Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Abstract
This paper aims to show the historical development of an axiomatic system, empha-
sizing the logical aspects in the context of the evolution of mathematical logic in general
and the logic ideas on the same period. The example chosen was the axiomatic set theory
what begins in 1908 with E. Zermelo and the discussions and changes occurring until 1930
when ZF was presented, axiomatic system of set theory which is used until today.
Resumo
Este artigo pretende apresentar o desenvolvimento histórico de um sistema axiomático,
ressaltando os aspectos lógicos como parte da evolução da lógica matemática no período
referido, incluindo as ideias lógicas pertinentes. O exemplo utilizado foi a axiomática da
Teoria de Conjuntos que começa em 1908 com E. Zermelo e as discussões e mudanças acon-
tecidas até 1930 quando é apresentado ZF, o sistema axiomático da Teoria de Conjuntos
que é usado até hoje.
1 Introdução
Ernst Zermelo (1871–1953) foi um lógico e matemático alemão que formava parte do círculo
de David Hilbert1 e preocupava-se, entre outros tópicos, pela Teoria de Conjuntos e a mate-
mática transfinita de Georg Cantor. Neste contexto, e motivado pelos paradoxos da teoria de
conjuntos, propõe em 1908 um sistema axiomático para formalizar a Teoria de Conjuntos em
[Zermelo, 1908], base da denominada “Teoria de Conjuntos de Zermelo”.
Num período no qual a lógica matemática ainda estava em desenvolvimento com relação
a problemas fundamentais, várias questões dessa teoria foram discutidas até chegar em 1930
à teoria de conjuntos de Zermelo-Fraenkel que se impôs como a principal teoria axiomática
envolvendo o conceito de conjunto.
A finalidade deste trabalho é assinalar —e discutir brevemente— algumas questões da Teoria
de Conjuntos relativas ao período 1909–1930.
∗
gonzalcg@gmail.com
†
Agradeço ao Prof. Walter Carnielli e ao Prof. Marcelo Coniglio por comentários a uma versão prévia deste
trabalho.
1
Com referência ao período 1897–1910 em Gotinga (Götingen) e às pesquisas fundacionais de Hilbert, em
[Ebbinghaus & Peckhaus, 2007] podemos ler: “Zermelo ficou profundamente envolvido desde a primeira hora.
Ele cresceu até ser o colaborador mais importante de Hilbert em estudos em fundamentos neste importante
período precoce” ([Ebbinghaus & Peckhaus, 2007], p. 28).
1
Na seção 2 apresentamos brevemente a axiomatização de Zermelo de 1908 e na seção os
problemas relativos a essa axiomatização. Nas seções 4, 5 e 6 analisamos as críticas e con-
tribuições principais por Fraenkel, Mirimanoff e Skolem. Na seção 7 discutimos o axioma de
substituição em particular. Como fechamento da nossa história, na seção 8 é citado o artigo
de Zermelo de 1930, no qual ele enuncia a teoria de Zermelo-Frankel, seguido de algumas umas
breves conclusões na seção 9.
Pensavam que o nosso erro consistia em assumir ingenuamente que toda con-
dição deve corresponder a certa entidade, expressamente, o conjunto de todos os
objetos que satisfazem essa condição. Por uma restrição adequada do axioma de
compreensão, [. . . ] eles tentaram construir sistemas que estiveram livres das anti-
nomias conhecidas, mas suficientemente fortes como para permitir a reconstrução
de uma parte suficiente da matemática clássica. ([Fraenkel et al., 1973]., p. 275.)
Seguindo um modo de proceder típico para aqueles que aderiam ao formalismo hilbertiano, em
[Zermelo, 1908] pretende-se caracterizar um domínio (Bereich) B de objetos com sete axiomas.
Os conjuntos serão então os objetos desse domínio B. A formalização atual dessa teoria é
denominada Teoria de Conjuntos de Zermelo, assinalada com Z. A teoria madurecida e com
o acréscimo de axiomas chama-se Teoria de Conjuntos de Zermelo-Fraenkel, abreviada como
ZF .
2
P (x). O axioma separa os elementos de A que satisfazem P (x). Zermelo fala dessa proprie-
dade como “propriedade definida”, usando funções proposicionais. Trataremos das propriedades
definidas na seção 3.1.
O problema que enfrenta Zermelo é que operações tais como a união e o conjunto de partes,
que eram deduzidas do axioma inconsistente de Frege, não podem ser obtidas de maneira
análoga usando o Axioma � de Separação5 . Nesse sentido, os axiomas IV e V estabelecem a
existência de P (x) e (x) para cada conjunto x.
O VI é o Axioma da Escolha, AE, que já estava criando polêmica desde 19046 e algumas
das discussões prolongaram-se até os dias de hoje7 . A versão de Zermelo do AE é a refente a
famílias disjuntas:
Seja T um conjunto, tal que cada um dos seus elementos são conjunto diferentes de
0 e mutuamente disjuntos, então a sua união, ∪T , inclui pelo menos um subconjunto
S1 que tem em comum com cada elemento de T um e só um elemento.
Em termos atuais ficaria:
Dada uma família T de conjuntos não vazios e disjuntos dois a dois, ou seja T =
{ci : i ∈ I}, tal que ci �= Ø e ci ∩ cj = Ø para ci �= cj , existe um conjunto S1 que tem
um � e só um elemento em comum com cada ci , i ∈ I, S1 ∩ ci = {a} para um único
a ∈ T.
Essa versão é equivalente a que deu Zermelo em [Zermelo, 1904], na presença dos demais axio-
mas.
O VII e último, é o Axioma de Infinito:
O domínio contém pelo menos um conjunto Z, que contém o conjunto vazio como
elemento e para cada elemento a, pertence também um outro correspondente a ele da
forma {a}, ou para cada elemento a seu, pertence também como elemento o conjunto
correspondente {a}.
Em linguagem moderna:
Ø∈Z
se a ∈ Z, então {a} ∈ Z
0 = Ø
1 = {Ø}
2 = {{Ø}}
..
.
n = {· · · {Ø} · · ·} com n pares de chaves
..
.
3
3 Problemas da teoria de Zermelo de 1908
3.1 O Axioma de separação e as “propriedade definidas”
Zermelo enuncia esse axioma nos seguintes termos:
Axioma III. Se uma função proposicional E (x) está definida para todos os elementos de um
conjunto M , então M sempre tem um subconjunto E ⊆ M , tal que todos aqueles
elementos x de M para os quais E (x) é verdadeira pertencem [a E], e somente eles
pertencem.8
Uma aplicação do axioma de Zermelo seria feita da maneira habitual: suponha que tem o
conjunto dos números naturais ω e a “propriedade definida” I (x) interpretada como “x é impar”.
Então podemos separar o conjunto ωI dos números ímpares ωI ⊆ ω.
Como em 1908 ainda não haviam sido formalizadas as linguagens de predicados de primeira
ordem da maneira atual9 , a “propriedade definida” torna-se problemática. As linguagens de
primeira ordem atuais tem constantes para predicados mas só variáveis para objetos e não
variáveis para predicados. Se entendermos a propriedade P (x) deste axioma como “qualquer
propriedade P (x)” então estamos quantificando propriedades, coisa que não acontece nas lin-
guagens de primeira ordem mas somente nas de ordem superior, como as linguagens de segunda
ordem.10
Segundo van Heijenoort:
. . . Como você sabe, muitos anos atrás eu já tinha chegado a uma sequência de
cardinalidades bem-ordenadas, ou números transfinitos, que denominei “alefs”:
ℵ0 , ℵ1 , ℵ2 , . . . , ℵω0 , . . .
lim ℵν ,
ν→ω0
etc.12
8
Axiom III. Ist die Klassenaussage E(x) definit für alle Elemente einer Menge M , so besitzt M immer eine
Untermenge ME , welche alle diejenigen Elemente x von M , für welche E(x) wahr ist, und nur solche als Elemente
enthält.
9
Por exemplo, ainda não tinha sido proposta a definição recursiva de fórmula. Ver Seção 6.
10
Ver a discussão de U. Felgner sobre as “propriedades definidas em [Zermelo, 2010], p. -179-181.
11
Em [van Heijenoort, 1967], p. 199.
12
[Cantor, 1932], p. 443, tradução própria. Tradução ao inglẽs em [van Heijenoort, 1967], p. 113–114.
4
Apesar de Zermelo aderir à teoria dos cardinais de Cantor, na sua teoria não pode ser provada
a existência de ℵω .13
O cardinal ℵω tem muito pouco uso no desenvolvimento das teorias matemáticas habituais,
ficando a sua relevância virtualmente reduzida às teorias que tratam de cardinais infinitos, como
a demonstração de König de que o contínuo não pode ter cardinalidade ℵω .
x � x � x � ... � x � ...
{x} ∈ Fx (1)
{c} ∈ Fx sendo c uma constante, como Ø, ω, etc.
{y} ∈ Fx com y ∈ Fx
y∪z ∈ Fx com y, z ∈ Fx
�
y ∈ Fx com y ∈ Fx
Py ∈ Fx com y ∈ Fx
13
Ver 10.5 no Apêndice.
14
Ver [Mirimanoff, 1917], p. 42.
15
Tradução em [van Heijenoort, 1967], pp. 284–299.
16
As constantes referidas na linha 2 implicam o uso de axiomas para provar a existência do objeto correspon-
dente, p.ex. o axioma de infinito para provar a existência de ω. São constantes de objetos cuja existência pode
ser provada na teoria.
5
O Axioma III seria aplicado da seguinte maneira: suponha que quer separar os números ím-
pares de ω. Primeiro teríamos que representar as operações de adição (+), e produto (·)
de números naturais com operações com conjuntos. Depois definimos φ (x) = (2 · x) + 1 e
ψ (x) = {(2 · x) + 1}, tomando x valores em ω. O conjunto M do enunciado do Axioma III de
Fraenkel é o conjunto dos números naturais ω, do qual separamos os elementos de ω da forma
(2 · x) + 1, que são os ímpares.
No restante desse artigo, Mirimanoff argumenta que usando essas operações não se pode de-
monstrar a existência de conjuntos que gerem paradoxos, como nos casos de Russell e Burali-
Forte, e que todos os conjuntos assim gerados são ordinários.
17
Em [Gödel, 1938].
18
Para uma apresentação moderna desse método, que inclui as contribuições de Mostowski e Specker, ver
[Felgner, 1971], pp. 46–75.
19
Ver [Felgner, 1971], p. 46.
20
[Mirimanoff, 1917], p. 43.
21
Mirimanoff define como “conjunto ordinário” o que não tem sequências infinitas descendentes da pertinência,
que são sequências do tipo x0 � x1 � x2 � . . . � xn � . . ., ibid. p. 42.
22
Conjunto potência ou conjunto das partes.
23
Conjunto da união.
24
Esse postulado é uma forma do Axioma de Substituição.
6
Em notação atual e usando recursão transfinita sobre os ordinais, dado um conjunto A de
elementos primitivos, temos:
V0 (A) = A
Vα+1 (A) = P (Vα )
�
Vα (A) = Vβ se α limite
β<α
�
V (A) = Vα
α∈On
∀x (x ∈ V )
que nega a existência de conjuntos mal fundados e que foi incorporado à ZF, ora usando essa
fórmula ou usando alguma outra que seja equivalente na presença dos demais axiomas.
O interessante da proposta de Mirimanoff é que ele se afasta do enfoque habitual hilbertiano
de estabelecer um “domínio de objetos” que será caracterizado por axiomas. Talvez pudéssemos
dizer que Mirimanoff abandona a ideia de proceder da maneira mais sintática possível e introduz
considerações semânticas, pois em termos atuais ele está definindo um modelo.
Skolem [Skolem, 1929] mostrou que o método de Fraenkel pode ser reduzido ao
seu próprio.
Com referência as funções propostas por Fraenkel discutidas na Seção 4, de modo que os axiomas
de Fraenkel usando as suas funções não geram mais teorema que os esquemas de axiomas que
usam a definição recursiva de fórmula.
7
7 O axioma de substituição
Uma crítica semelhante à da Seção 3.2 (sobre a impossibilidade de provar a existência de ℵ ω )
foi feita por Skolem em 1922. Em notação atual e sendo ωZ os números naturais definidos por
Zermelo, a ideia de Skolem é que, a partir da sequência do Pn (ωZ ):
P0 (ωZ ) = P (ωZ )
Pn+1 (ωZ ) = P (Pn (ωZ ))
podemos definir {Pn (ωZ ) : n ∈ ω}. Skolem argumenta que a existência desse conjunto não
pode ser provada na teoria de Zermelo25 .
Segundo [van Heijenoort, 1967], p. 291:
Para remediar esta deficiência, Skolem propôs um novo axioma: o axioma de
substituição, que se transformou numa parte padrão da teoria de conjuntos. Quase
ao mesmo tempo, Fraenkel ([Fraenkel, 1922c], mas veja também [Fraenkel, 1921] e
[Fraenkel, 1922a]) e Lennes [Lennes, 1922] fazem sugestões similares.
Em [Skolem, 1922], p. 297, podemos ler:
Seja φ uma proposição definida que vale para certos pares (x, y) do domínio
B. Suponha, ademais, que para cada x existe no máximo um y tal que φ é verda-
deira. Então, como x toma valores num conjunto Mx , y toma valores sobre todos
os elementos de um conjunto My .
Em [Fraenkel, 1922c], p. 231 podemos ver a versão de Fraenkel do Axioma de Substituição:
Axioma de Substituição. Seja M um conjunto e seja substituído cada ele-
mento de M por um “objeto do domínio B” (Cfr. [Zermelo, 1908], p. 262) então M
se transforma a sua vez num conjunto.
A ideia de substituição é exemplificada por Fraenkel, que usa o conjunto dos números naturais
tal como é definido por Zermelo: Z0 = {Ø, {Ø} , {{Ø}} , . . . }, e logo define:
Zn+1 = P (Zn )
Fraenkel afirma que na teoria de Zermelo não pode ser provada a existência de {Z 0 , Z1 , Z2 , . . .}.
Atualmente, para provar a existência desse conjunto, usamos o Axioma de Substituição em
Z0 , colocando Z0 no lugar de Ø , o conjunto Z1 no lugar de {Ø}, etc.
Similarmente, a existência de ℵω pode ser provada substituindo � n por ℵn em ω. Desta
maneira obtemos {ℵ0 , ℵ1 , ℵ2 , . . . , ℵn , . . .} = {ℵn : n ∈ ω} e ℵω = {ℵn : n ∈ ω} = limν→ω ℵν .
Um enunciado de Cantor de 1899 é considerado um antecedente do Axioma de Substituição:
Um dos enunciados de Cantor sobre multiplicidades (“duas multiplicidades equi-
valentes são ambas ‘conjuntos’ ou são ambas inconsistentes”) pode ser considerado
uma versão precoce do axioma de substituição.26
Fraenkel formaliza a operação de substituição definindo funções como em [Fraenkel, 1922b] (ver
equações 1 na p. 5).
É importante ressaltar que se a função usada na substituição for um conjunto 27 , então o
Axioma de Substituição não é criativo, pois para toda função conjunto, o codomínio da mesma
pode ser obtido usando o Axioma de Separação.
25
Sob o suposto de que a teoria de Zermelo tem um modelo e, portanto, da sua consistência. Ver
[van Heijenoort, 1967], pp. 291 e 296.
26
Ibid. p. 113.
27
Como acontece na formalização comum que representa um função por um conjunto de pares ordenados.
8
8 O artigo de 1930 de Zermelo
Em 1930 Zermelo apresenta um novo artigo28 sobre os axiomas da Teoria de Conjuntos e os
seus modelos29 . Nesse artigo podemos ler:
9 Conclusões
Apesar de terem sido vistos de maneira sucinta, espero que os problemas apresentados tenham
ficado o suficientemente interessantes como para incentivar pesquisas na história da lógica
matemática que envolveram discussões conceituais.
Analisar problemas e apresentar possíveis soluções é a maneira típica da matemática e a
ciência progredirem de uma maneira qualitativamente significativa.
Como é usual no desenvolvimento da ciência, enquanto Zermelo fecha uma porta, outra
é aberta no mesmo artigo de 1930, ao se ocupar com o conceito de cardinal inacessível, que
muito tem a ver com o posterior “programa dos grandes cardinais” de Gödel. Mas, claro, essa
é mais uma história que começa logo depois de acabar a nossa e que corresponde a uma etapa
posterior, fora do alcance deste artigo.
9
3. O axioma de pares é independente em Z, supondo a consistência dos demais axiomas (ver
[Boffa, 1972]). Também é consistente, se Z sem o Axioma de União nem o Axioma de
pares for consistente (ver [Gonzalez, 1992]).
Referências
[Boffa, 1972] Boffa, M. (1972). L’axiome de la paire dans le système de Zermelo. Archive for
Mathematical Logic, 15(3–4), 97–98.
[Ebbinghaus & Peckhaus, 2007] Ebbinghaus, H.-D. & Peckhaus, V. (2007). Ernst Zermelo. An
Approach to His Life and Work. Heidelberg: Springer.
[Felgner, 1971] Felgner, U. (1971). Models of ZF-Set Theory. Number 223 in Lecture Notes in
Mathematics. Heidelberg: Springer.
[Fraenkel, 1921] Fraenkel (1921). Über die Zermelosche Begründung der Mengenlehre. Jahres-
bericht der Deutschen Mathematiker-Vereinigung, 30(2), 45–46.
[Fraenkel, 1922b] Fraenkel, A. (1922b). Der Begriff “definit” und die Unabhangigkeit
des Auswahlaxioms. Sitzungsberichte der Preussischen Akademie der Wissenschaften,
Physikalisch-mathematische Klasse, (pp. 253–257).
[Fraenkel et al., 1973] Fraenkel, A. A., Bar-Hillel, Y., & Levy, A. (1973). Foundations Of Set
Theory. Amsterdam: Elsevier.
10
[Gödel, 1938] Gödel, K. (1938). The consistency of the axiom of choice and of the generalized
continuum-hypothesis. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States
of America, 24(12), 556.
[González, 1990] González, C. G. (1990). The Union Axiom in Zermelo Set Theory.
Zeitschrift für mathematische Logik und Grundlagen der Mathematik, 36, 281–284.
MR#1085691(92e:03073).
[Gonzalez, 1992] Gonzalez, C. G. (1992). A note on Zermelo set theory. Bulletin of the Section
of Logic, Lodz, 21(1).
[Lennes, 1922] Lennes, N. J. (1922). On the foundations of the theory of sets. Bulletin of the
American Mathematical Society, 28, 300.
[Moore, 1982] Moore, G. H. (1982). Zermelo’s axiom of choice: Its origins, development, and
influence. New York: Springer.
[Skolem, 1929] Skolem, T. (1929). Über einige grundlagenfragen der mathematik. Skrifter
utgitt av Det Norske Videnskaps-Akademi i Oslo, I. Matematisk-naturvidenskapelig klasse,
no. 4.
[van Heijenoort, 1967] van Heijenoort, J. (1967). From Frege to Gödel: a source book in mathe-
matical logic, 1879–1931. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press.
[Zermelo, 1904] Zermelo, E. (1904). Beweis, daß jede Menge wohlgeordnet werden kann. Mathe-
matische Annalen, 59(4), 514–516.
[Zermelo, 1908] Zermelo, E. (1908). Untersuchungen über die Grundlagen der Mengenlehre. I.
Mathematische Annalen, 65(2), 261–281.
[Zermelo, 1930] Zermelo, E. (1930). Über Grenzzahlen und Mengenbereiche. Neue untersu-
chungen über die grundlagen der mengenlehre. Fundamenta Mathematicae, 16(1), 29–47.
[Zermelo, 2010] Zermelo, E. (2010). Collected Works — Gesammelte Werke, volume 1. Heidel-
berg: Springer.
11