Posicionada na região central da Península Itálica, a cidade de
Roma deu origem a uma das mais importantes civilizações e influenciaram os valores do mundo ocidental contemporâneo. De sua longa trajetória histórica e dos valores de sua cultura, herdamos várias línguas,
concepções estéticas, instituições e formas de governo que se
tornaram grandes referenciais na contemporaneidade. Além de formarem uma cultura bastante complexa, os romanos formaram um grande império que marcou a história política e militar da antiguidade. Com seu extenso processo de conquistas transformaram a mítica cidade dos irmãos Rômulo e Remo em um amplo território que dominou a península Ibérica e Itálica, grande parte do litoral norte da África e parte da Ásia Menor. A história de Roma remonta a 753 a.C., com a fundação de um pequeno povoado na península Itálica. Embora a fundação tenha ocorrido no século VIII a.C., o mais antigo registro escrito é o
estabelecido pelo historiador
Marco Terêncio Varrão (116 a.C. – 27 a.C.) durante o reino de Augusto, cerca de 500 anos após o fato. Com o tempo, Roma tornou-se o centro de uma vasta civilização que dominou a região mediterrânica durante séculos, e que seria derrubada por algumas tribos germânicas, dando início à era historiográfica da Idade Média. Tornou-se a sede da Igreja Católica e, por pressão das circunstâncias políticas, seria obrigada a ceder parte de si, no seu interior, para formar um Estado independente, a Cidade do Vaticano. Continuou, no entanto, a desempenhar um papel importante na política global, tal como o fez na história e cultura dos povos europeus durante milênios. A Fundação de Roma é um evento ainda pesquisado por arqueólogos e historiadores, uma vez que as fontes literárias sobre o assunto datam de centenas de anos após sua ocorrência, de forma que cada descoberta arqueológica demanda novas formas de analisar as citadas fontes. Os romanos elaboraram um complexo conto mitológico sobre a origem da cidade e do Estado, que se uniu à obra histórica de Tito Lívio e às obras poéticas de Virgílio e Ovídio, todos da era
do imperador Augusto. Naquela época, as lendas oriundas de
textos mais antigos foram trabalhadas e fundidas num conto único, no qual o passado mítico foi interpretado em função dos interesses do império. Os modernos estudos históricos e arqueológicos, que se baseiam nestas e em outras fontes escritas, além de objetos e restos de construções obtidos em vários momentos das escavações, tentam reconstruir a realidade que existe no conto mítico, no qual se reconhecem alguns elementos de verdade.
Por muito tempo postulou-se que os verdadeiros fundadores da
cidade propriamente dita teriam sido os etruscos que instalaram- se na região no século VI a.C., no entanto, evidências arqueológicas recentemente descobertas questionam a veracidade desta afirmação. A data da fundação é, a rigor, desconhecida, embora autores como Tim Cornell argumentem que teria sido no século VIII a.C. Durante o reinado de Augusto
o historiador Marco Terêncio Varrão (116–27 a.C.) estabeleceu a
data como 21 de abril de 753 a.C. com base em estudos do astrólogo Lúcio Tarúcio Firmano. Outro ponto conflitante em relação a Roma é a etimologia de seu nome. Embora associado pela tradição com Rômulo, diversos autores, tanto clássicos como modernos, associaram diversas origens para o nome “Roma”.