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1. As posições em metaética
a) Caracterização da metaética: parte da filosofia que estuda principalmente a
semântica, metafísica e epistemologia da moral. A epistemologia aqui não será
interessante. O expressivismo não cognitivista é uma posição à respeito semântica.
b) Expressivismo e descritivismo: ao invés de cognitivismo e não-cognitivismo, a
principal divisão entre posições semânticas apresentada por eles é expressivismo e
descritivismo:
b.1) O descritivismo afirma que a semântica de um determinado domínio tem por fim
descrever elementos do domínio de discurso. Estamos inclinados a pensar que um
astrônomo faz isso ao dizer que o Sol é o astro mais massivo do Sistema Solar e que
os planetas orbitam ao seu redor. Crenças com este caráter podem ser chamadas de
crenças descritivas.
b.2) O expressivismo, termo geralmente identificado como uma teoria não-cognitivistas
(não se deve confundir), aqui está sendo entendido como o não-descritivismo. O
expressivismo, então, afirma que expressões morais não são primordialmente
descritivas. O expressivismo pode ser uma cognitivista ou não-cognitivista. Cognitivistas
são aqueles que afirmam que expressões morais são crenças, não-cognitivistas
afirmam que expressões morais têm outro caráter.
c) Factualismo e não-factualismo:
c1) Os factualistas afirmam a existência de fatos morais, independentes ou não.
c2) não-factualistas são os que negam que existem fatos morais.
Síntese de b) e c)
Factualismo x não-factualismo e descritivismo x expressivismo substituem,
respectivamente, realismo x anti-realismo e cognitivismo x não-cognitivismo, como as
principais posições, respectivamente, na metafísica e na semântica moral.
d) Combinações entre factualismo x não-factualismo e descritivismo x não-
descritivismo e exemplos
a) Logicamente são 4 as hipóteses de combinações entre posições semânticas e
metafísicas: as combinações mais óbvias entre as posições são factualismo
descritivista e não-factualismo expressivista. Uma terceira, adotada famosamente
pela teoria do erro, é a cópula de não-factualismo e descritivismo. Uma posição
factualista mas descritivista, embora seja logicamente possível, não é exemplificada.
b) As posições combinadas acima são exemplificadas como se segue:
i Factualismo descritivista: realismo, relativismo e construcionismo.
- que o realismo seja considerado um tipo de factualismo, e que o relativismo conte
como um factualismo, indica que o factualismo está considerando fatos morais
dependentes da mente-linguagem. É estranho que o construtivismo seja
essencialmente um descritivismo. Kant certamente é um construtivista, mas não parece
que ele está descrevendo algo. Parece que o construtivismo pode ser expressivista.
ii não-factualismo descritivista: teoria do erro
iii não-factualismo expressivista: não-cognitivismo (por exemplo, o emotivismo) e
expressivismo cognitivista (posição dos autores).
- O expressivismo factualista não tem exemplificação. Sua possibilidade será
considera à frente.
2. Avaliando as posições
a) Critério da fenomenologia moral
Enquanto teoria sobre a epistemologia, semântica e metafísica da moral, a metaética
deve dar conta de explicar a fenomenologia moral, isto é, explicar os aspectos aparentes
da moral.
“1. Os julgamentos morais são tipicamente expressos linguisticamente como declarações no
modo indicativo, e essas declarações parecem expressar crenças genuínas e fazer afirmações
genuínas. O julgamento moral de que o apartheid é errado afirma que o apartheid é errado.
2. Os julgamentos morais podem ser verdadeiros ou falsos e, de fato, muitos desses julgamentos
são verdadeiros e seus contraditórios são falsos.
3. Pode haver desacordos morais genuínos e profundos – incluindo desacordos entre pessoas
sobre princípios e pressupostos morais fundamentais.
5. Os julgamentos morais são tipicamente baseados na autoridade das razões. Baseamos nossos
julgamentos morais no que consideramos boas razões a favor dos julgamentos – razões que têm
uma autoridade especial.
5. Expressivismo
a) Expressivismo factualista
Ainda que o expressivismo factualista seja uma posição coerente, ela não tem
representantes. É possível que alguém sustente uma forma de realismo moral não
naturalista e ao mesmo tempo sustente que expressões éticas tem caráter expressivista.
Eles somente objetam que, dado que rejeitam o factualismo, segue a rejeição a este
tipo de expressivismo. Mas isso é contestável, já que sua objeção diz respeito à
extensão do conceito, mas não foi justificado que as objeções citadas aplicam-se
essencialmente ao factualismo.
b) Não-cognitivismo
O não cognitivismo é essencialmente expressivista, e caracteriza-se como: (1)
expressões morais não expressam crenças, (2) declarações morais não são afirmações
genuínas, (3) julgamentos e declarações morais não são nem verdadeiros nem falsos.
Um exemplo é um emotivismo de Ayer, segundo o qual, expressões morais só
expressam atitudes positivas e negativas em relação às proposições que em nada altera
o seu valor de verdade: “matar é errado”, significa simplesmente “matar, (junto a um tom
particular desaprovação)”. A objeção a ele é que ele não dá conta de dos itens 1 e 2 do
critério fenomenológico.