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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO DE PERNAMBUCO


MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL
SUSTENTÁVEL

KLAYTON ÂNGELO AZEVEDO LUCENA

PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE RELACIONADAS AO PROCESSO DE


COMPRAS NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE PERNAMBUCO – CAMPUS CABO DE SANTO AGOSTINHO

RECIFE
2016
1

KLAYTON ÂNGELO AZEVEDO LUCENA

PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE RELACIONADAS AO PROCESSO DE


COMPRAS NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE PERNAMBUCO – CAMPUS CABO DE SANTO AGOSTINHO

Dissertação apresentada à banca


examinadora do Programa de Pós-
Graduação em Gestão do
Desenvolvimento Local Sustentável
(GDLS), da Universidade de Pernambuco
(UPE), Faculdade de Ciências da
Administração de Pernambuco (FCAP),
como requisito para obtenção do grau de
Mestre em Gestão do Desenvolvimento
Local Sustentável.

Área de Concentração: Gestão do


Desenvolvimento Local Sustentável.

Orientador: Prof. Dr. Ivo Vasconcelos


Pedrosa.

RECIFE
2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Universidade de Pernambuco - UPE
Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco – FCAP
Biblioteca Prof. Leucio de Lemos

L935a Lucena, Klayton Ângelo Azevedo

Práticas de sustentabilidade relacionadas ao processo de compras no


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco –
Campus Cabo de Santo Agostinho./ Klayton Ângelo Azevedo Lucena. –
Recife: o autor, 2016.

128 f.; Il.: 30 cm.

Orientador: Ivo Vasconcelos Pedrosa.

Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências da Administração de


Pernambuco (FCAP). Programa de Mestrado Profissional em Gestão do
Desenvolvimento Local Sustentável, 2016.

1. Práticas de sustentabilidade. 2. Gestão pública. 3. Compras


sustentáveis. 4. Licitações sustentáveis. I. Pedrosa, Ivo Vasconcelos.
(Orientador). II. Título.

338.927 CDD (23.ed.)


Edna Meirelles – CRB-4/1022
FCAP-UPE 11-2016
2

FOLHA DE APROVAÇÃO

KLAYTON ÂNGELO AZEVEDO LUCENA

PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE RELACIONADAS AO PROCESSO DE


COMPRAS NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE PERNAMBUCO – CAMPUS CABO DE SANTO AGOSTINHO

Dissertação apresentada à banca


examinadora do Programa de Pós-
Graduação em Gestão do
Desenvolvimento Local Sustentável
(GDLS), da Universidade de Pernambuco
(UPE), Faculdade de Ciências da
Administração de Pernambuco (FCAP),
como requisito para obtenção do grau de
Mestre em Gestão do Desenvolvimento
Local Sustentável.

Banca examinadora:

Prof. Dr. André Luiz de Miranda Martins


Universidade de Federal de Pernambuco (UFPE) - Campus Caruaru

Prof. Dr. Cristóvão de Souza Brito


Universidade de Pernambuco (UPE)

Profª Drª Lúcia Helena Xavier


Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ)

Dissertação defendida e aprovada em: 05 de abril de 2016.


3

Dedico este trabalho a minha amada


esposa Juliana Yanaguizawa Lucena e
aos meus filhos Lucas Lucena e Isabela
Lucena.
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família, na figura de minha esposa Juliana,


que me apoiou e incentivou antes mesmo que eu sonhasse em fazer um mestrado e
que ao longo desta caminhada esteve sempre ao meu lado, dando forças e coragem
para iniciar, continuar e concluir esta etapa de nossas vidas; que junto com meus
filhos, Lucas e Isabela, são minha base, minha fortaleza, que me fazem ter forças
para seguir realizando os sonhos.
Ao meu orientador, prof. Dr. Ivo Pedrosa, pela orientação, por quem aprendi a
ter grande admiração e estima, que contribuiu fortemente para o desenvolvimento
desta pesquisa.
Ao Programa de Pós-Graduação em Gestão do Desenvolvimento Local
Sustentável (GDLS) da UPE, ao seu corpo administrativo e docente, que com
dedicação e empenho contribuíram diretamente para a construção de um curso com
reconhecida qualidade e importância para o desenvolvimento local sustentável.
Aos colegas da Turma 9 do Mestrado em GDLS, pelo convívio durante o
período de aulas, as ajudas cotidianas importantes para a conclusão desta etapa da
vida.
Ao IFPE, por me acolher como servidor e promover o incentivo à qualificação
profissional e acadêmica.
Ao Campus Cabo de Santo Agostinho do IFPE, pelo apoio e concessão de
horário especial para conciliar as atividades do Mestrado com as de servidor no
campus; pela autorização para a coleta de dados da pesquisa.
Por fim, a todos que de forma direta e indireta contribuíram para a realização
deste trabalho.
5

"Quando os costumes são suficientes, as


leis são desnecessárias. Quando os
costumes são insuficientes, é impossível
fazer respeitar as leis".
(Émile Durkheim)
6

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo estudar as práticas de sustentabilidade relacionadas


ao processo de compras realizadas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Pernambuco (IFPE) - Campus Cabo de Santo Agostinho, à luz das
políticas públicas que definem os critérios de sustentabilidade nas aquisições
governamentais, com vistas ao seu aperfeiçoamento. Esta pesquisa, de natureza
aplicada e objetivo exploratório, foi conduzida através de pesquisa bibliográfica,
análise documental e estudo de caso, com levantamento de dados junto aos
sistemas e sítios eletrônicos de compras governamentais, documentos institucionais
e aplicação de questionário aos servidores do campus. Os resultados mostram que
as políticas públicas de sustentabilidade são aplicadas nas aquisições do campus,
todavia ainda requerem um aprimoramento e ampliação. A falta de conhecimento
por parte dos servidores envolvidos no processo de compras sobre a legislação
voltada para as contratações sustentáveis se constitui em um fator de resistência,
que interfere na total aplicabilidade das políticas públicas sustentáveis no IFPE, de
maneira que as ações de sustentabilidade no campus são ainda um processo em
construção. Verifica-se ainda que o campus atua no processo de compras como
gerenciador e participante (nas compras compartilhadas). Em ambas as situações,
critérios de sustentabilidade estão sendo incorporados nas especificações dos itens,
porém não abrangendo os objetos contratados em sua totalidade, fato este atribuído,
em parte, à dificuldade dos servidores envolvidos no processo de compras em
visualizar um critério de sustentabilidade que possa ser exigido aos fornecedores.
Três ações institucionais são apresentadas para o aprimoramento das práticas de
sustentabilidade no campus: sensibilização da comunidade acadêmica, capacitação
dos servidores envolvidos no processo de compras e a criação de um núcleo de
promoção da sustentabilidade no IFPE.

Palavras-chave: Práticas de sustentabilidade. Gestão pública. Compras


sustentáveis. Licitações sustentáveis.
7

ABSTRACT

This study aims to study the practices of sustainability related to the procurements
process conducted by the Federal Institute of Education, Science and Technology of
Pernambuco (IFPE), Campus Cabo de Santo Agostinho, according to public policies
that define the criteria of sustainability in government procurement, in order to its
improvement. This research, from applied nature and exploratory objective, was
conducted through literature review, document analysis and case study, data search
from the electronic systems and sites of government procurement, institutional
documents and a questionnaire applied to the campus servers. The results show that
sustainable public policies are applied in the acquisitions of the campus, but their
improvement and increasing are required. The lack of knowledge by the servers
involved in the purchasing process about the legislation of sustainable procurement
constitutes a resistance factor, which interferes in the full applicability of sustainable
public policies at the IFPE, so that the sustainability initiatives on the campus are still
an ongoing process. It is also found that the campus acts as manager and participant
(in shared purchases) in the procurements process. In both cases, the criteria of
sustainability are being incorporated into the items' specifications, but not in their
totality, due to, in part, the difficulty of the servers involved in the procurements
process to find some criterion of sustainability that may be requested to the suppliers.
Three institutional actions are proposed to improve the sustainability practices in the
campus: sensibilization of the academic community, training for the servers involved
in the purchasing processes and the creation of a core for promotion the
sustainability in IFPE.

Keywords: Sustainability practices. Public administration. Sustainable procurement.


Sustainable biddings.
8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Dimensões da sustentabilidade. _______________________________ 24


Figura 2 - Cinco eixos temáticos da A3P e os 5R's. _________________________ 29
Figura 3 - Modalidades e tipos de licitação, segundo a Lei n° 8.666, de 21 de junho
de 1993. __________________________________________________________ 36
Figura 4 - Aspectos econômicos, ambientais e sociais relacionados ao conceito de
logística sustentável. ________________________________________________ 51
Figura 5 - Diferentes denominações do IFPE ao longo dos anos. ______________ 56
Figura 6 - Valor das compras realizadas pelo Governo Federal, em bilhões de reais,
nos anos de 2011 a 2015. ____________________________________________ 61
Figura 7 - Modalidades de compras do Governo Federal, realizadas nos anos de
2011 a 2015, em milhões de reais. _____________________________________ 62
Figura 8 - Valores de compras do Governo Federal por inexigibilidade e dispensa de
licitação, nos anos de 2011 a 2015, em bilhões de reais. ____________________ 62
Figura 9 - Tipos de aquisições realizadas pelo Governo Federal, nos anos de 2011 a
2015. ____________________________________________________________ 63
Figura 10 - Compras realizadas pelo Governo Federal, por órgão superior, nos anos
de 2011 a 2015, em milhões de reais. ___________________________________ 64
Figura 11 - Compras realizadas pelo Governo Federal, por unidade federativa, nos
anos de 2011 a 2015, em milhões de reais. _______________________________ 65
Figura 12 - Valores das compras realizadas pelo Governo Federal que utilizaram
itens sustentáveis (previamente cadastrados no sítio eletrônico de compras
governamentais), nos anos de 2011 a 2015, em milhões de reais. _____________ 67
Figura 13 - Respostas obtidas com relação à Questão 1 do questionário aplicado
(formação acadêmica). _______________________________________________ 79
Figura 14 - Respostas obtidas com relação à Questão 2 do questionário aplicado
(sexo). ___________________________________________________________ 80
Figura 15 - Respostas obtidas com relação à Questão 3 do questionário aplicado
(faixa etária). ______________________________________________________ 80
Figura 16 - Respostas obtidas com relação à Questão 4 do questionário aplicado
(tempo de serviço público federal). _____________________________________ 81
Figura 17 - Respostas obtidas com relação à Questão 5 do questionário aplicado
(tempo de serviço no IFPE-Campus Cabo). _______________________________ 82
9

Figura 18 - Respostas obtidas com relação à Questão 6 do questionário aplicado


(cargo ocupado). ___________________________________________________ 82
Figura 19 - Respostas obtidas com relação à Questão 7 do questionário aplicado
(função gratificada). _________________________________________________ 83
Figura 20 - Respostas obtidas com relação à Questão 8 do questionário aplicado
(conceito de sustentabilidade). _________________________________________ 84
Figura 21 - Respostas obtidas com relação à Questão 9 do questionário aplicado
(política pública sobre compras sustentáveis). _____________________________ 84
Figura 22 - Respostas obtidas com relação à Questão 10 do questionário aplicado
(utilização de critérios de sustentabilidade pelo IFPE-Campus Cabo). __________ 86
Figura 23 - Respostas obtidas com relação à Questão 11 do questionário aplicado
(adoção de práticas sustentáveis pelo IFPE-Campus Cabo). _________________ 87
Figura 24 - Respostas obtidas com relação à Questão 12 do questionário aplicado
(adoção de práticas sustentáveis pelo servidor). ___________________________ 88
Figura 25 - Respostas obtidas com relação à Questão 13 do questionário aplicado
(forma como ocorrem os processos licitatórios no IFPE). ____________________ 89
Figura 26 - Respostas obtidas com relação à Questão 14 do questionário aplicado
(conhecimento sobre legislação para a área de compras públicas). ____________ 90
Figura 27 - Respostas obtidas com relação à Questão 15 do questionário aplicado
(conhecimento sobre legislação voltada para adoção de critérios de sustentabilidade
nas compras públicas). ______________________________________________ 91
Figura 28 - Respostas obtidas com relação à Questão 16 do questionário aplicado
(conhecimento de compra sustentável no IFPE-Campus Cabo). _______________ 92
Figura 29 - Respostas obtidas com relação à Questão 17 do questionário aplicado
(compras do IFPE-Campus Cabo). _____________________________________ 93
Figura 30 - Respostas obtidas com relação à Questão 18 do questionário aplicado
(grau de importância da sustentabilidade nas atividades de trabalho). __________ 94
Figura 31 - Respostas obtidas com relação à Questão 19 do questionário aplicado
(grau de consideração dos critérios de sustentabilidade). ____________________ 95
Figura 32 - Respostas obtidas com relação à Questão 20 do questionário aplicado
(grau de importância acerca da adoção de critérios de sustentabilidade).________ 96
Figura 33 - Respostas obtidas com relação à Questão 21 do questionário aplicado
(requisitante de material ou serviço). ____________________________________ 97
10

Figura 34 - Respostas obtidas com relação à Questão 22 do questionário aplicado.


_________________________________________________________________ 98
Figura 35- Respostas obtidas com relação à Questão 23 do questionário aplicado
(dificuldade dos fornecedores em atender requisitos do edital). _______________ 99
Figura 36 - Fotografias de cartazes divulgados no IFPE-Campus Cabo para
sensibilização da comunidade acadêmica para economia de energia elétrica, copos,
papel e água. _____________________________________________________ 126
Figura 37 - Fotografias de cartazes divulgados no IFPE-Campus Cabo para
sensibilização da comunidade acadêmica para economia de energia elétrica e água.
________________________________________________________________ 127
Figura 38- Fotografias de materiais divulgados no IFPE-Campus Cabo para
sensibilização da comunidade acadêmica para campanha de recolhimento de
resíduos eletrônicos e pilhas. _________________________________________ 128
11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Modalidades de licitação. ____________________________________ 37


Quadro 2 - Levantamento das compras realizadas pelo IFPE-Campus Cabo nos
anos de 2014 e 2015, com relação à utilização de critérios de sustentabilidade. __ 69
Quadro 3 - Critérios de sustentabilidade utilizados nas compras do IFPE-Campus
Cabo nos anos de 2014 e 2015. _______________________________________ 73
Quadro 4 - Quantidades de material de consumo utilizado pelo IFPE no ano de
2012. ____________________________________________________________ 75
Quadro 5 - Temas e estratégias abordados no plano de ação do PLS do IFPE. ___ 78
Quadro 6 - Legislação sobre margem de preferência para alguns setores produtivos.
________________________________________________________________ 125
12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A3P Agenda Ambiental na Administração Pública.


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas.
CATMAT Catálogo de Materiais.
CEFET-PE Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco.
CFC Clorofluorcarbono.
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
CNUMAD
Desenvolvimento.
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente.
CPS Contratações (ou Compras) Públicas Sustentáveis.
CSGA Coordenadoria de Sustentabilidade e Gestão Ambiental.
DAP Direção de Administração e Planejamento.
DOU Diário Oficial da União.
EaD Educação a Distância.
ETFPE Escola Técnica Federal de Pernambuco.
FACHUCA Faculdade de Ciências Humanas do Cabo de Santo Agostinho.
FIC Formação Inicial e Continuada.
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
FSC Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal).
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
IBAMA
Renováveis.
IFPE Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco.
Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.
MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
ME/EPP Microempresa e Empresa de Pequeno Porte.
MEC Ministério da Educação.
MMA Ministério do Meio Ambiente.
MME Ministério de Minas e Energia.
MP Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
ONU Organização das Nações Unidas.
PAC Programa de Aceleração do Crescimento.
PEG Programa de Eficiência do Gasto Público.
13

PES Projeto Esplanada Sustentável.


PIB Produto Interno Bruto.
PLS Plano de Logística Sustentável.
PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar.
PNEf Plano Nacional de Eficiência Energética.
Procel Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica.
Pronatec Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego.
RDC Regime Diferenciado de Contratações Públicas.
Restriction of Certain Hazardous Substances (Restrição de Certas
RoHS
Substâncias Perigosas).
SIAFI Sistema Integrado de Administração Financeira.
SIASG Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais.
SISG Sistema de Serviços Gerais.
SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente.
SisPES Sistema Esplanada Sustentável.
TCU Tribunal de Contas da União.
14

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 16
2 OBJETIVOS _____________________________________________________ 19
2.1 Objetivo Geral ________________________________________________ 19
2.2 Objetivos Específicos __________________________________________ 19
3 REVISÃO DA LITERATURA ________________________________________ 20
3.1 Desenvolvimento Sustentável: Evolução do Conceito _______________ 20
3.1.1 Dimensões da Sustentabilidade ______________________________ 22
3.2 Políticas Públicas _____________________________________________ 25
3.3 Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) _________________ 27
3.3.1 Cinco Eixos Temáticos da A3P _______________________________ 27
3.4 As Compras Públicas __________________________________________ 31
3.4.1 Princípios do Procedimento Licitatório ________________________ 32
3.4.2 Modalidades de Licitação ___________________________________ 35
3.5 As Compras Públicas Sustentáveis ______________________________ 38
3.6 Instrumentos Jurídicos Norteadores das Compras Públicas Sustentáveis
_______________________________________________________________ 39
3.6.1 Aspectos Práticos das Compras Públicas Sustentáveis __________ 44
3.6.2 Projeto Esplanada Sustentável (PES) __________________________ 46
3.6.3 Plano de Logística Sustentável (PLS) __________________________ 49
4 MÉTODO________________________________________________________ 54
4.1 A Abordagem de Pesquisa Utilizada ______________________________ 54
4.2 O Lócus da Pesquisa e a Amostragem ____________________________ 54
4.3 Os Instrumentos para a Coleta dos Dados _________________________ 57
4.4 As Categorias de Análise _______________________________________ 58
4.5 A Análise dos Dados __________________________________________ 58
4.6 Inserção Social da Pesquisa ____________________________________ 59
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ______________________________________ 60
5.1 Análise das Compras realizadas pelo Governo Federal nos anos de 2011
a 2015 __________________________________________________________ 60
5.2 Levantamento e Avaliação das Compras realizadas pelo IFPE Campus
Cabo de Santo Agostinho utilizando Critérios de Sustentabilidade _______ 68
15

5.3 Análise do PLS do IFPE ________________________________________ 74


5.4 Percepção dos Servidores sobre a Adoção de Práticas de
Sustentabilidade no IFPE - Campus Cabo de Santo Agostinho ___________ 79
5.5 Identificação de Oportunidades de Melhoria _______________________ 99
6 CONCLUSÃO ___________________________________________________ 104
REFERÊNCIAS ___________________________________________________ 107
APÊNDICE A - Questionário Aplicado ________________________________ 114
APÊNDICE B - Planilha de Dados do Questionário Aplicado ______________ 118
APÊNDICE C - Legislação sobre Margem de Preferência_________________ 125
APÊNDICE D - Ações de Sustentabilidade implantadas no IFPE-Campus Cabo
________________________________________________________________ 126
16

1 INTRODUÇÃO

As compras públicas, que no Brasil movimentam recursos estimados em 10%


do Produto Interno Bruto (PIB) (BIDERMAN et al., 2008, p. 11), mobilizam setores
importantes da economia que se ajustam às demandas previstas nos editais de
licitação. Dado o crescente volume de recursos envolvidos nas aquisições
governamentais, o setor público, como consumidor de grande porte, encontra-se em
posição privilegiada para criar economias de escala, que alavancam as margens de
lucros dos produtores e reduzem seus riscos. Assim, esses gastos devem ser bem
planejados e investidos de forma estratégica, como ferramenta para promover
políticas públicas pretendidas pela coletividade (MOURA, 2012).
A Administração Pública não só regula a economia mediante leis, incentivos e
subvenções, mas também participa ativamente no mercado e na qualidade de vida
dos consumidores: compra produtos, contrata serviços e obras, segundo as
necessidades, igual a qualquer outra empresa particular, e deve assumir sua parcela
de responsabilidade quanto às questões ambientais (ROSSATO, 2011).
As compras públicas sustentáveis são aquelas que incorporam critérios de
sustentabilidade nos processos licitatórios. Ou seja, são consistentes com os
princípios abarcados pelo conceito de desenvolvimento sustentável, que considera a
equidade intergeracional e tem entre seus principais pilares as dimensões social,
ambiental e econômica (BIDERMAN et al., 2008; BRASIL, 2010d; MOURA, 2012;
XAVIER e CORRÊA, 2013).
No Brasil, a Constituição Federal fundamenta as compras públicas
sustentáveis (BRASIL, 1988), ao estabelecer, entre os princípios da ordem
econômica, a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação (MOURA, 2012).
Destaca-se também a Lei nº 12.349, de 15 de dezembro de 2010, que alterou
a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (lei geral de licitações e contratos
administrativos), ao introduzir, no art. 3º, o conceito de desenvolvimento sustentável:
"A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração e a promoção
do desenvolvimento nacional sustentável [...]" (BRASIL, 2010c; FERREIRA;
KASPER, 2013). Desta forma, a função da licitação não é tão somente obter a
17

proposta mais vantajosa, mas promover o desenvolvimento inclusivo (CALDAS;


NONATO, 2012), como também econômico e ambiental.
Outra iniciativa importante foi a introdução da Instrução Normativa n° 01, de
19 de janeiro de 2010, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP),
que estabelece os critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens,
contratação de serviços ou obras no Poder Executivo Federal (BRASIL, 2010a).
No rol das propostas para dar maior celeridade aos processos de aquisição
governamentais está o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) instituído pela
Lei n° 12.462, de 04 de agosto de 2011 que, inicialmente implementada para
atender às obras de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de
2016, posteriormente estendida para os demais programas do Governo Federal,
dispõe de critérios operacionais que prometem trazer maior agilidade para a
conclusão dos procedimentos licitatórios que adotarem esse regime. Essa maior
agilidade, na medida em que as compras forem sustentáveis, estará contribuindo
para maior rapidez no alcance da sustentabilidade.
A aplicação do conceito de sustentabilidade nas compras públicas é um
desafio, já que deve conciliar as dimensões econômica, ambiental e social nas
licitações (BESSA, 2011; LALOË; FREITAS, 2012; SILVA; BARKI, 2012).
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE)
é uma instituição cuja missão é promover a educação profissional, científica e
tecnológica, em todos os seus níveis e modalidades, com base no princípio da
indissociabilidade das ações de ensino, pesquisa e extensão, comprometida com
uma prática cidadã e inclusiva, de modo a contribuir para a formação integral do ser
humano e o desenvolvimento sustentável da sociedade (INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO, 2013a).
Considerando a relevância das compras sustentáveis para a Administração
Pública e em especial para o IFPE, esta pesquisa visa analisar as práticas de
sustentabilidade relacionadas ao processo de compras realizado pelo IFPE -
Campus Cabo de Santo Agostinho, à luz das políticas públicas que definem os
critérios de sustentabilidade nas aquisições governamentais.
O enrijecimento do sistema administrativo induzido pelas normas que regem
os processos aquisitivos no âmbito do Governo Federal é apontado como uma
grande barreira para estabelecer novas práticas no setor. Esse enrijecimento é
18

associado, também, à burocracia, no sentido de conferir maior morosidade ao


processo de compras públicas desde a sua concepção até sua realização.
O IFPE, como autarquia federal que realiza suas contratações através da Lei
n° 8.666, de 21 de junho de 1993, tem um papel preponderante na revisão das suas
formas de contratação, pois movimenta valores expressivos dentro do orçamento da
União. No exercício de 2014, a dotação orçamentária do IFPE foi em torno de R$
153 milhões (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE PERNAMBUCO, 2015c).
Nesse sentido, a questão problema que norteia esta pesquisa é: como os
critérios de sustentabilidade, objeto de políticas públicas, estão sendo internalizados
nos processos de aquisição de bens e serviços pelo IFPE - Campus Cabo de Santo
Agostinho?
Como ponto de partida, são levantadas as seguintes perguntas: as políticas
públicas de sustentabilidade são aplicadas nas aquisições realizadas pelo IFPE -
Campus Cabo de Santo Agostinho? Em que medida as resistências dos servidores
na aplicação das políticas públicas sustentáveis no IFPE - Campus Cabo de Santo
Agostinho podem estar interferindo em sua total aplicabilidade?
Deste modo, a presente pesquisa procura trazer uma contribuição no campo
de estudos sobre políticas públicas e desenvolvimento sustentável, permitindo
observar as práticas de sustentabilidade relacionadas às compras realizadas no
IFPE - Campus Cabo de Santo Agostinho.
Ademais, considerando a ideia de "pensar globalmente e agir localmente",
esta pesquisa busca refletir, de forma global, sobre as diversas legislações que
foram implementadas pelo poder público para a adoção de critérios de
sustentabilidade nas compras governamentais no Brasil, uma vez que estas
movimentam cerca de 10% do PIB no país, conforme mencionado inicialmente. Com
isso, a pesquisa busca, agindo localmente, contribuir para a efetiva utilização das
políticas públicas sustentáveis no processo de compras do IFPE - Campus Cabo de
Santo Agostinho.
19

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem por objetivo estudar as práticas de sustentabilidade


relacionadas ao processo de compras realizadas pelo IFPE - Campus Cabo de
Santo Agostinho, à luz das políticas públicas que definem os critérios de
sustentabilidade nas aquisições governamentais, com vistas ao seu
aperfeiçoamento.

2.2 Objetivos Específicos

• Realizar um levantamento das compras do IFPE - Campus Cabo de Santo


Agostinho em período recente.
• Avaliar se os critérios de sustentabilidade estão sendo atendidos nas compras
realizadas.
• Conhecer a percepção dos servidores do IFPE - Campus Cabo de Santo
Agostinho sobre a adoção de práticas de sustentabilidade no campus.
• Identificar as possíveis causas da não utilização dos critérios de sustentabilidade
nas compras realizadas e identificar as oportunidades de melhoria.
20

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Desenvolvimento Sustentável: Evolução do Conceito

Em função dos paradigmas produtivos o conceito de desenvolvimento


permaneceu durante muito tempo associado ao crescimento econômico sem
considerar as várias formas dos sistemas sociais, políticos e econômicos. Era
suposto que o aumento de riquezas poderia melhorar as condições de vida da
população, embora conceitualmente, desenvolvimento e crescimento não tenham o
mesmo significado, podendo, inclusive, serem conduzidos de forma oposta
(MENDES, 2009). Com a pressão cada vez maior sobre os recursos naturais,
chegando até a depredação, com evidentes ameaças para o futuro da humanidade,
o conceito foi introduzido e defendido com força crescente.
Segundo Sachs (2009a), o desenvolvimento sustentável surgiu nas últimas
décadas do século XX, para traduzir várias ideias e preocupações devido à
gravidade dos problemas que causam riscos às condições de vida no planeta. Uma
das primeiras organizações a apontar os riscos do crescimento econômico contínuo
foi o Clube de Roma em 1972. No mesmo ano, a Organização das Nações Unidas
(ONU) realizou a Conferência de Estocolmo, que abordou problemas ambientais
decorrentes da poluição atmosférica, crescimento populacional e crescimento versus
desenvolvimento.
Em 1974, surge a proposta do ecodesenvolvimento, formulada por
intelectuais como Sachs, Leff e Strong, que incorpora, além das questões
econômicas e sociais, as questões culturais, políticas e ambientais, à noção de
desenvolvimento (LEFF, 2005). A expressão "desenvolvimento sustentável" foi
publicamente empregada pela primeira vez em agosto de 1979, num simpósio das
Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento. Todavia, o termo
"sustentável" aparece pela primeira vez no informe das Nações Unidas "Nosso
Futuro Comum", conhecido como Relatório Brundtland em 1987 (MENDES, 2009).
Neste documento se assentou: "desenvolvimento sustentável é aquele que atende
às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações
futuras atenderem as suas próprias necessidades" (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991, p. 46). Apesar do seu alto grau de
21

generalização, de tal conceito se infere que a satisfação das necessidades e das


aspirações humanas é o principal objetivo do desenvolvimento.
O Relatório Brundtland sublinhou que as possibilidades de materialização de
um estilo de desenvolvimento sustentável se encontram diretamente relacionadas
com a superação da pobreza, com a satisfação das necessidades básicas de
alimentação, saúde e habitação, com uma nova matriz energética que privilegie
fontes renováveis de energia e com um processo de inovação tecnológica cujos
benefícios sejam compartilhados por países ricos e pobres (GUIMARÃES, 1997).
O conceito de desenvolvimento sustentável tem sido amplamente
disseminado nas últimas duas décadas, sobretudo a partir da Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida
como a Rio 92. Porém, não existe ainda clareza sobre a sua aplicação nos
processos administrativos no setor governamental (BRASIL, 2010d).
Alguns especialistas consideram que "desenvolvimento sustentável" é um
conceito que ainda está longe de ser consensual. Inicialmente foi aceito que o ponto
de equilíbrio da dimensão do desenvolvimento sustentável estava na interseção de
três dimensões do desenvolvimento: o social, o econômico e o ambiental. Já para
Sachs (2009b), a sustentabilidade envolve a confluência de outras dimensões, que
são a cultural, ecológica, territorial e política, além da social, econômica e ambiental.
No entanto, para que uma organização atinja o status sustentável, não
necessariamente precisa atender a todas as dimensões do desenvolvimento como
as que Sachs (2009b) defende. Strong citado por Sachs (1993) afirma que uma
organização sustentável seria, portanto, a que orienta as suas atividades segundo
as dimensões da sustentabilidade que lhe são específicas.
Assim, o desenvolvimento sustentável aparece como um conceito
pluridimensional, tendo, com frequência, a ele agregado algum adjetivo (econômico,
social, político, cultural, durável, viável, humano etc.). Sachs (2007) faz uma
proposta para a definição do conteúdo da palavra desenvolvimento, partindo da
seguinte hierarquização: o social no comando, o ecológico enquanto restrição
assumida e o econômico recolocado em seu papel instrumental. A essas três
principais dimensões da sustentabilidade – social, ecológica e econômica – Sachs
(1994) acresce a cultural, e a espacial, descritas a seguir e ilustradas na Figura 1.
22

3.1.1 Dimensões da Sustentabilidade

I) Dimensão ambiental

A principal preocupação da dimensão ambiental é relativa aos impactos das


atividades humanas sobre o meio ambiente, sendo representado pelo que os
economistas denominam "capital natural". A preocupação envolvida se refere à
preservação do meio ambiente e seus componentes, como a fauna e a flora, o que
se consolida através de instituições formais expressas em leis, bem como na própria
Constituição Federal, visando um desenvolvimento de forma equilibrada com os
aspectos econômicos, sociais e ambientais.
A interação entre a perspectiva ambiental e as dimensões econômica e social
se dá na forma de limitação de recursos necessários para o desenvolvimento
(SILVA, 2005). Desta forma, a perspectiva ambiental representa uma
condicionalidade, no sentido de que é possível ocorrer crescimento e uma
distribuição relativamente equitativa dos ganhos do ponto de vista social, mas ao
preço de comprometer o futuro devido à exploração predatória do capital natural.
Assim, poderia ocorrer crescimento social benigno, mas que não representasse um
desenvolvimento pleno (SACHS, 2000).

II) Dimensão econômica

A dimensão econômica é a mais debatida no contexto capitalista, tendo em


vista que esse sistema a considera "mola propulsora de todas as relações sociais
existentes [...]. Ao se tratar da dimensão econômica está se preocupando com
quatro pontos: como, o quê, como e para quem produzir" (SILVA, 2005).
De acordo com Sachs (2000), a eficiência econômica precisa ser considerada
no âmbito macro social, no contexto onde ocorrem as externalidades sociais e
ecológicas decorrentes do nível micro, as empresas, por exemplo. Assim: "[...] não é
eficiente economicamente só aquilo que traz lucro ao empresário. É eficiente
economicamente aquilo que, do ponto de vista da sociedade inteira, constitui uma
utilização racional dos recursos" (SACHS, 2000).
23

III) Dimensão social

Para Sachs (2009b), o desenvolvimento deve ser socialmente includente,


visto que "os objetivos do desenvolvimento são sempre éticos e sociais". Desta
forma, a promoção do progresso social tem como base um "postulado ético de
solidariedade, [...] uma solidariedade sincrônica com a nossa geração e [...]
solidariedade diacrônica com as gerações futuras".
A dimensão social abrange a necessidade de recursos materiais e não
materiais, objetivando maior equidade na distribuição da renda, de modo a melhorar
substancialmente os direitos e as condições da população, reduzindo-se o índice de
Gini1, ampliando-se a homogeneidade social; a possibilidade de um emprego que
assegure qualidade de vida e igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais.
Silva (2005) aborda que a distribuição equitativa dos recursos tem sido uma
questão de discussão recorrente na dimensão social. Sachs (2009b) aponta que "[...]
o problema social mais importante de nossa época é o desemprego aberto, o
subemprego e a exclusão social que atingem uma grande parte da população em
idade de trabalho".

IV) Dimensão espacial ou territorial

Silva (2009) defende que o espaço analítico é uma das primeiras questões a
se considerar ao estudar o desenvolvimento sustentável visto que uma determinada
região pode expressar uma capacidade de desenvolvimento contínua, refletida por
indicadores favoráveis e, ao mesmo tempo, apresentar problemas localizados.
A dimensão espacial envolve considerar aspectos e critérios de
sustentabilidade relacionados a equilíbrio das configurações urbanas e rurais e o
melhoramento do ambiente urbano, além da "superação das disparidades inter-
regionais" e elaboração de estratégias ambientalmente seguras para áreas

1 Coeficiente de Gini: desenvolvido pelo estatístico italiano Corrado Gini. Permite avaliar a diferença
da concentração de renda numa localidade, região e sociedade. A importância deste índice deve-se,
justamente, ao fato de medir a diferença de renda entre os mais abastados e os menos abastados
(PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, 2003). Este índice é obtido
por meio da curva de Lorenz, na qual a relação entre os percentuais de renda e de produção são
avaliados. Seu valor varia de zero a um, sendo que um valor mais próximo de zero indica uma melhor
distribuição (GREMAUD et al., 2003).
24

ecologicamente frágeis, a fim de garantir a conservação da biodiversidade e do


ecodesenvolvimento (SACHS, 2009).

V) Dimensão cultural

Segundo Silva (2009), a cultura se refere ao conjunto de experiências


humanas 'cultivadas' por uma determinada sociedade. Envolve um processo de
aprendizagem social realizado continuamente. Assim, trata-se de uma dimensão que
alicerça as bases de princípios e valores, estando, portanto, diretamente relacionada
com os objetivos quanto ao desenvolvimento sustentável de uma sociedade. Essa
dimensão trata do respeito à cultura de cada local, garantindo continuidade e
equilíbrio entre a tradição e a inovação. Ainda de acordo com Silva (2009), a
dimensão cultural reflete uma dimensão dinâmica, visto que o desenvolvimento
cultural de uma sociedade amadurece ou se altera no decorrer do tempo em função
da "aprendizagem social e troca de experiências na própria sociedade". Com isso,
os objetivos comuns relacionados à sustentabilidade também se alteram de acordo
com a evolução histórica cultural da sociedade.

Figura 1 - Dimensões da sustentabilidade.

Fonte: O autor, adaptado de Xavier e Corrêa (2013).


25

3.2 Políticas Públicas

O estabelecimento de uma nova cultura na Administração Pública, voltada


para a adoção de critérios ambientais corretos e de práticas sustentáveis, em todos
os níveis de governo, requer o comprometimento das instituições e dos servidores
públicos que nelas trabalham, pois, tão importante quanto ações de sensibilização,
são as políticas públicas que promovem, regulamentam e cobram ações mais
responsáveis.
Não existe ainda consenso na literatura sobre o conceito ou definição de
políticas públicas, por este ser ainda um campo recente da ciência política. Em
geral, políticas públicas são definidas como instrumento ou conjunto de ação dos
Governos (SOUZA, 2006), uma ação elaborada no sentido de enfrentar um
problema público (SECCHI, 2012).
Para Souza (2006), não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que
seja política pública. A autora traz algumas definições, como a de que política
pública é um campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de
grandes questões públicas, como também pode ser entendida como um conjunto de
ações do governo que irão produzir efeitos específicos. Ou ainda, política pública é a
soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação,
e que influenciam a vida dos cidadãos. Souza (2006) ressalta que a definição mais
conhecida continua sendo a de Lasswell (1936), ou seja, decisões e análises sobre
política pública implicam responder às seguintes questões: quem ganha o que, por
que e que diferença faz.
Para Guareschi et al. (2004, p.180), entende-se por políticas públicas:
o conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais,
configurando um compromisso público que visa dar conta de determinada
demanda, em diversas áreas. Expressa a transformação daquilo que é do
âmbito privado em ações coletivas no espaço público.

Como um campo de conhecimento científico, podemos entender a política


pública como a análise de ações governamentais (e não governamentais) e, quando
necessário, a proposição de mudanças no curso dessas ações. A formulação de
políticas públicas constitui programas e ações (o que fazer), metas e objetivos
(aonde chegar) e estratégias de ação (como fazer) que devem produzir resultados
ou mudanças no mundo real. O planejamento de programas, ações, metas e
26

objetivos constituem também objeto de estudo da própria Administração Pública,


entendida como atividade do Estado que deve organizar o funcionamento dos
serviços públicos prestados à sociedade.
Nesse sentido, segundo Brasil (2009b):
a política pública compreende um elenco de ações e procedimentos que
visam à resolução pacífica de conflitos em torno da alocação de bens e
recursos públicos, sendo os personagens envolvidos nesses conflitos
denominados “atores políticos”. A sustentabilidade econômica, social e
ambiental é um dos grandes desafios da humanidade e exige ação do poder
público para que seja possível garantir a inserção da variável
socioambiental no processo decisório, particularmente na formulação das
políticas públicas. Atualmente, 50% do PIB brasileiro dependem da
biodiversidade, o que demanda a adoção de novos padrões de
sustentabilidade, bem como a busca por novas formas (mais eficazes) de
pensar o desenvolvimento, preservando os recursos naturais, dos quais
depende a nossa economia e o crescimento sustentável do país.

Desde 2003, quatro linhas básicas têm determinado o traçado da política


ambiental do Brasil (BRASIL, 2009b). A promoção do desenvolvimento sustentável é
a primeira delas. A segunda linha aborda a necessidade de controle e participação
social. A terceira linha trata do fortalecimento do Sistema Nacional de Meio
Ambiente (SISNAMA). A quarta linha envolve os diferentes setores do Poder Público
na solução dos problemas ambientais, incluso no princípio da "transversalidade",
que tem orientado a política ambiental. Essas quatro diretrizes têm direcionado as
atividades do Ministério do Meio Ambiente (MMA), permitindo a construção de uma
política ambiental integrada.
Ainda de acordo com Brasil (2009b):
é forçoso reconhecer que a aplicabilidade desses princípios, no caso
brasileiro, esbarra em certos obstáculos, tais como a fragilidade
institucional, a falta de uma base sólida de dados ambientais, recursos
financeiros escassos e a carência de recursos humanos necessários à
prática de gestão ambiental em todos os níveis. O processo de
institucionalização das políticas ambientais no Brasil demanda um grande
esforço de coordenação entre os diversos setores do governo. Para ampliar
os níveis de eficácia da ação do Estado brasileiro na gestão ambiental, é
necessário adotar estratégias que vão desde a correta aplicação dos
instrumentos previstos na legislação até novas formas de atuação, com
maior transparência, maior controle social e menor vulnerabilidade aos
interesses econômicos e político-partidários.

A preocupação com as questões ambientais no panorama legal reforça a


importância e o destaque que este tema assumiu. Além disso, é possível observar
diversos exemplos de políticas públicas que levam em consideração critérios
ambientais e que são apresentadas de modo mais detalhado na seção 3.6.
27

3.3 Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P)

A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), conforme apresentado


por Brasil (2009b):
surgiu em 1999 como um projeto do Ministério do Meio Ambiente que
buscava a revisão dos padrões de produção e consumo e a adoção de
novos referenciais de sustentabilidade ambiental nas instituições da
Administração Pública. Dois anos após o lançamento do projeto, foi criado o
Programa Agenda Ambiental na Administração Pública, cujo objetivo era
sensibilizar os gestores públicos para a importância das questões
ambientais, estimulando-os a incorporar princípios e critérios de gestão
ambiental em suas atividades rotineiras. Atualmente, o principal desafio do
Programa A3P é promover a responsabilidade socioambiental como política
governamental, auxiliando na integração da agenda de crescimento
econômico concomitantemente ao desenvolvimento sustentável, por meio
da inserção de princípios e práticas de sustentabilidade socioambiental no
âmbito da Administração Pública.

3.3.1 Cinco Eixos Temáticos da A3P

Nesse contexto, diante da importância que as instituições públicas possuem


em “dar o exemplo” para redução de impactos socioambientais negativos, a A3P foi
estruturada em cinco eixos temáticos prioritários (BRASIL, 2009b), apresentados a
seguir.

I) Uso racional dos recursos naturais e bens públicos

Usar racionalmente os recursos naturais e bens públicos implica em usá-los


de forma econômica e racional evitando o seu desperdício. Este eixo engloba o uso
racional de energia, água e madeira além do consumo de papel, copos plásticos e
outros materiais de expediente.

II) Gestão adequada dos resíduos gerados

Em suas ações, a A3P tem priorizado como um de seus princípios a política


dos 5 R’s: repensar, reduzir, reaproveitar, reciclar e recusar consumir produtos que
gerem impactos socioambientais significativos. Esse último R, em grande medida, irá
definir o sucesso de qualquer iniciativa para a introdução de critérios ambientais no
local de trabalho.
28

É muito importante que os órgãos públicos definam e adotem mecanismos


para destinação adequada dos resíduos gerados, aproveitando para promover a
internalização do conceito dos 5R's nos mais diversos órgãos e instituições da
Administração Pública. Dessa forma deve-se primeiramente pensar em reduzir o
consumo e combater o desperdício para só então destinar o resíduo gerado
corretamente.

III) Qualidade de vida no ambiente de trabalho

As instituições públicas devem desenvolver e implantar programas


específicos que envolvam o grau de satisfação da pessoa com o ambiente de
trabalho, melhoramento das condições ambientais gerais, promoção da saúde e
segurança, integração social e desenvolvimento das capacidades humanas, entre
outros fatores.
Ao melhorar a satisfação do trabalhador dentro de seu contexto laboral,
melhora-se consequentemente sua produtividade. As sondagens de opinião interna
são uma importante ferramenta para detectar a percepção dos funcionários sobre os
fatores intervenientes na qualidade de vida e na organização do trabalho.

IV) Sensibilização e capacitação dos servidores

A sensibilização busca criar e consolidar a consciência cidadã da


responsabilidade socioambiental nos servidores. O processo de capacitação
contribui para o desenvolvimento de competências institucionais e individuais
fornecendo oportunidade para os servidores desenvolverem atitudes para um melhor
desempenho de suas atividades.

V) Licitações sustentáveis

A Administração Pública deve promover a responsabilidade socioambiental


das suas compras. Licitações que levem à aquisição de produtos e serviços
sustentáveis são importantes não só para a conservação do meio ambiente, mas
também apresentam uma melhor relação custo/benefício a médio ou longo prazo
quando comparadas às que se valem do critério de menor preço.
29

A Figura 2 apresenta os cinco eixos temáticos da A3P e os 5R's. Nesse


sentido, os principais temas relacionados aos cinco eixos temáticos da A3P,
conforme apontado por BRASIL (2009b) são: coleta seletiva e reciclagem; consumo
de madeira e papel; eficiência energética; água e manutenção da frota oficial de
veículos, descritos a seguir.

Figura 2 - Cinco eixos temáticos da A3P e os 5R's.

Fonte: Brasil (2009b).

• Coleta seletiva e reciclagem: em várias instituições públicas, o processo de


implantação da A3P tem se iniciado com a coleta seletiva e é decorrente, em
grande medida, da edição do Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006, que
instituiu a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e
instituições da Administração Pública Federal direta e indireta na fonte geradora
e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais
recicláveis. Entre os resíduos produzidos em maior quantidade pela
Administração Pública, podemos citar a geração de papéis, plásticos, cartuchos e
toners, lâmpadas fluorescentes, lixo eletrônico e, em menor quantidade, vidros e
metais, além de pilhas e baterias.
30

• Consumo de madeira e papel: a Administração Pública é grande consumidora de


madeira, principalmente na forma de mobiliário e divisórias de escritórios. A
Administração Pública pode estimular a adoção de práticas florestais benéficas
por meio das compras sustentáveis, promovendo o manejo florestal correto e o
uso mais eficiente e responsável da madeira. O exemplo do governo é um
importante indutor para a mudança de atitude dos outros setores da sociedade e
é uma importante ferramenta para iniciar a implantação dessa ação tão urgente
que é o manejo sustentável das florestas. Nas atividades desenvolvidas na
Administração Pública o papel é um dos principais recursos naturais consumidos.
Um aspecto importante a ser ressaltado diz respeito às iniciativas do setor
público para substituição ou redução do uso do papel. Os avanços na tecnologia
de informação, principalmente por meio do uso das tecnologias de
desmaterialização de processos e documentos, têm possibilitado ao setor público
a adoção de novas ferramentas mais eficientes.

• Eficiência energética: a Administração Pública é grande consumidora de energia


elétrica. Apesar de a maioria das edificações públicas não terem sido projetadas
de maneira sustentável, de um modo geral elas apresentam oportunidades
significativas de redução de custos no consumo de energia. A economia nos
edifícios públicos pode se dar através de medidas como o gerenciamento das
instalações, adoção de equipamentos tecnologicamente mais avançados e
eficientes, alterações de algumas características arquitetônicas, utilização de
técnicas modernas de projeto e construção, alterações dos hábitos dos usuários,
entre outras.

• Água: no âmbito da Administração Pública já foram documentadas várias


medidas adotadas para conter o desperdício no consumo de água. Entre essas
medidas, destacam-se o uso de aparelhos economizadores, por exemplo, vasos
sanitários com caixa acoplada e com dois botões, com maior e menor vazão,
registro com sensor, acionamentos temporizados, vasos a vácuo, entre outros. A
adoção dessas medidas tem como intuito a maximização da eficiência do uso da
água nas instalações que compõem a Administração Pública e podem ser
facilmente adotadas seja em edifícios em construção como naqueles já
construídos.
31

• Manutenção da frota oficial de veículos: os governos federal, estaduais e


municipais, inclusive as fundações, autarquias e empresas de economia mista
têm por obrigação dar bom exemplo quanto à manutenção das respectivas frotas
de veículos. As revisões preventivas e periódicas sugeridas pelos fabricantes, o
uso do combustível recomendado e a calibragem de pneus são imprescindíveis
para a manutenção de veículos. Isso contribui para o prolongamento da vida útil
de veículo, representa uma economia financeira e minimiza o lançamento de
poluentes no ar, no solo e nas águas.

Desde o seu lançamento, a A3P tem sido implementada por diversos órgãos
e instituições públicas das três esferas de governo e dos três poderes. Tal Programa
foi criado para ser aplicado na Administração Pública, mas pode ser usado como
modelo de gestão socioambiental por outros segmentos da sociedade.
A A3P é uma iniciativa que demanda engajamentos individual e coletivo, a
partir do comprometimento pessoal e da disposição para incorporar conceitos
preconizados, objetivando a mudança de hábitos e a difusão do programa. Qualquer
instituição da Administração Pública, de qualquer uma das esferas de governo, pode
e deve implantar a A3P, mesmo que não exista uma norma que obrigue essa
adoção.
O atendimento e a satisfação dos interesses coletivos, enquanto finalidade da
Administração Pública, fazem com que a mesma tenha a obrigação de dar o
exemplo para todos os setores da sociedade, promovendo o desenvolvimento e o
crescimento sustentáveis.

3.4 As Compras Públicas

No ano de 2013, a Administração Pública Federal realizou 223,2 mil


processos licitatórios que resultaram na aplicação de R$ 68,4 bilhões com a
aquisição de bens e serviços, o que evidencia seu poder de mobilizar setores
importantes da economia que se ajustam às demandas previstas nos editais de
licitação (BRASIL, 2014a).
Otimizar processos internos e promover um desenvolvimento mais
sustentável por meio do poder de compra governamental é uma questão estratégica,
que além do potencial de fomentar um mercado inovador e de menor impacto,
32

aborda questões emergentes e urgentes como: a mudança climática; o consumo


excessivo que não considera a capacidade de suporte do planeta; a busca por
menor desigualdade socioeconômica e a melhoria da qualidade de vida em um
mundo cada vez mais urbanizado (BRASIL, 2013a).
A licitação pública consiste em um procedimento composto de atos
sucessivos e vinculados destinados a alcançar a proposta mais vantajosa de compra
para a Administração Pública. A licitação pública é um dos meios pelos quais são
gerados os contratos públicos.
Os contratos administrativos podem também se originar de contratações
diretas, nas hipóteses de dispensa de licitação (art. 24 da Lei n° 8.666, de 21 de
junho de 1993) e de inexigibilidade de licitação, em que a inexistência de
competitividade torna inviável a realização do procedimento (art. 25, da mesma lei),
e ainda no que a doutrina nomeou licitação dispensada (art. 17, I e II da mesma lei).
A regra, contudo, é que o contrato surja de um procedimento formal licitatório.

3.4.1 Princípios do Procedimento Licitatório

Enquanto atividade estatal, o procedimento licitatório, à maneira de todos os


atos administrativos, deve estar pautado nos princípios descritos a seguir, segundo a
Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993.

I) Legalidade

Todas as fases do procedimento devem estar previstas em lei.

II) Impessoalidade / Igualdade

Todos os licitantes devem ser tratados em igualdade de direitos e obrigações,


não podendo a Administração Pública incluir critérios infundados que possam
direcionar, de forma pessoal, o objeto a um determinado licitante. Os licitantes
devem zelar pelo tratamento isonômico sempre que constatado o desvio de função.
33

III) Moralidade e probidade administrativa

O princípio da moralidade exige da Administração comportamento não


apenas lícito (legalidade), mas também consoante com a moral, os bons costumes,
as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia
comum de honestidade.

IV) Publicidade

Os atos praticados pela Administração durante o procedimento licitatório


devem ser abertos ao público nas várias fases no intuito de garantir a fiscalização de
sua legalidade.

V) Vinculação ao instrumento convocatório

O procedimento licitatório deve ater-se às regras pré-definidas no instrumento


convocatório. O princípio da vinculação ao instrumento convocatório obriga não
apenas a Administração a respeitar estritamente as regras que haja previamente
estabelecido para disciplinar o certame licitatório, como também os licitantes.
Contudo, as regras previstas nos instrumentos convocatórios devem respeitar o
ordenamento jurídico, pressupõe nulidade de procedimento em caso de desrespeito.

VI) Julgamento objetivo

O julgamento das propostas permanecerá adstrito aos critérios fixados no


edital, por sua vez objetivos e, se restritivos, devidamente fundamentados.

VII) Adjudicação compulsória

Uma vez concluído o procedimento licitatório, o licitante vencedor detém


direito à adjudicação do objeto licitado. Não significa que a Administração está
obrigada a contratar, mas sim que, se o fizer, será com o licitante vencedor.
34

VIII) Ampla defesa e contraditório

Em qualquer tipo de procedimento no âmbito do Poder Público, o princípio da


ampla defesa e do contraditório devem ser respeitados, sob pena de nulidade.

Esses oito princípios, em matéria de licitações, aplicam-se com mais verdade,


na imposição de eventuais sanções administrativas decorrentes da execução
contratual. Assim, além destes princípios pode-se observar na Lei n° 8.666, de 21 de
junho de 1993, em seu art. 23, parágrafos 1º e 7º, a menção a "economia de
escala", conforme reprodução abaixo:
Art. 23 [...]
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e
economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da
competitividade sem perda da economia de escala.
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo
para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à
demandada na licitação, com vistas à ampliação da competitividade,
podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de
escala.

Desta forma, levando-se em conta o considerável montante de recursos


públicos que são movimentados através das licitações, a busca não é somente do
menor preço, mas da gestão efetiva dos procedimentos, trazendo aos processos
licitatórios a citada economia de escala, que não pode ser vista como mera
formalidade e discricionariedade pelo administrador público, mas também como
dever e ato vinculado ao exercício de suas atribuições.
Segundo Justen Filho (2005), havendo economia de escala o aumento de
quantitativos produz a redução dos preços. Por isso, não teria cabimento a
Administração fracionar as contratações se isso acarretar aumento dos seus custos.
Nesse sentido, segundo Biderman et al. (2008), é enorme a responsabilidade
do gestor público encarregado de definir as regras do jogo para assegurar a livre-
concorrência, sem perder de vista o interesse do governante em dispor do melhor
produto ou serviço, pelo menor preço.
Do mesmo modo, Ferreira e Kasper (2013) afirmam:
É justa a preocupação com o menor preço, principalmente num país em que
os recursos públicos são invariavelmente escassos, mas já se foi o tempo
em que o melhor edital era aquele que buscava apenas o menor preço.
Embora o Brasil tenha avançado bastante na direção da transparência dos
35

processos, ampliando o controle social e reduzindo o risco de fraudes, o


modelo vigente que ainda inspira a maioria dos editais de licitação no país é
absolutamente omisso em relação a uma premissa fundamental: ser
sustentável.

3.4.2 Modalidades de Licitação

O art. 22 da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, estabelece cinco modalidades


de licitação (concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão) enquanto a
Lei n° 10.520, de 17 de julho de 2002, institui a sexta modalidade de licitação
denominada pregão.
Estas seis modalidades de licitação são apresentadas a seguir, como também
se encontram detalhadas no Quadro 1. A Figura 3 mostra tanto as modalidades
quanto os tipos de licitação existentes.

I) Concorrência

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial


de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação
exigidos no edital para execução de seu objeto.

II) Tomada de preços

É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou


que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

III) Convite

É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu


objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três
pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da
apresentação das propostas.
36

IV) Concurso

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de


trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na
imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias.

V) Leilão

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de


bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis previstos no art.
19 da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, a quem oferecer o maior lance, igual ou
superior ao valor da avaliação.

VI) Pregão

É a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns. O


pregão eletrônico foi regulamentado na forma eletrônica por meio do Decreto n°
5.450, de 31 de maio de 2005.

Figura 3 - Modalidades e tipos de licitação, segundo a Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993.

Fonte: O autor, adaptado de Hidalgo (2015).


37

Quadro 1 - Modalidades de licitação.


Tomada
Concorrência de Convite Concurso Leilão Pregão
Preços
Prazo Melhor
Empreitada
mínimo entre técnica ou
integral ou
a publicidade técnica e
melhor técnica
preço: 30 8 dias
do aviso e ou técnica e 5 dias úteis. 45 dias. 15 dias.
dias. úteis.
recebimento preço: 45 dias.
das Outras: 15
propostas Outras: 30 dias.
dias.
Publica-
Publicação Publicação Publicação ção em
Publicação em
em DOU e Afixação em em DOU e em DOU e DOU e/ou
Publicidade DOU e jornal de
jornal de local próprio jornal de jornal de jornal de
do aviso grande
grande no órgão. grande grande grande
circulação.
circulação. circulação. circulação. circula-
ção.
Licitantes
Licitantes
convidados
cadastra-
(cadastrados
dos.
ou não), no
mínimo 3.
Quem Aberto a Em regra
Aberto a
Participantes Aberto a todos. atender todos ou aberto a
Licitantes todos.
pré- não. todos.
cadastrados
requisitos
que manifes-
do edital
tarem
até 3 dias
interesse até
antes.
24h antes.
Prévia à Posterior à
Prévia à fase de Prévia à fase Pode existir Pode existir
Habilitação fase de fase de
lance. de lance. ou não. ou não.
lance. lance.
Móveis
inservíveis.
Obras, serviços
e compras de Produtos
qualquer valor. Obras e penhorados
Obras e
serviços de ou apreendi- Aquisição
serviços de
Compras e engenharia dos. de bens e
engenharia
alienação de até R$ Trabalhos serviços
até R$ 150
imóveis. 1,5 milhão técnicos, Concessão comuns,
Objeto mil.
científicos ou de serviços inde-
Concessão de Compras e artísticos. por privati- pendente
Compras e
direito real de serviços zação, de seu
serviços até
uso. até venda de valor.
R$80 mil.
R$150mil. imóveis de
Concessão de execução ou
serviços. doação em
pagamento
(facultativo).
Instrumento
Edital. Edital. Convite. Edital. Edital. Edital.
convocatório
Tipo de Qualquer Qualquer Nenhum Maior lance Menor
Qualquer um.
licitação um. um. deles. ou oferta. preço.
Fonte: O autor, adaptado de Moraes (2015).
38

3.5 As Compras Públicas Sustentáveis

A compra pública é uma atividade administrativa cuja função vai além de


suprir as necessidades de materiais, serviços e obras indispensáveis ao
funcionamento da Administração; deve ser utilizada como instrumento na
implementação de políticas públicas que promovam um modelo de produção e
consumo capaz de atender os anseios e interesses da sociedade atual, sem,
contudo, prejudicar o bem-estar das gerações futuras.
Segundo a A3P (BRASIL, 2009b), as compras públicas sustentáveis
consistem naquelas em que se tomam atitudes para que o uso dos recursos seja o
mais eficiente, o mais eficaz e o mais efetivo possível. Isso envolve integrar os
aspectos ambientais em todos os estágios dos processos de compra, evitar compras
desnecessárias e identificar produtos mais sustentáveis que cumpram as
especificações de uso requeridas. Logo, não se trata de priorizar produtos apenas
devido a seu aspecto ambiental, mas sim considerar seriamente tal aspecto
juntamente com os tradicionais critérios de especificações técnicas e preço.
De acordo com Moura (2012), por ser uma abordagem de adesão voluntária,
as compras públicas sustentáveis permitem ao Estado estabelecer políticas e metas
ambientais e sociais sem precisar alocar recursos adicionais em seu orçamento,
deixando o setor produtivo e o mercado livres para buscar a melhor forma de
atender aos objetivos propostos pelos governos. Os produtos, serviços e obras de
menor impacto ambiental também tendem a reduzir os gastos do governo com
políticas de reparação de danos ambientais, devido aos custos evitados. Os
produtos sustentáveis também são, em geral, mais duráveis e consomem menos
energia, aspectos que tornam a sua manutenção mais econômica ao longo do
tempo.
Embora alguns produtos sustentáveis possam ser mais caros no início, ao
incluir compensações no preço devido às novas tecnologias e materiais
empregados, frequentemente não se observa diferença significativa em relação aos
produtos tradicionais. Quando produtos sustentáveis são produzidos e consumidos
em maior quantidade e economias de escala são alcançadas, o custo tende a cair.
Ao se considerarem os custos evitados (externalidades negativas causadas pela
produção de um determinado produto, como poluição, danos à saúde pública e
39

desperdício de recursos naturais) o custo real dos produtos sustentáveis se torna


ainda menor (BIDERMAN et al., 2008; CALDAS; NONATO, 2012; MOURA, 2012).
Ao buscar promover o desenvolvimento sustentável, a licitação continua
visando a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração. A melhor
proposta é a que atende as especificações do produto ou serviço pelo menor preço.
Por isso, embora um produto sustentável demande mais recursos financeiros em
sua aquisição, seus custos relacionados ao uso, consumo, manutenção e descarte
são menores. Assim, o gestor público deve considerar conjuntamente o aspecto
ambiental e o princípio da eficiência. Os órgãos de controle, de acordo com Costa
(2011), toleram que o custo da licitação sustentável seja superior, desde que não
seja exorbitante ou desarrazoado.
Uma análise preliminar do panorama atual indica que a realização de
compras utilizando critérios sustentáveis na esfera pública é um procedimento
recente e incipiente no Brasil, quando comparado aos modelos já desenvolvidos em
muitos países, especialmente os europeus. Porém o tema passou a receber
incentivos, ganhando credibilidade e respaldo legal principalmente nos anos mais
recentes, após alterações importantes do marco regulatório sobre licitações públicas
(HEGENBERG, 2013).
O Governo Federal regulamentou a utilização de critérios sustentáveis na
aquisição de bens e na contratação de obras e serviços, através da Instrução
Normativa n° 01, de 19 de janeiro de 2010. As regras abrangem os processos de
extração ou fabricação, utilização e o descarte de produtos e matérias-primas,
descritos a seguir.

3.6 Instrumentos Jurídicos Norteadores das Compras Públicas Sustentáveis

As compras sustentáveis ganharam impulso em muitos países após uma


série de recomendações internacionais, como a Agenda 21, do ano de 1992, que
enfatiza que o desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado se as nações
reduzirem ou eliminarem padrões insustentáveis de produção e consumo (SCOTTO
et al., 2010; SILVA et al., 2012).
O tema "compras verdes" foi abordado novamente na Cúpula Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo, em 2002, reafirmando as ações
orientadas pela Agenda 21 e impulsionando as autoridades públicas a promover
40

políticas de contratação pública que favoreçam o desenvolvimento e a difusão de


mercadorias e serviços favoráveis ao meio ambiente.
No Brasil, as compras públicas sustentáveis possuem amparo legal, inclusive
constitucional. A opção pela sustentabilidade é legalmente reforçada como critério
de compra tão ou mais importante que a escolha baseada apenas no menor preço.
O Brasil já possui uma série de instrumentos jurídicos que fundamentam a instituição
das licitações sustentáveis.
A preocupação com o meio ambiente foi positivada com a Lei nº 6.938, de 31
de agosto de 1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente,
estabelecendo conceitos, princípios, objetivos, instrumentos, penalidades, seus fins
e mecanismos de formulação e aplicação, instituindo ainda o Sistema Nacional de
Meio Ambiente (SISNAMA) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
(SILVA et al., 2012).
Em seguida, foi promulgada a Lei da Ação Civil Pública, a Lei Federal nº
7.347, de 24 de julho de 1985, que estabeleceu as regras de tutela aos direitos
difusos e coletivos, prevendo as ações de responsabilidade por dano causado ao
meio ambiente (BRASIL, 2011b).
A Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, conforme citado
anteriormente, solidificou a base constitucional da defesa do meio ambiente
equilibrado e indicou os moldes gerais do desenvolvimento nacional.
A Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993, trouxe a possibilidade de considerar
os critérios ambientais nas contratações públicas, prevendo, desde a origem, o
estabelecimento de critérios, desde que relevantes, para a escolha do melhor
produto pela Administração. Ademais, estabelece expressamente no art. 12, com a
redação dada pela Lei nº 8.883, de 08 de junho de 1994, os aspectos a serem
abordados nos projetos básico e executivo para aceitação do objeto relativo a obras
e serviços, dentre eles, a "economia na execução, conservação e operação", o
"impacto ambiental" e a "possibilidade de emprego de mão de obra, materiais,
tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, conservação e
operação", este último aspecto ainda por ser regulamentado no presente
ordenamento, haja vista tratar-se de forte restrição à competitividade, carecendo,
portanto, de critérios objetivos de aplicação.
Em 1998, a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de
1998) veio dispor sobre as sanções penais e administrativas contra atividades
41

lesivas ao meio ambiente, tipificar enquanto crime ambiental e estabelecer, dentre


outros, regras para utilização dos recursos da natureza (BIDERMAN et al., 2008).
Estabelecidas as diretrizes para a defesa do meio ambiente, diversos
instrumentos normativos foram lançados no âmbito do Poder Executivo,
especialmente a respeito de considerar as compras públicas uma das maneiras de
defender o meio ambiente por parte do Estado (BRASIL, 2011b), a saber:
• A Resolução do CONAMA nº 20, de 07 de dezembro de 1994, que dispõe sobre
a instituição do selo ruído, para aparelhos domésticos;
• O Decreto nº 2.783, de 17 de setembro de 1998, que proíbe entidades do
Governo Federal de comprar produtos ou equipamentos contendo substâncias
que degradam a camada de ozônio;
• O Decreto nº 4.131, de 14 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre medidas
emergenciais de redução do consumo de energia elétrica no âmbito da
Administração Pública Federal;
• A Resolução do CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002, que estabelece
critérios e procedimentos para gestão de resíduos na construção civil;
• A Lei n° 10.973, de 02 de dezembro de 2004, que apresenta dispositivos sobre o
incentivo à produção de ciência, tecnologia e inovação nacional, estabelecendo
favorecimentos às indústrias nacionais nos processos de compras públicas;
• A Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006, posteriormente
alterada pela Lei Complementar n° 147, de 7 de agosto de 2014, que institui o
Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (ME/EPP),
que dispõe, entre outras coisas, sobre a preferência para a contratação de
ME/EPP no processo de licitação em relação às empresas de médio e grande
porte;
• A Portaria nº 61, de 15 de maio de 2008, do Ministério do Meio Ambiente, que
estabelece práticas de sustentabilidade ambiental quando das compras públicas
sustentáveis;
• A Portaria nº 43, de 28 de janeiro de 2009, do Ministério do Meio Ambiente, que
proíbe o uso do amianto em obras públicas e veículos de todos os órgãos
vinculados à Administração Pública;
• A Lei n° 11.947, de 16 de junho de 2009, que prevê que ao menos 30% dos
alimentos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), adquiridos
42

com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),


sejam oriundos da agricultura familiar, favorecendo assim a produção local no
processo de compras públicas, abrindo margem para os municípios adotarem
essa prática próximo a sua totalidade;
• A Instrução Normativa n° 01, de 19 de janeiro de 2010, da Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), que dispõe sobre critérios de sustentabilidade
ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras pela
Administração Pública direta, autárquica e fundacional.

A Instrução Normativa n° 01, de 19 de janeiro de 2010, consolidou a


obrigatoriedade de inclusão de critérios de sustentabilidade nas compras públicas
que considerem os processos de extração ou fabricação, utilização e descarte dos
produtos e matérias-primas dos bens e serviços a serem contratados por parte dos
órgãos e entidades da Administração Pública. É o primeiro documento normativo
com previsão expressa da extensão da preocupação ambiental aos bens a serem
adquiridos, além de consistir na primeira manifestação normativa que traz os
critérios de operacionalização das preferências. Os arts. 4º, 5º e 6º elencam os
critérios a serem adotados. Para contratação de obras de engenharia, a instrução
normativa evidencia, de forma não exaustiva, os aspectos ambientais a serem
incluídos nas exigências nos projetos básico e executivo, dentre eles a preocupação
com gastos com fontes de energia e a utilização de materiais recicláveis.
Por meio da Instrução Normativa n° 01, de 19 de janeiro de 2010, a
Administração Pública passa a poder exigir, no corpo das especificações dos bens a
serem adquiridos, que sejam recicláveis, biodegradáveis, que respeitem regras da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e padrões do Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e que obedeçam à diretiva
europeia RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances, Restrição de Certas
Substâncias Perigosas). Assim, essas exigências, por buscarem atender aos
critérios da Lei nº 12.349, de 15 de dezembro de 2010, não são passíveis de serem
vistas como restrição ao universo de potenciais fornecedores.
O art. 6º da Instrução Normativa n° 01, de 19 de janeiro de 2010, diz respeito
ao estabelecimento de práticas pelas empresas contratadas pela Administração
Pública, necessariamente previstas em edital e alvo constante da fiscalização da
43

execução contratual. Observa-se a preocupação com a destinação dos resíduos


gerados pelos produtos adquiridos ou utilizados na prestação dos serviços.
Quesito fundamental para boas práticas de consumo, a destinação dos
resíduos de produtos e serviços levou a ser editada a Lei nº 12.305, de 02 de agosto
de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, fundada em
princípios como "o poluidor pagador e o protetor-recebedor", "o desenvolvimento
sustentável", a "ecoeficiência", "a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
dos produtos", e "o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável como um bem
econômico e de valor social".
Exigência que pode ser incluída em editais de licitação é a que se extrai do
art. 33 da Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010, que consiste em obrigar o licitante a
responsabilizar-se pelo recolhimento de determinados produtos ou embalagens, de
forma a viabilizar sistemas de logística reversa (BRASIL, 2013b). O parágrafo
terceiro do dispositivo expõe as medidas sob o encargo do fabricante, importador,
distribuidor ou comerciante de produtos (pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes,
lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e produtos
eletroeletrônicos e seus componentes) e embalagens (de agrotóxicos e de óleos
lubrificantes), dentre elas "implantar procedimentos de compras de produtos ou
embalagens usados", "disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e
recicláveis", ou ainda "atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis".
Silva et al. (2012) afirmam que:
O ano de 2010, em matéria de licitações sustentáveis, foi encerrado com
uma significativa inovação legislativa através da Lei 12.349, de 15 de
dezembro, que alterou, dentre outros documentos normativos, a Lei n°
8.666, de 21 de junho de 1993. A alteração normativa esboçou o premente
caráter de incentivo ao desenvolvimento nacional, com estabelecimento de
margens de preferência para produtos manufaturados e para bens e
serviços de informática, além da menção expressa à sustentabilidade
enquanto um dos aspectos a serem considerados para o desenvolvimento
nacional.

Importante destacar a Lei n° 12.462, de 04 de agosto de 2011, que instituiu o


Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) inicialmente para as obras
relacionadas à Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, posteriormente
estendido para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Saúde
e Educação. A referida lei traz relevantes alterações e sinaliza para os agentes
44

públicos como o Estado deve lidar com a questão ambiental no processo de


compras de produtos e contratações de serviços e obras.
Posteriormente, o Decreto n° 7.746, de 05 de junho de 2012, passou a
regulamentar o art. 3° da Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993, para estabelecer
critérios, práticas e diretrizes para a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável nas contratações realizadas pela Administração Pública Federal.
Segundo Costa (2011) tais alterações impuseram uma nova forma de ver as
contratações públicas tanto para o executor quanto para aquele que tem o dever de
controlá-las.
Vale destacar que em 09 de outubro de 2015, através do Decreto n° 8.540
(BRASIL, 2015b), foi estabelecido no âmbito da Administração Pública Federal
direta, autárquica e fundacional, medidas de racionalização do gasto público nas
contratações para aquisição de bens e prestação de serviços e na utilização de
telefones celulares corporativos e outros dispositivos, com a meta de redução de
20% sobre o valor total dos contratos e instrumentos congêneres.

3.6.1 Aspectos Práticos das Compras Públicas Sustentáveis

No que diz respeito aos aspectos práticos das compras públicas sustentáveis,
Silva et al. (2012) apontam que:
o cotidiano de licitações públicas, enfrentado pelos agentes públicos, sejam
pregoeiros, comissões de licitação, gestores e órgãos técnicos, não raro,
apresenta-se sobre terreno movediço, inseguro, temerário, seja pela
ausência de treinamento, pela desvalorização dos agentes de material e
patrimônio, seja pelo alto grau de responsabilidade que recai sobre quem
atua nesta área. Tal cenário pode prejudicar o caminho da teoria à prática
necessário à consolidação das compras públicas sustentáveis, pelo que o
tema tem sido exaustivamente divulgado, em especial pelos órgãos de
controle, reafirmando a importância e a necessidade de levar ao mercado
tais exigências.

Ainda segundo Silva e colaboradores (2012), alguns aspectos podem ser


considerados quando da implantação dos critérios. Antes de comprar
sustentavelmente, deve-se avaliar se é necessário comprar.
Ou seja, comprar sustentavelmente implica comprar na medida exata da
necessidade, evitando-se desperdícios sem deixar de atender às demandas
necessárias. Assim, a decisão pela compra requer planejamento de aquisições e
45

contratações, com envolvimento dos gestores e órgãos técnicos. Significa aproximar


aquele que pede (requisitante) daquele que autoriza a compra (gestor).
Com relação aos processos de compras, Silva et al. (2012) comentam que:
uma vez que restam definidas as necessidades, uma ferramenta eficaz e
disponível para os diversos órgãos da Administração Pública é o "registro
de preços", com órgão gestor e participantes. Comprar compartilhadamente
e, por conseguinte, em grandes quantidades, aumenta o poder de compra
do Estado e diminui os valores unitários dos bens adquiridos, porque
permite a geração de economias de escala, além de otimizar as rotinas de
compra, pois, se bem planejadas, evitam a realização de certames
repetitivos. A utilização de recursos de tecnologia para realização dos
procedimentos licitatórios é outra ferramenta eficiente à disposição dos
agentes públicos. A Lei 10.520, de 17 de julho de 2002, instituiu a
modalidade de licitação denominada pregão, destinada à aquisição de bens
e serviços comuns, assim considerados aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital,
por meio de especificações usuais no mercado. A mesma lei previu a
adoção de recursos de tecnologia da informação nos procedimentos a
serem realizados, em tal medida regulamentada pelo Decreto nº 5.450, de
31 de maio de 2005.

No âmbito do Poder Executivo, foi implantado o sítio eletrônico Comprasnet,


recentemente renomeado de Compras Governamentais
(http://comprasgovernamentais.gov.br), que desde 2002 concentra o processamento
de compras eletrônicas.
Segundo dados do Governo Federal, de 2002 a 2011 as compras
processadas no sítio eletrônico Comprasnet representaram quase R$ 8 trilhões
através de pregão eletrônico, e mais R$ 11 trilhões mediante a realização de outras
modalidades registradas no sistema (dispensa eletrônica e sessões públicas de
concorrência e tomada de preços). Os dados também apontam maior participação
das micro empresas e empresas de pequeno porte decorrentes da utilização de tais
recursos de tecnologia da informação (Silva et al., 2012). A ferramenta, portanto,
além de tornar céleres os procedimentos, amplia a competitividade e o poder de
influência pela compra do Poder Público, além de agilizar e desonerar os
procedimentos administrativos praticados.
Uma vez tomada a decisão pela compra, pelo modo e pela modalidade a ser
utilizada, é necessário considerar, para os produtos, a quantidade de resíduos
gerados após a utilização destes, ou durante a execução de um contrato (de
terceirização de serviços de limpeza, por exemplo). O instrumento convocatório
pode e deve prever a responsabilização do fornecedor ou contratado pela
implantação de política de logística reversa, conforme rege a Política Nacional de
46

Resíduos Sólidos. O consumo responsável dos produtos deve levar em


consideração a obsolescência programada, isto é, o fato de que determinados
produtos são lançados no mercado propositadamente com tempo de vida definido,
de forma a garantir sua "descartabilidade", e a Administração Pública, através de
seu poder de compra, pode afastar a aquisição deste tipo de produtos e forçar a
mudança desse padrão de consumo.
Recentemente muitos órgãos de controle de qualidade e certificação estão
empenhados em implantar programas de rotulagem, como o selo do Programa
Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), que é conferido, de acordo
com os níveis, a equipamentos que apresentem os melhores índices de eficiência
energética. Silva e colaboradores (2012) afirmam que, apesar de objetiva e de fácil
aferição pelos órgãos de compras, a exigência de rótulos deve ser cautelosa, de
forma a não frustrar a competitividade ou onerar as empresas licitantes.
Weber et al. (2014) afirmam que os três pilares da sustentabilidade são
contemplados pela legislação, o social através da geração de empregos, os
estímulos ao desenvolvimento e crescimento da pequena empresa e ainda aqueles
relacionados aos direitos humanos e trabalhistas. Os fatores mais evidentes
relacionados ao pilar econômico estão na redução dos custos, mesmo que em longo
prazo e no desenvolvimento regional e nacional. Os aspectos referentes ao pilar
ambiental são identificados nas ações que envolvem redução no consumo e no uso
dos recursos naturais, destinação adequada para os resíduos, bem como o fomento
à prática da reciclagem e ainda a redução da emissão de gases.
Deste modo, a Administração Pública deve priorizar as reduções e cortes
possíveis para minimizar a necessidade de compra e aumentar sua eficiência. Deve
considerar a possibilidade de trocar a compra de um produto pela contratação do
serviço, atendendo à demanda institucional como usuária de um serviço. É nessa
perspectiva que o Projeto Esplanada Sustentável é apresentado a seguir.

3.6.2 Projeto Esplanada Sustentável (PES)

O Projeto Esplanada Sustentável (PES) é uma iniciativa conjunta de quatro


Ministérios (Planejamento, Meio Ambiente, Minas e Energia, Desenvolvimento Social
e Combate à Fome), cuja finalidade é integrar ações que visam à melhoria da
47

eficiência no uso racional dos recursos públicos e à inserção da variável


socioambiental no ambiente de trabalho (BRASIL, 2012b).
A integração das ações a que se refere o PES diz respeito às seguintes
iniciativas:
• Programa de Eficiência do Gasto Público (PEG), desenvolvido no âmbito da
Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (SOF/MP).
• Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), mais
especificamente o Subprograma Eficiência Energética em Prédios Públicos
(Procel-EPP), desenvolvido pela Eletrobrás e coordenado pela Secretaria de
Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia -
(SPE/MME).
• Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), coordenado pela Secretaria
de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio
Ambiente (SAIC/MMA).
• Coleta Seletiva Solidária, no âmbito da Secretaria-Executiva do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (SE/MDS).

Este projeto é regido pela Portaria Interministerial nº 244, de 06 de junho de


2012, que propõe que os órgãos aderentes que conseguirem reduzir 10% das
despesas do exercício de 2013, baseando-se nas despesas líquidas de 2012,
receberão no próximo exercício, a título de incentivo, o valor de até 50% do total do
valor economizado em recursos para investimento.
Os objetivos do PES são (BRASIL, 2012b):
I) Promover a sustentabilidade ambiental, econômica e social na Administração
Pública Federal.
II) Melhorar a qualidade do gasto público pela eliminação do desperdício e pela
melhoria contínua da gestão dos processos.
III) Incentivar a implementação de ações de eficiência energética nas edificações
públicas.
IV) Estimular ações para o consumo racional dos recursos naturais e bens públicos.
V) Garantir a gestão integrada de resíduos pós-consumo, inclusive a destinação
ambientalmente correta.
VI) Melhorar a qualidade de vida no ambiente do trabalho.
48

VII) Reconhecer e premiar as melhores práticas de eficiência na utilização dos


recursos públicos, nas dimensões de economicidade e socioambientais.

Segundo Brasil (2015a), espera-se que o PES seja um agente de mudança,


principalmente sobre as seguintes perspectivas:
• Nova visão de gestão: execução eficiente da despesa mediante a pactuação de
resultados com os Ministérios, mediante o estabelecimento de metas de redução
de despesas.
• Nova cultura do gasto: execução das despesas de forma sustentável por meio da
introdução da variável socioambiental.
• Valorização do órgão: reconhecimento (financeiro) às economias obtidas pelos
Ministérios, por meio da devolução de até 50% do resultado alcançado a ser
aplicada na melhoria da qualidade do gasto.
• Valorização do gestor: reconhecimento (não financeiro) aos melhores gestores,
mediante a entrega de certificado de bom desempenho.
• Valorização das boas práticas: haverá trocas de boas práticas entre os
Ministérios participantes por meio da Rede Esplanada Sustentável, além de
orientações de especialistas nas diversas áreas.
• Combate ao desperdício: por meio do projeto espera-se criar consciência junto
aos servidores, quanto à eficiência do gasto por meio do combate ao desperdício
de recursos.

De forma a consolidar o PES, adotou-se como estratégia inicial implantar um


escopo regional mais reduzido na primeira etapa, sendo o Projeto implementado
apenas nas unidades de Brasília (DF). Apesar da previsão inicial do PES ter período
de acompanhamento para 12 meses houve uma decisão estratégica de encerrá-lo
em dezembro de 2012, para então poder expandi-lo para outras unidades do Brasil
já no ciclo seguinte. Assim, o primeiro ciclo do Projeto teve duração de apenas seis
meses, considerando os dados do segundo semestre de 2011 e do segundo
semestre de 2012.
O primeiro ciclo contou com a participação de 21 órgãos do executivo federal
que deveriam inserir mensalmente, na plataforma do Sistema Esplanada
Sustentável (SisPES), informações físicas e financeiras referentes aos gastos de
49

energia elétrica, água e esgoto, vigilância, limpeza e conservação, papel, copos


descartáveis e telefonia móvel e fixa (BRASIL, 2015a).
Em janeiro de 2013 foi iniciado o 2º ciclo do PES com a participação de 35
órgãos, com unidades em todo o Brasil. Os órgãos participantes pactuaram metas
financeiras de redução de gastos com água e esgoto; energia elétrica; telefonia;
vigilância; limpeza e conservação; material de consumo; locação de imóveis e
veículos; apoio administrativo, técnico e operacional; serviços de processamento de
dados e manutenção de bens imóveis (BRASIL, 2015a).
Em junho de 2014 foi realizado o lançamento do 3º ciclo do projeto que
apresentou aos órgãos o escopo de trabalho para o 2º semestre de 2014. No 3º ciclo
houve distinção entre as despesas que serão acompanhadas e as despesas que
serão monitoradas, podendo os órgãos escolher as despesas que serão
monitoradas, sendo que energia elétrica e água e esgoto são obrigatórias. Estas
despesas foram alvo de pactuação de metas de redução de gastos e a economia de
gastos obtida foi revertida em premiação financeira. Houve premiação não financeira
aos órgãos que implementaram práticas de eficiência que puderam ser adotadas por
outros órgãos (BRASIL, 2015a).

3.6.3 Plano de Logística Sustentável (PLS)

O Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS), previsto na Instrução


Normativa n° 10, de 12 de novembro de 2012, como uma regulamentação do art. 16
do Decreto nº 7.746, de 05 de junho de 2012, é uma importante ferramenta para
estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização dos gastos e processos
dos órgãos governamentais, bem como um instrumento de fomento à inovação,
transparência e acesso à informação. É um instrumento que vai ao encontro das
necessidades atuais de revisão dos padrões de produção e consumo para modelos
mais sustentáveis (BRASIL, 2012c).
A construção do PLS é dever da Administração Pública Federal direta,
autárquica, fundacional e empresas estatais dependentes. Trata-se de uma
ferramenta de planejamento com objetivos e responsabilidades definidas, ações,
metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento e avaliação, que
permite ao órgão ou entidade estabelecer práticas de sustentabilidade e
racionalização de gastos e processos na Administração Pública.
50

Segundo a Instrução Normativa n° 10, de 12 de novembro de 2012, a logística


sustentável é o processo de coordenação do fluxo de materiais, de serviços e de
informações, do fornecimento ao desfazimento, que considera a proteção ambiental,
a justiça social e o desenvolvimento econômico equilibrado. Essas ideias, aplicadas
à gestão de compras e processos governamentais incluem, sobretudo a redução de
desperdícios em todos os pontos do processo: aquisição, uso, transporte, estoque e
descarte (BRASIL, 2012c). A Figura 4 ilustra os aspectos sociais, econômicos e
ambientais relacionados ao conceito de logística sustentável.
Nesse sentido, a logística sustentável, no âmbito do poder público, abrange
tudo o que diz respeito ao consumo, como materiais, energia elétrica, água e esgoto,
e, consequentemente compras e contratações. Inclui questões relacionadas ao uso,
como o consumo responsável, a manutenção e reutilização de produtos e materiais.
Em relação ao transporte, está relacionada ao deslocamento do pessoal e transporte
de produtos adquiridos pelo órgão. Inclui ainda questões relacionadas ao estoque,
como manutenção, controle e armazenamento adequado, questões relacionadas ao
descarte de materiais, como a coleta seletiva e a logística reversa e abrange
também aspectos que dizem respeito à qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Ainda de acordo com a Instrução Normativa nº 10, de 12 de novembro de
2012, deve ser criada uma "Comissão Gestora de Logística Sustentável" em todos
os órgãos e entidades da Administração Pública Federal. A Comissão deve ser
formada por, no mínimo, três servidores, com as funções de elaborar em suas
unidades o PLS e implementar as práticas de sustentabilidade, como a coleta
seletiva do lixo, adotar práticas de compras sustentáveis, promover economia e
racionalização dos gastos públicos praticando o consumo sustentável. Devem
também fazer o inventário de todos os bens e produtos de suas unidades para
substituir por outros similares com menor impacto ambiental.
51

Figura 4 - Aspectos econômicos, ambientais e sociais relacionados ao conceito de logística


sustentável.

Fonte: Adaptado de McKinnon et al. (2010).

Deste modo, o consumo público sustentável pode trazer benefícios e


eficiência não apenas através das compras públicas sustentáveis, mas também das
melhorias nos processos de logística e gestão.
Os PLS deverão conter, no mínimo (BRASIL, 2012a):
• Atualização do inventário de bens e materiais do órgão ou entidade e
identificação de similares de menor impacto ambiental para substituição.
• Práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços.
• Responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano.
• Ações de divulgação, conscientização e capacitação.

O inventário de materiais deverá ser composto pela lista dos materiais de


consumo para uso nas atividades administrativas, adquiridos pelo órgão ou entidade
no período de um ano. Por sua vez, as práticas de sustentabilidade e racionalização
do uso de materiais e serviços deverão abranger, no mínimo, os sete temas abaixo:

I) Material de consumo compreendendo, pelo menos, papel para impressão, copos


descartáveis e cartuchos para impressão.
II) Energia elétrica.
52

III) Água e esgoto.


IV) Coleta seletiva.
V) Qualidade de vida no ambiente de trabalho.
VI) Compras e contratações sustentáveis, compreendendo, pelo menos, obras,
equipamentos, serviços de vigilância, de limpeza, de telefonia, de processamento de
dados, de apoio administrativo e de manutenção predial.
VII) Deslocamento de pessoal, considerando todos os meios de transporte, com foco
na redução de gastos e de emissões de substâncias poluentes.

Os PLS deverão ser formalizados em processos e, para cada um dos sete


temas acima deverão ser criados planos de ação contendo: o objetivo do plano de
ação; detalhamento de implementação das ações; unidades e áreas envolvidas pela
implementação de cada ação e respectivos responsáveis; metas a serem
alcançadas para cada ação; cronograma de implantação das ações; e previsão de
recursos financeiros, humanos, instrumentais, entre outros, necessários para a
implementação das ações.
Para cada um dos sete temas, os resultados alcançados deverão ser
avaliados semestralmente pela Comissão gestora, utilizando, no mínimo, os
indicadores elencados no Anexo III da Instrução Normativa n° 10, de 12 de
novembro de 2012. Caso o órgão ou entidade inclua outros temas no PLS deverão
ser definidos os respectivos indicadores, contendo: nome, fórmula de cálculo, fonte
de dados, metodologia de apuração e periodicidade de apuração.
As iniciativas de capacitação afetas ao tema sustentabilidade deverão ser
incluídas no Plano Anual de Capacitação das unidades integrantes da Administração
Pública Federal direta, das autarquias e das fundações, de acordo com o disposto
no Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006 (BRASIL, 2006b).
As seguintes iniciativas poderão ser observadas na elaboração dos PLS,
conforme dispõe o art.11 da Instrução Normativa n° 10, de 12 de novembro de 2012:
• Programa de Eficiência do Gasto Público (PEG), desenvolvido no âmbito da
Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (SOF/MP).
• Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), coordenado
pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de
Minas e Energia (SPE/MME).
53

• Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), coordenado pela Secretaria


de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio
Ambiente (SAIC/MMA).
• Coleta Seletiva Solidária, desenvolvida no âmbito da Secretaria-Executiva do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (SE/MDS).
• Projeto Esplanada Sustentável (PES), coordenado pelo Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio da SOF/MP, em articulação com o
MMA, MME e MDS.
• Contratações Públicas Sustentáveis (CPS), coordenada pelo órgão central do
Sistema de Serviços Gerais (SISG), na forma da Instrução Normativa 01, de 19
de janeiro de 2010.
54

4 MÉTODO

4.1 A Abordagem de Pesquisa Utilizada

Do ponto de vista de sua natureza, esta pesquisa é aplicada, uma vez que
objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de
problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais (SILVA; MENEZES,
2005).
Com relação à forma de abordagem do problema, esta pesquisa tem um
caráter qualitativo e quantitativo. Pela abordagem qualitativa é descrita a realidade
encontrada, possibilitando uma análise com maior profundidade, enquanto pela
abordagem quantitativa, as opiniões e informações são transformadas em números
para possibilitar a classificação e análise por meio de recursos e técnicas
estatísticas, como uma forma de garantir a precisão dos resultados, evitando-se
distorções (RICHARDSON, 2008).
Do ponto de vista de seus objetivos, esta pesquisa é exploratória, uma vez
que, segundo Silva e Menezes (2005) envolve levantamento bibliográfico e análise
de exemplos que estimulem a compreensão, e descritiva (pois utiliza técnicas
padronizadas de coleta de dados, como questionário e observação sistemática).
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, esta pesquisa é bibliográfica
(com coleta de informações em livros, artigos científicos, teses e dissertações),
documental (abrangendo documentos institucionais relevantes que tratam do
processo de compras realizadas pelo IFPE - Campus Cabo de Santo Agostinho).
Ainda, por concentrar-se na investigação de uma única organização, esta pesquisa
caracteriza-se como um estudo de caso.

4.2 O Lócus da Pesquisa e a Amostragem

O IFPE é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação, cuja


missão é promover a educação profissional, científica e tecnológica, em todos os
seus níveis e modalidades, com base no princípio da indissociabilidade das ações
de ensino, pesquisa e extensão, comprometida com uma prática cidadã e inclusiva,
de modo a contribuir para a formação integral do ser humano e o desenvolvimento
sustentável da sociedade.
55

Sua origem se deu em 23 de setembro de 1909, através do Decreto n° 7.566,


recebendo ao longo dos anos diferentes denominações; entre elas destacam-se:
Escola de Artífices do Recife, Liceu Industrial, Escola Técnica do Recife e Escola
Técnica Federal de Pernambuco (ETFPE). Na década de 1990 recebeu a
denominação de Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (CEFET-
PE) e somente em dezembro de 2008, com a publicação da Lei n° 11.892, passou a
se configurar como Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, aos quais
foi estendida a autonomia das universidades (INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO, 2015b). A Figura 5
resume as diferentes denominações do IFPE ao longo dos anos.
Atualmente, o IFPE é constituído por 17 campi: Belo Jardim, Barreiros e
Vitória de Santo Antão (antigas Escolas Agrotécnicas Federais); Ipojuca e Pesqueira
(antigas Unidades Descentralizadas do CEFET-PE, da primeira fase da expansão da
Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, instituída pela Lei Federal nº
11.195, de 18 de novembro de 2005); Recife (antiga sede do CEFET-PE); Afogados
da Ingazeira, Caruaru e Garanhuns (da segunda fase da expansão); Campus Virtual
da Educação a Distância (EaD), com aulas presenciais em 19 polos. Cumprindo a
terceira fase da expansão, o IFPE ganhou mais sete unidades em 2014: Abreu e
Lima, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda,
Palmares e Paulista. Com isso, os 17 campi do IFPE se distribuem em todas as
regiões do Estado de Pernambuco (litoral, zona da mata, agreste e sertão).
O lócus da pesquisa é o Campus Cabo de Santo Agostinho (neste trabalho
denominado IFPE-Campus Cabo), no qual são ofertados os seguintes cursos
técnicos: Técnico em Logística, Técnico em Meio Ambiente e Técnico em
Hospedagem, escolhidos por meio de um levantamento prévio das necessidades do
mercado local, além de uma consulta pública para saber os cursos de interesse da
comunidade.
O IFPE-Campus Cabo recebeu autorização para funcionamento através da
Portaria nº 993, de 07 de outubro de 2013, do Ministério da Educação, e iniciou suas
atividades no dia 14 de outubro do mesmo ano, com a oferta do curso Técnico em
Hospedagem para a primeira turma do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec) (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO, 2015a).
56

Ao longo do primeiro ano de funcionamento, o IFPE-Campus Cabo também


ofereceu cursos de Auxiliar de Cozinha e de Organização de Eventos, ambos na
modalidade de Formação Inicial e Continuada (FIC). No dia 14/10/14 foi realizada a
aula inaugural das primeiras turmas regulares dos cursos técnicos subsequentes em
Logística e Meio Ambiente, formada por 144 estudantes.
O IFPE-Campus Cabo possui 37 servidores, dos quais 18 são técnicos
administrativos e 19 docentes. Com relação ao semestre letivo 2015.1, o número
total de alunos matriculados foi de 189 estudantes. As aulas funcionam nos turnos
manhã e tarde na sede provisória, localizada nas dependências da Faculdade de
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas do Cabo de Santo Agostinho (FACHUCA). A
previsão é de que até janeiro de 2017 o campus esteja em pleno funcionamento em
sua sede definitiva, atualmente em fase de construção, numa área de 13,7 hectares,
na Cidade Planejada Convida do município, que contará com um polo empresarial e
educacional para atender toda a região.
Importante ressaltar que no organograma do IFPE-Campus Cabo existe uma
Coordenadoria de Sustentabilidade e Gestão Ambiental (CSGA) vinculada à Direção
de Administração e Planejamento (DAP), responsável pela implantação e
acompanhamento dos projetos de sustentabilidade e gestão ambiental no campus.

Figura 5 - Diferentes denominações do IFPE ao longo dos anos.

Fonte: O autor (2015).


57

A amostragem utilizada na pesquisa é não probabilística (não aleatória) e


intencional, na qual são escolhidos casos para a amostra que representem o "bom
julgamento" da população ou universo. Foram utilizadas as fórmulas propostas por
Barbetta (2001) para o cálculo do tamanho mínimo da amostra (n); calculou-se a
primeira aproximação para o tamanho da amostra (n0), admitindo-se um erro
amostral tolerável (E0) de 10%, como segue:
1 1
n0 = 2
= 2 = 100 (1)
E0 0,1

Sabendo-se que o tamanho da população (N) é igual a 37 (quantidade de


servidores do IFPE-Campus Cabo), obteve-se o tamanho mínimo da amostra (n)
pela expressão:
N ⋅ n0 37 *100
n= = = 27 (2)
N + n0 37 + 100
Portanto, o tamanho mínimo da amostra nesta pesquisa é igual a 27
servidores, o que representa 73% da população.
Assim sendo, os sujeitos da pesquisa são servidores do IFPE-Campus Cabo,
entre técnicos administrativos e docentes, que em suas atividades diárias estão
envolvidos em ações de ensino, pesquisa, extensão ou funções administrativas, que
podem ou não participar de qualquer etapa do processo de compras, ou ainda, que
podem estar envolvidos em ações voltadas para a sustentabilidade.

4.3 Os Instrumentos para a Coleta dos Dados

Os dados coletados na pesquisa são primários e secundários. A pesquisa em


fontes primárias teve base em documentos originais, que não foram utilizados em
nenhum estudo ou pesquisa anterior. Os dados primários foram coletados por meio
da observação e da aplicação de um questionário fechado contendo 23 perguntas
(Apêndice A), que buscaram caracterizar o perfil do respondente (idade, sexo,
formação acadêmica, cargo, etc.) como também procuraram identificar sua
percepção acerca de sua relação com as questões sustentáveis, desde a sua
percepção acerca das ações já implementadas no IFPE-Campus Cabo, até o grau
de importância da sustentabilidade que o pesquisado considera em suas atividades
de trabalho. O questionário foi enviado por e-mail a todos os servidores do IFPE-
Campus Cabo através da ferramenta "Formulários" do Google (GoogleForms®). No
58

período de 30 dias em que o questionário ficou disponibilizado foram registradas 29


respostas, quantidade acima do tamanho mínimo da amostra calculado (n=27) na
seção 4.2. Assim, o erro amostral que era de 10% para 27 servidores foi reduzido
para 8,6% (considerando os 29 servidores que responderam o questionário).
Já os dados secundários foram obtidos de sistemas e sítios eletrônicos
governamentais (como Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais,
SIASG; Sistema Integrado de Administração Financeira, SIAFI; Compras
Governamentais; Painel de Compras do Governo Federal), além de documentos
institucionais (como o PLS do IFPE de 2013 e Relatório de Gestão do IFPE do
exercício de 2014).

4.4 As Categorias de Análise

Definir termos e categorias de análise é atribuir-lhes um significado para


facilitar a compreensão de sua utilização na pesquisa. A categoria de análise
escolhida para esta pesquisa é compras públicas sustentáveis.
Compras públicas sustentáveis são uma solução para integrar considerações
ambientais e sociais em todos os estágios do processo da compra e contratação dos
agentes públicos (de governo) com o objetivo de reduzir impactos à saúde humana,
ao meio ambiente e aos direitos humanos (BRASIL, 2010d).

4.5 A Análise dos Dados

Os dados obtidos com o questionário foram analisados de forma descritiva e


quantitativa, com tratamento estatístico e a análise qualitativa. Assim, os dados
brutos foram agrupados de forma sistematizada, visando possibilitar sua
mensuração e interpretação. Com relação às informações quantitativas, pelo volume
de informações processadas, foram utilizadas planilhas eletrônicas em Excel® para
os cálculos estatísticos (Apêndice B).
59

4.6 Inserção Social da Pesquisa

Tendo em vista o aspecto social da sustentabilidade, é possível presumir que


as compras públicas sustentáveis praticadas pelo IFPE, dependendo do produto
adquirido ou serviço contratado, devem não apenas focar as empresas de médio e
grande porte, mas também chegar às micro e pequenas empresas, assim como às
pequenas comunidades, associações de produtores, comunidades tradicionais,
entre outros.
Nesse sentido, esta pesquisa pode ajudar a demonstrar que se a instituição
pratica as diversas políticas públicas que visam o desenvolvimento sustentável em
todas as suas dimensões, os benefícios sociais são alcançados e parte da missão
institucional é cumprida. Sendo assim, o estudo das práticas de sustentabilidade
relacionadas ao processo de compras do IFPE- Campus Cabo contribuirá para o
efetivo exercício das políticas públicas no órgão.
60

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Análise das Compras realizadas pelo Governo Federal nos anos de 2011 a
2015

Num primeiro momento, foi realizada uma consulta aos dados disponíveis no
sítio eletrônico "Painel de Compras do Governo Federal" (BRASIL, 2016b),
escolhendo o link "Processos de compras realizados por órgãos integrantes do
SISG2 nos últimos cinco anos". Inicialmente, foi feita uma análise dos dados relativos
às compras realizadas pelo Governo Federal nos anos de 2011 a 2015, em valor de
compra (R$), apresentados a seguir.
Observa-se pela Figura 6 que somente em 2014 foram movimentados cerca
de R$ 76 bilhões em compras pelo Governo Federal, o que reforça o poder de
compra do Estado já apontado por Biderman et al. (2008) e Moura (2012). Também
se verifica que em 2015 o valor das compras foi em torno de R$ 45 bilhões, o que
significa uma redução de cerca de 40% em relação ao ano de 2014, justificada pelos
cortes orçamentários realizados pelo Governo Federal no exercício de 2015. Sabe-
se que esta redução será ainda maior em 2016, em razão do contingenciamento de
despesas disposto pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (Lei n° 13.242, de 30 de
dezembro de 2015)3 e Lei Orçamentária Anual (Lei n° 13.255, de 14 de janeiro de
2016)4.
Somando-se os valores das compras realizadas pelo Governo Federal nos
anos de 2011 a 2015, chega-se ao montante de aproximadamente R$ 283 bilhões.
Esses valores podem ser analisados por modalidade de compra utilizada pelo
Governo Federal, em milhões de reais, como mostra a Figura 7.
Identifica-se na Figura 7 que o pregão foi a modalidade de compra mais
utilizada pelo Governo Federal nos anos de 2011 a 2015, com cerca de R$147,5

2 SISG: Sistema Integrado de Serviços Gerais, do Governo Federal.


3 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): compreende as metas e prioridades da Administração
Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento (BRASIL, 2015c).
4 Lei Orçamentária anual (LOA): compreende: o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,

seus fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo poder público; o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; o orçamento da seguridade
social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da Administração direta ou indireta,
bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público (BRASIL, 2016a).
61

bilhões (correspondente a cerca de 52% do montante de compras dos cinco anos),


seguida da tomada de preços (com R$ 27,3 bilhões), concorrência (R$ 1,7 bilhão),
convite (R$ 387 milhões), concorrência internacional (R$ 72 milhões) e, por último,
concurso (quase R$ 31 milhões).
O pregão é a modalidade de compras mais utilizada pelo Governo Federal
porque, conforme dispõe a Lei 10.520, de 17 de julho de 2002, destina-se à
aquisição de bens e serviços comuns, isto é, aqueles cujos padrões de desempenho
e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado, desta forma passando a ser a regra entre as
modalidades de licitações, o que se reflete nos números apresentados.

Figura 6 - Valor das compras realizadas pelo Governo Federal, em bilhões de reais, nos anos de
2011 a 2015.

Fonte: O autor, adaptado de Brasil (2016b).

A Figura 8 exibe os valores de compras do Governo Federal por


inexigibilidade e dispensa de licitação, nos anos de 2011 a 2015, em bilhões de
reais. Observa-se pela Figura 8 que, nesse período, cerca de R$ 56 bilhões foram
gastos com dispensa de licitação (art. 24 da Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993) e
quase R$ 50 bilhões com inexigibilidade de licitação (art. 25, da mesma lei), e ainda
no que a doutrina nomeou licitação dispensada (art. 17, I e II da mesma lei). Valores
que somados aos das modalidades de licitação, apresentados na Figura 7,
correspondem ao valor total de R$ 283 bilhões gastos pelo Governo Federal em
compras públicas naquele período de cinco anos.
62

Figura 7 - Modalidades de compras do Governo Federal, realizadas nos anos de 2011 a 2015, em
milhões de reais.

Fonte: O autor, adaptado de Brasil (2016b).

Figura 8 - Valores de compras do Governo Federal por inexigibilidade e dispensa de licitação, nos
anos de 2011 a 2015, em bilhões de reais.

Fonte: O autor, adaptado de Brasil (2016b).

Na Figura 9 são mostrados os tipos de aquisições realizadas pelo Governo


Federal, nos anos de 2011 a 2015. Identifica-se que, do montante de R$ 283 bilhões
gastos com compras pelo Governo Federal nesses cinco anos, 54,14% foram com
contratação de serviços (por exemplo, contratos de serviços terceirizados com e sem
dedicação de mão de obra, manutenções em geral, serviços gráficos, etc.), ao passo
que 45,86% foram aquisições de materiais (como compras de material de
expediente, material para laboratórios, veículos, mobiliários, etc.), evidenciando que
há um equilíbrio entre os tipos de contratações. Apesar disso, observa-se na prática
63

que a inserção de critérios sustentáveis nas contratações de serviços não acontece


na mesma proporção do que na aquisição de materiais, como será discutido adiante.

Figura 9 - Tipos de aquisições realizadas pelo Governo Federal, nos anos de 2011 a 2015.

Fonte: O autor, adaptado de Brasil (2016b).

Na Figura 10 são apresentadas as compras realizadas pelo Governo Federal,


por órgão superior, nos anos de 2011 a 2015, em milhões de reais. Percebe-se que
o Ministério da Educação é o órgão que mais comprou nesses 5 anos, com R$ 129,6
bilhões (cerca de 46% do total gasto pelo Governo Federal). Esta colocação muito
se deve às compras realizadas por este Ministério para os mais variados níveis da
Educação, como creches, escolas municipais e estaduais, além das licitações para a
Rede Federal de Educação, que incluem itens de valores expressivos, como ônibus,
computadores interativos, mobiliários para sala de aula e equipamentos para
laboratórios.
Na Figura 11 são apresentados os valores de compras realizadas pelo
Governo Federal, por unidade federativa, nos anos de 2011 a 2015, onde é possível
identificar que o maior valor (R$ 121,3 bilhões) é referente ao Distrito Federal. O
Estado de Pernambuco ficou em 13º lugar, com R$ 3,6 bilhões. A colocação do
Distrito Federal em primeiro lugar se deve ao fato de muitos órgãos terem suas
sedes localizadas em Brasília (DF) e realizarem as compras de forma centralizada
para suas unidades situadas em outros estados.
64

Figura 10 - Compras realizadas pelo Governo Federal, por órgão superior, nos anos de 2011 a 2015,
em milhões de reais.

Fonte: O autor, adaptado de Brasil (2016b).


65

Figura 11 - Compras realizadas pelo Governo Federal, por unidade federativa, nos anos de 2011 a
2015, em milhões de reais.

Fonte: O autor, adaptado de Brasil (2016b).

A Figura 12 mostra os valores das compras realizadas pelo Governo Federal


que utilizaram itens sustentáveis (previamente cadastrados no sítio eletrônico
Compras Governamentais5), nos anos de 2011 a 2015, que somados chega-se ao
valor próximo de R$ 227 milhões, o que representa 0,08% do montante de compras

5 Sítio eletrônico Compras Governamentais: http://comprasgovernamentais.gov.br, que a partir de

2013 passou a disponibilizar em seu catálogo de materiais (CATMAT) uma relação com itens
sustentáveis que podem ser escolhidos pelos órgãos nas suas compras no sítio, garantindo que ao
escolher estes itens a licitação estaria atendendo critérios sustentáveis.
66

do Governo Federal (R$ 283 bilhões) nesse período. Nota-se que 2015 foi o ano
com maior valor (R$ 133 milhões) de compras com itens sustentáveis, fato este
atribuído ao aumento anual de itens incluídos no CATMAT, bem como a maior
utilização desse catálogo por parte dos órgãos federais.
Conforme discutido anteriormente na Figura 9, apesar de haver um equilíbrio
entre os tipos de contratações realizadas pelo Governo Federal, a inserção de
critérios sustentáveis para serviços e materiais não acontece na mesma proporção,
uma vez que não existe um catálogo de serviços especificando critérios
sustentáveis, como ocorre com o CATMAT para especificação de materiais.
Importante ressaltar que esse valor de R$ 227 milhões gastos em compras
sustentáveis (0,08% do total de compras do Governo Federal) poderia ser bem
maior porque nesta estatística não estão incluídas todas as compras realizadas com
critérios de sustentabilidade, uma vez que o Painel de Compras do Governo Federal
apenas reconhece como sustentáveis os itens que estão previamente cadastrados
no CATMAT, ou seja, somente são contabilizados na estatística os itens
selecionados do CATMAT para a realização de uma compra.
No entanto, os órgãos licitantes podem realizar compras sustentáveis sem
terem selecionado os itens cadastrados no sítio eletrônico de compras
governamentais. Podem ter definido os mesmos critérios sustentáveis, ou outros de
sua escolha, sem o uso do CATMAT, estando a licitação de acordo com a legislação
vigente, porém invisíveis aos olhos do sistema que realiza a sua contabilização.
Ainda assim, pode-se considerar pela Figura 12 que, de 2011 a 2015, houve
um crescimento exponencial na utilização de itens sustentáveis nas compras
governamentais, que ao passar dos anos estão se tornando mais comum nas
licitações.
No entanto, à época da publicação da Instrução Normativa n° 01, de 19 de
janeiro de 2010, o mercado ainda não estava preparado para atender aquela nova
demanda de produtos, restando aos órgãos públicos introduzirem, paulatinamente,
os critérios ambientais em suas licitações, fazendo com que o mercado passasse a
suprir essa nova procura por produtos e serviços ambientalmente corretos
(SANTOS, 2011).
Tal preocupação também foi ressaltada pelos órgãos de controle, a exemplo
das ressalvas feitas no ano de 2010 pelo então Ministro do Tribunal de Contas da
União (TCU), Benjamin Zymler:
67

[...] louvável a preocupação dos gestores em contratar empresas que


adotem em seus processos produtivos práticas responsáveis
ambientalmente. [...] a adoção dessas restrições ambientais deve se dar
paulatinamente, de forma que os agentes do mercado possam se adaptar a
essas novas exigências antes delas vigorarem plenamente. Caso contrário,
estar-se-ia criando uma reserva de mercado para as poucas empresas que
cumprirem de antemão essas exigências, implicando violação ao princípio
constitucional da livre concorrência, maiores custos e reduzidas ofertas de
produtos (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNÃO, 2010).

A introdução gradativa de critérios de sustentabilidade nas aquisições


governamentais, recomendada pelo TCU, de fato refletiu nos valores das compras
realizadas pelo Governo Federal nos anos de 2011 a 2014, como podem ser
observados pela Figura 12 os acréscimos paulatinos, em milhões de reais, de um
ano a outro.

Figura 12 - Valores das compras realizadas pelo Governo Federal que utilizaram itens sustentáveis
(previamente cadastrados no sítio eletrônico de compras governamentais), nos anos de 2011 a 2015,
em milhões de reais.

Fonte: O autor, adaptado de Brasil (2016b).

Outro dado importante extraído de Brasil (2016b) com relação às compras


realizadas pelo Governo Federal nos anos de 2011 a 2015, foi o percentual de
50,78% de compras com participação de ME/EPP, demonstrando que as empresas
que apresentam este porte (ME ou EPP) participaram das licitações, algumas
exclusivas para elas, outras em que concorreram com empresas de médio e grande
porte.
68

Ainda segundo Brasil (2016b), o valor de compras homologadas para


ME/EPP foi de 32,01%; este percentual representa o valor de licitações vencidas
(homologadas) para as ME's e EPP's, utilizando-se dos benefícios da Lei
Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006, alterada pela Lei Complementar
n° 147, de 07 de agosto de 2014, apresentadas na seção 3.6 deste trabalho. De
uma forma geral, as margens de preferência para ME/EPP favorecem as empresas
locais, podendo estas concorrer com grandes empresas nas licitações e, desta
forma, contribuem para o desenvolvimento local sustentável.
Assim como ocorre com as ME/EPP, alguns setores produtivos possuem
benefícios específicos assegurados pela Lei n° 12.349, de 15 de dezembro de 2010,
tendo uma margem de preferência nas licitações. Para este tipo de compra com
margem de preferência foi registrado, entre 2011 e 2015, o percentual de 0,45% nas
compras realizadas pelo Governo Federal (BRASIL, 2016b). O Apêndice C
apresenta as legislações de margem de preferência para alguns setores produtivos,
extraídas de Brasil (2016c).

5.2 Levantamento e Avaliação das Compras realizadas pelo IFPE Campus


Cabo de Santo Agostinho utilizando Critérios de Sustentabilidade

Posteriormente à análise dos dados extraídos de Brasil (2016b), foi feito um


levantamento das compras realizadas pelo IFPE-Campus Cabo nos anos de 2014 e
2015, como mostra o Quadro 2, sendo possível também verificar se as mesmas
utilizaram critérios de sustentabilidade e se o campus foi gerenciador do processo de
compras ou se atuou apenas como participante, já que o IFPE adota a política de
compras compartilhadas, isto é, as demandas de compras do órgão são divididas
anualmente entre os campi.
Deste modo, quando um campus atua como gerenciador de um processo de
compras, cabe a ele gerenciar por completo o processo, fazendo as especificações
dos itens constantes na licitação e definindo os demais critérios para a licitação,
enquanto que os demais campi atuam apenas como participantes do processo
licitatório, o qual se dará na modalidade de pregão para registro de preço. Ou seja,
os campi participantes informam somente as quantidades que necessitam dos itens
do edital e muitas vezes não possuem autonomia para definir as especificações dos
itens solicitados.
69

Quadro 2 - Levantamento das compras realizadas pelo IFPE-Campus Cabo nos anos de 2014 e
2015, com relação à utilização de critérios de sustentabilidade.
Utilizou critérios IFPE-Campus IFPE-Campus
Objeto da Contratação de Cabo foi Cabo foi
sustentabilidade Gerenciador Participante
Água Mineral X
Agendas X X
Ar-condicionado X X
Arquivos Deslizantes X
Becas e Acessórios para Formatura X
Capacitação de Servidores X X
Carimbos X
Combustíveis X
Construção do IFPE-Campus Cabo X
Correios X
Crachás X X
Eletrodomésticos X X
Equipamentos de Tecnologia da Informação X X
(TI) (computadores, impressoras, etc.)
Estabilizadores X X
Fardamentos X
Internet X
Livros X
Lousa Interativa X
Materiais de Expediente X X
Materiais Elétricos X X
Material para Manutenção Predial X X
Mobiliários X X
Passagens Aéreas X
Peças Gráficas X X
Reprografia X X
Sala Modular X X
Seguro de Vida para Alunos X
Seguro de Veículos X
Serviço de Motorista X
Serviço de Vigilância X
Serviços de Publicação em Jornais X
Serviços de Publicação em DOU
X
(Diário Oficial da União)
Serviços Terceirizados
X
(Portaria, Limpeza, Copa)
Sinalização X
Softwares X
Tablets X X
Telefonia Fixa X
Tendas e Toldos X
Toner* X X X
Unidade Móvel de Gastronomia X
Veículos (micro-ônibus e picape) X
* Foram realizadas 2 compras, uma como gerenciador outra como participante. Fonte: O autor (2016).
70

Com base nessa explicação, quando o IFPE-Campus Cabo atuou como


participante na contratação dos objetos mostrados no Quadro 2, significa que o
processo de compras foi gerenciado pela Reitoria ou por outro campus do IFPE, ou
mesmo por outro órgão federal, e o Campus Cabo apenas informou as quantidades
que desejou adquirir, mas não definiu especificações nem critérios para a
contratação do serviço ou aquisição do bem. Foi o caso, por exemplo, das agendas,
ar condicionado e fardamento.
Observa-se no Quadro 2 que dos 41 objetos contratados pelo IFPE-Campus
Cabo, o mesmo foi gerenciador de 9 processos (22%), sendo que 4 deles utilizaram
critérios de sustentabilidade (capacitação para servidores, aquisição de
estabilizadores, material para manutenção predial e toner). Por outro lado, o IFPE-
Campus Cabo foi participante de 32 objetos contratados, dos quais 13 utilizaram
critérios de sustentabilidade (ar condicionado, material de expediente, tablets, entre
outros). Portanto, do total de 41 objetos contratados pelo IFPE-Campus Cabo, seja
como participante, seja como gerenciador, 17 utilizaram critérios de sustentabilidade
em suas especificações, o que representa um percentual de 41,5%.
Como pode ser observada no Quadro 2, a capacitação de servidores, objeto
de contratação gerenciado pelo IFPE-Campus Cabo, foi classificada como uma
aquisição sustentável tendo como base a A3P, a qual tem por finalidade inserir
princípios e práticas de sustentabilidade socioambiental no âmbito da Administração
Pública, pois ao colocar como um dos seus cincos eixos temáticos a sensibilização e
capacitação dos servidores, explana que: "[...] o processo de capacitação contribui
para o desenvolvimento de competências institucionais e individuais fornecendo
oportunidade para os servidores desenvolverem atitudes para um melhor
desempenho de suas atividades" (BRASIL, 2009b).
Observa-se também, pelo Quadro 2, que para cinco objetos contratados,
tendo o IFPE-Campus Cabo como gerenciador da compra, não foi possível inserir
critérios de sustentabilidade no edital de compras, como foi o caso da aquisição de
água mineral e dos serviços de Correios, seguro de veículos, publicação em jornais
e no DOU. A não inserção de critérios de sustentabilidade nesses serviços se deve
ao fato do órgão não ter poder para especificar o serviço de maneira diferente da
qual o mesmo é prestado.
Dificuldade semelhante pode ser considerada para a especificação de água
mineral, atribuída pela falta de conhecimento e de capacitação por parte dos
71

participantes do processo de compras para conseguirem visualizar um critério de


sustentabilidade que possa ser exigido aos fornecedores desse item.
Considerando os 17 objetos contratados pelo IFPE-Campus Cabo que
utilizaram critérios de sustentabilidade citados no Quadro 2, foi feito um
levantamento desses critérios, apresentados no Quadro 3, através de consulta aos
processos de compras, disponíveis no sítio eletrônico Compras Governamentais
(http://comprasgovernamentais.gov.br).
Identifica-se no Quadro 3 diversos critérios de sustentabilidade especificados
pelo IFPE-Campus Cabo em suas aquisições. É o caso da exigência de certificação
ambiental, como o selo verde FSC (Forest Stewardship Council, Conselho de
Manejo Florestal), para a compra de agendas, mobiliários, material de expediente e
contratação de serviços e peças gráficas. O selo Procel-A foi outro critério de
sustentabilidade especificado para os aparelhos de ar condicionado,
eletrodomésticos, tablets, estabilizadores e equipamentos de TI.
A logística reversa também foi contemplada, quando se especificou que os
toners, após o uso, devem ser recolhidos pelo fornecedor, atendendo, desta forma, à
Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010b), em seu art. 33°, que obriga
os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos
eletroeletrônicos e seus componentes a estruturar e implementar sistemas de
logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor. No
entanto, esse mesmo critério de sustentabilidade poderia ter sido aplicado aos
equipamentos de TI e estabilizadores, os quais somente tiveram como critérios de
sustentabilidade adotados os selos Inmetro e Procel-A.
Vale ressaltar que desde o início de seu funcionamento, em outubro de 2013,
o IFPE-Campus Cabo está instalado em uma sede provisória, na qual compartilha
os espaços com uma autarquia municipal de Ensino Superior (FACHUCA), sendo
esta a proprietária do prédio. Desta forma, o campus não tem autonomia para
realizar alterações na estrutura física do prédio provisório, de forma que seus
processos de compras estão voltados tão somente à aquisição de mobiliários,
serviços e materiais para as atividades administrativas, de ensino, pesquisa e
extensão, até que sejam concluídas as obras de sua sede definitiva, no mesmo
município.
Ainda, observa-se no Quadro 3 que nas especificações dos projetos de
construção da sede definitiva do IFPE-Campus Cabo foram exigidos padrões
72

arquitetônicos que favoreçam a luminosidade natural, o reaproveitamento de água, a


ventilação natural, etc., em atendimento ao art. 4º da Instrução Normativa n° 01, de
19 de janeiro de 2010, possibilitando também futuras práticas de sustentabilidade na
sede definitiva, as quais hoje ainda não podem ser realizadas na sede provisória.
Por fim, ressalta-se a importância da sensibilização dos servidores do campus
para a prática de sustentabilidade, integrando todas as suas dimensões em todos os
estágios do processo de compras, seja reduzindo ou eliminando os impactos
negativos à saúde humana, ao meio ambiente e aos direitos humanos, seja
garantindo a gestão eficiente dos recursos públicos e a viabilidade econômica das
atividades dos fornecedores.
73

Quadro 3 - Critérios de sustentabilidade utilizados nas compras do IFPE-Campus Cabo nos anos de
2014 e 2015.
Objeto da
Critério utilizado no edital
Contratação
Agendas Certificação Ambiental FSC.
Ar-condicionado Selo Procel A.
Capacitação de
Atende a um eixo temático da A3P (sensibilização e capacitação de servidores).
Servidores
Utilização de torneiras temporizadas de pressão. Torneiras de mesa nos
lavatórios, com fechamento automático de forma a otimizar a utilização dos
recursos hídricos e promover economia no abastecimento de água.
Pavimentação em paralelepípedo sobre colchão de pó de pedra com espessura
de 10 cm. A pavimentação do pátio do campus foi elaborada utilizando
Construção do
paralelepípedos e as calçadas em bloco de concreto intertravados, de forma a
Campus Cabo
garantir a infiltração de águas no solo e reduzir custos de manutenção, se
comparada a uma pavimentação asfáltica. Utilização de lâmpadas fluorescentes
em toda iluminação interna (5 vezes mais eficiente quando comparadas com
lâmpadas incandescentes, resultando em uma economia considerável no
consumo de energia).
Utilização no mesmo cartão como crachá e carteira funcional, evitando a
Crachás
confecção de um segundo documento.
Eletrodomésticos Selo Procel A.
Equipamentos de TI Selos Inmetro / Procel A.
Estabilizadores Selos Inmetro / Procel A.
Materiais de Certificação ambiental FSC; copos e papéis reciclados; pinceis para quadro
expediente branco recarregáveis; lápis com madeira de reflorestamento; Selo Inmetro.
Materiais elétricos Selos Inmetro / Procel A.
Material para
Selos Inmetro / Procel A.
manutenção predial
Certificado de regularidade em atividades potencialmente poluidoras, conforme
IN 31/2009, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA). Certificado do fabricante, emitido por laboratório de que a
espuma utilizada é isenta de Clorofluorcarbono (CFC). Laudo do fabricante,
emitido por laboratório de acordo com a norma NBR-9178/2003, com
determinação das características de queima da espuma flexível de poliuretano.
Licença ou autorização ambiental de funcionamento do empreendimento
expedido pelo órgão competente da sede da licitante, ou declaração de isenção
de licença ambiental ou protocolo de renovação de isenção de licença ou
autorização ambiental, expedido há mais de 120 dias, acompanhado da licença
ou autorização ambiental de funcionamento do empreendimento expedido pelo
Mobiliários
órgão competente da sede da licitante, de acordo com as leis do Estado de
origem. Certificado de regularidade no Cadastro Técnico Federal do IBAMA, em
nome do fabricante dos produtos ofertados. Certificado FSC (deverá ser
apresentado em nome do licitante ou do fornecedor da matéria prima utilizada na
fabricação dos produtos do licitante. No caso de apresentação do certificado do
fornecedor, o mesmo deverá vir acompanhado de Nota Fiscal comprovando a
compra de matéria prima deste fornecedor e com data não superior a 30 dias da
data de abertura do pregão). Laudo ou certificado que comprove que a empresa
licitante e/ou fabricante observa os requisitos ambientais para a certificação do
INMETRO, como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em
relação aos seus similares, conforme IN 01/2010 (MP).
Peças Gráficas Certificação ambiental FSC.
Reprografia Selos Inmetro / Procel A.
Utilização de materiais com isolamento térmico e acústico, em atendimento às
Sala modular
normas da ABNT. Selo Inmetro.
Tablets Selos Inmetro / Procel A.
Apresentar declaração se responsabilizando pela coleta das carcaças de toner e
Toner cartuchos inservíveis, onde constem linhas de comunicação gratuitas (0800, ou
e-mail, ou fax, ou internet) que possam ser utilizadas para solicitar a coleta.
Fonte: O autor (2016).
74

5.3 Análise do PLS do IFPE

O PLS do IFPE foi elaborado em 2013 por uma Comissão composta por oito
servidores, em atendimento à Instrução Normativa n° 10, de 12 de novembro de
2012, que estabelece regras para elaboração do PLS, e ao art. 16 do Decreto n°
7.746, de 05 de junho de 2012.
Apesar de o Campus Cabo não ter sido incluído no PLS do IFPE, pois o
mesmo só foi criado em 2014, as informações levantadas pelo documento foram
consideradas nesta pesquisa porque possibilitam uma melhor compreensão do
contexto da logística sustentável no IFPE, do qual o Campus Cabo faz parte.
A Comissão Gestora do PLS realizou estudos através de visitas “in loco” em
nove campi mais a Reitoria do IFPE, onde foram coletados dados sobre:
• Consumo de materiais.
• Energia elétrica.
• Água e esgoto.
• Coleta seletiva.
• Qualidade de vida no ambiente de trabalho.
• Compras e contratações.
• Deslocamento de pessoal.

Coube à Comissão Gestora do PLS do IFPE a responsabilidade de promover


diagnóstico e propor ações de melhoria voltadas à sustentabilidade quanto à
logística pública, como:
• Atualização do inventário de bens e materiais do IFPE.
• Práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços.
• Responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano.
• Ações de divulgação, conscientização e capacitação dos servidores do IFPE.

A atribuição de elaborar, monitorar, avaliar e revisar o plano de trabalho


proposto no PLS desenvolvido coube à Comissão que, num primeiro momento,
apresentou um demonstrativo (Quadro 4) da quantidade de materiais consumidos
nos nove campi e Reitoria do IFPE no ano de 2012.
75

Quadro 4 - Quantidades de material de consumo utilizado pelo IFPE no ano de 2012.


Papel para
Campus Copos Cartuchos para Impressão
Impressão *
Afogados da Ingazeira 361 25.600a 39
Barreiros 839 233.100 64
Belo Jardim 800 270.000b 189
Caruaru 254 577 26
Não tem parâmetros para mensurar
Garanhuns 600 13.400a
a quantidade
Ipojuca 676 107.500c 20
Pesqueira Não Informado Não Informado Não Informado
Recife 2.829 522.500a 03
Reitoria Não Informado Não Informado Não Informado
Vitória de Santo Antão 1.800 43.300a 56
* Número de resmas utilizadas em 2012. (a) Unidades de copos de 50 ml e 180 ml. (b) Unidades de
copos de 200 ml. (c) Unidades de copos de 180 ml. Fonte: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO (2013b).

Com relação às informações constantes do Quadro 4, observa-se que não


foram utilizados os indicadores recomendados no Anexo III da Instrução Normativa
n° 10/2012 e, com isso, os valores informados não mostram o consumo per capita
desses materiais de consumo pela comunidade escolar do IFPE.
Ademais, não consta no PLS do IFPE dados que permitam conhecer as
peculiaridades de cada campus, como por exemplo, a quantidade de alunos que
diariamente frequentam a unidade, uma vez que existem diferenças entre os campi,
a começar pela sua localização geográfica, tempo de existência (por exemplo, o
Campus Recife possui mais de cem anos enquanto que o Campus Garanhuns
possui pouco mais de três anos), áreas dos cursos ofertados em cada unidade
(agrícola ou industrial), etc., diferenças essas que corroboram que as quantidades
informadas não permitem uma análise do consumo em si (se é alto ou baixo), como
também não permitem uma previsão do consumo para os próximos anos (se há uma
tendência a aumentar ou diminuir).
Já para a atualização do inventário de bens e materiais do órgão, a Comissão
relatou que o mesmo está em processo de conclusão e por isso não apresentou
informações, nem tampouco realizou a identificação de similares de menor impacto
ambiental para substituição. A Comissão sugeriu ainda a criação de uma nova
comissão para gerir o PLS do IFPE, com representantes de todos os campi e com
avaliações semestrais.
Quanto às práticas de sustentabilidade e racionalização do uso de materiais e
serviços que trata o art. 8° da Instrução Normativa n° 10, de 12 de novembro de
76

2012, a Comissão apresentou um plano de ação (Quadro 5), conforme dispõe o art.
9°, contendo objetivos, metas, estratégias, responsáveis e cronograma.
Quanto à previsão de recursos financeiros, humanos e instrumentais, a
Comissão sugere novos estudos para definição das necessidades dos recursos ora
comentados, para uma melhor definição destes valores, indo de encontro ao art. 9°,
inciso VI, da Instrução Normativa n° 10, de 12 de novembro de 2012, que
recomenda que os PLS sejam formalizados em processos, com planos de ação
contendo previsão de recursos financeiros, humanos, instrumentais, entre outros,
necessários para a implementação das ações.
Resultados semelhantes podem ser encontrados na literatura com relação a
outros Institutos Federais, os quais também não informaram a previsão de recursos
financeiros, humanos, instrumentais, entre outros, necessários à implementação das
ações (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
ESPÍRITO SANTO, 2013; INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL, 2013; INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO, 2013;
HALL et al., 2014).
Os indicadores elencados no Anexo III da Instrução Normativa n° 10, de 12 de
novembro de 2012, não foram avaliados no PLS do IFPE e por conta disso não foi
possível avaliar o desempenho dos campi e Reitoria com relação a práticas de
sustentabilidade e racionalização.
Sobre as iniciativas de capacitação afetas ao tema sustentabilidade, a
Comissão sugeriu dezessete cursos de capacitação na área de logística sustentável
e recomendou que a Diretoria de Gestão de Pessoas do IFPE promova a criação de
uma comissão responsável por desenvolver o plano de capacitação que possa
envolver toda a comunidade acadêmica do IFPE.
No PLS do IFPE não foram observadas as iniciativas de nenhum programa ou
projeto de que trata o art. 11° da Instrução Normativa n° 10, de 12 de novembro de
2012, como PEG, Procel e Coleta Seletiva Solidária.
Por fim, ressalta-se que o PLS do IFPE não teve sua versão inicial
homologada e publicada no sítio eletrônico do órgão (até a data de 07/03/2016),
conforme dispõe o art. 12° da Instrução Normativa n° 10, de 12 de novembro de
2012, como também não foi feita no sítio eletrônico a publicação semestral dos
77

resultados alcançados a partir da implantação das ações definidas no PLS (art. 13°),
nem o relatório anual de acompanhamento do PLS do IFPE (art. 14°):
Art. 12. Os PLS deverão ser elaborados e publicados no site dos
respectivos órgãos ou entidades no prazo de cento e oitenta dias, contados
a partir da publicação desta Instrução Normativa.
Art. 13. Os resultados alcançados a partir da implantação das ações
definidas no PLS deverão ser publicados semestralmente no site dos
respectivos órgãos ou entidades, apresentando as metas alcançadas e os
resultados medidos pelos indicadores.
Art. 14. Ao final de cada ano deverá ser elaborado relatório de
acompanhamento do PLS de forma a evidenciar o desempenho de cada
órgão ou entidade, contendo:
I – consolidação dos resultados alcançados; e
II – identificação das ações a serem desenvolvidas ou modificadas para o
ano subsequente.
Parágrafo único. Os relatórios deverão ser publicados no site dos
respectivos órgãos ou entidades e encaminhados eletronicamente à
Secretaria Executiva da CISAP.

Mesmo assim, no IFPE-Campus Cabo está em andamento a construção do


PLS do campus que deverá estar em consonância com o PLS do IFPE (documento
geral), devendo ser visto como um instrumento para a gestão ambiental do campus
e, com o envolvimento dos técnicos administrativos, docentes e alunos, será uma
ferramenta para a realização de ações que promovam o desenvolvimento
sustentável, estando esta prática elencada em sua missão institucional.
78

Quadro 5 - Temas e estratégias abordados no plano de ação do PLS do IFPE.

TEMAS ESTRATÉGIAS
Substituir o uso do documento impresso por digital; incentivar o uso do papel reciclado ou
Material de com certificado de reflorestamento; reduzir o consumo de papel para impressão e cópias;
Consumo estimular a utilização de copos reutilizáveis; reduzir o gasto de cartuchos; criar parque de
impressão; utilizar a ecofont como padrão na redação de documentos.
Realizar monitoramento mensal do consumo de energia elétrica; diminuir o valor das faturas
Energia
de consumo de energia elétrica; eficientização dos sistemas de refrigeração de ar, do uso de
Elétrica
computadores, da iluminação e demais equipamentos eletrônicos.
Otimizar o consumo de água e geração de esgoto; criar ferramentas para monitorar a
qualidade da água; avaliar a possibilidade de contratualização do fornecimento de água da
COMPESA para diminuir custos com água e esgoto; analisar a possibilidade de reuso da
Água e
água para irrigação nos campi agrícolas; analisar a viabilidade de aproveitar água da chuva e
Esgoto
poços artesianos; acompanhar a vazão do poço artesiano; dar preferência ao sistema de
reuso de água e tratamento dos efluentes gerados; utilizar sistemas eficientes de irrigação;
dar preferência ao uso de descargas e torneiras mais eficientes.
Criar Comissão sobre o tema; divulgar o Programa junto a Cooperativas de Catadores;
adquirir kits de coleta seletiva; destinar adequadamente o resíduo de saúde; criar parceria
para doação de resíduos eletroeletrônicos; criar classificação de bens obsoletos, em desuso,
Coleta
antieconômico; criar Programa de Resíduos de Logística Reversa; destinar adequadamente
Seletiva
os resíduos alimentares; criar parceria para doação de bens em desuso; criar campanha de
conscientização de toda comunidade acadêmica; promover eventos que discutam a gestão
dos resíduos sólidos.
Criação de comissões de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) nos campi; criação de plano
de metas para acompanhamento de QVT do IFPE; criação de ambientes de convivência;
promoção de atividades para a conscientização dos servidores quanto à participação nas
Qualidade ações desenvolvidas; criação de comissão multidisciplinar para elaboração do Subsistema
Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS); definição da estrutura física e
de Vida no
equipamentos do SIASS; iniciar atividades de coordenação/integração nas áreas de
Ambiente
assistência à saúde, perícia oficial, promoção, prevenção e acompanhamento da saúde dos
de servidores; desenvolver projeto de controle de temperatura no ambiente de trabalho, ruído,
Trabalho ergonomia, iluminância, audiometria; desenvolver o Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO),
Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
etc.; realizar exames periódicos.
Fomentar a aquisição de bens/materiais com critérios sustentáveis; facilitar a instituição de
compras sustentáveis; garantir a durabilidade dos bens adquiridos; fomentar compras
Compras compartilhadas sustentáveis; garantir o destino adequado de bens e materiais com alto
e Contra- potencial de agressão ao meio ambiente; facilitar a instituição de compras/contratações
tações sustentáveis; reduzir a aquisição/utilização de bens/materiais com alto potencial de
Susten- agressão ao meio ambiente; garantir a sustentabilidade econômica das contratações;
táveis garantir a utilização de materiais com critérios sustentáveis em bens/serviços; garantir a
redução da utilização de material de consumo; garantir a utilização de materiais com
critérios sustentáveis em bens/serviços.
Deslo- Reduzir a aquisição de combustível; reduzir a emissão de poluentes e fomentar a utilização
camento de combustíveis renováveis; reduzir o uso da frota; garantir a sustentabilidade econômica
de da frota e a redução do custo de sua manutenção.
Pessoal
Criação da marca do programa; desenvolvimento de campanha para criação do mascote do
programa; criação de hotsite para acompanhamento da implementação das ações do plano;
Plano de criar adesivos para serem colocados ao lado das torneiras nos banheiros, com frases de
divulga- efeito incentivando o uso racional da água; promover concurso, gincana e material
ção promocional sobre educação ambiental; elaboração de material educativo sobre economia
de energia; elaboração de material educativo incentivando a economia de papel; criar
squeezes para os campi onde ainda a prática não é adotada.

Fonte: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO


(2013b).
79

5.4 Percepção dos Servidores sobre a Adoção de Práticas de Sustentabilidade


no IFPE - Campus Cabo de Santo Agostinho

Dos 29 servidores que responderam ao questionário contendo 23 perguntas


(Apêndice A), foram obtidas as informações apresentadas a seguir. O Apêndice B
contém todas as respostas tabuladas em planilha Excel®, onde foi possível aplicar
filtros para analisar conjuntamente respostas de diferentes questões.

Questão 1: Qual a sua maior formação acadêmica concluída?

As respostas obtidas com a Questão 1 estão apresentadas na Figura 13. Dos


29 respondentes, 4 (13,8%) possuem Ensino Médio, 3 (10,3%), Superior, 12
(41,4%), Pós-graduação lato sensu, 9 (31,0%), Mestrado e 1 (3,4%), Doutorado.

Figura 13 - Respostas obtidas com relação à Questão 1 do questionário aplicado (formação


acadêmica).

Fonte: O autor (2015).

Questão 2: Qual seu sexo?

Dos 29 respondentes, 16 são do sexo masculino, o que corresponde a 55,2%


dos entrevistados, enquanto 13 são do sexo feminino (44,8%), conforme mostra a
Figura 14.
80

Figura 14 - Respostas obtidas com relação à Questão 2 do questionário aplicado (sexo).

Fonte: O autor (2015).

Questão 3: Qual sua faixa etária?

As respostas obtidas com a Questão 3 estão apresentadas na Figura 15, na


qual é possível identificar que 14 entrevistados (48,3%) possuem idade entre 18 e
29 anos, 10 (34,5%) possuem entre 30 e 39 anos; 3 (10,3%) possuem idade entre
40 e 49 anos e 2 (6,9%) possuem entre 50 e 59 anos. Não houve respondentes com
60 anos ou mais.

Figura 15 - Respostas obtidas com relação à Questão 3 do questionário aplicado (faixa etária).

Fonte: O autor (2015).


81

Questão 4: Há quanto tempo você é servidor público federal?

Observa-se pela Figura 16 que boa parte dos servidores entrevistados possui
menos de um ano no serviço público federal. Do total de 29 respondentes, 13
(44,8%) possuem entre 0 e 11 meses, 7 (24,1%) possuem de 12 a 23 meses, 1
(3,4%) possui de 24 a 35 meses, 2 (6,9%) possuem de 36 a 48 meses e 6 (20,7%)
possuem mais de 48 meses de serviço na esfera pública federal.

Figura 16 - Respostas obtidas com relação à Questão 4 do questionário aplicado (tempo de serviço
público federal).

Fonte: O autor (2015).

Questão 5: Há quanto tempo você é servidor do IFPE-Campus Cabo?

Pela Figura 17 verifica-se que a maior parte dos entrevistados (20 pessoas)
está há menos de 12 meses no Campus Cabo, enquanto 8 (27,6%) estão entre 13 e
24 meses e somente 1 (3,4%) está acima de 24 meses.
Por meio da planilha com todas as respostas do questionário (Apêndice B),
observa-se que, apesar de 9 entrevistados (31%) terem um tempo de serviço público
federal de 24 ou mais meses (Questão 4), somente 1 servidor (3,4%) está acima de
24 meses no IFPE-Campus Cabo.
82

Figura 17 - Respostas obtidas com relação à Questão 5 do questionário aplicado (tempo de serviço
no IFPE-Campus Cabo).

Fonte: O autor (2015).

Questão 6: Que cargo você ocupa no IFPE-Campus Cabo?

Pela Figura 18, verifica-se que 13 entrevistados (44,8%) são docentes, sendo
os 16 restantes são técnicos administrativos (55,2%), dos quais: 3 (10,3%) são de
nível fundamental, 8 (27,6%), de nível médio e 5 (17,2%), de nível superior.

Figura 18 - Respostas obtidas com relação à Questão 6 do questionário aplicado (cargo ocupado).

Fonte: O autor (2015).


83

Questão 7: Você ocupa ou já ocupou cargo com função gratificada no Instituto


Federal de Pernambuco?

Dos 29 respondentes, 12 (41,4%) não ocupam ou não ocuparam cargo com


função gratificada; 9 (31,0%) ocupam há menos de um ano; 5 (17,2%) ocupam no
período entre 1 e 2 anos e 3 respondentes (10,3%) ocupam há mais de 2 anos,
como é mostrado na Figura 19.

Figura 19 - Respostas obtidas com relação à Questão 7 do questionário aplicado (função gratificada).

Fonte: O autor (2015).

Questão 8: Você já ouviu falar no conceito de sustentabilidade ou de


desenvolvimento sustentável?

Verifica-se pela Figura 20 que todos os 29 respondentes (100%) já ouviram


falar no conceito de sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável.
84

Figura 20 - Respostas obtidas com relação à Questão 8 do questionário aplicado (conceito de


sustentabilidade).

Fonte: O autor (2015).

Questão 9: Você conhece alguma política pública que verse sobre compras
sustentáveis?

Conforme mostrado na Figura 21, 14 respondentes (48,3%) responderam que


conhecem alguma política pública que trata de compras sustentáveis, enquanto 15
respondentes (51,7%) assinalaram não conhecer.

Figura 21 - Respostas obtidas com relação à Questão 9 do questionário aplicado (política pública
sobre compras sustentáveis).

Fonte: O autor (2015).


85

Questão 10: Na sua opinião, o IFPE-Campus Cabo utiliza critérios de


sustentabilidade nas compras que realiza?

Para esta questão, os resultados estão apresentados na Figura 22; 14


respondentes (48,3%) afirmaram que o IFPE-Campus Cabo utiliza critérios de
sustentabilidade nas compras que realiza. Por outro lado, apenas 3 pessoas (10,3%)
responderam que o campus não utiliza.
Ainda, 12 (41,4%) responderam não saber sobre a utilização de critérios de
sustentabilidade nas compras do IFPE-Campus Cabo. Comparando-se estas
respostas com as da Questão 5 (por meio do Apêndice B), foi observado que, dentre
estes 12 respondentes, 10 são servidores do campus há no máximo 1 ano. Além
disso, dentre estes 12 respondentes, 4 afirmaram que conhecem alguma política
pública que versa sobre compras sustentáveis (comparação com a Questão 9).
Por outro lado, das 14 respostas afirmativas na Questão 10, 8 trabalham no
campus de 0 a 12 meses (Questão 5), como também 10 deles afirmaram conhecer
alguma política pública que versa sobre compras sustentáveis (Questão 9).
Logo, percebe-se que o tempo de serviço no campus não influencia na
percepção do servidor sobre a utilização de critérios de sustentabilidade nas
compras realizadas. Da mesma forma, a formação acadêmica, o sexo e o cargo
ocupado pelo respondente na instituição também não influenciam a sua percepção
para esta questão.
Além disso, comparando-se as respostas da Questão 10 com a faixa etária do
servidor (Questão 3), compreende-se que a idade do servidor não afeta sua
percepção acerca da utilização de critérios de sustentabilidade nos processos de
compras, de maneira que não se pode inferir que os mais velhos tenham mais
conhecimento sobre sustentabilidade e legislação pertinente, nem que os mais
jovens estão mais atualizados com relação ao tema.
86

Figura 22 - Respostas obtidas com relação à Questão 10 do questionário aplicado (utilização de


critérios de sustentabilidade pelo IFPE-Campus Cabo).

Fonte: O autor (2015).

Questão 11: Na sua opinião, o IFPE-Campus Cabo, em suas atividades


administrativas, de ensino, pesquisa ou extensão, adota práticas sustentáveis?

De acordo com a Figura 23, a maior parte dos entrevistados, 20 respondentes


(69,0%), consideram que o IFPE-Campus Cabo adota práticas sustentáveis em suas
atividades, enquanto 4 (13,8%) responderam que não adota; e 5 (17,2%)
responderam que não sabem.
Das 20 respostas afirmativas, 14 foram dadas por servidores que possuem
até 1 ano de tempo de serviço no campus. Das 4 respostas negativas, todos
possuem até 1 ano de tempo de serviço no campus.
Assim, verifica-se que o tempo de serviço no campus não influencia na
percepção do servidor sobre a utilização de critérios de sustentabilidade nas
compras do IFPE-Campus Cabo, assim como o sexo e formação acadêmica.
Com relação ao cargo ocupado pelo respondente para esta questão, foi
observado que das 20 respostas afirmativas, 7 são docentes e 13 são do segmento
técnico administrativo. Uma explicação possível para tal constatação está no fato de
que os técnicos administrativos trabalham sua jornada de 40h semanais de forma
presencial no campus, enquanto os docentes trabalham 2 ou 3 dias presenciais.
Além disso, os técnicos administrativos atuam em atividades-meio (que dão apoio às
atividades-fim, isto é, o ensino, a pesquisa e a extensão) e, por conta disso,
87

possivelmente percebem mais facilmente as práticas sustentáveis realizadas no


campus, quando comparados ao segmento docente.

Figura 23 - Respostas obtidas com relação à Questão 11 do questionário aplicado (adoção de


práticas sustentáveis pelo IFPE-Campus Cabo).

Fonte: O autor (2015).

Questão 12: Na sua opinião, você, como servidor do IFPE-Campus Cabo, em suas
atividades administrativas, de ensino, pesquisa ou extensão, adota práticas
sustentáveis?

Para essa questão, a maioria dos respondentes, 22 servidores (75,9%)


afirmaram que adotam práticas sustentáveis nas atividades que desenvolvem no
IFPE-Campus Cabo, conforme mostrado na Figura 24, enquanto 4 (13,8%)
colocaram que não adotam, e 3 responderam que não sabem.
Analisando as respostas dos 4 servidores que afirmaram não adotar práticas
sustentáveis nas suas atividades no Campus Cabo, verificou-se que todos eles
possuem de 0 a 12 meses de tempo de serviço no campus, sendo metade docente e
metade técnico administrativo de nível médio. Ademais, 1 desses respondentes
afirmou que o campus adota práticas sustentáveis (Questão 11), porém ele não.
Outra observação a ser destacada é que dentre esses 4 respondentes, metade
conhece alguma política pública que versa sobre compras sustentáveis.
88

Figura 24 - Respostas obtidas com relação à Questão 12 do questionário aplicado (adoção de


práticas sustentáveis pelo servidor).

Fonte: O autor (2015).

Questão 13: Você possui conhecimento sobre a forma como ocorrem os processos
licitatórios no IFPE?

Conforme mostrado na Figura 25, 14 respondentes (48,3%) afirmaram que


conhecem a forma como ocorrem os processos licitatórios no IFPE, enquanto 15
(51,7%) responderam que não conhecem.
Analisando-se outras respostas dos 15 servidores que informaram "não" à
Questão 13, identificou-se que 12 deles trabalham no campus há menos de 1 ano.
Também foi observado que 12 desses 15 servidores adotam práticas sustentáveis
no campus e 6 conhecem alguma política pública sobre compras sustentáveis.
89

Figura 25 - Respostas obtidas com relação à Questão 13 do questionário aplicado (forma como
ocorrem os processos licitatórios no IFPE).

Fonte: O autor (2015).

Questão 14: Você possui conhecimento sobre a legislação voltada para a área de
compras públicas?

Na Figura 26 são apresentadas as respostas da Questão 14. Verifica-se que


12 respondentes (41,4%) afirmaram que possuem conhecimento sobre a legislação
voltada para a área de compras públicas, enquanto 17 (58,6%) responderam que
não conhecem.
Desses 17 respondentes que afirmaram não conhecer a legislação voltada
para a área de compras públicas, 5 haviam respondido "sim" à Questão 13, isto é,
afirmaram que conhecem a forma como ocorrem os processos licitatórios no IFPE.
Importante também destacar que, ainda dentre esses 17 respondentes, 7 haviam
respondido que conhecem alguma política pública voltada para as compras
sustentáveis (Questão 9).
90

Figura 26 - Respostas obtidas com relação à Questão 14 do questionário aplicado (conhecimento


sobre legislação para a área de compras públicas).

Fonte: O autor (2015).

Questão 15: Você possui conhecimento sobre a legislação voltada para a adoção de
critérios de sustentabilidade nas compras públicas?

Conforme mostrado na Figura 27, apenas 7 respondentes (24,1%) afirmaram


que possuem conhecimento sobre a legislação voltada para a adoção de critérios de
sustentabilidade nas compras públicas, ao passo que 22 (75,9%) responderam que
não possuem conhecimento.
Importante apontar que, dos 12 respondentes que colocaram "sim" na
Questão 14, isto é, que conhecem a legislação voltada para a área de compras
públicas, metade respondeu "não" à Questão 15, ou seja, não conhecem a
legislação voltada para a adoção de critérios de sustentabilidade nas compras
públicas. Dentre esses 12 respondentes, 5 possuem menos de 1 ano no serviço
público federal e 3 possuem mais de 4 anos de trabalho na esfera federal.
91

Figura 27 - Respostas obtidas com relação à Questão 15 do questionário aplicado (conhecimento


sobre legislação voltada para adoção de critérios de sustentabilidade nas compras públicas).

Fonte: O autor (2015).

Questão 16: Você possui conhecimento de alguma compra sustentável realizada no


IFPE-Campus Cabo?

Dentre os 29 respondentes do questionário, 16 (55,2%) afirmaram que


conhecem alguma compra sustentável realizada no campus (Figura 28).
Por outro lado, 13 (44,8%) responderam que não conhecem, dos quais 10
trabalham no campus há menos de 1 ano. Também foi verificado que 8 desses 13
respondentes são docentes.
Importante observar que das 16 respostas afirmativas para esta questão, 5
são docentes e 11 são do segmento técnico administrativo. Isso pode ser atribuído
ao fato de que os técnicos administrativos, atuando em atividades-meio na
instituição e tendo sua jornada de 40h semanais presenciais no campus, podem
perceber mais facilmente as compras sustentáveis realizadas no pela instituição,
quando comparados ao segmento docente.
92

Figura 28 - Respostas obtidas com relação à Questão 16 do questionário aplicado (conhecimento de


compra sustentável no IFPE-Campus Cabo).

Fonte: O autor (2015).

Questão 17: No seu conhecimento, que compra(s) é (são) realizada(s) no IFPE-


Campus Cabo utilizando critérios de sustentabilidade?

Com base nos critérios de sustentabilidade adotados pelo IFPE-Campus


Cabo nas compras que realiza (já apresentados no Quadro 3), nota-se, pela Figura
29, que os 29 respondentes identificaram o uso dos seguintes critérios (os
respondentes poderiam apontar mais de um critério):
• Exigência de selo de eficiência energética (ex.: Procel) nas compras de
equipamentos eletroeletrônicos: 14 apontamentos (o que representa 48,3%
dos respondentes).
• Aquisição de torneiras com temporizador de fluxo de água: 5 apontamentos
(17,2%).
• Aquisição de lâmpadas e suprimentos de informática que possam ser
recolhidos pelos fabricantes após o uso (logística reversa): 7 apontamentos
(24,1%).
• Aquisição de copos descartáveis sustentáveis à base de material não
poluente (como amido de milho ou papelão): 14 apontamentos (48,3%).
• Outras: 11 apontamentos (37,9%).
• Nenhuma das apresentadas acima: 6 apontamentos (20,7%).
93

Ressalta-se que, apesar de 13 respondentes terem informado na Questão 16


que não conhecem alguma compra sustentável realizada pelo campus, houve 6
respondentes que apontaram, na Questão 17, a resposta "Nenhuma das
apresentadas acima" (20,7%). Ou seja, 7 respondentes que haviam informado "não"
à Questão 16 apontaram no mínimo 1 critério de sustentabilidade adotado pelo
campus em suas compras.
Preocupante é o fato de que esses 20,7% apontaram a inexistência de ações
de sustentabilidade no campus, quando não reconheceram, por exemplo, a
existência de aparelhos de ar condicionado no campus adquiridos com o selo de
eficiência energética. Conforme apresentado anteriormente nos Quadros 2 e 3, é
fato que o campus adquiriu aparelhos com selo Procel-A. Por estes motivos, é
considerada baixa a percepção dos servidores acerca das práticas de
sustentabilidade no IFPE-Campus Cabo.
Apesar disso, é possível identificar com as respostas da Questão 17 que os
critérios relacionados ao selo de eficiência energética e à aquisição de copos
descartáveis foram os mais apontados pelos respondentes, possivelmente por
serem produtos de uso diário nas atividades de trabalho e doméstico.

Figura 29 - Respostas obtidas com relação à Questão 17 do questionário aplicado (compras do IFPE-
Campus Cabo).

Fonte: O autor (2015).


94

Questão 18: Na sua opinião, qual o grau de IMPORTÂNCIA da sustentabilidade na


sua atividade de trabalho?

Percebe-se pela Figura 30 que apenas 2 respondentes (6,9%) consideraram


baixo o grau de importância da sustentabilidade na sua atividade de trabalho, ao
passo que 12 (41,4%) consideraram o grau como sendo médio e 15 (51,7%)
consideraram alto o grau de importância.
Tanto para as respostas que consideram baixo o grau de importância, como
para as respostas que consideram alto o grau de importância, observa-se que o tipo
de atividade exercida no campus, se docente ou técnico administrativo (Questão 6),
não exerce influência sobre a resposta informada.

Figura 30 - Respostas obtidas com relação à Questão 18 do questionário aplicado (grau de


importância da sustentabilidade nas atividades de trabalho).

Fonte: O autor (2015).

Questão 19: Como você classifica o grau de CONSIDERAÇÃO dos critérios de


sustentabilidade em suas atividades de trabalho?

Pela Figura 31 é possível identificar que 9 respondentes (31,0%) apontaram


como sendo baixo o grau de consideração dos critérios de sustentabilidade em suas
atividades de trabalho, enquanto 11 (37,9%) afirmaram ser médio o grau de
consideração e 9 (31,0%) responderam que é alto o grau de consideração dos
critérios de sustentabilidade em suas atividades laborais.
95

Importante destacar que a legislação aplicada aos órgãos públicos federais


preconiza a utilização de critérios de sustentabilidade nas atividades que
desenvolvem. Por isso, considera-se alto o percentual de 31,0% de respostas que
indicaram ser baixo o grau de consideração da sustentabilidade em suas atividades
de trabalho.

Figura 31 - Respostas obtidas com relação à Questão 19 do questionário aplicado (grau de


consideração dos critérios de sustentabilidade).

Fonte: O autor (2015).

Questão 20: Na sua opinião, qual o grau de IMPORTÂNCIA acerca da ADOÇÃO de


critérios de sustentabilidade em suas atividades de trabalho?

É possível identificar pela Figura 32 que 6 respondentes (20,7%)


consideraram baixo o grau de importância acerca da adoção de critérios de
sustentabilidade em suas atividades laborais, 9 (31,0%) responderam que o grau é
médio e 14 (48,3%) afirmaram que o grau é alto.
Considerando que o IFPE declara em sua missão institucional a busca do
desenvolvimento sustentável da sociedade (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO, 2013a), esperava-se que o grau de
importância acerca da adoção dos critérios de sustentabilidade dos servidores em
suas atividades de trabalho fosse próximo da totalidade. O mesmo era esperado
para as Questões 18 e 19.
96

Figura 32 - Respostas obtidas com relação à Questão 20 do questionário aplicado (grau de


importância acerca da adoção de critérios de sustentabilidade).

Fonte: O autor (2015).

Questão 21: Durante seu tempo de serviço no IFPE-Campus Cabo, você já foi
requisitante de algum material ou serviço?

Observa-se na Figura 33 que mais da metade dos respondentes (55,2%) já foi


requisitante de algum material ou serviço, enquanto 13 (44,8%) nunca fizeram
alguma requisição. Verifica-se que idade, sexo, formação acadêmica, tempo de
serviço no campus e cargo ocupado não exercem influência sobre o fato de o
respondente ter sido requisitante ou não.
Dos 16 respondentes que já foram requisitantes, 7 não possuem
conhecimento sobre a legislação voltada à área de compras públicas (Questão 14).
Importante lembrar que à época da aplicação do questionário, o IFPE-
Campus Cabo possuía pouco mais de 1 ano de funcionamento efetivo e muitos dos
processos licitatórios já haviam sido feitos anteriormente à chegada da maioria dos
servidores. Ainda assim, mais da metade dos respondentes foram requisitantes de
algum material ou serviço, evidenciando boa participação dos servidores no recente
histórico de compras do IFPE-Campus Cabo.
97

Figura 33 - Respostas obtidas com relação à Questão 21 do questionário aplicado (requisitante de


material ou serviço).

Fonte: O autor (2015).

Questão 22: Ao requisitar algum material ou serviço no IFPE-Campus Cabo, você


utilizou algum critério de sustentabilidade nas especificações do produto ou serviço?

Dentre os 29 respondentes do questionário aplicado, apenas 4 (13,8%)


utilizaram algum critério de sustentabilidade nas especificações do produto ou
serviço que vieram a requisitar; 13 respondentes (44,8%) não utilizaram algum
critério na requisição e 12 respondentes informaram que nunca foram requisitantes
de material ou serviço. Esses dados estão mostrados na Figura 34.
Observa-se (pelo Apêndice B) que dois respondentes colocaram na Questão
21 que nunca foram requisitantes de material ou serviço e, nesse caso, deveriam ter
mantido essa resposta na Questão 22. No entanto, os mesmos informaram na
Questão 22 que “não” utilizaram critérios de sustentabilidade (essa opção de
resposta é para aqueles que já foram requisitantes), fazendo com que o percentual
de respostas sobre “nunca requisitei material ou serviço” baixasse para 41,4% na
Questão 22. Apesar de ter havido esse erro praticado pelo respondente, ao assinalar
equivocadamente a opção do questionário, não houve prejuízo ao resultado
encontrado, uma vez que a quantidade de respostas erradas (2 dentre o total de 29)
está contemplada no erro amostral delimitado nesta pesquisa (8,6%).
98

Figura 34 - Respostas obtidas com relação à Questão 22 do questionário aplicado.

Fonte: O autor (2015).

O baixo percentual na utilização de critérios de sustentabilidade nas


requisições de compras também foi estudado por Weber et al. (2014), que
apontaram haver dificuldade, por parte dos servidores envolvidos nos processos de
compras, quanto à utilização dos critérios, justificada pela falta de literatura
consistente na área e pelo fato do assunto "licitação sustentável" ser novo. Também
foi apontado por esses autores que os agentes de compras (requisitantes) não
inserem os critérios de sustentabilidade por ainda não conseguirem visualizar o que
podem pedir em relação à sustentabilidade. Contudo, é sabido que a legislação
voltada para as compras públicas sustentáveis existe há mais de 5 anos, tempo
suficiente para que hoje os órgãos federais adotem critérios de sustentabilidade em
suas aquisições, o que não deveria ser uma justificativa para a baixa utilização de
critérios de sustentabilidade nas compras governamentais.

Questão 23: Ao utilizar algum critério de sustentabilidade na requisição de um


material ou serviço, houve alguma dificuldade por parte das empresas fornecedoras
participantes do processo licitatório em atender os requisitos do edital de licitação,
que tenha inviabilizado a aquisição do material ou a contratação do serviço?

De acordo com a Figura 35, somente 3 respondentes (10,3%) afirmaram que


houve alguma dificuldade por parte das empresas fornecedoras participantes do
processo licitatório em atender os requisitos do edital de licitação, que tenha
inviabilizado a aquisição do material ou a contratação do serviço; 16 (55,2%)
99

responderam que nunca requisitaram material ou serviço e 10 (34,5%) informaram


que não possuem conhecimento a respeito.
Weber et al. (2014) apontaram em seu estudo a questão do desconhecimento
da legislação sobre licitações sustentáveis por parte dos fornecedores como uma
das dificuldades para o atendimento dos critérios de sustentabilidade nos editais de
licitação.

Figura 35- Respostas obtidas com relação à Questão 23 do questionário aplicado (dificuldade dos
fornecedores em atender requisitos do edital).
23) Ao utilizar algum critério de sustentabilidade na requisição de um material
ou serviço, houve alguma dificuldade por parte das empresas fornecedoras
participantes do processo licitatório em atender os requisitos do edital de
licitação, que tenha inviabilizado a aquisição do material ou a contratação do
serviço?

Fonte: O autor (2015).

Por fim, considerando-se todas as informações obtidas com as 23 perguntas


do questionário aplicado aos servidores do IFPE-Campus Cabo, compreende-se que
a falta de conhecimento sobre a legislação voltada para as contratações
sustentáveis se constitui em um fator de resistência que interfere na total
aplicabilidade das políticas públicas sustentáveis na instituição, de maneira que as
práticas de sustentabilidade pelos servidores em suas atividades de trabalho são
ainda um processo em construção.

5.5 Identificação de Oportunidades de Melhoria

Com base nos resultados obtidos com esta pesquisa, identificam-se algumas
fragilidades com relação à utilização de práticas de sustentabilidade relacionadas ao
processo de compras do IFPE-Campus Cabo, que podem ser estendidas a toda
instituição.
100

É o caso do PLS do IFPE, que ao ser analisado, aponta para a falta de


indicadores recomendados pela legislação e, assim, o documento criado pela
instituição não permite um mapeamento real das ações sustentáveis praticadas pelo
órgão e, em consequência, pode comprometer o planejamento, a execução e o
controle das práticas de sustentabilidade e da racionalização de gastos e processos
do IFPE.
Nota-se também que o IFPE, de uma forma geral, não possui uma política de
sensibilização dos servidores para a prática de sustentabilidade em suas ações. O
que se observa nos campi são ações pontuais, muitas delas decorrentes de
obrigações legais que são impostas ao órgão e que não estão vinculadas à
existência de uma política institucional nesse sentido.
Ainda, levando-se em conta que o IFPE-Campus Cabo possui 37 servidores,
dos quais 60% afirmaram não conhecer a legislação voltada para a utilização de
critérios de sustentabilidade nos processos de compras (Questão 15, Figura 27),
pode-se considerar esse quantitativo expressivo.
Diante dessa realidade, identificada também por Silva e colaboradores (2012),
entende-se ser necessária à promoção de capacitação dos servidores sobre
compras públicas sustentáveis, bem como o desenvolvimento de ações que possam
envolver mais os servidores nos processos de compras do campus e dar-lhes uma
maior sensação de pertencimento. Com isso, pode-se ter um maior engajamento da
comunidade acadêmica em relação aos problemas do campus e,
consequentemente, um maior interesse sobre a legislação pertinente, em favor das
práticas de sustentabilidade.
Considerando-se que a Administração Pública deve priorizar as reduções e
cortes possíveis para minimizar a necessidade de compra e aumentar sua eficiência
(BRASIL, 2009b), se o IFPE-Campus Cabo utilizar a formação acadêmica e a
experiência profissional dos docentes e técnicos administrativos para definir as
especificações técnicas dos produtos e serviços de seus próprios objetos de
contratação, será possível alcançar a economia de valor e quantidade de recursos
adquiridos, conforme rege a Instrução Normativa nº 10, de 12 de novembro de 2012.
Além disso, existem diversas possibilidades de uma atuação coesa entre os
três pilares do IFPE (o ensino, a pesquisa e a extensão) direcionada para as práticas
de sustentabilidade. Por exemplo, os projetos de pesquisa conduzidos no campus,
ao estudarem e desenvolverem processos e materiais sustentáveis, podem ser
101

utilizados como exemplo prático nos componentes curriculares dos cursos ofertados
no campus; seus produtos desenvolvidos podem substituir materiais antes
adquiridos pelo IFPE (como a reutilização de óleo de fritura para a produção de
sabão para as mãos; a confecção de álcool em gel nas aulas de Química para
higienização das mãos da comunidade acadêmica; o desenvolvimento de sensores
de fluxo para economia de água, etc.).
Acredita-se na necessidade do IFPE em exercer um pensamento lean6 em
todas as atividades que desenvolve, tanto no ensino, na pesquisa, na extensão,
como administrativamente. A eliminação de desperdícios reduz custos e aumenta a
produtividade e a qualidade dos serviços que são prestados pela instituição à
sociedade.
Logo, alguns pontos devem ser questionados pelos servidores no momento
que surge a necessidade de compra de um bem, ou da contratação de um serviço,
como:
• Eu preciso?
• Quanto eu preciso?
• Posso comprar a partir de uma única licitação (compras compartilhadas)?
• Preciso comprar tudo de uma só vez? Ou posso fazer um pregão para Registro
de Preços?
• Existe algum campus do IFPE que produz o produto que desejo adquirir e que
possa ser meu fornecedor interno?

Ou seja, o processo de compras deve ser bem planejado e deve aproximar ao


máximo o requisitante do gestor. Isto também foi afirmado por Silva e colaboradores
(2012).
Nesse sentido, três ações institucionais são propostas a seguir, visando o
aprimoramento das práticas de sustentabilidade relacionadas ao processo de
compras do IFPE-Campus Cabo, que podem ser estendidas a todo o IFPE, a
começar pela sensibilização da comunidade acadêmica.

6 Pensamento lean (lean thinking): filosofia de gestão inspirada em práticas e resultados do Sistema
Toyota de produção (LEAN INSTITUTE BRASIL, 2016). Hoje o pensamento enxuto é exaustivamente
praticado em diversas organizações, principalmente privadas, buscando reduzir desperdícios em
todas as atividades de trabalho e também em todas as etapas envolvidas na compra de um produto,
isto é, aquisição, uso, transporte, estoque e descarte.
102

Diante do nível de conhecimento dos servidores do IFPE, acredita-se que


todos sejam conscientes, mas que necessitam ser sensibilizados para as questões
sustentáveis, dentro e fora das atividades de trabalho, mostrando-lhes que a
melhoria está ao alcance de todos e que ações pequenas e locais podem ter um
alcance global.
Assim, o primeiro passo seria a promoção de campanhas virtuais que
objetivem a sensibilização dos servidores do campus acerca da sustentabilidade, por
meio de cartazes, guias e manuais. Nesse caso, deve-se dar preferência pela
divulgação a partir dos meios digitais, já que a mídia impressa pode significar mais
consumo.
A segunda ação institucional trata de oferecer treinamento e capacitação a
todos os servidores envolvidos no processo de compras, independentemente de
serem ou não requisitantes, uma vez que todos os servidores são potenciais
requisitantes e também porque as ações sustentáveis vão além das compras. Desta
forma, a proposta é ofertar uma capacitação no momento da entrada (posse) do
servidor no órgão que possibilite instruí-lo não somente com relação às práticas e às
legislações do órgão, mas também alinhá-lo com a missão do IFPE, fazendo com
que o servidor, tão logo faça parte do Instituto, seja inserido nos aspectos definidos
pela missão, afinal o IFPE é feito de pessoas e são essas pessoas que construirão a
real missão institucional, fazendo com que a mesma deixe de ser um mero
documento e se torne uma prática.
A terceira ação institucional de fundamental importância é a criação de um
núcleo de promoção da sustentabilidade no IFPE, situado na Reitoria do IFPE,
responsável por estabelecer diretrizes para o planejamento e coordenação de ações
voltadas à sustentabilidade no IFPE, articulando os trabalhos desenvolvidos pelos
campi, ajudando na implementação das ações, bem como na definição de metas,
acompanhamento das atividades e melhoria dos resultados por meio de indicadores.
Com a criação desse núcleo, podem ser institucionalizadas ações que
atualmente são desenvolvidas de forma isolada por determinados setores ou campi
da instituição. Hoje, o IFPE-Campus Cabo tem em seu organograma a
Coordenadoria de Sustentabilidade e Gestão Ambiental (CSGA), responsável pela
implantação e acompanhamento dos projetos de sustentabilidade e gestão
ambiental no campus, conforme já apresentado na seção 4.2 deste trabalho. Através
da CSGA é que são formalizadas as ações de sustentabilidade no campus, como a
103

atribuição de construir o PLS do campus, de implantar a A3P, de promover


campanhas de redução de energia, água, copo, papel, etc. O Apêndice D mostra
algumas campanhas implantadas pela CSGA no IFPE-Campus Cabo.
Através desse núcleo de sustentabilidade, será possível realizar ações
sincronizadas e de forma sistêmica, aproveitando-se a expertise local e respeitando-
se as diferenças entre os campi que, apesar de estarem no mesmo Estado e
vinculados ao mesmo órgão, possuem diferenças consideráveis entre si, em termos
de região geográfica (litoral, zona da mata, agreste e sertão), de tempo de
funcionamento (variando de mais de 100 anos, como o Campus Recife, até menos
de 1 ano, como o Campus Abreu e Lima), de cultura organizacional, de setor
produtivo que os cursos buscam atender (agrícola ou industrial). Essas
particularidades precisam ser respeitadas nas etapas de planejamento, execução e
controle das ações propostas.
Portanto, essas três ações institucionais propostas neste trabalho para
melhoria das práticas de sustentabilidade (sensibilização, capacitação e criação do
núcleo de promoção da sustentabilidade), podem ser aplicadas em todos os campi
do IFPE e, uma vez implementadas, controladas e continuamente aprimoradas,
contribuirão para a prática efetiva da sustentabilidade relacionada ao processo de
compras da instituição.
104

6 CONCLUSÃO

O presente trabalho tratou de estudar as práticas de sustentabilidade


relacionadas ao processo de compras realizadas pelo IFPE - Campus Cabo de
Santo Agostinho, à luz das políticas públicas que definem os critérios de
sustentabilidade nas aquisições governamentais, com vistas ao seu
aperfeiçoamento.
Através do estudo de dados referentes às compras do Governo Federal nos
anos de 2011 a 2015, pode-se concluir que com a criação dos instrumentos jurídicos
norteadores das compras sustentáveis, paulatinamente os critérios de
sustentabilidade foram incorporados nas aquisições públicas e hoje estão se
tornando cada vez mais comuns, o que facilita o atendimento das especificações por
parte dos fornecedores.
Por meio do levantamento das compras realizadas pelo IFPE-Campus Cabo
nos anos de 2014 e 2015, verificou-se que o campus atua no processo de compras
ora como gerenciador, ora como participante (nas compras compartilhadas). Em
ambas as situações, critérios de sustentabilidade estão sendo incorporados nas
especificações dos itens, porém não abrangendo todos os objetos contratados.
Como possíveis causas da não utilização de critérios de sustentabilidade em
algumas compras realizadas pelo IFPE-Campus Cabo, foi identificada a
impossibilidade do órgão em especificar o serviço de forma diferente daquela como
é prestado, assim como a dificuldade por parte dos servidores envolvidos no
processo de compras em visualizar um critério de sustentabilidade que possa ser
exigido aos fornecedores do produto. Atribui-se a isto a falta conhecimento e
capacitação dos participantes do processo de compra, que dificulta a aplicação,
quando possível, de critérios de sustentabilidade nas especificações de alguns itens.
A análise da percepção dos servidores do IFPE-Campus Cabo sobre a
adoção de práticas de sustentabilidade em suas atividades de trabalho mostrou que
a falta de conhecimento dos mesmos sobre a legislação voltada para as compras
sustentáveis se constitui em um fator de resistência que interfere na total
aplicabilidade das políticas sustentáveis no IFPE, de maneira que as ações de
sustentabilidade atualmente desenvolvidas pelos servidores no campus ainda estão
em fase de construção e amadurecimento.
105

Por estes motivos, concorda-se que as políticas públicas de sustentabilidade


são aplicadas nas aquisições do IFPE-Campus Cabo, todavia ainda requerem um
aprimoramento e ampliação, mesmo porque as compras iniciais em 2014 não foram
realizadas pelo próprio campus. Logo, à medida que o Campus Cabo for se
estabelecendo e participando efetivamente (em termos quantitativos e qualitativos)
dos processos de compras, para o próprio campus e para os demais campi da
instituição, passará a ser um ator importante na execução das políticas públicas de
sustentabilidade no IFPE.
A participação efetiva sob o aspecto quantitativo pode ocorrer com o IFPE-
Campus Cabo realizando uma maior quantidade de compras como gerenciador dos
processos, ao passo que a participação efetiva sob o aspecto qualitativo acontecerá
com o campus estudando e aplicando novos critérios de sustentabilidade a partir da
discussão e aplicação dessa temática ao processo de compras. Acredita-se que
quando as atividades do campus forem desenvolvidas em sua sede definitiva,
maiores serão os incentivos e as iniciativas para a implementação de ações
sustentáveis, mesmo porque hoje o campus possui apenas 2 anos de
funcionamento, e com o passar do tempo é esperado que os próprios servidores
adquiram maturidade com relação ao funcionamento do serviço público.
Foi identificada como ação de sustentabilidade no IFPE a criação do PLS, em
atendimento a uma obrigação legal que lhe é imposta enquanto órgão federal e,
mesmo assim, o documento cumpre parcialmente os itens constantes na legislação.
Também foi observado que a A3P ainda não foi implantada na instituição. Percebe-
se então que, pelo tempo de existência das políticas públicas sustentáveis, o IFPE
poderia estar em um patamar muito acima do que lhe é exigido legalmente. Soma-se
a isso sua missão institucional de promover o desenvolvimento sustentável da
sociedade, que traz um peso ainda maior para o compromisso do Instituto com as
questões sustentáveis.
Oportunidades de melhoria foram identificadas para o aprimoramento das
práticas de sustentabilidade no IFPE-Campus Cabo, de modo que três ações
institucionais foram propostas: sensibilização da comunidade acadêmica,
capacitação dos servidores envolvidos no processo de compras e a criação de um
núcleo de promoção da sustentabilidade no IFPE. Ainda, foi ressaltada a importância
do campus em desenvolver o pensamento enxuto, buscando eliminar desperdícios
que não agregam valor às atividades da instituição.
106

Conclui-se que as práticas de sustentabilidade relacionadas ao processo de


compras do IFPE-Campus Cabo são os seus alicerces para a promoção do
desenvolvimento local sustentável em todas as suas dimensões. O IFPE, como
instituição de ensino, pesquisa e extensão, desempenha um papel fundamental na
formação social e profissional dos indivíduos, podendo influenciar significativamente
os padrões de consumo e de produção mais sustentáveis, servindo de exemplo para
a sociedade.
Para trabalhos futuros, recomenda-se: analisar as práticas de
sustentabilidade relacionadas ao processo de compras do IFPE-Campus Cabo
desenvolvidas em sua sede definitiva; fazer estudo comparativo entre as práticas de
sustentabilidade do IFPE-Campus Cabo e dos demais campi; analisar o PLS do
IFPE após a inclusão dos novos campi no Plano, utilizando-se parâmetros de
consumo atualizados; estudar a implantação da A3P no IFPE-Campus Cabo.
107

REFERÊNCIAS

BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às ciências sociais. Florianópolis:


Universidade Federal de Santa Catarina, 2001.

BESSA, F. L. B. N. Gestão pública orientada ao desenvolvimento sustentável e


indicadores de desempenho socioambiental. Cad. Fin. Públ., Brasília, v. 11, 2011,
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APÊNDICE A - Questionário Aplicado

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO DE PERNAMBUCO
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DO DESENVOLVIMENTOLOCAL
SUSTENTÁVEL

QUESTIONÁRIO PARA SERVIDORES DO IFPE-CAMPUS CABO DE SANTO


AGOSTINHO

Este questionário é parte integrante da dissertação de mestrado profissional


intitulada: “Compras Públicas Sustentáveis: o Caso do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – Campus Cabo de Santo
Agostinho", cujo objetivo geral é estudar a adequação do processo de compras
públicas realizadas pelo IFPE-Campus Cabo de Santo Agostinho, à luz das políticas
públicas que definem os critérios de sustentabilidade nas aquisições governamentais
com vistas ao seu aperfeiçoamento. Nesse sentido, gostaria de contar com sua
colaboração, respondendo esse questionário de forma precisa. Suas informações
são fundamentais para o êxito desta pesquisa. Não há necessidade de se identificar,
o que garante o anonimato das respostas. Agradeço antecipadamente sua
disposição em participar da pesquisa. Muito obrigado.
Klayton Lucena.

1) Qual a sua maior formação acadêmica concluída?


( ) Ensino Médio.
( ) Superior.
( ) Pós-graduação lato sensu.
( ) Mestrado.
( ) Doutorado.

2) Qual seu sexo?


( ) Masculino.
( ) Feminino.

3) Qual a sua faixa etária?


( ) De 18 a 29 anos.
( ) De 30 a 39 anos.
( ) De 40 a 49 anos.
( ) De 50 a 59 anos.
( ) 60 anos ou mais.

4) Há quanto tempo você é servidor público federal?


( ) De 0 a 11 meses.
( ) De 12 a 23 meses.
( ) De 24 a 35 meses.
( ) De 36 a 48 meses.
( ) Acima de 48 meses.
115

APÊNDICE A - Questionário Aplicado (cont.)

5) Há quanto tempo você é servidor do IFPE-Campus Cabo?


( ) De 0 a 12 meses.
( ) De 13 a 24 meses.
( ) Acima de 24 meses.

6) Que cargo você ocupa no IFPE-Campus Cabo?


( ) Técnico Administrativo de Nível Fundamental.
( ) Técnico Administrativo de Nível Médio.
( ) Técnico Administrativo de Nível Superior.
( ) Docente.

7) Você ocupa ou já ocupou cargo com função gratificada no Instituto Federal


de Pernambuco?
( ) Não.
( ) Sim, por menos de 1 ano.
( ) Sim, no período de 1 a 2 anos.
( ) Sim, por mais de 2 anos.

8) Você já ouviu falar no conceito de sustentabilidade ou de desenvolvimento


sustentável?
( ) Sim.
( ) Não.

9) Você conhece alguma política pública que verse sobre compras


sustentáveis?
( ) Sim.
( ) Não.

10) Na sua opinião, o IFPE-Campus Cabo utiliza critérios de sustentabilidade


nas compras que realiza?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Não sei.

11) Na sua opinião, o IFPE-Campus Cabo, em suas atividades administrativas,


de ensino, pesquisa e extensão, adota práticas sustentáveis?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Não sei.

12) Na sua opinião, você, como servidor do IFPE-Campus Cabo, em suas


atividades administrativas, de ensino, pesquisa ou extensão, adota práticas
sustentáveis?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Não sei.
116

APÊNDICE A - Questionário Aplicado (cont.)

13) Você possui conhecimento sobre a forma como ocorrem os processos


licitatórios no IFPE?
( ) Sim.
( ) Não.

14) Você possui conhecimento sobre a legislação voltada para a área de


compras públicas?
( ) Sim.
( ) Não.

15) Você possui conhecimento sobre a legislação voltada para a adoção de


critérios de sustentabilidade nas compras públicas?
( ) Sim.
( ) Não.

16) Você possui conhecimento de alguma compra sustentável realizada no


IFPE-Campus Cabo?
( ) Sim.
( ) Não.

17) No seu conhecimento, que compra(s) é(são) realizada(s) no IFPE Campus


Cabo utilizando critérios de sustentabilidade? (É possível marcar mais de uma
resposta).
( ) Exigência de selo de eficiência energética (ex.: Procel) nas compras de
equipamentos eletroeletrônicos.
( ) Aquisição de torneiras com temporizador de controle de fluxo de água em
torneiras e pias.
( ) Aquisição de lâmpadas e suprimentos de informática que possam ser recolhidos
pelos fabricantes após o uso (logística reversa).
( ) Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente
(como amido de milho ou papelão).
( ) Outras.
( ) Nenhuma das apresentadas acima.

18) Na sua opinião, qual o GRAU de IMPORTÂNCIA da SUSTENTABILIDADE na


sua atividade de trabalho?
( ) Nenhum.
( ) Baixo.
( ) Médio.
( ) Alto.

19) Como você classifica o GRAU de CONSIDERAÇÃO dos critérios de


sustentabilidade em suas atividades?
( ) Nenhum.
( ) Baixo.
( ) Médio.
( ) Alto.
117

APÊNDICE A - Questionário Aplicado (cont.)

20) Na sua opinião, qual o GRAU de IMPORTÂNCIA acerca da ADOÇÃO de


critérios de sustentabilidade em suas atividades?
( ) Nenhum.
( ) Baixo.
( ) Médio.
( ) Alto.

21) Durante seu tempo de serviço no IFPE-Campus Cabo, você já foi


requisitante de algum material ou serviço? *
( ) Sim.
( ) Não.

22) Ao requisitar um material ou serviço no IFPE-Campus Cabo, você utilizou


algum critério de sustentabilidade nas especificações do produto ou serviço?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Nunca requisitei material ou serviço.

23) Ao utilizar algum critério de sustentabilidade na requisição de um material


ou serviço, houve alguma dificuldade por parte das empresas fornecedoras
participantes do processo licitatório em atender os requisitos do edital de
licitação, que tenha inviabilizado a aquisição do material ou a contratação do
serviço?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Nunca requisitei material ou serviço.
( ) Não tenho conhecimento a respeito.
118

APÊNDICE B - Planilha de Dados do Questionário Aplicado

1) Qual a sua maior 4) Há quanto tempo


Indicação de data formação acadêmica 2) Qual 3) Qual a sua você é servidor público
N° e hora concluída? seu sexo? faixa etária? federal?
1 23/10/2015 10:56 Ensino Médio. Masculino. De 18 a 29 anos. De 0 a 11 meses.
2 23/10/2015 10:57 Ensino Médio. Masculino. De 18 a 29 anos. De 12 a 23 meses.
3 23/10/2015 10:58 Pós-graduação lato sensu. Masculino. De 30 a 39 anos. De 0 a 11 meses.
4 23/10/2015 10:58 Mestrado. Masculino. De 18 a 29 anos. De 12 a 23 meses.
5 23/10/2015 10:59 Pós-graduação lato sensu. Masculino. De 18 a 29 anos. Acima de 48 meses.
6 23/10/2015 11:00 Superior. Feminino. De 18 a 29 anos. De 0 a 11 meses.
7 23/10/2015 11:06 Pós-graduação lato sensu. Feminino. De 18 a 29 anos. Acima de 48 meses.
8 23/10/2015 11:08 Superior. Masculino. De 30 a 39 anos. De 0 a 11 meses.
9 23/10/2015 11:16 Mestrado. Masculino. De 30 a 39 anos. De 0 a 11 meses.
10 23/10/2015 13:26 Pós-graduação lato sensu. Feminino. De 30 a 39 anos. De 12 a 23 meses.
11 23/10/2015 13:33 Pós-graduação lato sensu. Feminino. De 40 a 49 anos. De 12 a 23 meses.
12 23/10/2015 13:44 Ensino Médio. Masculino. De 18 a 29 anos. De 0 a 11 meses.
13 23/10/2015 14:03 Mestrado. Feminino. De 18 a 29 anos. De 12 a 23 meses.
14 23/10/2015 14:16 Mestrado. Feminino. De 18 a 29 anos. De 0 a 11 meses.
15 23/10/2015 14:28 Mestrado. Feminino. De 50 a 59 anos. De 0 a 11 meses.
16 23/10/2015 14:43 Mestrado. Masculino. De 30 a 39 anos. Acima de 48 meses.
17 23/10/2015 16:26 Pós-graduação lato sensu. Masculino. De 40 a 49 anos. De 24 a 35 meses.
18 23/10/2015 19:39 Ensino Médio. Feminino. De 18 a 29 anos. De 0 a 11 meses.
19 23/10/2015 20:31 Pós-graduação lato sensu. Feminino. De 18 a 29 anos. De 0 a 11 meses.
20 24/10/2015 13:37 Mestrado. Masculino. De 40 a 49 anos. De 12 a 23 meses.
21 24/10/2015 15:17 Mestrado. Masculino. De 30 a 39 anos. De 0 a 11 meses.
22 26/10/2015 07:57 Doutorado. Feminino. De 30 a 39 anos. De 36 a 48 meses.
23 26/10/2015 08:22 Pós-graduação lato sensu. Feminino. De 30 a 39 anos. De 12 a 23 meses.
24 26/10/2015 08:46 Superior. Masculino. De 50 a 59 anos. De 0 a 11 meses.
25 26/10/2015 16:44 Mestrado. Feminino. De 18 a 29 anos. De 36 a 48 meses.
26 28/10/2015 10:23 Pós-graduação lato sensu. Masculino. De 30 a 39 anos. Acima de 48 meses.
27 03/11/2015 19:34 Pós-graduação lato sensu. Masculino. De 18 a 29 anos. Acima de 48 meses.
28 04/11/2015 23:49 Pós-graduação lato sensu. Masculino. De 18 a 29 anos. De 0 a 11 meses.
29 06/11/2015 09:41 Pós-graduação lato sensu. Feminino. De 30 a 39 anos. Acima de 48 meses.
119

APÊNDICE B - Planilha de dados (cont.)

5) Há quanto tempo 7) Você ocupa ou já ocupou cargo


6) Que cargo você ocupa no IFPE-Campus
N° você é servidor do com função gratificada no Instituto
Cabo?
IFPE-Campus Cabo? Federal de Pernambuco?

1 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Fundamental. Não.


2 De 13 a 24 meses. Técnico Administrativo de Nível Médio. Sim, no período de 1 a 2 anos.
3 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Superior. Não.
4 De 0 a 12 meses. Docente. Não.
5 De 13 a 24 meses. Técnico Administrativo de Nível Superior. Sim, no período de 1 a 2 anos.
6 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Médio. Sim, por menos de 1 ano.
7 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Superior. Sim, por mais de 2 anos.
8 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Fundamental. Não.
9 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Médio. Sim, por menos de 1 ano.
10 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Superior. Sim, por menos de 1 ano.
11 De 13 a 24 meses. Docente. Sim, no período de 1 a 2 anos.
12 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Fundamental. Não.
13 De 0 a 12 meses. Docente. Não.
14 De 0 a 12 meses. Docente. Não.
15 De 0 a 12 meses. Docente. Sim, por menos de 1 ano.
16 De 0 a 12 meses. Docente. Não.
17 Acima de 24 meses. Docente. Sim, no período de 1 a 2 anos.
18 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Médio. Sim, por menos de 1 ano.
19 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Superior. Não.
20 De 0 a 12 meses. Docente. Não.
21 De 0 a 12 meses. Docente. Sim, no período de 1 a 2 anos.
22 De 13 a 24 meses. Docente. Sim, por menos de 1 ano.
23 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Médio. Sim, por menos de 1 ano.
24 De 0 a 12 meses. Técnico Administrativo de Nível Médio. Sim, por menos de 1 ano.
25 De 13 a 24 meses. Docente. Não.
26 De 13 a 24 meses. Docente. Sim, por mais de 2 anos.
27 De 13 a 24 meses. Técnico Administrativo de Nível Médio. Sim, por mais de 2 anos.
28 De 0 a 12 meses. Docente. Não.
29 De 13 a 24 meses. Técnico Administrativo de Nível Médio. Sim, por menos de 1 ano.
120

APÊNDICE B - Planilha de dados (cont.)

8) Você já ouviu falar no 9) Você conhece 10) Na sua opinião, o 11) Na sua opinião, o IFPE-
conceito de alguma política IFPE-Campus Cabo Campus Cabo, em suas
N° sustentabilidade ou de pública que verse utiliza critérios de atividades administrativas, de
desenvolvimento sobre compras sustentabilidade nas ensino, pesquisa e extensão,
sustentável? sustentáveis? compras que realiza? adota práticas sustentáveis?

1 Sim. Não. Não sei. Sim.


2 Sim. Sim. Não sei. Sim.
3 Sim. Não. Sim. Sim.
4 Sim. Sim. Sim. Sim.
5 Sim. Sim. Sim. Sim.
6 Sim. Não. Sim. Sim.
7 Sim. Não. Não sei. Sim.
8 Sim. Não. Sim. Sim.
9 Sim. Não. Não sei. Não sei.
10 Sim. Não. Não sei. Sim.
11 Sim. Sim. Sim. Sim.
12 Sim. Não. Não sei. Sim.
13 Sim. Não. Não sei. Sim.
14 Sim. Não. Sim. Não sei.
15 Sim. Não. Não sei. Não.
16 Sim. Não. Não sei. Sim.
17 Sim. Não. Sim. Não sei.
18 Sim. Sim. Não. Não.
19 Sim. Não. Sim. Sim.
20 Sim. Sim. Não sei. Sim.
21 Sim. Sim. Não sei. Não sei.
22 Sim. Sim. Não. Não.
23 Sim. Sim. Sim. Sim.
24 Sim. Sim. Não. Não.
25 Sim. Não. Sim. Não sei.
26 Sim. Sim. Não sei. Sim.
27 Sim. Sim. Sim. Sim.
28 Sim. Sim. Sim. Sim.
29 Sim. Sim. Sim. Sim.
121

APÊNDICE B - Planilha de dados (cont.)

12) Na sua opinião,


13) Você possui 15) Você possui 16) Você possui
você, como servidor do 14) Você possui
conhecimento conhecimento sobre a conhecimento de
IFPE-Campus Cabo, conhecimento
sobre a forma legislação voltada alguma compra
em suas atividades sobre a legislação
N° como ocorrem os para a adoção de sustentável
administrativas, de voltada para a
processos critérios de realizada no
ensino, pesquisa ou área de compras
licitatórios no sustentabilidade nas IFPE-Campus
extensão, adota públicas?
IFPE? compras públicas? Cabo?
práticas sustentáveis?
1 Sim. Não. Não. Não. Sim.
2 Sim. Sim. Não. Não. Não.
3 Sim. Sim. Sim. Não. Sim.
4 Sim. Não. Não. Sim. Sim.
5 Sim. Sim. Não. Não. Sim.
6 Não sei. Sim. Sim. Sim. Não.
7 Sim. Não. Não. Não. Sim.
8 Sim. Não. Não. Não. Sim.
9 Sim. Sim. Não. Não. Não.
10 Sim. Não. Não. Não. Não.
11 Sim. Não. Não. Não. Sim.
12 Não sei. Sim. Sim. Não. Sim.
13 Sim. Não. Não. Não. Não.
14 Não sei. Não. Não. Não. Não.
15 Não. Não. Não. Não. Não.
16 Não. Não. Sim. Não. Não.
17 Sim. Sim. Não. Não. Não.
18 Não. Sim. Sim. Sim. Não.
19 Sim. Não. Não. Não. Sim.
20 Sim. Não. Sim. Não. Não.
21 Sim. Não. Não. Não. Não.
22 Sim. Não. Sim. Sim. Não.
23 Sim. Sim. Sim. Sim. Sim.
24 Não. Sim. Sim. Sim. Sim.
25 Sim. Sim. Sim. Não. Sim.
26 Sim. Sim. Sim. Não. Sim.
27 Sim. Sim. Sim. Sim. Sim.
28 Sim. Sim. Não. Não. Sim.
29 Sim. Não. Não. Não. Sim.
122

APÊNDICE B - Planilha de dados (cont.)


17) No seu conhecimento, que compra(s) é (são) realizada(s) no IFPE Campus Cabo utilizando critérios de

sustentabilidade? (É possível marcar mais de uma resposta).

Aquisição de torneiras com temporizador de controle de fluxo de água em torneiras e pias., Aquisição de
lâmpadas e suprimentos de informática que possam ser recolhidos pelos fabricantes após o uso (logística
1 reversa)., Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
Aquisição de lâmpadas e suprimentos de informática que possam ser recolhidos pelos fabricantes após o
2 uso (logística reversa)., Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
Aquisição de lâmpadas e suprimentos de informática que possam ser recolhidos pelos fabricantes após o
3 uso (logística reversa)., Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
Aquisição de lâmpadas e suprimentos de informática que possam ser recolhidos pelos fabricantes após o
4 uso (logística reversa).
5 Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.
6 Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.
7 Outras.
8 Outras.
9 Nenhuma das apresentadas acima.
10 Nenhuma das apresentadas acima.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
Aquisição de torneiras com temporizador de controle de fluxo de água em torneiras e pias., Aquisição de
11 copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.
12 Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.
13 Nenhuma das apresentadas acima.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
14 Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.
15 Nenhuma das apresentadas acima.
16 Nenhuma das apresentadas acima.
17 Outras.
18 Outras.
19 Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente., Outras.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
20 Outras.
21 Nenhuma das apresentadas acima.
22 Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
Aquisição de lâmpadas e suprimentos de informática que possam ser recolhidos pelos fabricantes após o
uso (logística reversa)., Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.,
23 Outras.
24 Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
Aquisição de torneiras com temporizador de controle de fluxo de água em torneiras e pias., Aquisição de
lâmpadas e suprimentos de informática que possam ser recolhidos pelos fabricantes após o uso (logística
25 reversa)., Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
Aquisição de torneiras com temporizador de controle de fluxo de água em torneiras e pias., Aquisição de
26 copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente., Outras.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
Aquisição de torneiras com temporizador de controle de fluxo de água em torneiras e pias., Aquisição de
lâmpadas e suprimentos de informática que possam ser recolhidos pelos fabricantes após o uso (logística
27 reversa)., Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente., Outras.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
28 Outras.
Exigência de selo de eficiência energética (ex.: PROCEL) nas compras de equipamentos eletroeletrônicos.,
29 Aquisição de copos descartáveis sustentáveis, à base de material não poluente., Outras.
123

APÊNDICE B - Planilha de dados (cont.)

21) Durante seu


19) Como você classifica 20) Na sua opinião, qual
tempo de serviço no
18) Na sua opinião, qual o o GRAU de o GRAU de
IFPE-Campus
GRAU de IMPORTÂNCIA da CONSIDERAÇÃO dos IMPORTÂNCIA acerca
N° Cabo, você já foi
SUSTENTABILIDADE na sua critérios de da ADOÇÃO de critérios
requisitante de
atividade de trabalho? sustentabilidade em suas de sustentabilidade em
algum material ou
atividades? suas atividades?
serviço?
1 Alto. Médio. Alto. Sim.
2 Médio. Médio. Médio. Sim.
3 Alto. Alto. Alto. Sim.
4 Alto. Alto. Alto. Não.
5 Baixo. Baixo. Baixo. Não.
6 Médio. Baixo. Baixo. Sim.
7 Médio. Médio. Alto. Sim.
8 Médio. Baixo. Médio. Não.
9 Alto. Alto. Alto. Não.
10 Alto. Alto. Alto. Não.
11 Alto. Alto. Alto. Não.
12 Médio. Médio. Baixo. Sim.
13 Alto. Alto. Alto. Não.
14 Alto. Médio. Alto. Sim.
15 Alto. Baixo. Baixo. Sim.
16 Alto. Baixo. Alto. Não.
17 Baixo. Baixo. Baixo. Sim.
18 Médio. Médio. Médio. Não.
19 Médio. Médio. Médio. Não.
20 Médio. Médio. Médio. Sim.
21 Médio. Baixo. Baixo. Sim.
22 Alto. Alto. Alto. Sim.
23 Alto. Médio. Alto. Não.
24 Médio. Baixo. Médio. Sim.
25 Médio. Baixo. Médio. Sim.
26 Alto. Médio. Médio. Sim.
27 Alto. Alto. Alto. Sim.
28 Alto. Alto. Alto. Não.
29 Médio. Médio. Médio. Não.
124

APÊNDICE B - Planilha de dados (cont.)

23) Ao utilizar algum critério de sustentabilidade na


22) Ao requisitar um material ou serviço no requisição de um material ou serviço, houve alguma
IFPE-Campus Cabo, você utilizou algum dificuldade por parte das empresas fornecedoras

critério de sustentabilidade nas especificações participantes do processo licitatório em atender os
do produto ou serviço? requisitos do edital de licitação, que tenha inviabilizado a
aquisição do material ou a contratação do serviço?
1 Sim. Não tenho conhecimento a respeito.
2 Não. Não tenho conhecimento a respeito.
3 Sim. Não tenho conhecimento a respeito.
4 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
5 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
6 Não. Não tenho conhecimento a respeito.
7 Não. Não tenho conhecimento a respeito.
8 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
9 Não. Nunca requisitei material ou serviço.
10 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
11 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
12 Não. Nunca requisitei material ou serviço.
13 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
14 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
15 Não. Sim.
16 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
17 Não. Nunca requisitei material ou serviço.
18 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
19 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
20 Não. Não tenho conhecimento a respeito.
21 Não. Não tenho conhecimento a respeito.
22 Sim. Não tenho conhecimento a respeito.
23 Não. Sim.
24 Não. Nunca requisitei material ou serviço.
25 Não. Não tenho conhecimento a respeito.
26 Não. Não tenho conhecimento a respeito.
27 Sim. Sim.
28 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
29 Nunca requisitei material ou serviço. Nunca requisitei material ou serviço.
125

APÊNDICE C - Legislação sobre Margem de Preferência

Quadro 6 - Legislação sobre margem de preferência para alguns setores produtivos.

Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 – Lei das Licitações.


Lei nº 12.349, de 15 de dezembro de 2010 – Altera Lei das Licitações.
Decreto 7.546, de 02 de agosto de 2011 – Regulamenta o disposto nos §§ 5º ao 12º do art. 3º da Lei
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e institui a Comissão Interministerial de Compras Públicas.
Decreto 7.709, de 03 de abril de 2012 – Margem de preferência para motoniveladoras e
retroescavadeiras.
Decreto 7.713, de 03 de abril de 2012 – Margem de preferência para fármacos e medicamentos.
Decreto 7.756, de 14 de junho de 2012 – Margem de preferência para confecções e calçados.
Decreto 7.767, de 27 de junho de 2012 – Margens de preferência para equipamentos médico-
hospitalares.
Decreto 7.810, de 20 de setembro de 2012 - Margem de preferência para papel-moeda.
Decreto 7.812, de 20 de setembro de 2012 - Margem de preferência para veículos para vias férreas.
Decreto 7.816, de 28 de setembro de 2012 - Margem de preferência para caminhões, furgões e
implementos rodoviários.
Decreto 7.840, de 13 de novembro de 2012 – Margem de preferência para perfuratriz e patrulha
mecanizada.
Decreto 7.841, de 13 de novembro de2012 – Alteração da margem de preferência para
motoniveladora e retroescavadeiras.
Decreto 7.843, de 12 de novembro de 2012 – Margem de preferência para disco para moeda.
Decreto 7.903, de 04 de fevereiro de 2013 – Margem de preferência para equipamentos da
tecnologia e comunicação.
Decreto nº 8.002, 14 de maio de 2013 - Altera o Decreto nº 7.709, de 3 de abril de 2012, e o Decreto
nº 7.840, de 12 de novembro de 2012, para dispor sobre margens de preferência na aquisição de
pás carregadoras, tratores de lagarta e produtos afins, para fins do disposto no art. 3º da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993.
Decreto nº 8.167, 23 de dezembro de 2013 – Altera o Decreto nº 7.756, de 14 de junho de 2012,
para dispor sobre margens de preferência na aquisição de produtos de confecções, calçados e
artefatos, para fins do disposto no art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Decreto nº 8.170, 23 de dezembro de 2013 - Altera o Decreto nº 7.843, de 12 de novembro de 2012,
para dispor sobre margens de preferência na aquisição de disco para moeda, para fins do disposto
no art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Decreto nº 8.184, 17 de janeiro de 2014 – Margem de preferência para equipamentos de tecnologia
da informação e comunicação.
Decreto nº 8.185, 17 de janeiro de 2014 – Margem de preferência para aeronaves executivas.
Decreto nº 8.186, 17 de janeiro de 2014 – Margem de preferência para aquisição de licenciamento
de uso de programas de computador e serviços correlatos.
Decreto nº 8.194, 12 de fevereiro de 2014 – Margem de preferência para equipamentos de
tecnologia da informação e comunicação.
Decreto nº 8.223, 3 de abril de 2014 – Margem de preferência para brinquedos.
Decreto nº 8.224, 3 de abril de 2014 – Margem de preferência para máquinas e equipamentos.
Decreto nº 8.225, de 3 de abril de 2014 - Altera o Decreto nº 7.713, de 3 de abril de 2012, para
dispor sobre margens de preferência na aquisição de fármacos e medicamentos, para fins do
disposto no art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Fonte: O autor, adaptado de Brasil (2016c).


126

APÊNDICE D - Ações de Sustentabilidade implantadas no IFPE-Campus Cabo

Figura 36 - Fotografias de cartazes divulgados no IFPE-Campus Cabo para sensibilização da


comunidade acadêmica para economia de energia elétrica, copos, papel e água.

Fonte: O autor (2016).


127

APÊNDICE D - Ações de Sustentabilidade implantadas no IFPE-Campus Cabo


(cont.)

Figura 37 - Fotografias de cartazes divulgados no IFPE-Campus Cabo para sensibilização da


comunidade acadêmica para economia de energia elétrica e água.

Fonte: O autor (2016).


128

APÊNDICE D - Ações de Sustentabilidade implantadas no IFPE-Campus Cabo


(cont.)

Figura 38- Fotografias de materiais divulgados no IFPE-Campus Cabo para sensibilização da


comunidade acadêmica para campanha de recolhimento de resíduos eletrônicos e pilhas.

Fonte: O autor (2016).

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