Você está na página 1de 4

Afecções cirúrgicas do sistema reprodutor masculino

Envoltórios Testiculares:
✔ Pele, Túnica Dartos, Fáscia espermática externa e interna, Folheto parietal e Folheto
visceral da túnica vaginal.
Orquiectomia
✔ Consiste na remoção dos testículos;
✔ É um procedimento eletivo, salvo os casos de neoplasias, lesões testiculares e
orquites. Normalmente serve para melhorar o manejo; diminuir a agressividade;
aumento do ganho de peso; evitar condições hereditárias.
✔ Técnicas:​ ​ABERTA​ (abre a túnica vaginal e expõe o testículo. Tem visualização das
estruturas e da sua ligadura. É a técnica mais utilizada);​ FECHADA​ (não abre a túnica
vaginal, ela se mantém intacta. Nessa técnica normalmente não consegue identificar
e ligar as estruturas do cordão isoladamente e assim pode ocorrer de o animal ter
sangramento abdominal e assim a técnica aberta se torna mais segura) e
SEMI-FECHADA ​(incisão no cordão para acessar o anel inguinal, é menos utilizada,
usada mais para casos de hérnias e criptorquidas com testículo alojado no canal
inguinal).
✔ Pré-operatório:​ Decúbito lateral (equino) ou em estação (bovino); Tricotomia e
antissepsia; Anestesia infiltrativa com lidocaína na pele e no subcutâneo (um para
cada testículo) e um bloqueio para cada cordão espermático. Esse bloqueio é feito
paralelo a rafe ou lateral a bolsa.
✔ Técnica cirúrgica: ​faz a incisão de todos os envoltórios testiculares (pele, subcutâneo,
túnica dartos, fáscia espermática, folheto visceral e túnica vaginal); exposição do
testículo e epidídimo; fenestração do​ ​mesórquio e separação do cordão da túnica
vaginal;​ ​Ligadura da porção fibrosa da túnica vaginal e seccionar; Ligadura do cordão
espermático e seccionar; fazer o procedimento bilateral.
OBS: em ruminantes pode ser feita uma técnica da incisão em tampa de laranja, que consiste numa
incisão onde retira toda a parte ventral da bolsa escrotal. A vantagem é que consegue
acessar os 2 testículos com apenas 1 incisão, as desvantagens são incisão é maior, sangra
mais, fonte maior de infecção.

1
Diferença entre as espécies: ​Equinos (faz o bloqueio paralelo a rafe; faz a ligadura da porção
fibrosa da túnica vaginal parietal por conta do sangramento); Bovinos (faz o bloqueio lateral
a bolsa escrotal e não é necessário ligadura da porção fibrosa da túnica vaginal).

✔ Pós-operatório: ​soro antitetânico (em equinos é obrigatório, bovino não);


antibiótico; antiinflamatório; repelentes (para evitar que insetos entrem em contato
com a ferida); analgésico; lavagem com soro fisiológico​.
✔ Complicações: ​edema; hemorragias; funiculite; eventração/evisceração.

Criptorquidismo:
✔ É quando um ou dois testículos não se encontram na bolsa escrotal;
✔ É indicado fazer a castração por ser de caráter hereditário e poder sofrer​ ​alteração
tumoral do testículo que está fora da bolsa.
✔ O testículo pode estar no canal inguinal ou na cavidade abdominal;
✔ Diagnóstico: exame clinico e USG.
✔ Em equinos o diagnostico não é definitivo em jovens deve aguardar o animal
completar até 2,5 a 3 anos para ver se teve a descida dos testículos.
✔ Técnica cirúrgica – inguinal: incisão na região inguinal; identificar e ligadura do
cordão; fechamento do anel inguinal.
Rufião
✔ Função:​ Identificar fêmea em cio dentro de uma propriedade que utilize inseminação
artificial; Não deve haver penetração.
✔ Técnicas:
Vasectomia – não impede a cópula: ​A técnica consiste na ressecção de um segmento do ducto
deferente impedindo que o espermatozóide saia no sêmen.​ ​O animal que passa por esse
procedimento tem que ficar 30 dias em repouso sexual, pois pode haver espermatozóide no
ducto.

Epididimectomia bilateral – não impede a cópula:


✔ Retirada cirúrgica da cauda do epidídimo e assim impedindo que o espermatozóide
saia no sêmen.

Aderência peniana – impede a cópula:

2
✔ Consiste em fazer uma aderência cirúrgica do pênis para que o animal não consiga
expor o pênis. Faz uma incisão de pele, expõe o pênis e o fio é passado na
musculatura do pênis e presa na parede abdominal.

Desvio lateral do pênis – impede a cópula:


✔ Técnicas: calcula uma angulação de 45 a 90° para desviar e rebater o estojo prepucial
e assim faz a lateralização do pênis para que quando esse animal monte mas não haja
a penetração.
✔ Esse procedimento pode ser associado com a vasectomia.
✔ Pode-se fazer também um neo-óstio que é uma nova abertura para o prepúcio, onde
faz-se uma incisão na extremidade do prepúcio, faz um “túnel” em baixo da pele na
cavidade abdominal, deslocando a abertura do prepúcio.

Amputação de pênis de equino:


✔ Indicações: priaprismo – secundário ao uso de acepromazina; Traumas (coices ,
arames, durante a monta); feridas; neoplasias e edema.
✔ Existem 3 patologias de prepúcio: Priaprismo (relaxamento do pênis); fimose (o ostéo
prepucial é muito pequeno e não consegue expor o pênis); parafimose (o pênis é
exposto mas não consegue voltar).
✔ Pré-operatório:​ diminuir edema (com compressão de água fria, compressa de açúcar
que por osmolariedade puxa o liquido desse edema); uso de corticóide e antibiótico;
anestesia geral; desinfecção; torniquete próximo ao local da amputação e sondagem
uretral.
✔ Técnica cirúrgica:​ incisão triangular ventral da pele, subcutâneo e corpo cavernoso e
assim favorecendo a abertura triangular da uretra evitando seu posterior
fechamento, abertura de um novo neo óstio, ligadura mucosa na pele e sutura com
pontos simples separados fio inabsorvível.
✔ Pós – operatório:​ o animal deve urinar; ducha, gelo, antibiótico, antiinflamatório,
antitetânica e caminhada.

Amputação do prepúcio em touros:

✔ É a retirada da extremidade do prepúcio pendulado. Feitos em casos de acrobustite,


parafimose ou dificuldade de urinar e expor o pênis após um trauma.

3
✔ Acrobustite – é a inflamação da extremidade do prepúcio. Fatores predisponentes:
tamanho do prepúcio; raça zebuína; exposição a capins lenhosos e miíases. Pode
levar a diversas complicações, como: estreitamento do óstio prepucial e
consequentemente a fimose; abscesso prepucial; estrangúria e disúria; fibrose e
necrose.
✔ Pré-operatório: jejum; sedação com xilazina; proteção da escápula e decúbito rúmen
dorsal; tricotomia e antissepsia; bloqueio local.
✔ Técnica: incisão oblíqua para evitar estenose; 4 pontos de reparo caudal a parte que
será amputada para não retrair quando cortar; secciona entre os pontos de reparo e
fecha o neo-óstio prepucial.
✔ Pós-operatório: antibiótico, antiinflamatório; duchas frias; repouso sexual de 60 dias
e curativos (com repelentes).

Você também pode gostar