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maneira explícita, com a maneira ontológica, tradicional, por meio da qual o realismo
foi definido, e o anti-realismo por contraste; tradicionalmente um realista à respeito
de algum campo é aquele que afirma existir, de maneira impendentemente de
nossos processos mentais, esquemas conceituais e práticas linguísticas, entidades
de um tipo determinado. Ser realista quanto a objetos cotidianos, como cadeiras,
rochas, mesas, é afirmar que tais objetos existem de maneira independentemente
de nossos processos mentais, e etc. Assim, um realista matemático, nesta versão, é
aquele que afirma que entidades matemáticas existem de maneira independente.
Para o argumento da indispensabilidade Quine-Putman, é interessante este sentido
ontológico e tradicional, visto que trata de comprometimento ontológico, isto é,
comprometimento com a existência de certas entidades. Ainda que, na versão, a
noção de Dummet apareça como “realismo de sentença”, em oposição ao “realismo
de objeto” (o realismo ontológico, que tratamos).
O argumento da indispensabilidade não foi explicitamente enunciado em
Quine, foi somente sugerido em muitas passagens em sua obra. Quine sequer
usava o termo “indispensabilidade”, ele utilizava-se de sua noção de que “ser, é ser
valor de uma variável”. Putman, em Filosofia da lógica, de 1971, foi quem deu ao
argumento uma formulação mais detalhada. Esta é a razão de o argumento ter
entrado pra história como argumento da indispensabilidade Quine-Putman.
Feitas estas observações preliminares, enunciaremos o argumento por meio
da paráfrase de Colyvan: