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Extrair metais de plantas pode ser melhor que


mineração convencional
Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/08/2021

Microscopia de fluorescência de raios X da planta hiperacumuladora de níquel Alyssum murale. A cor vermelha mostra sua estrutura, a cor
verde mostra cálcio e o azul mostra o níquel. [Imagem: Antony van der Ent]

Mineração vegetal

Pesquisadores australianos afirmam que a fitomineração - ou agromineração - está pronta para sair dos
laboratórios para as minas, ou lavouras minerais, como queira.

A proposta da fitomineração é desenvolver técnicas de extração de metais de um grupo incomum de


plantas, chamadas hiperacumuladoras. Hiperacumuladoras são plantas que acumulam metais em altos
teores, tendo aparentemente evoluído para prosperar em solos ricos em metais, que matariam a planta
em seu estado original.

Mais do que sobreviver, elas passam a absorver e acumular concentrações excepcionalmente altas de
metais em sua biomassa, chegando a 5% em peso em alguns casos, tornando essas plantas autênticos
biominérios.

E os pesquisadores acreditam que já estamos prontos para começar a fazer "mineração vegetal".

"No estágio atual, a fitomineração pode ir para a escala real para o níquel imediatamente, enquanto a
fitomineração para o cobalto, o tálio e o selênio estão ao alcance," afirmou o professor Antony van der Ent,
da Universidade de Queensland. "Há uma abundância de minérios não convencionais que poderiam ser
aproveitados por fitomineração, como solos ultramáficos abundantes em regiões tropicais, que
normalmente contêm 0,5-1% em peso de níquel, abaixo dos níveis de corte para a mineração
convencional."

Fluorescência de raios X de uma fruta hiperacumuladora, mostrando níquel em vermelho, cálcio em


verde e potássio em azul.

[Imagem: Sustainable Minerals Institute/University of Queensland]

Fazendas minerais

Uma das vantagens da fitomineração é que é um método mais sustentável de extrair metais que estão se
tornando cada vez mais difíceis de acessar devido a fatores ambientais, sociais, de governança e
técnicas complexas associadas à localização de novas minas.

Além disso, o níquel, zinco, manganês, cobalto, selênio e tálio, todos encontrados em plantas
hiperacumuladoras específicas, são vitais para as tecnologias renováveis, o que tem feito seu preço
disparar.

"Plantas como a Alyssum murale podem atingir rendimentos de até 400 kg de níquel por hectare por ano,
que vale cerca de US$ 4.000 a preços atuais, excluindo custos de produção e processamento. O níquel
de origem biológica também é único por ser de pureza particularmente elevada, com a biomassa
processada contendo 20-30% de níquel, e poucas das impurezas geralmente associadas aos minérios
de níquel convencionais," disse Antony.

A equipe está agora negociando com empresas mineradoras, detentoras dos direitos de exploração das
áreas ricas em minérios, para realizar testes em larga escala, que possam confirmar as vantagens
dessas colheitas minerais.

Outra alternativa é testar a fitomineração não nas reservas principais, mas nas sobras dos minerais que
já foram processados pelas técnicas convencionais. "A fitomineração também torna possível coletar
metais de baixo teor, prejudiciais ao meio ambiente, dos resíduos da mina, essencialmente fazendo
'tesouro com o lixo' e, ao mesmo tempo, reabilitando os resíduos da mina," disse Antony.

Fonte: 
Site Inovação Tecnológica- www.inovacaotecnologica.com.br
URL: https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=mineracao-vegetal-
como-extrair-metais-plantas

 
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