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37? Ano jsf* 8 — Janeiro 1954 11 EU SEI TUDO

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A Lua se a/as/a de nós * Nosso dia já
não tem mais vinte-e-quatro horas <fr A
tempo será o "chro-
nova unidade de
nie", que será o substituto do segundo.
sr. Danjon, diretor do
Observatório dc Paris, I*
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concedeu a um jornalista
francês uma das mais in- A ONDA DAS
teressantes entrevis- MARÉS TENDE
tas científicas dos últimos SEMPRE A
w torno do PERMANECER E
<9_
ir
tempos, em que CORRESPONDSC
se passa nos domínios ce- COM A LUA
lestes em relação à Terra QUE A PROVA.
em que vivemos.
O assunto repontou
quando estavam prestes a
reunir-se em Roma os
mais destacados elementos
da União Astronômica In-
t,
ternacional, a fim de ali
"se-
discutir a expulsão do
gundo" em nossos reló-
gios. ¦pi»
E qual será a imediata " v*'*
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conseqüência disso? 0 Í_«i:


"dia -médio9' será substi- ONDA*
tuído por outra unidade CRISTA
m
de tempo, o "novo dia', \ '

ou "dia novo", como qui- MARÉS.


sefem, Essa nova medida míÊw *•'•¦><&_¦*- V^
*

do "chronos" será muito


ia.: «Hífl
apropriada às nossas ne-
^ttl
cessidades por ser infini- ^lilíilll
tamente mais exata.
A explicação é muito
simples: dado que a Terra
se vai cansando em seu EFEITO FRENADOR DAS MARÉS
movimento de rotação, a
hora vai ficando também
longa. Num dia, é responsável pelo progressivo retardamento da Terra no «eu
mais A principal
nuo movimento de rotação é a Lua Provoca o eoerguimento grandioeo d*
claro, essa diferença co_«o
massa oceânica (as marés) entre a qual a Terra * forçada a girar
tem possibilidade de per- no interior de um tràvador. No cureo doe milênios, esse Ireio agindo
cepção; mas, em séculos contra o globo terrastre provoca um tal atrito que chega a alterar
do tempo
e séculos, torna-se apre- o periodo de duração da noeea unidade de medida
ciável. Acha aquele as- dia em 1954 è muito mais longo
nosso atual segundo é uma que ura
trônomo que o exemplo, um ano ao tempo
de tempo, pois do que, por
falsidade como contagem
SisSuP'
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IV 37í Ano — N? 8 '— Janeiro — 1954
EU. SEI TUDO
— "Por exemplo, quando nos uti-
de antes da
fdos antigos egípcios —diz êle — de dados atuais
das lizamos
f construção pirâmides.
I Mesmo comparado com os dias de sobre movimentos do Sol e da Lua
Cristo evangelizava o Oriente para calcular o instante de um eclipse
I quando
I próximo, os nossos sãounaiores, têm verificado no tempo de Hiparco, 200
mais segundos. Em face disso, afir- anos antes de Cristo, é preciso sub-
Imam os astrônomos que o segundo trair quatro horas do resultado/'
I atual é insuficientemente certo para Outro exemplo: de 1872 a 1903 o
Inossas necessidades, sobretudo em dia cresceu -de dez milionésimos de
em certos laboratórios em que um segundo. Em quarenta mil anos
ffísica-e
los cálculos são feitos em milioné- o Sol chegará ao zenite à meia-noite,
Lsimos. .. isto é, quando nossa hora marca meio-
t A conferência de Roma foi prepa '.
dia será precisamente meia-noite!
.jl •-, - <a. ..." -

rada pelo sr. A. Danjon, membro do Mas, como teriam os astrônomos


f instituto e do Bureau das Longitudes, percebido esse alongamento gradual
j#£ofessor da Faculdade de Ciências do dia através dos séculos?
I è. como já dissemos, diretor do Ob- Eis o que esclarece o direior do
fservatório de Paris; passou êle dois Observatório de Paris:
lanos a articular elementos, a orga- "Desde há muitos séculos, vi-
: Vnizar programas, a convidar para o nham constatando os astrônomos
fcbnçlave os mais famosos cientistas inexplicáveis contradições entre ob-
Pd-o mundo na especialidade. Preparou servações astronômicas da escola de
f|':.A:urna obra da maior importância sobre
-a, -,i-y m Alexandria (dois séculos depois de
||§ retardamento de rotação da Terra, Cristo), da escola árabe de Babilônia
f livro qüe reflete estudos de três anos r e os da ciência moderna. Notaram
| âe pacientes observações, de buscas que a duração das lunações não era
fe cálculos. a constante. Seria possível admitir que
y^uma antecipação gentil, o astro- todos os astrônomos de antigamente
linomo francês divulgou alguns dados tivessem cometido, sem exceção, os
treíativos ao delicado problema sub mesmos erros? A explicação se tornou
Iinétido à apreciação dos sábios reu- muito simples:
unidos era Roma. "Em todos os obser ^atórios do
— infor-
| Se a Conferência adotar "chronie" mundo entraram a procurar uma
t mou êle ao repórter — o teoria idônea para explic ,r esse es-
"segundo", ficaremos
lem lugar do tranho fenômeno. O astrônomo La-
; então com duas escalas de tempo si- lande, que viveu em fins do sé-
multâneamente em uso para duas es-
-'.* I ¦¦¦.-.'-. culo XVIII, havia apresentado uma
i*
§ pecies de efemérides: uma para o hipótese que pareceu inverossímil em
I inundo inteiro, outra para um número sua época e que ninguém aceitou*
4 restrito de especialistas. Acha mesmo escreveu êle que todos os movimentos
! o astrônomo que, de futuro, a unidade de marés do ocidente para o oriente
Ide tempo tem que ser uniformizada,
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e alguns outros fenômenos naturais,
tanto para a das efemérides, como como o vento, podiam "afetar o mo-
para o tempo universal. vimento de rotação da Terra e, por
Segundo declarações do sr. Danjon conseqüência* alterar um pouco a du-
a Terra se vai retardando em seu ração dos dias supostos uniformes",
movimento de rotação, em três milé- D i s t â n - desde toda antigüidade.
simos de segundo por anc, ou sejam cia exata Assim pôde ser demonstrado que
trinta segundos por século e, final- Vda© Lua (30
z o % o a Terra diminuía de velocidade em
mente, cinqüenta minutos em IXiil diâmetro da seu movimento de rotação, tornando
anos Para ilustrar os seus informes se os nossos dias longos. Os resul-
A- apresenta o astrônomo os mais curiosos tados das observações foram decisivos c
W:
casos concretos. ficou provado que os astrônomos antigos
37? Ano N? 8 laneiro

não haviam cometido ne-


nhum erro. 0 caso era
este: eles trabalhavam em ÍvmÍ IR^aipEJS»:m. ¦*'- 's*$VÍ W?*f?i ^fl I

dias mais cartos do que


os nossos! 'LZttíSBk ^iW$4SÊ$&irí?ÊmmWmW$WayW, -¦ t '.. L +4L ImWmWSmWÊIMÊm^Ê H
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tão, que a teoria de La-


lande era uma surpreen-
dente e genial antecipa-
ção! Aquele astrônomo,
embora houvesse desço-
berto o fenômeno, teórica-
mente, não o pôde ver na
realidade. Levou anos a
calcular a aceleração da
Lua, sem nunca ver que
era a Terra que se retar-
dava!
A aceleração do Sol e
dos planetas assenta na
mesma ilusão daquela da ;:y%M'sÊm

Lua: é a Terra que vai di-


minuindp sua velocidade
em século. Os astrônomos es- século. Mas o cálculo correto ainda não
de século
entre 1852 e 1952, a foi concluído. E não é tudo! A esta va-
tabeleceram que,
duração do dia havia crescido de 0,00164 riação secular de nosso planeta aliam-se
desordenadas de caráter álea- EB»
de segundo. Quanto às causas desse re- flutuações '•AAí-M

tardamento da Terra, vêem eles nos fe- tório que escapam a todas as leis. Assim,
nômenos das mqrés e nos atritos destas o ano de 190Ü foi mais longo do que o •*. L-;yg>:

1918. Mas, perguntam os astrônomos:


L **.

sobre a crosta terrestre. Quanto menos de


"Sabemos
é um mar, tanto maior é o que flutuações nos reserva a
profundo
atrito. O mar de Behring, por exemplo, Terra nos séculos por vir?"
é responsável, somente êle, por sete dé- Há mais de cem anos que a duração
cimos do efeito total! do dia não cessa de aumentar. A Terra
é objeto de variações conforme as esta-
Referindo-se aos gerais temores acerca ções, e cuja amplitude pode atingir
de um choque da Lua contra a Terra, 0,12 de segundo.
o sa-
pelo fato de se haver suposto que De junho a novembro o dia real é mais
iélite se aproximava do nosso planeta à curto que o dia'médio* e o dia mais curtiu
razão de dois metros por século, escla- cai em setembro. Mas, de novembro W
receu que isso é certo quanto à apro- junho, é êle mais longo. Cai em março
ximação, mas falso quanto ao perigo de o dia mais comprido.
"um
choque. Explicou que as nossas atra- Depois de ouvir falar sobre tudo isto,
um jogo de
ções planetárias obedecem* a o jornalista perguntou ao sábio Danjon:
aproximações, mas o fenômeno das marés Meu caro diretor; se a Terra vai
age em sentido contrário. Por esse mo- perdendo assim a sua velocidade de ro-
tivo, a aproximação é contrabalançada tação, chegará um dia era que ela vai
anula
pelo movimento das marés que parar de uma vez ?"
aquele risco. — A Terra se imobilizará, sem dúvida,
os an- quando perder toda. a sua energia! -
Ao contrário do que acreditavam Danjon. — Mas não nos
concluiu o sr.
tigos, a Lua não tem nenhuma possibili- Isso se dará só daqui a al-
com a Terra. Ao con- assustemos.
dade de chocar-se de milhões de anos...
alguns metros por gumas centenas
trario, ela se afasta

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