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í^^ PREÇOCr»20,00
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PONTO
CRUZ
ÁLBUM
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PREÇO O» 15,00
Qualquer que seja o i»po, o et-
tio. o fottio do blusd berdede... PREÇO C Í5.00
^
é encontrado nos fc I stimii pA-
[vORdados — ( álbum u: l
qinas deste álbum. Srondo *e-
'iodado do eleqan-c- desenhos,
ideeis paro meninai -tocmhei
o senhoras.
"Decorações,
' víveçidede o alegria do roupa
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*\V\ VTJ ^*r* * Attenjos e Utili-
\t/ do «ous Whos, o senhora tem cantasse*
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sugestões nesta álbum. Todos oi dddes para o Lar'
_ sV_Li bichinhos mo desenhados cm vario*
-^r^-si^/ii: tamanhos, facilitando suo ephea_âo
I Ò>'-.rí_C-''/f* também om toamos, panos, enfeitas-.
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/ ' l'tC-7 •' Já* f-^il
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PIICO CHS 25.00
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L » U M n. 237
0> iwhÊçta, m*h et «*r»r ' A íi^k" *•»
Fr—in
l*—«—"-i r—>
Realize seos sonhos, encantadora jovem...
ijgp ÁLBUM
do ambiento.
N. 236
Em quatquor lar o toque feminino 4 ¦ qraca
Surpreenda sou esposo com
ume tnda toalha ou uma formosa colcha
que * senhora mesmo esacuterã com as fa-
cuidadas e boteias do» modelos deste eíbum,
tão pratico • distinto.
Oi 30.00
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(ftO&fr
O CÓrte,
Mus
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conhecimen
o costuro
B
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bordodo de modelos muito fmos « atraentes, duma
garotada e dando
sSes tmogons feüios em mendas pelo serviço de reembolso pos ai. — Pedidos à S A O MALHO —
modefel que encantam o ambiento. Rua Senador Dantas, 15-5 ° ond Coixa Postol, 860 — Rio — A vendo nas
PREÇO OÍ.IS..00 livrarias.
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PREÇO CrJ 30.00
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ÁLBUM N
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ÁLBUM N: 8
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Ejipüc-ções «o alcance de todos trensfor-
mo—, em verdadeiro pr««er da dona de
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toalhas — d_
AJbum que r-sorve os
A1 - •- *
ÜMção muito facilitados
V:<--- PREÇO e em
Cr$ 2S.0O SJM
/b grande variedade de estilos e
ornamentos.
sa bonita am
N. 216
matéria de
risco» a modelos — para
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e conforto da mesa » da
do lar exigem fa) mere-
cem... todo, 0s cuido dos ?
Colaborondo
com as mães, ésfe olbum facilita
o con-
OB«*k-CMiiA
d. »_-,._ a. Art. J. «ordar
- d«_S„ „_.-„.
dad.nbr.rt, „__
!Tnd^„ ri^-
z cama; para
Apresentando
uso
tudo
pessoal.
cm
(«çõo. através de riscos ri^ate, . .»,..*_. _ _,
admiráveis, de ap-ntades c—, ., -.;, dimensões para execução.
enxovais práticos e lindos «_., .plk.^s.,. „_,__
para o recém- o» d. «KiKãa murto ii-pl_ Álbum que è qrande pelo
nascido
PREÇO CrJ 30,00 formato e pala utilidade .'
PREÇO CRS 30.00
Tudo o
que diz res-
____K7
peito ao lar e à mulher,
condensado em pági-
nas bonitas que encan-
/77^rÇ<*
ta manusear.
PREÇO
Ensinamentos, rècei-
25
tas, sugestões, consê- CRUZEIROS
lhos.
Ótima
parte literária.
Modelos.
Poesias.
Lingerie.
Cama e mesa.
Ornamentação e de-
coração da casa.
KxieòQ^iaXXoà
AMIGA NUMERO UM DOS ESTUDANTES DO BRASIL
MATRIZ :
RUA RAMALHO ORTIGAO, 24
Telefone: 43-4929
I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
^^^^aa^^(Bs^ala^s^»^sWHBB__^BB^i^^^
VARIADAS
BOA INTENÇÃO,
MAU RESULTADO
A senhora debru-
çou-se à janela do
trem e gritou para
o agente:
Por favor, que-
ro sair deste trem!
E por que náo
sai ? _____''a__F«a*^"" ___H
Porque sou
muito gorda e so
posso descer de cos-
tas. Toda vez que
tento saltar do trem,
alguém pensa que
estou subindo e me
dá um empurrão.
Já estou cinco esta-
cões além daquela
em que deveria des-
cer...
COMO NASCEU A
PINTURA
Foi no século IX
32 PAGINAS antes de Cristo que
um corintio, de no-
COLORIDAS QUE me Cleofanto, pin-
tou pela primeira
SÃO UM ENCANTO vez um quadro. Em-
pregou em sua arte
uma única côr.
Só no século ime-
CONTOS ? POESIAS 4-TESTES ? PASSA-TEMPOS dlato é que outro ar-
tista, chamado Bu-
JOGOS + BONECAS PARA VESTIR •*¦ BRINQUE- lasco, utilizou di-
versas cores e tra-
DOS DE RECORTAR E ARMAR * RECEITAS DE çou, segundo sua
BENZDMEL
concepção artística,
COZINHA ¦*• BORDADOS ••> ANEDOTAS. as diretrizes que a
nova arte devia se-
guir até o que é
NÚMERO AVULSO, CR $4,00 ATRAZ ADO, CR$5,00 hoje.
ASSINATURAS: 12 NÚMEROS....... CRS 50,00
O Chico tinha
apanhado uma cons-
tipação e a mãe
aplicou o ouvido ao Calmante
peito e ficou a es-
JRANDimHA
Rua Senador Dantas, 15, 5.» andar — Rio
cutar. Depois de ter
estado muito quieti-
nho, Chico pergun-
tou:
— Ainda estou
vivo, mamãe ?
Expecicrânie
UM PRAZER
EDIÇÃO DA é. A. "O MALHO" PARA AS CRIANÇAS
I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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1954
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as suas ordens. i CARIOCA, 4-6-48
)$ETE SETEMBRO, 199201
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
êues FORAM
AMIDOS DOS fTnm llVwrwl^
santos e mártires cristãos como a todos os seres da criação, -__•*¦"' ^*f____f*.
I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
s~^m •*^»mfl
SEU PÉZINHO,
BOU *QUI
4 0 p fí
DO MEU,
St VOCEUSiV
B0M CALCA
COMO EU.
yU >^ fr f ^r QUE CALÇA
^V CARIOCA
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ám ***" Tk^**V ,+r'' ^L*****k****r^****im
PASTOS
FONES: FILIAL: Av. N. S. de
Rua Uruguaiana, 19r esq. com Sete de Setembro, 43_55;;"e 43'5547 jrâsso-^ííi
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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Sabonete DORLYl
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1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
UM POUCO Gd „
UvU<4fyt
— Viram passar por aqui meia dúzia de laranjas ? - Sêo Fulgencio é que tem sorte! Pega cada
bruto peixe t!
GOSTARIA, MESMO?
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
ERA DEMOCRATA
S~\ rei Eduardo VII da Inglaterra, quando
^^ estudante, era inimigo dos aduladores. S __-__ \. F 'â-f-d-i
Queria ser um rapaz como os outros.
Um dia, seu avô Eduardo VI viu-o regres-
sar do colégio, com um olho completamente
pisado.
Que te aconteceu? — perguntou-lhe.
lo&oXAMBU
CABELOS BRANCOS OU GRISALHOS
Oh! Foi um dos meus colegas. Tra- VOLTAM A' SUA CÔR NATURAL.
ELIMINA A CASPA - E*ITO GARANTIDO.
tou-me de Alteza Real e então nos pega-
A venda nas Farmácias, Drogarias e Perfumarias.
mos... Pedidos pelo Reembolso Postal.
Laboratório: Rua General Rodrigues, 39 — RIO,
PROVÉRBIOS ÁRABES
O embuste é a chave do ladrão.
duque de Morny, persona- Um dia, nos tempos do reinado Se vires formigas na escada, conven-
O gem poderosa em França no de seu filho Carlos IX, Catarina
tempo do segundo império, ce-te de que há pão lá em cima.
de Médicis conversava com o rei
fez-se um dia anunciar no escrito- de Navarra — i> futuro Henri- O ouro penetra mais que o ma-
rio do barão de Rothscbild. que IV — numa sala do rés-do- chado.
Que entre — disse o ban- chão. Por baixo das janelas, dois
queiro, sem levantar a cabeça de soldados que não desconfiavam da
Sábio inimigo vale mais que amigo
cima dos papeis que estava exa- sua presença tão próxima, assavam doido.
minando, sentado à sua secretária. um pato, enquanto cantavam "cou- Quem corre muito cai no caminho.
Morny entrou e cumprimentou:
Senhor barão...
plets" pouco lisonjeiros para a rai- O preguiçoso diz: "Eu não tenho for-
nha mãe.
Puxe uma cadeira — disse ça".
este, sem erguer os olhos nem se O rei de Navarra, indignado, le-
vantou-se disposto a dar-lhes o me- O rio forma-se gota a gota.
mexer.
O duque, que não estava habi-
recido corretivo. Quem foi mordido por uma serpente
tuado a ser recebido daquela ma- Deixa lá — interrompeu a tem medo duma corda.
neira, aventurou-se a dizer: rainha.
Naturalmente não lhe disse- Não são seres dignos da nos-
ram quem eu era... olhe que sou sa cólera.
o duque de Morny.
Então puxe duas cadeiras
E aparecendo aos soldados per-
guntou-lhes:
MANAQUE
replicou Rothschild, sem olhar
para ele e sem interromper o seu
Que mal vos fez a vossa rai-
nha ? Se não fosse ela, não esta-
D'0 TICO-TICO
trabalho! rieis agora a assar o vosso pato. PREÇO CR$ 25,00
Catarina de Médicis foi implacá-
vel apenas para aqueles que eram (47.° ano de publicação)
O bispo Auet, célebre pela sua dignos da sua cólera. EDIÇÃO E PROPRIEDADE DA
erudição, recebia diariamente inú- "O MALHO"
mera correspondência. Contudo S. A.
não abria cartas à noite, antes de Diretor
se deitar, nem de dia, antes das O imortal Rossini era extrema-
refeições.
Perguntando-lhe um dia um seu
mente supersticioso. Deste modo, Ànfonio A. de Souza
passou toda a sua vida temendo,
familiar porque moüvo assim pro-
cedia, respondeu:
especialmente, o número treze e as e Silva
sextas-feiras. Entretanto, parece
— E* mais freqüente trazerem Rua Senador Dantas, 15
as cartas mais noticias más do que que Rossini teve razão, pois que
faleceu em uma sexta-feira, no dia
5.° andar
boas, e eu não quero procurar, por Telefone: 22-9675
minhas próprias mãos, coisas que treze de Novembro de 1868. O seu
me tirem o sono ou a vontade de sexto-sentido advertiu-o a tempo, RIO DE JANEIRO
comer. mas... de nada lhe valeu !
1954 II
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
JUUUUl-JUUL •^-_5g^-^g^^^__
{kea/Twc/n
Antes de ser militar, êle era padre JOGA XADR-S
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
W PGJS23
IZA TELM
ÓRFÃO MENDIGO O Estado do VaU-
cano tem soberania,
IIORMINO LYRA dada pelo Tratado
de Latrão, assinado
em 11 de Fevereiro
L oitado desse órfãozinho! de 1929 — É, por-
tanto, do nosso
Está pedindo uma esmola. tempo. O Estado é
Nada tens? Pois o consola, de forma triangular
sendo a sua área de
animando-o com carinho.
Nada tens? E' singular.
Afaga o pobre menino:
44 hectares.
•
Por que é que em
quase todos, ou
mesmo em todos os
EEE '
leques japoneses en-
Jesus ama o pequenino, centramos pintada
uma cegonha?./..
e um dia há de te pagar. E' porque no Ja-
pão, a {cegonha é
Mimo dá consolação considerada slmbo-
Io de felicidade e
a quem vive com a alma ao léu longa vida...
e só tem, por teto, o Céu. •
Também se dá, à
e, por mastigar, um pão. Via-Látea, o nome
de I Caminho de
Santiago.
Ai de quem teve na vida •
o destino que se encerra A cidade do Rio IZA TE/VI ^^^^E_
de Janeiro (é bom
em rolando andar na terra repetir, para aca- /. \_» T_
kar cem o antigo Ge o~£p
como folha desprendida. erro) foi fundada ^»_J•¦'~**^^_____f^ *__J?C3
em '!.• de Março de
1565, na TJrca. A
transferência, pa-
DOIS VALENTES ra o morro do Cas-
teio, também t o 1
num dia primeiro
de Março — no ano
de 1567.
•
Os célebres e ge-
nlais poemas brasi- IZA TEM
lelros "Vozes dVUri-
ca" e "Tragédia no
mar" (O navio ne- Á>^Ef LIHDQS C
weiro) são de au- (3c "--7
torta de Castro Al-
ves, poeta baiano ____r
que morreu com 24
Lci» anos.
•
Alguém pergun-
rou à rainha Cristi- »* sss. ^ 1
na da Suécia qual
era .o pior dos de-
feitos e a soberana
respondeu: "A men-
tira, que envilece
aquele que a diz e <Ç\
t ^» eniana quem a ou- J f
ve".
•
Os faróis diferem
um dos outros pela
KOLYNOS
C-OMft*TC AS CÁkift
côr da luz, duração
-00?* PlBfUMA O HAliTO
X^mff
Íp~^E^j
dos 'lampejos e nú-
meros delejj por mi- A \ ^S&!>*' fctNfí MürTOMAtS
nuto
É&Ê
Anemia? Debilidade?
Vocês ouvem falar "A honestidade foi
EMMSAO"SMT
TÔNICO DAS GERAÇÕES
iV de ouro de 24 quila-
tes. E" o ouro puro. maserá sempre a ar-
contém 18 partes de
e
decididamente
O ouro de 18 quilates mais forte
para tô-
ouro, três de prata e das as lutas da. hu-
três de cobre. manidade que vive e
1954 progride". — E. Fer~
rari. ,3
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
/2| A$ donzelas
(f^^-^ètesaparetídas traçando planos para procura-las. geriu que o pastor deveria dizer-lhes
mas, na realidade, não sabiam o que de quem era o gado que êle guardava.
muitos séculos, vivia numa cl- fazer. Enquanto isto se passava no pa- Pertence a um Mago poderoso
HA dade um nobre senhor que ti- lácio, o Gênio havia transportado as ?ue habita o palácio das Nevoas, no
nha três filhas lindíssimas. Sua jovens a um país distante, tendo a cume da Montanha azul.
esposa e êle cometeram o imperdoá- crueldade de amarra-las, cada uma a E sabes se esse Mago é bom 7
vel esquecimento de convidar para o uma árvore. perguntou Elena.
casamento das três moças, que se ca- Estavam as três chorando sua Acredito que sim — replicou o
saram no mesmo dia com três nobres amarga desventura, quando aconteceu rapaz. Mas acho multo difícil che-
cavalheiros, um poderoso gênio, e,
passar por ali um pastorzinho. A mais gar até seu palácio, porque o bos-
quando estavam em meio do banque- moça das três, que se chamava Ele-
te que era oferecido no amplo salão que que se estende na ladeira da
na, suplicou: Montanha Azul está encantado: ali,
do palácio, as altas janelas se abri- — Quem quer que sejas, tem com- todos os animais falam e têm inte-
ram de par em par e um terrível fura-
paixão destas três jovens que foram ligência humana, e vocês correm o
cão penetrou por elas, arrebatando as vítimas de enorme ultraje; desamar- risco de se converterem em animais.
três noivas. ra-nos, por favor! Creio que a nossa salvação é
Passado o susto de que foram to- O pastorzinho atendeu e uma das Ir procurar esse Mago e pedir-lhe
mados, os pais e os três Jovens noi- moças lhe ofereceu uma moeda que
vos, ficaram fazendo suposições e que nos ajude — disse Elena às ir-
tinha no bolso, mas o rapaz, que era más. — Agora temos que descobrir
bem educado e desínte- t maneira de subir até o cimo da
ressado, não quis aceitar a montanha Azul.
recompensa, oferecendo- Não nos resta outro remédio.
lhes, ainda, abrigo em seu Os animais da floresta nos ajudarão
redil, conduzindo-as de- a encontrar os atalhos mais curtos
pois até sua choupana, disse Julla.
dando-lhes leite fresco, Naquela noite dormiram na choça
pão de centeio e queijo. do pastor, e, ao amanhecer do outro
A mais velha das três dia, puseram-se em caminho, levan-
perguntou em que país do, para comer, pão, queijo e leite
se encontravam e o pas- de cabra.
ter respondeu que aquilo O pastor viu-as partir e deu o seu
era a ilha Afortunada cajado à mais moça, dizendo:
e que estava situada em Leve-o; pode ser que lhe sirva
pleno Oceano. como um bom cavalo.
Se assim é, não po- A moça não compreendeu o que
deremos facilmente voltar queria dizer o pastor e contou às ir-
para o palácio de nossos más.
pais — disse a segunda, E se o pastor não fôr apenas
que se chamava Maria. pastor ? — indagou Elena. — Vamos
E em que país fica experimentar o bordão ?
o palácio de vosso pai ? Dito e feito: montaram no cajado
— perguntou o pastor. como se fosse uma vassoura e, no
Fica na Espanha, a mesmo instante, o bordão se pôs a
terra que é, por todos subir e suavemente chegou ao
que a conhecem, procla- cume da Montanha Azul, diante do
mada como a melhor, rica Palácio das Névoas.
de minas, farta de frutas, As três deram-se as mãos e avan-
guaraecida com os mais caram até o palácio, que se erguia à
belos castelos, tanto que frente delas como confuso promontó-
há nela uma grande re- rio de nuvens de forma índefi-
gião que se chama "Cas- nida.
tela". E' nessa região, As três irmãs eram muito bonitas.
em uma de suas cidades, A mais velha, morena de olhos ne-
que nosso pai tem o seu gros, a do meio, loura de olhos cia-
palácio — continuou Ma- ros, e a mais nova tinha os cabelos
ria. castanhos e crespos, formando cachos
Então a mais moça su- rebeldes, e era a mais bela, clara e
14 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
rosada. Estavam as três com os vestidos nupciais, enfeitados de fio-
res de laranjeiras. Os sapatos eram prateados. Haviam perdido
apenas os véus, pois estes eram de tule finíssimo e se haviam W
rompido durante a caminhada pelo bosque.
Quando se aproximavam do palácio, uma nuvem, grande e
branca, brilhou, envolvendo-as completamente, surgindo em se-
guida, diante de seus olhos assombrados, um magnífico palácio.
Era de cristal, com um pórtico belíssimo formado por graciosas
colunas que brilhavam e fulgiam, quebrando os raios de luz nas
2.3
j*"r
» _gr r -
cores do arco-íris.
Aquilo mais parecia a ante-sala do paraíso.
Envoltas pela nuvem, sentiram-se transportadas e
ram no palácio, até chegar a um maravilhoso salão, penetra-
que reluzia
como se fosse gelo, porém de modo tão suave,
que até se tomava
um descanso para os olhos.
Viram, então, diante de si, sentado em um trono, um ancião
de agradável aparência, que sorria com doçura ao vê-las
avan-
çar timidamente de mãos dadas.
— Aonde vão essas três noivas, sem
seus esposos I — Der-
guntou-lhes.
Elena, assustada, pôs-se a chorar.
tant° que causou **"* ao anciâo- «íue. sempre
-^HSOl,UCaVa.
rindo, levantou-se e tomou-a nos braços, como sor-
uma criancinha. se fosse
Foi nessa ocasião que as moças puderam ver
tinha estatura désmesurada. que êle
ST-ff
tffi
& Com Elena nos braços voltou a sentar-se
no trono e, _ força de carlcias e palavras, fez
r»>_ «M» que a jovem se tranqüilizasse. Em segui-
y f da- chamou para Junto de si as outras duas
(({'
-.V. irmãs, que também acariciou docemente e,
/ alisando seus cabelos, disse:
7\ — Estou inteirado de tudo
que se passou
com vocês e quero ajudá-las no que me for
possível. Para isto farei com seus es-
'fííá/./ÍV/^W posos saibam, em sonho, o lugar que
em que vo-
__k cês se encontram. Espero que saibam vir em busca de suas eleitas.
Enquanto eles não vierem, vocês viverão aqui e meus escravos
o serão seus. Poderão percorrer todo o palácio e caminhar
por to-
dos os jardins. Acredito que gostarão de ficar aqui.
Ato continuo, tocou uma campainha e no mesmo instante
apresentaram-se duas escravas louras trajadas com finíssimas tú-
nicas de linho branco. O Mago ordenou-lhes
que conduzissem as
jovens aos aposentos reservados aos hóspedes de honra.
E as moças, acompanhadas pelas escravas, depois de
atra-
vessarem imensos salões e longos corredores, ricamente
mobi-
lados, chegaram aos aposentos, que eram cômodos e espaçosos
Das janelas avistava-se o mar, que mais parecia um espelho
de
cristal, onde o azul do céu se refletia.
Nos armários dos quartos que lhes foram destinados,
encon-
traram túnicas de alvíssimo linho e macias sandálias
de pele
Mal acabaram de se vestir, ouviram o toque da campainha
novo as escravas se apresentaram para anunciar e de
que a refeição
Oi Pratos
Bn,4„ estava servida.
mais saborosa que
*-*«_»-
Já haviam provado, as iguarias mais raras, achavam-se na
mesa.
16 I 954
ALMANAQUE 0'O TICO-TICO
SEJA UM
Aprenda isto *» Quem d,$se
_g&nmWlt\*$VmWI\mffa^
MENINO
fl /T^ que aualidack|
LEVADO, MAS
SEMPRE
fi i .
O cravo da In-
dia afugenta ;a
traga.
li \2^J(yl) custa mais?)
BEM PENTEADO •
A primeira vez
que um cisne sal
a passeio com oa
filhotes, eles se
colocam entre as
asas maternas e
assim dão várias
voltas, até per-
derem o medo da
água, atrevendo-
a nadar.
•
Vaiet, em fran-
FIXADOR POR EXCFXENCIA
Atende a pedidos pelo Reembolso Postal .
rrtqam: — Pote*, oo bisnagas •— CrS !• «4
Cartelrinhas 5 99
lab. Rui Grncral Rodrljurs, 3J _ RIO
cês. significa
criado, o "valet
de chambre" é
o "criado de
quarto"
1 ^^^Wm
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í -. A moior variedade ^1lV
5* em jogos e brinquedos. . xisu^^/
Na convalescença Agj§/ijl00mmnm.
MAGAZINE 1/1/È^ „ %
EMUISÂO^SCOTT
TÔNICO DAS GERAÇÕES "/ Ffhfia. |
1954
17
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
18 I 954
•fM dOTTCOTJto fffMr
EFfia
coisa. O que Interessa é saber se você tetí olho* capazes de distinguir, por
Talvez
si mesmo, sem auxilio, certas coisas que Iludem a multas pessoas. Por exem-
pio, aqui no quadro. Olhe bem as figuras. E,\agora, responda:
Ô©m
V—©/
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34 56 ->m-Tr
I — Qual dos círculos. Y. X ou Z, tem ¦ circunferência Igual & linha,
VU t Isto representa um castelo com
n — As sete linhas que ai est&o, tem igual extensão ? trinta e seis quartos, cujas portas só
m — Entre as seis linhas seguintes, duas s&o paralelas. Quais sao ? se abrem num sentido, empurrando-
(Resposta no tini do AbnanaqueV as. O sentido da abertura indica-o o
desenho. Uma pessoa encontra-se
OOOOOOOOOOOOOOOCKKX AS SOLUÇÕES SE ENCONTRAM em X e tem dé sair do castelo pela
ESTRELAS E CÍRCULOS EM UMA PAGINA DO FIM DO parte de cima onde se Té uma porta
ALMA NAQUE meio aberta. Qual é o caminho que
deve tomar?
m ÕÍTOP
VEJA SE AC E B T A
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ÀL mmmMm*
Depois da gripe... é o sentimento que lera o homçrl
a amar verdadeiramente o seu pais.-
Patriotismo
E" dever do homem, para com a sua pátria,
EMULSA0«SC0TT
TÔNICO DAS GERAÇÕES
defendé-la quando ameaçada em sua soberania,
em sua independência e na integridade de seu
território.
I9S4
20
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
rV_L*\í^l I
[ATA maior da cristan-
dade, falas, ó Natal,
w GALVAO DE QUEIROZ
19 54* 21
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
V .n /^>g^J
y^-S MARIA MATILDE
22 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
Com alguns galhos pequenos de árvore, fez uma jangada. Uma aranha ia passando e ela pediu — Dona Ara-
nha, quer tecer uma vela para a minha jangada ?
Com todo o prazer ! — respondeu ela. E teceu uma vela que foi colocada no mastro.
Depois de agradecer, Milonguita se pôs a navegar.
Ao anoitecer, passou por um lugar onde havia muitas rãs, que começaram a caçoar dela.
Ih ! que menina tão feia ! E como é magricela !
Quando se fez noite, a ratinha parou junto a uma pedra. Mas, o que ela julgava ser pedra, era uma
tartaruga, que ficou furiosa,.
Que falta de respeito é esta ?
Desculpe-me, dona Tartaruga. E' que eu não vejo bem — disse Milonguita muito desconcertada
Se é assim por
que não fica em casa ?
Vencida pela fadiga, Milonguita adormeceu.
No dia seguinte, ao despertar, encontrou-se num estranho país. À margem do rio estendiam-se gran-
des plantações de espinafre, cenoura, acelga e alface.
Milonguita saltou e penetrou no bosque. Estava muito cansada e sentia fome.
Ah ! se tivesse um pãozinho com manteiga !
Nisto, ouviu que a brisa começava a soprar e a cantar
entre as folhas verdes dos espinafres.
E se pôs a escutar.
— "Come, come, Milonguita, as frescas
folhas de espinafre" — dizia a brisa. — As
folhas de espinafre são boas. Colhe algumas,
para comer..."
A ratinha apanhou um pu-
nhadinho de folhas de espinafre
e começou a comê-las.
Continuou andando até a
plantação de acelgas e, também
estas pareciam murmurar:
— "Somos
^-^€>>'^>t —"Somos tenras e gostosas, Milonguita. Prova
Prova n)
^^ *W" -^""i"*'**'
as nossas folhas. Elas te farão bem".
A ratinha comeu das acelgas e depois das alfaces. Aí começou a se sentir bem. Foi
andando, e deu com
"mo enorme horta de legumes. Dentre os verdes e viçosos vegetais surgiram
umas meninas que se aproxima-
ram sorridentes de Milonguita. (Conctae no fim do Almanaque)
1954 23
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
MUNDO
economia o começo do Cristianismo a
Desde festa do nascimento do Homem-
V amos dar aos leitores, a se-
çuir, dois alvitres práticos,
Deus. do Redentor, foi celebrada
com tocante fervor. Mas a data do
que os ajudarão a cultivar o es- começo da era cristã, durante os
pírito de poupança que deve pre- três primeiro* século*, permaneceu
tídir a vida de hoje, nestes tem- indecisa; coincidia, secundo os cál-
culos e a interpretação dos textos
pos de escassez e de carestia. sagrado*, ora com o dia 8 de Ja-
-.eiro, ora com o 28 de Março, 18 ou
19 de Abril ou, enfim, com o dia 29
de Maio.
_àÜf j^ 5_9 O mais antigo documento sobre o
assunto, isto é, relativo à época da
Natlvidade, é menção do calendário
Filocatiano. dado a Roma no ano
338. Dizia o seguinte: VIII: Kal. Jan.
Christus tn Bethleem Judea (Cristo
nascido em Belém, Judéia, no oita-
vo dia antes das calendas de Janel-
ro). A despeito disso, para abolir a
festa paga fixa, que marcava o sois-
A MISSA DO
O primeiro (fig. de cima) mos- tlcio de inverno a festa de Natalls
tra como, com um pedaço de tela invlcti (o nascimento do Sol lnvenci- GALO
de arame presa habilmente à vel) foi marcado para esse dia o
-fatal" cristão. Eis por que o dia de
boca da saboneteira, eu de uma Natal, a única festa maior do ea- o Papa Telésforo quem pri-
lata, pôde ser economltailo o sa- lendário Btúrçlco que é fixa. cái, Foi meiro teve a idéia de ceie-
bonete, ou e sábio, que se con- desde o Papa Júlio I, no dia 25 da
Dezembro. brar três missas na noite de Na-
serrará sempre em forma, em tal. Simbolisam essas missas,
ves de se desmanchar cm conta- segundo sua própria interpreta-
to com a água que sempre fica
no fundo da vasilha.
O NATAL E O ção, os três Nascimentos de Je-
sús: um na Divina Vontade do
CALENDÁRIO Pai, outro no Presépio de Belém,
e outro nos corações dos fiéis.
ae estabeleceu o calendi- O nome de Missa do Galo vem
Quando
rio romano (753 ano* a C.) o ano
romano começava no més de Março. provavelmente do fato de que a
Base calendário vigorou «durante todo primeira se celebra ameia noite,
o período da realeza; quando, po- que é geralmente a hora marca-
rém. no ano 153 antes de Cristo, oa da pelo canto do galo.
cônsules passaram a ser empossados
no més de Janeiro, devendo exercer Segundo certo historiador mui-
funções durante doze meses, passou- to antigo (Albertus Argentinen-
«e a considerar que o ano civil — e sls), quando se celebrou em Fran-
depois simplesmente o ano — come-
cava naquele mês. ça a primeira Missa do Galo. Car-
los Magno esteve presente e, à
Jullo César manteve esse modo da hora do Evangelho, pôs-se em pé
entender em sua reforma, apenas
os sacerdote* mantiveram o inicia e, desembainhando a espada em
do ano religioso em Março. sinal de reverência, deu início à
O segundo, mostra, através da O papa Gregorio XTTT fazendo, na leitura daquele sagrado texto.
ilustração, cano se utiliza um século XVI, a reforma que tem seu -fcsse gesto converteu-se num
simples palito, à boca de um fras- nome e estabelecendo o calendário? costume e, por muitos séculos, o
co, para passar um liquido para ainda boje em vigor, firmou defini-
tlvamente o inicio do ano no oitavo Soberano Reinante, ou a pessoa
outro recipiente, sem risco de o
entornar. (O Papai, quando en- dia após o solstlcio do inverno (para autorizada a representá-lo, assis-
o hemisfério norte), que é o dia de tia à santa Missa e lia as primei-
cbe o seu isqueiro de benzina, Natal. Esse oitavo dia é o l.- de Ja-
saberá fazer isso?). neiro. ras palavras do Evangelho.
No tempo de Benedito XIV,
esse Papa costumava, depois da
Foirtifíque-se com missa do Natal benzer uma ca-
PARA AS
EMMSÂ0«SC0TT\
TÔNICO DAS GERAÇÕES
MENINAS:
CIRANDINHA
pa e uma espada e oferece-las a
um dos Príncipes presentes.
•
**********************
24 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
OUTRA ?
caipira, tendo ido confessar-se, entrou
Certo em mlnudências Infindáveis. Como o pa-
dre, Já impaciente, pela segunda ves lhe dis-
¦esse que contasse apenas seus pecados, o ho-
mem respondeu-lhe:
— Sèo vigário, já lhe contei todo. Agora
vossa senhoria, que é quem sete mais, escolha
OS' pecados.
***** ""V"*^ Jqh».
'954
25
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
t^^KUmAksÊA
| O tempo em que os bichos falavam, rea-
lisavam-se festas no céu com frequên-
cia, para as quais eles eram sempre convi-
dados. A princípio somente iam os bichos
que possui-
am asas e sabiam voar. Depois do que aconteceu
po-
rém ao Jaboti, que um dia foi levado pelo Urubu e so-
freu um grande tombo na volta, e só não morreu
por-
que São Pedro juntou todos os pedaços e colou uns
nos outros, uma grande escada foi construída, ligan-
do o céu à terra. Desse modo, daquele dia em diante
todos os bichos puderam participar das festas no
céu, que eram realmente maravilhosas.
Um dos bichos mais brincalhões que havia, era a
Cobra, que naqueles tempos não tinha, absolutamen-
te, o aspecto que hoje apresenta. A Cobra era, mesmo,
um animal muito elegante, com pernas compridas e
fortes, orelhas longas, que ela trazia sem-
I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
IO Cll
CONTO de
J U R A C Y
CORREIA
pre empinadas, e uma cauda bonita, que era todo o seu orgulho.
. A Cobra, no entanto, tinha o feio vício de beber em demasia. E, numa das fes-
tas que se realizou no Céu, ela tomou tantos licores, tanto vinho e outras bebidas
que por lá havia, que acabou ficando completamente tonta. O escândalo foi
enorme, pois nunca um caso daqueles havia acontecido. Os bichos todos, é cia-
ro, reprovaram a atitude da Cobra, que, nem por isso, deixou de beber. Indigna-
dos, então, com tanta falta de respeito, pois a Cobra já estava se portando de
modo inconveniente, eles exigiram que ela se retirasse, o que foi feito no mesmo
instante.
Coitada da Cobra ! Tonta como estava, perdeu o equilíbrio, ao descer a esca-
daria, de modo que despencou lá do alto e veio cair bem em cima de uma pedra,
espatifando-se completamente.
Vendo o que acontecera, São Pedro, a exemplo do que já fizera, tempos an-
tes, com o Jaboti, reuniu todos os pedaços e procurou colar uns nos outros.
Os pedaços, porém, eram tão pequenos, que a tarefa se tornou impossível. Não
possuindo um casco forte para proteger o seu corpo, como o Jaboti, a Cobra fi-
cou reduzida a farelos, de modo que não havia meios de se saber a que lugar per-
tencia cada um dos pedacinhos.
Em último recurso, para não deixar a Cobra morrer, São Pedro, com muita pa-
ciência, foi colando uns pedaços nos outros em forma de tira, resultando daí um
corpo comprido, sem pernas, sem orelhas,
sem cauda, enfim, com o aspecto que a Co-
bra possui atualmente.
Dizem que aquela foi a última festa que
se realisou no céu, para que se não registras-
/? Bik. ^"~ f //'/A\ \ ^^v sem novos acidentes. Tanto assim, que a es-
cada foi retirada, restando somente do caso,
como lembrança, o fato de ter a Cobra
que se arrastar pelo chão, levando uma vida
horrível, o que, aliás, constitui o seu grande
C r*'iWK castigo.
__
/ _fe__X __-_. ^_4=_= ________ -**&-*-&
19 5 2>
ALMANAQUE D"0 TICO-TICO
f?JíS2S2SÍS2SÍS2S2S2SES2SZS252SZS2S2S2S
Hino Nacional Brasileiro OS AUTORES DO
Letra de Osório Duque Estrada Música de Francisco AL da Silva
HINO NACIONAL
V_y uviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante
E o sol da liberdade em raios fúlgidos-
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte. ¦ ^~7% ^^pjp^^ ^L\Wa\ *!•
28 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
___¦__{ r^SiV^^
O LAGO E A ESTRELA
ra noite de lua e o lago sossegado conversava com a es-
•¦ trêla pequenina que andava a palpitar no fundo do céu.
—- Eu vejo aqui da Terra — ia dizendo o lago — toda a
extensão celeste, todo o estelário que borda o firmamento.
No fundo do meu leito eu guardo a imagem linda de tôdas as
estréias e o bojo prateado da lua majestosa 1 Quando uma
nuvem corre pela estrada do céu, como um trapo de gaze a co-
brir as estrelas, costuma se mirar no espelho limpo de minhas
águas claras. Eu, cá de baixo, avisto o céu inteiro e lindo ! Tal-
vez mais belo seja o céu que avisto, do que toda a paisagem
deste mundo que a tua luz, estréia, possa ver lá de cima !
— Estás enganado,, amigo l — disse a estréia. — Não
pôde haver mais maravilha e encanto do que existe na Terra,
onde estás. A minha luz, irmão, não vai somente se esconder
no espelho delicado de tuas águas mansas. Ela ilumina os ni-
nhos; ela clareia as pétalas das flores; vive a beijar a alvura
dos rebanhos, o jaspe das açucenas e o doi-
rado das espigas; anda a branquejar as fo-
lhas dos missais nos instantes da prece ves-
pertina; dá luz ao fundo dos regatos, dos
lagos como tu; é feliz, a minha luz, muito fe-
liz. amigo, porque ouve, aqui no céu, a mú-
sica das preces, as baladas de afeto e as ter-
nuras das mães embalando os filhinhos ...
CARLOS MANHAES
SM3mÊ
1954 29
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
, 5/V$/fVt4
0)&A/A'Sr/CA
IV I
Um ! Dois!
Um ! Dois ! Es-
querda! Di-
r e i t a !
2 — Aproximando-se da cerca, Chiqui- 3 — . . . e falou tão bem que a meninada resolveu fazer
nho começou a falar sobre as vantagens da ginástica também. Éle seria o instrutor, o Osvaldo Diniz
cultura física. . . Magalhães.
30 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
>**.
1954 31
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
Z_
QUE m
SERÁ?
C\ ÜES vêr o
Vqne è? Be-
corte e retâa-
gele. Depois
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deere-e de
maneira, a que
o a.« 1 Tá fl-
car Junte de t.
Afora, dobre
ae vaaaea-
t e pare íí «* r 7 j^V. lÍ$!jL^^ 8
% 5 «air com 7
e • eesa 8.
Preste! ré-
Soo uma gente horrivel! N&o «e faser festi- • '
sabem faser nada ahas as eaee- • i • i
algazarra, esta gritaria j
4
32 i I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
1 _ _H____ P
BIOTONICO
2<Jlt
«954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
-Ai
"Há no teu jardim uma uni- 5 E o resultado foi maravi-
3 Completamente? Não. Uma humilde plan- lhoso ! Aquela era a mara-
ta, coberta embora de flores, fora deixada sem ca planta florida. Se tratares suas vílhosa Flor de Colônia, de
flores como te vou ensinar, e usa- "Leite de
tocar... A Fada teve pena e resolveu íazer-lhe res o seu sumo na pele, ficarás que se fabrica o
uma dádiva. Tocou-a, então, com sua varinha Colônia", aformoseador da
linda". E, a seguir, deu-lhe a ex- cutls, protetor da beleza,
mágica e partiu... Nessa mesma noite, uma pUcação. Mal acordou, a irmã da
noiva correu ao jardim e colheu que em vez de ocultar os
das irmãs da noiva, que vivia triste por causa da defeitos e manchas, remo-
feia pele que tinha, sonhou que lhe aparecia as flores, que preparou como lhe ve-os e elimina-os em defi
fora ensinado.
uma visão e lhe dizia: nitlvo. W//*
1954
34
-h
ALMANAQUE D'0 TtCO-TIOO
mmiimwcuiodofühto
A idéia de vôo ver- de Dufaux, a benzina. Em tudiosos de 1734).
-**• primeira
tical, isto é, de um apa- 1907, o engenheiro Cornu se . ceira hélice, muito Uma ter-
relho que pudesse levantar elevou alguns centímetros quena, mais pe-
vôo "para cima", sem ter ne- acima do solo. Decazes, Bré- aviões e vertical (como as dos
cessidade de "decolar", para Richet,
comuns) serve para a
isso precisando de grande es- guet, Rémy-Félix, propulsão, isto é, para movi-
Faure, fizeram tentativas. Foi mentar o aparelho, puxá-lo,
paço, data de 1734. Naquele
ano, dois indivíduos dotados quando começaram a dar a vamos dizer assim, para a
de imaginação levaram à Aca- tais aparelhos, destinados a frente.
demia de Ciências da França voar verticalmente, o nome Os trabalhos e tentativas
um plano e uma
. "maquete", pequena de "helicópteros", ou, primei- realizadas por um espanhol,
ou "modelo", de ramente, "giroplanos". Juan de La Cierva, contribui-
aparelho que eles pensa- ram enormemente para
vam que pudesse subir
no espaço. Tinha esse o êxito.
modelo duas hélices que Hoje, vários tipos de
helicópteros são fabri-
giravam em sentido
_J_jè
contrário. Mas, não pas- cados, desde o de Sikor-
sou disso. ski, com 4 lugares para
passageiros, até os da
Oitenta anos mais firma "Air Horse Ci-
tarde a idéia foi toma- erva", que podem trans-
da novamente por Pon-
ton d'Amecourt, que portar 24 passageiros a
idealizou um helicópte- uma distância de 370
ro a vapor. Chegou, este, quilômetros, à velocida-
a se elevar do chão. Mais de de 185 quilômetros
tarde o famoso fotógra- por hora.
fo-aeronauta Nadar e Linhas de "ônibus"
um oficial de marinha aéreos já estão em fun-
a êle se associaram, e cionamento, na Europa,
chegaram a formar um ligando pequenas locali-
"triunvirato helicópte- dades, por esse meio.
roidal" que lançou um — Menino bobo ! Fica andando em torno da São usados os helicópte-
manifesto em favor,da gente, para ouvir a conversa! ros Bristol 173, de 12 lu-
auto-locomoção aérea gares, muito conforta-
A partir de 1920, a idéia co- veis, com um raio de ação de
as realizações se sucede- meçou a interessar vários es- 800
ram então, rapidamente. For- tudiosos quilômetros, propulsiona-
,em muitos países. dos por dois motores Leonidas
eani, em 1777, com uma hé- Publicaram - se trabalhos, de 450 cavalos,
uce de 2 metros e 80 centíme- estudos, relatórios e acabaram Os pontos de onde decolam
tros de diâmetro e um reser- todos
atono a vapor alimentando o a respeito por chegar a um acordo são denominados "Helicopor-
do principio funda- ts", ou "Roto-Station".
motor chegou a se elevar a mental do engenho.
A fim de Um aparelho desses neces-
C '1Car p&TBdo a impedir a rotação do aparelho sita, para aterrissar e decolar,
essa ur0S acabou o em sentido inverso ao do mo- de apenas um espaço igual ao
combustível, a [ue
provisão de va- vimento da hélice horizontal, da sua envergadura, mais uns
Pôr.
que serve a ascenção, era cinco centímetros de margem,
Vieram, em seguida os apa- necessário para usar uma outra hé- Trata-se de aparelhos segu-
relhos de Castel, de ar com- lice,
em sentido in- rissimos, cômodos, destinados
Primido, de Mélikoff, a éter, verso girando (a mesma idéia dos es- a grande utilização no futuro.
¦?54
35
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
"Larousse",
já deve ter ouvido falar no
VOCÊ considerado modelo de.perfeição entre os di-
cionários do mundo. E será interessante conhecer
a história do seu criador.
Essa história tem um lado exemplar. Não a
deixe de lêr, no resumo que aqui vai oferecido.
Pierre Larousse nasceu em 1817, na França, e
seu pai era simples fabricante de ferraduras. Vivia
de ferrar animais. Naquela época não havia ou-
tra condução senão o cavalo, os carros e diligências
puxados a cavalos, e muita ferradura se gastava.
O menino Pierre aos sete anos já ajudava o pai, no
seu trabalho, e freqüentava ao mesmo tempo a es-
cola, em Toucy (Yonne), onde nascera.
Era criança caprichosa, estudiosa e recebia
muitos elogios, que envaideciam seus pais.
Um dia, a mãe de Pierre, examinando os bolsos
^_^_k. N.^-V^-^_i IH \tHrv Rá_ ^_l _^_k de sua calça, encontrou, juntamente com outras
miudezas, um amontoado de papeluchos escritos,
que lhe chamou a atenção.
— Que será isto? — perguntou a si mesma.
PIERRE LAROUSSE
>T" E O SEU DICIONÁRIO >y
Abriu os papéis e não entendeu patavina. Havia coisas engraçadas escritas, como, por
bem
exemplo, esta: "Mãe — pessoa que tem um ou mais filhos e se esforça para que se alimentem
e aprendam a ler e a escrever."
A familia achou graça naquilo, nas definições mais ou menos ingênuas que êle escrevera
o germe
em cada um daqueles papéis. E a coisa foi esquecida. Entretanto, aquilo era a semente,
do que viria a ser, mais tarde, uma obra fenomenal.
Pouco tempo depois o jovem Pierre entrou em casa anunciando à mãe que tinha conquis-
do Go-
tado uma bolsa de estudos, e devia partir para o Liceu de Versailles, para estudar por conta
vêrno, por ser o primeiro da sua classe. E para lá foi. Levou, é claro, sua biblioteca, uma vintena
de livros comprados no sebo. No Liceu de Versailles o novato logo se aclimou e ficou sendo conhe-
"petit
cido como bom estudante. Os colegas, quando tinham qualquer dúvida, corriam para êle. O
Larousse" era a salvação.
Tendo conquistado brilhantemente as aprovações do curso, firmando o renome conquista-
do, de estudioso e conhecedor das matérias, um dia, numa reunião, êle se encontrou com o célebre
Ministro Guizot, que, olhando-o e ajustando o lorgnon, exclamou:
Então, é o senhor, o fenômeno !
Excelência — respondeu Pierre Larousse — sinto-me imensamente honrado em saber
disso!
I 954
34
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
O responsável pela instrução pública do país sorriu e murmurou qualquer coisa ao seu secre-
tario. No dia seguinte, um mensageiro real chegava à mansarda ocupada
lhe anunciava: pelo estudante pobre e
O senhor foi nomeado diretor da Escola Superior de Y0nne. Deve
diligência. partir amanhã pela
Era, então, Larousse, o mais jovem dos diretores de Escola, da França: tinha apenas vinte
anos.
Larousse começou então a ensinar. Mas os livros usados não lhe agradavam. Achava
faltava qualquer coisa que, despertando a curiosidade dos moços, lhes metesse cabeça a dentro queno-
ções práticas, simples, mas úteis, das coisas. Era um problema que o atormentava, aquele. Gosta-
va de ver tudo claro, definido, e um belo dia se demitiu do cargo e se despediu da mãe, a dis-
se, muito em segredo, que ia meter-se numa empreza de grande fôlego, e destinada aquem sucesso.
Aceitou um emprego modesto, e começou a trabalhar, auxiliado pela esposa, tomando notas, fa-
zendo fichários, amontoando apontamentos.
Assim viveu, pobremente, nessa vida de verdadeiro asceta, durante dez anos. E, afinal, ten-
do arranjado um lugar no Instituto Jouffret, como professor, decidiu realizar o seu plano tanto
tempo projetado. Um dia, por acaso, conheceu aquele que seria seu maior amigo para o resto da
vida: Augustin Boyer.
"O
povo precisa ser educado e nós vamos tratar disso" — decidiram os dois. .
Começaram, então, a trabalhar na feitura de livros para aulas, com um f ei tio novo. Com
pouco dinheiro embora, fundaram uma pequena editora, e publicaram uma gramática elemen-
tar, um método lexiológico e um tratado de análise. Pierre não se afastava do escritório um mo-
mento. Nem a barba fazia. Tomava as refeições a um canto da mesa, como os homens de negócios
de hoje, na América. Trabalhava, trabalhava nas suas provas, revendo-as, emendando, corrigindo.
E um dia, afinal, apareceu o primeiro "Petit Larousse".
A coisa, absoluta novidatle, despertou a atenção de todos. A imperatriz Engênia mandou
comprar um dos primeiros exemplares. Tinha este a vantagem de ser prático e de dimensões ra-
zoáveis.
É extraordinário! — exclama a soberana. — Agora toda a
gente sabe-tudo sobre tudo,
com o "Pequeno Larousse".
Os louvores a esse primeiro dicionário foram unânimes.
Larousse, porém, tinha idéias mais vastas. E dentro de pouco tempo aparecia o "Grande Di-
cionário do Século XIX", em fascículos semanais. Essa publicação foi levada a cabo, sem interrup-
ção, de A a Z, durante 15 anos.
Dois homens, só, já não chegavam para levar a cabo a tarefa. Larousse pagou colaboradores.
Pagou a qualquer um que lhe levasse um dado, um informe, um termo novo, um conhecimento di-
ferente, para completar a sua obra. E, assim, ia formando um
acervo de conhecimentos bem maior do que aquele que, um dia, sua
mãe encontrara no bolso das suas calças curtas, com a definição de
"mamãe",
que fizera rir a familia. ..
Pierre Larousse era adversário do regime napoleônico. E combatia
também o capitalismo. Apesar disto, deixou à familia, ao falecer, em
1875, considerável fortuna, verdadeira mina de ouro que continua a pro-
duzir, porque as edições do "Petit Larousse"
continuam a aparecer, cada vez mais refun-
didas e melhoradas. Está, já, na 20.000a edi-
ção e basta dizer que já se calculou que mais
de cem mil cabras foram mortas para forne-
Jt-tlw
cer couro para capas para os volumes espa-
.lhados pelo mundo.
A divisa
"Je sème de Pierre Larousse era
à tout vent". (Eu semeio
em todas as direções) e passou a
ser a da casa que fundou e que até
hoje edita os seus dicionários.
¦*S4 37
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
**?_______.
ESTAS
DUAS
'¦) SÃO BOAS!
___! l| _>rMÍ|__ ^L t]]____i----IJ-._L_______g-
0 CASO DO GEREMÁRIO
sabemos se foi graças à Loteria,
N AOherança, ou se foi por outro meio.
Geremário,
ou se foi
O fato é
que o homem bastante curto de inteli-
gência, da noite para o dia ficou rico. Milionário,
efeito de seleção das cores da luz enviada pelo para rimar com Geremário. Começou a gastar di-
UM sol, faz com que o céu nos pareça azul e os ocasos, nheiro como um danado. E a faxer ostentação de
vermelhos. fortuna. Um dos seus prazeres maiores era falar
A causa desta seleção se deve ás partículas de pó da linda casa — casa ? qual nada ! palacete ! —
em suspensão no ar das camadas baixas da atmosfera. que tinha comprado.
Ah — dizia êle. — E' maravilhosa, a minha
Quem já subiu a uma certa altura, em montanhas ou "cabaninha"! (bancava o modesto, o Geremário...)
avião, terá tido ocasião de verificar que o céu, lá no Imaginem que mandei fazer três piscinas... Todos
alto, sem nuvens, é negro e não azul. os fins de semana convido amigos...
E' fácil comprovar esta ação de filtro das parti- Três piscinas ? — há sempre alguém que
cuias; bastará para isto um copo contendo água, umas estranha.
gotas de leite e uma lanterna elétrica, com a pilha bem E êle, então, explica:
nova (para que a luz seja bem branca e não amarelada Sim, senhor. Três piscinas. Uma para água
como quando a pilha está um pouco descarregada). quente, outra para água fria e outra que está sem-
Num lugar da casa que esteja bem escuro, colocare- pre vasia.
mos o copo com água sobre uma mesa e a lanterna por Aí, o outro torna a se espantar:
trás do copo. A água pura aparecerá incolor, olhando-se, Vasia ? Mas... então... Para que ?...
através dela a lanterna. Em seguida, deixaremos cair E' claro — esclarece Geremário, orgulho-
uma ou duas gotas de leite, com um conta-gotas usado so. — Há amigos meus que gostam de banho mor-
para pingar remédios e veremos que, uma vez diluído o no. Outros, preferem banho frio... E há os outros,
leite na água, esta aparecerá de cõr azul. O leite é uma que não gostam de banho de piscina, ou não sabem,
suspensão de pequeníssimas partículas, que se separam nadar...
ao cair na água. Ao fazer uma diluição muito grande, e
olhá-la iluminada de lado, aparece azul, enquanto que,
;e olharmos através dela, aparecerá de côr alaranjada ou DOIS QUILOS DE CARNE
vermelha, tal como quando o sol se põe e o observamos
através de uma grande camada da parte baixa da atmos- dona foi ao açougue. E pedia:
fera terrestre, carregada de partículas de terra em sus- A — Moço, faça o favor de pesar dois quilos
de carne.
pensão. Por isto se diz que, quando um pôr de sol é muito O homem pôs a carne na balança. (Isto acon-
vermelho, haverá vento forte. Em realidade o vento já se
teceu há muito tempo, quando havia carne no Bra-
produziu à distancia e a terra que levantou é a que fez sil, sabem ?). Passava um pouquinho.
com que o ocaso ficasse vermelho. Tem mais quatrocentas gramas, dona. Fa*
questão ?
Quero que pese dois quilos justos — expli-
SEM PALAVRAS cou a dona.
\^^m^r^y^\
(Isto aconteceu antigamente, quando os açou-
guelros eram pacientes e nio davam pancada dos
fregueses, sabem ?)
O açougueiro, então, cortou mais um pe-
daço.
Dois quilos e cem gramas... Leva ? — per-
guntou:
Não, moço. Quero que pese dois quilos
justos...
O açougueiro cortou outro pedacinho.
Pronto, dona. Agora está exato. Dois quilos
certinhos ! Embrulho ?
Não, não... Não vou levar, não. E* que eu
estou fazendo regime e emagreci, esta semana,
dois quilos justos. Então, queria ver, num pedaço
só, quanto foi que eu perdi...
¦_tV-*7
^-*-*^^^^-*^^^-^^^-^^^^^^^^-^^^-*-*-» ¦•¦¦->-> ¦,¦ ¦i*i-S-->%-VV"-r,-_r-"_^J>_ri_|-_r_xr_^JX
38
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
O CAMINHO __
^í_^_.
DE PEDRAS
da taboleta "En-
T^___í*\_.
trada", um menino tinha
PARTINDO
que ir até à barraca, levar os
sapatos do rei.
E como se tratava de um
menino esperto, com facilida-
de achou o caminho e levou aw 7^9 _______ JT4P _H\ _____
os sapatões ao dono.
Ora, vejamos agora se você m^\ / ^n/ ^^ ¦____________!
é tão esperto quanto êle!
Não esqueça que tem que
apanhar os sapatos, hein ?
Para lhe facilitar, vamos di-
zer a você um segredo: as Ie-
trás colocadas no caminho
"certo",
que você deve percor-
rer, formam uma palavra, um
verbo. Depois de passar, você
descobrirá que palavra é.
Não pule por cima de nenhu- M \Á(l r-y I ^ I 1 / VI T\T AO e«lueÇa o deta-
ma linha. f 'OV D'/~\\J/ '0È ¦*¦' lhe essencial: para
E... boa viagem ! ! m JT" / {~~^f Jr^ 1^1 I f\ conseguir passar, você
I / Ifv ^^ / J/ ^J tem <lue apanhar os sa-
(A solução você encontrará I , - / ~-_ I I 0_7 patos d0 rei!
em outra página do Almana-
que).
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I 954 39
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
OS VERDADEIROS
HERÓIS DA NOSSA
HISTÓRIA
DIOGO FEIJO'
T"~\IOGO Antônio Feijó, pa- Sul, entre cujos chefes milita-
dre Feijó ou senador Fei- res estava o general italiano
jó como se tornou conhecido Garibaldi, casado com Anita
na História, nasceu em São Garibaldi, brasileira.
Paulo, em 1784. Foi enjeitado. Feijó foi regente até 1837.
Ordenou-se sacerdote e foi Em 1842, após a maioridade
professor. Em 1822 era depu- \L>^^ \ jÈÊr^jA^ de Pedro II, chefiou uma re-
tado do Brasil em Portugal e, volução em Itú, vencida fácil-
quando houve a independên- mente por Luiz Alves de Lima
cia, teve de refugiar-se na In- e Silva, a esse tempo barão,
glaterra. Voltando ao Brasil, depois duque de Caxias. Pre-
foi deputado várias vezes. so, foi deportado para o Espí-
Em 1831, era imperador do regência lhe foi confiada, e rito Santo.
Brasil Pedro II e estava o país grandes foram os seus esfor- Faleceu em 10 de novembro
entregue à regência. Feijó, ços, devido à situação revolu- de 1843 e seus ossos estão na
ministro dá Justiça, agiu com cionária de quasi todo o Bra- igreja do Carmo, em São Pau-
grande energia na pacificação sil. Nessa ocasião iniciou-se a Io.
do país, que estava conflagra- guerra dos Farrapos ou Far- É um dos grandes vultos da
do de norte a sul. Em 1835, a roupilhas, no Rio Grande do História do Brasil.
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40 " 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
I «54
41
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
l 954
42
ALMANAQUE D"0 TICO-TICO
que te causou... Por que não lhe pagas com a mesma vaiou e, batendo com a cabeça num dos paus que for-
moeda ? mavam a embarcação, perdeu os sentidos.
Esta última observação despertou no coração do Quando voltou a si estava preso à balsa, por uma
jovem o feio sentimento de vingança. O homem tinho corda. À sua volta, o barulho das águas era ensurdece-
rczão. Se êle tinha sido tratado com tanta desconsi- dor, e debruçado sobre êle, fazendo-lhe cócegas com a
deração, por que não aproveitar agora a oportunidade longa barba, estava o desconhecido, a quem se negara
para desforrar-se ? Logo, porém, seus sentimentos de a falar sobre os negócios do ex-patrão.
nobreza e caráter se sobrepuseram e pensou que se Em seguida, o desconhecido, deitando-se ao lado
traísse os antigos patrões, nunca mais se sentiria de- de Larry, passou a corda em volta do seu corpo, atou-a
cente. Carregaria, o resto da vida, um grande senti- fortemente a um outro pedaço de madeira da balsa.
mento de culpa e remorso. E, categoricamente, decla- Esta desusava irremediavelmente sobre a correnteza.
rou ao interlocutor: O homem, então, gritou:
Não lhe direi, absolutamente, nada sobre os ne- — Mantenha-se seguro, agora !
gócios da firma. Imediatamente a embarcação se precipitou na
Ao acabar de dizer tais palavras, metendo a mão enorme corrente, submersa aqui pelas águas, para apa-
num bolso, notou que a cópia da carta com os preços recer adiante, recuperando a posição horizontal. Larry
"Onde
das madeiras já não mais ali se encontrava. — agarrou-se com quanta força tinha à balsa. Já
estaria ? Teria o desconhecido achado ?" se sentia completamente gelado. Um pedaço de pau
E o jovem levantou-se e se pôs a procurar a carta. solto magoou um dos seus pés e lhe arranhou as mãos.
Que há ? Que te aconteceu ? — indagou o Mas o jovem não cedeu.
ancião. Passados esses maus momentos, sentiu uma gran-
Larry não respondeu. Acabava de ver a carta na de tranqüilidade. Pareceu-lhe estar vendo o rosto do
margem do rio, levada para ali pelo. vento. Correu ex-chefe, que lhe dizia:
apressadamente para apanhar o papel, porém, antes
de pegá-lo, outra rajada de vento o atirou nágua. Du-
rante um segundo o papel flutuou, sendo impelido, em
seguida, para junto de uma pequena jangada abando-
nada e amarrada a uma das margens do rio.
Sem reparar que a frágil embarcação se achava
próxima ao lugar onde as águas formavam um rede-
moinho, Larry saltou sobre a balsa e, apanhando a car-
ta, guardou-a em um dos bolsos.
Quando já se preparava para pular para a mar-
gem, a corda, que. estava fraca, rebentou. Com o
violento arranco da jangada, agora salta, o jovem res-
1954 43
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
19 54 45
\
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
N AO E R A"
O QUE ÊLE
I PENSAVA...
W^*M^»W^WW^^»M^MW»<W>M»«**WWMWW»#MWMWW»<ywWWMWMM^M»»
— Papai, vou brincar com o Curuca.
A VONTADE
f~\ homem não é só feitura da na-
^^ tureza, é um artista de si mes-
mo, destinado a aperfeiçoar o seu
ser, como o escultor lima, retoca,:
pule a sua estátua. Pela sua inteli-
gência e vontade, essas duas potên-
cias prodigiosas que criam todas as
ciências e artes, o homem não só me- Que cheiro de fumaça! Isto é coisa dos meninos!
lhora todas as coisas da natureza e
as adapta às suas necessidades, como
também aperfeiçoa a si mesmo, au-
menta a sua beleza moral e física, vi-
gora e dilata a sua existência.
Há no homem uma força, supe-
rior à força vital, cuja ação modifica
prodigiosamente o corpo, levanta a
energia extinta, ativa a vida, vigora
J_IÊ_É_r-^-^f /
os músculos, resiste às moléstias e,
metódicamente empregada, subjuga
as paixões, modera os desejos, corri- A coisa parece séria ! I — Vou apagar o incêndio!
ge os apetites, conserva a saúde e ¦ "^ ¦-.
3_29iMtaifli _R__tf_i_Hi_i Hh__^
prolonga a vida.
É coisa sabida que homens, tão
fracos de corpo como de espírito, to-
mam às vezes, em ocasião de perigo,
uma forte resolução, e tal vigor ád-
quirem para executá-la, que pasma
aos que os não julgavam capazes de
tal esforço. Assim, no campo de ba-
talha rivalizam às vezes os tímidos
com os mais denodados guerreiros.
— Gonçalves Magalhães.
Foi o bolo, meu filho.
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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UM
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AN DAVA À CATA
DE "SOMBRA" Pensamentos no circo
A popularidade é
multo diferente da
celebridade. No en-
tanto há quem as
confunda.
O orgulho nãO
gosta de devef ia-
vores; o amor pró-
prio não gosta de
os pagar.
A mão que dá
cansa-se primeiro
do que a mão que
recebe.
São muitos os
que morrem com
Estava fazendo tanto calor medo de morrer.
Sábio é aquele
que sabe o que dl-
zem os livros; mas,
mais sábio é aquele
e /oi parar num lupar oem que sabe o que eles
fresco e sombrio! não dizem.
50 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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^________i____fH__r-^__*__r-^//^^B_____ ^^__________*>'
NO FIM
DO ALMANAQUE VOCÊ ENCONTRARÃO MODELO ARMADO E
DETALHES DA MANEIRA DE CONSTRUIR O BRINQUEDO
( ° / ° 1
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'954 55
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
QUE É A ESTRATOSFERA?
atmosfera da terra, está dividida em duas
A regiões: a inferior, chamada troposfera, na
qual vivemos, é a região dos ventos de todos os fe-
nômenos atmosféricos, e nela se encontram quase
todas as nuvens mais altas; a estratosfera é a frí-
gida e mais elevada região de ar parado, começan-
do a 10.000 metros para cima, nas zonas tempera-
das. 17.000 metros para cima, no Equador e 6.500
metros nos pólos. Foi descoberta pelo meteorolo-
gista francês Leon Philipe Teisserenc de Bort, no
ano de 1890, tendo utilizado balões que transporta-
Diga: A vam instrumentos apropriados.
56 I 954
_
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
machadinha, e
f~~\ calendário usado durante a
Vk—' Revolução Francesa foi cria- das barbatanas
ção de Romme tendo sido modi-
ficado por Fabre d'EgIantine.
peitorais. Não
Começou a vigorar em 22 de se- tem aleta cau-
tembro de 1792, data da procla- dal, e sim uma
mação da República, e manteve-
se até 1.° de janeiro de 1806, pequena cauda
qnando foi novamente restabele- prênsil com a
cido por Napoleão o calendário
gregoriano. qual se agarra
Para os doze meses do ano, que aos galhos das
começava em 22 de setembro, fo-
ram escolhidos os seguintes no- vegetações sub-
mes: marinas, quase
OUTONO: Vindimário (colhei-
ta da uva); Brumário (que obs- de igual manei-
curece o firmamento); Primário ra como os ma-
(que cobre as montanhas de
neve). cacos e o came-
INVERNO: Nivoso (que bran- leão se agarram
queia o solo); Pluvioso (que o
molha com chuva); Ventoso (que aos ramos das
desencadeia os ventos). árvores.
PRIMAVERA: Germinal (que
fax brotar ou germinar); Floreal E já que fa-
(que faz florescer as flores); Pra- Íamos em ca-
dial (que seca os campos).
VERÃO: Messidor (que reco- meleão, deve-
lhe as messes); Termidor (que
esquenta); Frutidor (que amada- mos esclarecer
rece os frutos). "que o cavalo
As semanas foram substituídas marinho pare-
Por décadas e os dias se denomi-
naram primidi, duodi, tridi, quar- ce-se com este
tidi, qnintidi, sextidi, septidl,
octidi, nonidi, decadi. em duas coisas:
^^*^^^^^^^^^^>*^N^N0MM»*N0M^M^^^MMWS0% seus olhos são
'954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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I 954 59
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
O C A S O
DA
ESMERALDA
O animal apanhou outra coisa, no chão e depositou
na mão do detetive. Era um pedaço de borracha que pa-
recia se ter desprendido de algum pneumático de automó-
'fà\\
msau^^-t^
~~~^9*^Ém\WL *
li ÊBj \w)S*. a^m\W multam
vel, e também sobre a qual havia manchas de sangue.
Dickson pulou da rede.
Onde encontraste estas coisas? — perguntou.
O inteligente animal deu um salto, ladrou, correu
alguns metros e parou para ver se o dono o seguia. De-
pois continuou sua carreira.
Jack Smith, o ajudante, largou o livro que estava
lendo e saiu atrás de Dickson e do cão.
Este saiu à rua e, perto do portão, quase na esqui-
na, parou, ladrando.
Dickson examinou a calçada: no pó do chão viam-se
marcas de rodas de automóvel. Próximo ao portão as
rodas eram mais marcadas. Nessa altura, faziam uma
curva, voltando por onde,tinham vindo.
Estas marcas foram feitas por pneus de taxi —
murmurou Dickson. — Alguém chegou até o portão, de
taxi, e logo voltou. Agora repara: hoje não tivemos vi-
sitas, no entanto estas marcas são recentes...
Em seguida reparou que havia outras marcas. Estas
se separavam, como si o auto tivesse querido passar o
taxi. Na curva elas se juntavam. Dickson fez um cal-
/( I W íT/ti r\I
M
1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
este pedacinho que o Negro me levou. Aqui há um mis- Imediatamente após haver averiguado que o navio
tério que precisa ser desvendado, Smith. que tinha atracado ao cais de Shadwell era o "Merriwell",
Enquanto falava, Dickson examinava os arredores. dirigiu-se até lá, em busca de informações.
De repente, inclinou-se e apanhou um cordão feito com Chegou, deu-se a conhecer e subiu a bordo.
fios dourados e, pregado a este, um pedaço de tecido es- dos oficiais disse que todos se achavam ali, menosO chefe o ca-
curo. Dickson examinou-o com sua lente, depois, viran- pitão Swainsbury.
do-se para Smith disse: Desceu a terra hoje bem cedo e ainda não voltou.
O homem que nos veio visitar era bastante corpu- Poderei fazer alguma coisa
lento. Media mais ou menos um metro e setenta de para ajudá-lo ?
Sim — respondeu Dickson. — Se
altura; além disso, era oficial da marinha mercante e seu seu capitão foi seqüestrado. Não sei por não me engano
navio deve ter chegado hoje ao porto. que, porém os
que o seqüestraram queriam impedir que êle falasse
Smith olhou admirado para o chefe. comigo. Por favor, leve-me
Como e porque o senhor diz tudo isto ? ._ ao camarote do capitão.
O peso, porque o arrastaram ao invés de — O camarote ocupado
carregá-lo até o carro; a altura, porque, repare: pelo capitão fica em baixo,
as marcas foram feitas pelos sapatos, logo estas senhor. Não posso abando-
manchas de sangue são da cabeça ferida, em con- nar meu posto enquanto não
seqüência da pancada que lhe de- encontrar alguém para subs-
ram para derrubá-lo. Agora repa- tituir-me. Enquanto o pro-
re: entre estas manchas e as mar- curo, o senhor pode ir des-
dos sapatos há mais ou menos um cendo.
metro e setenta centímetros, Dickson dirigiu-se ao ca-
ou seja a altura do indiví- marote do capitão, notando,
duo. com surpresa, que todas as
E como pode sabei escotilhas deste se achavam
que era oficial da marinha fechadas. Aproximou-se da
mercante ?
Este cordão dourado
é o material empregado na
l^a^KfwBSriljnW
rTV '*» áímiVmVt\i~VJr JjM H^l l^Ii
porta empurrando-a. Ao fa-
itw, zê-lo uma brilhante luz o
ofuscou. No interior do apo-
fabricação dos galões dos ofi- sento, no meio da maior des-
ciais, e este pedacinho se ordem, um homem, com rou-
deve ter desprendido da sua pas de marinheiro, e um gor-
roupa quando a vítima era ro velho, dava busca, apres-
irrastada até o automóvel. O sado.
fio mostra que se achava cos- Ao abrir-se a porta, o
turado a um uniforme azul homem deu volta puxou o
marinho; aos oficiais navais revólver e fez um disparo
é proibido usar o uniforme contra Dickson.
em terra em tempo de paz; O detetive deitou-se no
porém, à marinha mercante chão para evitar as balas. O
é permitido. homem aproveitou a ocasião,
E quanto ao na- apagou a luz e correu para
vio ? fora. Dickson levantou-se e
Porque se estivesse saiu em sua perseguição. O
atracado no porto há mui- ladrão correu até a coberta,
tos dias, o oficial estaria com de onde estavam descarre-
/ "^
roupa civil. Isto prova ain- gando grandes fardos, saltou
que êle tinha urgência em
me vêr. Venha, Smith, te- jp por sobre um deles e fugiu
a toda velocidade.
mos que fazer rápidas investigações! Dickson chegou tarde. Ao voltar-se, entretanto, de-
Voltaram imediatamente para casa, tendo-se Dickson parou com o gorro do marinheiro. O detetive juntou os
informado por telefone sobre os nomes dos navios e a lábios e emitiu um estridente assovio. Era um sinal para
hora em que haviam chegado, naquele dia, ao porto. Smith.
Agora, com a ajuda da policia — ordenou a Este veio imediatamente.
Smith — veja se encontra o motorista do taxi que trouxe Ponha os cães na pista — gritou Dickson. — Dê-
até aqui em casa o oficial de marinha. Pôde também lhes o gorro para cheirar.
fazer essa sindicância nos pontos de taxis. Ofereça uma Imediatamente Smith chamou os dois cães de caça
recompensa. que havia levado no automóvel, fazendo-os cheirar o gorro.
Os cães, depois da olfação, saíram em disparada
senhor. Eu levei um cavalheiro que corres- acompanhados pelo detetive e seu ajudante.
SIM, ponde a esses sinais. Tomou meu carro no cais Correram assim até chegar ao rio.
Shadwell. Pagou-me o dobro para que o levasse Ali, viram ainda o homem, que já se preparava para
depressa. atravessá-lo a nado.
Dickson agradeceu ao motorista as informações e Solte os cães, Smith.
deu-lhe a recompensa prometida. (Continua na página 64)
1954
61
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
yfv—
ainda e pela expressão de
seu rosto dava a impressão de
que estava sempre a mastigar uma cebola
amarga. Era a lembrança do
presente que recebera do senhor rico.
A história espalhou-se e todos os vizinhos
começaram
a caçoar dele. Até os cachorros
quando ladravam pareciam
dizer:
— Quanto trabalho
para ganhar uma cebolinha ! E por
ela deste um bezerro !
João, entíçtanto, enri-
queceu e é feliz. Como
sempre foi bom irmão, aju-
da Pedro que aos
i___ Wf ^
poucos
se vai esquecendo da cebo-
!a amarga e mudando de
caráter. Já não é mais an- 'Ât^l ~rl
bicioso, trabalha muito,
^^__-_fy_J_\ / imm^^^^/ v
mas uma coisa êle nunca
mais quis fazer: comer ce-
Jr\ W Rwf*_
bola.
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^"^^——e^e^V _T__»-»»—¦—»»"»»»-_F _»*^-*~^. * 1/ Ml /TiJ I I
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G / // ^___tó
63
ALMANAOUE 0"O TICO-TICO
Correram quase meia hora, até que se detiveram diante de um pesado ê'.
"Aluga-se
O C A S O i sólido portão de ferro, sobre o qual se viram as seguintes palavras:
O detetive, depois de saltar o portão, deu uma volta ao redor da casa.
que parecia desocupada, voltou à frente e subiu as escadas que conduziam
à entrada principal e tomando uma velha aldraba bateu com ela na porta
DA Então, o chão se abriu e o detetive caiu num subterrâneo.
Ao voltar do aturdimento produzido pela queda, Dickson se encontrou
no chão, atado de pés e mãos. No outro extremo do compartimento acha-
ESMERALDA va-se um homem amarrado a uma cadeira. Embora nunca o houvesse visto
Dickson imaginou que bem podia ser o capitão Swainsbury.
Além dele, encontravam-se ainda nesse quarto, um homem que parecia
chinês e dois mais, todos de má catadura.
(Continuação da página 61) Que quer dizer isto ? — inquiriu Dickson. — Por que foi seqüestrado
o capitão Swainsbury _. -_ .. . ,
Com fortes latidos os cães entraram Eu o direi, Dickson — respondeu o capitão. — Tinha ido procurá-lo
nágua, nadando vigorasamente em em sua casa porque desejava que me guardasse algo, entende ? E' uma jóia.
perseguição ao fugitivo. uma maravilhosa esmeralda que vale pequena fortuna. Pertence a um dos
Temos aqui um bote; venha, meus subordinados. Este bandido mestiço descobriu isto e atacou o rapaz em
Smith. Temos que agarrar o ladrão ! Singapura, para roubá-la, causando-lhe ferimentos que ele ainda está tratando
E unindo a ação às palavras, o de- no hospital. Por sorte, êle já me tinha entregue a esmeralda, quando Jim
tetive saltou para o barco, o mesmo Chong o atacou.
fazendo Smith. Então, Dickson soltou um estridente assovio, pois havia notado que no
Começaram então a remar. teto do quarto havia uma pequena abertura para ventilação e por ali o seu
O homem já havia chegado à ou- chamado poderia ser ouvido por Smith.
tra margem do rio, seguido pelos Fale, capitão Swainsbury, ou Dickson morrerá. Se não me diz ondr
cães, que logo o derrubaram, subju- está escondida a esmeralda, esta faca será enterrada em seu peito. Contarei
gando-o. até três ! — ameaçou o oriental. — Um !... Dois ! Ai ! !
Quem é você e de onde vem ? A faca caiu das mãos do chinês, ficando no chão. Ao voltar-se, deu com
perguntou Dickson ao se aproxi- a cabeça eporme de Negro a poucos centímetros do seu pescoço.
mar. No outro canto o Bob mantinha encurralados os dois sequases
Procure descobrir — respondeu Graças a Deus, ouvimos o seu assovio, chefe! — exclamou Smith
o homem com arrogância. Corremos à volta da casa e a tampa que existe na porta principal abriu-se
E' isto que estamos fazendo. e nós caímos aqui dentro.
Examine-o, Smith ! — ordenou. Apanhou a faca, cortando as cordas que amarravam o detetive e o capitão
Não quer dizer de onde vem ? Com as mesmas prenderam os bandidos.
— acrescentou o detetive examinan- Agora, Capitão, — disse Dickson, — quer contar-me o que se passou !
do uma passagem de segunda que o Um de meus amigos, — explicou Swainsbury — explorando uma região
homem tinha em um dos bolsos e que próxima a Malaga, achou a maravilhosa esmeralda. Jim Chong ao sabê-lo.
continha a data e o lugar onde tinha tratou de se apoderar dela, não o conseguindo. Seguiu o capitão até a Inglater-
sido expedida. — Não é preciso mais ra. Lá, quando Swainsbury se dirigia à casa de Dickson para confiar-lhe a
você dizer. O bilhete da passagem jóia, o chinês o seqüestrou. — E onde está a esmeralda ? — perguntou o de-
indica: Greenslade a Londres. tetive. — O homem que revistou seu camarote não a encontrou.
Depois de deixar preso o indivíduo, Swainsbury sorrindo apanhou a faca. — Estes bandidos se apoderaram
o detetive, seu ajudante e os cães de de todas as minhas coisas e as examinaram, potoém se esqueceram disto
caça viajaram até Greenslade. Ao che- Apertou a faca do lado do cabo de osso, abrüido-o até a metade e, ali, num
gar à rua que desembocacava na es- pequeno escrínio maravilhosamente confeccionado, estava a cubiçada esme-
tação, Dickson fez com que os cães ralda, cujo tamanho e brilho provocaram exclamações do detetive.
cheirassem os objetos encostrados Dickson — disse Swainsbury. — meu filho não poderá nunca agra-
nos bolsos do ladrão. Em seguida, decer-lhe o que fez por êle !
saíram correndo, seguidos por seus Se há alguém a quem agradecer, não é a mim, e sim a estes dois, espe-
donos. «. cialmente ao Negro—exclamou o detetive, acariciando as cabeças dos dois cães
í \ \\r ' ] A fé \ £* *? )
*4 I 95*
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
tão grande, tão gran- foi colocada na pequena ilha de
re, que assombraria o Bedloe, à entrada do porto de
mundo inteiro. E êle New York, como guia para os
a fez, pois era per- navegantes. A estátua foi solene-
mente inaugurada pelo presiden
jsistente em suas idéi-
M MM
El t, MOÇOf
w IK looo
A-
VOÕMECÊ
VENDE COCADA o M
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66 I 954
ALMANAQUE 0'O TICO-TICO
l
gados os princípios que erguer às luminosas ai tu-
Me professou e conser- ras onde refulgem os es-
mio
?ou i sempre. piritos superiores em e-
terna glória, bastou a
0
Aos vinte e um anos,
casou com Julia Carron, grande descoberta que
tão bela quanto virtuosa revolucionou a ciência e
e digna da sua enterne- deu impulso ao progresso,
clda admiração. Imprimindo o ri*-_r_o ace-
Um ano depois, tinham' lerado e trepldante à vi-
um filho, que, em home-
nagem à memória do A S6RVIÇÓ (M moderna, entre os po-
vos civilizados — o ele-
datro magnetismo.
a*ô, recebeu o nome de
Jean Jacques.
A fecunda e prodigiosa
ntlMANiPAPG
atividade do sábio Am- deste homem,
P^re começou a dar 04 Ávida que se tornou cre-
P*re frutos quando, de- dor do reconhecimento e
P°ls do nascimento daquele filho, da admiração da posterl-
por ciências: nas matemáticas, na física, dade, foi, como a de tantos outros ben-
Necessidade de manter o lar.
conse- na História, na História Natural. feitores da Humanidade, amargura-
SWu a nomeação de professor Nem lhe foram estranhas as in-
para da e triste, cheia de sofrimentos
* Escola Central do Departamentq a-
vestigaçôes da metafísica, ciência lanceada pelas mais pungentes
*> Ata, de onde, pouco 'tepois, foi an-
obscura e dê todo o ponto contrária gustias, rodeada da incompreensão e
transferido, como mestre de
mate- à Índole das fórmulas rigorosas e daá da indiferença que, muitas vezes,
taáttca e astronomia, o Liceu de en-
para leis positivas deduzidas da existen- volvem na penumbra do
Lyon olvido os
cia mais fulgurantes espíritos.
'954
6?
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
V<rocê sa ba?
QUADRO PARA
NAO TER DÜ-
VIDAS E TEIMAR
NO COLÉGIO
FERIADOS NACIONAIS
de Janeiro — Confederação Universal
21 de Abril ! —Tiradentes
ide Maio _ Dia do Trabalho
7 de Setembro — Independência do Brasil
— Dia dos Mortos
M,.«4 H' r ¦'' ' ' "^ ' ' ' "'—¦"
de Novembro
— Proclamação de República .:'¦•?»'.*•
15 de Novembro
25 de Dezembro — Natal
PÍLULAS
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$Ê3$4$éuí*W'
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68 1954
^Mofmd
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
AMgí; * __
>95. 69
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
"Entrada",
Já de uma feita, comandando uma
Naquela Depois
E parte, para
jamais voltar.
Os anos pas-
sam, Fernão
Dias envelhece,
perde homens
do grupo, mas
não perde a fé.
Acredita no
belo sonho das
esmeraldas. L^-Afr "Bandeira" está destroçada. O chefe
A
Acredita e por-
fia. ¦ quase vencido. Até seu próprio filho está
70
Mas as pedras
verdes não apa-
recém. É disposto a traí-lo, a abandoná-lo para re-
gressar a S. Paulo.
I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
Com o cora-
ção alanceado,
tem, contudo,
forças para fa-
zer executar a
Lei.
O filho trai-
dor, que o que-
ria envenenar,
f o i justiçado
por sua ordem.
Assim era a
Lei, naqueles
bárbaros tem-
pos.
\ %_vfflá_fWr lf fWaWFàÈM
Não resistindo à emoção, às privações, às fe-
'954 71
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
Oi BONECOS ACROBATAS
ÍVÊR A PAGINA 56)
simples vista do modelo abaixo, e o bom senso do menino que
fôr armar o brinquedo, ibastarao para que logo o seu funclo-
A mento seja compreendido, bem como a maneira
pela qual deve
êle ser construído.
/
(9- $iq/!M***J> ^jV <*& J^a a üjlslkjüs. dlt qaa,cu*JL*—
mmm kWW
Àm b^bI \m\.
b^b^bK. b^bW
ro^
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LbW.
I A^L\W
O SAPATO DE TODOS
. _.;.--,.
72 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
_ ._ ¦..
I 954 73
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
—^amammma^aamammJ —¦— L, 1
mm^mm^S*^^mmmmm^^,m^^mmammmm^mt^^mmm,u\ W
74 I 954
I
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
'i. - ' *«<_¦_''.<__!¦ _________-__M__M___9__t
-• <»r.*mn t__M_H_vrnn--a-u E tudo faziam para merecer a
,/^^_<>_*_^_<_y^x_^JüLL)Uo>| wWÊ
preferência.
Contam que, entre os caraíbas,
PW era Naiá a mais linda cunha.
Naiá, como as demais, espe-
____ uWL-1 _nu:v ¦ "w ______¦_¦* vhbs__»*m__w W-fcSÜX rava a descida da lua.
w________-í^-. ^'«f^W!}" . t«_Kl?•
^EjBrV
BF^^' • •__H_v^*: *_. -. ' TJi " "- ._•-_» . »^,__
______«_F___K Certa noite, de um luar en-
tontecedor, Naiá acordou na sua
___r** JF^' -______-_^____r___l•___¦___! L_.^|P^____L rede branca de tucum. O luar!
aclarava toda a taba, como um
dia.
"t
—"^Ü_T^ü ^rwyiP '
^^Si^1"._..
J_T'*'______,________Kl___»^*L __Tl ^^^^^^^_______r__^"-
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<__»
Fascinada, Naiá saltou da rede
_B_____f^*?___l_______2_S """^l^^%SBfifc||__i___. ~^T^"*'|ií__&' psitínl e encarninhou-se para perto do
lago, onde as águas tinham um
brilho de prata.
Chegando lá, viu refletido nas
¦Çv^^n ,_<f^___ÍN___É_" _ttt águas o disco branco da lua, tão
_________________ t -_¦______________
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76 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
O CARECA
O ÍNDIO
HUMORISTA
' ¦
76 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
VlMMAMMMAMM(WMMVWWMIMM¥W«WW>
LIBERALIDADE
QUERIA ;
DE UM REI
A NTÍOOO, o Orande,
* famoso rei da Si-
EM PAZ...
-ante sete dias, para
poderem celebrar a
sua festa solene.
O rei não só ace-
deu de boa vontade aq
pedido feito pelos ju-
deus. mas também!
desejou associar-se aos
festejos. Para isso,
mandou dourar os chi-
f res de alguns novilhos
e preparar os mais ra-
ros perfumes, condu-
zindo, êle (próprio, a
Sua dádiva, até às por-
tas dos sitiados; dei
positando-a nas mãoa
destes.
Então, aqueles mes-
mos que tinham pedi-
do o armistício, encan-
tados com as manei-
ras e virtude daquele
rei liberal, Tenderam-
se, assim que termi-
nam os festejos...
'' "
QUE GENTE ESQUISITA! nti ' 1 ifÉ-Hii Wlifli iiiiiiii üi _i ¥_ifrffl_Éifilf___- -_____^1Í_l->--TI_Tnil-h-__- ii
80 1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
CONSELHOS PRÁTICOS
'TOMAS Jefferson foi um moralista na
•*¦ vida prática; deixou dez conselhoa
úteis:
Não deixe para amanhã o que pode
fazer hoje.
Não gaste nunca o dinheiro antes de]
tê-lo ganho.
Não compre nada Inútil só por ser
barato.
"¦— Nunca se lastime por não ter comido*
bastante.
Quem trabalha com prazer nunca se
cansa. •
Quem quer vai, não manda.
A vaidade e o orgulho custam mais
caro do que a fome e a sede.
Comece sempre
Prec ate -se contrapelo principio.
cuidados e sofrimen-
tos que só existem na imaginação.
Conte até dez, antes de falar quando
estiver satisfeito; e até cem , quando
estiver Irado.
V • ** y V ^' y **++*****+Ê**0**6'0*t*f>00*0m*tsi*m0**0*i***&+&**0*0v&&0y^&^^
^"»>
ssstjipay w—r<^^ ^^^^mÊHMHmmtÊ^^^
O INVENTOR DA
TELEGRAFIA
SAMUEL MORSE
A 24 de Maio de 1844, Samuel Morse, senta-
f~^ do comodamente no salão da Suprema
Corte de Washinton, enviava, através do apa-
rêlho transmissor ali Instalado, a Alfred Vali,
(00) «acr«* /
em Baltimore, esta mensagem: "Qual foi a
deliberação do Deus da índia?", Aquele dia
marcou o inicio da história das comunicações;
pelo fio, constituindo ao mesmo tempo o ter-
mo feliz de uma luta que Morse vinha susten-
tando havia doze longos anos, para realizar o
seu sonho dourado.
O inventor da telegrafia nasceu em Charls-
town, Estado de Massachussetts, em 1791. Foi
educado na Academia Andover e na Universi-.
dade de Yale. Sua ambição de criança era tor-
nar-se pintor. No colégio, efetivamente, apren-
deu a pintar miniaturas em marfim. Fez depois
duas visitas à Europa, a fim' de aperfeiçoar seus
conhecimentos, mas não conseguiu melhorias
apreciáveis, diante do que deliberou abandonar
a arte. Foi no regresso da sua segunda viagem!
ao continente europeu que começou a se lnte-
ressar pela eletricidade. Um dos seus compa-
v°y Vo y
nheiros de viagem, o dr. Jackson, mostrou-lha
um magneto elétrico, que adquirira em Paris.
Foi então que Morse pensou pela primeira vez
na possibilidade de enviar mensagens através de
um aparelho elétrico.
Os anos que se seguiram foram de trabalho
árduo e de desânimo. Ensinando pintura a ai-
guns alunos, êle Ia ganhando o suficiente para
T I Q U I N H O se manter enquanto prosseguia nas experlên-
cias que, o conduziram, afinal, ao êxito defini-
«vo. Depois de cinco (anos de trabalho êle con-
seguiu mandar mensagem de uma extremidade;
a outra do seu laboratório. Foi nessa ocasião que
Alfred Vail, entusiasmado com a obra de Mora»,
conseguiu que seu progenitor auxiliasse o In-
ventor financeiramente.
Em 1843 o Congresso votava um crédito de
trinta mil dólares para construir uma linha te-
legráfica entre Washington e Baltlmore. Foi
UMA REVISTA através dessa Unha que Morse enviou a famosa
DIFERENTE PARA OS mensagem ao seu valioso colaborador, Que en-
TIQUINHOS DE GENTE tão se encontrava nesta última cidade.
I 954 81
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
PAGINA
'¦"»¦*¦¦----- 1
tâs*Y AMiDO DE milho
KAI2ENA
MARCA
OFERTA
Do
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1.1. _ IIII I.
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* JT/V Cachorro
Rã Raivoso
TODAS \J ESTA' "A St/A
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DlV/ SOES _ TPIÍ.RA
ONDE HA' UM s/tacío acreditar,
.'onto,- você
SOMBR6AN00 JUntR todos
PODERÁ VER O os pontos
PeiA OPO£A1.
QUE VAI ACONTECER. àf%£SFMBAk?ALHE CADA GRUPO
àWkW DE LETRAS PARA SOL ET PAR.
0 NOME DE 6 EMBARCAÇÕES.
r?0BUST£C£
ADVOPEJ ENIGMÁTICAS AS CRIANÇAS.
6//J6 »? urvo/zc Que
SUOCJZe UM SOQQ-CMOMe?
P&PARA OS 4I0NMÍ
i cê Árvore ofíí moro cujo
no Me e' tombem o oe ÍORFFSDEAMANHÃ.
porte oe umq peça do ~ "I
I 11» rV.r""ii i Vi aC>wtHS t* I i i i i~ i i _** ¦~ii_n~g m"
vestuário?
ufíi a aievoee Que foz
LEM&ROR FOMOSO CQRDEOl?
U£ PORTE DO CORPO
TEM o NOMe oe UMO
árvore?
22
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PONTOS. 26 28
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SSlM GANHARÁ ESTE JÓQO. )
82
I 954
m
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
THOMAzf
¦ 1AJ
LJ !___•! I .
MV^ ^
«-í^
O problema é livrar-se o má-
gico do cordel. Para isso, bas-
êle faz a argola vir para o cor- ta fazer o que indica a figura
dão e esconde a outra dentro 2 B, metendo uma das mãos
dr camisa, ou em um bolso. por dentro .da volta que fez,
__BP^________H
_T7E=^__í_[
puxando o cordão.
Boa informação A w
ORIGEM
DOS SELOS
Foi Rowland Hill quem, no ano de 1837, in-
ventou o selo. Esta invenção tem uma histó-
ria bastante interessante e, portanto, digna de
ser contada.
Em certo dia daquele ano o carteiro bateu
à porta de humilde estalagem duma aldeia in-
glesa, com o fim de entregar carta vinda da
Escócia, recebendo, em troca, a taxa de dois
xelins. A estalajadeira examinou cuidadosa-
mente o sobrescrito e, depois, restituiu a carta
ao carteiro, explicando:
Podeis levá-la: sou pobre demais para
— Pode dizer, por favor, onde nós estamos?
-r Na piigwa 85 do "Almanaque d'0 Tico-Tico". madama. pagar dois xelins por uma carta.
Rowland Hill observou esta cena e, impe-
lido por um impulso de generosidade, pagou
fmmtfã ^*-W
^mammmmmmmmWmagg^ammmmmmiãt
a taxa, julgando que isso alegraria a boa mu-
lher .Notou, com bastante assombro, que a es-
talajadeira não abriu a sobre-carta. Resolveu
• 1954 85
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
xAíAAÍ n ^CAF%íM
A cidade estava passando por uma grande
calamidade. Quase não havia gêneros
alimentícios, e o« pobres começavam a so-
PsAAAt
l \J [} /—7ÃfkY/~^\\\
frer os horrores da miséria.
Um homem, rico penalizado com a sorte
dos habitantes da sua cidadezinha, reuniu
vinte crianças, das mais pobres, entre meni-
i& !Yos e meninas e levou-as à sua casa.
Lá, mo sarando-lhes um grande cesto
[ / cheio de pães fresquinhos e saborosos, dis-
se-lhes:
— Tire cada um de vocês um
pão !
E, todos os dias, a esta mesma hora, venham
V\. a AiW^í
Ati n)')
aquí buscar outro.
As crianças não esperaram segundo convite.
At:raram-se ao cesto e- escolhendo cada qual o
que lhe parecia maior, foram saindo, sem ao menos
r^ r-V/ £ccl 1 \ se lembrar de agradecer o auxílio que vinham de
receber.
41 *tJ
Margarida, uma das mais pobres, mas que an-
dava sempre bem posta nas suas roupinhas assea-
_£—. das, conservou-se sempre a distância, enquanto os
^*£t companheiros lutavam entre si na escolha do pão
~
maior. ,.
66 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
JaA%\^A
mostras
a riqueza que tens no coração.
Quem sabe ser grata com o
'recebe e com êle
pouco que
I//JJ/ /\V_//[^S/ / /
se contenta, bem merece essa
pequenina recompensa. <A////i
//l/l \
l^/A
^h-A
A moeda é tua e que Deus te / 11/1 1 °i" \ \
conserve sempre assim: sem 11HI \l \
ambições, honesta e, sobretu
do, agradecida.
Que Deus te abençoe !
E beijou-lhe a cabecinha.
comovido.
I 954 87
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
_ „ m POESIA
A
O _t_t __» Í7
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Oi
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B + *
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* _J A A;
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* n / l Z £
é uma das adivinhações adivinho e... diz exatamente os mais numerosos estão virados
ESta de mais sucesso quando bem qual foi a carta virada. para cima. Na fila B, vê-se que
executada. o 5 de copas foi virado ao contra-
é claro, as car- rio, pois só dois corações estão
Colocam-se várias cartas em
fileira, como em A. O "mágico" tas de antemão. Reparem
PREPARAM-SE, para cima, e três para baixo.
vira de costas, ou sai da sala e que há certas cartas em que há Prepara-se, antes, o baralho,
maior número de signos (paus, reunindo as cartas que se podem
um dos presentes deverá virar espadas) viradas para uma cabe- usar para a prova (pois nem to-
uma delas, colocando a parte que ceira, do que os virados para a das servem) em cima, de modo
estava em baixo, para cima, e outra. a tirá-las quando fôr fazer a adi-
vice-versa. Feito isso, volta o Na fila A, por exemplo, todos vinhação.
88 1954
ALMANAOUE D"0 TICO-TICO
2^fe
de segunda-feira, um espirro era sinal de
grande prosperidade e alegria durante a se-
mana. Dois espirros queriam dizer justa-
mente o contrário. Num domingo de ma-
nhã, todavia, um espirro significava desgos-
Que agilidade ele tem nos dedos! to, e dois, grande felicidade para a semana
Maricota, eu queria aquelas mãos para me cocar..
toda.
Tratando-se dum homem doente, espir-
rar uma vez era sina! de que, apesar da pe-
ATCHIM! VOCÊ ESPIRRQU? rícia dos médicos, estes seriam incapazes de
os países no mundo têm as suas o curar. Dois espirros-significavam o rápido
TODOS superstições a propósito do espirrar, restabelecimento do doente. Tratando-se
muitas delas contraditórias. duma mulher, um espirro era o bastante
Por exemplo, nalgumas ilhas do Pacífico, para que recuperasse depressa a saúde, e
os indígenas crêem que um espirro significa dois espirros, um presságio da sua morte.
o regresso da alma ao corpo, do qual se ha-
via afastado momentaneamente; já no ou- O CAMINHO
tro lado do globo, é considerado como a
saída violenta dum espírito mau. Nalgu- DE
mas partes da índia, é sinal da morte imi- PEDRAS
nente da pessoa que espirra. ///s"/^^L. K
(Solução) /*% /fr/^y^-\mm
Nos séculos XV e XVI, na Inglaterra, se
um homem espirrasse duas ou três vezes se- A palavra é
'TASSAR"
guidas, enquanto estivesse falando com um
amigo, era sinal de que havia de prosperar,
mas só se interrompesse a conversa de re-
pente e voltasse ao trabalho.
Se estivesse fazendo um negócio e es- —£* - - ¦ ^-- ^v -^vE-^^y-
>^-> Ag?!
.1
I 954 89
f_e eD/vujnoO
CHPDUTO
/^ í PUXAI ESTA' pronto! ~~^\/^s^. AGORA > KXJ PREGAR A \/i
6 CQtK) FICOU RfV?E~ I j2? Ç n\ MAIOR PECA PE TOOOS nlf
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C/DO COM UM VERCM- I I _A A) \ OS TEMPOS NO PftOP.
/( \
¦ 11IWUL
£' notÍ¥£L> OUVINTES f -jF f T_0 «OS 1„ 4 C/fK ^
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C_ «SCC-5 VOADORES ___^^^ "aí _^'__ri_P„f_^,_^„__' \
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
7 *\ ^ci 'iwvaiMhcr ^
Que missão ve "> /ii/n/Tr-, /7 C^ tio atire 'ótimo/
> mz3NApA." / AYâylnnU Sou£u,s£u 99 |T~^»\ ASS/AfTOQE
TOME LA'.'' V-iJmJJUUO ,Hf«s/ APANHAR
/^r 506r?lNHO </' / B
1954 91
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
wAWPSSEB
Várjos astrônomos e matemáticos gregos
construíram relógios de sol, entre eles:.Tales,
Aristarco, Anaximenes e Anaximandro, de
Milero..
Herodoto afirma que os gregos aprende-
ram ò método dos babilônios.
Em Roma o primeiro relógio solar foi mon-
dado construir por Lúcio Papirio Cursor, uns
tt,ês séculos antes de Cristo. Antes que se ge-
ncralizasse entre os romanos o novo instru-
mento, não existia a divisão do dia em horas.
Os pastores de Benarés (índia) servem-
se ainda hoje, de relógios solares cilíndricos,
tiramos o relógio do bolso ou olhamos nos*sa construídos de madeira, suficientes a uma
existência pastoral e primitiva. Entretanto,
QUANDO para saber as horas, não nos recordamos do
pulseira
enorme trabalho, das tentativas e pesquisas que aquele ob- para que o relógio de sol preste seus serviços,
faz falta o sol... E como na vida estamos tam-
jeto, pequeno e comum, representa. Poderíamos imaginar o bém obrigados a contar as horas nos dias nu-
mundo sem este recurso para saber as horas ? O homem já
blados, e durante a noite, era necessário, pois,
está tão habituado com o relógio, que parece ter nascido
fazer alguma coisa que indicasse as horas
com éle, da mesma maneira que nasceu .com duas mãos e
dois pés. quando o sol não brilha no firmamento.
O homem, então, pediu à terra um meio
Enquanto o pastor da Caldéa era obrigado a olhar o céu
e a posição dos astros, o homem de hoje leva consigo, em para determinar as horas. Servindo-sè da for-
ca de atração que ela possue, chegou-se a me-
qualquer momento e em qualquer lugar, um instrumento cô- dir o tempo mediante a queda contínua e pa-
modo, prático, simples, que lhe presta serviços apreciáveis.
relha de um corpo, da água, por exemplo. Foi
Pode-se dizer que as invenções do quadrante, ou mos-
o princípio fundamental da clepsidra; inven-
trador, da clepsidra (relógio de água), do pêndulo, dos re-
taram-se, assim, ps relógios de areia e os de
lógios de torre, de bolso e de pulseira, marcam as fases ou
água; estes últimos são gs verdadeiras clepsi-
épocas principais do desenvolvimento da vida social. Na an-
dras.
tiguidade, mesmo, os astrônomos não distinguiam as peque-
A invenção da clepsidra é atribuída a
nas divisões do tempo. Nas observações de Ptolomeu, o
Cresibio de Alexandria, que viveu uns 250
tempo nunca está indicado com exatidão maior que um quar-
anos antes da era cristã. As clepsidras foram
to de hora. Hoje se computam os minutos, os segundos e até
introduzidas em Roma no ano 157 antes de
as frações de segundo. Milhares e milhares de anos foram
Cristo, por Publo Cornélio Nausica. Consta-
necessários para se chegar a este resultado.
vam de dois recipientes de gargalo estreito,
O tempo — já se disse — é a teia da vida humana; não
invertido um com relação ao outro e comuni-
nos devemos, pois, espantar pelo fato de que o homem, desde
cadds por um pequeno furo; tinham o defeito
o princípio do mundo, se preocupasse em medi-lo.
de a princípio a água escorrer muito rápida-
O recurso mais antigo para calcular a hora foi a som-
bra do sol. Um bastão fincado na terra em pleno sol projeta
sobre o solo uma sombra que muda de lugar à medida que
o dia avança. A sombra gira em torno do bastão. Sobre este Primitivos relógios solares
dos babilônios, construídos
princípio se baseia o quadrante solar, ou relógio de sol, que em pedra.
pode ser plano, cônico ou esférico, sempre que se componha
de um bastão è de uma superfície com uma orientação con-
veniente. Se sobre o superfície são marcadas linhas com nú-
meros, que dividem o dia, a sombra, à sua passagem, indi-
ca as horas. ;
O quadrante solar foi o molhor indicador do tempo e é
mais barato e o mais simples dos relógios, porém não indica
os minutos nem os segundos.'O primeiro quadrante que re-
corda a história é o de Acaz, rei da Judéa, que começou a
reinar doze anos depois da fundação de Roma.
92 1954
¦*/.-.
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
1954
93
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
«è SEBASTMO FEPA/AA/DE5
94 1954
^MANAQUE D'0 TICO-TICO
E' nessa parte de terra que temos o con-
tacto direto com a natureza: vemos a árvore Outros canteiros são aproveitados para o
que nos protege e, purificando o ar, beneficia- plantio de hortaliças.
nos. Enterrada a semente, em pouco tempo ve-
As árvores nos dão tantas lições... mos a germinação, a terra nos oferecendo ai-
face, repolho, rabanete, que vamos apreciar à
Os pássaros as procuram para cantar e fa-
zer. seus ninhos. mesa e notar quanto vale um pedacinho de
terra.
Quando floridas, temos o encanto do per- E ainda podemos fazer um quadrilátero de
fume.
tela e criar galinhas.
Carregadas de frutos, sabemos a delícia de
colher e saborear os pomos de várias formas e No quintal vamos plantar um pé de ma-
mão, de laranja, banana, abacate, árvores
sabor. que,
carregadas, nos oferecem o produto bom da
Quando não oferecem nem frutos nem fio- terra.
res, dão sombra acolhedora e a beleza da ra-
magem. Eis o quintal, pequeno terreno atrás da
Às vezes o espaço do quintal só dá casa, onde vamos brincar e correr, gozar a vida
para à sombra de árvores amigas e ao som do canto
um jardimzinho.
dos pássaros. Lugar onde sentimos a vida sã,
Ou um pequeno canteiro para o plantio de
folhagens e flores de variadas cores e na liberdade de divertir-nos.
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perfu-
95
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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ALTA GRANFINAGEM
A ARTE DA
CONVERSAÇÃO
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lWv^AAM^AA/^AnAMWVWWV^AVA^' •%n.v.^.ft/vv%A^.nrfvv'__%^vvvv\jvn^í'w*vv*«^^
Alta defesa
96 1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
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1954 97
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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Faustina arranjou, por melo de anúncio, ... ela tudo era no rceime militar Andava n»i_ Quando o jantar íicou pronto, deu si-
: - — «SE-*. 2-^^^dS com uma cometa, tocando
^/^_^J_*?_^_
rinha. Chamava-se Sargentina _•__?
e com... um, dois ! Estava sempre em desfile. avançar !" 3T_^£c2^
^ança11™ Zé Macaco até g
cordando os tempos de cadete..
—,—_=É
Ao traier os bolinhos que havia feito, Zé Macaco e Faustina começaram a comer. Cada qual agarrou um bolinho meteu
bateu os calcanhares fet continência e dis- na boca e começou a., tentar morde-lo.
se: — "Pronto, seus majores ! Aqui estão as E,. quando menos esperavam, os dois explodiram, ao mesmo tempo, levando tudo
k» ares e formando na sala enorme fumaceira ! pe-
granadas
Zé Macaco e a esposa, com a explosão, fo- ma|s pró_imo, sempre marchando, um. dois! um. dois! um. dois! No Hospital ela
ram jogador » «.-.«sncU, com os cabelos sapeca- .xplicou: .,&,„ p,isanos nao Mb.m nadl | Aqueles bolinhos não foram feitos
do», • pele chamuscada E,, então Sargentina fom.r Eram .,„„ln| no duro que „, ,nventtli feit_. com carne congei,da... para
carregou os dois para o Hospital...
98 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
m Cmpor^ ACONTECEU
Conta-se
que Alexandre Diji-
mas, filho, principiou a ado-
ecer, com uma doença estranha.
Enfraquecia e emagrecia sem
causa aparente, e consultou to-
LENDA FOLCLÓRICA da a Faculdade de medicina sem
obter resultado. Lembrou-se en-
¥
O homem cortou a vara e quando chegou, o velho disse: Então, é certo
que o seu
"Yôyô mal não é do estômago temo&
pega ni pé, qu'eu pego ni ponta. Fecha os óio e
vamo"... que procurar outra coisa. O se-
nhor tem, até, um estômago óti-
Assim fez o homem e saíram os dois
pelo mato a fora. Quando mo. visto que resistiu ao meu re-
pararam, o preto velho tinha desaparecido e o homem estava na gime ...
porta
de casa ! ! O médico pôs-se a rir, procu-
rou outra 'cousa", conforme di-
zia, encontrou-a, prescreveu no-
vo regime e dai a três meses
Não há dúvida, isso é lenda, mas não custa nada Dumas estava curado c tornava
a gente ser bom para os outros. a engordar.
SILVEIRA H O rvjl A Z
âââll
1954
99
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
JANEIRO
FATOS HISTÓRICOS — Sexta F. UNIVERSAL
VULTOS
DE JAN EI RO
MARECHAL EMJUO MALLET
__P_______i
Dele faziam parte José Boni- FREI CANECA
' pendência.
facio, Miranda MontenegrO, Oliveira Al-
vares e o conde SouseL 13 de janeiro de 182S era fusilado no
19/1/1799 — Alvará separando a capitania A Recife frei Joaquim do Amor Divino
. do Ceará do .governo geral de Pernam- Caneca, figura preponderante da revolução
buco. republicana de 1824. Era um frade ilustre,
20/1/1817 — O general Frederico Lecor en- jornalista, professor, poeta e filósofo. Nasceu
tra em Montevidéu, à frente das tropas no Recife. Amante da liberdade, tudo soai-
brasileiras e portuguesas, sob seu co- ficou pelos seus ideais. Esteve envolvido na
mando. 22/1/1532 — Fundação da vila de São Vi- revolução de 1817, sendo depois anistiado:
21/1/1906 — Explosão e naufrágio do en- cente, em São Paulo, por Martim Afon- Em 1824 foi a grande cabeça da Revolução
couraçado "Aquidabá", na baía de Ja- so de Souza. que sonhou a República. Seu nome glorioso
curcanga (Ilha Grande).
22/1/1826 — D. Pedro I forma o primeiro figura entre os dos nossos maiores mártires,
Senado do Império. merecedores do culto e do amor de todas as
23/1/1637 — Cega a Recife o principeh gerações brasileiras.
Maurício de Naaaau, conde de Nassau-
Siegan, nomeado governador civil e mi- JOAQUIM NABUCO
litar do Brasil holandês. Aurélio Nabuco de Araújo, filho
25/1/1554 — Primeira missa na palhoça que do senador José Tomás Nabuco de Arau-
JOAQUIM
os jesuítas construíram em Piratininga e jo, é uma figura luminosa da história brasi
"Casa de São
que desde logo chamaram letra. Chefiou a -ampanha abolicionista, quer
Paulo". pela imprensa, quer pela tribuna do Parle-
____! _--^-_nr___F______J___ ____
26/1/1654 — Assinatura da rendição holan- mento, onde foi estrela de primeira grandeza.
Grande talento, jornalista, tribuno, escritor,
desa em Pernambuco, na Campina do
historiador, Nabuco deixou traços memoráveis
Taborda. na história pátria. Nasceu em Pernambuco e
27/1/1654 — As tropas de Fernandes Vieira faleceu em Washington, como embaixador do
entram triunfantes no Recife, depois da Brasil, a 11 de janeiro de 1910. Deixou mni-
rendição holandesa. "Um Estadista do lm-
tas obras e entre elas
"Balmaceda", "Minha Formação" etc.
28/1/1806 — Caru Regia abrindo provisória- peno",
mente os portos do Brasil à navegação Foi um dos fundadores da Academia Brasi-
Pois sim. Mas esta è a que me agrada.
estrangeira. leira de Letras.
titã que eu quero !
100 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
1954
101
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
A SINGULAR HISTORIA DO
ESPELHO
IGNORA-SE
quando surgiu o es-
pêlho. Sabe-se, porém, que em
épocas remotíssimas havia o es-
res, em linha ligeiramente ondulada.
Também havia os chamados cspê-
lhos piriformes, isto é, com o íeitio
Todos tinham figuras e obedeciam
a posições graciosas e esculturais.
Os espelhos gregos tinham tem-
pêlho de metal e de pequenas di- de pera. bém forma cuidada e se apresenta-
mensões. Muitos desses exemplares foram vam em discos polidos de um lado,
A Bíblia faz referências ao espelho encontrados na Palestina. Eram pe- sendo que a outro face era toda gra-
como de um objeto usual. Entretan- quenos, com cabo ou punho e termi- vada a buril.
to, alguns comentaristas de Homero
observam que o grande poeta jamais Tanto os egípcios como os gregos,
mencionou o espelho; o mesmo não usavam espelhos com o formato de
se dá com Euripedes, o grande trá- caixa, isto é, doía discos encaixando-
se um no outro.
gico grego, que na sua obra Hécuba.
Tinham os gregos o maior apuro na
põe o nome espelho na boca dos es-
cravos troianos, e isto, quatro sé- decoração destes discos que serviam
culos antes de Cristo. de coberta: ornavam-nos de figuras
E não foi só Euripedes: outroa es- representando cenas mitológicas e ti-
critores, da mesma época referem-se nham quase sempre como assunto
ao espelho. Basta que se leia o Ti- Dionisos e Afrodite. a
meu, de Platão, ou a Ciropela, de Os museus das grandes cidades eu-
Xenoíonte. ropélas estão cheios de espelhos do
1 Conta-se que Demóstenes, o maior caixa, cuja antigüidade remonta a
orador grego, estudava os gestos di- cerca de 450 anos antes de Cristo.
ante de um espelho, quando deveria Nas escavações egípicias acharam-
falar em público. se espelhos que traziam no cabo a
Nessa época, eram os espelhos de efígie do deus Bes, de aspecto gro-
metal: ouro, prata, aço, e, principal- tesco, bem como os da 19.* dinastia,
mente, de bronze. cujo disco se encaixa numa cabeça
Não foram, contudo, os gregos, os da deusa Hator, com cara de mulher
inventores do espelho. Receberam- e orelhas de vaca.
navam quase sempre por uma flor,
no dos egípcios e depois modifica- Cctm os romanos os espelhos apu-
pela cabeça da deusa Hator, ou Bes, r aram-se.
ram-no. ou ainda por um grupo de animais
Os espelhos egípcios eram circula- ou divindades. Eram utilizados na decoração das
casas, em incrustações nas paredes.
2 E, ainda mais: havia espelhos em
pratos e vasilhas, como também em
taças e jarros, multiplicando assim a
Imagem dos comensais.
O espelho do toucador romano era
pequeno e de uso manual. Tinha a
forma, mais ou menos ovalada e es-
tava sempre nas mãos das escravas
que atendiam aos caprichos das da-
mas, ora no arranjo dos cabelos, ora
ha contemplação da , própria ima-
gem.
Além do metal e ligas, para o fa-
brico dos espelhos usavam os romã-
nos a obsidiana, tuna espécie de vi-
dro natural, de origem vulcânica-
Da mesma forma havia-os feitos
de umi minério chamado pedra espe-
cular, isto é, pedra de espelho, Já
1 — Espelho egípcio. 2 _ Espelho japonês usado no tempo de Nero: eram de
102
1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
uma espécie de alabastro, em lâminas finas e transpa-
rentes.
«Serviam para guarnecer as janelas, como hoje se
íaz com o vidro, e eram preferidos nos salões dos tricK-
nlos, com c fim de gozar-se da luz, sem o frio e a chuva
do momento.
Além da pedra especular e da obsidiana, tinham aln-
da os romanos um pedra e que davam o nome de phen-
güis, originária da Capadócia.
Era essa pedra também transparente e com proprie-
dade de refletir as Imagens.
Dizem que Nero fêz construir com phengllls o sun-
tuoso templo da Fortuna, e Domiciano fêz forrar as
portas de seu palácio com esse mineral, a fim de poder
ver o que se passava através delas.
Na Idade Média o material empregado no fabrico Tipo de espelho comum nos séculos XVI, XVIÍ e XVIII.
dos espelhos era o metal, principalmente ouro, prata,
bronze, latão, cobre e estanho; mais tarde, foi usado o cisco I, rei da França, foi um grande comprador de es-
aço brunldo, mais difícil de trabalhar, mas que dava pêlhos de cristal, que, nessa época. Unham o mesmo va-
uma imagem mais nitlda e cujo colorido mais se apro- lor de jóias.
ximava da realidade. No século XVI Já estavam em uso corrente os espê-
Como, porém, o aço tinha o inconveniente de oxl- lhos de vidro estanhado, aperfeiçoamento que se deu aos
dar-se com facilidade, predominaram os espelhos de espelhos do século xm, que eram forrados de lâminas
ouro, prata, estanho e latão.
de metal, isto é, vidros a que se superpunha uma camada
Seu emprego continuou até o século XVI.
de metal, o que lhes garantia grande poder refletor.
O comércio de espelhos começou a ser feito com os
Foi na Alemanha que surgiu o processo de «stanhar
espelhos de estanho.
o vidro, no século XVI.
Esse comércio começou em Paris, no século XIV,
Em Veneza esse processo foi aperfeiçoado, apare-
muito embora continuassem em uso. e de grande valor,
os de ouro, prata e aço. cendo então os espelhos de caJxilhos de vidro, que se
Contam que, nessa época, os espelhos constituíam tornaram celebras.
legados valiosos, principalmente os de ouro, que eram Muito embora tantos melhoramentos, havia a na-
verdadeiras obras de arte e de ourivesaria. tural curiosidade de se fazer espelhos nos moldes anti-
No inventário de Carlos v há referências a um es- os, Isto é, nos moldes dos si-
Espelho do século XVI,
pêlho de ouro, cujo peso orçava em três onças, ou seja. dônlos, que, segundo se diz,
que se usava pendente da
cerca de 87 gra- foram os verdadeiros fabri- cintura.
Espelho do século XV
mas, com qua- cantes dos espelhos de vidro.
tro saflras e 34
Era Sidon uma próspera
pérola* >-JbV ** f^l
f-~ffV -a»- Jbrs
MARCO
FATOS HISTÓRICOS 1-
2-
Segunda
-Terça
CARNAVAL
CARNAVAL
VULTOS
DE MARÇO
CONSELHEIRO JOÃO ALFREDO
104 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
ABRIUv
FATOS HISTÓRICOS — Quinta
— Sexta
S. Macárlo
VULTOS
DE ABRIL
JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E
SILVA
1954
L 105
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
106 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
chamavam teorias ridículas, e em certa ocasião até lhe
pediram que deixasse de fa-
lar na -vacina, ou então que abandonasse a Sociedade Médica local.
Teve muitos maldizentes. Chamavam-no "pessoa vã# imaginativa,
transtornada e
impostora". Outros disseram que êle era um "entusiasta teórico".
As críticas eram
injustas. Jenner não era senão um homem bom e cordial,
animado pelo desejo de ajudar
o próximo.
Em 14 de Maio de 1796 inoculou em um menino de oito
anos a vacina tirada da
mão de uma leiteira e oito semanas depois o inoculou com varíola, sem
que o menino adoecesse.
Um ano depois tratou de publicar seus resultados, mas a Real Sociedade
se Opôs. Então pu-
blicou particularmente seu trabalho e, armado com seu livro "Uma Investigação
nas causas
e efeitos da vacina variólica, enfermidade descoberta em alguns condados
ocidentais da In-
glaterra, particularmente Gloucestershire, e conhecida com o nome de vacina", se dirigiu a
Londres.
Nem a oposição profissional nem a fama subsequente
que desfrutou lhe importaram
muito. Em 1860 milhares de pessoas, na Inglaterra, no continente
e na América haviam sido
vacinadas. Se Jenner houvesse sido ambicioso, teria feito uma
fortuna guardando seu
segredo. Um governo agradecido concedeu-lhe 10.000 libras esterlinas e
posteriormente
mais 20.000.
Em sua época Jenner se fez famoso,
porém a fama pouco lhe significou. Ainda havia
quem o difamasse. Um médico declarou que a vacinação deixava as pessoas expostas a tô-
das as enfermidades do gado; outro afirmou
que um menino, depois da aplicação da vaci-
na, estava "em estado de transformação, adquirindo as características
de uma vaca".
Napoleão, entretanto, a pedido de Jenner,
pôs em liberdade prisioneiros britânicos, di-
zendo: "Jenner !... Não podemos negar nada a esse homem !"
Foi médico extraordinário do rei e praticou durante algum tempo em Londres, retiran-
do-se logo em seguida para terminar os seus dias
na aprasivel aldeia de Berkley, onde havia nas-
cido.
Os sábios dizem que Jenner antecipou sua
época, porque nasceu oitenta anos antes de Pasteur,
homem que daria valor aos seus descobrimentos.
Jenner, sem dúvida, desconhecia a natureza do
agente infeccioso na varíola, um virus. Pasteur desço-
briu o método de debelar o virus, de modo que produ-
zisse os necessários anti-corpos no organismo humano,
sem causar os sintomas da enfermidade.
Este é o princípio da imunização, tal como
existe.
A imunização tem progredido bastante desde
essa época; mas se Jenner se tivesse acovardado'
perante o ridículo em que seus colegas o coloca-
vam, é lógico concluir que continuaríamos sob o
terror dessa horrível enfermidade, como acontecia
aos nossos antepassados, há duzentos anos.
I 954
107
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
M.ÍVIO
FATOS HISTÓRICOS — Sábado S. Felipe
VULTOS
DE MAIO
EÜSEBIO DE QUEIROZ
108 1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
JUNHO
FATOS HISTÓRICOS 1 — Terça
2— Quarta
S. Firmo
VULTOS
DE JUNHO
HENRIQUE
t
1954 109
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
\\\ c A$4Í'~^y6&^-^~- Al
mar café ?
e imaginou "alugar-se", à moda norte-americanas, para tomar nha enganado.
O outro, depois de refletir:
conta dos nenês. Assim, seria útil e ganharia alguns cruzeiri- E' verdade, boa idéia ! Garcon, um café !...
nhos, para pipocas e cinemas . . .
Conversam as comadres
Foi, então, ao escritório do papai, apanhou uma folha de NUM RESTAURANTE
papel e rabiscou, em letras de imprensa: Então, Maricota! Eu soube que
Dois padres entram, sentam-se a uma mesa e pedem
( ( Ç ( As-/ J)
O meu afiihadinho está aprendendo
Tabela de preços para cuidar de Bebês (Tratar esm a Ma- a tocar clarineta ! E' verdade ? dois jantares.
E', sim, Josefina. E', sim... Meu O garcon começa a servir e entorna um prato de sopa
riazinha. no apartamento 101). sobre um dos clientes que, com um sorriso de benevolên-
2 cruzeiros por hora
filho canta tão bem que eu resolvi cia, afirma "que não tem importância...". Segue-se o
Bebes dormindo comprar uma clarineta, para que êle peixe com salada e o desastradissimo garcon entorna o
I Bebês chorando 4 cruzeiros por hora mesmo se possa acompanhar . . . galheteiro sobre a mesma "vítima". Vem a carne e en-
Ah! Naturalmente! Foi uma torna o molho da travessa. Então, o padre
Bebês molhados
Bebês mais que molhados 10
5 cruzeiros por hora
cruzeiros por hora
ótima idéia, sabe ? Os pianos andam
tão caros, ultimamente, não é, Ma-
ricota ?
levanta-se, vermelho, e exclama Trará os outros
fregueses:
— Eu não posso, porque sou padre ! Mas
algum dos senhores pode dizer alguma coisa
o
MARIDO (depois de ler o
jornal) — Diz aqui o jor-
nal que de cada três crianças que
1 \M indivíduo vai à Policia apre-
^-^ sentar uma
queixa.
Senhor chefe, continuo a receber
r.éSiSÜSi ipropriada a este homem ? ... nascem no Mundo, uma é um cartas anônimas em que me ameaçam
chinês. se eu não pagar até o fim do mis...
COISAS DA MÚSICA TRÊS POTOQU ElROS A MULHER — Credo ! Ainda Disse o senhor cartas anônimas ?
Senhor Aniceto, por que é que o lhos L.que nós só temos dois fi-
bem — perguntadhc o chefe, um
pouco agás-
T rês andaluzes conversam. Falam das suas via- senhor é tão gordo ? tado.
Sim, são assinadas com um pseu-
gens e da sua celebridade. Porque não discuto.
iônimo: "O alfaiate".
Eu — diz Juan — sou popularissimo na In- Ah ! Isso não é verdade ! Eu já
M mendigo bate à de
vi o senhor discutir mais de uma vez ! K~JJ certo ricaço e, numporta
tom de
glaterra. Sempre que chego a Londres estão a Rai- O senhor discute ! voz dolorida conta as suas des-
nha e toda a família real à minha espera. E, na Então, está bem. Discuto. venturas: cliente para o garcon do
—... e calcule o meu bom se- O restaurante:
• a rua, os londrinos dizem sempre, quando me vêem: nhor que os meus três pobres fi- Posso saber de que sou
— "Olha ! O Juan está aqui outra vez !" lhos têm escarlatina; minha mu- acusado?
NO VETERINÁRIO lher está doente; minha irmã
Pois eu, diz Manolo, sou popularissimo é na partiu ontem uma perna e a mi- ? I ?
nha mãe está paralítica... Há uma hora que o se-
América. Todos os americanos me conhecem' Então, o dono da casa, com as
lágrimas nos olhos, chamou o nhor me tem a pão e água...
Quando chego a qualquer aeroporto americano, criado e disse-lhe:
está lá sempre o Presidente Eisenhower que me dá jertt.nX.fio — Batista, este homem corta-
logo o braço e me diz: — "Meu caro Manolo, va-
mos tomar um "drink"!" E leva-me sempre para
C^^
Ék
'9 th
me o coração! Ponha-o na rua !
DOIS
loucos encontram-se
num corredor do Mani-
a casa dele.
Ar$l praia.
NA;Um banhista pergunta a
cômio:
Olá I Então, que tal ?
V À um médico:
Pepe toma, então, a palavra: Desculpe, doutor, quan- Como Tuestou eu ?
estás bem. E eu?
Pois nada disso tem comparação com o que to tempo pode uma pessoa es-
me sucede a mim na Itália ! Não há, de Norte a Sul tar debaixo dágua sem res-
da Península Itálica, quem não me conheça. Ainda pirar ? de ter percorrido
.da última vez que lá estive, foi esperar-me o pró- Todo o tempo que qui- DEPOIS um longo caminho que
ser. Ontem fiz a autópsia a ia desde a estrada até uma
prio Papa, que me trouxe, no seu automóvel, até um indivíduo que tinha esta- casa isolada, o carteiro excla-
o Vaticano. Atrás de nós, vinha uma multidão tão do debaixo dágua vinte e dois mou, ao entregar uma carta
grande que, chegados ao palácio, tivemos de vir à dias... ao velho lavrador:
janela, eu e o Papa. E, então, toda a gente pergun- Caramba ! Este caminho
Venham depressa ! tou assim, apontando para êle: encontrado num ce- até sua casa é grande!
A minha mulher cai»
numa lagoa e já tem água até os joelhos.
EPITAFIO
mitério:
"Aqui jas um sujeito
Realmente é muito gran-
Até os joelhos ? Mas isso não tem perigo I
Quem será aquele padre, vestido de branco, que de; mas, também, se fosse
acendeu um fósforo para ver se
E' que ela caiu de cabeça para baixo. . . que está ao lado do Pepe ?... — Don-doutor... Na-não sei po-por-que meu pa- um tambor tinha gasolina... mais pequeno não chegava
pa.. gaio ti ja-fa-faU gagá gueijando... E tinha". até aqui em casa.
110 1954
954 * in
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
JULHO
FATOS HISTÓRICOS — Quinta S. Teodorlco
VULTOS
DE JULHO
MIGUEL PEREIRA
\AlGUEL Pereira foi uma das maiores ti-
¦!¦"* guras da medicina brasileira. Nasceu
—Sexta Visitação de N.» 8.* em São Paulo a 2 de julho de 1871. Faleceu
DESTE MÊS — Sábado
— Domingo
S. Jacinto
Santa Isabel
a 23 de dezembro de 1918. Sua vida foi um
exemplo de amor à ciência e de amor ao
— Segunda S. Atanásio Brasil. Foi um dos mais eminentes professo-
2/7/1823 — Evacuação da cidade do Salva- res da Faculdade de Medicina do Rio de Ia-
dor, na Bahia, das tropas portuguesas e
— Terça S. Domingos
neiro. Travou uma luta memorável em prol
entrada triunfal do exército brasileiro. — Quarta Santa Pulquéria da saúde do nosso povo. E, ante a indiferen-
2/7/1824 — Proclamarão de Manuel de Car- — Quinta S. Procópio ça dos poder es públicos pelo grande problema
valho Pais de Andrade, presidente da — Sexta S. Cirilo da profilaxia dos nossos sertões, lançou aque-
Província de Pernambuco, convidando as 10 — Sábado S. Januário Ia célebre frase que ainda hoje repercute em
províncias do Norte a estabelecerem um todo o país: "O Brasil é um vasto hospi-
11 — Domingo S. Pio tal!" Essa frase de Miguel Pereira era uma
governo com o nome de Confederação do 12 — Segunda S. João Gualberto
Equador, constituída pelas Províncias de advertência aos nossos homens públicos, era
Pernambuco, Piauí, Ceará, Rio Grande 15 — Terça S. Anacléto um brado do mais alto patriotismo, porque
do Norte, Paraíba e Alagoas. 14 — Quarta S. Boaventura era sincero. O ilustre mestre deixou uma sé-
2/7/1944 — Parte do Rio de Janeiro, com 15 —Quinta S. Henrique rie de trabalhos científicos do mais alto valor.
destino à Itália, o 1.° escalão da Força 16 — Sexta N.» S.» do Carmo
Expedicionária Brasileira, constituída de ALBERTO NEPOMUCENO
17 — Sábado S. Aleixo
5.075 homens, inclusive 304 oficiais.
18 — Domingo S. Camilo de Lélis T MA das maiores figuras da música bra-
3/7/1722 — Parte da capital de São Paulo '-' sileira. Nasceu no Ceará a 6 de
com destino a Goiás a "bandeira" che-
19 — Segunda S. Vicente de Paula julho
de 1864. Foi professor da Escola Nacional de
fiada por Bartolomeu Bueno da Silva, 20 — Terça S. Marcial Música. Compositor genial, Nepomuceno mar-
cognominado, como seu pai, o Anhan- 21 — Quarta S. Praxedes cou uma época com as suas partituras. A co
guará. 22 — Quinta St*. Maria Madalena roação ia sua carreira artística foi a repre-
S/7/1914 — Edu Chaves voa em aeroplano da 23 — Sexta S. Apolinário sentação em Buenos Aires da sua ópera
"ABVL"
capital de São Paulo ao Rio de Janeiro, 24 — em junho de 1913. A 1 de setembro
Sábado S. Jerônlmo era ela levada à cena no Teatro Municipal do
em 279 minutos.
25 — Domingo S. Tiago .. Rio de Janeiro. São ainda do grande mestre
5/7/1922 — Levante de parte da guarnição "Comunhão", "Anhelo", "Valsa".
militar do Rio de Janeiro e quase toda
26 — Segunda Santa Ana "Galho-
"Sonata", "Amo-te
de Mato Groso. 27 — Terça S. Pantaleão feira". muito", "Mater
28 — S. Nazário Dolorosa", "Tú és o soV, "Cantos Eucarisá-
5/7/1924 — Revolução militar em São Pau- Quarta eos", "Numa Concha", "Ocaso", "Canto Nup-
Io, chefiada pelo general Isidoro Dias 29 — Quinta Santa Marta ciaT', "Sinos de Natal" etc.
Lopes. 30 — Sexta S. Abdon
9/7/1501 — Carta de D. Manoel I, de Por- 31 — Sábado S. Inácio de Loiola CARLOS CHAGAS
tugal, comunicando aos principais cato-
licos o descobrimento da Terra de Santa Ç^ARLOS Chagas é um nome intimamente
Cruz. ^S ligado ao de Oswaldo Cruz, de cuja
9/7/1553 — Patente passada a Inácio de obra foi um dos mais altos colaboradores
Loiola criando a Província do Brasil da Nasceu a 9 de julho de 1879 e faleceu a 8 de
Companhia de Jesus. novembro de 1934. Ê uma glória legítima do
ciência brasileira. Foi diretor do Instituto de
9/7/1932 — Rebenta em São Paulo a Revolu- Manguinhos, hoje Oswaldo Cruz, Professor
ção Constitucionalista. de Medicina Tropical da Faculdade de Me-
10/7/1884 — Abolição da escravatura no dicina do Rio de Janeiro. Representou o
Amazonas. Brasil em vários congressos internacionais,
13/7/1553 — Duarte da Costa chega ao Bra- recebendo por toda parte ai maiores home-
si], como sucessor de Tome de Sousa. nagens. Era membro de quase todas as asso-
Rica contra o governador de Minas Ge-
16/7/1934 — Promulgação da 2.» Constitui- ciações cientificas do mundo, deixando mui-
raia, Conde de Assumar.
tos obras sobre moléstias tropicais. Carlos
ção da República. 18/7/1841 — Sagração e coroaçáo de D. Pe- Chagas teve uma vida profundamente útil ao
18/7/1720 — Execução de Felipe dos San- tiro II. Brasil e à humanidade. Foi um apóstolo e
tos, chefe da revolta popular de Vila 20/7/1897 — Inauguração da Academia Bra- um benfeitor.
sileira de Letras, "sob a presidência de
Machado de Assis e tendo Joaquim Na- VISCONDE DE CAIRO
buco como secretário geral.
da Silva Lisboa, Visconde de Cairá, c
21/7/1674 — Parte de São Paulo a bandeira JOSÉ um dos nomes nuas famosos da história
de Fernão Dias Pais Leme. brasileira. Nasceu na Bahia a 16 de julho de
22/7/1635 — Execução de Domingos Fernan 1756. Faleceu a 20 de agosto de 1835. Esta-
des Calabar, em Porto Calvo, dista, historiador, jurisconsulto, advogado,
23/7/1840 — Decretada a maioridade de D. economista, comercialista, magistrado, patrí-
Pedro II. arca do Direito Comercial Brasileiro, Cairi
25/7/1868 — Tropas aliadas, tendo à frente teve uma projeção notável na vida incipiente
a 5." Divisão brasileira de Cavalaria, co- do Brasil império. Deve-se a êle a abertura
mandada pelo general Câmara, penetram dos portos brasileiros ao comércio estrangei-
na Fortaleza de Humaitá. to, medida assinada por d. João, graças aos
conselhos do grande brasileiro. Representou a
30/7/1609 — Felipe II da Espanha declara Bahia na Assembléia Constituinte que D. Pe-
livres os indios do Brasil. dro 1 dissolveu violentamente. Quasi aos oi-
. •. •. ¦ i - '. 31/7/1771 — £ assinado em Montevideo o tenta anos, levava àquela assembléia um ri-
«=-t«iw.ci-._ TTTtt'—r--.-- -.'•••
tratado, segundo o qual aquele paia, en- gor fora de comum. Deixou Cai rã muitas
tão denominado Banda Oriental, ficou obras de direito e economia que, se hoje es-
incorporado ao Brasil, tomando o nome tão afastadas das realidades, naquele tempo
— Que medo, oh ! de Província Cisplatina. eonttiiiüram verdadeiros tesouros de saber.
112 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
AGOSTO
FATOS HISTÓRICOS — Domingo
— Segunda
S. Leôncio
S. Pedro Advincula
VULTOS
DE AGOSTO
MARECHAL DEODORO
1954
113
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
Bl iÉtllk
t^9V
— Ah ! Já sei! Aquela
hA'S
Eeeh! Cabo Ferreira sái, ago
horrível que a vovó me Eeeh! ra, contente como só
ensinou ! ! Eeeh! êle!
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CâRt0S DE 8R,T0 * C,A- W,CAS «¦ REC,FE • BljZERROS - AREIAS - PESQUEIRA - RIO - SÍO PAULO
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I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
HB
pio, a liberdade dos Índios, mas declaran- PADRE MIGUELINHO
do legitimo o cativeiro dos que fossem
aprisionados em justa guerra ou dos que O padre Miguel de Almeida Castro, histo-
fossem resgatados quando cativos de an- ricamente conhecido por Padre Miguelinho,
tropófagos. foi uma das personalidades marcantes da re-
11/9/1631 — Combate entre as esquadras de volução pernambucana de 1817. Nasceu em
d. Antônio de Oquendo e Adrían Jan- Natal, Rio Grande do Norte, a 17 de selem-
roon Pater na altura dos Abrolhos (Guer- bro de 1768. Foi o autor da famosa procla-
ra holandesa). moção dos revolucionários, após a queda do
12/9/1711 — A esquadra de Duguay • Trouin governador de Pernambuco. Vencida a Revo-
lução, o padre Miguelinho foi preso e con-
transpõe a barra do Rio de Janeiro.
duzido para a Bahia com vários companhei
13/9/1943 — Decreto criando os Território* cedo Costa, respectivamente de Pemam-
ros. Foi condenado à morte e enforcado a 12
Federais de Amapá, Rio Branco, Guapo- buco e Pará, envolvidos na chamada
ré. Ponta Porã e Iguaçu. de junho. Digno disciplulo de Cristo, não se
Questão Religiosa. revoltou ante a morte. Soube entregar sua
17/9/1875 — Decreto concedendo anistia aos 18/9/1828 — Decreto criando os Símbolos alma a Deus com a maior resignação de co-
bispo* D. Frei Vital e D. Antônio de Ma- Nacionais. rafem. O Padre Miguelinho foi um homem
18/9/1866 — Rendição de Uruguaiana (Guer- culto e brilhante e raros no seu tempo po-
ra do Paraguai), assistida pelo impera- deriam competir com êle.
T^nj—|
nas, glória da Marinha brasileira, nasceu em
20/9/1835 — Inicia-se a revolução gaúcha, Portugal a 29 de setembro de 1804. Veio
conhecida por Guerra dos Farrapos, che- muito jovem para o Brasil, abraçando a cor-
fiada por Bento Gonçalves. reira da Marinha. Tomou parte em várias
22/9/1866 — As tropas aliadas (argentinas e Campanhas navais, como as do Uruguai, Rio
brasileiras) atacam as fortificações para- da Prata e Paraguai. Comanudou a esquadra
guaias de Curupaiti e são repelidas. Esse brasileira nos combates de Corrientes, Ria-
desfecho foi um duro revés para as ar- chuelo, Mercedes, Cuevas, Passo da Pátria,
mas da Tríplice Aliança e um motivo de Curuzu e Curupaiti. Entretanto, Riachuelo é
júbilo para Lopez. a grande página de glória da sua vida. Rece-
22/9/1897 — Morre em Canudos o fanático beu o título de barão do Amazonas, era gran-
jagunço Antônio Conselheiro, chefe do de dignatário da Ordem da Rosa, do Cruzeiro,
bando que motivou a chamada Guerra Comendador da Ordem de Cristo, Grande do
Afirenem. senhoras t senhores, as belas pút- de Canudos, onde tantas vidas foram sa- Império, membro do Instituto Histórico. Fa-
titras do jorro... criticada s. leceu Barroso a 3 de agosto de 1882.
116 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
OUTUBRO
FATOS HISTÓRICOS — Sexta S. Serafim
VULTOS
DE OUTUBRO
NILO PEÇANHA
NUo Peçanha foi um dos maiores estadia-
tas da República. Nasceu em Campos, Esta-
— Sábado Santos Anjos do do Rio, a 2 de outubro de 1867. Foi
DESTE MÊS — Domingo
— Segunda
S. Maximino deputado, senador, duas vezes presidente do
S. Francisco de Assis Estado do Rio, vice-presidente da República
4/10/1779 — A frota de André Gonçalves e — Terça e, depois, presidente, para terminar o período
Américo Vespúcio descobre o rio São
S. Plácido
— Quarta do conselheiro Afonso Pena. Propagandista
Francisco. S. Bruno da República, Nilo Peçanha destacou-se pelo
4/10/1836 — Combate do Fanfa, Guerra dos — Quinta Nossa S.a do Rosário ardor com que ocupava a tribuna parlamen-
Farrapos, na qual foi preso Bento Gon- — Sexta Santa Briglda tar„ De origem humilde, ascendeu às mais
çalves da Silva. — Sábado S. Dionisio alias posições políticas pelo talento, capaci
5/10/1897 — Queda de Canudos, no sertão dade, destemor e mérito incontestável. Era
da Bahia. Depois de extraordinária resis-
10 — Domingo S. Francisco de Borja
11 — Segunda ministro do Exterior quando o Brasil decla-
tência dos sertanejos, foram os mesmos S. Firmino rou guerra à Alemanha, em 1917. Chefiou a
vencidos e aniquilados pelas tropas do 12—Terça DESC. DA AMÉRICA campanha denominada Reação Republicana,
general Artur Oscar e do general Clau- 13 — Quarta S. Eduardo em 1922, como candidato à presidência da
dio Savaget, arrazando-se o famoso arrai- 14 — Quinta
ai de Antônio Conselheiro.
S. Calixto República. Faleceu o grande brasileiro a 30
15 — Sexta Santa Tereza de novembro de 1924.
8/10/1907 — Encerramento da Conferência
de Paz em Haia. Nessa Conferência o 16 — Sábado S. Martiniano
17 — Domingo JOSÉ DO PATROCÍNIO
Brasil esteve representado pelo seu gran- Santa Edwlges
de filho conselheiro Rui Barbosa, que 18 — Segunda S. Lucas José do Patrocínio foi o espirito revolucio
conseguiu um destaque de renome uni- 19 — Terça nário da campanha abolicionista. Nasceu a
versai. O Brasil foi classificado como a
S. Pedro de Alcântara
9 de outubro de 1854. Filho de uma sscrava,
9.a potência do mundo e Rui Barbosa en- 20 — Quarta S. João Cancio êle sentia, no seu sangue, todas as dores da
tre os sete sábios da Conferência. 21 — Quinta Santa Ursula raça. Foi um dos maiores oradores que o Bra
12/10/1492 — Cristóvão Colombo descobre a 22 — Sexta Santa Maria Salomé sil já teve. Apóstolo da causa, não teve um
América. 23 — Sábado S. João Capistrano momento de repouso enquanto não chegou o
12/10/1822 — D .Pedro é aclamado impera- dia da vitória final. Jornalista impetuoso,
24 — Domingo S. Rafael Arcanjo fun
dor constitucional do Brasil, em conse- dou e dirigiu a "Cidade do Rio" e "A Cida-
quência do seu ato proclamando a inde- 25 — Segunda S. S. Crispim e Crispn. de". Colaborou em vários jornais do Rio de
pendência a 7 de setembro. 26 — Terça S. Evaristo Janeiro. Era membro da Academia Brasileira
15/10/1864 — Celebra-se o casamento da 27 — Quarta S. Elesbão de Letras. Patrocínio foi uma figura de larga
princesa Isabel com o principe Gastão de 28 — Quinta São Judas popularidade, conquistada pelo seu grande ta-
Orleans, Conde D'Eu. lento e pelo desassombro com que sustentou
16/10/1609 — Alvará de Felipe III proibin-
29 — Sexta S. Luciano a bandeira da redenção da raça negra. Ê
do a fundação de novos conventos no 30 — Sábado S. Serapião uma figura de alta projeção na vida brasi
Brasil. 31 — Domingo S. Quintino leira.
19/10/1901 — Santos Dumont realiza o seu
vôo contornando a Torre Eifel. BENJAMIN CONSTANT
23/10/1906 — Santos Dumont realiza em Pa-
ris o primeiro vôo em aeroplano. Benjamin Constant Botelho de Magalhães,
23/10/1896 — Lei criando o Estado Maior grande vulto do Exército brasileiro, professor
do Exército. da Escola Militar, teve uma vida marcada
24/10/1930 — Fim da Revolução deflagrada pelo idealismo republicano. Nasceu a 18 de
no Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas outubro de 1836. Sua cátedra foi um verda
Gerais, ramificando-se depois por outros deiro apostolado de propaganda republica
Estados. Deposto o presidente da Repú- na, A 15 de novembro de 1889, organisado o
blica, sr. Washington Luis, assume o go- governo provisório foi nomeado ministro do
vêrno uma Junta Governativa, composta Guerra. Benjamin Constant foi, sobretudo,
dos generais Tasso Fragoso, Mena Bar- 26/10/1917 — O Brasil declara guerra à Ale- um idealista, um homem de grande caráter,
reto e almirante Júlio de Noronha. manha. Era presidente da República o um espírito de profunda formação moral. A
25/10/1887 — O Clube Militar resolve pro- sr. Wenceslau Braz e ministro do Exte- Constituinte de 91 proclamou-o o "fundador
clamar sua repugnância, em nome dos rior o sr. Nilo Peçanha. da República". Houve no Brasil uma geração
seus sócios e dos militares em geral, à 27/10/1645 — Decreto de D. João IV elevan- que seguiu Benjamin Constant. Foi a gera
caça de escravos pelo Exército. «- ção que fei a República e da qual êle foi o
do o Brasil à categoria de principado.
ídolo e mestre.
27/10/1831 — Lei abolindo definitivamente a
MIGUEL CALMON DU PIN E ALMEIDA
escravidão os Índios.
27/10/1831 — Formatura dos primeiros ba- Miguel Calmon du Pin e Almeida, mar-
chareis em Direito pela Faculdade de quês de Abrantes, foi um dos maiores esta
São Paulo. distas que o Brasil já possuiu. Nasceu na
Bahia a 26 de outubro de 1796^ Tomou
31/10/1860 — Morre em Queen's Cate, Ken- paru
nas lutas pela independência na Bahia. Fei
sigton, Inglaterra, Thomaz Archibald Co- parte da Constituinte de 1823. Foi um dos
chranes. Lorde Cochrane, 10.° Conde de mais notáveis oradores parlamentares. Era
Dundonal e Marquês do Maranhão. Lor- Veador da Imperatriz, membro do Conselho
de Cochrane tomou parte nas campanhas do Imperador, conselheiro de Estado, sena-
que se seguiram à nossa emancipação po- dor do Império. Foi ministro várias vezes. Era
litica, com a expulsão das tropas portu- ministro dos Estrangeiros ao tempo da
forno-
guesaa da Bahia, a 2 de julho de 1823. sa Questão ChristU com a Inglaterra. Mem
Foi o primeiro almirante brasileiro, oro de várias associações culturais, entre elas
tendo servido anteriormente na Marinha o Instituto Histórico e dignitário de várias
-"'"' «s_t> chilena. Desligado desta, veio para o Bra- ordens nacionais e estrangeiras. Foi agraciado
1
sil arvorando na nau Pedro I a insígnia pelo Imperador com o titulo de visconde e,
Você é mesmo que parente, Manoel.., Não de comando. O Brasil deve a Cochrane depois, marquês de Abrantes. Faleceu a 5 de
faça cerimônia ! Vá lavando... dias de glória* memoráveis. outubro de 1865.
1954
117
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
^cjW^M
^egundo uma lenda antiga,
Maria, com São José,
fugindo à geníe inimiga,
transpôs caminhos a pé.
£ à proporção que Maria
deixava o rastro no chão,
iodo o caminho floria
de rosas em profusão.
Pelos trilhos e barranca,
das estradas, viu-se, em breve
o estendal de rosas brancas
tudo enfeitando de neve.
De um - branco suave e doce,
as rosas. Nenhuma havia,
pela terra, que não fosse
da côr dos pés de Maria.
-JW^^^.ipfe*®' ®k _r@
118 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
NOYEMBRO VULTOS
DE NOVEMBRO
RUI BARBOSA
120 1954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
DEZEMBRO — Quarta
VULTOS
DE DEZEMBRO
BRIGADEIRO UMA
.
E SILVA
1954 121
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
£ R I C A
W SJ0$ê
M A Y E R
MÁGICA
T1JÁ muito tempo, numa pequena cidade, vi-
-"--*• viam dois sapateiros. Um deles, Chico, era
rico e avarento; Lourenço, o outro, era muito
pobre. O dinheiro deste não chegava para com-
prar o couro necessário para a fabricação de sa-
patos elegantes.
Um dia, quando Lourenço estava sentado
no seu banquinho, colocando um prego num ta-
manco, suspirou e disse:
Se o pau deste tamanco fosse pelica, com
que prazer eu faria um par de sapatos, dignos
até do Rei!
Tristemente continuou o trabalho; De re-
pente, levantando os olhos, deu com um anãozi-
nho, que lhe disse:
Sei que és ótimo sapateiro. Para te aju-
dar, vou presentear-te com esta agulha mágica.
Terás de enfiá-la na madeira e logo esta se mu-
dará em couro da mais bela qualidade.
Antes de iniciar qualquer trabalho, porém,
terás de dizer o seguinte:
Calçados quero aprontar.
Agulha, vem me ajudar.
VSBME
WÊ^m^^^^^ lll
124
1954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
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5 x*. I
1
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JUm9tmmama%WtlM~*
1954 125
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
émmXwÉJkmfVl^'
NUM RESTAURANTE
UM POUCO DE ZOOLOGIA O homem entrou no restau-
(Por JOTAGÊ) rante e pediu o que
queria. E fi-
cou à espera. Esperou, esperou...
os quatro ou cinco anos os filhotes de leão (cachorros) não possuem/
Até nem vestígio de juba. . Meia hora depois, aproximou-se
Segundo os mais autorizados zoólogos, o verdadeiro rei dos animais é o dele o garçon que o tinha aten-
elefante, e não o leão. üido.
Qual o mais forte dos macacos ? E' ogorila. Chega a ter, de altura, um O cavalheiro
metro e oitenta centímetros ! pediu o bife
com batatas fritas ou cozidas?
Entre os insetos, é regra quase geral: cantam os machos, as fêmeas não — perguntou, mesureiro.
O pavão, que é chamado "arauto do tigre", alcança o comprimento def Fritas ! Por
um metro e setenta e cinco centímetros. que pergunta ?
Porque se acabaram as ba-
A onça, que tanto domina o sertão, receia o touro. Entretanto, nas ve-
zes que luta com êle, a onça triunfa. tatas . . .
Os pombos ficam perfeitamente conhecendo o lugar onde foram criados.
Be os conduzem para fora de sua habitação, ainda que os levem para longe,
êle»/ voltam a ela.
O maior dos mamíferos é a baleia: mede 20 a 26 metros de comprimento
Um caso de... honradez
sendo que algumas atingem 30 metros ! Só a cabeça tem 10 metros.
O gerente daquela casa comercial
O Jacaré... A medida que se lhe gastam os dentes, outros nascem. conversava com um rapaz que dese-
Fêmea de elefante: elefanta, elefoa, alia. fava trabalhar nela, como guarda-
ttvros.
Sabem qual é o menor representante da classe das aves 7 E o berja-ílôr. Naturalmente — dizia — o se-
Coletivos de formigas: cordão, correição, fila, fileira. nhor compreenderá que precisamos
Há diferença entre sapo, rã e perereca. de uma pessoa responsável.
Aht Por Uso, não se aflija —
respondeu o candidato. — No meu
ultimo emprego, cada vez que havia
uma briga, um desacordo entre o
i "i.. "\
j
patrão e o gerente, sempre acabavam
descobrindo que eu era responsável..
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^H tk\am a%%**^
Ks_fl ___P
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p" STE jogo é praticado com uma simples moeda e o taboleiro que aqui oferecemos, c
¦"
que deve ser, inicialmente, recortado e colado em um papelão grosso, para que se
não estrague. Cada jogador, por sua vez, fará a moeda girar, em pé, como se costuma
"cara" "coroa"
fazer para ver ou (sem jogar para o alto), em cima do taboleiro.
A moeda, depois de girar, cairá. E o jogador anotará a seu favor tantos pontos
quantos estiverem escritos, em algarismos, às costas do coelho que ficar em baixo da
moeda. Combina-se um totaJ a atingir, e quem primeiro fizer o número total de pon-
tos combinado, ganha a partida.
Se a moeda cair tocando dois coelhos ao mesmo tempo, soma-se, a favor do joga-
dor, a DIFERENÇA entre o número maior e o menor.
1954, 129
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
^Jl^asw
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m\\^àawuammm*taVrs^âââaaaaam^Fmaaaaaw
num desespero de aflição!
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E pondo a mão
no coração
o camaleão
— arrebentou!
Aawaawj. WO/' / Im^Soi
130 I 954
ALMANAOUE D'0 TICO-TICO
CARLINHOS, 0 MUSCU10S0
¦M Carlinhos, o musculoso, que
^Ht" S* MEU DEUSÍ\ passava perto, corre e, reu-
^(Wb ( QUE DESGRAÇA l 1 nindo todas as fôrças,tenta le-
£>-«»^^ l AQUELE MENINO/ vantar a pesada pedra.
"^^^¦^ ...
Ç ESMAGADO... J
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I 954 131
ALMANAQUE D*0 TICO-TICO
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No desenho A, eu-
tram os fragmentos
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aquelas pérolas tinham a virtude de trazer felicidade a
quem as possuísse. Depois, acompanhou-os até à porta,
fê-los subir em um carro triunfal, formado por nuvens.
IEMJfLSA0"SC0n
estradado mulheres Rica em vitaminas, cálcio e fósíoio
PREFERIDO POR TODOS POR nos circos que, ao
SER O REMÉDIO QUE ALIVIA entenderem seu do-
ACALMAS CURA. sdnlo à Grécia, obri-
Infalível contra resfrtados, asma garam os atletas a
cobrirem-se de novo
9 broTiqultes. durante as competi- TÔNICO DAS GERAÇÕES
ções.
I 9S4
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
OS GRANDES
¦ "Xas/'
BwV9>^r^V^VBaaaBssssslB^Bai Laaf (aafl aaKsssssflC sSlaanLx ¦* ft/f "#!?Saaftaaaaar^^aW l^aB^^i ¦-'¦r'*Jw *9 Á I ^^R*Vsst^K:
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BbMSbVH^^sRKL V^LI ^^tfyL *aaaaW-J'*^^R^^A'*to^ JaU aaaB^Ba^Baaa^EjfjT/U^^aaHRVI^
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Batalha de Guararapei
de AMÉRICO PALHA
8 de junho de 1662 falecia o bravo Henrique "Antes de mim, a minha
pátria: por ela, por meu
A Dias, nome familiar e todos os que estudam a Deus e meu Rei, serão meus braços colunas de fer-
história do Brasil. Ninguém mais do que esse preto ro para sustentar tão caros objetos. Que importa
glorioso merece o culto da sua gente, pelo muito morrer? Quando assim seja, a liberdade bemdirá o
que fez na memorável campanha de insurreição meu túmulo, e o meu sangue, regando a terra, ser-
contra o domínio holandês. De origem humilde, virá de fonte que para o futuro brotará mil frutos."
descendente de negros da África, nasceu Henrique Henrique Dias, à frente dos seus negros trava
Dias em Pernambuco no fim do século XVI ou co- batalha com os holandeses em Iguarassú em que
meço do século XVII. Esse pernambucano heróico, os invasores saem vitoriosos. Nesse combate o co-
como já disseram "pode competir sem desdouro mandante negro foi ferido duas vezes. Guiados por
com o paradigma do valor romano dos velhos tem- Domingos Calabar, os holandeses cercam o Arraial
pos. É o Mucio Scévola de côr preta, cujo ânimo de Bom Jesus. Mais uma vitória dos inimigos. Hen-
pode servir de modelo aos mais esforçados e mais rique Dias é preso, mas logo depois posto em liber-
abnegados patriotas." dade, num sinal de desprezo pela sua côr.
Ao ser iniciada a conspiração pernambucana A 23 de janeiro de 1637, trava-se na Barra
contra os batavos, Henrique Dias apresentou-se Grande, em Porto Calvo, grande combate entre
para comandar a legião negra. Eram soldados seus, pernambucanos e holandeses, sendo estes fragoro-
todos da mesma côr, da mesma origem. Seus co- samente derrotados. Henrique Dias teve papel pre-
mandados portaram-se em todas as lutas com a ponderante nesse encontro. Ferido no punho es-
maior bravura. Aliás, a ação de Henrique Dias já se querdo, manda que lhe cortem a mão, exclaman-
fizera sentir quando da invasão do norte do Brasil, do: "Basta-me uma para servir a meu Deus e
ao lado de Matlas de Albuquerque. Dizia então: ao meu Rei". Como prêmio recebeu do rei de Por
134 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
''^'V-r__%_rtrt_^»^'V*S-___wv^^W__^^VW_r__r__r-rfVV_/VWVV^
I 954 135
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
FORÇA DO
DESTI NO
FOCAS NO MEDITERRÂNEO
habitai das focas não se limita às regiões polares. Estes habilidosos ani-
O mai.i marinhos vivem também no __fediterraneo, embora os exemplares
observados sejam em número muito escasso.
Muitos habitantes da costa espanhola do Levante as têm visto, sendo
mesmo relativamente abundantes junto da ilha de Cabrerá.
Pertencem ao gênero Monachus monachus, caracterizando-se por te-
rem o ventre branco.
Os pescadores afirmam terem visto exemplares de grande tamanho em
perseguição aos atuns.
Estas focas têm também o nome de focas falantes, porque as suas
cordas vocais emitem uma espécie de ladrido, que tem certa semelhança
com as palavras papá e mama. Pertencem a este gênero de focas, quase
todos os exemplares que se exibem nas feiras e nos circos.
136 I 954
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
Chama-se "imagis-
'Superstições sobre ta" à pessoa que ta-
lha, esculpe ou pinta
QUEM DUVIDA?
imagens religiosas.
o ano novo Antigamente consti-
tuiam os lmagistas, na
Europa, grandes cor-
primeiro dia do ano no- poracões que tinham
Novo é costume implorar ao regulamentos, dividin-
do o próprio trabalho
destino pelo seguinte proces- e determinando o que
so: cada qual escreve o que Üe- devia ser pago a cada
seja em pequenino pedaço de um.
papel, queima-o e deixa cai-
rem as cinzas em um copo do1 Em fevereiro de 1825,
champagne ou outra bebida a Policia do Rio de Ja-
neiro deteve a esposa
qualquer: isso dá sorte. de João Caetano, a
Na Espanha, colocam-se cas- atriz Esteia Sezefredo,
cas de noz com pequena vela porque ela — ainda
iacesa e um nome, em vasilha solteira — jogara "11-
bastante profunda com água. mão de cheiro" à car-
ruagem em que Ia o
O calor das velas provoca cor-
Imperador.
rentes de ar, que movem os
improvisados barquinhos. Se
eles se aproximam, anunciam Paulo Afonso, que
casamento. Se não se aproxi- foi o descobridor da
Cachoeira que tem o
mam... adiamento ou rompi- -seu nome, era um ser-
mento da desejada união. tanJüsta português do — Se os meninos tivessem vindo, o passeio seria
Na Escócia interrogam o des- século XVI. mais divertido, não achas ?
tino derretendo um padacinho
de chumbo em uma colher e
deixando cair o liquido em uma
Eloqüência Os pombos voam com incrível ve-
locldade e tem espantosa resistên-
cia. Conhecido naturalista afirma
Labiche, o célebre comediógrafo que, segundo experiências por êla
vasilha com água. Se o chum- francês, falecido a 24 de Janeiro de próprio realizadas, pode o pombo
bo de novo solidificado toma. 1888, foi uma vez Jantar em casa do voar com velocidade de 1200 a 1370
um rico financista, e não lhe agra- metros por minuto. Um deles voou
a forma de anel, isso signifi- dando multo a companhia, só abria sem parar durante 27 horas, em ve-
cará casamento, se parecer com a boca para comer. locldade constante de 10 metros por
No fim do jantar, manifesta a In- segundo.
berço... anuncia nascimento; tenção de dizer alguma coisa.
se formar disco, será promessa Sschlu ! Sschiu ! — faz o ban-
de dinheiro, etc. queiro encantado. Vai falar o sr.
Labiche !
Na Suécia, a moça solteira Labiche. então, timidamente ex-
clama:
cobre a lâmpada de seu quar- Eu queria repetir as ervilhas...
to, na noite de Ano Bom, com
um "abat-jour" em forma de
coração... para ser amada. Pés e cabeça HL Vk\ ^ T\ ^- E= >^*T
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Deus.
137
ALMANAQUE D'0 TICO-TICO
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1 DIPLOMA DE HONRA __Ü*^-_~W"***l^_.
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ESTOJO COM OS OITO VOLUMES, CR$ 45,00. VOLUME AVULSO CR$ 5,00
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melhorá-lo e ampliá-lo em todas as suas secções e
especialmente em sua feitura material. Assim é que
dos centros mundiais de onde se irradia a moda
feminina foram contratados serviços especiais dos
artistas mais em evidência, dos mais notáveis crea-
dores da elegância. Com a edição que está à venda,
terão as nossas patrícias ocasião de verificar que
•MODA E BORDADO", revista editada em nosso
Pais, se iguala ou é, muitas veres, melhor que as
melhores publicações de figurinos feitas no
estrangeiro.
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Pode-se afirmar, sem receio de contestação, que.
embora seja Cr$ 12,00 o seu preço para todo o
Brasil, "MODA E BORDADO" se equipara a qual-
quer dos jornais de modas procedentes do exterior
e que aqui são vendidos a CrS 20,00, Cr$ 25,00 e
Cr* 30,00.
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Revista-Figurino mensal — 58 páginas, Inu-
meras coloridas.
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sobre beleza, estética, elegância e adornos para o
lar, são tratadas com proficiência.
ARTE CULINÁRIA
Em todos os números da revista as senhoras
donas de casa encontrarão inúmeras receitas, para
confecção dos mais deliciosos pratos.
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E ENCANTAM. .
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BORDADO
s ©>°— A REVISTA QUE E' UM FIGURINO..
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