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- LEÃO, Igor C. Carneiro & CARVALHO, Anna Luiza B. Dias de.

Uma Introdução à
História econômica. Economia e Sociedade, Campinas, v.17, n. 3 (34), p. 539-548, dez
2008
Aluno: Denilson da Silva Lima
Resumo
O presente texto tem por finalidade nortear os alunos-leitores para as pretensões
da disciplina História Econômica. Para tanto, o texto inicia levantando uma discussão
sobre a definição de economia ser essencialmente anti-histórica, dado que a definição
convencional pauta-se em uma visão majoritariamente matemática, portanto estática da
economia. As razões das evoluções tecnológicas não são explicadas, a dinâmica
populacional não é exposta, os gostos das pessoas são inexplicáveis, a noção de
concorrência que provoca mudanças e inovações com a sua destruição criadora é
inexistente como também o papel das grandes fortunas; enfim, uma economia engessada
e convencionalmente reduzida à matemática.
Adiante, envolto no pensamento marxista, o texto nos conduz para uma “sacada”
encontrada no pensamento de Marx e exposta na obra revolucionaria de Joseph
Schumpeter, que é o fato de que a racionalidade capitalista se faz presente nas mais
diversas áreas da vida humana, inclusive nas escolhas amorosas e conjugais feitas
visando o lucro. Tal fenômeno contribui, também, para dar outros aspectos ao
capitalismo.
Um marco importante para a economia convencional surgiu com Adam Smith
em A Riqueza das Nações; nessa obra os vícios tais como o egoísmo e a ambição
racional, tornam-se virtudes em nome de um suposta felicidade. Além de toda uma
apologia ao livre mercado e a anulação da política, nele também está a ideia bíblica do
trabalho, que seria um castigo e uma pena. Somado a Smith, David Ricardo apresenta
sua visão, o problema para ele é menos da criação de valor pelo trabalho, e mais o
trabalho como medida da produção necessária para embasar sua luta política contra os
proprietários de terra. Nesses dois autores, como percebemos, há uma visão clara do
capitalismo como um sistema progressivo mas enredado nas lutas sociais do seu tempo,
envolvendo antagonismos entre as classes sociais. É nesse sentido que eles fazem
economia política e não, como vai denominar-se a economia convencional, meramente
economia pura ou economia.
Mas a luta contra o status quo não para por aí. Karl Marx juntamente com
Engels assumem o posto de críticos no âmbito da economia política, além de expor e
enfatizar o imprescindível papel da burguesia para as mudanças sócias no combate ao
status quo capitalista, baseando-se nas mais importantes mudanças sócias na história
capitaneadas e encabeçadas por ela, isto é, o espirito revolucionário burguês. Marx
elabora teorias sobre como a sociedade se estrutura e transcorre no tempo, e de como
essa sociedade se transforma em outra mediante contradições internas.

São Cristóvão, 2021


Perguntas para debate:
1. Explique porque a definição convencional da economia é anti-histórica.
2. Analise a afirmativa de que a racionalidade capitalista invadiu várias áreas da vida
humana.
3. Discorra sobre as diferenças metodológicas e interpretativas entre David Ricardo e
Karl Marx.

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