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DECRETO nº 11.353, de 29 de maio de 1992.

Dispõe sobre transação e parcelamento de débitos do ICMS e dá outras providências.

O Governador do Estado do Rio Grande do Norte, no uso da atribuição que lhe confere
o artigo 64, V, última parte, da Constituição Estadual, e tendo em vista o disposto no
Convênio ICM 24/75, de 05 de novembro de 1975, reconfirmado pelo Convênio, ICMS
38/90, de 13 de setembro de 1990, e prorrogado pelo Convênio ICMS 80/91, de 05 de
dezembro de 1991, DECRETA:

Art. 1º. Os débitos do Imposto sobre Operações Relativas ã Circulação de Mercadorias e


sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS), relativos a operações ocorridas até 31 de março de 1992, podem
ser pagos, mediante transação, em qualquer fase em que se encontrem, observado o
seguinte:

I - com redução de noventa por cento (90%) da correção monetária, da multa, dos juros
de mora e outros acréscimos legais, se o recolhimento for efetuado em parcela única até
o trigésimo dia após a data da publicação deste Decreto no Diário Oficial do Estado;
II - com redução de setenta e cinco por cento (75%) da correção monetária, da
multa, dos juros de mora e de outros acréscimos legais, se o recolhimento for efetuado
em quatro parcelas mensais e sucessivas, devendo a primeira ser paga até o trigésimo
dia após a data da publicação deste Decreto no Diário Oficial do Estado e as demais na
respectiva data dos meses subsequentes;
III - com redução de sessenta e cinco por cento (65%) da correção monetária, da
multa, dos juros de mora e de outros acréscimos legais, se o recolhimento for efetuado
em oito parcelas mensais e sucessivas, observado o disposto na parte final do inciso II;
IV - com redução de cinquenta e cinco (55%) da correção monetária, da multa, dos
juros de mora e de outros acréscimos legais, se o recolhimento for efetuado em doze
parcelas mensais e sucessivas, observado o disposto na parte final do inciso II.

§ 1º. No caso deste artigo, o contribuinte pode recolher parte do débito à vista e efetuar
o pagamento do restante a prazo, aplicando-se o percentual de redução fixado para cada
caso.

§ 2º. No caso dos incisos II a IV, a parcela inicial deve corresponder a dez por cento
(10%) do valor do débito e as demais são divididas em valores iguais em cruzeiros e em
seguida convertidas em Unidade Fiscal de Referência do Rio Grande do Norte (UFIRN)
pelo valor desta no dia do pagamento da primeira parcela, devendo o valor em cruzeiros
das demais ser determinado mediante a multiplicação da respectiva quantidade de
UFIRN pelo valor diário desta na data do recolhimento.

Art. 2º. A transação é realizada pela Secretaria de Fazenda e Planejamento nos termos,
limites e condições estabelecidos neste Decreto.

Art. 3º. A transação alcança créditos tributários apurados em processos fiscais ou


denunciados espontaneamente pelos sujeitos passivos.

Art. 4º. A transação efetiva-se por iniciativa do sujeito passivo através de requerimento
dirigido à Secretaria de Fazenda e Planejamento, até o vigésimo dia após a data da
publicação deste Decreto no Diário Oficial do Estado.

Art. 5º. O crédito tributário consistente exclusivamente em multa pode ser objeto de
transação, observado o seguinte:

I - com redução de oitenta por cento (80%) da correção monetária, dos juros de
mora e de outros acréscimos legais, se o recolhimento for efetuado em parcela única, até
o trigésimo dia após a data da publicação deste Decreto no Diário Oficial do Estado;
II - com redução de sessenta e cinco por cento (65%) da correção monetária, dos
juros de mora e de outros acréscimos legais, se o pagamento for efetuada em quatro
parcelas mensais e sucessivas, devendo a primeira ser paga até o trigésimo dia após a
data da publicação deste Decreto no Diário Oficial do Estado e as demais na respectiva
data dos meses subsequentes;
III - com redução de cinquenta e cinco por cento (55%) da correção monetária, dos
juros de mora e dos acréscimos legais, se o recolhimento for efetuado em oito parcelas
mensais e sucessivas, observado o disposto na parte final do inciso II;
IV - com redução de quarenta e cinco por cento (45%) da correção monetária, dos
juros de mora e dos acréscimos legais, se o pagamento for efetuado em doze
parcelas mensais e sucessivas, observado o disposto na parte final do inciso II.

Parágrafo único. Aplica-se a este artigo o disposto no § 1º do artigo 1º.

Art. 6º. o sujeito passivo deve comprometer-se a efetuar o pagamento na data


convencionada, sob pena de desfazimento da transação.

Art. 7º. No caso de crédito tributário constante de processo em cobrança judicial, a


entidade competente para efetuar a transação é a Procuradoria Geral do Estado, a quem
deve ser dirigido o requerimento do interessado.

Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo, ficam dispensados os honorários


advocatícios devidos em virtude de execução judicial.

Art. 8º. O disposto neste Decreto não se aplica aos créditos tributários decorrentes de
substituição tributária, de trânsito de mercadorias encontradas em situação irregular, de
infrações originárias dê falsificação e adulteração de documentos fiscais e de outros atos
fraudulentos previstos na legislação.

Art. 9º. O remanescente de crédito tributário com parcelamento em curso pode ser
recalculado para concessão dos benefícios previstos neste Decreto, aplicando-se a
redução exclusiva mente sobre o saldo devedor.

Art. 10. A aplicação do presente Decreto não autoriza a restituição de valores já


recolhidos.

Art. 11. Para fazer jus aos benefícios deste Decreto, o contribuinte obriga-se a manter
atualizado o pagamento mensal do ICMS.

Art. 12. De acordo com o disposto no § 4º, inciso I, do artigo 23 da Lei nº 5.808, de 19
de julho de 1988, é vedada a participação em licitações de pessoas físicas ou jurídicas
que estejam em débito com o pagamento dos tributos estaduais.
Art. 13. A Secretaria de Fazenda e Planejamento expedirá os atos necessários a
execução deste Decreto.

Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Palácio Potengi, em Natal, 29 de maio de 1992, 104º da República.

JOSÉ AGRIPINO MAIA


Manoel Pereira dos Santos

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