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a) Os princípios de associação de ideias são uma força suave, porém governa a imaginação e
determina todas as possibilidades de formação de ideias complexas.
b) Os três princípios associativos podem ser considerados inobserváveis enquanto hipóteses
para descrever o funcionamento da mente, contudo, por capturarem a transição das ideias
possui suas bases assentadas na observação.
c) Os princípios associativos são sete ao total: semelhança, contiguidade, identidade, graus de
qualidade, graus de quantidade e número, contrariedade e causa e efeito.
d) Os princípios de associação estão sempre submetidos às ideias de memória, de forma que
as ideias complexas produzidas pela imaginação dependem das ideias de memória.
Questão 02
Excerto I
Excerto II
Vemos, assim, que a crença ou assentimento que sempre acompanha a memória e os sentidos
não consiste senão na vividez das percepções que ambos apresentam, e que somente isso os
distingue da imaginação. Crer, nesse caso, é sentir uma impressão imediata dos sentidos, ou
uma repetição dessa impressão na memória. É simplesmente a força e a vividez da percepção
que constituem o primeiro ato do juízo e estabelecem o fundamento do raciocínio que
construímos com base nela, quando traçamos a relação de causa e efeito. (1.3.6.7)
Excerto III
Gostaria de estabelecer como uma máxima geral da ciência da natureza humana que, quando
uma impressão se torna presente a nós, ela não apenas conduz a mente às ideias com que está
relacionada, mas também comunica-lhes parte de sua força e vividez. Todas as operações da
mente dependem em grande medida da disposição em que esta se encontra ao realizá-las; e,
conforme os espíritos animais estejam mais ou menos estimulados, e a atenção mais ou menos
concentrada, a ação terá sempre mais ou menos vigor e vividez. T (1.3.8.2)
Excerto IV
Cabe observar que, assim como uma imaginação vivaz muito amiúde degenera em loucura ou
insensatez, e guarda-lhes uma grande semelhança em suas operações, assim também estas
influenciam o juízo da mesma maneira, produzindo crença exatamente pelos mesmos
princípios. Quando a imaginação, em virtude de alguma fermentação extraordinária do sangue
e dos espíritos animais, adquire uma vivacidade grande a ponto de desordenar todos os seus
poderes e faculdades, não há como distinguir entre a verdade e a falsidade. ( 1.3.10.9)
Questão 03
Excerto I
Se, portanto, as ciências da matemática, filosofia da natureza e religião natural mostram tal
dependência em relação ao conhecimento do homem, o que se pode esperar das outras
ciências, cuja conexão com a natureza humana é ainda mais estreita e íntima? A única finalidade
da lógica é explicar os princípios e operações de nossa faculdade de raciocínio e a natureza de
nossas ideias; a moral e a crítica tratam de nossos gostos e sentimentos; e a política considera
os homens enquanto unidos em sociedade e dependentes uns dos outros. Essas quatro ciências,
lógica, moral, crítica e política, compreendem quase tudo que possamos ter algum interesse em
conhecer, ou quase tudo que possa servir para aperfeiçoar ou adornar a mente humana. T (intro.
5)
Excerto II
Portanto, nessa ciência, devemos reunir nossos experimentos mediante a observação cuidadosa
da vida humana, tomando-os tais como aparecem no curso habitual do mundo, no
comportamento dos homens em sociedade, em suas ocupações e em seus prazeres. Sempre
que experimentos dessa espécie forem criteriosamente reunidos e comparados, podemos
esperar estabelecer, com base neles, uma ciência, que não será inferior em certeza, e será muito
superior em utilidade, a qualquer outra que esteja ao alcance da compreensão humana.
T(Intro.10)
Excerto III
Mas natureza também pode se opor a raro e inabitual; neste sentido da palavra, que é o mais
comum, frequentemente surgem discussões acerca do que é ou não natural; e pode-se afirmar,
de maneira geral, que não possuímos nenhum critério preciso que nos permita decidir essa
questão. O que é frequente e o que é raro depende do número de casos que observamos; e,
como esse número pode aumentar ou diminuir gradativamente, é impossível fixar limites exatos
entre os dois. Sobre isso podemos apenas afirmar que, se alguma vez houve algo que pudesse
ser dito natural nesse sentido, tal é certamente o caso dos sentimentos morais; pois nunca
houve no mundo uma só nação, e nunca houve em nenhuma nação uma só pessoa que fosse
inteiramente desprovida desses sentimentos, e nunca, em caso algum, tenha mostrado a menor
aprovação ou reprovação de uma conduta. Tais sentimentos estão tão enraizados em nossa
constituição e caráter que, a menos que a mente humana esteja completamente transtornada
pela doença ou loucura, seria impossível extirpá-los e destruí-los. T (3.1.2.8)
Questão 04
Podemos dar duas definições dessa relação, que diferem apenas por apresentarem aspectos
diferentes do mesmo objeto, fazendo com que o consideremos, seja como uma relação
filosófica, seja como uma relação natural; como uma comparação entre duas ideias, ou como
uma associação entre elas. Podemos definir uma CAUSA como 'Um objeto anterior e contíguo a
outro, tal que todos os objetos semelhantes ao primeiro mantêm relações semelhantes de
anterioridade e contiguidade com os objetos semelhantes ao último'. Se tal definição for
considerada deficiente, porque extraída de objetos estranhos à causa, podemos substituí-la por
esta outra: 'Uma CAUSA é um objeto anterior e contíguo a outro, e unido a ele de tal forma que
a ideia de um determina a mente a formar a ideia do outro, e a impressão de um a formar uma
ideia mais vívida do outro'. Se também essa definição for rejeitada pela mesma razão, o único
remédio que vejo é que as pessoas que se mostrarem tão exigentes a substituam por uma
definição mais exata. T (1.3.14.31)
Acerca das definições de causalidade apresentadas por Hume assinale a alternativa correta.
a) Hume propõe duas noções de causalidade que são inconciliáveis com o caminho
argumentativo que ele traça para alcança-las.
b) Hume apresenta duas concepções de causalidade que buscam abordar âmbitos
distintos das relações que a mente é capaz de montar.
c) Podemos dizer que a primeira definição de causalidade carrega um sentido psicológico
mais forte que a segunda definição.
d) Inevitavelmente as duas definições se contradizem, o que leva a Hume rejeitar a
possibilidade de dizer como a causação opera.
Questão 05
Assim, levando-se em conta tudo o que foi dito, vemos que todos os tipos de opiniões ou juízos
que não chegam a formar um conhecimento derivam exclusivamente da força e vividez da
percepção, e que essas qualidades constituem na mente aquilo que denominamos CRENÇA na
existência de um objeto. Essa força e essa vividez são mais manifestas na memória; por isso,
nossa confiança na veracidade dessa faculdade é a maior que se possa imaginar, igualando-se
em muitos aspectos à certeza de uma demonstração. O grau seguinte dessas qualidades é o que
deriva da relação de causa e efeito; e também é bastante elevado, sobretudo quando a
experiência mostra que a conjunção é perfeitamente constante, e quando o objeto que se
apresenta a nós se assemelha exatamente àqueles de que tivemos experiência. T ( 1.3.13.19)
a) A ideia de conexão necessária pode ser justificada, pois possui origem em uma
impressão simples correspondente fruto da volição sobre o corpo.
b) A ideia de conexão necessária só pode ser provada via uma demonstração com ideias
do intelecto, pois as ideias de imaginação são todas contingentes e não são capazes de
abarcar a generalidade e a necessidade que fundamental a causação.
c) A ideia de conexão necessária não possui uma impressão de origem, portanto, é o hábito
de conjunções constantes que cria a crença em uma necessidade causal.
d) A ideia de conexão necessária é uma ideia abstrata, portanto deve abarcar todas as
possibilidades de ligação causal entre dois objetos-eventos e, ao mesmo tempo, não
tratar nenhum deles em sua particularidade.