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Universidade Federal de Minas Gerais

Disciplina: Tópicos em Filosofia da Matemática


Tarefa: Trabalho 2
Aluno: João Victor Ferreira de Almeida 2021011709, João Henrique de Oliveira Silva
2021430957

Introdução
Durante a presente unidade do programa da disciplina o principal
assunto trabalhado foi sobre a teoria padrão de conjuntos, ZFC, sigla que
homenageia Ernest Zermelo (1871–1953) Abrahan Fraenkel (1891–1965), além
de incluir o “C” de “Choice”, representando o axioma da escolha. O principal
motivo para o estudo de ZFC é seu mérito intrínseco em relação à história da
teoria dos conjuntos, ao fornecer uma alternativa consistente à teoria intuitiva,
com destaque à sua capacidade de contornar os paradoxos de Cantor e o
paradoxo de Russell, e para nós, as relações desta com a filosofia de Quine. O
extensionalismo do norte-americano, que tem ligações claras mesmo com os
aspectos mais relevantes de seu sistema, como o ceticismo quanto às noções
intensionais de significado, propriedade e proposição, e mesmo sua rejeição da
distinção analítico/sintético parece indissociável da revolução operada por ZFC.
Além disso, podemos citar os problema levantados pela teoria de conjuntos,
com seus conjuntos infinitos não enumeráveis, entre outros, para alguém que,
como ele, tanto admirava a economia ontológica.
Ao falarmos de ZFC, devemos ter em mente que ela trata
exclusivamente de conjuntos que são hereditariamente conjuntos. Isto é, em
ZFC os conjuntos têm como elementos conjuntos, que por sua vez têm como
elementos conjuntos, e assim sucessivamente. Noutros termos, ZFC não
possui urelementos, isto é, elementos que não são conjuntos, como objetos
concretos (mesas, cadeiras, pessoas, átomos, e assim por diante). Outra
característica é que sua linguagem é a linguagem da lógica clássica de
primeira ordem. Grosso modo, lógica de primeira ordem é a parte da lógica
clássica que estende a lógica proposicional (que além das fórmulas, usa
somente operadores) com a adição de quantificadores, e que é estendida pela
lógica de segunda ordem, que aplica variáveis e quantificadores à conjuntos de
indivíduos, ao invés de só indivíduos como a lógica de primeira ordem. Além
dos símbolos lógicos, temos uma única adição, que é o símbolo de pertinência,
∈. ZFC apresenta 9 axiomas, desde que consideremos os esquemas de
infinitos axiomas, como somente um. Estes 9 axiomas serão o principal tema
do presente trabalho, apresentamo-los a seguir:
Axiomas de ZFC

Axioma 1- Axioma da extensionalidade

A ideia central deste axioma é que dois conjuntos são idênticos somente
se suas coleções de elementos forem idênticas. “Extensionalidade” está
semanticamente relacionada à noção de extensão, que é a coleção de objetos
que caem, por exemplo, sob um conceito, em oposição à intensão ou
compreensão desse conceito, que é sua definição, seu modo de apresentação.
Esta é uma antiga distinção, presente já em Aristóteles.

A definição do axioma em lógica de primeira ordem é:

∀x∀y(∀z(z ∈ x ↔ z ∈ y)-> x = y )

Lê-se: para todo x, para todo y, se para todo z, z pertence a x, se e


somente se, z pertence y, então x é igual a y.

Um outro modo de apresentar o axioma é:


∀x∀y((x = y) ↔ (∀z(z ∈ x ↔ ∈ y)).

Lê-se: para todo x, para todo y, x é igual a y, se esomente se, para todo z, z
pertence a x, se e somente se, z pertence y

A diferença é que neste caso vale a volta: se x=y, então x tem os mesmos
elmentos de y. Ou seja, dois conjuntos são idênticos, se e somente se,
possuem a mesma coleção de elementos. Alguns autores preferem não usar
este modo de apresentação, mas não há qualquer problema lógico nele. De
fato, a volta é indubitavelmente verdadeira em ZFC: se dois conjuntos são
idênticos, então sua coleção de elementos também é a mesma.
Na teoria intuitiva de conjuntos é possível formar um conjunto pela
enumeração de seus elementos (sua extensão) ou por meio da apresentação
de uma propriedade comum a esses elementos (sua intensão). Definir um
conjunto por meio de sua intensão permite determinar conjuntos, como o
conjuntos dos cidadãos do Brasil, conjunto dos números pares, conjuntos dos
primos, conjuntos dos ex-presidentes do Brasil, que funcionam bem
intuitivamente, mas também conjuntos inconsistentes, como o “conjunto dos
conjuntos que não pertencem a si mesmos”, que acarretou o famoso paradoxo
de Russel.
Uma das motivações para a ZFC era fornecer um sistema axiomático
que construísse uma teoria de conjuntos consistente, e que evitasse, portanto,
os problemas decorrentes da noção intuitiva de que toda propriedade permite
formar um conjunto, como o paradoxo de Russel. O primeiro axioma define os
conjuntos apenas por meio de sua extensão. Assim, o conjunto dos animais
bípedes e sem penas é igual ao conjuntos dos animais capazes de falar, o
conjuntos dos triângulos equiângulos e dos equiláteros é igual, o conjunto
unitário do par primo e da raiz quadrada de 4 é igual, o conjunto dos animais
com rins e com coração é igual... embora os conjuntos citados tenham
diferentes modos de apresentação (intensões diferentes), a igualdade da
coleção dos elementos que os compõem (sua extensão) é condição suficiente
para estabelecer sua identidade.
Como ZFC só trata de conjuntos que são hereditariamente conjuntos,
não é necessário estabelecer critério de identidade para elementos para
complementar o critério de identidade estabelecido pelo axioma 1.

Axioma2- Esquema de axiomas de Compreensão (ou Separação)

O esquema de axiomas de compreensão é um conjunto infinito de


axiomas. Ele torna lícito definir um conjunto por meio de uma fórmula lógica,
isto é, intencionalmente (daí ser de “compreensão”). Mas por meio de uma
formalização menos ingênua que a teoria intuitiva de conjuntos, ZFC é capaz
de evitar o paradoxo de Russel e similares.

Para cada fórmula F da lógica de primeira ordem (a linguagem de ZFC),


na qual a variável z não ocorra livre (isto é, em que ela não apareça ligada a
um quantificador), a seguinte fórmula é um axioma:

∀y∃z∀x((x ∈ z) ↔ ((x ∈ y) ∧ F))

Lê-se: para todo y, existe ao menos um z, para todo x, x pertence a z,


se e somente se, x pertence a y e F.

Como cada fórmula em que z aparece como variável ligada forma um


axioma, e há infinitas fórmulas em que z pode aparecer como variável ligada,
temos um esquema que contém infinitos axiomas.

A cláusula de que z não pode ser uma variável livre é a única restrição
para a fórmula F, e é necessária pois ao permitirmos que a variável que define
o conjuntos dado pelo axioma de separação fique livre, é possível construir
uma fórmula contraditória, que contém o mesmo tipo de problema de auto
referência que paradoxos célebres como o de Russel, o do mentiroso, e etc.
Considere, por exemplo, a instância em que F = “x não pertence a z”. Temos
que:

∀y∃z∀x((x ∈ z) ↔ ((x ∈ y) ∧ (x não pertence a z)))


Esta fórmula é inconsistente, já que temos que x pertence a z, se e
somente se, x não pertence a z.
Outras variáveis podem aparecer livres em F sem comprometimento à
consistência da teoria, mesmo x e y. A restrição à liberdade de z em F é
condição suficiente para evitar a inconsistência.
Esta adição da cláusula de que z não pode aparecer como uma variável
livre em P, é uma engenhosa maneira de manter que para dado um conjunto,
em nosso caso y, que tenha uma propriedade P expressa pela fórmula F,
existe um conjunto z, constituído pelos elementos de y que têm a propriedade
P expressa por F, sem cair nos citados paradoxos de autoreferência. Outro
aspecto interessante do axioma é que o conjunto z de elementos que têm a
propriedade P não existe de maneira independente, mas está sempre contido
num conjunto y.
Com o esquema de axiomas de compreensão, junto ao esquema da
extensionalidade, podemos começar a construir o mundo de ZFC,
demonstrando a inexistência de um conjunto universo, e sobretudo, e definindo
o conjunto vazio.
A inexistência de um conjunto U(universo) é expressada pela seguinte
fórmula da lógica de primeira ordem: ¬∃x∀y(y∈x). Podemos demonstrar sua
impossibilidade do seguinte modo: se existisse um conjunto x tal que ∀y(y∈x),
então pelo axioma de compreensão, poderíamos, pelo axioma de compreensão
incluir no conjunto U, o conjunto constituído pela fórmula y não pertence a y:
{y∈x : y não pertence a y} => y ∈ y ↔ y não pertence a y. Uma contradição.
Portanto, não há um conjunto universo.
Por dos esquemas de compreensão, podemos definir corretamente o
conjunto vazio como: ∅ é o único conjunto em que ∀y(y não pertence a x).

Axioma 3- Axioma do Par

O axioma do par pode ser informalmente descrito como segue-se:


existindo dois conjuntos, também existirá um conjunto do qual esses dois
conjuntos são elementos. Ou seja, dados os conjuntos x e y existe um conjunto
z que tem dentre seus elementos o conjunto x e o conjunto y
Sua definição formal é: ∀x,y∃z(y∈ z & x ∈ z)
Lê-se: para todo x, y, existe ao menos um z, tal que y pertence a z e x
pertence a z.
Portanto, usando o esquema de axiomas de compreensão, podemos
formar o conjunto único cujos elementos são x e y, {x, y} e que é chamado par
(não confundir com par ordenado) de x e y. Se x = y, {x, y} = {x, x} , ou
simplesmente {x}, dito o conjunto unitário cujo elemento é x, ou simplesmente o
unitário de x, ou ainda, o singleton de x.
Considerando a instância em que x=∅ e y=∅, podemos formar o conjunto
{∅,∅}, ou graça a extensionalidade, {∅}, que é diferente de ∅ (o primeiro é o
conjunto unitário que tem “∅” como elemento, o segundo é um conjunto sem
elementos, vazio.
A bem da verdade, com o que temos até aqui podemos formar uma
infinidade de conjuntos de finitos (não confundir com conjuntos infinitos), como
∅, {∅ }, {{∅}}, ..., ou {∅, {∅, {∅ }}}, ..., mas ainda não se pode formar um
conjunto infinito.

Axioma 4- Axioma da União

Este é o axioma que garante a união de conjuntos. A união de conjuntos


é operação análoga à adição para conjuntos. Dados os conjuntos A={1,2,3} e o
o conjunto B{2,6,8}, temos que a união de A e B = {1,2,3,6,8}. Naturalmente, a
interseção simplesmente é conservada no conjunto união. Graças ao axioma
da extensionalidade, o conjunto União de dois conjuntos é sempre único.

Definição informal: para qualquer conjunto x, existe o conjunto de todos


os conjuntos que pertencem a alguma elemento x. Em linguagem formal,
temos que:
∀x∃y∀w((w ∈ y) ↔ ∃v((w ∈ v) ∧ (v ∈ x)))
Lê: para todo x, existe um y, para todo u, tal que w pertence a y, se e somente
se, existe ao menos um v, tal que w pertence a v e v pertence a x.
Ou seja, é condição necessária para que w pertença a y, que há um terceiro
conjunto ao qual w pertença, e que seja ele mesmo, elemento.
Do axioma da união segue um importante teorema de ZFC:
∀x∀y∃z∀w((w ∈ z) ↔ ((w ∈ x) ∨ (w ∈ y)))
Lê-se: para todo x, para todo y, existe ao menos um z, para todo w, tal que w
pertence a z, se e somente se, w pertence a x ou w pertence y.
Isto é, dados dois conjuntos x e y, aplicamos o axioma do par para
obtermos o conjunto {x, y}. Aplicando o axioma da união sobre o conjunto {x, y}
obtemos o conjunto z = S {x, y}. Pela definição da união de uma família de
conjuntos, que, para todo w, w ∈ z se, e somente se, existe u ∈ {x, y} tal que w
∈ u. Mas, se u ∈ {x, y}, temos que u = w ou u = y, provando que z satisfaz o
enunciado do teorema. Novamente notamos que a união de dois conjuntos é
única, pelo axioma da extensão, o que nos permite introduzir a seguinte
definição de x e y como o conjunto formado por todos os conjuntos que
pertencem a x ou a y, e denotaremos esse conjunto por x ∪ y.

5- Axioma do Conjunto Potência (ou Axioma do Conjunto das Partes)

Numa definição informal, esse axioma consiste em que para um


conjunto x qualquer, existe um conjunto y que tem o conjunto dos seus
subconjuntos. Já em teoria intuitiva de conjuntos, podemos formar um conjunto
potência pela enumeração simples enumeração dos subconjuntos de um
conjunto.
Por exemplo, o conjunto potência de {0,1,2}, é como segue= {(∅), (0),
(1), (2), (0,1), (0,2), (1,2), (0,1,2)}. O conjunto potência é sempre composto pelo
conjunto vazio, e o subconjunto que engloba todos os elementos do conjunto
(todo conjunto é subconjunto de si mesmo), mais as combinações possíveis
entre seus elementos. Como um elemento só tem duas possibilidades em
relação ao subconjunto, a de estar ou de não estar, e o número de
subconjuntos é uma função do número de elementos, temos que o número de
subconjuntos é 2 elevado à potência igual à quantidade de elementos do
conjunto. Daí termos 8 subconjuntos, por termos 3 elementos.
Este axioma permite formar este tipo de conjunto, já presente na teoria
intuitiva de conjuntos. Sua definição formal é tal como segue:
∀x∃y∀z((z ∈ y) ↔ (z ⊂ x))
Lê-se: para todo x, existe um y, para todo z, z pertence a y, se e somente se, z
está contido em x.
Isto é, para qualquer conjunto x, existe ao menos subconjunto y, para o qual a
pertinência de qualquer elemento z a si, está condicionada a z ser um subconjunto de
x. Noutros termos, z é um conjunto de x, que pertence a conjuntos dos conjuntos de x,
y.
6. Axioma do Fundamento (ou Axioma da Regularidade)
Este axioma nos diz que todo conjunto não vazio possui um elemento do
qual ele é disjunto (com o qual tem interseção com o vazio)
A fórmula que o descreve em linguagem de primeira ordem: ∀x(x =/= ∅ →
∃y(y ∈ x ∧ x ∩ y = ∅))
Lê-se: para todo x, se x é diferente do vazio, então existe ao menos um
y, tal que y pertence a x e que tenha interseção vazia com x.
Em termos mais claros, se x não é um conjunto vazio, deve haver algum
elemento de x que tenha interseção vazia com x, isto é, que não compartilhe
nenhum elemento com x. Certamente isto parece intuitivo, mas a ideia é que
todo conjunto não vazio possui um elemento minimal, ao menos um elemento a
que não pertence nenhum elemento do conjunto (daí interseção vazia).
Neste sentido, o axioma do fundamento proíbe que exista um conjunto x
tal que x ∈ x. De fato, se existisse um conjunto x, tal que poderíamos formar o
conjunto {x}, esse conjunto violaria o axioma do fundamento. O axioma do
fundamento também proíbe a existência de conjuntos x e y, tais que x ∈ y & y ∈
x. De fato, se existissem conjuntos x e y, tais que x ∈ y & y ∈ x, poderíamos
formar o conjunto {x, y} e esse conjunto violaria o axioma do fundamento, e
assim por diante. Daí que uma das funções do axioma do fundamento é a de
proibir círculos finitos. Noutras palavras, o axioma garante que não haja
decrescência ou circularidade infinita de pertinência. Este tipo de propriedade é
que torna o axioma relevante em teoria dos modelos, ao proporcionar a
possibilidade de fazermos induções quanto a relação de pertinência.s

7. Axioma do Esquema de Axiomas de Substituição


Dados um conjunto x e uma formula F (da linguagem de ZFC, na qual a
variável não ocorra livre), se F expressa uma correspondência em que cada
conjunto y a x associa um único conjunto z (intuitivamente, uma
correspondência funcional), então existe um conjunto W (ômega) que tem
dentre seus elementos, os correspondentes dos elementos de x pela
correspondência expressa pela formula F.
O esquema de axiomas de substituição (combinado com outros
axiomas) nos permite formar o conjunto {IN, P(IN), P(P(IN)),...}. Observação:
Fraenkel e Skolem introduziram esse esquema com esse objetivo; o conjunto
não pode ser formado com apenas os axiomas de 1 à 6.

(∀y∈x∃zF(y,z) → ∃w ∀y∈ ∃z∈wF(y,z)


Axioma 8- Axioma do Infinito
Podemos definir este axioma como se segue: Dado um conjunto x,
definimos x + como x ∪ {x}, isto é:
∀y(y ∈ x + ↔ (y ∈ x ∨ y = x))
Lê-se: para todo y, y pertence a x+, se e somente se,y pertence a x ou y
é igual a x.

Aqui, utilizaremos como estratégia para apresentar esse axioma o modo


como Von Neuman apresenta os números naturais com a linguagem de ZFC.
Na abordagem de Von Neuman, os números são apresentados como
conjuntos, e a relação “ser menor que” é igualada “a pertence a”, tal que x<y=
x∈y. Como 0 é o menor dos números naturais, temos que ¬∃x<0, portanto, o
conjunto correspondente ao 0 não tem nenhum elemento, e como o conjunto
que tem nenhum elemento é o conjunto vazio, temos que 0=∅.

Esse axioma nos diz que existe um conjunto x tal que ∅ ∈ x ; S(∅)= ∅ U
{∅} = {∅} ∈ x; S(S(∅)) = S({∅}) = {∅, ∅ }} ∈ x, e etc...
Ainda não definimos conjunto infinito, mas intuitivamente esse axioma
nos diz que existe um conjunto infinito. Além disso, a partir dele e com auxilio
dos axiomas da extensionalidade, do esquema de compreensão, e do par; na
interpretação de Von Neumann, conseguimos uma das possíveis definições
para os números naturais e o conjunto dos números naturais. Da seguinte
maneira:
0=∅
1 = {∅}
2 = {∅, {∅}}
3 = {∅, {∅, {∅}}}
... Em que o conjunto dos naturais é IN= {0,1,2,3,...}
Ainda nessa interpretação, se formamos o conjunto das partes
das partes do conjunto dos números naturais P(P(IN)) aparece um problema
com o par cartesiano IN x IN , pois não sabemos até onde vai sua
cardinalidade (melhor representada no teorema I.1.1, da pág. 5 do livro Set
Theory, de Kunen, 2013), o que pode certamente é, ao menos incômodo, à
alguém que prefere “paisagens desérticas”.

9.Axioma da Escolha

O paradoxo da escolha é o mais controverso dos paradoxos, o que mais


sofreu resitência. Numa definição intuitiva, o axioma da escolha afirma que
dados conjuntos, pares de sapatos, por exemplo, é possível formar um
conjunto por meio de escolha mais ou menos arbitrária de elementos, mesmo
que haja um número infinito d elementos e nenhuma regra de escolha, como
poderia ser facilmente concebida para os pares sapatos (pés direitos ou
esquerdos). O enunciado fundamental do axioma da escolha é: para cada
conjunto x de conjuntos não vazios, há uma função de escolha.
A fórmula que o define é como se segue ∀x(∅ não pertence a x &∀y∈x
∀z∈x(y=/=z->y&Z=∅)∃c∀w∈x.
Lê-se: para todo x, o vazio não pertence a x e para todo y que pertence
a x e todo z pertence a x, se y é diferente de z, então y e z são vazios e existe
ao menos um c para todo w que pertence a x.
Este axioma nos diz que dado um conjunto x, e x é um conjunto de
conjuntos não vazios dois a dois disjuntos, então há um conjunto cuja
interseção com x é um conjunto unitário (digamos que a escolhe um elemento
de x).

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