibem nas feiras e nos circos.
136 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Chama-se "imagis-
'Superstições sobre ta" à pessoa que ta-
lha, esculpe ou pinta
QUEM DUVIDA?
imagens religiosas.
o ano novo Antigamente consti-
tuiam os lmagistas, na
Europa, grandes cor-
primeiro dia do ano no- poracões que tinham
Novo é costume implorar ao regulamentos, dividin-
do o próprio trabalho
destino pelo seguinte proces- e determinando o que
so: cada qual escreve o que Üe- devia ser pago a cada
seja em pequenino pedaço de um.
papel, queima-o e deixa cai-
rem as cinzas em um copo do1 Em fevereiro de 1825,
champagne ou outra bebida a Policia do Rio de Ja-
neiro deteve a esposa
qualquer: isso dá sorte. de João Caetano, a
Na Espanha, colocam-se cas- atriz Esteia Sezefredo,
cas de noz com pequena vela porque ela — ainda
iacesa e um nome, em vasilha solteira — jogara "11-
bastante profunda com água. mão de cheiro" à car-
ruagem em que Ia o
O calor das velas provoca cor-
Imperador.
rentes de ar, que movem os
improvisados barquinhos. Se
eles se aproximam, anunciam Paulo Afonso, que
casamento. Se não se aproxi- foi o descobridor da
Cachoeira que tem o
mam... adiamento ou rompi- -seu nome, era um ser-
mento da desejada união. tanJüsta português do — Se os meninos tivessem vindo, o passeio seria
Na Escócia interrogam o des- século XVI. mais divertido, não achas ?
tino derretendo um padacinho
de chumbo em uma colher e
deixando cair o liquido em uma
Eloqüência Os pombos voam com incrível ve-
locldade e tem espantosa resistên-
cia. Conhecido naturalista afirma
Labiche, o célebre comediógrafo que, segundo experiências por êla
vasilha com água. Se o chum- francês, falecido a 24 de Janeiro de próprio realizadas, pode o pombo
bo de novo solidificado toma. 1888, foi uma vez Jantar em casa do voar com velocidade de 1200 a 1370
um rico financista, e não lhe agra- metros por minuto. Um deles voou
a forma de anel, isso signifi- dando multo a companhia, só abria sem parar durante 27 horas, em ve-
cará casamento, se parecer com a boca para comer. locldade constante de 10 metros por
No fim do jantar, manifesta a In- segundo.
berço... anuncia nascimento; tenção de dizer alguma coisa.
se formar disco, será promessa Sschlu ! Sschiu ! — faz o ban-
de dinheiro, etc. queiro encantado. Vai falar o sr.
Labiche !
Na Suécia, a moça solteira Labiche. então, timidamente ex-
clama:
cobre a lâmpada de seu quar- Eu queria repetir as ervilhas...
to, na noite de Ano Bom, com
um "abat-jour" em forma de
coração... para ser amada. Pés e cabeça HL Vk\ ^ T\ ^- E= >^*T

Em certas regiões da Alemã- Colbert, ministro de Luiz XIV, era


nha, os noivos comem juntos um homem muito modesto. Andava MiS *_\ \ú A^-
sempre a pé e conduzia elê mesmo a
um doce, um pastel... Isso
lhes assegurará acordo perfei-
sua pasta, dispensando o auxilio de
empregados ou secretários Certo dia,
" diga
to durante todo o ano. vendo-o chegar a pé, o rei não se
conteve e disse:
*qúe eu lhe disse:
Em certas partes da Espa- O senhor, ministro de Luiz XIV.
nha descascam a laranja, de
confundindo-se com a multidão e •Uso enao mudo
andando a pé?
modo que a casca forme uma Majestade — respondeu-lhe Col-
única tira, e a jogam por cima bert — o valor d» um magistrado não
está nos pés, mas sim na cabeça . . .
JUVENTUDE
do ombro de alguma jovem; se ALEXANDRE
cair formando uma letra, será Então, Martana, ocê agora tá PARA A BELEZA DOS
satisfeita no seu emprego ?
a inicial do nome do futuro Multo ! Inté sou serva de Deus CABELOS E CONTRA
noivo. Como assim ?
Meu patrão se chama João de CABELOS BRANCOS

r
Deus.

137
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

ÓLEO DE OVO ^UH


( Marca Registrada y^ZA ^ ^^

Cabelos sedosos M^S^\


e ondulados fpviw
S "é. \ V«(*'
.*»Ci1!i¦'•- /
/ ?
\ »

|?»N>i^.l
'


_IR 1908 - rJ>íl922^=^
1 DIPLOMA DE HONRA __Ü*^-_~W"***l^_.
|0_jA EXPOSIÇÃO DO CENTENÁRIO^! ^^^~^ ^~^^^

^V^
[o^~^> ^_~s|1 Exija o legítimo de
J O LEGITIMO CARLOS BARBOSA \
# rm LEITE que traz o nome /

7CARL0S QARBOSA LEITE?


làe^a ATE Cr»10,OQ_c^|

138 I 954
" ^'^^~
rcr^^n7

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INFANTIL d'"0 TICO-TICO'
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mente animada com essa justa preferência, resolveu

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especialmente em sua feitura material. Assim é que
dos centros mundiais de onde se irradia a moda
feminina foram contratados serviços especiais dos
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dores da elegância. Com a edição que está à venda,
terão as nossas patrícias ocasião de verificar que
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