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NOÇÕES DE ÉTICA


1) Conceito e definições de ética

DEFINIÇÃO 1: Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade


DEFINIÇÃO 2: Ética é o conjunto de normas de comportamento e formas de vida através
do qual o homem tende a realizar o valor do bem.

OBSERVAÇÕES
1.- É ciência: Tem (a) objeto de estudo (a moral, moral positiva, o bem), (b) leis e método
próprio;
2.- Etimologia: ethos (grego) = costumes {(mos, mores (latim)--> moral)};
3.- Moral: É um dos aspectos do comportamento humano;
*(Outros: jurídico, social, alimentar, etc.)
*É um conjunto de regras de comportamento próprias de uma cultura.
4.- A ética vai além da moral: procura os princípios fundamentais do comportamento
humano (J. R. Nalini).

“A ética está para a moral assim como a musicologia está para a música”.
“A ética é a ciência da conduta”.

Lei de ouro da ética: Não faça ao outro o que não queres que o outro faça a ti
(atitude passiva).
Faça ao outro o que queres que o outro faça a ti (Atitude pró-ativa).

DEONTOLOGIA: Ramo da ética que trata dos deveres (ex.: códigos de ética).
DICEOLOGIA: Ramo da ética que cuida dos direitos.
Exs.: Deontologia jurídica: estudo dos deveres dos profissionais de direito.

“Ética e moral são sinônimas” (M. Camargo).


Outra fonte:

ÉTICA - MORAL
Permanente --> Temporal
Universal --> Cultural
Regra --> Conduta de regra
Teoria --> Prática
Princípios --> Aspectos de conduta específicos

CLASSIFICAÇÕES DA ÉTICA
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A) Quanto ao resultado do comportamento:


1 – Ética absoluta (apriorística);

2 – Ética relativa (factual, experimental).

B) Quanto ao aspecto histórico (sobretudo ocidental):


1 – Ética empírica (em contraste com a ética racionalista)

2 – Ética dos bens

3 – Ética formal

4 – Ética de valores

A.1 – Ética absoluta (apriorística);

CONCEITOS:
- Seu enfoque para explicar o mundo é a razão (constrói a teoria explicativa e vai ao
mundo para ver sua adequação).

- Cada ser humano tem uma bússola, um semáforo (a consciência, a razão) inato
que indica racionalmente o que é bom e o que é mau, o que tem valor.
- A norma ética é atemporal, absoluta, ubíqua (Existem valores éticos que pode
ser conhecidos - e ensinados a priori).

- Existe ética universal, objetiva (em contraposição a subjetiva).

A.2 – Ética relativa (factual, experimental)

CONCEITOS:
- Seu enfoque é o estado atual do mundo (observa o que existe e constrói a teoria
explicativa).
- A norma ética é puramente convencional, mutável, subjetiva. Logo existem várias
normas aplicáveis (para uma mesma situação).
- Não existem valores universais, objetivos, mas estes são convencionais,
condicionados ao tempo e ao espaço.
- Não existem valores a priori: eles são criados conforme seja necessário ou
oportuno.

B.1 – Ética Empírica

A ética empírica pode ser enfocada em 4 configurações:


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B.1.1.- Ética Anarquista

PRINCÍPIO BÁSICO: Só tem valor o que não contraria as tendências naturais.

CARACTERÍSTICAS
- Repudia normas e valores: Afirma que o direito (as leis), a moral, a religião, etc. são
convenções sociais arbitrárias, fruto da ignorância, do medo e da maldade.
- Toda organização social deve desaparecer.
- Acredita existir a liberdade natural, i. é, inata (o que implicaria na prevalência dos
mais fortes).

- A busca do prazer e a fuga da dor é o objetivo supremo (ver Hedonismo).


OBS. O anarquismo individualista e o comunista ou libertário são as formas atuais
do anarquismo. No comunista tudo é comum, não há propriedade privada enquanto o
anarquismo individualista adota-a.

B.1.2.- Ética Utilitarista

- PRINCÍPIO BÁSICO: É bom o que é útil (“A felicidade é o único fim da ação humana
e sua consecução o critério para julgar toda conduta”. J. S. Mill)
- COROLÁRIO: Os fins justificam os meios.

B.1.3.- Ética Ceticista

- PRINCÍPIO BÁSICO: Não se pode dizer com certeza o que é certo ou errado, bom ou
mau, pois ninguém jamais será capaz de desvendar os mistérios da natureza.

CARACTERÍSTICAS
- Na dúvida, o cético não nega, nem afirma: não julga, abstém-se de tomar uma
atitude (o que já é uma atitude).
- Dizem que não crêem em nada (o que é falso, pois se fossem coerentes duvidariam
até desta afirmação).
- Na realidade os céticos históricos não pregavam o ceticismo absoluto: admitiam
valores como a dignidade do trabalho, acolhimento das leis locais, satisfação moderada
das necessidades.

B.1.4.- Ética Subjetivista

- PRINCÍPIO BÁSICO: “O homem é a medida de todas as coisas existentes ou


inexistentes” (Protágoras).

DIVISÃO:

CARACTERÍSTICAS (B.1.4.a. - Ética Subjetivista Individual)


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- Nesta ética cada qual adota a conduta mais conveniente com sua própria escala de
valores.
- O certo e o errado devem ser avaliados em função das necessidades do homem.
- Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia com o sujeito:
Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsas. Não haveria ciência.

CARACTERÍSTICAS (B.1.4.b. - Ética Subjetivista Social ou Específica)

- Nesta ética o certo, bom, justo, verdadeiro etc. são obtidos por apreciação coletiva,
por indicação da sociedade.

- Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia conforme o grupo
focalizado.
- Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsas. Não haveria ciência.

OBS.: 1.- Como a sociedade define o que é bom, tem-se a possibilidade de que ela
chancele um erro pois a verdade não é definida estatisticamente (as sociedades
nazista, faxista, canibais convivem com seus erros éticos).
2.- O subjetivismo ético (individual ou específico) originam o relativismo absoluto.

2) Valores, virtudes, deveres e postura profissional

2.1. Assiduidade - é a capacidade de estar presente, ser freqüente e cumpridor de


suas funções e das tarefas inerentes ao cargo.

2.2. Dedicação - É a ação competente e criativa dos servidores para atingir com
eficácia os objetivos propostos pelo órgão, na busca de resultados com qualidade. É a
manifestação de competências referentes ao domínio de conhecimentos do seu
campo de trabalho. É fazer certo. Está relacionada ao querer fazer, ao esforço em
realizar,à disposição para trabalhar, à dedicação e à perseverança do servidor. É o
bom desempenho do servidor na busca dos objetivos relevantes definidos para seu
trabalho, em termos de qualidade, quantidade e prazo.

2.3. Pontualidade - a capacidade do servidor cumprir com as suas obrigações,


seguindo os horários e prazos determinados. Chegar uma hora atrasado ou mesmo
meia hora é um claro sinal de incompetência. A menos, é claro, que tenha surgido um
grave e imprevisto fato. E pedir desculpas apenas não adianta. Na verdade, a
pontualidade é uma qualidade necessária e bem-vinda sempre, seja nos assuntos
profissionais, seja nos pessoais. A falta de pontualidade em qualquer compromisso
profissional é um sinal de que você não sabe administrar seu tempo. Em
compromissos pessoais, também não é nada simpático, além de demonstrar total falta
de atenção com a pessoa que fica esperando. No dia-a-dia cheio de compromissos de
negócios, esse conceito "fazer-se esperar" envolve o sujeito em uma aura de
executivo cheio de responsabilidades, é um enorme erro e pode resultar em graves
conseqüências. Ser pontual é profissional. Não há a menor dúvida quanto a isso.
Entretanto, quem chega atrasado pode ser considerado, além de antiprofissional,
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descortês, desorganizado, atrapalhado, distraído, irresponsável... Pontualidade é uma


regra de cortesia que deve ser aplicada em todos os casos, independentemente de
sexo ou hierarquia. Mulheres não têm motivo algum para chegarem atrasadas em
seus compromissos. Por mais que nos desdobremos em duplas ou triplas funções, é
preciso saber organizar de fato o tempo para não incorrermos nesse erro. Quanto
mais alto o cargo, maiores os motivos para dar o exemplo: um chefe deve ser o
primeiro a mostrar a seus funcionários que é possível exercer bem uma série de
funções, ser muito requisitado e, ainda assim, administrar seus horários de maneira
eficiente. Finalmente, pessoas pontuais conseguem se organizar melhor e não estão
eternamente correndo contra o relógio. Ao contrário: dividem melhor o dia e, no fim,
conseguem ganhar minutos, até mesmo horas que podem ser aproveitadas para as
coisas divertidas e agradáveis da vida.

2.4. Lealdade - lealdade é uma atitude que é a contrapartida da confiança. Ser leal é
corresponder à confiança que em nós é depositada; confiança de informações, de
intimidades, de ações, e que até nos podem colocar em conflitos de consciência
quanto a quem priorizar: o amigo, a empresa, o sindicato, o partido, a nação. Consiste
também em observar as normas, decisões e os preceitos emanados de instrumentos
normativos, legais, de seus superiores .

2.5. Obediência - Obediência à ordem hierárquica e submissão às ordens legais. Diz


respeito à responsabilidade, mas está muito relacionada ao trabalho de equipe. Vale
deixar claro que não se prega aqui a bajulação, a conquista de um lugar ao sol a
qualquer preço. Não é isso. O objetivo é lembrá-lo que, como em qualquer ambiente,
existem regras a serem cumpridas, metas e uma política interna da qual você faz
parte.

2.6. Urbanidade - visa analisar o modo de relacionar-se do servidor com o grupo de


trabalho, chefias e com o público em geral observando se o mesmo favorece o
ambiente de trabalho e o desenvolvimento das atividades em geral.

2.7. Presteza - destina-se a analisar o interesse e a predisposição do servidor em


colaborar com os colegas de trabalho, com a chefia e com os representantes dos
demais órgãos da Administração na execução do trabalho diário. podemos partir do
princípio de que cada cidadão é um cliente que paga pelos serviços prestados pelo
governo por meio de impostos e taxas, portanto deve ser atendido com a presteza e a
eficiência compatíveis.

2.8. Zelo com o patrimônio - tem por finalidade analisar o cuidado que o servidor
dispensa aos recursos materiais, instalações físicas e equipamentos postos sob sua
responsabilidade, conforme disposto na LRF sobre o equilíbrio fiscal e gestão
patrimonial.

2.9. Sigilo – o funcionário é obrigado a manter sigilo de fato que tenha ciência em
razão do cargo e que deva permanecer em segredo.

2.10. Probidade ou moralidade - entende-se por moralidade a congregação de


costumes, deveres e modo de proceder dos homens para com os seus semelhantes, o
corpo de preceitos e regras para dirigir as ações humanas segundo a justiça e a
equidade natural. A probidade, por sua vez, consiste em honradez, integridade de
caráter, honestidade, pundonor. À primeira vista, vislumbrar uma distinção efetiva não
se mostra de todo evidente, todavia, da análise minuciosa de tais conceitos, percebe-
se que a moralidade compreende o conjunto de valores inerentes à existência
humana, muitas vezes restem inobservados; já a probidade configura a retidão no agir
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consoante tais valores perante una dada atribuição, tanto que a origem etimológica do
vocábulo coloca a improbidade em sentido próprio como "má qualidade".

• A Lei de Improbidade Administrativa reprime atos irregulares de agentes


públicos ou outras pessoas

• O Ministério Público tem legitimidade para apurar atos de improbidade e propor


diversas ações

• São várias as sanções legais: devolução de valores, perda do cargo, multa,


suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar com o poder público

• Qualquer pessoa pode pedir ao Ministério Público a apuração de atos


criminosos e ímprobos

• A competência do Poder Judiciário é definida de acordo com o bem ou


interesse público envolvido (federal, estadual ou municipal)

Ética Profissional: Quando se inicia esta reflexão?

Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve iniciar
bem antes da prática profissional.

A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes, já deve ser
permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-
la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quando
você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está
prestes ao assumir tornando-se parte daquela categoria que escolheu.

Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e habilidades


referentes à prática específica numa determinada área, deve incluir a reflexão, desde
antes do início dos estágios práticos. Ao completar a formação em nível superior, a
pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a
categoria profissional onde formalmente ingressa. Isto caracteriza o aspecto moral da
chamada Ética Profissional, esta adesão voluntária a um conjunto de regras
estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício.

Mas pode ser que você precise começar a trabalhar antes de estudar ou
paralelamente aos estudos, e inicia uma atividade profissional sem completar os
estudos ou em área que nunca estudou, aprendendo na prática. Isto não exime você
da responsabilidade assumida ao iniciar esta atividade! O fato de uma pessoa
trabalhar numa área que não escolheu livremente, o fato de “pegar o que apareceu”
como emprego por precisar trabalhar, o fato de exercer atividade remunerada onde
não pretende seguir carreira, não isenta da responsabilidade de pertencer, mesmo que
temporariamente, a uma classe, e há deveres a cumprir.

Um jovem que, por exemplo, exerce a atividade de auxiliar de almoxarifado durante o


dia e, à noite, faz curso de programador de computadores, certamente estará
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pensando sobre seu futuro em outra profissão, mas deve sempre refletir sobre sua
prática atual.

Ética Profissional: Como é esta reflexão?

Algumas perguntas podem guiar a reflexão, até ela tornar-se um hábito incorporado ao
dia-a-dia.

Tomando-se o exemplo anterior, esta pessoa pode se perguntar sobre os deveres


assumidos ao aceitar o trabalho como auxiliar de almoxarifado, como está cumprindo
suas responsabilidades, o que esperam dela na atividade, o que ela deve fazer, e
como deve fazer, mesmo quando não há outra pessoa olhando ou conferindo.

Pode perguntar a si mesmo: Estou sendo bom profissional? Estou agindo


adequadamente? Realizo corretamente minha atividade?

É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão
descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as
atividades que uma pessoa pode exercer.

Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando a


atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um conjunto maior
de atividades que dependem do bom desempenho desta.

Uma postura pró-ativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram dadas a
você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja
temporário.

Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar o lixo, mas
você pode também tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na rua, podendo
futuramente entupir uma saída de escoamento e causando uma acumulação de água
quando chover. Você pode atender num balcão de informações respondendo
estritamente o que lhe foi perguntado, de forma fria, e estará cumprindo seu dever,
mas se você mostrar-se mais disponível, talvez sorrir, ser agradável, a maioria das
pessoas que você atende também serão assim com você, e seu dia será muito
melhor.

Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera, desde que você
esteja aberto e receptivo, e que você se preocupe em ser um pouco melhor a cada
dia, seja qual for sua atividade profissional. E, se não surgir, outro trabalho,
certamente sua vida será mais feliz, gostando do que você faz e sem perder, nunca, a
dimensão de que é preciso sempre continuar melhorando, aprendendo,
experimentando novas soluções, criando novas formas de exercer as atividades,
aberto a mudanças, nem que seja mudar, às vezes, pequenos detalhes, mas que
podem fazer uma grande diferença na sua realização profissional e pessoal. Isto tudo
pode acontecer com a reflexão incorporada a seu viver.

E isto é parte do que se chama empregabilidade: a capacidade que você pode ter de
ser um profissional que qualquer patrão desejaria ter entre seus empregados, um
colaborador. Isto é ser um profissional eticamente bom.

Ética Profissional e relações sociais:


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O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da


chuva, o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado
para colocar caixas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas nos
tecidos internos antes de completar a cirurgia, a atendente do asilo que se preocupa
com a limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro, o contador que impede uma
fraude ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa, o engenheiro
que utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão
agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto,
ao fazerem aquilo que, alguém descobrindo, não saberá quem fez, mas que estão
preocupados, mais do que com os deveres profissionais, com as PESSOAS.

As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a


categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional, mas há
muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do
comprometimento do profissional em ser eticamente correto, aquele que,
independente de receber elogios, faz A COISA CERTA.

3) A importância de estudos e reflexões sobre a ética para o desenvolvimento da


responsabilidade humana, institucional e social

É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. Estas três


áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até mesmo
sobreposições.

Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.

A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de
garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante uma
identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo
referencial moral comum.

O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas


fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela
área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. Alguns
autores afirmam que o Direito é um sub-conjunto da Moral. Esta perspectiva pode
gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações
demonstram a existência de conflitos entre a Moral e o Direito. A desobediência civil
ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma determinada
lei. Este é um exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma
mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes.

A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para
as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e
Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que
caracteriza a Ética.

A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo de ser, o
caráter. Os romanos traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou no plural
“mores”), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. Tanto “ethos”
(caráter) como “mos” (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente
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humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto,
mas que é “adquirido ou conquistado por hábito” (VÁZQUEZ). Portanto, ética e moral,
pela própria etimologia, diz respeito a uma realidade humana que é construída
histórica e socialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas
sociedades onde nascem e vivem.

No nosso dia-a-dia não fazemos distinção entre ética e moral, usamos as duas
palavras como sinônimos. Mas os estudiosos da questão fazem uma distinção entre
as duas palavras. Assim, a moral é definida como o conjunto de normas, princípios,
preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo
social. A moral é normativa. Enquanto a ética é definida como a teoria, o
conhecimento ou a ciência do comportamento moral, que busca explicar,
compreender, justificar e criticar a moral ou as morais de uma sociedade. A ética é
filosófica e científica.

“Nenhum homem é uma ilha”. Esta famosa frase do filósofo inglês Thomas Morus,
ajuda-nos a compreender que a vida humana é convívio. Para o ser humano viver é
conviver. É justamente na convivência, na vida social e comunitária, que o ser humano
se descobre e se realiza enquanto um ser moral e ético. É na relação com o outro que
surgem os problemas e as indagações morais: o que devo fazer? Como agir em
determinada situação? Como comportar-me perante o outro? Diante da corrupção e
das injustiças, o que fazer?

Portanto, constantemente no nosso cotidiano encontramos situações que nos colocam


problemas morais. São problemas práticos e concretos da nossa vida em sociedade,
ou seja, problemas que dizem respeito às nossas decisões, escolhas, ações e
comportamentos - os quais exigem uma avaliação, um julgamento, um juízo de valor
entre o que socialmente é considerado bom ou mau, justo ou injusto, certo ou errado,
pela moral vigente.

O problema é que não costumamos refletir e buscar os “porquês” de nossas escolhas,


dos comportamentos, dos valores. Agimos por força do hábito, dos costumes e da
tradição, tendendo à naturalizar a realidade social, política, econômica e cultural. Com
isto, perdemos nossa capacidade critica diante da realidade. Em outras palavras, não
costumamos fazer ética, pois não fazemos a crítica, nem buscamos compreender e
explicitar a nossa realidade moral.

No Brasil, encontramos vários exemplos para o que afirmamos acima. Historicamente


marcada pelas injustiças sócio-econômicas, pelo preconceito racial e sexual, pela
exploração da mão-de-obra infantil, pelo “jeitinho” e a “lei de Gerson”, etc, etc. A
realidade brasileira nos coloca diante de problemas éticos bastante sérios. Contudo, já
estamos por demais acostumados com nossas misérias de toda ordem.

Naturalizamos a injustiça e consideramos normal conviver lado a lado as mansôes e


os barracos, as crianças e os mendigos nas ruas; achamos inteligente e esperto levar
e os mendigos nas ruas; achamos inteligente e esperto levar vantagem em tudo e
tendemos a considerar como sendo etário quem procura ser honesto. Na vida pública,
exemplos é o que não faltam na nossa história recente: «anões do orçamento”,
impeachment de presidente por corrupção, compras de parlamentares para a
reeleição, os medicamentos "b o", máfia do crime organizado, desvio do Fundef, etc.
etc.
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4) A implicação das condutas éticas na consolidação dos valores e missões


organizacionais

A Ética é um produto das relações humanas. De forma pragmática, a ética se


apresenta como o assunto cujo estudo tem tornado possível maximizar a eficácia das
relações humanas nas organizações. Em seu sentido mais abrangente, a ética
significa o conjunto de valores e da moral que conduzem um indivíduo a tomar
decisões, no que se refere principalmente às suas relações com o mundo. Não se
pode estudar a ética de forma isolada, mas com foco no ambiente e nas relações
humanas ali existentes.

Na busca de facilitar o convívio em sociedade são criadas normas formais, que podem
estar escritas ou normas morais, que são simbólicas e se manifestam por
comportamentos fortalecidos nas teias sociais ao longo dos anos. O objetivo das
normas é o de se tentar prever, racionalizar e evitar que conflitos éticos ocorram.

A questão ética nas organizações passa pela compreensão da sua cultura


organização. Quais os valores e crenças desta organização e como suas questões do
cotidiano são resolvidas?

Edgar Schein (1982) define cultura organizacional como sendo um padrão de


suposições básicas inventadas, descobertas ou desenvolvidas pelos membros de uma
empresa para lidar com problemas de adaptação externa e integração interna. Estes
padrões funcionam com eficácia suficiente para serem considerados válidos e, em
seguida, ensinadoss aos novos membros como a maneira correta de perceber, pensar
e sentir esses problemas.

Observa-se que a prática da ética nas organizações, por caminhos formais ou


informais, instala-se por referências ideais de comportamentos e procedimentos que
servem de guia, modelo e exemplo de ações ou atitudes tidas como aceitas ou
recomendadas.

A formalização de um Código de Ética enfrenta um difícil caminho de construção,


implementação e manutenção nas organizações.

Na construção, o desafio está em tornar perceptível o que, de fato, se constitui como


valor a serviço da visão e da missão da Empresa. A fronteira entre o código de ética
de uma empresa e o ideal de comportamento humano pode levar à construção de um
produto incompatível com a gestão corporativa. Assim, o produto (código de ética)
pode surgir fadado a ser um mero instrumento ilustrativo ou, no máximo, uma
ferramenta a serviço da divulgação de imagem da corporação.

Na implementação, o risco consiste em ter um código de ética elaborado, bem


redigido, inserido em manuais, mas que não seja do conhecimento das pessoas ou
ainda, não seja aceito como padrão efetivo de diretrizes da ação profissional. A
implementação de um Código de Ética pressupõe a elaboração de um projeto
específico, com ações de treinamento e endomarketing para divulgação e fixação de
seu conteúdo como valor para a organização.
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Na manutenção de um código de ética é necessário que se tenham os guardiões que,


em geral, compõem o Conselho de Ética e têm por objetivo: analisar os casos
discrepantes ou não descritos e auxiliar na identificação das necessidades de revisão
dos itens existentes, sugerindo acréscimos ou mudanças.

Mesmo quando uma organização não tem um código de ética formal, sempre existe
um conjunto de princípios e normas que sustentam as suas práticas.

A maneira como a organização opera, a partir da experiência em diferentes situações,


reflete a crença de cada instituição. Essa crença é detalhada no Modelo de Gestão
(Fornari, 2004) que tem como ponto de partida a visão e a missão da organização.

Na manutenção, o risco é não manter este código atual e aderente à cultura


organizacional da empresa.

Os Valores são afirmações sobre as crenças fundamentais, princípios que podem ser
compartilhados, aprendidos e formam a base a partir da qual as ações e decisões
organizacionais serão tomadas. O conjunto de valores orienta a definição de políticas
e diretrizes, que se consolidam nos hábitos e costumes. Os valores servem de guia
para definição de prioridades e de como todos devem se conduzir na busca dos
objetivos da organização. Embora tenham caráter permanente, os valores devem ser
periodicamente revisitados, para evoluir com a sociedade e com as necessidades da
empresa, formando um conjunto vivo de crenças.

Em torno dos valores, as pessoas, constroem modelos de referência para atuar de


forma independente e delegada, respeitando seus interesses, crenças e as variações
culturais.

Além da declaração de valores, outros artefatos culturais contribuem para disseminar


os princípios éticos de uma organização (exemplo dos líderes; código de ética e o
conselho de ética).

A ética numa organização, seja ela empresarial ou governamental, deve ser pautada
pelos mesmos princípios. Qualquer ação ou decisão, coletiva ou pessoal, não pode
prescindir de um comportamento ético, já que os códigos de conduta devem ser uma
ferramenta de gestão para estabelecer e articular os valores corporativos, as
responsabilidades sociais, e as obrigações da organização que, em última análise, vão
definir a forma como atua para atingir os fins coletivos a que se propõe.

Missão e Valores, esses dois termos estão entre as palavras mais abstratas, mais
exploradas e mais distorcidas em negócios, mas usados de forma estratégica operam
verdadeiros milagres organizacionais.

Muitas vezes esses exercícios terminam com um conjunto de banalidades genéricas que
não significam nada e só servem para deixar os empregados desorientados e céticos.

Uma boa declaração de missão e um bom conjunto de valores, por sua vez, acabam
sendo tão reais que chegam ser quase palpáveis por tão concreto que parecem.

Conforme Welch (2005), a missão anuncia com exatidão para onde se esta
indo e os valores descrevem os comportamentos que o levarão lá.
Welch (2005) defende que a declaração de missão eficaz responde basicamente a
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uma pergunta: Como pretendemos vencer nesse negócio?


Esse tipo de pergunta exige que as empresas façam escolhas sobre pessoas,
investimentos e outros recursos, obrigando as empresas a identificar seus pontos
fortes e fracos, a fim de avaliar onde podem e devem atuar de maneira lucrativa
no panorama competitivo.
Não significando que a missão não deva ser ousada ou inspiradora. As declarações de
missão eficazes devem equilibrar o possível e o impossível. Elas criam nas pessoas o
senso de direção em busca do lucro e a inspiração de sentir-se como parte de algo
grande e importante.
Chiavenato & Sapiro (2003), discutem que a primeira atividade do processo de
planejamento estratégico é refletir sobre a intenção estratégica da organização.
Algumas questões centrais básica são:
• Qual é o negócio da organização e como ele será no
futuro?
• Quais são os clientes e o que eles consideram valioso
na organização, em seus produtos e serviços?
• Quais serão os resultados da organização?
• A quem interessa chegar a esses resultados?

Sendo a organização um sistema que congrega vários públicos de interesse


(stakeholders) com os quais estabelece suas relações. Eles são as pessoas e grupos
capazes de influenciar ou serem influenciados pelos resultados estratégicos da
organização.
Conhecer a intenção estratégica de uma empresa é necessário, mas não é o suficiente.
A organização precisa, para alcançar um desempenho eficiente, identificar também as
intenções estratégicas dos clientes, fornecedores, parceiros e concorrentes.

Conforme Chiavenato & Sapiro (2003), a intenção estratégica da organização é


constituída por seus propósitos, das competências essenciais para que possa trilhar
seu destino e de sua ideologia central que é o conjunto de princípios e valores
que dão os limites da ação da organização.

Conforme Oliveira (2004), planejamento estratégico é o processo administrativo que


proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser
seguida pela empresa visando ao otimizado grau de
interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e
diferenciada.
Segundo Welch (2005), a definição da missão é atribuição da alta
administração. A missão não pode ser delegada a ninguém, exceto as pessoas
que, em última instancia, são responsáveis pela sua realização.

A clareza sobre os valores e comportamentos não adianta muito sem estímulos.


Conforme Welch (2005), para que os valores realmente signifiquem alguma coisa,
as empresas devem recompensar as pessoas que os demonstram e “punir”
as que não os demonstram. Isso tem grande importância para se atingir a vitória.
Para que a missão e os valores da empresa realmente trabalhem juntos como uma
proposta vencedora, é preciso que se reforcem mutuamente e constantemente.
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NOÇÕES DE ÉTICA


Conceitos:

Missão

A missão de uma organização descreve a natureza e o conceito de suas atividades,


ressaltando a filosofia que deve orientar sua relação com os usuários/clientes e
organizações relacionadas.

Visão

A visão de futuro de uma organização expressa o entendimento sobre o seu papel no


futuro, tendo em vista sua missão e seus possíveis espaços de intervenção. Ela tem o
objetivo de clarificar a direção da mudança organizacional, permitindo a tomada de
iniciativas que possam, aos poucos, ir colaborando na construção da nova
organização.

Ética - o mais alto valor de toda organização, deve permear todos os procedimentos
dos servidores e qualquer comportamento antiético deve ser sempre corrigido.

Equidade - o servidor procurará não só fazer cumprir a lei, mas buscar o ideal da
justiça fiscal em todos os níveis e serviços prestados, proporcionando tratamento igual
a todos os seus clientes.

PROGRAMA DE ÉTICA PROFISSIONAL PARA SERVIDORES PÚBLICOS

Código de Ética do Servidor Público decreto º 1.171, de 22.06.94

Servidor público: Entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei,
contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou
indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações
públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. (Capítulo
II, Das Comissões de Ética, XXIV)

CIDADANIA, SERVIÇO PÚBLICO, MORALIDADE (ÉTICA),LEGALIDADE

Pergunta 1: Que relações entre cidadania, serviço público,


moralidade(ética) e legalidade podemos verificar no texto do Código de Ética
do Servidor Público?

Capítulo I Seção I - Regras Deontológicas


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IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou


indiretamente por
todos, até por ele próprio, e por isto se exige, que a moralidade se integre no Direito.

V- O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser


entendido como acréscimo ao seu próprio bem estar, já que, como cidadão, integrante
da sociedade, o êxito deste trabalho pode ser considerado seu maior patrimônio.

VI- A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se
integra na vida particular de cada servidor público.

XIII- O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional,


respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber
colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e
engrandecimento da Nação.

Pergunta 2: Que conteúdos da ética (moral) são destacados como os mais


importantes no texto? Em que medida nele a ética (moral) se relaciona com o
trabalho do servidor público, a cidadania e o direito?

Capítulo I Seção I - Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia, a consciência dos princípios morais são


primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo
ou fora dele. já que refletirá o exercício do próprio poder estatal.

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto,
o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre
o honesto e o desonesto.

III - A moralidade da Administração pública não se limita à distinção entre o bem e o mal,
devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a
legalidade e a finalidade é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo

IX- A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público


caracterizam o esforço pela disciplina. tratar mal uma pessoa que paga seus tributos
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor
em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer espécie
de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato
de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços
públicos.

Seção II - Dos Principais Deveres do Servidor Público

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter,
escolhendo
sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e mais vantajosa para o bem
comum

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se
materializam na
adequada prestação dos serviços públicos

g) ser cortês, ter urbanidade. disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as


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limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de


preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
político e posição social, abstendo-se dessa forma, de causar-lhes dano moral.

Pergunta 3: Como se relaciona o princípio hierárquico do trabalho do servidor


público com a ética (moralidade)? É possível cumprir ordens, respeitar hierarquias
e ser ético, ou seja, responsável e autônomo?

Capítulo 1 Seção I- Das Regras Deontológicas

XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores,
velando atentamente por seu cumprimento e, assim, evitando conduta negligente. Os
repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se ás vezes, difíceis de
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.

Seção II - Dos Principais Deveres do Servidor Público

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra


qualquer
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e


outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em
decorrência de ações morais, ilegais, ou aéticas e denunciá-las;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário


ao interesse público, exigindo providências cabíveis;

t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
abstendo- se de faze-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço
público e dos jurisdicionados administrativos;

u)abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com


finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais
e não cometendo qualquer violação expressa à lei

Anexo 1 :VOCABULÁRIO

Ética: (ethos) disciplina filosófica que estuda o valor das condutas humanas, seus
motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo que se
considera o bem. Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e responsável
por sua conduta entre os demais. Para alguns autores, o mesmo que moral.

Anti-ético: contra uma ética estabelecida ou contra a idéia (da ética) de estabelecer
o que devemos fazer ou quem queremos ser levando os outros em consideração.
Muitas vezes, o anti- ético têm idéias éticas próprias.

Aético: sem ética, mas não contra uma ou outra ética.

Moral: (mores) conjunto dos costumes, hábitos, valores (fins) e procedimentos(meios)


que regem as relações humanas, considerados válidos e apreciados, individual e
coletivamente. Embora possam variar entre grupos e ao longo da história, tendem a ser
considerados absolutos. Podem ser justificados pelo costume, pela natureza, pela
educação, pela sociedade, pela religião. Pode ser considerado o mesmo que ética, com
a diferença de que a ética acrescenta a reflexão e o estudo continuado sobre aquilo que
se faz ou o que se deveria fazer, pensa sobre o bem e o mal, a
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felicidade, o prazer, a compaixão, a solidariedade e outros valores.

Imoral: contra uma moral ou a idéia moral vigente. Muitas vezes, o indivíduo que
questiona uma
ética dominante tem idéias morais próprias ou diferentes.

Amoral: sem moral (aquém ou além dela), mas não contra uma ou outra moral.

Deontologia: estudo dos códigos de condutas considerados válidos entre grupos


e classes
(profissionais) de pessoas.

Legal: aquilo que está conforme a lei civil de um estado nacional.

Ilegal: aquilo que contraria a lei civil de um estado nacional.

Autonomia: auto (próprio) nomos (lei humana). Literalmente, do grego, fazer a própria lei,
seguir a lei feita por si mesmo. Na antiga Grécia, esta era a prerrogativa dos homens
livres, cidadãos, que faziam as leis da cidade onde viviam e conviviam entre outros
iguais. Autonomia é um princípio de liberdade civil, mas também significava, como hoje
em dia, aquela capacidade de responder por si mesmo, prover-se economicamente e ser
emancipado.

Heteronomia: hetero (outro) nomos (lei humana) O contrário de autonomia, o termo


significava na antigüidade grega aquele que segue a lei feita por outro, o que se aplicava
aos homens que não eram livres, como os escravos, os prisioneiros de guerra, as
crianças menores de idade. Além de indicar um princípio de exclusão ou submissão civil
arbitrária, também se refere a uma exclusão ou submissão econômica e moral, a
incapacidade de prover-se e de responder por si mesmo. Não emancipado.

Cidadania:(polis, civitas, cidade) A cidadania se refere às relações entre os cidadãos,


aqueles que pertencem a uma cidade, por meio dos procedimentos e leis acordados
entre eles. Da nossa herança grega e latina, traz o sentido de pertencimento à
uma comunidade organizada igualitariamente, regida pelo direito, baseada na
liberdade, participação e valorização individual de cada um em um em uma esfera
pública (não privada, como a família), mas este é um sentido que sofreu mutações
históricas. Um dos sentidos atuais da cidadania de massa, em Estados que
congregam muitas diversidades culturais é o esforço por participar e usufruir dos direitos
pensados pelos representantes de um Estado para seus virtuais cidadãos; é vir a ser, de
fato, e não apenas de direito, um cidadão. Os valores da cidadania são políticos: igualdade,
eqüidade, justiça., bem comum.

Trabalho:(ergon, tripalium, lavoro, labor, serviço) Atividade que produz riqueza


econômica e articulação social entre as pessoas, embora possa não ser remunerado
(voluntário ou escravo). Remunerado, pode não corresponder ao esforço
empreendido; assalariado, gera mais-valia para quem detém os meios de produção.
Não confundir trabalho com emprego, que é o trabalho remunerado e reconhecido
socialmente. Trabalhar significa aprender a fazer e saber fazer alguma coisa que
transforma a realidade e a própria pessoa que trabalha. Do mais simples ao mais
complexo trabalho, pelo corpo humano (mãos, braços, voz, olhos, ouvidos, cérebro...)
criamos o mundo à nossa volta e participamos, conscientes ou não, de um movimento
social que tanto conserva e regenera quanto muda a realidade. Ainda que não se
compreenda bem o que se faz, o trabalho pode revelar o que somos capazes de fazer,
para o bem ou para o mal. Os valores do trabalho são instrumentais, técnicos: competência,
eficiência, eficácia.
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CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA




NOSSA MISSÃO
Promover a melhoria contínua da qualidade de vida da sociedade, intermediando recursos e negócios
financeiros de qualquer natureza, atuando, prioritariamente, no fomento ao desenvolvimento urbano e nos
segmentos de habitação, saneamento e infra-estrutura, e na administração de fundos, programas e serviços
de caráter social,tendo como valores fundamentais:
Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas da sociedade e dos clientes;
Busca permanente de excelência na qualidade de serviços;
Equilíbrio financeiro em todos os negócios;
Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade;
Respeito e valorização do ser humano.

VALORES DO CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA

RESPEITO
As pessoas na CAIXA são tratadas com ética, justiça, respeito, cortesia, igualdade e dignidade.
Exigimos de dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA absoluto respeito pelo ser humano, pelo bem
público, pela sociedade e pelo meio ambiente.
Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, raça, gênero, cor, idade, religião,
credo, classe social, incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação.
Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos de consumidores, com a prestação de informações
corretas, cumprimento dos prazos acordados e oferecimento de alternativa para satisfação de suas
necessidades de negócios com a CAIXA.
Preservamos a dignidade de dirigentes, empregados e parceiros, em qualquer circunstância, com a
determinação de eliminar situações de provocação e constrangimento no ambiente de trabalho que diminuam
o seu amor próprio e a sua integridade moral.
Os nossos patrocínios atentam para o respeito aos costumes, tradições e valores da sociedade, bem como a
preservação do meio ambiente.

HONESTIDADE
No exercício profissional, os interesses da CAIXA estão em 1º lugar nas mentes dos nossos empregados e
dirigentes, em detrimento de interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, de forma a resguardar a lisura
dos seus processos e de sua imagem.
Gerimos com honestidade nossos negócios, os recursos da sociedade e dos fundos e programas que
administramos, oferecendo oportunidades iguais nas transações e relações de emprego.
Não admitimos qualquer relacionamento ou prática desleal de comportamento que resulte em conflito de
interesses e que estejam em desacordo com o mais alto padrão ético.
Não admitimos práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e comprometam o seu corpo funcional.
Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e prestadores de serviços, sob qualquer pretexto.
Condenamos a solicitação de doações, contribuições de bens materiais ou valores a parceiros comerciais ou
institucionais em nome da CAIXA, sob qualquer pretexto.

COMPROMISSO
Os dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA estão comprometidos com a uniformidade de procedimentos
e com o mais elevado padrão ético no exercício de suas atribuições profissionais.
Temos compromisso permanente com o cumprimento das leis, das normas e dos regulamentos internos e
externos que regem a nossa Instituição.
Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedores, correspondentes, coligadas, controladas,
patrocinadas, associações e entidades de classe dentro dos princípios deste Código de Ética.
Temos o compromisso de oferecer produtos e serviços de qualidade que atendam ou superem as
expectativas dos nossos clientes.
Prestamos orientações e informações corretas aos nossos clientes para que tomem decisões conscientes em
seus negócios.
Preservamos o sigilo e a segurança das informações.
Buscamos a melhoria das condições de segurança e saúde do ambiente de trabalho, preservando a qualidade
de vida dos que nele convivem.
Incentivamos a participação voluntária em atividades sociais destinadas a resgatar a cidadania do povo
brasileiro.
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CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA




TRANSPARÊNCIA
As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são pautadas no princípio da transparência e na
adoção de critérios técnicos.
Como empresa pública, estamos comprometidos com a prestação de contas de nossas atividades, dos
recursos por nós geridos e com a integridade dos nossos controles.
Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e à mídia dispensamos tratamento equânime na
disponibilidade de informações claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadas e no estrito cumprimento
dos normativos a que estamos subordinados.
Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de ascensão profissional, com critérios claros e do
conhecimento de todos.
Valorizamos o processo de comunicação interna, disseminando informações relevantes relacionadas aos
negócios e às decisões corporativas.

RESPONSABILIDADE
Devemos pautar nossas ações nos preceitos e valores éticos deste Código, de forma a resguardar a CAIXA
de ações e atitudes inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou comprometer dirigentes e
empregados, direta ou indiretamente.
Zelamos pela proteção do patrimônio público, com a adequada utilização das informações, dos bens,
equipamentos e demais recursos colocados à nossa disposição para a gestão eficaz dos nossos negócios.
Buscamos a preservação ambiental nos projetos dos quais participamos, por entendermos que a vida
depende diretamente da qualidade do meio ambiente.
Garantimos proteção contra qualquer forma de represália ou discriminação profissional a quem denunciar as
violações a este Código, como forma de preservar os valores da CAIXA.

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