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ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS DE


DIFERENTES TECNOLOGIAS EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA E IRRADIÂNCIA

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Alexandre Jose Bühler Arno Krenzinger


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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F. Chenlo
Centro Investigaciones Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas
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Revista Brasileira de Energia Solar

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE MÓDULOS


FOTOVOLTAICOS DE DIFERENTES TECNOLOGIAS EM FUNÇÃO DA
TEMPERATURA E IRRADIÂNCIA
Alexandre José Bühler – purpleblind@yahoo.com.br
Arno Krenzinger – arno.krenzinger@ufrgs.br
Labsol - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Engenharia Mecânica
Faustino Chenlo Romero – faustino.chenlo@ciemat.es
Centro de Investigaciones Energéticas Medioambientales y Tecnológicas – Madrid, España

Resumo. A eficiência de conversão de um módulo fotovoltaico é um dado fundamental para prever quanta energia este
é capaz de fornecer em uma determinada condição de operação. A informação da eficiência de um módulo pode ser
encontrada em seu catálogo de características elétricas, entretanto na maioria das vezes este dado é informado
somente para a condição padrão. Considerando que a eficiência varia com a temperatura e com a irradiância, é
importante conhecer de que forma isto ocorre, tanto para módulos de silício cristalino, que ainda dominam
amplamente o mercado, como para tecnologias de filmes finos que vem aumentando gradativamente o seu papel no
cenário mundial. Obtendo funções matemáticas que representem a variação da eficiência em função da temperatura e
da irradiância é possível prever com maior exatidão a energia que o dispositivo fotovoltaico será capaz de fornecer
sob as mais diversas condições de operação. Este trabalho apresenta um ensaio realizado com seis módulos
fotovoltaicos de diferentes tecnologias, sob condições de iluminação natural, para a determinação da variação da
eficiência de conversão elétrica com respeito à temperatura e irradiância.

Palavras-chave: Energia Solar Fotovoltaica, Módulos Fotovoltaicos, Eficiência de Conversão, Filmes Finos.

1. INTRODUÇÃO

A importância da energia solar fotovoltaica no mundo tem crescido muito nos últimos anos. Isto se deve em parte
pela necessidade de implementação de fontes de energia renováveis na matriz energética de muitos países. O
crescimento do uso de sistemas fotovoltaicos ocorreu principalmente na Europa, onde a Espanha e a Alemanha
constituem fortes exemplos. A cada ano novas centrais de conversão de energia elétrica fotovoltaica são instaladas, com
potências tipicamente superiores a 1MW. Atualmente a maior central de conversão do mundo se encontra na Espanha,
na cidade de Olmedilla, com uma potência instalada de 60 MW (Pvresources, 2010). Neste cenário, se torna cada vez
mais importante conhecer como a eficiência de conversão dos dispositivos fotovoltaicos varia de acordo com as
condições de operação, tanto para módulos de silício cristalino, que ainda dominam amplamente o mercado, quanto
para tecnologias de filmes finos que vem aumentando gradativamente o seu papel no cenário mundial. Através da
análise da variação da eficiência é possível prever com maior exatidão a energia que pode ser convertida por um dado
sistema ao longo do tempo, e com isso estimar o custo real da energia elétrica proveniente da conversão fotovoltaica.
Modelos descrevendo a variação da eficiência de acordo com as condições de operação podem ser encontrados em
Durisch et. al., (2007) e Topic et. al., (2006) entre outros. Em Huld et al., (2009) é proposto um modelo para
determinação do valor instantâneo da eficiência, levando em conta a temperatura do módulo e a irradiância incidente.
Em um trabalho publicado por Durisch et. al., (1996) são apresentados dois modelos distintos para a representação da
variação da eficiência com a irradiância. Entretanto cada modelo é aplicado para um módulo diferente não sendo
realizada uma comparação entre estes modelos buscando avaliar qual é o mais indicado para aplicação em módulos de
diferentes tecnologias. Neste trabalho ambos os modelos sugeridos por Durisch et. al., (1996) foram aplicados para sete
módulos de diferentes configurações e tecnologias buscando avaliar qual representa de forma mais fiel a variação da
eficiência de conversão com a irradiância. Foram também medidas curvas com diferentes temperaturas, mas com
valores muito próximos de irradiância. Estas curvas foram posteriormente corrigidas para a condição de 1000 W/m²,
buscando assim avaliar a variação da eficiência com respeito à temperatura.

2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Para determinar qual a eficiência de um módulo fotovoltaico é necessário saber a irradiância que incide sobre a
superfície do mesmo e qual a potência que o módulo é capaz de fornecer para esta energia a uma dada temperatura.
Matematicamente a definição de eficiência é dada pela Eq. 1.
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PM
η= (1)
AG

onde η é a eficiência do módulo, PM é a máxima potência que o módulo é capaz de fornecer para uma dada condição de
temperatura e irradiância, A é a área do módulo e G é a irradiância global incidente no plano do mesmo.
Para a determinação da eficiência dos módulos ensaiados neste trabalho a técnica adotada foi a de medir uma
curva característica de corrente por tensão (I-V) e através desta determinar o seu ponto de máxima potência. Todas as
curvas utilizadas para a elaboração deste trabalho foram medidas junto ao Centro de Investigaciones Energéticas
Medioambientales y Tecnológicas (CIEMAT), centro de ensaios e estudos em energia solar fotovoltaica do governo da
Espanha. Todas as curvas foram medidas com iluminação natural, com uma resolução de 4½ dígitos para a corrente e
para a tensão e com uma resolução de 0,1°C para a temperatura, medida por meio de um sensor termopar tipo J fixado
na parte traseira dos módulos. Cada curva I-V foi medida com um total de 130 pontos em um tempo total de varredura
da ordem de 2 segundos.
Para a medida da irradiância global incidente foi utilizada uma célula de referência de tecnologia de silício
monocristalino, modelo Si-10TC-K. Esta célula possui um circuito interno, que alimentado com uma tensão entre 12V e
28V assegura que a corrente de curto-circuito medida nos terminais da célula não apresente variação com a temperatura.
Isto é importante para a determinação do coeficiente de variação da corrente de curto-circuito com a temperatura do
módulo. Caso o sensor de irradiância apresentasse uma variação com a temperatura seria necessário medir sua
temperatura para aplicar uma posterior correção dos valores medidos. A determinação do coeficiente de variação da
corrente de curto-circuito com a temperatura do módulo foi necessária neste trabalho para a correção das curvas
medidas em diferentes irradiâncias para a temperatura de 25°C. A incerteza associada à medida de irradiância desta
célula, que foi calibrada junto ao CIEMAT, é inferior a 2%.
A Fig. 1 apresenta o equipamento utilizado para a medida das curvas I-V, a Fig. 2 apresenta uma vista frontal de
um módulo em ensaio e a Fig. 3 apresenta uma vista lateral do módulo em ensaio onde se pode observar uma estrutura
metálica para apoio dos módulos que permite tanto a variação do ângulo azimutal como do ângulo zenital.

Figura 1 – Equipamento de medida utilizado para a determinação de curvas I-V.

Figura 2 – Vista frontal de um módulo fotovoltaico em ensaio.


Revista Brasileira de Energia Solar

Figura 3 – Vista lateral de um módulo fotovoltaico em ensaio.

A metodologia adotada para a determinação da variação da eficiência de módulos fotovoltaicos com a temperatura
é descrita a seguir:

a) É anexado um sensor de temperatura na parte traseira do módulo, junto a uma célula central.
b) A célula de referência é posicionada no mesmo plano do módulo, buscando um ângulo inferior a 5 graus entre a
normal à superfície do módulo e os raios solares;
c) O módulo é mantido coberto por um material opaco de forma que a sua temperatura estabilize em um valor
próximo da temperatura ambiente. O ensaio é realizado em um horário próximo do meio-dia solar, o que
proporciona um valor de irradiância superior a 800 W/m². Cabe ressaltar que todas as curvas medidas para a
realização deste trabalho foram medidas no inverno e por isto em alguns casos não foi possível medir curvas com
valores de irradiância próximos de 1000 W/m².
d) O módulo é descoberto e uma curva I-V é medida.
e) A partir do momento em que o módulo é exposto a irradiância, sua temperatura aumenta gradativamente. Dessa
forma, a cada intervalo de mais ou menos 2°C uma nova curva é medida. São medidas curvas I-V até que a
temperatura do módulo entre em regime estacionário.
f) Durante o tempo de aquisição de uma curva I-V (aproximadamente 2 segundos), a irradiância pode sofrer uma
variação considerável a ponto de interferir nos resultados, portanto, para a elaboração deste trabalho foi tolerada
uma máxima variação de 10 W/m² ao longo da aquisição de uma curva I-V.
g) O tempo necessário para um módulo atingir o regime estacionário, uma vez em processo de aquecimento pela luz
solar, depende de vários fatores, como do tipo de material presente na parte frontal do módulo (vidro ou polímero),
da temperatura ambiente e da radiação incidente. Desta forma, podem-se medir curvas com uma diferença
considerável entre os valores médios de irradiância. Para evitar isto, durante o processo de aquecimento o módulo
pode ser reorientado para proporcionar um valor menor ou maior de irradiância incidente, de forma que a máxima
diferença entre os valores médios de irradiância de todas as curvas medidas não seja superior a um determinado
valor, que para este trabalho foi estipulado em 50 W/m².
h) Após medidas, as curvas são transladadas para uma condição de 1000 W/m² por meio do método de translação
geométrica descrito em Bühler e Krenzinger, (2008).
i) Por fim são calculadas as eficiências de conversão do modulo relativas a cada temperatura medida.

Para a determinação da variação da eficiência de módulos fotovoltaicos com a irradiância, é necessário medir
curvas I-V com valores de irradiância distintos, porém com mesmo valor de temperatura, que neste trabalho foi
estipulada em 25°C. Para tanto, a metodologia adotada consistiu nas seguintes etapas:

a) O módulo é posicionado de forma que o ângulo entre a normal à sua superfície e os raios solares seja menor do
que 5°.
b) A temperatura do módulo é monitorada, por meio de um sensor fixado na sua parte traseira, até que atinja um
valor próximo de 25°C. É assumido que a temperatura ambiente esteja abaixo de 25°C, caso contrário esta
metodologia de ensaio só pode ser aplicada em uma câmara climatizada, tal qual descrita em Bühler et. al., (2009).
c) Uma curva I-V é medida, sendo esta curva relativa ao maior valor de irradiância para o ensaio.
d) O ângulo entre a normal e os raios solares é ligeiramente alterado, de forma que a irradiância incidente assuma um
novo valor e uma nova curva I-V possa ser medida.
e) O ângulo entre a normal e os raios solares é sucessivamente alterado e para cada novo valor uma nova curva I-V é
medida até que a irradiância incidente sobre o módulo seja totalmente devida a parcela difusa. Este será o menor
valor de irradiância do ensaio.
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f) À medida que as curvas com diferentes valores de irradiância vão sendo medidas, a temperatura do módulo varia.
Portanto, a orientação do módulo é modificada sempre que existir a necessidade de aquecer ou resfriar o módulo,
de forma que todas as curvas I-V possam ser medidas com uma temperatura de 25°C ± 5°C.
g) Após medidas, todas as curvas são transladadas para a temperatura de 25°C, novamente utilizando o método de
translação geométrico.
h) Por fim são calculadas as eficiências de conversão do módulo relativas a cada irradiância medida.

3. RESULTADOS OBTIDOS

Para este trabalho foram ensaiados seis módulos, cujas características de catálogo são fornecidas na Tab. 1.
Entre os módulos ensaiados destaca-se o modelo SPR-300-WHT-I da empresa SunPower por possuir a segunda
maior eficiência encontrada em módulos comerciais atualmente disponível no mercado. Até o presente momento, o
módulo de maior eficiência é o de modelo SPR-315E-WHT-D, também da empresa SunPower, com 19,3% de
eficiência. Estes módulos possuem contatos metálicos localizados na parte posterior do módulo, o que aumenta a área
útil para absorção de luz. A sigla HIT que descreve a tecnologia do módulo da empresa Sanyo, apresentada na Tab. 1,
significa Heterojunction with Intrisic Thin layer. Trata-se de uma lâmina de silício monocristalino envolta por duas
lâminas ultrafinas de silício amorfo.

Tabela 1 – Módulos ensaiados e dados de catálogo relativos à condição padrão de ensaio.

Fabricante Modelo Tecnologia ISC (A) VOC (V) PM (W)


Shell Solar Eclipse 80C CIS 2,68 46,60 80
Siliken SLK60P6 p-Si 7,38 36,90 200
Solarex MST-43LV a-Si/a-SiGe 3,30 22,70 43
Sun Power SPR-300-WHT-I m-Si 5,87 64,00 300
Sanyo HIP-200NHE1 HIT 5,50 49,60 200
Würth Solar WSG000175E CIS 2,40 43,10 75

Em todos os módulos analisados a variação da eficiência com a temperatura pode ser expressa por uma relação
linear em acordo com o que é encontrado na literatura. Para a representação matemática da variação da eficiência com a
irradiância, foram testados dois modelos matemáticos sugeridos por Durisch et. al., (1996). Estes modelos são
apresentados nas Eqs (2) e (3).
η = aG + b G + c 3 G + d 4 G + e5 G (2)

bG
η = aG + (3)
c+G

onde a, b, c, d, e e são coeficientes de ajuste.


As Figs. 4 a 9 apresentam a variação da eficiência com a temperatura e com a irradiância para os seis módulos
ensaiados.
10.4 10

10.2 Módulo de tecnologia CIS 9


42 células em série
10 8 Módulo de tecnologia CIS
Ajuste Linear 42 células em série
9.8 7
η = aT + b
a = -0,031 η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG 1/5
Eficiência (%)

Eficiência (%)

9.6 b = 9,065 6 η = aG + bG/(c+G)

9.4 η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG1/5


5 a = 4,658
b = 0,194
9.2 c = -6,138
4
d = 25,700
9 e = -23,627
3
8.8 η = aG + bG/(c+G)
2 a = -5,04 -4
b = 10,128
8.6
1 c = 40,915

8.4
24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
Temperatura (°C)
Irradiância (W/m )
Figura 4 - Variação da eficiência de conversão de um módulo de tecnologia CIS (42 células em série e 2 em paralelo)
com relação à a) temperatura e b) irradiância.
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14 14
13
13.8
Módulo de tecnologia p-Si 12
60 células em série Módulo de tecnologia p-Si
13.6 11 60 células em série
Ajuste Linear
13.4 10 η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG 1/5
η = aT + b 9 η = aG + bG/(c+G)
Eficiência (%)

Eficiência (%)
13.2 a = -0,049
b = 14,092 8 η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG 1/5
a = 10,890
13 7 b = 0,472
c = -14,876
6 d = 61,974
12.8
e = -56,740
5
12.6 4
η = aG + bG/(c+G)
12.4 3 a = -6,76-4
2 b = 13,763
c = 13,174
12.2
1
12 0
12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Temperatura (°C) Irradiância (W/m 2)

Figura 5 - Variação da eficiência de conversão de um módulo de silício policristalino (60 células em série) com relação
à a) temperatura e b) irradiância.
6 5
Módulo de tecnologia a-Si/a-SiGe
5.8 16 células em série
Módulo de tecnologia a-Si/a-SiGe
5.6 Ajuste Linear 4 16 células em série

5.4 η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG 1/5


η = aT + b η = aG + bG/(c+G)
Eficiência (%)

Eficiência (%)

5.2 a = -0,019 3
b = 5,377 η = aG + bG1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG 1/5
a = 3,103
5 b = 0,121
c = -3,950
4.8 d = 16,742
2
e = -15,489

4.6
η = aG + bG/(c+G)
4.4 1 a = -2,45 -4
b = 5,128
c = 20,241
4.2

4 0
20 22 24 26 28 30 32 34 36 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100

Temperatura (°C) Irradiância (W/m 2)

Figura 6 - Variação da eficiência de conversão de um módulo de silício amorfo de dupla união (16 células em série e 4
em paralelo) com relação à a) temperatura e b) irradiância.
19 19
Módulo de tecnologia m-Si 18
18.8 (metalização posterior) 17
96 células em série 16
Módulo de tecnologia m-Si
18.6 (metalização posterior)
15
Ajuste Linear 96 células em série
14
18.4 13 η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG 1/5
η = aT + b
12 η = aG + bG/(c+G)
Eficiência (%)

Eficiência (%)

18.2 a = -0,053
b = 19,671 11
η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG 1/5
10 a = 21,030
18
9 b = 1,015
8 c = -30,932
17.8 d = 126,618
7 e = -114,676
17.6 6
5 η = aG + bG/(c+G)
17.4 4 a = -7,98-4
3 b = 18,686
2 c = 4,972
17.2
1
17 0
24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Temperatura (°C) Irradiância (W/m 2)

Figura 7 - Variação da eficiência de conversão de um módulo de silício monocristalino de alta eficiência (96 células em
série com metalização posterior) com relação à a) temperatura e b) irradiância.
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17.2 18
17
17 16
Módulo de tecnologia HIT Módulo de tecnologia HIT
72 células em série 15 72 células em série
16.8
14
Ajuste Linear 13 η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG 1/5
16.6
η = aT + b 12 η = aG + bG/(c+G)
Eficiência (%)

Eficiência (%)
16.4 a = -0,041 11
b = 17,290 η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG1/5
10 a = 21,910
16.2 9 b = 1,141
c = -33,919
8 d = 137,119
16 7 e = -123,240
6
15.8 η = aG + bG/(c+G)
5
a = -7,13-4
4 b = 17,703
15.6
3 c = 7,775
15.4 2
1
15.2 0
20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Temperatura (°C) Irradiância (W/m 2)

Figura 8 - Variação da eficiência de conversão de um módulo de tecnologia HIT (silício monocristalino envolto por
duas camadas de silício amorfo com 72 células em série) com relação à a) temperatura e b) irradiância.
10.4 10

10.2 9
Módulo de tecnologia CIS
70 células em série
10 8
Ajuste Linear
Módulo de tecnologia CIS
9.8 7 70 células em série

η = aT + b
Eficiência (%)

Eficiência (%)

9.6 6 η = aG + bG 1/2 + cG1/3 + dG 1/4 + eG1/5


a = -0,0212 η = aG + bG/(c+G)
b = 9,763
9.4 5 η = aG + bG 1/2 + cG 1/3 + dG 1/4 + eG 1/5
a = 3,348
9.2 4 b = 0,157
c = -4,726
d = 19,350
9 3 e = -17,574
η = aG + bG/(c+G)
8.8 2
a = -7,07 -4
b = 9,324
8.6 1 c = 53,006

8.4 0
18 21 24 27 30 33 36 39 42 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Temperatura (°C) Irradiância (W/m 2)

Figura 9 - Variação da eficiência de conversão de um módulo de tecnologia CIS (70 células em série) com relação à a)
temperatura e b) irradiância.

Através das Figs. 4(a) a 9(a) é possível observar que todas as curvas de variação da eficiência com a temperatura,
apresentaram baixo desvio em relação a uma tendência linear. Todos os módulos ensaiados apresentaram uma
diminuição da eficiência com o aumento da temperatura, sendo o módulo de silício monocristalino SPR-300-WHT-I o
que apresentou o maior coeficiente. O módulo de silício amorfo de dupla união, modelo MST-43LV, foi o que
apresentou a menor variação da eficiência com respeito à temperatura, quase três vezes menos do que o módulo SPR-
300-WHT-I.
A Tab. 2 apresenta os resultados obtidos para a variação da eficiência com a temperatura ( ∂η ∂T ) de cada um
dos seis módulos medidos. São também apresentados os valores de eficiência relativos à temperatura de 50°C, que é
uma temperatura próxima da que módulos expostos a luz solar tipicamente atingem no Brasil em média ao longo do
ano. Eficiências de conversão para esta condição de operação fornecem uma idéia mais realista da energia convertida ao
longo do tempo para um dado sistema fotovoltaico.
Nas Figs. 4(b) a 9(b), referentes à variação da eficiência com a irradiância, pode-se observar uma baixa dispersão
dos pontos medidos em relação aos modelos matemáticos aplicados. Pode-se concluir que ambos os modelos aplicados
descrevem bem o comportamento da eficiência com respeito à irradiância, de forma que a utilização de um ou outro
proporcionaria resultados similares se aplicados em programas de simulação. A única diferença significativa é que o
modelo descrito pela Eq. (3) é matematicamente mais simples e, portanto, apresenta maior facilidade na determinação
de seus coeficientes. Isto ocorre porque para o processo de determinação dos coeficientes de ajuste, este modelo é
menos dependente dos valores iniciais atribuídos a estes coeficientes.
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Tabela 2 – Coeficiente de variação da eficiência com a temperatura para os módulos medidos, eficiência de catálogo e
valores determinados de eficiência para a condição padrão e para a condição de 50°C e 1000W/m².

Módulo ∂η (%/°C) η (condição padrão) (%) η (1000W/m², 50°C) (%) η (catálogo) (%)
∂T
Eclipse 80C -0,031 8,29 7,51 9,30
SLK60P6 -0,049 12,87 11,64 13,25
MST-43LV -0,019 4,90 4,43 4,96
SPR-300-WHT-I -0,053 18,35 17,02 18,38
HIP-200NHE1 -0,041 16,26 15,24 15,96
WSG000175E -0,021 9,23 8,70 10,29

4. CONCLUSÕES

A variação da eficiência com a temperatura de todos os módulos analisados pode ser representada por uma função
linear, fornecendo assim um bom grau de representação. Todos os módulos apresentaram uma diminuição da eficiência
com o aumento da temperatura, sendo o módulo de silício monocristalino SPR-300-WHT-I o que apresentou o maior
coeficiente, da ordem de -0,05%/°C. O menor coeficiente encontrado foi para o módulo de silício amorfo de dupla
união, com um valor quase três vezes menor do que o do módulo SPR-300-WHT-I.
Foi encontrada uma diferença máxima superior a 10% entre a eficiência medida e a informada pelo fabricante
(condição padrão) para os dois módulos de tecnologia CIS. Nos demais casos a diferença média foi da ordem de 1,2%.
Ambas as funções matemáticas aplicadas para a representação da variação da eficiência com a irradiância
forneceram bons resultados, sendo que a diferença mais significativa entre essas funções foi o fato de uma delas
apresentar maior facilidade no processo de determinação dos coeficientes de ajuste.

AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o uso das instalações e
equipamentos do Centro de Investigaciones, Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas (CIEMAT).

7. REFERÊNCIAS

Bühler, A. J. e Krenzinger, A., 2008. Comparação entre diferentes métodos de translação de curvas I-V de módulos
fotovoltaicos, In: Congresso Brasileiro de Energia Solar e III Conferencia Latinoamericana de la ISES, 2008,
Florianópolis. Anais do II CBENS & III ISES-CLA. Recife : ABENS.
Bühler, A. J. ; Gasparin, F. P. ; Rampinelli, G. A. and Krenzinger, A., 2009. Development of a climatic chamber for
photovoltaic modules testing, In: 20th International Congress of Mechanical Engineering, 2009, Gramado - RS.
Durisch, W., Urban, J. and Smestad, G., 1996. Characterisation of solar cells and modules under actual operating
conditions, WREC-IV World Renewable Energy Congress No4, Denver, Colorado, vol. 8, n° 1-4, pp. 359-366.
Durisch, W., Bitnar, B., Mayor, J-C., Kiess, H., Lam, K-H. and Klose, J., 2007. Efficiency model for photovoltaic
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Pvresourses, 2010. Disponível no endereço eletrônico www.pvresourses.com, capturado em 20 de março de 2010.

Abstract. The value of photovoltaic module efficiency is fundamental to esteem the amount of energy that can be
converted in a specific operating condition. The efficiency can be found in the electrical datasheet of a photovoltaic
module, however in the most of the cases this value is provided only for the standard test condition. Take into account
that the efficiency varies with the temperature and irradiance, it is very important to know the way it occurs. It is
important not only for crystalline silicon modules, witch still represent the dominant part of the PV trade, but also for
thin film technologies which are continuously increasing their role in the international market. By fitting mathematic
functions that represent the variation of efficiency with temperature and irradiance, it is possible to calculate the
energy that the device will be able to provide under different operating conditions. This work presents experimental
tests using six different modules of different technologies, under natural illumination, for the determination of the
efficiency variation with temperature and irradiance.

Keywords: Photovoltaic solar energy, Photovoltaic Modules, efficiency of conversion, Thin Films.

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