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De Almeida, Caique Roberto; Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, crdealme@gmail.com
Amann, Kurt André Pereira; Centro Universitário FEI, São Bernardo do Campo, Brasil, kpereira@fei.edu.br
Humes, Ciro; Centro Universitário FEI, São Bernardo do Campo, Brasil, ciro.humes@gmail.com
RESUMO
ABSTRACT
Throughout history, the development process of the design of Concrete Face Rockfill Dams evolved from
an essentially empirical stage, in which technical decisions were taken from the knowledge of experienced
professionals, to a scenario where research tests results, numerical analyzes and computer modeling
software have become fundamental tools in order to perform a solid analysis. Following this trend, the
present paper aims to present the results concerning the application of the Finite Element Method through
ANSYS software to the Itá Concrete Face Rockfill Dam, in order to simulate the geomechanical behavior of
the geotechnical and structural elements in constructive analysis by stages and hydrostatic loading, initially
studied through theoretical premises based on the Rockfills Mechanics and in principles of Geotechnical and
Structural Engineering. The choice of the Itá Concrete Face Rockfill Dam for the Finite Element Method
application consists in the interaction between two important aspects: the occurrence of cracks and
infiltrations in the concrete slab, as well as the fact that Itá dam is rocky embankment representative of
the zoning model proposed in Cooke (1987). It is worth mentioning the innovative elaboration, in Finite
Element model, of an interface responsible for the compatibility of the stresses and deformations between
the rockfill mass and the concrete slab, taking into account the fact that they are materials of different
mechanical behavior. In order to subsidize such discussions, a bibliographic review is presented, addressing
basic design issues and the mechanical behavior of rockfill embankments, as well as the assignment of
geotechnical parameters and the performance of CFRDs. The most relevant results are presented in terms
of stresses and strains.
1- INTRODUÇÃO
Em Cooke e Sherard (1987) apud Humes e Alves (2007) são relatados os primeiros registros de Barragens
de Enrocamento com Face de Concreto em regiões de minas de ouro na Califórnia em 1850. O
comportamento seguro e confiável dos maciços impermeabilizados era, entretanto, frequentemente
ameaçado por trincas e vazamentos observados em obras de elevada altura.
Nesse sentido, é válido citar os sérios problemas causados por fissuras, trincas e vazamentos verificados
entre as décadas de 1940 e 1960 em obras icônicas para a Engenharia Geotécnica, a exemplo de Salt
Springs (EUA) e Paradela (Portugal). Tais barragens, de 100m e 110m, respectivamente, propiciaram
cenário de abandono com relação a BEFCs até o surgimento de modernas técnicas de compactação, como
rolos vibratórios (Humes e Alves, 2007).
Em Cruz et al. (2014) argumenta-se que a simples transição de enrocamentos lançados para enrocamentos
compactados não resolveu de forma definitiva o problema de infiltrações ocasionadas por deslocamentos
excessivos na face de concreto (a barragem colombiana de Golillas apresentou, em 1987, vazões de
percolação da ordem de 1000 l/s). Desse modo, o mais adequado é apontar a proposta de zoneamento do
maciço, apresentada em Cooke e Sherard (1987), conforme item 2.2 do presente trabalho, como fator
preponderante para melhor desempenhode BEFCs.
Conforme ilustrado pela Figura 1, o aparecimento de novas técnicas construtivas, juntamente a vantagens
econômicas e a possibilidade de se compactar enrocamentos em regiões de elevada pluviometria
possibilitaram o projeto e a execução de barragens cada vez mais altas (Cooke e Sherard, 1987).
2- GENERALIDADES
De forma geral, Barragens de Enrocamento com Face de Concreto apresentam estrutura principal
constituída por enrocamento zoneado e compactado, resistindo a a solicitações provenientes do nível do
reservatório, além de sua natural finalidade de atuar como barramento para a água ou outro tipo de
material. Por outro lado, este tipo de barragem é caracterizado pela existência de laje de concreto situada
sobre o talude de montante, atuando como septo impermeável (Cooke e Sherard, 1987).
O plinto, situado entre a fundação e a laje de concreto da barragem, possui a função de controlar o
fenômeno da percolação, bem como os gradientes hidráulicos que se desenvolvem na fundação. Tal
elemento estrutural é executado em concreto e assente em rocha sã, sendo frequentemente submetido a
tratamento efetuado por meio de cortina de injeção (Basso, 2007).
Reconhecidos no meio técnico por constituírem uma das mais importantes contribuições à concepção de
BEFCs, os artigos publicados em 1987 por Cooke e Sherard definiram, de forma clara, as funções e
requisitos de diferentes zonas de materiais no maciço de enrocamento deste tipo de barragem, numa
tentativa de se unificar a comunicação básica relacionada ao projeto e construção de BEFCs.
A Figura 3 retrata o zoneamento de uma BEFC, com suas respectivas designações (assinala-se que a
compactação das camadas apontadas como integrantes de tal categoria é realizada com rolo vibratório de
10 ou 12 toneladas):
Figura 3 – Designação típica de zonas de BEFC (Autores, “adaptado de” Cooke, 1987)
LEGENDA
1A – Solo impermeável - (empregava-se material impermeável argiloso, atualmente utiliza-se silte de baixa
plasticidade (CRUZ et al. 2014))
1B – Random - Qualquer tipo de material impermeável
2A – Transição de rocha fina processada (filtro)
2B – Transição de rocha fina processada, compactada em camadas de 30 a 50cm
3A – Rocha miúda selecionada, compactada em camadas de 30 a 50 cm
3B – Enrocamento compactado em camadas de 80 a 100cm
3C – Enrocamento compactado em camadas de 150 a 200 cm
3D – Enrocamento somente lançado e opcional
Tendo-se por base o fato de que o uso de rolos vibratórios permite a obtenção de densos enrocamentos,
em que a acomodação das partículas ou blocos rochosos possui comportamento mecânico com menores
deformações, é valido afirmar-se, de acordo com Marsal (1973), que nos contatos entre os blocos surgem
forças intergranulares normais ao plano “bloco a bloco”. Em tese, tais forças são interceptadas por um
plano θ e possuem direções variadas. Observa-se, aproximadamente, distribuição normal com relação às
forças de contato entre partículas individuais.
Destaca-se que o acréscimo de pressão interna no aterro provoca aumento das áreas de contato em função
do crescimento proporcional dos valores de força de contato entre as partículas. Dessa forma, verifica-se
o fracionamento de partículas e a obtenção de um novo arranjo estrutural em virtude do fato de que as
forças de contato entre os grãos tendem a superar a resistência ao esmagamento de regiões específicas
dos blocos (Cruz et al., 2014).
O processo físico abordado no parágrafo anterior é tão mais crítico quanto mais alteradas e portadoras de
fissuras naturais forem as rochas.
Em Maranha das Neves (2002) afirma-se que enrocamentos compactados apresentam considerável rigidez.
Desse modo, ao definir-se λ como um parâmetro intrínseco do material responsável por traduzir as
características de deformabilidade de enrocamentos submetidos a tensões efetivas médias superiores à
tensão média efetiva de cedência, é válido inferir-se que enrocamentos compactados possuem reduzidos
valores de λ, juntamente a um comportamento em que a redução de índice de vazios ocorre de maneira
concomitante à fraturação dos grãos e ao rearranjo das partículas. Assim, na tensão de cedência elástica
a deformabilidade é necessariamente condicionada à fraturação.
Portanto, vale destacar a existência de dois processos físicos que ocorrem em BEFCs (Cruz et al., 2014):
- Fluência: corresponde ao processo de acomodação gradativa e progressiva dos blocos de rocha e suas
partículas em razão de alterações no arranjo estrutural do maciço. A ocorrência do esmagamento do contato
entre os blocos, juntamente com a mudança na granulometria (resultado do processo de fraturação) são
as bases teóricas que fundamentam a fluência.
- Colapso: fenômeno resultante do esmagamento das pontas rochosas, que tendem a perder resistência
quando se encontram em estado submerso. Vale citar que o vapor de água também provoca colapso. A
concepção teórica de tal processo é similar ao que se observa na mecânica dos solos, em que se observa
a ruptura de uma estrutura estável por conta da presença de água.
A Figura 4 exibe, de acordo com os estudos apresentados em Mori (1999), a seção deformada ao final da
construção de um maciço de enrocamento. Verifica-se comportamento mecânico compatível com os
preceitos de materiais compressíveis, conforme assinalam o abaulamento simétrico das linhas de montante
e jusante, bem como o inchamento nas regiões inferiores.
A Figura 5, por sua vez, ilustra o deslocamento do talude de montante em direção a jusante por conta do
carregamento hidrostático proveniente do enchimento do reservatório.
Figura 5 – Deflexão da face de montante por conta do enchimento do reservatório (Mori, 1999)
3- CONSIDERAÇÕES PARA MODELAGEM
Para que a obtenção dos deslocamentos em fase construtiva siga a simulação mais próxima da realidade,
é necessária a realização de cálculo incremental, sendo a modelagem realizada através de diversas etapas
construtivas. Em Cruz (1996) apud Souza (2008), afirma-se que a análise se torna mais confiável na
medida em que o número de camadas consideradas é mais próximo do número de camadas de
compactação do projeto real em estudo.
Algumas premissas são necessárias para validação do modelo. Primeiramente, deve-se considerar que
apenas uma espessura representativa de uma determinada camada está sendo construída, sendo que esta
é única responsável por aplicar carregamento no restante da estrutura no momento de sua construção. Ao
incrementar uma nova camada, as etapas previamente construídas têm seu peso desconsiderado, uma vez
que estes já agiram na estrutura gerando os deslocamentos obtidos durante seu alteamento.
A obtenção do resultado final considerando a soma dos deslocamentos de todas as etapas construtivas é
feita através do processo incremental dos valores. Neste trabalho, para a obtenção dos deslocamentos da
seção mais crítica da barragem, em seu centro, foi utilizado o processo incremental de somatória dos
deslocamentos nodais.
A disposição dos enrocamentos na seção transversal, bem como seus valores de módulo de elasticidade,
coeficiente de Poisson e peso estão ilustrados na Figura 6. Adotou-se o modelo constitutivo de Drucker-
Prager, representativo do comportamento de materiais elasto-plásticos.
Figura 6 –Especificação dos materiais empregados no modelo computacional da BEFC de Itá (Adaptado de Souza,
2008)
3.2 - Interface
Em estudos que exprimem a interação entre materiais de propriedades físicas distintas, como o contato
solo-estrutura, verifica-se a necessidade de utilizar elementos especiais para que deformações e tensões
sejam compatibilizadas.
Conforme defendido em Cruz et al. (2014), este elemento deve ser de espessura delgada e com
propriedades mecânicas (a serem computadas no modelo computacional, sem a preocupação de menos
rígidas em relação aos seus contatos, pois simula a camada de cisalhamento existente entre os dois
materiais. É necessário explanar que as propriedades físicas a serem inseridas no modelo computacional
são representativas de um artifício numérico compatibilizador de tensões e deformações. Por esta razão, a
elaboração da interface não tem a preocupação de representar materiais de utilização convencional, a
exemplo de concreto e aço.
A criação de uma interface com elementos distintos dos materiais é sugerida em Cruz et al. (2014) com o
intuito de representar o contato entre face de concreto e enrocamento. Deste modo, na modelagem
realizada, criou-se uma interface com o elemento de barra (BEAM 188), com seção transversal de 1x1 m
e mesmas condições de contorno da fase de construção. O módulo de elasticidade utilizado,
expressivamente menor do que o dos materiais de contato, foi de 1 MPa e coeficiente de Poisson de 0,3.
Barras são elementos unidimensionais, portanto sua divisão de elementos finitos é feita através de seus
nós adjacentes e ao longo de sua extensão, diferentemente das chapas. A barra sobrepôs a linha divisória
entre o enrocamento e a laje, dividindo com estes os mesmos nós da malha estrutural.
4- RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os deslocamentos obtidos nesse tipo de análise são significativamente mais elevados do que ao considerar
o modelo com múltiplas etapas construtivas. O local de deslocamento máximo, diferentemente do outro
modelo, encontra-se na região superior da barragem, próximo à sua crista, com valor de -5,7 m, como
mostrado na Figura 8.
O peculiar comportamento desta análise se deve ao fato de que, ao simular-se a construção de toda a
barragem em apenas uma camada, os enrocamentos não são compactados gradualmente, ao passo em
que todo o carregamento proveniente do peso próprio da estrutura age em etapa única. A análise seguinte
considera a estrutura construída em sete etapas. A modelagem foi realizada com as mesmas condições de
contorno e mesma discretização dos elementos finitos da análise anterior. A Figura 9 ilustra os
deslocamentos obtidos para a quarta etapa construtiva, que apresentou recalque máximo de 1,7 m, o
maior entre as camadas analisadas.
Figura 9 – Deslocamentos verticais registrados na quarta etapa (m)
A Figura 10 sintetiza os valores finais de deslocamentos obtidos a partir dos recalques por etapas
construtivas, aplicando-se cálculo incremental dos deslocamentos nodais no centro da barragem, em sua
direção X (responsável por apresentar maiores deformações). Verifica-se recalque máximo de 3,9 metros
na região central da barragem, onde atuam maiores níveis de tensões de confinamento.
A análise desenvolvida em diferentes etapas construtivas revela, nas porções inferior e superior da
barragem, valores de recalques significativamente menores em relação às demais alturas. Na base, isso
ocorre pelo fato de que a fundação rochosa tende a apresentar reduzidos deslocamentos, enquanto no topo
observa-se o estreitamento da seção e menor peso aplicado.
As etapas construtivas 5,6 e 7 apresentaram, respectivamente, máximos valores de recalques de 0,7 m,
0,3 m e 0,9 m, o que evidencia o fato de que o alteamento das últimas etapas de construção pouco
influencia o deslocamento vertical da barragem. Esses resultados se devem ao fato de que os enrocamentos
das etapas anteriores já obtiveram considerável grau de compactação, fenômeno que ocorre de forma
menos acentuada a cada camada. Outro fator determinante é que os módulos de elasticidade dos
enrocamentos tornam-se maiores conforme aumenta-se a altura da barragem, fazendo com que os
materiais que compõe as camadas superiores provoquem menor deformação do maciço.
Para esta análise, considerou-se que a laje de concreto foi construída de uma só vez, posteriormente ao
maciço de enrocamento. Deste modo, foi possível analisar o comportamento do maciço de enrocamento,
localizado na face de montante da barragem, durante o processo construtivo e após a construção da laje
de concreto. O tratamento de dados aplicados para esta análise seguiu os seguintes passos:
- Extração dos deslocamentos nodais de cada nó, bem como suas coordenadas;
- Cálculo incremental dos deslocamentos nodais no Excel, através do incremento de deslocamento sofrido
por cada nó com o acréscimo das camadas;
- Repete-se este procedimento para cada camada acrescentada.
Os deslocamentos horizontais da estrutura, obtidos a partir das simulações anteriores à construção da laje
de concreto, se caracterizam por apresentar estreitamento na metade superior da barragem e alargamento
na metade inferior. Este fato é ilustrado na Figura 11, onde observa-se a movimentação da estrutura no
sentido de montante para jusante na metade superior da barragem (valores positivos de deslocamento) e
movimentação em sentido oposto para a metade inferior (valores negativos de deslocamento). O maior
deslocamento obtido, nesta etapa construtiva (6 etapa) foi de 0,1 m no topo da barragem.
A Figura 13 apresenta o deslocamento final da face de montante antes da construção da laje de concreto.
Neste gráfico estão expressos os deslocamentos totais de cada nó, considerando o incremento de todas as
camadas. O abaulamento da face de montante, isto é, o estreitamento da metade superior e alargamento
da metade inferior, fica claro nesta análise. Observa-se que os deslocamentos positivos se desenvolvem,
majoritariamente, a partir da altura de 55 m. Os picos de deslocamentos observados no gráfico
representam as transições entre as camadas construtivas. O nó localizado na altura de 98m apresenta, em
ambos os estágios, o maior deslocamento final (antes da construção da laje: 0,6m e depois de sua
construção: 0,7m).
Figura 13 - Deslocamento horizontal final na face de montante antes (direita) e depois (esquerda) da construção da
laje de concreto
Durante a fase de enchimento, os movimentos que ocorrem na barragem devido à ação do carregamento
hidrostático tornam a barragem mais rígida, fazendo com que os módulos de elasticidade usados nesta
etapa sejam diferentes dos que foram usados na fase de construção. Em Cruz et al. (2014) argumenta-se,
a partir de dados provenientes do enchimento de diferentes BEFCs, que o módulo de elasticidade tende a
aumentar de 2 a 3 vezes quando comparado aos valores de módulo de elasticidade usados na construção
da barragem.
A Figura 15 exibe os resultados obtidos para os deslocamentos combinados a partir dos eixos x e y em
etapa de carregamento hidrostático. O maior valor de recalque registrado nesta etapa foi de 0,3m.
Figura 15 - Deslocamentos combinados nos eixos x e y (m)
A Figura 16, por sua vez, apresenta os resultados de deslocamentos totais provenientes de cenário de
análise construtiva por etapas e de carregamento hidrostático, observando-se a ocorrência de
deslocamento máximo de aproximadamente 39 cm. Vale citar que tal deslocamento ocorre na altura de
50m e na região central da face de montante da barragem modelada.
Segundo a obra de Cruz et al. (2014), o deslocamento total que a barragem de Itá apresentou, após
análises feitas em campo por meio de eletroníveis, foi de aproximadamente 45 cm, na região central da
face de montante da barragem de Itá. Sendo assim, pode-se afirmar que o resultado final da análise é
satisfatório, por apresentar um deslocamento próximo do que foi relatado pelas medições de campo.
Foram extraídos do modelo os resultados das tensões nos nós frontais da barragem, referentes à face de
concreto, após a aplicação das forças correspondentes às cargas hidrostáticas. As tensões na direção X,
horizontal, são apresentadas na Figura 17.
Registrou-se tensão máxima no valor de 5,97 MPa próxima a base da barragem, com ponto de alteração
de sentido das tensões próximo a 40 m, um terço da altura da barragem, e com tensão máxima no sentido
oposto de 1,216 MPa, a 72,5 m de altura.
Foi efetuada a leitura das tensões nas direções X e Y nos nós correspondentes ao centro do maciço em
relação ao seu comprimento horizontal (direção X) após a aplicação das forças correspondentes às cargas
hidrostáticas. A Figura 19 mostra as tensões na direção X, horizontal, da seção transversal em estudo.
Foi verificada tensão máxima na ordem de 62 kPa a 42 m de altura. As tensões na direção Y, vertical, são
apresentadas na Figura 20.
Na direção vertical, a tensão máxima se encontra próxima a base, com valor de 60 kPa.
5- CONCLUSÃO
A partir das revisões bibliográficas e análises computacionais efetuadas ao longo do presente trabalho foi
possível concluir que o desenvolvimento de análises numéricas baseadas em Método de Elementos Finitos
constitui uma importante ferramenta para o adequado desenvolvimento de projetos de Barragens de
Enrocamento com Face de Concreto. Sob tal aspecto, convém observar que o emprego de conhecimentos
empíricos, provenientes do acúmulo de experiências de profissionais da área de barragens, estabelece,
juntamente ao respaldo do desenvolvimento de análises técnicas e computacionais, cenário ideal para o
projeto e execução de BEFCs.
Tendo por preceito de análise a aplicação do método de elementos finitos por meio do software ANSYS,
conclui-se que a análise efetuada através de etapas construtivas constitui modelo mais preciso quando
comparada à simulação por meio de etapa construtiva única.
Convém citar que os valores de deslocamento obtidos em etapa de carregamento hidrostático revelaram-
se satisfatórios, haja vista sua proximidade com relação a valores medidos em campo. Observou-se
também que, quando sujeita a solicitações provenientes de carregamento hidrostático, a laje de concreto
modelada tende a sofrer flexão de modo a provocar a ocorrência de tração em sua região superior e
compressão em sua porção inferior.
REFERÊNCIAS
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