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Múimro 39 - CrS 2,00

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SUO PAULO
POLITIKA

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koluna

aberta
A Editoriá

Albuquerque Lima

ARENA, não obtiveram


A era êxito. 0
da
Agenda
presidente Mediei chamou a si a
solução e sugeriu um tertius
para
Hélio Duque, de disputar a
desinformação professor prefeitura de Campina
economia e de nomea- Grande, o
jornalista pomo da discórdia,

da, lança até o fim deste mês seu mas até agora não conseguiu

0 setor econômico representa mações livro Contradições do Desenvol- nada de concreto.


hoje, tenham sido montadas nos Até o MDB
prin- já
em termos vimento Brasileiro, em enfo- está envolvido
jornalísticos, o constituía cipais ministérios? que na briga da ARE
que Há repórteres, inclu-
o ca o desenvolvimento nacional NA. João Agripino
político até 1964: o mais importante sive, conseguiu
conhecem algumas o
que quando
nas últimas décadas. Desde a apoio de Argemiro
fornecedor de informações Figueiredo,
e notícias. E informações não as comentam, nunca,
implantação da siderurgia até a de
tanto grande prestígio em Campina
isto é verdade os
que jornalistas junto dos assessores de imprensa dos
euforia da indústria automobil ís- Grande, enquanto o governador
viram-se obrigados, nova ministros
pela situação, a de Estado. Por üma razão tica. A distribuição de renda Ernâni* Sátiro trazia
para o seu
estudar, aprimorar seus conhecimentos simples:
e estes começarão a explicá-la e, brasileira, os desníveis de desen- lado o senador Rui Carneiro.
se adaptar à criada função. Os fim, conseguirão volvimento regionais,
jornalis- por provar nãò além da
que
tas-pol íticos a
passaram ser de especulação e seria visão atual íssima do novo
jornalis- passa que desacon-
tas-econômicos. E as coisas comércio exterior, • O
iam bem. selhável sua Convenhamos são temas deputado Amaral Neto,
publicação.
Pelo menos aparentemente. presentes no livro de Hélio está faturando fábulas de
Os que isto não é que
jornais procedimento muito
destacaram Duque. Autor de A Guerra do dinheiro na televisão com
repórteres o setor. Era correto. seu
para a
Café Solúvel, onde retratou toda Amaral Neto, o repór-
nova setorização. programa

a ação dos monopólios norte-a- ter, criou um de difícil


problema
mericanos contra a indústria bra- solução
para o governador Wan-
Depois, existe um assessor de impren- sileira. Este é o segundo livro do derley Dantas, Acre.
do É que
Mas começaram a surgir sa vê um repórter,
problemas. que, quando agres- Hélio e será lançado Editora ele
pela conseguiu fazer com o
que
Um deles, talvez o mais importante, sivamente o aborda: o é Paralelo.
era que que o uma soma
governador gastasse
o dizia respeito ao despreparo senhor está fazendo aqui? Ante a muito
que de com- elevada do orçamento es-

alguns assessores de imprensa, não de notícia, • O fato tadual financiar três


que provação que procura vem a político mais para progra-

contavam com a infra-estrutura explicação dura e burra: importante da semana mas de TV a cores contando as
necessá- volte a que
para
ria desenvolver redação de foi o coisas do Acre, mas como' o Acre
para a nova função. E seu onde o senhor é passou pronunciamento do
jornal,

tome Médici, afirmando não tem televisão, limitando-se


de aparecer in- mais se presidente
gente procurando preciso, que houver alguma
não tolerará con- os poucos aparelhos do Estado a
formação sem as assessorias informação que qualquer
que sou- nós mandaremos um
testação ao regime ou mudança captar estações do Peru e Bolí-
bessem como nem Foi uma
por quê. press-release. Caramba, isto é antes de
no sistema. Nãocausaram via, a oposição agora
surpresa quer que
confusão tremenda, superada a tempo tudo um desrespeito ao trabalho
profissi- as interpretações ele contas da importância
que se seguiram preste
pela capacidade do brasileiro de dar um onal de um além de represen-
jornaliita, a Amaral Neto.
è fala Os paga
presidencial. governa-
jeitinho para toda e dificulda- tar uma
qualquer afronta aos leitores ele
que dores da ARENA aplaudindo
de. E o bom-senso.
prevaleceu representa.
Médici, como era natural. Alguns

até com certos exageros como • Depois de tanta briga é bom

Rondon Pacheco, outros mais falar de pacificação, e a notícia

Agora, os discretamente. Mas o se deve boa vem do Rio


en- E há mais: que Grande do
jornalistas-econômicos semana estava
passada
frentam destacar é o desânimo do MDB, Norte, onde o Cortez
um novo fantasma, atualmente governador
programada uma entrevista coletiva com
alguns e nada Pereira e o ex-governador Aluí-
travestido de desinformação. protestos pífios
C o seguin- uma figura da Bolsa de
qualquer Valores
mais. zio Alves andam in love, tudo
te: rigidez com
pela que é conduzida a do Rio de Janeiro. 0 assunto: o novo
graças ao Ducal fará
econômica — grupo que
política do rigidez sistema de computação
governo adotado. Eviden-
um investimento de 18Q milhões
que não se contesta, antes
pelo contrá- temente o da imprensa • O
pessoal foi governador Eraldo
para de cruzeiros no Estado, em um
rio, admite-se como uma necessidade de lá. Quando começou Gueiros, de Pernambuco,
a anotar as esteve complexo
palavras do ramo do vestuário.
uma situação, de uma fase — no Rio
de transição, do conferencista mantendo contatos
sim, era uma poli- Há dias reuniram-se em Recife o
porque
superável dentro do — ticos contornar
prazo normal os conferência, as procurando i Pereira, o
já que perguntas não governador Cortez
assessores de imprensa, — crise que se manifestou no Esta-
mais realistas eram superintendente da SUDENE,
que permitidas veio um assessor de
o rei, resolveram do com a eleição do novo diretó-
se fechar em copas. E imprensa general Evandro de Souza Lima,
para avisar este trabalho
que
rio da ARENA. O senador Paulo
adeus informação. E adeus e os representantes da Ducal
notícias. E era à-toa, seguira
pois para as redações
Guerra se desentendeu com o -José
bolas I os leitores. Luís Moreira de Sousa,
para urti
press-release.
governador e está-inclusive com
general Afonso de Albuquerque
as relações de amizade rompidas.
Lima —
e Aluízio Alves acertan-
0 desentendimento é tão
grave do os ponteiros.
Ora, assim não que numa recente solenidade
é Não se Isto acontece
possível. todos os dias. Todas as
realizada em Recife, o senador
admitir o se
pode que primeiro escalão horas, sem ninguém,
que absolutamente
recusou a cumprimentar o
tenha conhecimento gover- •
governamental ninguém, levante Em Sergipe anda
o problema. Já é hora quem
nador. Paulo Guerra detinha 90
disto. £ certo não tem. Mesmo eufórico é o Paulo
quase que de se fazer alguma coisa governador
para valorizar a cento do diretório
por e com a
todo e .governo Barreto depois a Companhia
porque qualquer tem de que
profissão jornalista, totalmente nova composição
des- perdeu a maio-
conhecimento Nacional de Álcalis lhe comuni-
pleno de nãò
que pode prestigiada pelas centrais de desinforma- ria, agora dividida entre Eraldo
cou vai instalar uma subsidi-
sobreviver sem o apoio da opinião que
públi- çoes que foram criadas. Mesmo Gueiros, senadores João
é Cleofas
porque ária no Estado
para aproveita-
ca. E o do Brasil, manter importante e Wilson
governo para considerar Campos, Au-
que em prefeito
qualquer mentodosal-gema. Paulo Barreto
esta imagem dentro dos limites Lucena, estando
que país se gusto a presi-
que procure desenvolver há, espera fazer uma administração
considera ideais, tem uma agência- déncia sendo exercida depu-
sempre, uma imprensa pelo
sadia e vigilante, melhor a de Lourival Batis-
que
Assessoria Especial tado Augusto Novéis, represen-
de Relações Públicas
pronta a mostrar aos dirigentes ta,
os erros, que só fez obra de fachada,
tante do
da Presidência da República— faz governador.
que as falhas e as impropriedades como de
do sistema. os Batistões (o edifício
verdadeiras maravilhas no setor.
25 andares e o estádio de fute-

boi). Diz não é nâo


• Na Paraíba que político,
a situação
tem contra ninguém
prevenção
E isto com honestidade política continua tensa entre o
e isenção,
mas agora está nq comando, pof
Muito bem. Então, como se explicar como deve governador Ernâni' Sátiro e o
acontecer estão
quando em ordens do Médici.
ex-governador presidente
as verdadeiras centrais de desinfor- os interesses João Agripino, as
que jogo de uma nação.
gestões desenvolvidas sena-
pelo
dor Filinto Müljer i
presidente da
POLITIKA

3
Até onde o movimento de 1932
era anti-revolucionário ? Qual
sua relação com 1930 ? É isto
Paulo
que Paulo Duarte, um de seus
Duarte revolução
líderes, conta com detalhes.

SAO PAULO
LUTOU PELA mm ¦¦§¦ m\\\\\\\\\\\\\\\m\mW ¦¦

DEMOCRACIA
HVvtifi&AT UM m*****Í*mO**è^tBLmmt Ml K» *a9*Lmmm\ »
MmmmmW H •rÊmm ^ftl^^_^^R3^^MB WW^Jjy^f*^^^^^^^^^ MJJ

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K31 .A^SaH Bl

^Bmmm\p'jOMmMJ*W^*Mt^^^m*Amm\ ^fc^^^MJ
Paulo Duarte de volta do exílio

Jornalista, escritor, professor,


antropólogo, PauloDuarte,
a partir da década de 30,
sempre foi um dos intelectuais
de mais influência em
São Paulo.
Colaborador do
governador Armando
Salles de Oliveira, criou
o
famoso Departamento
de Cultura IXfl ^^A ^Kl fmf *
Bkfl BtJCk . m*^.^ l
do Estado, cuja direção
entregou a Mário
de Andrade,
um de seus mais
íntimos amigos.
No Estado Novo, Paulo
Duarte,
ioqou todo o nu talento
e capacidade de luta na Impropriamente denominada de Revolução
resistência à ditadura.
Deportado, só voltou ao
Brasil depois
da redemocratizacão. Constitucionalista, o movimento de 1932
No exílio, viveu nos
Estado« Unido» e na Europa,
ensinando em
universidades,
tinha por finalidade restaurar aqueles
divulgando a cultura
Brasileira e
estudando antropologia.
A marca fundamenta» princípios pugnados em 1930, deturpados,
de
Paulo Duarte
é ter sempre
aliado, de
uma maneira indomável.
o fino intelecutal,
conspurcados e estuprados pelos políticos
que ele
é. à dura ação
política que
jamais deixou de exercer.
Por isso foi
um dos líderes
que se arvoraram em chefes maiores de uma
da Revolução de 1932.
Por isso está até
hoje revolta que era apenas outro capítulo da
no batente do
combate
pelas liberdades.
revolução de um país em busca de si mesmo.

mM
POLI TI K A

A revolução de 1932
paulista

não era çonstitucionalista,

lO
SÃO PAULO
apenas restaurar os
pretendia

LUTOU PELA
revolução
revolucionários de
princípios

DEMOCRACIA

1930, foram deturpados


que

disfarçada de Borges de Medeiros; Episódios como estes somados bravamente Nino


go Gallo
para
Uma visão alguns anos depois cuja trai- aos caudilhistas de Deodoro, salvar esta cidade invasão
1930, golpes da imedia-

1932. de Floriano, de Hermes, de Pinheiro


ção pela politicalha provocou ta dos ditatoriais. Não vou repetir

Este movimento ser Machado (e mais tarde de Getúlio e


só pôde deste episódio
pormenores
diferente que
"Palmares
feito com frente tantos mais até hoje),
a única estruturada que provo- estão em meu livro
pelo
caram o e a ação de Ruy e,
por Júlio de Mesquita com a cola- protesto Avesso". A debandada de Salto foi

boração direta Álvaro depois, deste todos os outros mo-


da ro
festa de de Carva- detida em Bianor e aí resistimos até

lho, mas isso não tins e ações das as


quer dizer a políticas quais o Comando da Divisão
que que pudesse
Tenho uma concepção diferente revolução mais importantes foram o Partido
tivesse objetivo único tomar medidas
por drásticas, e a
princi-
de 1932. Tão diferente volta Democrático e o Partido Constitu-
que jamais a da Constituição. Não, o seu foi
pai a destituição do comando
compareci às paradas anuais do fim real restauração cionalista, o Partido Comunista, o
era a dos responsável
postu- pela debandada substi-
Ibirapuera, onde desfilam milhares lados 1930 Partido Integralista, cada com
de em torno da liberta- qual tu ido oficial foi o
pelo grande que
de pessoas, numerosas nem brasileira fraude a sua doutrina diferente, mas,
que ção da eleitoral, do coronel Teófilo Ramos teve
que
participaram de 1932 nem com- desrespeito leis, todos, sinceramente ou não, baten-
permanente às da
como chefe do seu estado-maior

preendem o movimento do a mesma tecla da republicaniza-


grande politicalha perrepista que dominava
outro oficial competentíssimo, o
impropriamente chamado Revolu- o País inteiro da República.
através da política ção
bravo major Arcy da Rocha Nóbre-

ção E muitos dos desgovernadores todos


Çonstitucionalista. de os
ü vício Permaneci no comando de
politiqueiro, entretanto, ga.
que combateram 1932 ou ausentes PR, todos
perfeitamente semelhan-
infiltrava-se insidioso Partido Bianor até a consolidação da linha
até no
ou fujões das trincheiras compare- tes, apenas acrescentando-se na sigla
Democrático, sem falar no junto à estação da Central,
perrepis- quando
cem à festa anual, até mais
pontualmente uma inicial designava o
que assumi o comando
mo dominado ele. Minava, mais de uma compa-
por
de capacete de aço no crânio. Isso Estado explorado e deformado
pela nhia, agora com o auxílio
tarde, mesmo o integralismo e o de um
não dizer todos os
quer que que mesma mentalidade domi-
política magnífico tenente
comunismo brasileiro, só esse das forças do
desfilam não legítimos pois
sejam vetera- nante. Não é todos os
que perrepis- Paraná haviam
vício explica as alianças do Partido que aderido à revolu-
nos de 1932. Não. Numerosos o são tas de S. Paulo e do resto do
Comunista ção, o tenente Rosas, Francisco
com Getúlio, com
e dão interpretação a tais desfiles Brasil fossem homens ímprobos.
Adolfo Rosas, se não me engano,
Adhemar, com simples caudilhos ou
diferente do significa a minha
que Não, havia muitos chefes de vida
hoje talvez reformado, num
destacados de modo al-to
ausência, é um peculatários,
que protesto pela digna, mas até estes eram
política não sei,
posto, sabendo apenas
que o próprio movimento de 1932 que
desfiguração exibicionista
que per- como aquele alemão de um
general está vivo e depor. Estou
foi infiltrado e, um dia, na frente, poderá
de todos os anos um bom pedaço ocupado Steinbeck colo-
país que memorando este episódio
ao recebermos a notícia em linhas
do que se
do seu significado.
cou numa de suas novelas. Inteli-
gerais por ser necessário ao
tramava em S. Paulo, num momen- que
É homem batido luta e
que, pela digno, culto, infenso, no
gente, agora a narrar. A contenção
to em a vitória sorrir, passo
na luta, não compreendo 1932 na que parecia
fundo, a desrespeito à
qualquer das forças ditatoriais em Bianor
nos decidiu em Vila Queimada.
heterogênea manifestação sem pro- dignidade humana,
procurava inundou S. Paulo com uma maré de
Desde o início havia indícios
fundidade e anacrônica coberta já
já desempenhar a sua missão difícil otimismo, o uma
veementes nós, era certe- que provocou
exegese falsária a má que, para
pela que poli- humanitariamente. Mas, os resisten-
za reunião de repre-
de um conluio no escopo de dar próceres políticos,
tica, a coorte da adesão, a bajulação
tes começaram a minar as fábricas,
ao movimento sentantes das empresas,
paulista um sentido grandes
incondicional se tornou carac-
que o campo e as cidades e assim, cada
industriais e banqueiros. As notícias
de contra-revolução. Uma figura
terística normal da vida do
pública vez
que explodia um distúrbio, ao
eminente Partido vieram com a roupa da euforia
do Republicano para
Brasil, vem dando ao movimento de
receber a comunicação, mandava
havia mesmo conseguido a retaguarda e vieram com a facili-
do
1932, merecia o respeito até general
que ele vir o sargento de toda confiança,
Klinger, logo no dade com a emoção ou a
princípio, per- que
desses mesmos exibicionistas se
que ao dizia simplesmente no
qual que bajulação fabricam
missão distribuir um boletim heróis em nosso
misturaram e mudar para
querem de cor,
bairro tal explodira um motim, o
era uma País, o meu nome era destacado em
não que proclamação nesse
se mudaram as águas batidas
já sargento lá fosse cessar a desordem.
sentido. E a distribuição S. Paulo nas altas rodas do coman-
se fez
e puras de 1932. Disse há por
pouco O sargento voltava da missão anun-
avião. Causou a impressão do e do Da mesma
1932 pior em geral governo.
que é um movimento chama-
ciando a tudo resolvera, mas
que
todos nós forma era citado com elogios mere-
e o próprio General
do impropriamente de Revolução
não dizia nem o
general perguntava
Klinger declarou a companheiros cidos a maneira se
Çonstitucionalista. Sim, da por que portava
porque a dos pormenores das torturas, da
alta direção do Partido Democrá- Antonio Pereira Lima, comba-
finalidade (estou usando o termo que
chacina, das torpezas cometidas
tico aquilo se fizera tia também sob o comando de
no seu único significado de causa que à sua
pelo sargento. Na hora em o
que
revelia, ele não Euclides de Figueiredo. Pois naque-
final) de 1932 não era a constitu- pois próprio permi-
aperto ameaçava as eleições, os
tiria a divulgação de tal Ia reunião um
cionalização, mas a restauração de boletim política, grande
chefes mandavam tam-
perrepistas
repercussão contra nós banqueiro figura importan-
1930, cujos foram detur- pela paulista,
princípios bém os seus sargentos que
ganha-
teria do lado dos nossos te na direção do movimen-
violados, conspurcados, estu- adversários política
pados, rem-nas, e elas não
ganhas tomavam
se aproveitaram desse to, homem de enorme
prados pelos políticos arvorados em que texto prestígio
conhecimento da fraude eleitoral,
chefes maiores de 1930. indesejável, atirar o Brasil político e financeiro, teve estas
para con-
das violências da maneira
policiais,
O levante não tra S. Paulo. palavras textuais:
paulista, portanto, os recursos
pur que financeiros fo-

passava de um capítulo a mais na


ram tirados dos cofres públicos.
revolução iniciada De fato-, 24 horas depois, o rádio —
brasileira, com a
Bastava-lhes o resultado Agora está
do pleito a que praticamente
da ditadura demonstrava com tal
República proclamada para dar uma
favor de deputados ou senadores, garantida a nossa vitória, precisa-
feição nova ao Brasil, continuada boletim nos batiamos não
que pelo mos
muitos de vida mais ou menos estudar uma maneira de afastar
movimento civilista Brasil mas um S. Paulo
pelo com Ruy à por separa-
limpa mas o Pereira Lima e o Paulo Duarte
pessoalmente, que iam
frente reajustar a República tista, reacionário em armas contra
para já a alta nos trarão na con-
para à custa dos que dificuldades
política
1930.
deformada pelo caudilhismo, ao
furtos de urnas, da solidação da vitória.
pata de cavalo
seguiu doze anos depois o
qual com esmagava O incidente
que o povo e com as passou. Veio a pri-
episódio do Forte de Copacabana e Quem soube disso foi
atas falsas necessaárias meira retirada primeiro
"Semana ao reconhe- de Salto, nas divisas
Arte Moderna"; o Pereira Lima
a de que me trouxe imedia-
cimento dos candidatos S. Paulo e Rio, onde
do nos encontrá-
governo.
Paulo 1924, co- tamente a informação.
levante de S. de
Homens de vida limpa, vamos. Tive a ventura
sim, mas de ser um dos
mandado Isidoro Dias Lopes;
por menos limpa evidentemente comparsas
do principais da nossa
que pe-
após, a revolução do Rio
própria os derrotados nessas vitória de
mesmas elei- quena Bianor,
pouco
Grande termo à ditadura
que pôs cões. além de Queluz, combatendo comi- *
POLI TI KA

Os revolucionários
paulistas

decidiram não deporiam


que

PAULO
SAO
as armas, mesmo depois da

pela
lutou

vitória, em ação de vigilância


revolução
democracia

contra a imperante
politiquice

Quando os
políticos prepararam

o contra os mais de
golpe princípios puros

30, os se levantaram
paulistas

Nesse momento, entretanto, já m 1! ti> if I < . it UUlttPPll J'i


jlll
na cabeça uma organi-
nos dançava

a ori-
zação que permitisse garantir

da vitória, na qual,
entação possível

em contato diário com a linha


nós,

frente, não depositávamos as es-


de

róseas com a via à re-


peranças que

taguarda.

Precipitou tudo, outra notícia


S i 1
alarmante: na retaguarda, os políti-

cos, ou um bom número de políti-

cos, conluiavam-se, à espera do mo-

mento pregar definiti-


propício para
. Ail H
vãmente em nossa o rótulo
guerra

de contra-revolução das fraudes

eleitorais e do desrespeito às leis,

das violências contra as urnas, e da

baldroca com o dinheiro das


paga

prefeituras e do Estado. E nós, do

Destacamento Theofilo, resolvemos

iniciar a ação.

A nossa frente era aquela que,


~
em caso de vitória, devia ser a
pri-
meira a entrar no Rio de Janeiro,

daí sua importância um arre-


para

messo decisivo futuros


contra os

aproveitadores fa-
do sacrifício que
Júlio Mesquita
zia Grupo de João Camilo
nas trincheiras a moci-
primeiras

dade de São Paulo. Tendo isso em


Vivaldo Coaracy, Prudente de ação e se considerava um soldado
doro,
mente, reunimo-nos, os oficiais do
Os contatos Melega. de uma ação
Moraes Neto, Marcos dela. Encarregar-se-ia
Estado-Maior
do coronel Theófilo e
ainda, de informar aos seus amigos de maior con-
Incumbi-me, junto
alguns comandantes da frente. Lem-
o ha- fiança e com expressão Eu
ao coronel Theofilo sobre que política.
bro-me eram feitos
que dessa reunião
primeira
havia tudo comunicado a Júlio de
víamos decidido, e a participação já
participaram o major Arcy da Ro-
e Palimércio, Mesquita Filho, este viera
aos coronéis Euclides porque
cha Nobrega, o major Reynaldo Sal-
cartas e Júlio de até a nossa frente numa missão do
Oswaldo Mena Barreto
danha da Gama, comandante do Ba- por
faria coronel Euclides, e Júlio de Mesqui-
talhão Mesquita Filho, eu as pessoal-
Saldanha, o dr. Carlos de
ida Cruzeiro. ta Filho aprovara inteiramente a
Moraes mente, à a
Barros, imediato com primeira
chefe dos serviços e ainda um contato
uma longa nossa mobilização permanente,
médicos, Escrevi imediatamente
o Dr. J. Câmera, chefe dos frentes onde havia elementos
outras
Toledo, com o mesmo as suas observações
serviços carta a Pedro de porque
médicos como Tácito de
do Batalhão Salda- de valor e honestes,
do da Divisão eram
nha, me comunicava sempre, pois quartel-general
o tenente Borba, numa fren- qual
Januzzi, um dos bra- Almeida, Rubens
in- o suficiente confirmar a politi-
vos ele me escrevia também pedindo para
verdadeiros do co-
da nossa frente, o te do destacamento
qualquer calha reacionária de alguns adidos
engenheiro formações; outra carta minuciosa
Frederico Abreu; coronel Tabor-
Antunes, do ronel Mário
e a Joa- civis ao Quartel do coronel Euclides
~ata!hao enviei a Vivaldo Coaracy
Milton de Freitas Al-
Saldanha, o enyenheiiu da ti curonei
encarregan- e citou os seus nomes.
oresser, Sampaio Vidal,
Nino frente sul; capitão Odilon quim
Gallo, Antônio Perei- meida, na
aos com- Nós havíamos discutido os riscos
ra do-os de comunicar tudo
Lima, tenente nosso flanço esquer-
Sampaio, da Mari- de Aquino, no
firmes, mas tendo o de comunicar tudo, princi-
nha, mais possíveis
e alguns depois, caía panheiros
outros combatentes do e logo prisio-
que, Pedro Toledo, Eucli-
na escolha. Isidoro palmente a de
'Qualmente máximo cuidado
a
dignos, cujos nomes só neiro, Nino Gallo que partira para
Joaquim Sam- des Figueiredo e Palimercio de Re-
seria a par, por
Poderei restaurar Rio Pardo, Her- posto
com a docu- frente de S. José do
prova zende. Eles tinham ligações com o
Vidal ou Vivaldo Coaracy.
lá lados paio
^ental que estou fazendo desse epi- bert Levy, batendo-se pelos
de Pedro de Euclides e Palimer-
sódio. A resposta rápida perrepismo, pois
Gaia, em Cru-
da Mogiana, coronel
a um contato cio foram contra 1930 e vítimas de
Toledo animou-me
A rapidez Mena Barreto
com é exigida esta zeiro, major Oswaldo
que e Getúlio logo depois da revolução vi-
imediato com Euclides Figueiredo
n°ta E.M.
não me Filho, do
uma busca mi- e Júlio de Mesquita
permite
Rezende. Foi uma toriosa. Pedro de Toledo, por sua
nuciosa Palimércio de
em meu Euclides Figueiredo que,
arquivo nem a con- do coronel
dada escrito, vez, militara ativamente contra a
su,ía «seria resposta corajosa, por
com de
diversos o coronel Palimercio,
dos com
principais Toledo candidatura de Ruy, sendo um dos
na dizia Pedro de que
Participantes Pacheco qual
da reunião. notificado, Domício
O tudo
princi- vitó- chefes do hermismo em São Paulo,
orientaria uma possível
pa ficou da Di- quem
que decidido chefe de transportes
é mes- e Silva,
que, em 1910. Assim eles estar
ria nossa eram os combatentes capa- poderiam
E havia ainda
C'a v'tória, não visão, em Cruzeiro
deporia-
's sempre com a outra corrente contra
zes e não os políticos que já
as armas, capital, Pe-
da
permaneceríamos no um pequeno grupo
as mais sadias inten- 1930.
de envenenavam
janeiro, Joaquim Sampaio
a nossa dro de Toledo,
garantindo nc
GVtX) Ele d; ssa
vigiiadora Isi- ções. queria participar
contra Vidal, Cesário Coimbra, general
a poiitiquice
A revolta de 1932 não
podia,

de maneira nenhuma, ser vista

SÃO PAULO
como uma contra-revolução,

LUTOU PELA

era a daquilo
que preservação
revolução
DEMOCRACIA

a se a de 1930.
que propusera

O homem tem o valor

das idéias ro
representa. 'SI
E isto
que

nos levara às lutas

Mas, a resposta de Pedro de O coronel leu atentamente o ram Foi Antônio Pe-
positivamente.

Toledo me lembrou um pequeno manifesto eu exibi em reira Lima, portador" das minhas
pensamen- que
"um
to de Assis Brasil, cópia sem as assinaturas, exceto a cartas, trouxe as respostas. A
pelo qual quem

homem só vale idéias minha em lugar. Eu não Agora, era estender a nossa conjura
pelas que primeiro

representa no momento". Pedro de podia comprometer os meus com- e nós sabíamos a devêramos
quem

Toledo ter errado no panheiros em caso de malogro. En- convidar.


podia passado,

mas agora aquela carta dava-lhe um quanto Palimercio, a o Álvaro de Carvalho


quem pas-
E eu me a
precipito publicar
atestado de alta integridade e digni- sou, lia, o coronel Euclides
perma-
este da história de 1932,
pedaço
dade Assim, resolvi fazer a neceu em silêncio lançando-me de
política.
porque muitas das suas personagens Lutamos
comunicação a Euclides e a Palimer- em um olhar
quando quando que
desapareceram. Felizmente aí estão
cio. Exatamente nesse instante o eu respondia com um sorriso. Quan-
ainda alguns testemunharam e
coronel que
Theofilo veio comuni- do Palimercio terminou a leitura
Antônio Pereira contra a
participaram,
car-me o coronel Euclides me
que perguntou:
Lima, Carlos de Moraes Barros,
chamava com urgência ao Q.G.
Quem Reynaldo Saldanha da Gama, Fre-
Tomei um carro e segui Cruzei- mais assina este
para com- ditadura
derico Antunes, Nino Gallo, o mé-
ro. Não me surpreendia a solicita- Respondi-lhe com
promisso? uma
dico Câmera e, ou- liberdade. Mas, reprimir
possivelmente para o abu-
com freqüência isso acon- meia mentira:
ção, pois
tros mais vivem ainda felizmente. E, so, não é necessário censura,
tecia. Eu era chamado infor-
para Quase
todos os antes desapareçam os últimos basta uma lei
principais ofi- que de imprensa
mações e ordens especiais
para que
ciais da nossa frente. participantes, quero publicar este criteriosa.
não Nenhum intelectual
podiam ser ditas ao telefone.
episódio importantíssimo diz
que
Por isso não fiquei surpreso ao ser idôneo fará ou
parte aprovará o
E Palimercio, voltando-se
para bem dos intuitos de 1932. O nome
recebido imediatamente. O coronel vai buscar
jornalismo que o seu
Euclides Figueiredo:
de Revolução Constitucionalista
Euclides estava só no vagão do trem alimento nas sentinas do escândalo,
veio depois em
porque, primeiro
de comando com o seu chefe de da da chantagem
Eu pornorréia, ou da
não estou em desacordo lugar, não dizer a inteira
Estado-Maior, podíamos
o coronel Palimercio. calúnia. Estes são as vitaminas ape-
com os dizeres deste documento.. . verdade sem cisões num
provocar
nas daquelas
gazetas que Ruy classi-
Logo me momento em corríamos o "cogumelos
interpelou com certa que
ficou como de uma só
brusqueza: E Euclides: maior dos E, em segundo
perigos.
manhã". Por isso repelimos essas
Eu lugar, havia
também, não. porque também o obje-
manifestações de rua
- seródias be-
Que é está havendo com tivo da constitucionalização, caso
que
suntadas de um civismo e
elementar
vocês, lá na frente? Tenho notícias malograsse o A Constitui-
E voltando-se principal.
para mim: encharcadas dos interesses ocultos
de certas reuniões e decisões toma- Já nesse caso, era o mal menor,
sabe ção,
qual o ou até
pensamento de de intuitos suspeitos. Não
das inteiramente à nossa revelia. Pedro porque pelo menos os di-
de Toledo? garantia
nos iludimos nem nos regozijamos
reitos democráticos ao homem de
também con o engodo das medalhas
pensamento e ao oprimido e
Respondi-lhe nenhuma deci- Está povo
que aqui, e das condecorações.
falei exibindo Ao ópio do
a
vencido.
são miljtar tomáramos nem tomarí-
carta de Pedro de Toledo. futebol,
preferimos o esclarecimen-
amos sem ordem do Alto Comando.
Por isso to das verdadeiras
é nós remanescen- Universidades.
que,

tes Porque só estas


Aí tudo tomou um tom de 1932, conscientes podem sedimentar
cordial. dos nossos

O havia conosco era coisa Pus ambos fins e uma sociedade hígida.
que a de toda a da idéia ainda Armando Sal-
par corres- que defende-

diferente e eu estava mos, les de Oliveira,i


já encarregado pondência enviada, não não filho legítimo de
tinha dúvi- podemos com
pactuar
de trazer-lhe ao conhecimento. E da sobre esses festivais 1932, instituiu a
o teor das respostas de primeira.
passeio inócuos
que
mostrei o compromisso escrito esperávamos. Ibirapuera É verdade os bárbaros
que Caso fôssemos vence- pelo ou essa que pro-
orgia de
havíamos assinado defender dores, não medalhas curam destruí-la. Mas dos
para os seríamos nós e condecorações depois
os
guar- pregadas
desígnios da nossa revolução contra diães da em nome, bárbaros surge a Renascença, é
política revolucionária, de 1932, ao
peito dé
os lá na mas tod3 muitos paradoxal em
políticos que pretendiam, a 2a. D!0, sob o que não estiveram que, certos poises,
comando
presentes
retaguarda, tomar conta dela, caso dos nossos ou não responderam menos esclarecidos,
dois coronéis, a não à chamada; qualquer pe-
ser de
vencêssemos. Mostrei-lhe a minha estes muitos quena cor-
que discordassem de nós. que até combateram piada política ser
Fui contra possa
carta a Pedro de Toledo, na eu convidado nós, de muitos ada de uma se
qual almoçar. Desci nem eram canção, enquanto
para do que nasci-
dizia a linha de frente, os seus vagão e dos nos anima a libertinagem
que Júlio Mesquita Filho quando levantamos da televisão,
me contra
soldados se batiam nas esperava. a ditadura mistificadora ornada o
que primei- Narrei-lhe tudo e de elemento da dese-
e fomos muitos grande
ras trincheiras invadidas en- almoçar ainda recebem ducação
pelo juntos. A mesa de que^ ou concedem e da desnacionalização,
Euclides a
xurro das chuvas de mistura com o e Palimercio, consagração com os a
nela por simples agrado seusdespautérios cáusticos
presentes tam- ba-
sangue dos moços, não a homens doIuir
permitiriam bém os capitães Osvaldo julador os costumes, as tradições ea
e Walde- que passam pelo
os da retaguarda, mar e
que pseudo-chefes Mena Barreto, tenentes poder precisam ser agradados própria língua.
José pe-
afogassem o seu sacrifício com a Lobo los
e Guilherme Figueiredo, que pleiteiam
filho posições ou favo- Foi contra essa
poluição genera-
lama da 1932, acrescenta- de Euclides, res legítimos
política. tudo correu ou ilegítimos. fiel
cordial- lizada se fez 1932. E eu sou
que
va, não era uma contra-revolução, mente.
aos seus evi-
princípios atualizados
1932 era apenas a preservação das
É verdade dentemente muita coisa
que a licenciosidade, porque
idéias de 1930 e o certificado de 0 Isidoro,
general Coaracy e evoluiu em
c°rn freqüência quarenta anos.
procura, na impren-
óbito dos erros do Joaquim Sampaio
passado. Vidal responde-
sa do Brasil, confundir-se com a
ROUTIKA

I folklore

Sebastião

Nery politiko

Bilac Pinto

— saber
0 ruim no Bilac é ele sempre quis
que

mais do a inteligência dele Ele lê mui-


que pode.
"Folha
MINAS to, lê muito, mas não cabe.
e Borjalo dirigiam a
Jair Rebelo Horta

do Governo. Juscelino gover-


de Minas", jornal

de Finanças. Foram a
nador, Alkmim secretário
1

insustentável do jornal,
Alkmim expor a situação
e Gustavo Capa-
Vargas, presidente, todo tipo.
Getúlio e divisas de
com salários atrasados
foram os dois a
da Educação,
nema, ministro José Maria Lopes Cançado é um dos melhores sentou-se
Alkmim os recebeu carinhosamente,
de Medicina da Univer-
da Escola
formatura momentos de talento, dedicação e convicções da enorme e os na
uma de uma mesa pôs
na cabeceira
da solenidade, Getulio
Brasil. Depois
sidade do mineira: deputado estadual, foi consti-
política outra cabeceira.
os novos médi-
foi cumprimentar pessoalmente tuinte federal em 1946, depois não se candida-

alguma coi-
dizendo ou perguntando
cos sempre e resumiu o drama:
Jair fez uma exposição
mineiro Neder João Ne-
um. Chegou o "Folha"
sa á cada des- A continuar saindo se c
Capanema só pode
mais. Adversário de Gustavo
tou
der: os ito- 2 mil contos.
muitos anos disputaram senhor arranjar
de cedo, durante
Alkmim a mão na ore-
Quais são os seus meu jovem? de Minas. Na outra cabeceira, pôs
planos, Pitanguy, no interior
tos de

-Contribuir na educacional do go- O lha e resmungou:


política advogando na cidade. promo-
Começaram
Muito bem. Está certo. Dou os
depois bem, muito
verno de V. Exa. Mendes Júnior, procura-
tor era Onofre

volta-se Capanema: do José Gui- 500 contos.


Getúlio para dor-geral do Estado, pai jornalista

Por não aproveitas o moço? eram muito


Mendes. Onofre e Capanema
que lherme
Não não, secretário. São 2
João Neder era auxi- do dono da são 500 contos,
No dia seguinte Neder já também amigos
amigos. Ficaram

mineiro, a mil contos.


liar de de Capanema. época, no interior
gabinete Naquela
pensão.
Isto mesmo. Dou os 500 con-
de divisas. Os mesmo, isto
das era demanda
maioria questões

e outras cidades tos.


chegavam de Pompeu
clientes
Está engano, secretário. Nos
na comarca de havendo um
cuidarem das brigas
vizinhas, para
2
0 dono da falamos 2 mil contos.
na pensão.
Pitanguy. Hospedavam-se
Ah, ouvindo mal. Estes meus
sim, eu estava
amigo, de conversa:
Neder João Neder é amigo, grande pensão puxava
ouvidos não andam bem.
forma Veio começar demanda?
mineiros de uma
todos os políticos que, Um à direita outro à
Na mesa, dois telefones.
Vim, Aqui tem bons advogados?
sim.
ou de outra, em um ou outro partido, passaram
Capanema e o esquerda.
Muito Tem o doutor
anos. Agora bons.
pelo nos últimos quarenta vezes telefo-
poder tinha falado duas pelo
Alkmim já
de fíondon Lopes Cançado.
mesmo um dos melhores amigos doutor
é da esquerda, cha-
da direita. Pegou o telefone
ne
Pacheco. Ele explica: eu devo e deu ordens
A é o senhor acha que do Estado
que mou o tesoureiro-geral
quem

ele fornecesse imediatamente


entregar a questão? expressas para que
"Folha
- Pode até doutor
Nunca faltei ao amigo no poder. A ou a outro. Mas o promotor à de Minas".
um 2 mil contos

há coisa do é melhor o na maior felicidade. Na


parecer meio cínico. Mas não pior aqui daqui a pouco, e Borjalo saíram
vai por Jair
passar
o homem do po- a ele. como um de
que a solidão do Com um conselho redação, a notícia chegou presente
poder. senhor pedir
der, interes- outra, um mês, nada
todo mundo só cuida dos próprios Mendes Júnior: Passou uma semana,
Chega Onofre Natal.

ses. falto. Quando o demanda aqui, não sa-


Ê nessa hora eu não Dr. Promotor, vou começar O tesoureiro informava que
que de dinheiro.

amigo cuida da cobravam a ordem do


sai do cada um própria melhor dos dois advogados? de nada. Jair e Borjalo
poder, é o bia
qual
vida. doutor Capanema e vista deles.
Ambos são bons. Mas o dada telefone na
secretário, pelo

melhor no crime. tudo. Só o telefone direi-


no civil e é Depois, descobriram
muito bom

Lopes Cançado na tinha o


no PSD, esquerdo de Alkmim
Capanema acabou to valia. O telefone

da cortina. Era o
enfiado na atrás
fio parede,
UDN.
3
fone da mentira.

Bilac Pinto, hoje do Supremo Tribu-


ministro

nal, teve mais confortáveis 5


uma das
juventudes
da história Fabinho An- a uma ses-
brasileira. Era amigo de Carlos, em 1936, presidia
Antonio
8
drada, filho de Oto Prazeres, seu
de Antonio Carlos, governador Câmara dos Deputados,
são da
Minas, a figu- e informa funcionário do
ficou famoso haver criado todo assustado que, 1947, Armando Ziller,
que por secretário, chega Em
ra do de estavam fazen- era o líder
filho do Boêmio, andava os estudantes Brasil e talento incomum,
governador. em Belo Horizonte, Banco do
baratinha, a fazer de uma das na Assembléia
o mustang de 1928. E chegou arrancaram praças do Partido Comunista
do uma da bancada
passeata,
um avião Porque e o arrastavam falou em família. Antonio
na Imprensa Oficial de Minas. Antonio Carlos pelas Minas. Na tribuna,
o busto de de
na Imprensa dono do Banco
Oficial não sei. Se voou. que Fie apenas perquntou: Guimarães, banoueiro,
parece ruas da cidade Mourão
não. Mas deles? do PSD, não
fez. — é o itinerário Minas Gerais, deputado gostou.
E de
qual
- Ziller. V. Exa.,
Senhor deputado Armando

falar
comunista, não tem autoridade para
Depois, filha do fa- como
Bilac casou-se com uma
é contra a fa-
moso família, o comunismo
coronel a maior for- em porque
Chico Moreira, então

tuna mil ia.


de Minas, ex-presidente Delfim 6
irmão do
~De Mourão Guimaraes.
Moreira. a fato, senhor deputado
Sem financeiros, dedicou
problemas
lançou as ações falar em família,
vida do Brasil Eu não tenho autoridade para
aos estudos, Lu- 1944- o Banco
depois à Segundo Em
política.
Todo mun- tenho uma só.
cio "ele nacional. entendo disso, porque
Bittencourt, leu muito, Foi um alvoroço pouco
estudou muito, da Panair. pois
tem várias
^as da fortuna. V. Exa. é tem autoridade, porque
não Bi- Era a apólice que
passou da Revolução francesa; para do aueria.
de co-
<ac, milhares pessoas famílias, uma em cada esquina^
depois mais nada no Belo Horizonte,
de 1789 não aconteceu Em
De manha, Mourão Guimarães apar-
mundo." fila, de vésperai Nunca mais Antonio
entrar na
mecaram a
a sede, havia um
do Brasil abriu teou Armando Ziller.
mundo o Banco
da fila era um
0 primeiro
de gente.
Um dia, na
na Câmara Federal, Bilac estava quiíõmetro
vestido com far-
muito branco,
rapazinho baixo,
Para cada Gabriel
frase*, duas citações.
Jibuna. fíondon Pacheco.
assos, do CPOR. Nome:
ao da ¦
lado de José Maria Lopes Cançado,
A Panair faliu.
ambos as ações.
da Comprou
UDN, comenta:
XSJH ¦í*í^^l_ia'*'''*•* * v-

I a*] hr [?/

8 Os
efetiva,

pelos
adeptos
do
processo adotado
países subdesenvolvidos
de uma contenção,

Coronel
Arthur
konjuntura I com vistas a seu crescimento
Loureiro
) são os eternos aproveitadores.

Onde
poderá nos
levar o crescimento
Em maio, publiquei um
artigo a respeito das con- nossa renda,
ele que nunca
clu soes de um relatório do revelou maior interesse
pe-
Massachusets Institute of Ias desigualdades muito
Technology, encomendado mais gritantes entre as na-

pelo Clube de Roma um ções^ também não é confir-


grupo de intelectuais e em- mação. Como não é confir-
presários preocupados com mação o escarceu suspeito
alguns fenômenos menos dos produtores de
papel da
conhecidos do mundo Suécia, em Estocolmo, e o
atual. Com auxílio de berreiro dos argentinos, de
computadores e de estatís- olho em Sete Quedas.
ticas sobre o esgotamento
dos recursos naturais nâo
renováveis A confirmação veio exa-
(minérios, pe-
tamente de onde eu disse:
trôleo), o aumento de po- _______________________________ Ib^h'&_____________ K^t^*__3í^l das eminências
pu laçâo, a quantidade de pardas que
alimento há anos dominam o pensa-
disponível, a pro-
dução habitante mento econômico nacio-
por e o
nível de poluição, os nal. Leia-se o que escreveu
técni-
cos do MIT concluíram em O Globo de 9 de junho
a humanidade cami- de 1972, o eminente eco
que
nha, inexoravelmente, nomista Eugênio Gudin:0
para
venel, Herman Kahn, Au- Estudo
o desastre. Apoiada nestes i do MIT equaciona
relio Peccei, Roger Ga- o problema
dados, nasceu, e está sob a fórmula:
ga-
nhando raudy, Leopofd Senghor,
terreno com velo- produzir para perecer? 0
V.Kirillinee outros. dizer,
cidade, a teoria do cresci- que a longo prazo,
mento nulo, Depois de sumariar estes desta interrogação nós,
cujos adeptos, a
Francês, ao atacar, contra- fatos, escrevi: Para o
na Europa e nos Estados Bra- do Brasil, cuja
vão fazer com essas idéias principal
ditoriamente, aquilo sil, essa bossa nova em
Unidos, chamam-se zegists que as eminências preocupação é produzir
se sem exagero, matéria de doutrina econô- pardas que
(de zero poderia, (PNB) a um ritmo crescen-
growth). Tais háanos dominam o
qualificar como, o mais mica oferece um pensa-
idéias vulgarizaram-se atra- pequeno te de 9%, 10% e 11% ao
mento econômico nacio-
explosivo dos documentos reforço à lembrança de al-
vés de uma carta de Sicco ano?
nal.Mas eu mesmo fiquei
anticapitalistas
Mansholt, jamais pu- guns fatos bem nossos co-
presidente da surpreendido
bliçado incluindo no rol o nhecidos e um com a rapi-
Comissão do Mercado Co- grande peri- Tudo
dez e a na transcrição aci-
manifesto comunista. em Por um precisão com que
mum Europeu go potencial.
em Bruxe- foram ma está fiel. É do original
0 choque lado, é confirmadas as mi-
produzido bom* ter a atenção
Ias. Na verdade, a divulga- o de
nhas palavras. grifo produzir para
por todos esses fatos nos voltada para o esgotamen-
cão não foi devida a nprpppr
--¦ _ P á._. *4~ nriflinnl o
uv/ x_/ilyi..v.. \a
círeu ios mais responsáveis to de riquezas msubstituí-
Mansholt mas sim à expio- na
Que o cineasta Glauber grifo palavra produzir.
do mundo civilizado veis e para os incovenien-
ração eleitoral fez de pode Que
que Rocha considere uma diria de mim o econo-
ser medido facilmente. De tes da poluição num mo- posi-
sua carta o secretário-geral cão mista Eugênio
nacionalista a defesa Gudin se
20 a 22 de junho corrente, menio em que iniciamos a
do Partido Comunista não lhe pussesse
do desenvolvimento, grifo no título
o Ministério de Economia ocupação efetiva dai Ama-
mas da transformação de economista?
e Finanças da França, reu- zônia e do far-west. Por so-
ciai ista não chega
niu em Paris, sob a outro lado, causa arrepios a ser
presi-
dência -do ministro Giscard na espinha uma confirmação,
pensar o é antes
que
d'Estaing, uma contradição a
um grupo inter- a toda
nacional teoria e a toda a
de especialistas prática do
socialismo, de Marx
para discutir onde nos leva a Brej-
o nev. Que McNamara,
crescimento? Desse re-
gru-
fazem J.K. pentinamente, passe a
po parte Gol- se
braith, Bertrand preocupar com as desigual-
de Jou-
dades na distribuição da

te:*

"mt
__^_
POLITIKA

Onde
Nixon

do

na área
emprego
sempre

do Pacífico,
de
foi

armas
um


defensor

nucleares

não
9
poderá nos
usou ainda a bomba atômica no .conjuntura
levar o crescimento
Vietnã porque não precisou.

A poluição serve de
__________________________________________ 3 *

pretexto para travar o crescimento


fll Mm __^^______S
dos ______
- *^M
uma contra mem- a alegação de que cabe aos mais populo-
^ÊfSSÊaW^Jm^m^mM
lá como for, o fato é que estamos I Empreendemos guerra
Seja
dez anos. Isto sem dúvida não é sos fazê-lo, ele deve ao menos, em contra-
nascer, na casca, uma nova nos de
vendo posição
mas é extamente o nós partida, aceitar de reduzir o seu próprio
ao interesse nacional, exata- humano, que
contrária '^m\f^mMam\
York Times, 1-XII-1969). consumo ao nível dos outros. *
mente como previra, quando escrevi: não fazemos (New *V*
Afinal, Mark Twain sinteti- Se nos lembrarmos de que os Estados ¦
será de admirar se também surgirem parece que
a situação dos Estados Unidos: Unidos possuem apenas 6% de população
a idéia de diminuir essa zou bem
defensores para
divina três coisas mundial, mas consomem um terço da
de crescimento do nosso Devemos à bondade
absurda taxa
resumo, apenas o extraordinariamente preciosas em nosso energia do mundo, um terço da bauxita, í **___!________ ____. a__ j______________!9MSR
PNB. Em preconiza-se
a liberdade 40% do níquel, 36% do cromo, 25% do
dos país: a liberdade de palavra,
seguinte: em nome da conservação
de tungstênio 25% do cobre, 41% do esta- Vietnã
à de consciência e a sabedoria jamais
recursos naturais e do combate polui-
outra. Por tudo nho,, 17% da borracha e 50% do café,
Em nem uma nem
deve-se estacionar o crescimento. praticar
ção, realmente signi-
Chomsky, podemos imaginar o que
vão conti- isto é que Noam pesquisador
conseqüência os desenvolvidos
americano de fica o ponto de vista implícito no relato-
do MIT, sábio lingüista
nuar
também.
como estão e os subdesenvolvidos
reputação universal, afirma taxativa- rio do MIT. Acrescentem-se
da Rússia, do
a esses dados
Japão e da
País pobre
nenhum indivíduo os do consumo
Note-se coisa exatamente igual mente: Seguramente,
que já
de Europa e ter-se-á uma ligeira idéia do
realista pode afastar a possibilidade
aconteceu com relação à energia nuclear.
recor- Himalaia de hipocrisia que se esconde
os Estados Unidos subitamente
As superpotências
respectivas técnicas
desenvolveram
e agora, sob
as
o pom-
suas que
ram às armas nucleares. atrás
família.
dos programas de planejamento de
não polui
Apesar do que ficou dito aqui, ainda há
poso título de Tratado de Não Prolifera-
os favoráveis a não proliferação das armas urgência não é
ção de Armas Nucleares impõem que as A medida de primeira
também
o ambiente
nucleares. Como haverá quem a explosão demográfica, coisa que
demais nações permaneçam desarmadas. freiar
defenda um decréscimo na taxa de cresci- a longo Urgen-
E o destino das nações desarmadas está só produzirá efeitos prazo.
do nosso PNB, para que não interna-
sendo exposto aos olhos de todos. mento te mesmo é estruturar, no setor
a pelos de- aos países
Em 1955, Nixon, então vice-presiden- aumente poluição produzida cional, uma organização que dê no mundo dos países pobres, pratica-
com as suas indústrias e, de con- o nível de
te, declarou num discurso no senvolvidos do Terceiro Mundo oportunidade mente em nada afetará polui-
pronunciado
com as suas agressões. recursos naturais em níveis seme- ou de dissipação de recursos naturais
Clube Executivo de Chicago: As armas principalmente, sumir ção
Não vai ser nada cômoda a posição desenvolvidos. Cada casal do terceiro
que foram utilizadas na guerra da Coréia e lhantes aos dos países insubstituíveis.
dos adeptos dessa última cor- realista de cinqüenta
na Segunda estão arcai- intelectual Aliás, indivíduo percebe- mundo terá que gerar cerca
Guerra Mundial qualquer
rente. rá logo essa medida será também a filhos consumir o mesmo que um
cas. Nossa artilharia e nossa força aérea que para
capaz de conter eficientemente o casal sem filhos do primeiro mundo.
tática no Pacífico estão agora equipadas única
A doutrina do crescimento nulo tem
com aumento de população. Aos ricos cabe o ônus da trans-
explosivos atômicos que podem ser e países
implicações que os seus
uma série de formação maior. Segundo a nova ótica, a
que serão utilizadas com precisão e eficá-
indígenas nao po- A situação do petróleo, por exemplo, é
cia sobre objetivos militares. Todos sabem
apressados partidários maioria dos pretensos progressos técnicos
de o merece atenção. De
dem aceitar, sob pena perderem outro problema que de modo quase direto.
que Nixon - não cumpriu as conduz ao desastre
presidente Mansholt diz: Os do MIT dentro
Por exemplo, acordo com o relatório , redução
emprego. A simplificação da vida e a
ameaças de Nixon - vice. O que poucos
dominar os investimentos; de 20 anos estarão esgotadas as reservas
Estados devem absoluta do consumo são obrigatórios. A
sabem é não cumpriu não
que porque das rendas; está induzindo a
haver melhor repartição conhecidas. O Kuweit já menos automó-
deve sociedade do futuro terá
precisou.
taxa- ultrapas-
as heranças devem ser pesadamente produção para que os seus poços veis, casas mais simples, menos eletro-

ou suprimidas. Um novo sistema de sem o limite dos vinte anos. Os america-


etc. Não será um mundo
Já na Segunda Guerra Mundial, os das domésticos,
favorecer os serviços publi- nos, sabedores de que a demanda do Produ-
bombardeios fo- impostos deve voltado para a busca de um maior
mais devastadores não
dos serviços mdivi- dentro desse período atingirá o a
ram cos em detrimento petróleo to Nacional Bruto, mas voltado para
os de Hiroshima ou Nagasaki. Os de
aí quem possa imaginar dobro do volume das reservas conhecidas, Bruta. Será
Tóquio duais Haverá por noção de Felicidade Nacional
e Dresden, embora anteriores à
Eugênio Gudin defendendo reinjetar nos poços do Texas mundo onde o crescimento material e
energia nuclear, o professor projetam um
foram aproximadamente
de O Globo? importado, embora a altos eus- substituído
petróleo deve ser pela
duas vezes mais danosos, tanto sobre o esse programadas páginas quantitativo
Gudin mad- tos. Mesmo as reservas mundiais da felici-
pessoal Em seu artigo, o professor que noção de crescimento da cultura,
quanto sobre o material.
o da duplicassem, isto nos daria apenas mais Neste sentido é que
vertidamente abordou problema dade e do bem-estar.
Agora, no Vietnã, a descomunal rique-
sempre, com a de vinte.anos. Nestas condi- loucura o Con-
za dos Estados e o fez, como um período jytensholt afirrnTser uma
Unidos tornou cqotra-indi- população
au interesse dos países hão é necessário scr cvigpnte para — .v.uiiu muita energia
cada a Ótica adequada voes corrie: poiuiuüi,
aplicação^de armas nucleares pela
da população uma nova campanha contra a não é o futuro, é
condenação ricos: Quanto ao problema prever consumida. O Concorde
, moral que acarretariam, ao
se omite. Mas Petrobrás, à semelhança da que foi desen-
o Governo infelizmente o passado.
Passo que forneceu a de
possibilidade como a logo após o fechamento do canal
substituf-las filantrópicas cadeada
organizações
pelo emprego maciço de ar- estão a Petrobrás Enquanto tal programa não for efetiva-
Estar da Família) de Suez. As campanhas%ontra
mas clássicas, Bemfam (Bem
de igual ou maior poder "ta' mente adotado Estados industriali-
têm revelado uma notável concomitância pelos
explosivo.
Em 1969, os Estados Unidos tentando .suprir a ausência 9°^™™ em
MIT, o zados o será? ), as nações
do relatório do com as previsões de dificuldades no abaste- (quando
lançavam
130.000 toneladas de bombas À luz dos dados
têm a obrigação de ace-
******* sob uma configuração cimento do mercado mundial.. Mais fácil desenvolvimento
Por mês no Vietnã, exatamente o equiva- problema
pro- os lerar o seu crescimento até atingir, pelo
diversa da esboçada pelo ainda será adivinhar porta-estandartes
'ente a duas totalmente
bombas de Hiroshima por os mesmos níveis de consumo de
com a qual da futura campanha. menos,
semana. fessor Gudin, configuração
Depois das viagens de Nix.n a os
concordar recursos naturais que primeiros já
Pequim não creio que ele possa
e a Moscou não é mais aliás Não se trata
possível, Quando Mansholt diz: atingiram.
Mansholt: Cada ocidental
justificar Eis o que diz
esse genocídio continuado com mais de crescimento zero, trata-se de implícita no relatório
e cinco vezes mais Esta é a doutrina
°s velhos cerca de vinte
chavões imbecis de contenção utiliza zero - é evidente
os habi- crescimento abaixo de do MIT e em todas as entrevistas e
do matérias-primas do que
perigo energia e
chinês ou combate ao comu- ele se refere aos países desenvolvidos. do da
A diferença de que manifestações públicas pres.cente
ni$mo. tantes dos países pobres.
Trata-se de uma transformação dos pró- da Comunidade Européia, Sicco
não e largamen- Comissão
Para aqueles entretanto, crescimento demográfico
que ainda são fundamentos da chamada sociedade
consumo desigual prios Mansholt.
Profissionalmente a te compensada por este
obrigados a manter de consumo e não de uma transformação
crença mundiais? Para ser lógico
em tais dos recursos
disparates, vale a pena a superficial nos países subdesenvolvidos.
se um país recusa-se
transcrever consigo mesmo,
a opinião do Chefe-do-Estado- Qualquer modificação que possa ocorrer
sua população sob
Maior da diminuir ou estabilizar
Divisão Americana de Chulai:
¦ ¦
_ ..._. ___¦¦_¦-*_. .... :-.- .. . -¦-
O mundo moderno, hora e hora

mais conturbado e confuso, é

Paulo

um estranho em rumos
perdido

Martinechen

incertos, a de novos
procura

Neto

sentidos ou de uma resposta.

CRISTO

EA

RESPOSTA
\ V

PARA
OS HOMENS2

O mundo cada *
presente, ¦If transformação e de respos-
vez mais complexo e con-
ta a anseios vividos
pela
fuso, vive a perplexidade
atualidade.
de não encontrar um senti-

do, ou melhor, uma saída

Não o conteúdo do
o liberte da angústia, que
que
espetáculo não traga res-
de uma neurose
generaliza-

postas. Pelo contrário, é


da e até desespero.
^H
profundo, político e ultra-

passa mesmo o natural,


0 materialismo do di-
caindo no filosófico, no
nheiro tudo compra
que
V sobrenatural. Talvez uma
não satisfaz. 0 I jh m
pan-sexua-
resposta ao homem. Porém
lismo. A toxicomania. A
o espetáculo esconde o
corrida hippy a índia,
para
conteúdo. Apenas anestesi-
para gurus. 0 misticismo.

ará, alguns momentos,


Os beatles. Até a esquerda por

e outra vivência intensa te-


ou direita são ma-
políticas
rá de aparecer estar-
nifestações dessa angústia para

mos em busca desta saída


e insatisfação humana.

que não encontramos.


Aparentes soluções, sem-

pre insuficientes e substi-

tu idas outras. Talvez uma


por guerra gene-

ralizada seja menos super-

Agora ficial, menos anestesiante e


um curtir Jesus

Cristo e nos leve mais


exatamente num próximos

momento dessa saída. Talvez. Mas é


em a insti-
que

tuição Igreja interessante uma análise


seu
porta-voz

oficial vive do espetáculo Jesus Christ


crise de
grandes
Superstar, de seu conteú-
proporções. Uma desço-

berta de Cristo? do.


Não
pare-

ce mais
profunda que qual-

outra anterior. Ape- Não consideraremos os


quer

nas um anestésico superfi- aspectos técnicos e artísti-

ciai. Um momento. Um es- cos. Só o conteúdo. A

petáculo. mensagem escondida e su-

focada naqueles instru-

Já está em exibição em mentos de comunicação e,

São Paulo Jesus Christ Su-


por conseguinte, a priori

perstar. Um super-espetá- alienantes, em nossa opini-

culo, envolvente em seu ão.

aparato externo e som sem

maiores de
possibilidades
POLITIKA

Cristo

resposta
é a

para
O

o
problema
filosófica

maravilhoso
é
é

anestesiada
que

cênico
a colocação

e toda
com

a
11
? emocional idade do Cristo, em
os homens teatro
prejuízo geral do espetáculo.

"Acredito
que me possas curar
Veja minha língua, mal posso falar
Veja minha pele é sangue, só sangue
Acredito me possas curar."

Os Donos da Situação - O realismo de está


quem
desfrutando o poder é o repúdio ao movimento que
"'. *J^^B<,\
BErT" _X:,---.:-'*.fl subrepticiamente lhe tira as bases e a segurança.
- o que tem de ser
Percebemos a triste solução?
~'"iQ* ytQmÊM ^^^^.' Primeiro uma politica de PSD, de espera para acomo-
* "
W&* _>_________ feito?
dar-se, aproveitar da situação, depois de perdida essa
Jesus:
possibilidade a decisão pelo lado mais forte e a oposição "Um
de vocês me renega
que se faz clara na palavra de Caifaz:
"Sinto Um de vocês me entrega."
- a multidão a coroá-lo rei
perigo
Judas;
Isso os romanos não suportariam "Desejas
Vejo sangue, destruição, sermos eliminados que o faça
E se eu simplesmente parasse
por causa de um homem
Arruinando tuas ambições? . . .
Sangue e destruição por um homem."
- vê até onde nos
Homem infeliz e patético
E então a solução:
"Para levaste.
o bem da nação Jesus deve morrer"
Os ideais fenecem a nossa volta por tua causa
Também no cobro popular:
'_tttf_M_Hkt_' "Tem dos golpes o mais triste
••'f"^_^B E agora
fc;r de morrer, tem de morrer, esse Jesus
Alguém deve entregar-te".
esse Jesus tem de morrer"
Para Judas foi claro que o único meio de salvar-se e
0 parecia salvação torna-se perigo. Deve ser
que
salvar a obra de Cristo era entregá-lo. Só então
trazida exige desinstalação própria
eliminado porque a solução
seria entendida e talvez solução para o homem. No início
radical não desejada.
Judas via-o diferente:
"Ouve
COMO CRISTO
Jesus o conselho que te dou:
SE APRESENTA?
Lembra-te que o que quero é continuarmos
Sente a incompreensão por seu trabalho: "
vivos ... E depois entendendo-o:
"Espanta-me
que homens como vocês "Eu
sei a quem todo mundo vai culpar.
possam ser tão superficiais e tardos nosso bem.
Não creio que ele saiba que agi para
"
Não há um que saiba ou se interesse todo esse sofrer... E
Ter-lhe-ia poupado se pudesse
por meus movimentos . . .
continua sua dúvida certeza:
Sabem o que seja o poder? "Fiz
apenas o que desejavas . . .
Entendem o que seja a glória? estou doente fui usado
Deus meu,
Nada compreendem . . . nada entendem . .. ." todo o tempo
E sabias disso
0 que a multidão deseja não é o conteúdo de sua Deus, jamais saberei porque me escolheste
mensagem: . . .
Para teu crime
Vocês são muitos,são demais Era tua intenção morrer assim?

Não me empurrem Foi engano ou


— não me sufoquem tua morte afrontosa bateria todos
Sou apenas um Sabias que
"
Curem-se sozinhos . . . os recordes?

Deixarei o mundo girar sem mim esta noite."

Ao pedido de Caifaz: Na figura de Judas em dramas de consciência por ter


"Manda
o zé-povinho calar, isto vai dar tumulto", ação da qual não tem certe-
sido instrumento para uma
revela Jesus a transcendência e irreversibilidade e do espetáculo
za resume-se também a pergunta central
COMO VIRAM CRISTO? sua missão:
e do mundo em bus ca da verdade:
"Por
0$ Oprimidos — O
povo, aqueles que formaram o que perder a voz falando a multidão? "Jeus
Cristo, Jesus Cristo
9rupo de Jesus, os apóstolos almejavam o o Não é possível parar essa gritaria
poder, Quem és tu? Qual foi teu sacrifício?
domínio da situação. Os oprimidos a opresso- Se essas vozes calassem, o rumor ainda prosseguiria
passariam Jesus Cristo Super Astro
ttt, a senhores. A As rochas e as pedras começariam a cantar. . . "
história de todas as revoluções: uma
És o que todos dizem?
troca de Haverá sempre pobres em luta patética".
posições.
É Cristo a resposta para o homem? Esta a questão
Simão Zelota (líder E numa dúvida existencial, na reação dos amigos e
popular desejoso do poder): o espetáculo pretende colocar. Porém o espetáculo e
"Cristo que
opositores Jesus sente que somente com a morte haveria valor maior o conteúdo e
que mais precisas para convencer-te o som assumem um e perde-se
De que chegaste ao de ultrapassar as barreiras do homem e
alto, que és no mínimo tão forte possibilidade mesmo a reflexão inerente nele.
Quanto a canalha romana a pátria, abrir-lhe a libertação que transcende a angústia da morte Dificilmente sairemos do espetáculo com a linha de
que nos infelicita
£ há tanto tempo
a este povo aterroriza? . * - com a ressurreição: pensamento ali desenvolvida:
"Mostra-me vão
Acrescenta um toque
de ódio a Roma que não morrerei em
-Tiirtr*.
Alrar.tn
r-' l*
Af
uo
-, r*.r\r1nr-
u ^juuci
-,'tr.^-i
a,nua
r*r*-i!r\f
iTiaiui
Mcstra-me qt/yfté motivos para que deseies íi jfftttttQ bem 3té c momento em otm Cristo
Conquistaremos que eu morra . . . exigiu uma trnasformação radicai. Não apenas
uma pátria
£ alcançarás a Por que essa obsessão de luta?
glória e o poder."
Limitem-se por ora a pescar . . .
tudo acabado? realizar uma mudança de posições, mas uma libertação
Não sabes que está
0 Povo -
Uma massa inerte e abúlica desejosa de ser Uma fraternidade,
. . . Está tudo acabado . . . dolorosa sem destruições mútuas.
onduzida
como sempre
aePois
o foi e é mesmo pelos que
Pai em tuas mãos entrego meu espírito." uma utopia, só possíveis pela purificação da morte
assumiram Cristo. dizer-lhes o
Alguém tem que ser utopia. E então Cristo é resposta à questão
e bom
para eles- Não quer lutar, morrer, ser. Quer o Houve um homem o enten- colocada e aos anseios do mundo.
21 agre, Tudo terminou? Não. que
a utopia. O milagre
o entusiasma, o enlouquece,
'orna-se deu:
perigo. se dá no entanto é o contrário. Saimos a
O que
JUDAS cantarolar uma melodia anestesiados com o maravilhoso
"Vim vir. Fui o primeiro a
porque precisava cênico e emocional idade do Cristo atávico que possui-

perceber mos sem termos respondido à questão que nos angustia-


a situação como outrora
Que Jesus já não controla va.
E sei que Jesus também pensa assim Apenas mais um espetáculo.
de eu ter vindo aqui.
E não se importa
Por que seremos nós os profetas?
nós?
por que somente
A <*orrii|M*Ao 1'atlillia.
ilo

Quando Jeremia» Fontes assumiu o Governo do Estado do Rio, antes do recesso de julho, mandou uma
passada, mensagem de manhã
encontrou uma estranha instituição conhecida como os à ressuscitando os
fluminense Assembléia marajás. A mensagem chegou às 10
marajás. Eram 76 dos ex-governadores Celso Peçanha, horas e às 16 estava
parentes já discutida, aprovada e sancionada. 0 líder </<•
Canotti e Paulo Torres, com cargos sem atribuição, equiparados aos Padilha passou o dia com o debaixo do braço, conseguindo
processo
ministros do Tribunal de Contas e distribuídos diversas
pelas assinaturas, apoios, pareceres e número votação. Seis horas
para
foram
secretarias, apenas para constar, porque não tinham obrigação
suficientes para a restauração dos direitos dos marajás.
"Coordenador "
funcional alguma. Até um de Náutica havia. E não
Resultado: voltaram todos a em casa, sem
ficar função, com os
trabalhava nas Barcas.
salários equiparados aos ministros do Tribunal de Contas. E mais: vão
Jeremias acabou com os marajás. Congelou os salários dentro dos
bacia receber todos os atrasados, de 1966 cá.
a para
níveis mais altos do estadual e distribuiu cada um
funcionalismo por 0 terrível é Padilha conseguiu impedir
que que qualquer jornal do
funções compatíveis com a sua situação profissional. Rio ou do Estado do Rio desse a notícia. Fazemos aqui a denúncia
das almas Pois agora o revolucionaríssimo #owrnador Raimundo Padilha, no
porque entendemos o governo não tem nenhum interesse
que de
último dia de funcionamento da Assembléia, sexta-feira da semana acobertar a corrupção.

Kiliiorial Brasil. Sugestões dessa ordem,


rikK|iOKía Não vejo como conseguiu Paulo
X
quando se tem o senso de responsa- Duarte tirar de minhas declarações
ll(» «lOKIlÓ bilidade que eu me ter, não
prezo se a conclusão de
Politicamente, que, com elas, eu
/. o debate sobre a distribuição de renda surgiu fazem de improviso. Daí ter afirma- recusava a Rui Barbosa,
divulgados O acadêmico Josué a Júlio
quando foram os dados do Censo de 1970. Montelo en-
Quem primeiro do que, se fosse consultado sobre o Mesquita, e a outros
analisou esses dados viou a nosso grandes vultos
um norte-americano companheiro Medeiros
foi professor chamado assunto, por parte das lideranças da imprensa brasileira a
rishhow. Ele levou em consideração Lima cópia da carta que mandou qualidade
amostras dos Censos em relação a ao eu
"Estado políticas, meditaria sobre o de intelectual.
pro-
famílias. Ele deu todas as vantagens de São Paulo" responden-
possíveis à hipótese de teria blema e lhe daria resposta
que a adequa-
melhor d Atribuição O que posso acrescentar, sobre
de renda, mas concluiu entre do à carta do escritor Paulo Duarte. o
que 1960 e da. Mas só o faria como Conselheiro
,ain° das relações
/970 isso não ocorreu. Não se têm Como transcrevemos problema da política
os anteriores saber se o aqui a carta de
pontos para se a consulta fosse encaminhada ao
se com as letras, é não conheço
problema agravou ou não. No ele Paulo Duarte, transcrevemos tam- que
fundo, quer mostrar apenas Conselho. Fora
que, daí, falaria como
mesmo redefinindo-se afirmação mais categórica do
as classes de renda mais alta e considerando bém a resposta de Josué Montelo: que
a intelectual.
renda "Sr. esta, ser lida
em Le Rouge
da famüia e não do indivíduo, Diretor: que pode
houve maior concentração. £ preciso ainda adiantar "A
que et le Noér, de Stendhal:
Publicou O Estado de Paulo, política
S. consulta da
Estudos em Piracicaba Rodolfo jornalista me foi feitL
3 é uma
feitos por Holfmam mostram de pedra amarrada no pescoço
com o merecido destaque, na sua "Não
mais útil a esse em parte no corredor do Ministério
forma debate como se deu essa concentração. da literatura. será menos me-
Ele diz edição de domingo passado a carta
isso vem ocorrendo dB Educação, enquanto eu esperava
que já desde 1950. Se nós a metade lancólica esta outra, de Pasternak,
pegarmos da
que o escritor Paulo Duarte dirigiu
de mais baixa renda, o elevador em companhia de meu
população em 1960, ela de 17,7% recolhida Jean-Edern
participava da por Hallier é
ao presidente do Conselho Federal
renda nacional Em 1970, caiu colega Silvio Meira. Como não
para 13,7%. seria Michel-Claude Jalard, num
de Cultura, dr. Artur pequeno
César Ferreira ali o local próprio para aprimorar o livro que se intitula Que Ia
2. — 0 problema da distribuição de renda tem Reis, a propósito de umas declara- peut
que ser visto dois regime do País, "O
por político sugeri-lhe littérature? : poeta é como uma
lados: o está sendo dividida, se está crescendo ções fiz a esse e
quanto o e' que jornal que me apresentasse
produto, que um questioná- árvore cujas folhas rumorejam com
como ele se distribui Entre os 10 anos e foram na edição
(1960 1970), o aumento publicadas da últi- rio escrito, a fim
por de que eu o vento, mas que não têm o
da renda real média do status mais ma 14 poder
baixo de apenas 1%. quarta-feira, do corrente. tivesse tempo de meditar
foi sobre ele, de conduzir ninguém".
ticamente,
Ccentual não houve, assim, aumento. Este é A dessas
o fato importante. primeira declarações e o preenchesse na primeira oportu-
"Não De propósito, lembrei essas duas
está assim redigida: compete nidade.
Poder se-ia argumentar, no entanto, afirmações, ambas radicais, ambas
que a massa disponível de renda ao intelectual ficar se Vejamos
pronunciando agora a segunda decla-
foi maior e, esta ilustres, e com as só em
portanto, gente ganhou mais. Entretanto, deve-se levar sobre quais parte
problemas estritamente rela- ração.
em consideração a estou de acordo. De repi-
fertilidade diferencial Ou seja, Qf têm mais cionados com o propósito,
pobres processo político Insistiu a jornalista em
a querer to, Paulo
filhos, camada cresce mais do as outras. para que Duarte possa ter
que Então, em 10 anos, com nacional, a não ser seja espe- saber era, no
que qual meu parecer, o
todo o desenvolvimento com elas um estímulo a mais o
por que passou o pais, houve um incremento cialmente convidado lideran- âmbito para
pelas de atuação do intelectual.
de apenas l/f no nível real Se "O brilho e a vivacidade de seu talento
medirmos o Brasil com os como Conselheiro" Respondi:
parâmetros ças políticas (O intelectual deve limi-
brasileiros, com os polêmico". Josué Montello — Rio
pois parâmetros norte-americanos todos os grifo é meu). tar-se à publicação de livros e arti-
brasileiros a uma de Janeiro, GB.
fariam jus ajuda do Tesouro, temos dois A declaração veio a restritos
problemas: que seguir gos à sua especialidade".
pobreza e ma distribuição da "O
renda. se analisa completaria meu Não vejo
Quando quem ganhou pensamento: nisto restrição ao inte-
mau neste os 5% de renda intelectual
período, mais altos em 27% deve limitar-se à lectual.
que participavam publica- Apenas acho que ele deve
nac*°,na^em ' 960, aumentaram essa de livros
participação 36% em ção e artigos restritos à opinar sobre Finalmente.
iQirPt para aquilo de que entende.
/97c;. t observar
preciso que o aumento da renda área de sua especial idade".
percentual média Não creio Rui Barbosa, com
que
dessa camada social foi de 72%. Então, cresce o Produto Diz Paulo Duarte, comentando as
quando todo o seu saber, aceitasse opinar « obrai
Interno Bruto não "Ainda
quer dizer todos melhoraram. palavras acima transcritas:
que de improviso sobre os problemas
agora, acreditar se trata Foram 15 meses
quero que técnicos da precisos
3. - Não é verdade ponte Rio-Niterói. Acei-
que a monopolização seja o único caminho
para de uma deturpação do pensamento taria opinar, sim, sobre as para que o carioca recebesse o
crescer. Esta idéia é um áreas de
pouco apressada. Além disso, de
gostana daquele membro desse Conselho. sua especialidade —
comentar o relativo exatamente por primeiro benefício do
ponto à educação. É certo há uma relação entre governo
que De início, não reconheceria ele a
o nível não ser um leviano.
de escolaridade e o nível de renda. Chagas Freitas. Finalmente,
Mas o nível de escolaridade é se-
qualidade de intelectual a qualquer Para ficarmos numa lição
função do nível de renda também. dessa
O raciocínio é circular. O mana
grande jornalista como Rui Barbo- passada, o governador
investimento em casa ilustre, é O Estado
educação realmente tem um retorno que de S.
mais efetivo sa. Ferreira de Araújo
que .. . e tantos inaugurou sua obra: o
em capital Mas Paulo, eu de recordar primeira
fixo. isso varia no tempo e no lugar. gostaria aqui
Se um país não tem outros em
que, determinado mo-
infra-estrutura industrial a palavra prudente de Júlio Mesqui- Pipi-dog da Praça Serzedelo
não adianta ter número de especialistas
grande mento, souberam manter a coragem
se eles não vão ter onde ta, que eu tive oportunidade
trabalhar. de Correia, aproveitando a suges-
e a dignidade intelectual capazes de citar na conferência no trans-
que, tão
enfrentar a tirania, as injustiças do repórter Luiz Carlos de
O salário mediano real e os curso
*e tomarmos o índice em de seu centenário, no
100 1962, em 1969 proferi
era 89, poderosos". Moraes Sarmento e sua mulher
segundo o Anuário Estatístico do Instituto Histórico e
Brasil. 0 salário mediano é Geográfico
Ora, eu tenho Paulo Duarte, "Não
mau importante o médio por Brasileiro: Aleina
que porque é o grupo onde se concentmm procuro dirigir Sarmento. Agora os ca-
os
não obstante os desencontros
salarios. U salário variou desigualmente. de nem criar
Certos mantiveram opinião no meu Estado:
grupos uma chorrinhos das madamas da
nossos caminhos, um antigo apreço.
capacidade de barganha maior ao contrário,
que outros. Os de trabalhadores procuro apenas sondar
grupos E é na linha Zona Sul têm
desse apreço sem um poste todo
qualijicados mantém mais a sua capacidade que, com cautela as opiniões
de barganha outros. Os em que o
que demora, venho
empregados na indústria prestar aqui os escla- Estado branco cercado de areia
mantêm menos. A massa dos trabalhadores se divide e deixo-me para
não ir,
recimentos darão a necessária
qualificados muito. que confiante
perde e tranqüilo, na corrente estender suas e fazer
nitidez perninhas
às minhas idéias.
daquela que me parece seguir o tranqüilos, olhares
De início devo pipi sob os
Tomando uma dizer que, a des- rumo
série histórica de 1955 a 1969, com o salário mais certo".
mediano
peito das discordâncias de forma, vaidosos do Chagas
a 100, em 1955 era a Graças governador.
103, 1956 era 97, 1957 em a essa linha de
T?í WMa,orfo prudência,
eJ° II3' jornalista que me ouviu não falseou só fez
1959 era II4> 1963 e 1965 er° 100, como intérprete uma exigência, não
,\È'J958 1966 era 94, da opinião mais que
1967 em meu pensamento. O importa
96, 1968 era 96, 1969 em 89. Deve ter havido que sábia, é Júlio
um que Mesquita se se deixe os vira-latas macular
pequeno agora é pôde
*o*eA explicitá-lo.
eu suPonh° até hoje estamos opor, no Congresso
que abaixo do índice de do Partido Re-
Vejamos sua obra.
Considerando-se este a primeira declaração.
o salário da indústria e considerando-se publicano, contra os
a que se inclina-
distribuição E preciso lê-la deslocando
regional o problema é muito do fim vam
pior. pela tese separatista, dissocian-
do período o começo
para apenas do Paulo Kissinger.o
S. da comunidade brasilei-
— duas palavras, o
A rigidez na distribuição de renda é um que justifica mais ra.
processo universal O
uma vez Benavente,
sistema capitalista leva a concentração da renda. quando obser- Há
Leva a uma poucos dias, ao receber em S. mi
va, em Los intereses creados, |M*r-iiia(*lio
concentração ilimitada da renda toda vez não que Paulo, na União
que há pressão sindical Brasileira de Escri-
Então, não raro se resolve com uma
ou se tem mais liberdade sindical ou a renda vírgula tores, o Prêfriio
vai concentrar-se Intelectual do Ano, Quarenta coelhinhas do
a farsa da vida. Minha
ainda mais. declaração, achei adequado o momento
convenientemente para
Como a Inglaterra e os alterada, ficaria clube Playboy elegeram o
Estados Unidos mostram, com todo o "Como definir a posição do intelectual em
assim: conselheiro
mecanismo sindical se evita o mas não se corrige (isto é, face da
pior, o problema política. E afirmei no meu conselheiro
membro de presidencial
totalmente isso é Conselho Federal de
porque determinado Eu não vejo discurso: Bem sei
pela propriedade. que a literatura
Cultura), não Henry Kissinger como o
mzão nenhuma compete au inteiec-
para não se tocar no da da tetra nao e apenas fruição
problema propriedade de ordem
tual ficar se
no Brasil ele continua aí como importante. pronunciando sobre no homem com mais
problema pessoal, plano dos valores estéti- quem
problemas estritamente relaciona- cos. Nela, se não somos participan- de à noite.
dos com o gostariam sair,
~ processo político nacio- tes,
Além disso, observa-se - temos de ser testemunhas.
que quase metade da os De
£• população nal, a não ser O de
44/c vivem - que seja especialmen- principal assessor
que no campo sempre esteve uma ou de outra forma,
muito mal Também uma não escapa-
te convidado lideranças
da pelas políti- mos
parte população urbana sempre viveu à responsabilidade Nixon não compareceu à
muito mal lamentavelmente, de uma con-
cas".
a em de e duta nítida,
população, fase fome de misérif não reage que se espelha nos
porque não tem Como se vê, não cerimônia em seria en-
recuso ao inte- que
condtçoes reagir. 0 limite não textos nos
para é dado miséria absoluta. que saem da pena. Mas
pela Se lectual o direito de opinar sobre tregue o Foi subs-
Josse assim o ha muito tempo cumpre não prêmio.
problema tinha estourado• perder de vista esta
aquilo que lhe aprouver. Apenas advertência "Des-
de Montherlant: ti tu ido um de
acho que, tendo o Conselho por pôster
Há um outro indicador devemos Federal
que estudar um mais O graçados dos livros
pouco de Cultura uma que concluem: cinco
índice de mortalidade atribuição específi- metros de altura.
infantil cm São Paulo está são eles
aumentando. As que de início satisfazem
ca, prevista lei o
agencias internacionais do desenvolvimento pela que o criou, só
consideram público, mas, Não se sabe se sua ausência
o índice de ao cabo de vinte anos,
por uma exceção, determinada
mortalidade infantil um dos mais importantes por a conclusão "Mais
para aferição do esmaga o livro. foi
uma consulta aceita motivada
desenvolvimento. Neste caso, o pelo colegiado, peto pudicis¦
controle da natalidade não é importante do
solução em que concluir, enga-
poderia o assunto estritamente
lugar do desenvolvimento econômico. poli- - mo ou temor das
Deve-se tentar compatibilizar jando-se acrescentei, pelo qua-
as tico ser ali debatido. pensando
duas coisas. em resguardar
ainda mais renta coelhinhas. No fim
a liberda-
Ora, eu fui procurado repór-
pela de do intelectual -
há de ser o das de
ter de O Estado para contas, ninguém é
de S. Paulo para escritor
"Jornal a dura honestidade
Henrique Cardoso, do tes-
(Fernando no do Brasil") que, como membro do ferro
Conselho temunho, e mulheres
como no exemplo quarenta
Federal clássi-
de Cultura, apresentasse su- CO das Recordações da Casa dos do Pfayboy é dose para
gestões para o regime do
político Mortos".
cavalo.
POLITIKA

Os O Dia e A Notícia são,


jornais talvez, os miseráveis
pagos aos servidores falta de
em a venda públicos,
do pais que de números atrasados
únicos escolas e outras mazelas sejam utilizados, agora,
está terminantemente proibida. Desde assumiu
que o
pelos que na época eram atacados
pelos redatores
da Guanabara, o Sr. Chagas Freitas,
governo dono dos artigos ele subscrevia.
que E evitar aborreci•
para
dois determinou a
dos jornais, proibição, sem dar mentos, impediu seus adversários
que comprassem
explicação a respeito.
qualquer munição em sua casa. Agora, conhecer
quem quiser
Como a oposição dorme com os olhos abertos, o
pensamento de Chagas, antes de ser
governo, que bacia
descoberta a razão: Chagas teme
foi que os artigos vá
pesquisar nas bibliotecas. Não deixa de ser uma
assinava sobre o abandono do Estado,
que salários forma de dar mais trabalho aos opositores.
das almas

pequeno, e, sem nenhum esforço, há lista enorme de


O fim «Io Krro mundo, uma
ilo A liora
passaram a ter bilhões à custa do títulos vencidos e do
protestados
crescimento do Pais, exigiu
perspecl iva que diretor da Agência Nacional, todos
parasita de Lacombe
sacrifícios de todos. Houve reunião funcionários,
com avais de inc'usive
A boa nova vem do Ministério decidir a reava- foi
de Dos para Na Sexta Vara Cível da Guana- de um contínuo que logo pro-
jornais: três bancos
liaçáo "Repórter
do ativo do BB e a conse- bara está correndo uma ação desti- movido a Especial i-
Salvador, Bahia, as médi- deram o alarma, a a
polici quente valorização das ações. O nada a transformar-se em escândalo zado".
cas Sônia Andrade e Vani- foi a dois; mas o assalto era procurador-geral da República, nacional. O dr. Rui Otávio E, assim, a Hora do Brasil virou a
juiz
Macedo desenvolveram Eoandro Lins e Silva, o Hora de Lacombe.
se propôs que Domingues já aceitou a denúncia e
no terceiro. Eis o chamado
governo desapropriasse as ações mandou notificar o acusado Quer
uma técnica a cura do
para erro de
perspectiva. justo valor naquele instante, dizer: oficializou o v amos
processo,
Mal de Chagas. Os cario- ouve
Silo muita discussão e a A importância
medida resumir:
não aprovada. Martins Alves da
cas, sobretudo, estão ra* foi 1. — Luz, jorna-
lista muito conhecido no Rio, é
diantes, II «Io >11 ro
principalmente, l>aí* Resultado. tinha então velho redator da Agência Nacional.
Quem
elas mi 0 Porto Alegre cuidar Waldemiro Teixeira foi, durante
porque garantem que uma ação hoje tem mais de 2 Foi mandado a

algum tempo de interesses da Agência à muito tempo, secretário do então


destroem o recordista Evandro Lins, junto
parasita. próprio
recebeu diretoria do Banco do Estado do deputado Chagas Freitas. Era ele
depois, ji fora do governo,
cuidar Rio Grande do Sul. Logo depois, o que, na flor dos seus quase 20 anos
uma ação de um cliente, para
\ miséria 0 Brasil é um país vive
que idade,
dele ao Banco diretor da Agência Nacional, Amai- de carregava a pasta do depu-
de interesses junto
de recordes. É o Fittipaldi ba- tado e diretor dos O Dia e A
do Brasil, das assem- do Cavalcanti Lacombe, ficou jornais
conilielonada participando
tendo todos os recordes de multiplicou- amigo do diretor do banco, Willy Noticia. Algumas vezes, acompa-
bléias. Hoje, essa ação

negócio realmente impressio- Por causa do Victor Sanvitor, e a fazer nhava-o em suas andanças em cam-
Um velocidade; é o Mequinho, sen- se em 1.800 ações. passou

é a estratificação está nacional, é empréstimos no banco, panhas eleitorais, portando na cin-


nante por que crescimento que fruto pessoais
do o mais jovem grande-mestre Martins da tura um calibre 38, apesar do ver-
a sociedade brasileira, do trabalho de todos. com aval de Luz.
passando
— internacional de xadrez; é a 2. — Uma tarde, o diretor da dor dos anos, mas com a
com uma camada—minoria garantia

a ou- Agência Nacional manda chamar o do papai, investigador de polícia.


cada vez melhor, enquanto esquissostomose, matando
— a seu e lhe diz Vez por outra, Waldemiro escrevia
tra— maioria cada dia pior. Não jornalista gabinete
criança em todos os quadran-
tinha um de urgência umas bobagens nos jornais do pa-
dá mais para a gente entrar numa por que problema
tes; é a malária, ceifando vidas
e de novo aval, embora trão, assinando Miro Teixeira. Um
lanchonete, pois logo chega um precisava
sem conta; é o Piauí não ainda não soubesse de iria dia, o deputado resolveu ser gover-
de crianças, faminto e esquá- que antecipação quanto
grupo
ser o título, o valor seria nador e Miro passou a Waldemiro.
lido, a pedir uma esmola, um prato tem sistema de esgotos; é o pois
discutido com o Postulou e conseguiu que o patrão
de comida, alguma coisa que lhe posteriormente
crescimento do Produto Nacio- Já está decidido: o cresci-
banco. Martins da Luz deu o aval o indicasse para substituí-lo em
mitigue a fome.
nal Bruto; é a maior taxa de mento do Produto Nacional Miro
em branco na de Arnal- Brasília. conseguiu o apoio
Se a entra num táxi e ele promissória
gente
mortalidade infantil, em ter- Bruto do Brasil, neste ano da do Lacombe. irrestrito do patrão. O império jor-
pára num sinal, mulheres com filhos
o drama de nalístico de Chagas começou a tra-
nos braços, aleijados, crianças doen- mos médios; é um dos maiores de nosso senhor Jesus 3. — Começou
graça
Passam os dias e nada de balhar em seu favor. Obteve pouco
tes, uma verdadeira miséria feita Martins.
do mundo em analfabetismo. E Cristo (1972), será de 15 por
dizer o fizera mais de 20 mil votos e foi para
se aproxima e esmolas, Arnaldo Lacombe que
gente pede
agora, coroar, é o mais cento. Mais uma vez o Brasil Brasília. Mas ligado, umbilicalmen-
para da avalisada em branco.
clama, implora. Num espetáculo de- promissória
novo recordista mundial de fu- assombrará o mundo. Já está voltava, escondia-se no te, a Chagas, não saía do Palácio
chocante, aviltante à figu- Ia a Brasília,
primente,
a secretária de Guanabara, até que se tornou o
ra humana. tebol: até semana não tudo ser anunciado gabinete e proibiu
passada pronto para
estava ou não no articulador político do governador,
É essas e outras o dizer a Martins se
por por que há trinta e trés em dezembro ministro
perdia jogos. pelo desbancando o vice Erasmo Martins
economista Julian Chacel disse a Rio.
Êta bater recordes, Delfim Neto o feito. As Pedro. lhe
país para grande enfim Arnaldo Chagas, semana passada,
um de a eco- 4. — Até que
grupo jornalistas que
estatísticas estão sendo condu- entregou a coordenação política.
nomia é sô! manda chamar Martins ao gabinete.
uma ciência pavloviana. Só
Escolheu pessoalmente uma sala
mesmo zidas neste sentido. Portanto, Era para mais um
aval. Quanto ao
por meio de um absoluto e
"não à sua e instalou,
outro, em branco, ficasse próxima paternal-
concretíssimo condicionamento psi- da euforia. É a
participemos mente, o Miro.
cológico preocupado, porque tudo estava
a gente pode acreditar que II erro
computação. É a computação. O importante
Martins não agora é a pose do
o vai para ser resolvido".
país bem. De outra maneira
Não fora este milagre eletrôni- Miro. Os telefones tocam a cada
não concordou, queria explicações,
dá para entender. E tome de
ila llolsa instante. São secretários, deputa-
co e não teríamos tempo para Arnaldo o pôs para fora do gabinete
condicionamento, enquanto o pes-
Nacional. dos, cabos eleitorais, todos pedindo
meses de e o demitiu da Agência
soai passa fome. Enfim ... com seis
O ex-primeiro ministro Tancredo preparar
favores e Miro, do alto de sua
Martins mandou uma carta a Arnal-
encontrou-se há com o antecedência a festa do cresci-
Neves pouco cadeira magestática, diz para a
do e entrou na justiça para saber
super-ministro Delfim Netto. Del- vamos experimen-
Tiro mento que foi secretária:
que destino dado à promissória
a opinião de Tancredo — Informe
fim queria aval ern branco. que eu estou numa
tar. com seu
sobre a crise da Boba: reunião muito importante com o
pHa culatra 5. — Arnaldo foi a Brasília,

voltou, convocou ao seus governador e não posso atender


gabinete
0 cara vai abusando, lhes inha agora.
vai abusan- Olhe ministro, no mundo intei- Impunidade auxiliares e disse que
o, até E os telefonemas se sucedem,
que um dia o tiro sai sobretudo estado com o ministro Leitã': de
pela ro as Bolsas funcionam
culatra. "deitasse
É o Abreu e este lhe disse Miro não atende. No fim do dia, ele
que acaba de acontecer empresas No que
para as privadas.
com o João sua não tem
Havelange. Em oficializada o caso com ele". Depois, Martins pega pasta (ainda
busca Brasil, as Bolsas a funcio-
puseram
3 presidência Arnaldo não tinha esta- carregador) e vai casa. Ah, ia
da FIFA, ele usou e das empresas apurou que para
narem na base públi-
a usou esquecendo, antes bate na do
da CBD. O fracasso com suas ações, Todo mundo mora na do com o Chefe da Casa Civil e porta
da cas. Estas entram que
ini-copa — usara daquele expediente do Chagas, entra e o cum-
onde estava vai atrás, liga a para gabinete
a pia- todo mundo porque Guanabara sabe depois das
- que,
teia? foi respeitosamente, como
uma do ao e acre- intimidá-lo. primenta,
prova abuso, de empresa pública governo
dezessete horas, o trânsito na
alta de 6. — O está na 6a. Vara, fazia na época em era seu
perspectiva, de dita sendo do suas processo quer
previsão, de que, governo,
u o. E a avenida Presidente Vargas é um o mandou intimar todo empregado.
campanha do Havelange cair. juiz já
ações não podem Quando
vai custar -
alguns milhões a resto. Enquanto a inferno melhor seria dizer
para caem, arrastam o
Umao de Bancos, do Walter Moreira Bolsa, no Brasil, estiver alicerçada é um inferno mais acentua-
Sales. que
nas ações das empresas públicas, do, o trânsito no Rio é
pois
viverá em crise, é
sempre porque
uma loucura vinte e quatro
^Vin
<*há usn jogo falso.
horas dia. Ora, quem se
por
de cadeira dirige à Zona Sul tem, obriga-
impressionado com
Delfim ficou
Um conhecido Tancredo: toriamente, que cruzar as ave-
produtor de cine- a opinião de
ma e televisão foi, semana passada, nidas Presidente Vargas e Rio
a TV-Rio falar Tenho com muita
com Sérgio Reis, conversado
Branco, mesmo que siga pela
diretor-superintendente o senhor, doutor Jancre-
da emisso- Mas
gente. Pois bem, é ali,
ra. E exata- Praça Quinze.
Depois de no exato.
aguardar em pé, du- do, tocou ponto
rante como nem eu bem na confluência das duas
uma hora e dez minutos na mente isto e incrível
recepção, nenhuma do gover-
pediu ao nem autoridade avenidas, que o pessoal do
porteiro que
alasste com antes.
a secretária do diretor, no tenha pensado DNER resolveu fazer de gara-
a fim de que ele descesse e se
E tome de estacionar os
sentasse contou então a Delfim gem.
numa das cadeiras da sala- Tancredo
de-espera carros, mesmo em fila dupla. E
do Sérgio. noparlamentarista,
governo
que,
0 a
porteiro retorna encabulado e como propôs tome de engarrafamento. E
primeiro-ministro,
da do Banco 'do
a resposta: das ações
não era possível que desapropriação tome do Detran
pessoal
e|e se mãos de
sentasse, ela não tinha do Brasil em particulares,
porque fazer vistas E tome do
ordem como banco ofi- grossas.
superior isto. entender que
para por
A do trabalho carioca enfrentar os engarrafa-
TV-Rio está ciai, crescia por força
tão importante
que até dinheiro c/f todos, impunidade
para um espe- nacional c do mentos É a tal de
que visitante
r(1 sentado enriquecer meia
para ser recebido,» tem não sendo justo tudo é oficiai no
que quanto Mi
Que haver adquiridas a
autorização dúzia, tinha ações
expressa do que
Brasil tem. Paciência.
diretor. o banco era
ínfimos, quando
preços
POLITIKA

A dívida externa do Brasil é


da ordem de sete bilhões de

dólares e tem tendência para


Hélio
o aumento. Mas os técnicos a
ekonomia Duque
consideram idêntica a de 1969.

¦¦*»¦
*-r

V V 'j

QUANTO
"

CUSTA 0
¦

DESENVOLVIMENTO
BRASILEIRO?
em moeda, que passaram de Um evento imprevisto lm-
pode
US$ 1.604,7 milhões,em dezembro a renovação de tais emprés-
pedir
No mês de janeiro, de 1969 para US$ 3.193 milhões timos causando sérios
publicamos veríamos ter uma dívida real da problemas
em POLITIKA um retrato sincero em dezembro de 1971 e os finan-
ordem de 350,5 milhões para o País e para sua autonomia
de dota-
da dívida externa brasileira. Na ctamentos de importações, que liberdade de decisão todas
res, além de outros 527,6 e em
milhões
ocasião, o montante atingia mais subiram de US$ 1.355,2 milhões as áreas. base
com vencimentos não Com neste raclo-
especifica-
de 6 bilhões de dólares. E hoje, para US$ 2.201,5 milhões.
dos. cínio foi que o Banco Central pro-
feita a correção natural, Aqueles empréstimos em moe-
propor- curou restringir os empréstimos a
cionada pelo mecanismo do câm- da são feitos tendo como base de Utilizando-se mais objetiva- curto prazo, substituindo-os por
bio flexível, em amparo legal a Resolução 63 do mente todos esses dados,
quanto montará a que são empréstimos a prazo médio, de 3
dívida externa brasileira? Banco Central e da Lei 4.131 e, no oficiais, dizer
poderíamos que a 4 anos.
mesmo período, registraram redu- quando em setembro de 1971, nos-
Segundo fontes oficiais, o en-
ção os empréstimos compensatô- sa dívida externa elevava-se a Com referência aos Investi-
dividamento externo do Brasil rios que baixaram quase 250 ml- US$ 6.123,3 milhões, os empréstl- mentos externos no Brasil, já que
monta, hoje, a cerca de 7 bilhões Ihões de dólares, a dívida mos em dinheiro representavam
pública falamos disso acima, destacamos
de dólares (Cr$ 4.2 bilhões) e consolidada e o item empréstimos US$ 2.901,6 milhões, ou seja, 47,4
que no ano passado (1971) eles
apresenta tendência a aumentar, diversos que evidencia uma diml- por cento do total. Convém acres- alcançaram a quantia de
dentro da política seguida pelas nuição de 25 milhões de dólares. centar que esses empréstimos em US$ 1.789,6 milhões
autoridades econômico-financei- e os prlnci-
O endividamento externo bra- dinheiro têm vencimento a curto investidores
ras de o desenvolvimen- pais países foram os
promover sileiro em 31 de dezembro de prazo.
to com o auxílio da In-
seguintes- Estados Unidos — 543,9
poupança 1971 era de US$ 6.621,6 ifiilhões,
ternacional. Cerca de 62,8 cento milhões de dólares: Alemanha
E essas mesmas fon- dos por dos
quais nada menos do que —
tes asseguram empréstimos em dinheiro tem Ocidental 248,2; Bermudas —
que, embora a cifra US$ 1.632,6 milhões vencem no pra-
zo máximo de vencimento 235,9; Suíça — 158,4; Japão —
seja recorde, em termos de três
práticos decurso do corrente ano.
anos. De modo 119,4; e Reino Unido — 81,1.
a dívida continua geral, trata-se de
praticamente Em sua maioria esmagadora,
a de 1969 — 4,4 de empréstimos cuja renovação
bilhões de dóia- e
esses compromissos referem-se a
res 26,4 bilhões) — automática, devendo-se ainda A maioria dos investimentos
(Cr$ de vez empréstimos te-
em moeda, a curto
nossas reservas var em conta o fato de parte des- oficialmente
que em moedas provenientes das Ber-
prazo. O esquema de pagamento
fortes, Direitos ses empréstimos representar mudas são de
Especiais de Sa- In- origem norte-ame-
prevê que, em 1973, saldaremos
vestlmentos disfarçados. ricana. Uma
que e ouro, somam cerca de 2,5 Muitas pequena parcela de-
mais 937,5 milhões de dólares.
bilhões empresas externas les deve ter
de dólares (Cr$ 15 bl- Inlclando-se, preferiram fl- cabido a empresas
então, uma fase de
Ihões). nanciar desse modo o multinacionais.
capital de Os lucros nova-
escalonamento em parcelas sem-
é* De maneira geral, o panorama pre menores até 1995, quando de-
giro de suas filiais
brasileiras. De mente investidos atingiram 1.121,9
qualquer maneira, as autoridades milhões de dólares.
dos itens principais que vem cau- brasileiras
preocuparam-se com o
sando elevação da nossa dívida
problema do endividamento a cur-
qom o mundo sâo os empréstimos to prazo. _____W___^m
POLITIKA

15
Um novo elemento se à
juntou
antiga exploração de são
que
QUANTO
vítimas os buscam
CUSTA O que países
DESENVOLVIMENTO seu desenvolvimento: a compra
BRASILEIRO? ekonomia
de tecnologia aos desenvolvidos

to; Alemanha, com 9,8 por cento e In- E mais: as inversões diretas de ca- foi de US$ 508 milhões; em 1969 foi de

Exploração glaterra cjm 6,7 por cento. pitai estrangeiro,


desnacionalização
que
da economia
os apóstolos
brasileira
da 281
Ihões;
milhões
e em
em
1971
1970 foi

quando atingimos a tan-


de US$ 562 ml

sabem sempre dizer como sendo verda- tástica soma negativa de US$ 1 290 ml
Só uma constatação podemos tirar deiras cidadelas
do progresso e do bem- Ihões
tecnológica do
é
quadro
nada agradável
aJma. E essa
a
constatação não
nossa
estar geral, medida na
em que não haja
para economia, um certo controle interno, tem demonstra-
Que se vê dessa maneira asfixiada do um Paralelamente a esse fato, poderiam
pela ser elemento de angulação tremen-
os discordantes
estrangeira presença
ro, estrangulando
majoritária
muitas
do capital
vezes
estrangei-
as inicia-
damente
cionais.
negativa
Querem
para
ver segundo
as economias
dados
na-
da
baseada em dados
dessa tese
oficiais,
nossa, que é
afirmar que
tivas nacionais. Ainda recentemente, o OEA, a América Latina entre 1950 e 1967, nossas reservas igualmente crescem. Pei
Presidente Mediei, numa atitude patrió- recebeu 3 bilhôe*-, e 900 milhões de dó- feito. Só que vamos ver qual a margem
No caso dos EUA, os reinvesti mentos tlca desse crescimento
e merecedora de total aplauso da lares e entregou 12 bilhões e 800 milhões e comparem com os
foram maiores do que os novos investi- nação, dados apresentados longo
soube punir a poderosa organiza- de dólares, pagando à base de 4 dóia- ao desse arti-
mentos. Assim também no caso das em-
çáo suiça Brown Bovery, que fazendo res nara cada um dólar investido. Isso, go.
presas francesas. No que se refere aos dumping no ano de 1971 no mercado bra- perguntaríamos, é aluda ao desenvolvi-
demais pafses, seus reinvesti mentos fo-
silelrc de motores mento? Sem dúvida, que sim. Só que ó
geradores e tentava
ram muito inferiores às novas aplicações
massacrar a concorrente nacional Codima uma ajuda dada países aos ricos para Os balanços 1969
de e 1971 indicam
de capital. Na indústria química, os no- — Máquinas e Acessórios, oferecendo um maior desenvolvimento em detrimen- as reservas brasileiras
que no extertoi
vos investimentos ascenderam a 310,8
seus nto das suas economias que se aprofun- de US$
milhões de dólares, isto 16,8 produtos a baixo do custo real para passaram 655,5
para milhões
é, a por dam numa escalada definitiva de depen-
o mercado do setor da concor- US$ 1 722,9, persistindo essa tendência
cento do total. Na indústria ganhar
automobilísti- dencia e sempre sujeita à espoliação.
rente brasileira. no corrente ano, o nível de reservas ele
ca, foram da ordem de 214,4 milhões de
var-se-á para US$ 2,5 bilhões.
dólares isto é, 11,9
por cento sobre o to-
tal. Finalmente, os investimentos na pro-
E somente no ano passado conforme
duçãc e na distribuição de energia elé- Agravando seus problemas sociais. A
ficou constatado, a organização estran- Sern dúvida nenhuma é positiva a
trica alcançaram o valor de 102,3 milhões América Latina tem hoje, segundo a OEA,
de dólares, geira teve um prejuízo real de 20 milhões existência e a acumulação dessa reserva
isto é cerca de 5,7 por cento. cento da sua
cerca de 50 por população
de dólares, mas esse prejuízo seria ren- Agora é de perguntar: e o crescimento
ativa desempregada ou em muitos casos
tável depois que passasse a monopolizar da nossa divida externa, a elevação cons-
vivendo na mentirosa situação de empre-
o mercado. O fato e a tomada de tante dos deticits comerciais e a maciça
posi- remuneração não
disfarçados, cuja
do nosso Governo está no gos penetração da tecnologia alienígena será
TECNOLOGIA ESTRANGEIRA ção punitiva manter
assegura o mínimo possível para
Diário Oficial da Uniào do dia 9 de que não seria um fator de anulação de
junho
nem a dignidade de comer. tudo isso de traz a acumula-
de ItTI. positivo que
Paralelamente ao fato
que estamos
ção das reservas nacionais? Que os pa-
a enumerar, isto é a situação real da dl-
pas da economia brasileira respondam
vida externa brasileira, não podemos dei*
xar de considerar nos dar ao luxo de SITUAÇÃO BRASILEIRA
a forte concentração Não podemos
tecnológica estrangeira, verifica na ser contra o capital de fora, venha
que se que,
economia nacional, com o nosso desenvolvi-
principalmente no seu para contribuir
setor Industrial, servindo como um ele- mento. Pensar diferente é irracionalidade, Dentro desse raciocínio baseado em ORIGEM DOS CAPITAIS
mento a mais é xenofobismo não leva absolutamen- dados oficiais estamos a desenvol
para a elevação dos nos- que que
sos -profundamento
deticits Internacionais. Por exemplo, te a nada a nfio ser o ver, particuiarizando mais concretamente Com suas correspondentes
parcelas
recentemente a Escola Politécnica do subdesenvolvimento. L não é isso, quo o caso brasileiro, diríamos o nosso reinvestimento de lucros,
de São que a Investimento e
Paulo em estudo nenhuma brasileiro digno desse nome, balanço de pagamentos, no ano de 1971,
divulgado pelo índice é a seguinte a lista de países, segundo
— Banco dúvida
de Dados, mostrou a sua Pátria. Mas, sem continuou a apresentar sintomas registros do Banco Central da República:
que 68,2 por quer para profun-
cento da tecnologia nenhuma, entregar setores da maior im- damente desajustantes.
utilizada pelas em-
presas de capital nacional da vida econômica nacional à
é aquirida no portancia
estrangeiro. Nas empresas majoritária dominação estrangeira vai
externas cujas
matrizes se localizam diferença enorme. Por isso, em no-
nas mais diferen- uma Mais uma vez vamos recorrer aos da
tes partes do mundo, me de um nacionalismo sadio e profunda- PAÍS Invests. Reinvesti.
essa percentagem do soficiais, que por si só não mostram
se eleva a 100 mente humanista é que estamos a fazer
por cento. uma realidade muito otimista a
para pre-
constatações com o objetivo de África do Sul —
essas sente situação brasileira no seu contexto
No entender servir ao nosso Governo. Alemanha Ocidental 238.187 93.231
de muitos analistas do de economia nacional. Senão ve*
global 44.189 30.984
orocesso econômico Antilhas Holandesas
brasileiro, esse fa- Jamos: para um déficit global de .. .
» se toma Argentina 6.061 1.402
mais importante na medida US$ 1.290 milhões conseguimos um su-
Austrália 109 —
que se saiba de US$ 10 milhões no item Trans-
JJJ que o Departamento Nessa podemos deixar
hora, nâo peravit de Áustria 3.883 1.362
Nacional de Registro de Comércio e ferências. Na balança comercial nosso
pe- ver o Brasil integrado dentro dessa gran- Bahamas 18.716 2.976
o Banco Central foi US$ 100 milhões, isto
estabelecem a seguin- é a América Latina. prejuízo de por-
de realidade que Bélgica 44.977 8.700
'e participação do capital na que vendemos ao exterior US$ 2 800 ml-
estrangeiro Nossos problemas com algumas variantes, Bermudas 235.864 58.377
nossa economia, va*
obedecendo essa na maioria dos casos, são Ihões e Importamos mercadorias no
pro- basicamente Canadá 3.391 1.233
Porção: Indústria — 70,2 Co- rápi- for de US$ 2.900 milhões.
por cento; os mesmos. E por isso nessa análise Dinamarca 692 93
merco —
50,3 por cento. No setor ter- ângulo
ciano, o controle da da economia brasileira no seu Estados Unidos 543.951 552.518
estrangeiro é caracteri- endividamento externo e da forte con- Finlândia 1.131 43Í
zaao da seguinte do
maneira: Transportes — tecnológica externa, podemos França 39.309 90.632
centração
wj* por cento; No setor de serviços nossas
Imprensa — 69,2 dados sobre perdas
por cen- muito bem recorrer a alguns Hong-Kong 203 —
to; Publicidade - totais, senão vejamos, ainda de
89,9 por cento. do continente foram Irã —
a realidade mais global -«-•**•. •¦ ~* — ****** «W «¦>*-. «H *•**% ««•> r*4t*+l *\'it+ ¦ 1 Gf>
nAr^Amno
como uma das parcelas aoviuy wvm uuuwo wii^iuu. pCi wWii iw****» ivv
i uj.ua 2G.334 3.4C3
que integramos, interna-
^flundo dados do Banco Cen- milhões de dólares ern viagens Iugoslávia 44 —
»*«¦ íinía
ai da mais expressivas.
República, na Indústria cionais; 210 milhões de dólares em fre- Japão 119.666 5.203
Farmacèu-
pre8enÇa do capital estrangeiro ô tes e seguros; 80 milhões de dólares em Líbano 210 17
ri« c£
por cent0' "a Indústria Automo- serviços governamentais; 114 milhões de Libéria 11.231 —
llu*-
Por exemplo, os pafses Latino-Ame- em serviços diversos; 135 ml- Luxemburgo 33.963 2.346
cem°- dena In- w dólares
dXCVerca P°r
cerca d« 90 cento; na ricanos tiveram uma participação decres- Ihões de dólares em remessas de lucros, México 2.581 —
tSS£Lif*& Por
de 1960 e 1969, no comércio 276 milhões de dólares nos da divl- Noruega 13.317 4
MW»™ e Equipamentos, cente entre juros
n£* respectivamente Países Baixos 33.204 2.467
por cento; na Indústria representado
g de Vidros — mundial, da externa.
cento; na Indústria e 17,6 por cento Panamá 68.330 11.754
rLpor de Metalurgia por 21,3 por cento (60)
ren-
42
P°r cent°í "a Indústria de (69) E nesse periodo, igualmente, a Peru 10 —
fior,L?e Latina aumen- Portugal 4.933 —
é de 38 por cento; na da per capita da América
J2a'Ototal Resumindo todo esse volume, che-
Áustria enquanto nos Reino Unido 81.119 191.970
Siderúrgica 6
de 35 por cento. tou de apenas 40 dólares,
650 yaremos a uma conclusão quase que me* Suécia 32.704 23.027
mais ricos o aumento foi de
países tancólica. Isto porque acusaremos uma
conseguinte, Suíça 158.471 33.384
seflundo dólares. Comprovamos, por
o Banco Central, a situação negativa nas nossas contas ex- Uruguai 7.765 490
»pnHAAin?a
«endoncia de capital externo
é a entrada e saída
de diminuição das que ternas de US$ 1 290 milhões. Ou fazen- Venezuela 2.869 1.274
percenta- Mundo veio a re-
a«ns nos setores áreas do Terceiro
de celulose para do uma análise com referência aos
«
e papel com 20 anos uma perda
po-
Por cento nos últimos
e no de mineração com 15 prestmar rfodos anteriores encontraremos uma de-
muito mais de 100 bilhões de
Quant° líquida de crescente nas nos-
à origem desse capi- terioração constante e
tal
a oCent0'
empregado uma herança, em forma
o-ólares. além de
nos setores enumerados, sas contas externas Senão vejamos: em
oraem da ordem de 70 bi-
por nações de dívida externa, 1968
é a seguinte. EUA 1967 foi de US$ 237 milhões; em
ó P°r cento; Ihões de dólares.
Canadá, 11,4 por cen-
Murilo

vi Marroquim
eu

Montogomery

MEU

ESPIÃO

PREDILETO

E recitou meu nome, os nomes


meu Deus? Um correspondente

sempre, ignora sem- de família, os cargos


pergunta jornalísticos

Ela sorri, e convida-me a havia ocupado no Brasil, a data


pre... que

uma recepção, dias depois, de meu casamento, minha viagem


quatro

coisa íntima, amigos certos entre Santos e Liverpool, minha


poucos

vous comprenez. Essa recepção não vida em Londres, minha chegada ao

aconteceu: minha distinta hospedei- front.


"darling
ra eventual foi 48 horas de- sos. Já observou e
Hotel Metrópole, Bruxelas. As presa que —
— — anjo
Mas concluiu nem
como espiã. honeu" são vulgares e
suas de vidro sem pois, palavras que
portas giram
nem demônio, apenas espião.
Assim era o Hotel Metrópole, em os ingleses não inventaram outras?
cessar. Aqui, nesses de
quartos o ter¦
E, cacarejando, preparou
1944. Espionagem e contra-espiona- Bernard Shaw está oferecendo "drink".
luxo, hospedou-se o exército ale- prê-
ceiro Concordei: claro que
tinham em Bruxelas seu quar- mios a criar a fonética ingle-
mão. Ao longo das colunas de gem quem
um espião decente não iria dormir
tel-general. E isso, certa noite, sa. Seria mais útil se os ingleses
mármore róseo rumoreja uma sorri- por
no de um estranho, sem
de à quarto
Vinho após duas pancadas praxe criassem de amor e de
dente e frenética multidão. palavras
"Dear" saber a vida desse estranho. Ele
nervos surge-me no para ternura. é estupidamente
do Porto e xerez ajudam os porta, quarto,
sorriu e adiantou escolhera o
na cama que
viciada de uma noite comercial. Gosta com água? Exato,
da rica, pelos participar
população
meu entre os de outros
moço de quarto,
ocupação. vizinha, um simpático, nisso os inglese» são admiráveis.
anos de
correspondentes, apenas uma
por
Este hotel está ocupado seus anos, em trajes civis. Abre mais uma vez a maleta
pelo quarenta
romântica: seu sonho seria
com um largo e franco e retira bom questão
comando de Montgomery, e nele Saúda-me mágica um pedaço de
uma viagem à América do Sul. 0
agora, hospeda-se o corpo de corres- sorriso, senta-se à cama onde me Concordo em abre o
queijo. que
nome? dúvida.
descalça as botas, larga no que
de Setembro de estiro, apetite, a sede. Queijo holandês,
pondentes guerra,
A maleta mágica oito
à produziu
1944. Um de cansaço ao chão o e a camisa, corre o homem em cuecas.
pouco paletó particulariza
em série, com. oito
frentede batalha, A lava o em E logo: Como deixQ%a Reuters, no passaportes
longo , dos pia, peito glabro^ica
nórfféé diferenfès. Escolha o lhe
que
aventura dos britâni cuecas, abre urffá maletartie rnão, Rio? Olho ó espanque, mas efê me
pára-quèâl&as
parecer mais musical.
cos, em Arnheim, às crôni- uma (jarràfa aè uísque e réfrüca com uma de olho
pertence produz piàcadela

cas militares de uma época meio seus respectivos copos, estala língua e uma Um segundo Contou: viera da Holanda ocupa-
gargalhada.
"drink"
remota. Quando atacaremos? na boca e salud y pezetas e: nova Quando da. Usava o de médico,
grita: pergunta. passaporte

Fadiga, torpor, vinho do Porto e . Continuo a saudá-lo com o mes- sua esposa virá encontrá-lo aqui no ter direito à Voltaria
para bicicleta.

confraternizam mo sorriso inquieto, mas o homem front? Com franqueza, eu madrugada. foi
xerez. Os belgas se próprio pela A conversa

longo corredores. não se intimida e diz: Não sei ainda não sabia ao certo. Não longa
conosco ao dos se e meio doida.

moças lindas e nos em língua devemos impressione, ela chegará nas Quando
As belgas são português, que próxi- o sol entrou pelo quar-
"Passport
conversar? 0 inglês ficou combina- mas mesa
convidam às suas mesas, os três semanas* O to, o mágico havia sumido. Na
para
-
natural- do. Bonita língua continuou Control" Londres brasi-
drinks, s'il vous Têm em deu de cabeceira, este recado: Os
plait já parecer

exceto os colóquios amoro- favorável.. Dese-
mente uma história triste ou herói- para leiros boas
parecem praças.
Anjo -
ca contar e têm, sobretudo, ou demônio boa sorte.
para principiei, je-me

belas a fazer, em meio de recitando...


perguntas
Gosto —
discretos sorrisos. de Poe apanhou ele

Uma delas, exemplo, me imediatamente. Raciocínio mate-


por

in erroga insiste r temente sobre mático. Muito favorável, muito

j *e
orh encontra Vontgomery na indispensável. Mas, nem anjo nem
*amosa "
su: carav t militar. Onde, demônio. . . ¦
"Minha

conversão foi mais um

ato de inteligência
de
que

Medeiros sensibilidade, foi uma exigência

da totalidade
real e não
Lima uma

literatura

transigência
com a tradição.''

O ENCONTRO DE

TRISTÃO COM DEUS

Não é tarefa das mais fáceis indo do agnosticismo e do ceti-


Alceu e Tristão: o nome

falar sobre Alceu Amoroso Li- cismo dos anos de


primeiros e o ensinam
pseudônimo
ma. Este homem ainda re- formação para o espiritualismo.
que uma unidade de alma
missão, ao gosto e à Sem se intimidar, sem se deixar
juntaria
centemente comemorava o 50° E daí, através de Chesterton,
na unidade do amor.
sensibilidade artística os recur- censura de mui-
pertubar pela
aniversário da de na Inglaterra, de Maritain, na
publicação Pois é o amor unidade
sos de uma larga cultura huma- tos companheiros de jornada,
seu livro conserva, no França, e de Jackson de Figuei-
primeiro multiplicada, e a vida
nista. Isento de sem temer o uso da palavra, es-
preconceitos,
limiar de seus oitenta anos, redo, no Brasil, completa sua
quando se recolhe aos livras
aberto ao livre debate, em dia tá sempre inclinado a reexami-
quando dele ainda muito se es- marcha do evolucionismo para ê voltar mais vida.
para
com a evolução do pensamento nar posições anteriores, a corri-
pera, uma extraordinária, uma o tomismo. Recordando esta
Em cinqüenta anos de tettas
universal, Alceu Amoroso "Minha impropriedades ou equfvo-
pôde gir
excepcional, uma surpreenden- fase de sua vida dirá: uma flor desenha as pétalas
Lima tornar-se uma das poucas cos de análise e de perspectiva
te lucidez de espírito. Através conversão foi mais um ato de
de amoroso convívio:
vozes receptivas ao movimento histórica. Jamais lhe falta a fir-
do contato ou da sim- inteligência de sensibilida- o homem livre ligado.
pessoal que e
modernista, do foi o críti- me disposição de estar presente
qual
pies leitura de seus escritos, de, foi uma exigência de totali-
Livre e ligado a seu próximo
co e o encorajado^, em- onde se^discuta o des-
grande ne- quer que
sente-se nele a existência de dade do real, e de modo na larga avenida humana
bora distante e discreto como é tino da criatura humana em sua
uma mocidade. É a nhum uma transigência com a em
perene que que beleza e justiça
de seu feitio. passagem pelo mundo terreno,
passagem do tempo, a experi- tradição". fazem da espera, esperança
A crítica literária em Alceu em luta contra o erro, a injusti-
ência adquirida e o conheci- Tristão e Alceu: mesma
a
Amoroso Lima sempre esteve ça e a opressão.
mento acumulado não esgota- fiel cristalinidade:
A conversão ao catolicismo
ligada a uma outra série de
ram seu interesse espetá- uma criança
pelo não estancou a in- sorrindo
permanente Talvez não haja exagero em
Com o fim da
culo preocupações.
da vida, cuja renovação as- no sábio à sombra de Deus.
quietação em que sempre se de- se dizer a vida de Alceu
Primeira Grande Guerra, da que
siste com a mesma curiosidade É de Alceu Amoroso Lima
bateu o espírito de Alceu Amo- Amoroso a
Lima confunde-se
emergeria uma sociedade
e deslumbramento qual
com que ini- li- entrevista hoje
roso Lima. O adeus à crítica com a história do que publicamos,
mundial em contínua ebulição, pensamento
ciou o aprendizado. entrevista esperamos,
terária com o conseqüente en- que, seja
brasileiro nestes últimos cin-
sua atenção se volta para o pro-
Rptomando uma tradição apenas de há
parte um diálogo
na miiitancia catóii- anos, pois foi aí que
blema da social, o que o ydjdiittíulo qüenta
deixada justiça
por Sílvio Romero, Jo- muitos anos interrompido e
ca não o inibe de prosseguir no sempre atuou com entusiasmo,
leva a saudar o autor de Le
sé Veríssimo e Araripe Júnior, desejamos breve retomar
estudo, na análise, na investiga- com compreensão e, sobretu- que
Feu, de seu apareci-
iniciou-se quando
na crítica literária em nestas mesmas Aqui o
dos fenômenos pol íticos e do, com tolerância. Fois este páginas.
com estas de çao
mento, palavras
1919, com o de escritor, o homem liberto
pseudônimo ocorrem a sua volta. homem sensível, lúcido e extre- de
sociais que
entusiasmo e de admiração:
Tristão de Athayde, num meio injunções, fala Medeiro
"Clássico escapa à sua argúcia. Di- mamente culto, se dei- a Lima
Nada jamais
de temperamento e
em obras de sua conversão
que poucas eram as de um mundo conturba- xou dominar ódio, conser- ao catolicis-
ante pelo
de sensível de alma e são
literárias gosto,
dignas de apreço. Mas, ficar vando-se livre e altivo. mo e de sua crítica
do, não se deixa perplexo posição
de Henri Barbus-
desde pensamento,
logo, revelou a isenção e numa atitude frente ao Movimento Modernis-
— nem se refugia
— hoje um artista
se grande Andra-
a seriedade Carlos Drumond de ta. Através
com que pretendia mística. Pelo contrário, enfren- desses dois temas,
será talvez amanhã um grande
se desencumbir de, por ocasião da passagem do
da tarefa que os fatos com coragem e deci- Alceu Amoroso Lima dá a di-
ta
homem". estréia do
lhe fora 50° aniversário da
confiada. É que o jo- O crítico literário de on- mensão da grandeza de seu es-
são.

busca escritor como crítico literário,


Mais tarde, através da tem transforma-se num extra- pírito. (A Editoria).
vem escritor, de aparência aris-
em 1969, expressaria a home-
leitura, debate, pela ordinário debatedor de idéias.
tocrática, pela pelo
no exercício de sua
idéias nagem de seus concidadãos e
indagação em torno das

contemporâneos neste poema


Bergson, Benedeto Crocce,
de

evolu- admirável:
Ortega Gasset, termina
y
Pouco a Alceu Amoroso
pouco,

Lima caminhou em direção ao

bergsoniano. E
espiritualismo

O ENCONTRO DE

a marcha foi lenta e cheia de

TRISTÃO COM DEUS


literatura

na recuperação da fé.
labor
V.

ra no rio e via a margem,


Estava

a Deus era atingir


mas duvitktva dela. Chegar

a do rio.
a margem,
plenitude

falta de espaço, com dade do real, e de modo nenhum uma


doutor Alceu, um João Carneiro de Souza Bandeira, tio do chão, dada a
ML: Há em sua vida, pelo
mais alta socie- transigência com a tradição. Encontrei
ter sido decisivo Manuel Bandeira, me deu cavalheiros e damas da
episódio que me parece poeta que
mim uma Deus no alto de minha inteligência, como
de seu e conhecimento de suas cartas da dade européia, teve sobre
em toda a evolução pensamento primeiras
Passei do evolu- uma exigência do realismo inte-
e social Suíça, onde então se achava em trata- extraordinária influência. profunda
da posição
filosófica, pol ítica que
spenceriano ao evo- de uma realidade total. Deus era
Refiro-me à sua mento de saúde. Foi com ele que iniciei, cionismo naturalista gral,
assumiria posteriormente.
lucionismo criador bergosiano. Tanto tudo e mais alguma coisa. A fonte de
conversão ao catolicismo. Dada a impor- nessa época, em seu escritório, a minha

Bergson da tudo, a essência de tudo, o fim de tudo.


tância deste fato, não só do de fracassada de advogado. Era um Spencer como partem pri-
ponto profissão

fino, voltado tempo. Apenas em Spencer há o Ao a omissão de Deus, contida


vista estritamente como de sua espírito extremamente para mazia do passo que
pessoal,

melhor o definia era o da natureza física. A em todas as minhas convicções anteriores,


significação o movimento católico as letras. Mas o que predomínio grande
para

Ifder, Amigo da beleza, costumava novidade de Bergson era a de conceder a era sempre uma diminuição.
brasileiro, do qual é hoje o grande ceticismo.

largamente Eu estava no rio e via a margem, mais


iniciar aí a recitar os de Goethe. Manteve um ao espírito, teoria
parece-me que poderemos por poemas primazia
Creatice. duvidava dela. Chegar a Deus era chegar à
nossa conversa. Mas se o senhor me dos últimos salões literários da época, exposta em seu livro Evolution

figuras mais importan- Já então o senhor começava, margem, à do rio.


não só uma questão de freqüentado pelas ML: plenitude
permite, por

inclu- bergsoniano, sua ML: Quando ocorreu exatamente a


método, mas, sobretudo, melhor tes da literatura brasileira de então, através do espiritualismo
para

de em direção à Igreja ... aceitação da idéia de Deus, a revelação


situar sua gostaria sive Olavo Bilac. marcha
personalidade,

espí- 1911 e 1912. Pouco a Foi uma marcha desses sentimentos a que se refere e ao
remontar àqueles anos em que seu Isto foi por volta de AAL: pouco.

meu da fé, mas lenta e teria chegado, como o senhor diz,


rito começou a se numa direção Devo ao Souza Bandeira o rápida na perda qual
plasmar professor

recuperação da fé. Bergson inteligência, pela razão e não pelo


evidentemente não era a mesma que encontro com a literatura, embora, ante- laboriosa na já pela
que
revelou a importância da instinto, transigência com a tradi-
seguiria após o impacto da conversão. riormente, dois primos meus, Manuel e então me pri- pela

faço referência ao Amoroso Costa, tenham me mazia do espírito sobre a natureza, da ção?
Para ser mais claro: Cipriano

vital sobre a razão. AAL: Esta aceitação foi o resultado


tempo de aprendizado, vai da infân- revelado o das letras universais. do elan
que gosto primazia
o vita- final de um longo diálogo epistolar, hoje
cia, adolescência, até o Através de Afonso Arinos, na minha Através de Bergson evolui para
passando pela
contra o ceticis- registrado em na Correspondência
momento em começa, de um modo infância, descobri a literatura regional, de lismo e o espiritualismo parte
que
anterior. de Jackson de Figueiredo, entre 1924,
ou de outro, a atuar na vida sabor de foi um dos nossos mo e o materialismo
pública. popular, que

nomes marcaram ainda 1925 e 1928. Fui apresentado a Jackson


AAL: Minha formação religiosa foi um dos nossos mestres. Dois outros
precursores,
no sentido do espiritua- Afrânio Peixoto, em fins de 1918.
completamente convencional, sem a mais Na Faculdade de Direito dirigi a revista minha evolução por

e do vitalismo: Benedetto Croce e Nesse tempo, o não se tinha


leve sombra de fervor. Desde 1908 a Época, a que dei caráter mais literário que lismo problema

a Jose Ortega Gasset, ambos os leva- apresentado. Minha correspondência com


1928 terminei me afastando de toda jurídico. quais

minhas ram ambas as tendências ao extremo. Jackson, mais tarde, foi provocada por
religiosa, abandonando as Tudo isso me levava a abandonar o
prática
respeito. Come- Benedetto Croce afirmando tudo é Mas logo aos
tênues convicções a este religioso. Mas foi também por que questões políticas. passamos
problema

fé deixei o e espírito, isto é, monismo espiritualista, filosóficos e religiosos.


cei a perder a quando ginásio esse tempo pela primeira vez conheci problemas
que

Direito. Logo herança hegeliana, e Ortega afirmando Após a morte de Jackson escrevi o
ingressei na Faculdade de uma me revelou o catolicismo
pessoa que

fazia a minha viagem à tudo é vida. artigo Adeus à disponibilidade, com o


depois primeira militante: Eduardo Alvarez de Azevedo que

Europa, o me obrigou, não Quando a se desencadeou minha assumia a de católico mili-


que para Macedo, sobrinho-neto do poeta Alvarez guerra qual posição

o ano escolar, a realizar exames de França. Ali era diferente daquela de 1910 e tante. Eram vinte anos de amadorismo, de
perder de Azevedo. Fora educado na posição já

segunda época. da 1913. O meu era então a idéia diletantismo, de indefinição se encer-
ingresso.u no catolicismo militante problema que

Française. Pela vez me de eternidade, de permanência. Consoli- rava sempre.


Na verdade não sei dizer com Action primeira para
precisão

o reacionarismo dado na idéia do tempo, dominado pelo ML: Mas entre os anos de sua forma-
o fato substancial me induziu a era revelado também
qual que
o conheci- espírito, como conciliar a unici- de estudos, de indagação, até atingir
abandonar as minhas antigas convicções moderno. Àquele amigo devo pensava ção,

dade do tempo com a existência de coisas o momento da definição, o conduz à


religiosas. Creio a melhor explicação mento desses dois movimentos:ocatolicis- que
que
mo culto, e o reacionarismo meus sentidos demonstravam resistir Igreja Católica, à militância católica,
isto deve-se às condições em consciente que
para próprias

Action Française, ambos comple- à mobilidade, como a revelação da ciência transcorreu um demorado de
se formou a minha Mas, no da período
que geração.

tamente ignorados nossa no a certas verdades matemáticas. atividades e literárias. Essas


meu caso se quiser dar um por geração quanto jornalísticas
particular,

foi o Brasil. Mas essas revelações não me con- Muitas coisas resistiam à morte, à idéia do atividades, ao suponho, avolumam-se
símbolo, creio que posso dizer que que

venceram. Estava muito ligado ao libera- tempo. Havia o passado imóvel. Come- com o fim da
Sílvio Romero, meu mestre de primeira grande guerra,
professor

ano de lismo, ao ceticismo da Repúbli- então, minha marcha no sentido do cujos efeitos e inquietações se observam
Filosofia de Direito no primeiro primeira çou,

ca, me deixar facilmente arrastar ser, do dinâmico o estático, do vir a exatamente no campo das artes, a o
Faculdade, mais fortemente contri- para por para que
quem

meu outras idéias. ser o ser, do móvel para o imóvel, do senhor estava ligado. Refiro-me
buiu, na época, para o agnosticismo. para particu-

spenceriano Em 1912 voltei terceira vez a tempo a eternidade. Era como um larmente ao chamado Movimento Moder-
Com o seu evolucionismo pela para

Europa. Por essa ocasião, freqüentei na nadador sair do curso para nista, na ocasião mereceu sua simpa-
substituir o vazio deixado pela que procurava que
procurei

o curso de Bergson, então no atingir a margem. Foi esta luta que me tia e apoio. Sendo em um
falta de religiosidade. Sorbone princípio

Romero era um apogeu de sua fama, sem saber al í, ao levou lentamente do vir a ser para o ser, movimento caracterizadamente estético
O professor Sílvio que

meu lado, estavam sentados Maritain e do evolucionismo para o tomismo. Foi não importava também numa espécie de
homem de de idéias gerais
personalidade,

influência Peguy. Este iria morrer em 1914 e Mari- sobretudo com um filósofo como Mari- da rutura se na
amplas, que exerceu grande prenúncio que preparava

Ele represen- tain seria, no futuro, o meu mestre, tain, na França, com um pensador como velha estrutura da sociedade brasileira?
sobre toda a minha geração.

orientando de longe a minha conversão. Chesterton, na Inglaterra, e com um Não sei se exagero, mas suponho é a
tava a Escola de Recife, já no seu declí- que

Havia uma curiosidade em tor- homem de ação como Jackson de Figuei- daí começa o lento de
nio, iniciada Tobias Barreto, mas que, grande partir que processo
por
no de Bergson. Era uma curiosidade redo, no Brasil, que debati, pela leitura, renovação das idéias no Brasil. Embora
a sua atuação, terminou se espa- que
graças
não escapava ao mundanismo, o o cartas e pelo diálogo, a superação das esse se faça sob as influências do
lhando todo o Brasil. O spenceria- que por processo
por
resposta ao Fígaro, a dizer: coisas efêmeras, fluídas, conduzir
nismo era considerado a filosofia natural, levaria, em passageiras, pelas pós-guerra europeu, termina por

foi este agnosti- Não tenho culpa o mundanismo coisas estáveis, sólidas, permanentes, sem a uma espécie de revisão de muitos
uma filosofia agnóstica. E que

venha ao meu curso, trato da das outras. Na filosofia do conceitos da vida brasileira. E
cismo dominou a todos nós no pois parte prejuízos tradicionais
que

começo mais difícil do mais difícil dos filósofos: a realismo integral terminaria por encontrar a esse de revisão não esteve o
do século. processo

Prestes teoria da alma na filosofia de Espinosa. resposta àquelas indagações. Posso por senhor alheio, na ocasião, não é certo?
a terminar o meu curso de

Direito, conheci um outro A verdade é esse curso, com toda isto mesmo dizer que a minha conversão
professor que que

v- iria exercer também influência sobre a mundana, em cientistas e foi mais um ato de inteligência que de
presença que

minha formação. Refiro-me ao irmãs de caridade se misturavam, sentados sensibilidade, foi uma exigência de totali-
professor
POLITIKA

O ENCONTRO DE
A

trovão,
fim
guerra

de tarde
tempestade,
estourou

luminosa.
como
num

Eu
um
19
estava em Paris no dia 2 de
TRISTÃO COM DEUS
agosto de 1914. Era a mudança
literatura

Os últimos anos de
Irl 7910 a 7974 representaram o fim

da doçura de viver
classes conservadoras ofereciam o famoso mas personalidades isoladas, como Eucli- chavos, de abandono e de indisponibilida-

banquete ao Olavo Bilac, co- des da Cunha, Lima Barreto, Augusto dos de cessava para sempre. Incontestável-
grande poeta
mo uma espécie de consagração oficial da Anjos, Afranio Peixoto. Era a época do mente, só aos poucos me foi revelada a

Em 1908, a morte de Machado de individualismo, do esteticismo. Foi contra sua importância, a sua tremenda significa-
poesia.
Assis provoca a consagração de um escri- isto que desabou a guerra de 1914. Não ção.
tor universal. João do Rio já fizera em foi uma guerra européia, foi uma guerra
***m*'^*mi**yjmmm ^^*«-
**__ Estávamos convencidos de que a guerra
k***^
1904 o primeiro inquérito literário no universal. Foi o fim do pré-modemismo, era uma questão de três meses. Fiquei as-
Euclides da Cunha
Brasil. que terminaria entre nós em 1914. Era a
sombrado ao ler a declaração do minis-
fase da literatura do Fon-Fon, do penum- tro-da-Defesa da Grã-Bretanha quando em
<J__m u_________________________________________u_____m
Tudo isso era fruto do otimismo, da
brismo, fim do simbolismo, a que se pren-
comunicado, de uma frieza absoluta, limi-
belle-époque, defino como euforia.
jflHflflflflM que
de as Cinzas das Horas, de Manuel Bandei-
' formou a mi- tava-se a dizer: Aceita-se engajamento pa-
Foi nessa atmosfera que se
• -WÊB ______________________¦ ra. Tudo isto está muito bem expresso em
ra o Exército Britânico. Todo o soldado
nha adolescência. Havia uma tranqüilida-
Luz Mediterrânea, de Raul de Leoni.
a vida terá o direito de desengajar-se ao fim de
de geral, havia a convicção de que
èá <ã era serena, sólida e estável. Havia, sobre- A estourou como um trovão,
três anos. Era uma linguagem que me soa-
guerra
va como alguém me falasse do mundo
m JÊÉm I tudo, a aceitação da mediocridade da nos-
uma tempestade, num fim de tarde lumi- que

1 fwt m Kfl I sa época, que se resumia em viajar, gozar nosa. Eu estava em Paris no dia 2 de agos-
da lua. Minha surpresa, minha enorme es-

fl *lr a vida, ler os poetas, a aceitação, enfim, to de 1914. Durante mais de uma hora
tranheza, baseava-se na convicção de que
j^^^^H daquilo que mais tarde tanto iria me preo- fiquei parado diante da Igreja Madelaine,
uma guerra, sobretudo longa, era impossí-

cupar: o da filosofia burgue- vel. Compartilhava das idéias expressas


predomínio quando os jornais anunciavam a decreta-
Pangloss. Era nesse ambi- pelo pacifista Norman Angel, cujo livro
sa, a filosofia de da mobilização Era a despedida
ção geral.
ente uma vida nova, displicente e con- lera na ocasião. Naquele tempo eu era pa-
de de um mundo fácil e divertido, dos bal-
formista, se ia formando a minha cifista porque não acreditava na possibili-
que ge- lets, dos cabarés. Até hoje se alguém me
ração, aqueles como eu, Ronald de dade da guerra. Hoje sou pacifista porque
os momentos de
^^. v -'••fl fl v Carvalho, Mário
que
de Andrade, Leonel
pergunta quais grandes
já vivi duas vezes a realidade da guerra.
minha vida sinto que esse foi, sem dúvida,
flkJf _^_\\\\\\\\\\\\\\_W m
Franca, Jorge de Lima, Sobral Pinto havi- um desses momentos. Esse dia 2 de agos-
O choque produzido pelo prolonga-
am nascido em 1893. Nossa impressão era to, à medida os anos só tem
que passam, mento do conflito iria me revelar um fato
Ruy Barbosa esta-
a de que os grandes acontecimentos feito aumentar, crescer dentro de mim a
às minhas con-
novo, que se incorporaria
vam no passado. Éramos todos nostálgi- sua significação. Eu via em Paris, centro
vicções, o de a história do mundo é
que
cos do passado, à procura de grandes coi- da Europa, acabava um mundo. Era o
que tecida de imprevistos. Era exatamente o
sas, da Grécia, de Roma, da Idade Média. fim da euforia. Era a minha mocidade,
avesso de minhas idéias no tempo, quan-
Datam de então minhas leituras dos clássi- como a de tantos outros, se extin-
Três livros cos. Refugiávamo-nos no passado porque guia. Terminava o diletantismo,
que
a disponi-
do

previstos
a vida para
lógicos
mim
e
era constituída

predeterminadamente
de

o era indistinto, medíocre, inco- bilidade. Começava a vida dura, a opção,


presente encadeados, sem surpresas e na
grandes

no fim do lor.
valesse
Não
a
havia

pena
nenhuma
viver ou
causa
morrer.
pela
Era
qual
uma
a
mos,
obrigação
entre o
de

pecado
escolher
e
entre
o dogma.
os extre-
Era a
certeza
com a
de
véspera.
que o diaseguinte
Assim como
era
a
parecido
natureza
mentalidade tipicamente decadentista. angústia e a inquietação que chegavam, fazia saltos
não fazia saltos a história não

século XIX Os últimos anos de 1910 a 1914 repre-


que
linda
se apoderavam
tarde, como o
de todos
último
nós.
momento
Era uma
da
também.

sentaram o fim da doçura de viver, da feli- ML: Se me permite, gostaria de lembrar


doçura de viver. No dia seguinte Paris aba-
cidade da vida. Daí a não existência de que a guerra foi feita exatamente em no-
tia-se na tristeza.
AAL: Situo essa fase entre 1902 e um sentimento que só vai surgir a partir me daqueles ideais de liberdade e de justi-
1922. Esta fase está bem delimitada. Com de 1914, definido por uma palavra que ML: Mas foi nesse instante mesmo que ça, segundo a concepção burguesa do sé-
1902, abertura do século, surge a vontade seria o divisor de águas, a palavra lhe ocorreu essa sensação de fim de desa- culo XIX, que na época, ao que me pare-
grande
de renovação, embora mais tarde se vá ve- marcaria a segunda fase da nossa gera- de um mundo que cedia lu- ce, por certas expressões anteriores, lhes
que parecimento
rificar esse novo século se iniciava sob a inquietação, que hoje se a um outro ou isto só aconteceria era tão detestáveis.
que ção, palavra gar
a influência do século anterior. As transformou em angústia, com a qual se muito mais tarde, a
pala- quando perspectiva AAL: Não, não é bem assim. Não tinha
vras euforia, alegria, satisfação, otimismo exprime todo um novo conceito de vida. do tempo lhe deu novos elementos de afe-
oposição às idéias de liberdade e de justi-
vão dominar esse butoria tradu- riçào.
periodo. do século XIX. Desde o primeiro mo-
Fomos todos formados dentro de um ça
zida pelo novo século, consolidação
pela mento coloquei-me ao lado dos aliados. E
clima de facilidades. Literariamente não
da República, das finanças do AAL: Esta é uma pergunta dificílima.
públicas, o neles me seduzia, me fascinava, me
havia nenhuma escola ou tendência domi- que
progresso material do Brasil, tão bem re- É uma pergunta de psicanálise. Mas pro-
nenhum sen- arrastava a emprestar-lhe a minha solidari-
nante. Não havia,,portanto,
presentado pela frase se fez famosa curarei, tanto quanto possível, exprimir a
que edade, era exatamente aquilo que encar-
tido de geração. Havia pequenos grupos
na época: O Rio civiliza-se. Politicamente, verdade. Evidentemente, naquele momen-
nos fins do navam como expressão das mais autênti-
literários. Houve uma geração
nas consciências mais esclarecidas, sobre- to, naquele instante os fatos não
preciso, cas dos de liberdade e de justi-
século XIX, com os simbolistas, os realis- princípios
tudo das novas o predom í- se apresentaram com a clareza, com a exa-
gerações, dá-se militarismo e o reacionarismo
Realistas e ça contra o
nio tas e parnasianos. parnasianos
sobre o militarismo, só vai ressur- tidão com que os procurei manifestar
que Brasileira alemão. A Alemanha significava a idéia de
terminaram criando a Academia
gir em 1910. Uma nova sociedade aparece com a lucidez de minha consciência de
Oolombo, da casta, de direitismo, de subjugação, de im-
de Letras. Era a geração da
sob o signo futilidade, agora. Mas então, de alguma maneira,
do bem-estar, da já contrário, era o civi-
pério. A França, ao
do boêmia.
amor de viver. Culturalmente, a passa- de uma maneira inconsciente se quiser, eu
lismo, a liberdade, a democracia, a repú-
gem do século foi marcada três livros surge novamente a pressentia que alguma coisa terminava.
por Só a partir de 1922 blica em oposição ao imperialismo bis-
capitais: Os da Cu- nome de Que coisa? Eis a pergunta. Mas na verda-
Sertões, de Euclides idéia de que toma o
geração, marckiano.
nha, Canaã, de Réplica, causa co- de no meu subconsciente ficou gravada
Graça Aranha, e a modernista. Mas antes não havia
de Ruy Barbosa. essa transição, esse momento inesquicível,
Era o período das confe- mum, ideal comum, apenas prolongamen-
rèncias literárias, as algu- um mundo de facilidades, de con-
quando, em 1907, to de correntes anteriores. Existiam quando
1,-'. ¦

A burguesia usava a liberdade

e a como
justiça de
palavras

caixa alta e nunca como uma

O ENCONTRO DE

filosofia. Tristão detestava TRISTÃO


literatura COM DEUS

J
este tipo de vida burguesa

Nesse período de ebulição de idéias, à convicção de a Razão


que não era o
A iniciado como duas
era um pós-guerra, preocupa- único instrumento de conhecimento.
guerra Ao
ções, verdadeiramente absorventes, abri- lado da Razão, e até acima da Razão, e
ram para mim, em o caminho
parte, que finalmente abaixo da Razão, isto é, no
me levaria à conversão ao catolicismo.
paraconsciente, no subconsciente e no
divisor Primeiro o interesse causas sociais, a
de águas. pelas superconsicente,
Ba havia em nosso espírito
que já me referi. A segunda preocupação, instrumentos cognocitivos
que nos
permi-
que poderá lhe parecer surpreendente, diz tem ingressar em território da realidade
respeito ao da loucura, da
problema total nos
quais a Razão era um cego,
guia
revelou idéios. passagem da sanidade mental a insa-
para ao esses
passo que instrumentos eram
nidade mental, e sobretudo os estados
para o vôo diurno da Razão o hoje
que
Despresava, sim, a filosofia de vida da AAL: intermediários. Os estudos
Posso datar minha face de psiquiatria
posição são os instrumentos modernos
para o vôo
burguesia, saturada luxo, me levaram
pelo dominada às letras de uma conversa em de 1919, aos estudos de psicologia noturno dos aviões. Era a da
preparação
pela prazer, pelas facilidades, médio- numa e, de
pela calçada da Av. Rio Branco, com profundo portanto, psicanálise. convicção futura, de a fé, o conheci-
cr dade. que
Mas esta minha não Renato
posição de Toledo Lopes. Tratava-se da
mento da revelação, longe de ser uma
in plicava, de maneira alguma na negação fundação de um novo diário, Renato Essas
que preocupações estavam ligadas, diminuição ou um desconhecimento, era
da liberdade e da mim
justiça, que para só lançar, um matutino, a ainda, ao vitalismo
pretendia grande de Ortega Gasset e ao um desdobramento da Razão, do
se tornaram nítidas com próprio
o ataque desejava dar o nome intuitivismo
germâ- que de O Jornal por bergsoniano, e me induziram trabalho cognocitivo da inteligência.
nicoL
picardia contra o Jornal do Comércio, em
A burguesia usava a liberdade e a cuja redação trabalhou, de lá saindo por
justiça como palavras de caixa alta, e não dissidência com Félix Pacheco. A escolha
como uma filosofia. A República francesa Não
daquele nome visava intencionalmente tomei
parte
era Kfariane, o barreto frígio. A própria confundir os leitores do Jornal do Co-
causa aliada, no ela tinha
que de mais mercio, conhecido vulgarmente como O
grandioso, de mais I ímpido, revelou Jornal. da
quan- Decidido a levar avante a idéia Semana de Arte,, mas
to a burguesia traíra aqueles princípios, convidou-me a tomar sob minha responsa-

que havíamos, de nossa recebido


parte, bilidade a rubrica Bibliografia, do.novo
com ceticismo. Éramos sob muitos as- órgão, através da qual iniciei a minha
a apoiei sempre
descrentes da democracia. Para
pectos atividade de crítico literário. Aceita a
ilustrar o lhe digo devo remontar
que a sugestão, comecei desde logo a escrever as
Por esse caminho é se foi restabe- dos velhos,
um episódio de minha adolescência. que daquilo chamo de a
Certa crônicas sob aquele que
título, surgiriam
que lecendo
vez, em meu espírito essa harmonia literária.
meu desceu de Petrópolis, onde gerontocracia Era a época em
pai no 0 Jornal a partir de 17 de junho de
entre Razão e Fé, entre Ciência e dominavam
morávamos, tomar nas Religião, que os valores consagrados.
para parte elei- 1919, a princípio diariamente, assinada
entre Inteligência e Sensibilidade, Em seguida ia
ÇÕes Passou todo um dia, andando que ser um movimento de
de um com o pseudônimo de Tristão de
afinal ia concretizar-se em 1928, com consciência de
lada outro, inutilmente, a a uma nova contra a
para procura da Athayde. geração
minha conversão. inexistência
seção em deveria depositar de dominante nos
que o seu Nesse tempo geração
passei um ano no Itamara-
Simultaneamente, com essa marcha vintes anos
vota Ao regressar à casa, mostrava-se primeiros do século.
ti, como adido. Ronald de Carvalho foi
para a conversão se em ML: Parece-me
indignado com a farsa então processava mim, que o senhor empresta
que significa- meu companheiro de sala. Havia pouco
em nosso ambiente, uma outra uma importância
vanr* as eleições no Brasil. marcha, exagerada ao conceito
Esse episódio fazer,
que no arquivo, onde pontificava não no sentido espiritual, mas de de
ficou no meu consciente, uma geração, pela insistência com a a
gravado criando Mário de Vasconcellos. que
Estava eu então
revolução estética. Esta revolução ele se
em mim um foi o refere. O apoio dado Graça
grande ceticismo muito por
pela poli- influenciado idéias socialistas,
por
Modernismo. Foi através de Aranha,
tica. Daí a importância Graça Aranha por exemplo, ao modernismo
que teria mais sobretudo depois da leitura de Le Feu de
e de Ronald de Carvalho brasileiro,
tarde todos que se operou a não significa de alguma
para nós a de Ruy Henri ma-
pregação Barbusse. Assinava essa ocasião
por minha aproximação com o modernismo neira
Barbosa. Isto no nacional, uma restrição a amplitude desse
plano brasilei- a revista francesa Clarté de tendências
embora de um modo independente
ra A agitaria e à conceito face à renovação
guerra todas essas causas, socialistas. das idéias
Uma das minhas
primeiras distância,
pois nunca freqüentei meios literárias?
traria o universal o reconheci-
para plano crônicas foi sobre o último livro apare-
literários.
mento e aceitação de muitas AAL: O meu conceito de é o
das idéias cido de Barbisse. geração
Ao concluir minhas
Já em 1913, em Paris,
eram simplesmente Graça Aranha- mesmo de
que recusadas ou Francisco Ayala, o
que apreciações sobre a obra, dizia: Clássico quando
havia animado a seu filho
haviam sido Themístocles e define
menospresadas, relegadas ao como uma comunidade de espí-
de temperamento e de sensível de
gosto, a mim,
esquecimento. quando ambos nos dirigíamos ao
Com a o ceticismo rito, de sensibilidade, de
guerra alma e são de atitudes,de
pensamento, Henri Bar- preo-
Brasil terminar nosso
da minha para curso de Direi- cupações,
geração sofrèria terrível im- - - de de traços estil ís-
busse hoje um artista será problemas,
grande to, para que fizéssemos alguma coisa
pacto, reacendendo-se em todos nós aque- no ticos
talvez amanhã um gerais— sem prejuízo do estilo
grande homem. Ao parti-
sentido de tirar as nossas
les sentimentos de liberdade letras do ma-
e de justiça escrever cular e demais notas da
essa frase eu dizer ele personalidade
queria que rasmo emi Isto ele
que estavam adormecidos e até que jaziam. nos disse idividual
que certo representava de cada um de seus membros.
as idéias do futuro. Havia em no terraço do Hotel
careciam de conteúdo Ritz, em Paris, então
ponto exato, claro, Quem
mim uma sede de primeiro levantou entre nós a
grande justiça social,
freqüentado Mareei
definido. A ameaça do feudalismo, por Proust. Não fize-
do iria desenvolver idéia de foi Machado Assis,
que mais tarde. geração de
mos nada o velho
prussianismo alemão, fez renascer todas que Graça nos
A tinha pediu, Sílvio Romero, em 1888,
guerra sido uma expectativa, a combateu
essas nem ele tampouco. Mas
convicções, tudo aquilo Ruy era um sinal de
que uma um vivamente. Mas foi o
parada, momento de espera. 0 justamente com
Barbosa tinha que as idéias de renovação
defendido em Hava, em estavam em
espetáculo da me lançou modernismo o conceito de
guerra à esquer- que geração
1908. muitos espíritos sem
que houvesse entres
da, como lançou voltou a tona, não só como
a Ronald de Carvalho à concepção.
Assim, a representou eles nenhuma comunicação.
guerra um divisor Como fato
direita. O começava a me refiro-me aos
que preocupar particularmente
de águas. Ela veio revelar à nossa
geração era o da Não tomei na Semana que viveram, atuaram
problema pobreza, da miséria, da parte de Arte, de diretamente sobre
que muitas dessas idéias, consideráva-
que injustiça social. São Paulo, mas a apoei os acontecimentos, agitando
Daí a minha receptividade integralmente, idéias, for-
mos convencionais, eram idéias embora mando
pelas com a obra e o com absoluta independência. fundando revistas,
para pensamento de Não grupos, procu-
quais vaf»a a lutar e
pena que se achavam fazia de rando enfim
Barbusse. parte nenhum dos nem por todos os meios renovar o
grupos,
realmente ameaçadas. ML: Para não nos nem ambiente
E o início de uma atividade paulista carioca. Fui dos como artístico brasileiro do começo
literária que,
afastarmos de certa ordem cronológica, Augusto Frederico do século.
militante, num ambiente Schmidt, carregaram Na linha da concepção
profissional, em pura
para não o fio de
perdermos nossa con- Graça Aranha estão aqueles
não havia crítica, nos ombros, na Academia como eu, acusados, às
que que coincide com o que,
versa, creio
que, depois dessa digreção, Brasileira vezes
meu interesse de Letras, após sua conferência de excesso de individualismo, chega-
grande pela causa social,
poderíamos voltar àquela ante- al í sobre
pergunta O espírito moderno. ram, apesar de distantes, do
pelo destino do homem. Foi aí a de afastados
rior que
em me referia ...
que tumulto da agitação
idéia de liberdade, sobconsciente dos às mes-
em Aproximei-me, sobretudo, grupos,
AAL: Ao de Mário de
modernismo .. .
mim, mas conslusões e agiram com mesmos
se juntou a de Minhas Andrade, os
justiça. de Alcântara Machado
ML: Sim, e um
ao modernismo brasileiro,
maiores objetivos e intenções. No meu
influências nessa época foram de caso parti-
pouco Oswald de Andrade.
como fenômeno literário do e cular
pós-guerra exatamente havia ainda a influência de Ortega
Barbusse, Romain Rolland e 0 modernismo ia representar
como uma
prenuncio de uma ruptura, no Gasset e Thibaud.
Pierre Macorland. de
Era uma influência ruptura com a literatura anterior.
plano cultural, da Em
velha estrutura
patriar- mais sentimental, sem raízes
profundas primeiro !ugar uma insurreição
cal da sociedade dos
brasileira. jo-
nas teorias socialistas. vens, da nova
geração contra o domínio
POLITIKA

Como a não suprime o


geração

indivíduo, Graça Aranha


pôde

atuar como a centelha, como o

O ENCONTRO DE
despertador de idéias a
para literatura
TRISTAO COM DEUS

aglutinação de forças unidas.

Graça
a Aranha foi homem
um

de imenso mas inconsequência


era uma
prestígio,

vê-lo como chefe modernista.

a não suprime o do marasmo, do academicismo, da subser-


Desde que geração

não o anula, pode Graça Ara- viência à literatura e a certo e


indivíduo, portuguesa

atuar como uma centelha elétrica, vago cosmopolitanismo, de que Luz Medi-
nha

idéias, aglutinando forças terrânea, de Raul de Leoni, a tive


despertando que já

ser unificadas. De algum oportunidade de me referir, pode ser con-


que precisavam

modo deu densidade ao movimento, siderado como exemplo típico. Como

incipiente, disperso, pouco con- manifestações positivas são característi-


quando

Foi enfim um estimulan- cas: 1) a afirmação da liberdade em arte,


sistente. grande

te. Não chegou a ser um chefe. Se chefia o fez o Modernismo uma espécie de
que

hovesse de sua seria então a negação neo-romantismo; 2) o reconhecimento do


parte

da direito à pesquisa estética, à procura de


própria geração.

Era Graça Aranha um homem de imen- um estilo novo, pela ruptura com a arte

so diplomata, teatrólogo, autor poética e a vernaculidade gramatical


prestígio,

romance clássico da literatura bra- imposta; 3) a afirmação de temas e inspi-


de um

Tinha inegavelmente rações nacionais; 4) o reflexo de movi-


sileira. qualidades

Mas seria uma inconseqüên- mentos análogos se no


excepcionais. que processavam

viesse a ser chefe dos modernistas. estrangeiro e a trouxe a tona,


cia se que guerra

modernistas tinham o seu estilo como o futurismo, o cubismo e o su-


Os pró-
V fir/l A MSlii/l
a afirmação de o JorxeA mado
a sua maneira de ser, as suas pra-realismo; 5) que
prio,

Não ser lide- tempo é um cirtério de valores; 6) a pro-


convicções. podiam portanto

um homem de outra época. cura da originalidade, o afastamento dos


rados por no entanto, a
década começaram a obras Observe-se, que primeira
produzir que
Sua objeção confirma, minha afir- modelos.
pois, ficariam É o caso modernista caracterizou-se
na literatura brasileira. geração pelo
mativa, em Esses são capitais, a base
a ação de Graça Aranha pontos verso. Foi a
porque de Martim Cererê e os romances de da poesia sobre o
predomínio
num comum do movimento modernista no
vez de se transformar paternalismo
Oswald de Andrade, aos insurreição contra o parnasianismo. Esta
posteriores
apenas uma aglutinou a todos os na
ou numa chefia veio a ser Brasil, que grupos
Condenados. tendência verificou-se até 1945. Assim o

estímulo. Estímulo a fase vai de 1922 a 1924. A frente


ação cataiítica e um que fase do moder-
que iria definir a terceira

se frente única Foi no final da década de vinte a trinta,


essa tomasse consciência única modernista, jamais
que geração nismo em matéria poética seria a restau-

deu exatamente no decurso com o aparecimento da nordes-


de um espírito novo, de houve, se geração Ivo
precisamente ração do direito do verso, que Ledo

Mas logo depois se separa- tina, as obras superaram os manifes-


uma autonomia de de um daqueles anos. que nesta frase: Preci-
pensamento, caracterizou muito bem
cada um dos tos e as idéias. É igualmente por essa oca-
estilo, é sempre, desde Dante, a mar- ram os diferentes grupos, fazer uma romaria ao túmulo de
que samos

acentuando suas tendências, um sião aparecem poetas como Carlos


ca de uma existência. E a prova de que quais que Bilac e na do senhor
jogar pedras janela
da revolução estéti- Drumond de Andrade, Augusto Frederico
uma nova estava nascendo é que determinado aspecto de Andrade. É como
geração Carlos Drumond

com o aca- Schmidt, Jorge de Lima, Murilo Mendes e


imediatamente surgiram vários ca. Foi o de ruptura restaurar o verso.
grupos período quem diz: precisamos
com o Vinícius de Moraes. A obra mais original
dissidentes entre si. E Graça Aranha, demismo, com a gerontoncracia, Retornavam os novos de 1945 ao direito
que
e de Manuel Bandeira é também a
teve ambições ou ilusão de aglutinar à sua com o gramaticalismo posterior verso trabalhado,
parnasianismo, ao construído, polido.

volta literatu- o impressionismo crítico. A partir de 1924.


todas as forças surgentes da com A de Fernando Pessoa influen-
poética
renovação A da nordestina, no
ra brasileira, ficou apenas ligado a um então ocorre uma incontestável presença geração certo, essa Mas esse
ciou, por geração.
da liberda- fim da década de vinte e na década de
desses chamaj de de e de estilo, na base fenômeno também em outras
grupos, que costumo quadros ocorreu

capital, em trinta a trouxe uma contribui-


dinamista, exatamente concebeu de de criação. É este o ponto quarenta, áreas. Poetas como Schmidt, Murilo
porque
arte é decisiva à literatura moderna com
o se fixa o conceito de que a ção Mendes a
Movimento Modernista como acelera- que Jorge de Lima reataram tradi-

Tudo o nomes como José Américo de Almeida,


dinâmica à apatia, acima de tudo intuição criadora. verso Jorge de Lima,
ção e uma superação ção do construído.
José Lins do Rego, Raquel de Queiroz,
ao conformismo, ao academicismo, ao mais, disciplina, técnica, processos, gosto trouxe o supra-realismo a nossa
que para
Jorge Amado e Graciliano Ramos. Nesse
atitude sobre nós
lusitanismo então dominante nas letras representa simples literatura, tem em Orfeu sonetos verda-
mesmo revelam-se outros autores
Foi exatamente isto, a aceitação período
brasileiras. E tudo isso sob o signo, para mesmos. deiramente camoneanos.
'jnda- as nossas le-
igualmente importantes para
esse e o reconhecimento dessa verdade
grupo, daquela definição que Graça O há de surpreendente, do moder-
que
tras, como Otávio de Faria, Erico Veríssi-
como contribuição da
Aranha dera, em seu discurso da Acade- mental, que sobrou nismo até hoje, é o esforço permanente
mo e Marques Rebelo.
mia, do espírito sendo o modernista. literatura brasileira.
moderno, como primeira geração de renovação da
O dizer é que a
o senhor diz como que quero precisamente
objetivismo reação contra o ML: Quando que Foi em 1920 Mario de Andrade
dinâmico, que
vaga modernista foi maisdoutri-
da moder- primeira
subjetivismo e contra a rotina. contribuição primeira geraçaõ rompeu com o ainda
parnasianismo que
a fixação do nária Os próprios doutrinado-
teria sobrado apenas que prática.
Os outros três em se dividiu nista inspirara os seus sonetos de
grupos que primeiros
tudo res de então só dariam sua
a de a arte é acima de posteriormente
geração modernista, a nascida conceito que 1917, Há uma de sangue em cada
geração gota
a hipó- contribuição definitiva às letras. Todos
criadora, está admitindo
por volta de 1890, foram: os intuição A de 1920, até morrer
pritivistas, poema. partir
d oferecendo idéias paro só
os esse não chegou começaram
nacionalistas, ambos originários de São tese de que período em 1945, a e a
prematuramente, poesia
a depois as obras. Isto ocorreu
Paulo, nenhuma obra importante para produzirem
e o neo-simbolista, do Rio. produzir de Mário de Andrade constituíram
prosa
até 1945, surge a terceira geração
ML: literatura brasileira? quando
Sendo o Modernismo uma reação o núcleo do movimento modernista. Por
modernista, com como Ledo Ivo,
antiacadêmica, AAL: Realmente, esse período produ- poetas Mário ou
antiparnasiana e antilusa contra Mário, salvo dissensões
O João Cabral de Melo Neto, Moreira da
não importava mais idéias obras. que
também na criação de uma ziu que ou simpatias acidentais ou extraliterárias,

de vinte a Fonseca Paulo Mendes Campos e outros.


nova concepção o final da década assim se
estética? caracteriza pode conhecer de longe, no

Na emerge uma figura, a


AAL: de obras que já prosa grande
Em toda a encontra-se trinta é precisamente tempo, quem pertenceu ou não
geração que
dessas figura mais original de nossa literatura,
duas vertentes: representam a concretização ao movimento modernista.
o anti e o A vertente agora pertenceu
pró.
negativa exemplo, Pauli- é Guimarães Rosa. Paulicéia
e um fenô- idéias. Comparemos, por que Com a morte do autor de
a vertente É
positiva.
subseqüen- Estava a de então ultrapassada a
me no com os livros partir Desvairada encerra-se um ciclo de nossa
natural. Toda revolução em que céia Desvairada
Mário fase da Mas concomitan-
não há de Andrade. 0 próprio polêmica. história literária. Encerra-se o ciclo de
duas vertentes, uma negativa e tes de Mário
Paulicéia, temente iniciava-se novo processo de
outra os de nossa daquela os
positiva, é uma revolução falhada. repudiou todos poemas geração, que pertencem
renovação. Cassiano Ricardo, em seu livro
Isto E assim aconteceu homens em 1945 tiveram cinqüenta
é certo tanto nas letras, nas artes salvo um: Religião. que
Ricar- Jeremias sem Chorar, renova a sua
como na de Andrade e Cassiano anos ou deles se aproximaram.
política. Assim foi o Modernis- com Oswald
0 mesmo acontece com Carlos
m°, 0 Romantismo da poética.
e o Parnasianismo. O representantes típicos primeira
do,
Drumond de Andrade ¦
modernismo e só no final da primeira
em foi a negação que
princípio geração
Paschoal

kdima

Carlos

do
paskoal
Magno
¦
• *
Ki^k' vi jwmm M*j&r
£*

Adalgisa Nery

Jorge
de Lima,

Deolindo
Tavares,
Adalgisa
N
Nery

Primeiro-secretário
da Câmara dos Vereado•
quartos e voltou com um de
par sapatos novos, de morrer,
res, quis deles se despedir.
exigindo disciplina e Pediu-lhes
algum trabalho de seus de verniz, essa
estendendo-o a Deolindo: mulher sem nome
o/tocentos Experimente e sem família.
funcionários, recebi um recado de esses.

Jorge de Lima. Pedia o fosse ver, havia Experimentou. Estavam


que pois nos Gostaria
justos pés do me
que vestissem de branco.
dias estava adoentado
que e não sair de poeta
podia pernambucano.
Adalgisa Nery a vestiu de noiva
casa. Fui logo. -São e Jorge de
seus ..., ofereceu Rosa, informando Lima encheu-lhe o caixão de lírios brancos.
com naturalidade: Essa
Fez-me um Precisiva, mulher —
pedido. curar-se, ir de tantos dizia-me
para Eram Adalgi-
do nosso irmão Alberto, —
até uma clínica na Suíça. Não que morreu sa certamente
podia, porém, via- passou a vida inteira sonhando
em 1929. Estão novinhos. Ele nunca
jar sozinho. Precisava da os usou. com o vestido
companhia do seu filho de noiva nunca
que teve..."
Ele era músico, você
Mário, funcionário é um
da Câmara. grande poeta. Você
Dependia da mi-
agora leva esses
nha sapatos. Sao um
autorização essa viagem presente meu e
ao exterior. Fa-
dele...
lou-me estava vigilante
que para salvar-se. Era

luta de sangüíneos,
glóbulos contava-me com
Quando Lourival Fontes
Deolindo começou era Chefe da Casa
tranqüilidade. a chorar.
Civil da Presidência da República, os jornais vei-

cularam a notícia do marinheiro


Além da sua e nobre americano
grande poesia, eu lhe que
Fui visitar Jorge de Lima dias aportou num
devia tanta coisa no antes de morrer, dos bares da Praça Mauá
passado: atendera, de e se apai-
graça,
sem ser chamado. Estava mal. xonou
muitas e muitas vezes, Respirava com di- por uma das lá
como médico, a prostitutas que encontrou.
gente que
ficuldade. Os Prometeu-lhe
me grandes olhos negros cintilavam casamento. E
procurava, pedindo socorro. E Jorge de Li- partiu. Escrevia-lhe
mais como melhor iluminar de
ma, afora as para o momento de todos os onde
consultas ainda os portos parava seu cargueiro.
providenciava re-
"Correio sempre.
médios. No dia partir para Renovava-lhe, na distância,
em da Ma- seu amor e sua
que pelo pro-
"Despedida
Sento-me na cadeira ao lado de messa
nha", escrevi a sua cama. de casamento. A
de um Fracassado", prostituta Ha as cartas. Já
Sua voz é somente um fiapo. fora
diante dos encargos financeiros Mas tem força muitas vezes traída. Mas
pesados do Tea- acreditava nessa

para me dizer a Sílvia Meier


tro do Estudante, o ameaçavam que pedira sepa- promessa o amava também.
que de exterm- que porque Mudou de
rasse um dos
mio, a voz quadros pintados ele me vida e deu lavar
primeira se levantou numa Câma- por para para louça num barzinho da
que
dar como Tosse.
ra fora a sua. Não presente. Leva o lenço à boca. Saúde. Um dia chega
podia, de maneira algu- a seu casa-
pois, procuração para
E cospe nele. Empalidece.
ma, deixar de atendê-lo O lenço enche-lhe a mento com o marinheiro.
agora. Seu filho Chegam os dólares
passaria pa-
mão aberta não treme.
a trabalhar no meu que Mostra-me triste: ra seu
sem de en- preparar casório e embarque. E ela
gabinete, ponto se casa
Ê
o cuspo da morte. feliz
trada ou de saída e com direito com o assinado
de acompanhá-lo papel noivo distante,
pelo
ao estrangeiro. num cartório da Rua D. Manuel. A notícia toma

Havia, também, me vinculado conta dos


mais a Jorge de jornais.

Lima, o Providenciei
muito fizera Deolindo para seu corpo fosse
que por Tavares, que velado
Adalgisa Nery
no saguão procura saber o nome do navio
poeta luminoso da Câmara. Ordenei
pernambucano, e inquieto, ado- crepe revestindo
e o número da cabine
todos os lampiões que levará a desposada à
lescente ainda, transformando-o da fachada.
em seu secretá- Fosse Prefeito,
América. E manda-lhe
cobriria flores, com a mesma natu-
rio, sem, de fato, de luto todos os lampiões
precisar de seus serviços, da trajetória
para
ralidade com anos
da Praça que mais tarde, numa reunião
ajudá-lo a sobreviver no Rio. Floriano ao São João Batista. O Brasil
em Nova Iorque, viu
seu Salvador Dali mastigar uma
perdia maior Sua
poeta. perda diminuía o
Minha mãe e minhas irmãs cebola inteira.
também o haviam numero das criaturas humanas ungidas eter-
pela
adotado. Tínhamos então um apartamento na nidade.
(Nunca me sairá da memória ter sido
Avenida Presidente Wilson. A então embaixatriz
O consultório de levado — do Brasil no México o
pelo meu e tinha
pai somente cinco a
Jorge era na Praça Floriano. — olha sem espanto,
Deolindo vinha dia- seis anos o motiva Dali
até a Rua Marechal que Salvador
Floriano e ficar-
riamente conosco. E, freqüentemente,
jantar nos mos comprimidos perguntar-lhe surpreso:
na multidão
para ver
fafava passar
de este mundo só era
que seu, entre soldados Comer
quando em continência, bandas militares cebola assim não a incomoda?
sonhava falava escrevia
poesia, poesia, poesia. Ti- executando musica triste de Adalgisa
doer, a carreta Nery retruca
que rápida, com aquela
nha amigos. E esses
poucos poucos amigos ha- conduzia o caixão do Barão dignidade
do Rio Branco. nunca
Ha- que a abandona
viam maltratado muito para pensar
sua carne e seu espírito. via muita chorando. alto:
gente Quando a carreta se
Gostava de Carnaval, de fantasiar-se e, se lhe aproximava De
de onde nos encontrávamos, maneira alguma.
fosse papai
possível, de ir a todos os bailes. Como me ergueu nos seus braços. Num instante E acrescentou.
fiquei
obter ingressos sem recursos
para pagá-los e, muito alto. Se levantasse meu braço de menino
ademais, a fantasia custava dinheiro? Não seria podia tocar o crepe O
que enrolava e caia dos Iam- que me incomoda não é o senhor comen-
mais razão de
queixa, pois minhas irmãs e eu piões. • do assim uma cebola inteira ... Mas o senhor
obtínhamos-lhe ingressos
para o High Life, F/u-
mesmo, mastigando ou não uma
mtnense, Bola Preta cebola...
e outros clubes. Remexendo —
Olhe, meu filho. Olhe ... Aí vai o homem Estava
« baús do Teatro pensando, ao vê-lo, com seu ar
do Estudante,minha irmã grotes-
Ro- que aumentou o Brasil... co, seus bigodes
sa arranjou-lhe várias engomados como
fantasias. Enquanto ves- espetos
o para
cima,
tia, notou que era feio, não
tinha os sapatos velhos, • tão feio, como
que furados. porém,
"Qual " rtivera, um dos do
é o número você calça? grandes mundo lhe fizera
que Durante o que
velório, não
podia esquecer a seu retrato, confessando-me:
Deolindo disse rápido: mu-
lher Adalgisa
que Nery e Jorge ~
Quarenta. de Lima encon- Ri ver a é feio, muito feio,
„ mas nunca vi feio
traram na rua. Um caco de mulher
Quarenta? se extinguin- tao bonito . . .
do de fome e doença. Socorreram-na.
Num instante, Ampara-
Rosa desapareceu ram-na.
num dos Arrafaram-lhe leito na Santa Casa. Antes
n

POLITIKA

23
- "Não
JOSÉ VITAL S/L VEIRA (São Luís -
dé para entender a MA)
razão de vocês terem parado de abordar assuntos ligados à injustiça social,
a mais perfeita do mundo. 0 negócio é da maior importância, mesmo
porque o que tem de nego morrendo de fome por aí não é normal. Vocês
bem que podiam escrever alguma coisa a respeito. Mostrem como andam
os salários, como vive o pessoal que ganha salário-mínimo. Seria uma
"
matéria um bocado quente. Não acham?

A Editoria korreio
é, Vital,
parece que é quente demais. E no fim das contas a gente nao
está preparado para entrar numa banana dessas.

MARQUES RABELO ESCLARECE


MARQUES REBELO muito bela do nosso nossa nacionalidade, sem o escândalo, defender o in-
gem dos trabalhadores. O pobre
Brasileira de Este entu- teresse da maioria, naõ se
(Academia "Leio querido Brasil. do nosso sindicato só ob- menor desmerecimento pe-
- na
Letras) página siasmo aumenta quando os tém los esforços de José Boni- deixar corromper po-
o que é fixado pelo pelo
7, do número 37 de o isto é verdade der econômico, tem
jornais publicam que sábio Conselho Nacional fácio. Tanto que
POLITIKA, um trabalho Times londrino no suborno e na corrupção
destacou, de Política Salarial. Nunca que o jovem infante portu-
de Sebastião Nery, que ter- em um suplemento espe- sua arma mais eficiente.
o Banco do Brasil, em toda guês recebeu de mãos bei-
mina com a citação de ciai, POLITI KA já prestou bons
que o nosso gigante a sua já longa história, jada, na mais legítima
minhas. Não são está se transformando na acepção do termo, a coroa serviços ao Brasil. Os tee-
palavras esmagou com tamanha ini-
textualmente as que ditei a meca Império, enquanto nocratas são na
para o capital inter- qüidade os seus devotados de um peritos
Paulo Francis numa entre- nacional, ganhando a con- servidores. E não se diga o nosso infeliz compatrio- arte de negar, sob enco-
vista para Senhor —abril fiança do mundo dos nego- ta, enforcado e esquarteja- menda, a verdade. São es-
que o atual presidente do
— como, e
de 1961 princi- cios. Não se pode esconder do em em apresentar
Banco tem qualquer com- praça pública, paga- pecialistas
pai mente, não se referem à de maneira alguma que es- com a Revolu- ra com a vida o seu auda- os fatos de maneira a que
promisso
pessoa de Josué Montello, cioso sonho de indepen- satisfaçam suas conveniên-
te imenso país esteja num ção, pois ele está no esta-
companheiro que muito ritmo de desenvolvimento belecimento desde os tem- dência. Esta é a linguagem cias. Atualmente, está em
considero e com e de João dos fatos e os fatos consu- moda a única solução
quem extraordinário. Mas é bom pos de Juscelino pos-
mantenho velha relação de não esquecer, também, Goulart. O que ele ambi- mados não se alteram, nem sível. Quando se iniciou no
amizade. Creio ter sido uma ciona, ao esfomear e degra- mesmo através do tempo." Brasil a campanha para a
que: professora pri-
mal informado. É, para o mária recebe a metade do dar os funcionários, é a Concordamos, Aramys, industrialização do petró-
bem da verdade, o que salário de um soldado de no cargo, em gênero, número e grau. leo pelo Estado, os tecno-
permanência
desejava esclarecer." Não adianta o como bom político ULISSES SANTOS eratas de aluguel diziam,
polícia. pesse-
Muito bem, Mestre, aí Murilo falar em milagre, dista e ex-delegado de (Avenida Padre Calazans, em altas vozes, donos que
Uma 1207 - Aracaju - são da grande imprensa,
está o esclarecimento. não adianta o Times estar polícia. possível
"A
PROFESSORA omissão desta carta pode SE) - imprensa que a entrega do
petróleo
fazendo pois nes-
cascata, é real-
LOURDES completada mente muitoimnnrtpntP era a única solução, quan-
MARIA DE tas treze palavras estão re- ser por qual-
FERREIRA bancário, no seu mais o desenvolvimento de do eles tinham que dizer,
LINS (Rua sumidos o retrato e a reali- quer para
Filho, nacional. variado escalão." um país e para o aprimora- se fossem honestos, que
Antônio Sandoval dade da situação
220 - Presidente Prudente a não ê isso aí, João Carlos. mento da sociedade, desde era a única solução que
Logo para gente
- SP) - "Estou enviando, constitui novidade o fato O que se vai fazer? que tenha como objetivo a convém.
-PEREIRA
através do endereço de de ainda hoje no Nordeste ARAMYS informação criteriosa, di-
- zer sempre a verdade, sem é isso mesmo, Ulisses,
POLITIKA, uma carta um trabalhador ser remu- DA SILVA (Niterói
"Entre
para o senhor Lourival nerado com um cruzeiro RJ) — as inúmeras
Fontes. Tomei a liberdade por dia suado e cansativo comemorações programa-
de assim proceder, e por no cabo da enxada; não das pelo governo do presi-
issopeço escusas, por des- constitui novidade o cia- dente Mediei, a fim de

ASSINE
conhecer o endereço da moroso sistema penitencia- assinalar passagem do a
citada pessoa. Ficaria mui- rio brasileiro, nem outras sesquicentenário da nossa
to grata se esta carta che- indecências desfilam emancipação política, ne-
que
gasse ao destinatário por aí sob a vista grossa nhuma se nos afigura mais
por
deferência
V.Sa."

Dona
especial

Maria de
de

Lour-
dos
Milagre.
dirigentes

Esta aí, Walter,


do País do

está aí.
significativa
de 21
Tiradentes, dando
de
do que a data
abril, Dia de
início às
POLITIKA
des, a a JOÃO CARLOS DE comemorações. Isto por-
senhora deixou
- a verdadeira história I
gente numa situação, diga- FIGUEIREDO (Rio que
— "Um do Brasil
da independência
mos, difícil. E se explica: GB) jornal do cali-*
Nome: '
se pudéssemos enviaríamos bre intelectual e cívico do ainda está para ser escrita,

sua carta a Sâo Pedro, para POLITIKA não pode dei- mesmo porque ainda não
Rua: '
xar passar sem um comen- foi efetuada em termos de
que ele a fizesse chegar ao
emancipação econômica,
Lourival Fontes que, infe- tário, desses brilhantes e Bairro: .
uma vez que o país sempre
lizmente, já morreu. Po- corajosos que tenho lido, a
dos funcionários foi uma colônia de ban- Disti iiu I
rém, a senhora situação
poderá
Segue conforme consta
manter a da qual do Banco do Brasil. queiros,
palestra de- I
a fim de da recente insuspeita Município: •
se refere ... é só freqüen- um recorte, que
de claração de Alfredo Mouti-
tar um centro espírita. os jornalistas possam,
nho, representante go- do Estado: CEP: *
arbítrio próprio, aferir da
WALTER NUNES (Rio
- de situações. verno no Eurobraz.
GB)-"Leitor assíduo, disparidade
vemos a ine- Independência, de fato,
da Tribunada Imprensa,! De um lado, POLITIKA um ano.
Desejo ser assinante de por
do Ban- nós é sinônimo de
especialmente para
da coluna gável prosperidade
assim como Para tanto, estou juntamente com este,
enviando,
de co, sua expansão, e de soberania
Sebastião Nery e do
é de
<Cr$ 120,00, por meio de cheque visado pagável no
o surdo soberania sinônimo
Hélio Fernandes, tomo a outro, protesto nome
coisa ne- Rio de Janeiro ou vale postal, emitidos em
liberdade dos funcionários, claman- dignidade, que Al-
de datilografar
nhuma colônia pode ter, de PONTO PROMOÇÕES LTDA., rua Álvaro
estas. do por uma melhoria de - -
Depois do badalado
enquanto não Vjm 21 - 2o. andar sala 205 telefone:
milagre brasileiro, tão de- vencimentos. Vivemos de- pelo menos - Rio-GB.
232-7821
cantado baixo do arrocho saíarial, conseguir sua emancipação
pelo pau-de-arara
Murilo Melo Filho, acredi- da correção monetária e de econômica. Sendo assim, a
data de 21 de abril de
inflação
to que os nossos compâ- quebra com uma da
1972 é a data máxima
triotas à custa
criaram uma ima- que só é combatida
Fritz

/r s&è
mm

Gerente: Enéas Resque


Departamento Comercial
(Publicidade e -
Porto Alegre: Rui Silva de Carvalho
Editores: Jorge França, Mury Lydia Assinaturas): Epitácio Caó
Rua Miguel Tostes, 924, 101
Arte: Antônio Calegari gr.
Ponto Promoções -
POUTIKA Ltda Rua Álvaro Tel. 23-1754
Ilustração: Luis Fonseca
Alvim, 21, 205
gr. Fotos: Tribuna e
da Imprensa, O Cruzeiro
Humor: Fritz, Calicut -
Tel. 232-7821 -
Rio GB O Jornal
(EDITORA TORA LTDA) Relações Públicas: Walter Peneluc Paulo: -
São Paulo Pereira Rua das Fio- Distribuição em todo o Brasil:
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Correspondentes: Murilo Marroquim res, 27, 25 Tel. 33-4210 -
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Sebastião Nery (Grajaú)
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