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Aracati

Aracati se encontra com seu crescimento relativamente estabilizado, possivelmente devido


à sua idade, tendo tempo de se estabelecer, mas também devido a fatores limitantes,
barreiras como os tanques parar carcinicultura ao Norte, o Rio Jaguaribe a Oeste e à
CE-304 à Nordeste, no entanto, embora sejam fatores limitantes, também são fatores de
expansão, considerando que na época de sua formação no séc XVIII, mesmo após a
tentativa de doação e divisão das terras brasileiras em sesmarias para povoá-las, as terras
nordestinas eram desprivilegiadas, com um solo impróprio para a agricultura considerando a
tecnologia da época, com o Rio Jaguaribe tornou-se possível a pesca e comércio de
mariscos, além de, mais recentemente, a carcinicultura, além da pecuária e as
charqueadas, que se estabeleceram nas fazendas existentes nas proximidades do rio,
atraindo então a melhor ocupação da região e, portanto, a expansão do que antes era a Vila
de Santa Cruz do Aracati. O fator econômico foi essencial na expansão de Aracati e as
margens do Rio Jaguaribe, importante para grande parte das atividades realizadas no
território que foram mantidas preservadas até o final dos anos 90, embora a ocupação
ocorresse predominantemente de forma paralela ao rio, com uma média de 100m de
distância até a primeira edificação, essa margem passou a ser ocupada principalmente por
residências precárias feitas de forma improvisada, tendo o rio como uma forma
relativamente barata de adquirir renda.

No entanto, não houveram somente expansões na história de Aracati, com diversas


enchentes do Rio Jaguaribe, com a maior de todas ocorrendo em 1985, deixando pessoas
desabrigadas, com móveis perdidos e edificações que foram abaixo, e sem fonte de renda,
já que empresas importantes da região, como a Fábrica de tecidos Santa Tereza, ficaram
com maquinários enferrujados e inutilizáveis, gerando desemprego em massa e,
consequentemente, migração para outras regiões do estado menos suscetíveis às cheias.
Aqueles que não migraram passaram a receber abrigo temporário do governo em barracas.
Mesmo com o impacto na densidade populacional de Aracati, as enchentes ainda foram
responsáveis pela expansão de Aracati, o abrigo temporário disponibilizado pelo governo no
lado ocidental da cidade, gerou o Conjunto Habitacional Abelardo Gurgel Costa Lima Filho,
no que hoje é um dos bairros mais populosos da cidade, Pedregal. Após a grande cheia de
1985, o Estado se mobilizou para a criação de um dique de mais de 12km que até hoje
contém as cheias com sucesso.
Atualmente, a CE-371, inaugurada em 2021, se transformou numa grande rota de turismo,
ligando o litoral cearense a outros estados, como Rio Grande do Norte, tendo também como
fim o escoamento da produção de peixes e camarões. A CE-371 se liga à CE-261, ligando
Aracati à Icapuí, além de se ligar à CE-040, que liga Aracati a Fortim, Beberibe e Fortaleza,
sendo todas essas CE’s paralelas ao litoral, mostrando sua ligação clara com o turismo e o
comércio de pescados. A CE-304 no entanto, se tornou uma forma de desviar de Aracati na
ida para Canoa Quebrada, importante ponto turístico da região, sendo as duas vias
principais, cujo encontro formam o núcleo de concentração de Aracati, Rua Cel. Alexandrino
e R. Dragão do Mar, o caminho a ser percorrido para chegar em Canoa Quebrada passando
por dentro de Aracati. Os pontos nos quais as CE’s mencionadas se aproximam do litoral
geraram grande expansão, guiando o turismo para esse ponto e gerando mercado de
trabalho e atraindo moradores.
Icapuí

Embora Icapuí seja uma cidade litorânea, a cidade não possui expansão forte para
a beira-mar, com sua concentração de edificações se mantendo a 2km de distância
do mar, isso ocorre porque a expansão é limitada por salinas, havendo apenas
resorts e pousadas isolados na praia. A expansão da cidade então seguiu um rumo
inusitado considerando o padrão mundial de desenvolver cidades ao longo das
águas, no caso de Icapuí, a expansão seguiu as margens da já mencionada
CE-261, com algumas expansões ocorridas nas últimas décadas para vias
perpendiculares, com toda a cidade irradiando a partir da CE. Há também uma
expansão em menor porte a partir das vias Rua Pedro Rebouças e Av. Chico Felix
que conectam o núcleo populacional da cidade às salinas.
Fortim
A cidade teve seu crescimento limitado ao Leste pelo Rio Jaguaribe e a sul pela
CE-040, se mantendo isolada de Aracati e se expandindo principalmente a partir da
ponte que atravessa o Rio Jaguaribe, ligando Aracati e Fortim, dando origem à via
principal da cidade, Av. Joaquim Crisóstomo, a partir da qual a cidade se expande
às suas margens, havendo também uma grande densidade populacional com o
acúmulo de equipamentos como cemitério, praça, biblioteca pública e mercado
público. A partir da ponte houve a partir do século XX uma forte expansão para o sul
seguindo as margens do Rio Jaguaribe, assim como em direção ao norte, em
direção ao mar, com a Rua Maria Maia se estendendo do Rio Jaguaribe até o litoral,
cujo encontro gerou forte expansão, que seguiu gerando distritos por toda a via,
como prova da riqueza que os recursos trazem e também de como há uma
valorização dessa terra irrigada, percebe-se a melhoria das edificações a medida
que se aproxima do rio.
Beberibe

Limitada ao sul pela CE-040, Beberibe cresceu principalmente em direção à praia


através da rua Vicente Matias e, em menor escala, da Alameda Artur Emílio, já que
essa via tem expansão não por moradores locais, mas por resorts e casas de praia.
Chama a atenção a disparidade de poder econômico dos moradores e dos turistas
que constroem casas lá, muito maiores e bonitas em comparação com as casas
geralmente deixadas no tijolo ou no reboco dos beberibenses, com terreno
consideravelmente menor. Beberibe apresenta vários distritos ligados
principalmente pela CE-040 até Fortim, com focos de expansão principalmente
próximos a corpos hídricos, a exemplo do Rio Piranji, cujas margens foram
respeitadas, mas a partir dele várias vias paralelas surgem, ainda que de forma
bastante rural, de terra batida, com distritos que limitados basicamente a igreja
matriz e as casas ao redor. Na região leste o Rio Piranji que já se direciona ao mar
apresenta o limite de Beberibe, o rio funciona como barreira geográfica para uma
maior ligação entre as cidades vizinhas de Beberibe e Fortim, sendo estas ligadas
apenas por uma ponte, mas, devido a disposição dos tanques de carcinicultura, não
houve expansão de Fortim para próximo de Beberibe. Entre a CE-040, o mar e o
Rio Piranji, numa região muito bem localizada, fica o distrito de Parajuru, sendo a
região a mais se desenvolver, fora o distrito-sede de Beberibe, com a CE atraindo
turistas, aproveitando a proximidade ao mar, que, junto do rio, favorece o
desenvolvimento de outras atividades.
A esquerda Beberibe e a Direita Fortim, a linha vermelha representa o limite entre
as duas cidades.

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