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MANUAL DE FORMAÇÃO

ASSISTENTE DE CLÍNICA
DENTÁRIA

Form.5/2017 – Layout do Manual de Formador/Tutor


Elaborado por: Joana Cruz | Em vigor desde: 30-07-2012 | Atualizado a: 13-03-2020
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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5

1. INTRODUÇÃO À MEDICINA DENTÁRIA ................................................................................................... 6

2. ANATOMIA DA CAVIDADE ORAL E DOS DENTES ..................................................................................... 7

3. CONTROLO DE INFEÇÕES – MEDIDAS HIGIÉNICAS NO CONSULTÓRIO .................................................. 9

4. RADIOLOGIA E FARMACOLOGIA EM MEDICINA DENTÁRIA .................................................................. 11

5. DENTISTERIA E OCLUSÃO ...................................................................................................................... 12

5.1. MATERIAL E PROCEDIMENTO NA RESTAURAÇÃO .......................................................................... 12

6. ENDODONTIA ........................................................................................................................................ 15

7. PERIODONTOLOGIA .............................................................................................................................. 16

7.1. TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO DA ARTICULAÇÃO TEMPORO¬MANDIBULAR ................................ 17

8. CIRURGIA ORAL ..................................................................................................................................... 18

8.1. TIPOS DE CIRURGIA ......................................................................................................................... 18

9. PATOLOGIA ORAL E IMPLANTOLOGIA .................................................................................................. 20

10. REABILITAÇÃO ORAL ............................................................................................................................. 21

11. ODONTOPEDIATRIA .............................................................................................................................. 23

11.1. TÉCNICAS DE CONTROLO DO COMPORTAMENTO NA ODONTOPEDIATRIA ............................. 23

12. ORTODONTIA ........................................................................................................................................ 24

13. URGÊNCIAS MÉDICAS NA CLÍNICA DE MEDICINA DENTÁRIA ............................................................... 25

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................. 26

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INTRODUÇÃO
Num mundo em constante desenvolvimento, a aquisição de competências e a diferenciação profissional
promovem um maior acesso ao mercado de trabalho.

A assistente dentária é, na maioria das vezes, o primeiro contacto dos pacientes com a clínica, devendo
promover uma imagem de profissionalismo e competência, que contribui para a fidelização dos pacientes
aos serviços prestados pela clínica.

O reconhecimento, por parte da população, da importância da Saúde Oral para o seu bem-estar e
qualidade de vida, conduz a uma prestação de serviços assistenciais diferenciados e cada vez mais
personalizados.

Esta realidade promove a procura, por parte dos empregadores, de Assistentes Dentários aptos a
desempenhar as suas funções e conscientes das implicações do seu trabalho, na avaliação global que o
paciente faz dos cuidados de Saúde Oral.

A equipa médico-dentária é multidisciplinar, sendo que o médico dentista e o assistente dentário


assumem um papel de maior destaque na interação com o paciente e, por consequência, na transmissão
de hábitos de prevenção, manutenção ou restabelecimento da saúde oral.

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1. INTRODUÇÃO À MEDICINA DENTÁRIA

As funções da Assistente Dentária são bastante vastas. Para além do auxílio ao médico dentista em todo
o tipo de tratamento seja ele cirúrgico ou de intervenção mais superficial, existem outras funções
igualmente importantes. Participação na organização administrativa, logística e do funcionamento do
consultório, atendimento direto e indireto dos utentes, tais como marcação e confirmação de consultas,
zelar no bem estar tanto do utente como dos profissionais da clinica, acompanhar o utente da sala de
espera ao consultório; e como já referi acima, no auxilio da prestação de cuidados do médico dentista ao
utente, instrumentando o médico dentista ou higienista oral nos tratamentos clínicos e executando as
técnicas de higienização, desinfeção e esterilização de todo o material utilizado e igualmente os espaços
e instalações.

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2. ANATOMIA DA CAVIDADE ORAL E DOS DENTES

Os principais ossos do crânio são:


• Frontal;
• Occipital;
• Etmóide;
• Esfenóide;
• Temporais;
• Parietais.

Os principais ossos da face são:


• Maxila
• Zigomático ou Malar;
• Ossos lacrimais;
• Palatino;
• Corneto inferior;
• Vômer;
• Mandíbula:
• Ossos nasais.

Os músculos mastigadores são:


• Temporal;
• Masséter;
• Pterigoideu medial;
• Pterigoideu lateral.

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Os tipos de dentes existentes são:
• Incisivos;
• Cninos;
• Pré-molares
• Molares.

As suas principais funções são: incisivos têm a função de morder e cortar; os caninos têm a função de
rasgar; os pré-molares trituram e por fim os molares moem.

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3. CONTROLO DE INFEÇÕES – MEDIDAS HIGIÉNICAS NO CONSULTÓRIO

O exercício da medicina dentária tem vindo a sofrer profundas mudanças nos últimos tempos devido a
múltiplos fatores tais como: desenvolvimento tecnológico com o aparecimento de novos materiais e
equipamentos cada vez mais sofisticados, a evolução do mercado de trabalho trouxe consigo a
necessidade de competir num mercado cada vez mais saturado. Tudo isto, exige a adoção de posturas
forçadas, por períodos prolongados, existindo a necessidade de coordenar e adaptar o equipamento ao
homem para uma correta realização do trabalho.

O objetivo da ergonomia é reduzir o stress e a fadiga, reduzir as iatrogenias, melhorar a utilização do


equipamento, aumentar a produtividade, eliminar manobras não produtivas, aumentar o conforto e a
segurança do paciente, diminuir patologias profissionais e melhorar a qualidade de vida.

O HIV é o vírus mais conhecido, no entanto o vírus da Hepatite C, contamina um número muito maior de
pessoas, isso acontece porque o HIV tem um poder de contaminação muito menor que o da Hepatite,
apesar das suas formas de transmissão serem as mesmas: através de relações sexuais com pessoas
portadoras do vírus ou através de sangue infetado.

A Hepatite C ao contrário do HIV, é perfeitamente tratável e com cura.

Os cuidados a ter tanto a nível da equipa de saúde oral como de materiais, para evitar infeção cruzada
são o uso de barreiras físicas como luvas, mascara, óculos, touca e bata; desinfeção antes e após o
tratamento; conhecimento da história clínica do paciente e lavagem correta das mãos; nunca reutilizar
agulhas, seringas, lâminas e luvas; utilização de proteções descartáveis na superfície de trabalho;
acondicionar e fechar o lixo em sacos de plástico apropriados e identificados como "Material
Contaminado"; e após as consultas fazer uma correta desinfeção e esterilização de todo o material
reutilizável e superfície de trabalho.

Os constituintes da cadeira e as suas funções são:

• Equipamento de ferramentas de trabalho, que pode ser totalmente móvel, possui rodas, ou
semi-móvel, prezo ao mecanismo da própria cadeira, por um braço móvel, dentro desse
equipamento existem: sistema de ar e água, ultra som, negatoscópio, micro motor elétrico com
contra ângulo, terminal para alta rotação borden com turbina e terminal para alta rotação com
F.O e turbina.
• Refletor - luz com braço que deve ter extensão suficiente para que o foco luminoso recaia na
vertical na boca do paciente.
• Mesa e armário clínico. bandeja de instrumentos e materiais, que devem ser dispostos de acordo
com a sequência de uso.
• Periférico - contem o ultrassom e o jato de bicarbonato.
• Pedal progressivo.

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• LCD com monitor, o consultório pode ou não possuir.

Existe a unidade auxiliar da cadeira, que se situa do lado esquerdo do paciente constituído pelo aspirador,
aspirador de saliva e cuspideira.

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4. RADIOLOGIA E FARMACOLOGIA EM MEDICINA DENTÁRIA

As principais radiografias utilizadas em Medicina dentária, são a radiografia periapical, radiografia


interproximal, radiografia panorâmica e oclusal.

As estruturas radiopacas correspondem às estruturas que não permitem que o feixe do raio x as atravesse,
como o esmalte, o implante, dentina, corticais ósseas, espigão, entre outras.

As estruturas radiotransparentes, correspondem às estruturas que permitem que o feixe do raio x as


atravesse com facilidade, realizada em estruturas com menor espessura ou menor número de minerais,
são elas a cárie, a polpa, canal mandibular, ligamento periodontal, entre outras.

O ato de prescrição de antibióticos é algo que deve ser realizado de forma ponderada, consciente e com
um bom suporte científico, isto é, trata-se de um ato médico terapêutico e, como tal, são necessários
conhecimentos que o permitam fazer.

Realizá-lo exige consciência de que existem riscos associados e por vezes o benefício não supera o risco.

As situações em que os Médicos Dentistas optam pela prescrição de antibióticos, distinguem-se em dois
grandes grupos: o primeiro refere-se a infeções localizadas e portanto, os antibióticos são utilizados como
forma de controlar a infeção e impedir que esta alcance estruturas adjacentes; o segundo refere-se a
profilaxia antibiótica, em que se pretende a prevenção da infeção a nível sistémico.

Os três anestésicos mais utilizados em medicina dentária são a Lidocaina, Mepivacaina e articaina

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5. DENTISTERIA E OCLUSÃO

É a área da medicina dentária que trata as lesões dos dentes, sejam elas causadas por cárie dentária,
traumatismo ou outra razão.

O tratamento destas lesões é realizado com materiais que substituem a estrutura do dente perdido.

A satisfação estética tem vindo assumir um papel importante e crescente na saúde oral, estando associada
à força do marketing, do êxito social e profissional. Assim, na reabilitação oral, a função do médico
dentista será avaliar, diagnosticar, sugerir tratamento, efetuar e tratar para que o paciente passe a ter
uma integridade funcional no seu meio social.

5.1. MATERIAL E PROCEDIMENTO NA RESTAURAÇÃO

• Anestesia
o Um gel anestésico será aplicado no local em que será aplicada a injeção anestésica. O
gel reduz o desconforto causado pela injeção. A injeção deixará o dente e sua área
dormente.

• Dique de Borracha
o Um dique de borracha é uma superfície de borracha que é fixada a uma estrutura de
metal e colocada na boca sendo coberta com o dique de borracha. Um pequeno buraco
é feito na superfície, que é esticada até o dente que será restaurado. A ideia é prevenir
que qualquer material da restauração ou lasca de dente entre na garganta ou boca, e
permite ao dentista focar-se no dente que precisa de ser restaurado.

• Broca de Diamante
o Remoção de qualquer reconstrução dentária. Usando uma peça de mão de alta
velocidade e brocas de diamante. A cavidade deve ser limpa e somente deve ser deixada
a parte sadia.

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• Preparação do dente
o Quando o dente estiver sido limpo e somente deixada a parte sadia, o dentista irá
reconstruir o dente colocando o sistema adesivo e a resina composta.

• Resinas Compostas
o Este material é aplicado camada por camada, e cada camada e necessita de ser
fotopolimerizado. Para uma restauração composta, o médico dentista não precisa de
criar uma forma específica para a cavidade. As resinas compostas são o material de
eleição para a restauração de dentes anteriores, devido às suas excelentes propriedades
estéticas.

• Verificar a mordida e a anatomia


o Após a colocação da resina composta, é necessário proceder ao ajuste de oclusão. Deve
ter-se a certeza de que a mordida está correta e a anatomia restaurada para que o dente
possa ter a sua função normal.
o Para verificar a mordida deve-se:
▪ O doente deve morder um papel de oclusão usado para verificar as áreas que
apresentam uma mordida elevada.

o Para verificar a anatomia deve-se:


▪ Colocar um instrumento manual em volta do dente para verificar qualquer
excesso. Se houver algum, precisará ser corrigido e ajustado.
▪ O dentista fará uma observação visual das inclinações dos dentes (sulcos e
outras características físicas).
▪ O dente deve ter uma aparência normal.

• Manutenção e cuidado
o O dentista irá pedir que evite comer qualquer coisa por aproximadamente uma hora ou
mais. Se estiver com sede, pode beber água. Bebidas com corante podem manchar a

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sua restauração, se forem de cor natural, nos primeiros 30 minutos. Para ter a certeza
da manutenção da restauração:
o Escove os seus dentes regularmente, usando pasta de dentes com flúor.
o Controle a ingestão de açúcar.
o Cuidado ao comer alimentos duros.
o Mantenha uma boa saúde oral.

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6. ENDODONTIA

A Endodontia é a especialidade da Medicina Dentária dirigida ao tratamento de patologias da polpa


(vulgarmente designada por nervo).

A polpa dentária localiza-se no interior do dente e está rodeada pelo tecido duro – a dentina – sendo
responsável pela nutrição e sensibilidade dentária, através dos vasos sanguíneos e nervos que a
constituem.

• Obturação e apicectomia
• Retratamento canalar
• Cirurgia Endodôntica (Preparação do instrumental e material necessário; Noções de técnicas
cirúrgicas)
• Procedimentos de preparação e apoio – O papel do assistente dentário em todo o processo
• Normas de higiene e segurança

As lesões da polpa dentária podem ter na sua origem traumatismos, fraturas ou cáries profundas. Entre
os sintomas indicativos de um problema endodôntico, incluem-se dor espontânea, sensibilidade
prolongada ao frio e/ou ao calor e desconforto ao toque e mastigação, sendo que, de entre os sinais mais
comuns, se pode incluir, a presença de abcesso ou fístula (pequena bolha de pus na gengiva).

Nos casos de necrose ou inflamação irreversível da polpa dentária, a endodontia (desvitalização) é a única
solução para salvar o dente e evitar outras complicações.

Para além de eliminar a patologia da polpa, o tratamento endodôntico permite, em conjunto com a
posterior reconstrução, restituir ao dente a função mastigatória.

A Assistente Dentária tem que imediatamente preparar a bancada de trabalho de forma a ter todo o
material necessário para a correta execução da Endodontia

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7. PERIODONTOLOGIA

A Periodontologia é especialidade da Medicina Dentária dirigida à prevenção, diagnóstico e tratamento


das doenças que afetam o periodonto, ou seja, o conjunto dos tecidos, que incluem, para além de gengiva,
o osso alveolar, cimento e ligamento periodontal, responsável por manter a firmeza dos dentes nos
maxilares. As alterações patológicas do periodonto são chamadas doenças periodontais como placa
bacteriana, gengivite e periodontite.

A doença periodontal é uma doença, que se caracteriza como um conjunto de condições inflamatórias e
de origem bacteriana, que começa por afetar o tecido gengival e pode levar, com o tempo, a perda dos
tecidos de suporte dos dentes. A doença tem o seu desenvolvimento mais acelerado em pacientes
diabéticos, fumadores e pessoas com a suscetibilidade genética. A doença periodontal não tem CURA,
mas, os pacientes podem fazer o tratamento de manutenção ou interventivo.

No Consultório Dentário cada paciente tem de ter a sua história clínica completa. O diagnóstico das
doenças periodontais pode ser feito de diferentes formas.

Sondagem periodontal é o principal exame para detetar a presença de doença periodontal. Na clínica, o
assistente, tem de preparar os instrumentos e a sonda periodontal graduada. A sondagem deve ser
circunferencial, em seis locais por dente, três medições vestibulares e três medições em lingual ou
palatino, em todos os dentes, pois uma gengiva aparentemente saudável poderá estar comprometida,
com quase ou nenhum sangramento, mas com perda óssea.

Quando a sondagem periodontal revelar perda óssea, formando bolsas periodontais, devem efetuar-se
sempre radiografias, para auxiliar no diagnóstico e avaliar a extensão da doença periodontal. No status
radiográfico tem de ser feito 14 radiografias periapicais e 4 bitewings.

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A forma de tratamento diferencia-se de acordo com o estádio da doença, se ela esta na face inicial ou
avançada.

Na periodontite inicial, o primeiro passo que se deve fazer é a destartarização – remoção de placa
bacteriana e tártaro dos dentes e junto às gengivas. Para este efeito, o assistente, tem de preparar o
destartarizador. Também são utilizados aparelhos de ultrassons e jato de bicarbonato.

A seguir tem de ser feito o polimento dos dentes, com pasta e escova profilática, e aplicação de flúor para
diminuir a sensibilidade dentária.

O alisamento radicular é a remoção de cálculo infragengival, que deve ser procedido de destartarização.
O alisamento envolve a raspagem cuidadosa da raiz do dente, com o objetivo de reduzir a inflamação. O
Médico Dentista faz raspagem para alisar as áreas irregulares para tentar impedir o crescimento de placa
bacteriana. Os instrumentos próprios, que o assistente tem de preparar, são as Curetas Grecey. As curetas
mais utilizadas são os números 5/6, 7/8, 11/12 e 13/14. Depois da utilização, o assistente, tem de afiar as
curetas com a pedra Arkansas e com o óleo de afiação. Acabamos o alisamento com o polimento
profilático.

7.1. TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO DA ARTICULAÇÃO TEMPORO¬MANDIBULAR

A Articulação Temporo¬Mandibular estabelece a relação entre o osso temporal e a mandíbula. As


disfunções desta articulação são muitas vezes causadas por uma má relação dentária. Os principais
sintomas reportados pelos pacientes são dores de cabeça, ouvidos, olhos, face e pescoço, bem como,
dificuldades na mastigação, zumbidos, enjoos e tonturas.

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8. CIRURGIA ORAL

8.1. TIPOS DE CIRURGIA

• Extrações
o A necessidade de extrair um dente pode surgir por várias razões: Cáries extensas, dentes
inclusos, necessidade ortodôntica de ganhar espaço nas arcadas, perda óssea severa,
remoção de quistos e tumores.
o O assistente tem um papel fundamental na preparação da cirurgia, uma vez que deve
organizar e preparar o consultório. Deve também desinfetar todas as superfícies. Antes
de iniciar, deve reunir todo o material necessário e organizá-lo por ordem de utilização.
Deve também colocar o material utilizado no original ou, no caso de materiais
descartáveis ou material perfurante deitar fora no contentor apropriado.
o Material Cirúrgico:
▪ Kit básico
▪ Carpule, Anestubo e agulha
▪ Bisturi
▪ Sindesmótomo
▪ Afastadores (Normalmente utilizados pela assistente)
▪ Descoladores
▪ Alavanca
▪ Brocas de osso e de odontossecção
▪ Boticões
▪ Cureta cirúrgica
▪ Pinça de tecidos
▪ Material de sutura (porta agulha, fio de sutura, tesoura, esponja hemostática)
▪ Taça de inox para lixo biológico e contaminado
▪ Taça com soro
▪ Compressas esterilizadas

• Diérese
o A diérese é o ato de separar os tecidos com fins operatórios.
o Nesta fase utilizam-se os seguintes instrumentos:
▪ Bisturi
▪ Sindesmotomo
▪ Descolador
▪ Afastadores

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• Exérese
o A Exérese é uma manobra cirúrgica utilizada para a remoção de peças dentárias.
Para tal é feita uma luxação do dente que é seguida pela remoção do mesmo. Para
finalizar são removidos os tecidos moles e os restos epiteliais do alvéolo.
o Nesta fase utilizam-se os seguintes instrumentos:
▪ Alavanca
▪ Boticão
▪ Pinça para tecidos
▪ Cureta Cirúrgica

• Síntese
o A Síntese é a última etapa do processo cirúrgico no qual ocorre a reaproximação
das extremidades dos tecidos separados com, normalmente, a posterior sutura
com a finalidade de acelerar a cicatrização.
o É muito importante nesta fase a compressão alveolar antes da sutura.
o Nesta fase utilizam-se os seguintes instrumentos:
▪ Pinça porta agulhas
▪ Compressas
▪ Tesoura
▪ Esponja hemostática

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9. PATOLOGIA ORAL E IMPLANTOLOGIA

A Patologia Oral é o ramo de Medicina Dentária que faz o diagnóstico, prevenção e tratamento das
doenças orais, bem como o seu relacionamento com doenças de outras especialidades.

As doenças orais podem ser de origem:

• Infecciosa (vírus, bactérias, fungos),


• Neoplásica (neoplasias benignas ou malignas),
• Traumáticas (físicas, químicas),
• Imunológicas ou auto-imunes (processos alérgicos e auto-imunes),
• Outras.

Estas patologias podem afetar vários órgãos ou estruturas, tais como: gengiva, lábios, língua, mucosa
interna da bochecha, glândulas salivares e palato. O especialista em Patologia Oral desempenha um
importante papel no diagnóstico e tratamento destas doenças.

A Implantologia é uma área cirúrgica da Medicina Dentária que se dedica à colocação de implantes
dentários. Os implantes dentários são estruturas fabricadas numa liga de titânio, colocados na maxila ou
na mandíbula, que substituem as raízes de dentes perdidos. Oferecem uma solução segura e permanente
para a substituição de um ou mais dentes, funcionando como pilares de suporte para coroas unitárias e
pontes fixas ou removíveis, parciais ou totais.

Com a utilização de implantes dentários o doente pode optar por uma solução fixa em detrimento de
soluções desconfortáveis e inestéticas como as próteses removíveis, suportadas apenas pela mucosa,
voltando a sentir o conforto que os dentes naturais oferecem.

Outras vantagens dos implantes incluem:

• Manutenção da estrutura óssea e estética facial que se perde com a ausência de dentes;
• Restituição da capacidade mastigatória e possibilidade de se alimentar sem a preocupação
inerente ao facto de não ter dentes naturais;
• Manutenção da integridade dos dentes vizinhos, uma vez que não são desgastados tal como
acontece para a realização de uma ponte sobre dentes;
• Melhoria substancial na confiança e segurança dadas pelos dentes naturais, proporcionando ao
paciente uma melhor auto-estima, sem qualquer inibição social.

Após uma rigorosa observação clínica, devidamente complementada com exames radiográficos, é
estabelecido o seu plano de tratamento.

Apesar deste variar de acordo com cada paciente, as fases que o constituem são comuns a todos os casos
e englobam 4 momentos diferentes: planeamento, fase cirúrgica, reabilitação protética e manutenção.

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10. REABILITAÇÃO ORAL

Esta área da Medicina Dentária representa uma das mais valorizadas pelos nossos pacientes uma vez que
permite a devolução de dentes outrora perdidos e, consequentemente, a estética e a função.

São muitas as possibilidades de tratamento que a Prostodontia pode oferecer: soluções fixas ou
removíveis, sobre implantes ou sobre dentes, totais ou parciais. Sem dúvida que as soluções fixas são a
melhor solução de tratamento para recuperar dentes perdidos e as razões são várias. Não só permitem
uma estética e função excelentes, como aumentam a segurança e auto-estima características de dentes
naturais saudáveis.

Tanto as coroas como as próteses fixas são cimentadas no dente ao contrário dos recursos móveis, como
as próteses parciais removíveis, que podem ser retiradas e lavadas diariamente. As coroas e próteses fixas
por serem cimentadas nos dentes existentes ou em implantes só podem ser removidas pelo dentista.

A coroa é utilizada para cobrir inteiramente ou somente uma parte da coroa de um dente danificado.
Além de conferir maior resistência a um dente danificado, a coroa pode ser utilizada para melhorar sua
aparência, o formato ou alinhamento dos dentes no arco. Uma coroa também pode ser colocada sobre
um implante, dando-lhe o formato e estrutura parecidos com a do dente natural, a fim de que este possa
desempenhar suas funções. As coroas de porcelana ou cerâmica podem combinar com a cor natural dos
seus dentes. Outros materiais usados são o ouro e as ligas de metal, o acrílico e a cerâmica. Estas ligas
metálicas são geralmente mais resistentes que a porcelana e podem ser recomendadas para os dentes
posteriores. A porcelana é ligada a uma estrutura metálica e é utilizada, em geral, por ser resistente e
atraente.

As coroas podem ser recomendadas para:

• Substituir uma grande restauração quando não restar muita estrutura do dente;
• Proteger um dente enfraquecido por fraturas;
• Restaurar um dente fraturado;
• Ligar uma prótese;
• Cobrir um implante dentário;
• Cobrir um dente descolorido ou deformado;
• Cobrir um dente que tenha sofrido um tratamento de canal.

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11. ODONTOPEDIATRIA

O trabalho de Assistente Dentária em todo o tipo de intervenção seja ela complexa ou mais simples, exige
muita atenção ao doente, desde a receção, à comunicação e tranquilização do mesmo. Quando falamos
numa consulta de Odontopediatria, requer ainda mais cuidados, tendo em conta que se trata de utentes
dos 0 aos 18 anos de idade. Recusa ao tratamento, choro forte e medo são algumas das piores reações
que solicitam mais cuidados por parte da equipa médica; por isso a Assistente Dentária tem como função
tentar acalmar o paciente, de forma a conseguir que mesmo com todos os medos e rejeições, este
coopere com a equipa.

Algumas estratégias que visam centrar a atenção das crianças, transmitindo-lhes empatia e constante
segurança são através de expressões faciais de sorriso, a modelação positiva da voz, elogios verbais logo
após a demostração de um comportamento apropriado e o sinal de aprovação através do toque físico. A
distração e o uso de música no gabinete são outras das estratégias que podem ser bem sucedidas, para
evitar o uso de anestesia geral ou outro tipo de sedativo para efetuar o tratamento.

11.1. TÉCNICAS DE CONTROLO DO COMPORTAMENTO NA ODONTOPEDIATRIA

• Técnicas de Comunicação – esta técnica privilegia a comunicação com linguagem pediátrica,


comunicando de forma fácil e apropriado a cada idade.
• Técnicas de Modificação da Conduta – este conceito tem como finalidade o estabelecimento de
estratégias competentes que levem à mudança de comportamento negativo da criança,
envolvendo reforços seletivos mencionados pelo mesmo, de forma a que este adote
gradualmente uma conduta mais positiva. Transmissão positiva à criança através de expressões
faciais e elogios.
• Técnicas de Contenção Física – trata-se de uma técnica que limita os movimentos da criança,
tanto com o controlo físico do profissional como de dispositivos específicos (bloco de mordida,
abre bocas). Deitar a criança no colo do familiar que se encontra sentado na cadeira do dentista
ou mesmo deitar a criança sobre as pernas do médico e do familiar, são duas outras formas de
contenção física, pois a anestesia geral só se opta no fim de esgotar todas as hipóteses.

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12. ORTODONTIA

Podemos dividir os processos de Ortodontia em consultas e os materiais básicos utilizados em cada uma
delas.

• 1ª Consulta – baseia-se no conhecimento da história clinica do doente e análise da mesma.


Realização de todas as radiografias necessárias, impressão de modelos de estudo em alginato e
registo de mordida em silicone e a realização de fotografias intraorais e extraorais.
• 2ª Consulta – corresponde à cimentação, ou seja, à colocação do aparelho fixo. materiais:
brackets, bandas, arco e ligaduras elásticas; cimento para brackets, bandas e sistema adesivo
ortodôntico, pinça porta brackets, porta tubos, pinça mathieu, alicates de ortodontia, condutor
de fio, posicionador de brackets, afastadores e isolamento relativo.
• 3ª Consulta – consulta de manutenção, ou seja, durante a utilização do aparelho, existem
consultas mensais chamadas de manutenção, de forma ao médico avaliar e reajustar o aparelho.
materiais: pinça mathieu, alicates de ortodontia, condutor de fio, arcos e ligaduras, entre outros
materiais que o profissional entenda por necessária a sua utilização.
• Última Consulta – corresponde á remoção do aparelho materiais: pinça saca brackets, alicate
saca bandas, alicates de ortodontia e brocas de desgaste.

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13. URGÊNCIAS MÉDICAS NA CLÍNICA DE MEDICINA DENTÁRIA

Os dois elementos fundamentais do Suporte Básico de Vida (SBV) são: compressões torácicas e as
ventilações. São as compressões torácicas que mantêm o fluxo de sangue para o coração, o cérebro e
outros órgãos vitais. Para aplicar corretamente compressões torácicas num adulto:

1. Posicionar-se ao lado da vítima;


2. Certificar-se que a vítima está deitada de costas, sobre uma superfície firme e plana;
3. Afastar/remover as roupas que cobrem o tórax da vítima;
4. Colocar a base de uma mão no centro do tórax, entre os mamilos;
5. Colocar a outra mão sobre a primeira entrelaçando os dedos;
6. Braços e cotovelos esticados, com os ombros na direção das mãos;
7. Aplicar compressão sobre o esterno, deprimindo o esterno 5-6 cm a cada compressão (as
compressões torácicas superficiais podem não produzir um fluxo sanguíneo adequado);
8. No final de cada compressão garantir a reexpansão total do tórax, aliviando toda a pressão sem
remover as mãos do tórax (o retorno completo da parede torácica permite que mais sangue
encha o coração entre as compressões torácicas);
9. Aplicar compressões de forma rítmica a uma frequência de pelo menos 100 por minuto, mas não
mais do que 120 por minuto (a evidência científica demonstra que esta frequência produz um
fluxo sanguíneo adequado e melhora a sobrevivência; ajuda se contar as compressões em voz
alta);
10. NUNCA INTERROMPER AS COMPRESSÕES MAIS DO QUE 5 SEGUNDOS (com o coração parado,
quando não se comprime o tórax, o sangue não circula).

Na impossibilidade de utilizar um adjuvante da via aérea (VA) (máscara de bolso ou insuflador manual), a
ventilação “boca-a-boca” é uma maneira rápida e eficaz de fornecer oxigénio à vítima. O ar exalado pelo
reanimador contém aproximadamente 17% de oxigénio e 4% de dióxido de carbono, o que é suficiente
para suprir as necessidades da vítima.

O reconhecimento precoce da obstrução da via aérea (OVA) é fundamental para o sucesso da evolução
da emergência. É importante distinguir esta emergência do desmaio/síncope, do “ataque cardíaco”
(enfarte agudo do miocárdio), das convulsões, da overdose por drogas e de outras condições que possam
causar insuficiência respiratória súbita, mas que requerem um tratamento diferente.

O reanimador (observador) treinado geralmente sabe detetar sinais de obstrução da VA.

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BIBLIOGRAFIA

• LOBAS, C. (2008). Técnico em Higiene Dental e Auxiliar de Consultório Dentário – Odontologia de


Qualidade. 2ª edição. Editora Santos.

• EHRLICH, A., TORRES, H. (1992). Essentials of Dental Assisting. 2ª edição. W.B. Saunders
Company.

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