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Apostila Álgebra de Boole
Apostila Álgebra de Boole
Apostila Álgebra de Boole
1. Princípios básicos
Classes: X, Y, Z, …
- Símbolos eletivos devem ser vistos como símbolos que operam sobre uma classe e
retornam seus elementos. Desta maneira, dizemos que o símbolo x elege todos os
elementos da classe X.
Universo: 1
x=x
- O símbolo de igualdade simplesmente diz que ambos os lados da expressão
selecionam os mesmos elementos.
xy
- O produto de dois símbolos eletivos seleciona, os elementos da classe Y e, em
sucessão, os elementos da classe X que pertencem à classe Y. Sendo assim, xy
seleciona os objetos que são X e Y.
- Uma expressão que usa símbolos eletivos para selecionar objetos é, para Boole,
uma função eletiva. Uma equação cujos membros são funções eletivas é uma
equação eletiva.
xy = yx
x(u+v) = xu + xv
xx = x
Primeiramente, é necessário definir como podemos expressar a classe dos não-X. Para
tal, precisamos de uma função eletiva que selecione, do nosso universo, todos os
elementos que não pertencem à classe X. Ora, temos que o universo é 1, e queremos
subtrair do nosso universo todos os elementos da classe X para obter a classe dos não
x. Isso pode ser expresso por (1-x).
Boole percebeu que duas equações eletivas representam essa proposição categórica.
Em primeiro lugar, percebeu que se todos os X são Y, então selecionar os objetos que
são X e Y é o mesmo que selecionar apenas os objetos que são X, portanto:
xy = x
Em segundo lugar, percebeu que declarar que todos os X são Y, significa que não há
qualquer elemento que seja X e não-Y, portanto:
x(1-y) = 0
Universal Negativa (E): Nenhum X é Y
Declarar que nenhum X é Y é o mesmo que declarar que não há termos em comum
entre as classes X e Y:
xy = 0
v = xy ” (Página 21)
Outra equação eletiva que podemos deduzir disto é que os elementos selecionados por
vx são os mesmos que os elementos selecionados por vy, a partir dos seguintes passos:
vx = xy (idempotência)
Ora, podemos tomar a equação eletiva original e multiplicar ambos os lados por y:
vy = xy
vx = vy
Outra equação eletiva ainda que expressa a mesma proposição categórica é transmitida
pelo seguinte raciocínio. Se dizemos que algum X é Y, então dizemos também não
existe um elemento que pertença a classe V, à classe X e à classe não-Y (lembre-se,
definimos a classe V como a classe dos elementos que são X e Y), portanto:
vx(1-y) = 0
v(1-x) = 0
Ou V e não-Y:
v(1-y)=0
Particular Negativa (O): Algum X são não-Y
v = x(1-y)
vx = v(1-y)
vxy = 0
3. Proposições hipotéticas
Até agora vimos que símbolos, funções e equações eletivas podem representar as
proposições categóricas de Aristóteles. Boole usa essa interpretação para reconstruir
todas as partes da silogística de Aristóteles, incluindo as conversões e as conclusões
dos silogismos. Para isso, como foi visto, entendemos as proposições categóricas de
Aristóteles como declarações sobre as relações entre classes (ao dizer “Todo X é Y”,
estamos declarando uma relação entre os membros da classe X e os membros da classe
Y).
Essa, contudo, não é a única interpretação possível para o uso da análise matemática
de Boole. Não é forçoso que interpretemos os símbolos eletivos como os elementos
das classes expressas nos termos das proposições categóricas. Podemos adotar uma
interpretação proposicional da álgebra booleana. Para tal, devemos simplesmente
entender as classes como proposições inteiras (e não como termos de proposições).
Neste ponto, vale lembrar algo que foi dito no início deste material quando
mencionamos a propriedade distributiva: podemos separar uma classe selecionando
partes dela e expressando isso como a soma: a + b
Assim, para construir uma função eletiva que selecione casos em que duas proposições
X e Y 1) Sejam ambas verdadeiras, 2) Seja somente X verdadeira ou 3) Seja somente
Y verdadeira, temos:
x + y – xy
Perceba que acabamos de chegar em uma função que expressa a ideia de disjunção:
Sejam X e Y duas proposições, a expressão x + y – xy retornará o valor 1 (verdadeiro)
quando aceitarmos que “X ou Y” é verdadeiro.