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SENAC SANTOS

PORTUGUÊS
Patrimônio Cultural material e imaterial

Wesley Faria Dos Santos


Gustavo Rodrigues Santos
Amanda Rodrigues Santos
Lúcia Helena Ramos Correa
Giovana Motta Gonçalves
Enzo Domingues Esteves
Maria Eduarda de Oliveira

Santos – SP
31/08/2022
Patrimônio Cultural

O Patrimônio Cultural Material e o Patrimônio Cultural Imaterial têm suas


diferenças de significados e características, sendo assim o Patrimônio Cultural
Material são todos os objetos em que podemos tocar, ou seja, são tangíveis para as
pessoas. Tudo aquilo que é construído com materiais concretos e que tem a
identificação, lembranças de um momento histórico, um povo, uma cultura ou
uma cidade. Já o Patrimônio Cultural Imaterial segue a linha de raciocínio de não
ser tangível, algo que faz parte de uma formação cultural, mas não existe
fisicamente, como por exemplo os saberes, os modos de fazer, as formas de
expressões, celebrações, lendas e músicas. Dentro desse grupo de Patrimônios
existe três exemplos de culturas, sendo elas a Cultura Erudita, a Cultura Popular e
a Cultura de Massa.  
A cultura erudita é uma cultura que podemos definir como produções artísticas
elaboradas para pessoas de elite social. Sendo assim um conteúdo voltado ao
público intelectual, cujo só tinha acesso a essas culturas as pessoas com maior
poder.  Já a cultura popular foca na interação dos indivíduos, reunindo tradições,
elementos tradicionais culturais e linguagem popular, podendo usar como
exemplo o carnaval, folclore, o samba e as lendas urbanas.  A cultura de massa
trata dos conteúdos e produtos mundiais de cada país, trazendo várias comidas,
filmes, músicas, revistas e modas, sendo assim é o termo de designar o processo
de produção. 
O patrimônio cultural é a identidade de uma nação, o conjunto de tudo aquilo
que apresenta e a torna única, sendo material ou não. Muitos pensam que ele é
resguardado apenas pelo Estado, mas na verdade os verdadeiros donos do
patrimônio cultural de um lugar, é o povo. Existem patrimônios culturais que não
são materiais, portanto são conservados e repassados para as novas gerações
através das pessoas, como os costumes, os conhecimentos, as danças, as músicas e
as festas tradicionais de um determinado lugar.
Logo, para que essas tradições sejam ensinadas sempre foi usada a oralidade
como caminho. Lá nos tempos passados era assim que se construía a cultura, e é
até hoje. Os povos indígenas e afro-brasileiros usavam da comunicação oral para
repassar as práticas para sua população, como as habilidades de pesca, de caça, as
danças, as habilidades e as histórias por exemplo. Quando nossos avós e bisavós
contam-nos as histórias da família eles não têm registros escritos disso, mas nem
por isso deixam de compartilhar a tradição dos nossos ancestrais.

Biografia de Ana Paula Tavares

Escritora e Historiadora nascida em Lubango, capital da província de Huíla, no


norte de Angola, neta de uma portuguesa e de um africano do grupo étnico
Kwanhma, do sul de Angola. Iniciou o curso de História na Faculdade de Letras
de Lubango, hoje ISCED (Instituto Superior de Ciências da Educação do
Lubango). Em 1976 foi nomeada para o Conselho Nacional de Cultura, ficando
destacada em Cuanza Norte.

Em 1992 passou a estudar em Portugal, concluindo o curso de História em


Lisboa, seu Mestrado em Literaturas africanas e o Doutoramento em Antropologia
na Universidade Nova de Lisboa, com o tema História e memória. Estudou sobre
as sociedades de Lunda e Cokwe de Angola (1996).

Tendo vivido em Luanda e se estabelecido em Lisboa, onde desenvolveu


atividades nas áreas de história, literatura e da promoção do patrimônio histórico
angolano, sobretudo de suas tradições orais. Como poetisa, enfatiza a simplicidade
e as experiências líricas da ancestralidade, mas condena as tradições que
perpetuam o patriarcado e oprimem a mulher.

Na atualidade, leciona na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Como


historiadora, junto com Catarina Madeira Santos, é autora de África e
“Monumento: o Arquivo de Cálculo Cachenda” (2002). Em suas obras de ficção,
escreve romances e contos, e como poetisa é autora, entre outros, dos livros “Ritos
de passagem” (1985), “O lago da Lua” (1999), “A cabeça de Salomé” (2004) e
“Manual para amantes desesperados” (2007).

Na colônia, os escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes


portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo. Os africanos contribuíram
para a cultura brasileira em uma enormidade de aspectos: dança, música, religião,
culinária e idioma. A forte presença negro-africana no Brasil, devido ter sido um
dos maiores e um dos últimos lugares no mundo a “receber” escravos de outros
lugares, pode explicar a presença da cultura africana na identidade e na cultura
brasileira. Que, através da influência do modernismo brasileiro, autores africanos
de língua portuguesa começaram a ressignificar-se e identificar-se nas prosódias
brasileiras.

A comunidade de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), é


integrada por Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O Cercado

De que cor era o meu cinto de missangas, mãe


feito pelas tuas mãos
e fios do teu cabelo
cortado na lua cheia
guardado do cacimbo
no cesto trançado das coisas da avó

Onde está a panela do provérbio, mãe


a das três pernas
e asa partida
que me deste antes das chuvas grandes
no dia do noivado

De que cor era a minha voz, mãe


quando anunciava a manhã junto à cascata
e descia devagarinho pelos dias

Onde está o tempo prometido pra viver, mãe


se tudo se guarda e recolhe no tempo da espera
pra lá do cercado

Sempre em seus poemas trata da tradição e das línguas angolanas. Relatando o


papel da mulher na sociedade africana. Neste poema podemos observar isso em
alguns casos, como todos sabem as mulheres africanas são fortes e sempre com
seu trabalho manual. Neste verso “De que cor era o meu cinto de missangas, mãe
feito pelas tuas mãos” mostra como o trabalho manual está sempre presente, isso é
cultural deles, não é de agora e sim de várias e várias gerações passadas, como
mostra nesse verso “no cesto trançado das coisas da avó”, e Ana Paula Tavares
quis enfatizar isso, de como as coisas passam de geração pra geração e as
mulheres africanas passam essa tradição para suas filhas.

Reavivando memórias

Em 1949 na cidade de São Paulo – Vila Zelina, duas irmãs gêmeas Rosa Maria
e Ana Maria nascidas em 1932, decidiram ir à uma festa. Para tal, fizeram dois
corpos com as cobertas de suas camas, a fim de simular que elas ainda estavam lá,
o plano já estava pensado, antes mesmo de comunicar ao patriarca da família o
que as irmãs tramavam. Em meados de 1930, havia uma lei onde moravam que
não podiam ficar nas ruas após as 19h da noite, (pessoas e familiares mais velhos
diziam para os mais novos que se mentissem para os pais e voltassem depois de
escurecer, a mula sem cabeça aparecia), E não foi diferente.

Confortáveis com seus corpos de mentira saíram para a festa, chegando lá


gostaram de e dançaram, e quando olharam o horário estava perto das 23h então
correram para casa rapidamente.

Nesta casa havia um enorme quintal de seu pai com árvores e um grande espaço
de terra nua, onde passava-se para acessar a casa, neste caminho foi o lugar onde
viram a mula sem cabeça e entraram correndo para a casa. Então nunca mais
saíram para rua à noite pois ficaram com medo da mula.

História contada por Rosa Maria Esteves, nascida em 1932. (Minha avó – Enzo
Domingues Esteves).
Colagem – Patrimônio cultural

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